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MANUEL I,
NOS 500 ANOS DA SUA MORTE
M U S E U N A C I O N A L D E A R T E A N T I G A
25 jun — 26 set
2021
Núcleo
3
Núcleo
4
Percurso
Recomendado
1
O reinado de D. Manuel I (1495-1521)
correspondeu a uma intensidade de
produção artística e arquitetónica que se
traduziu num dos mais brilhantes períodos
da arte portuguesa. O gosto pessoal do rei,
a necessidade de estabelecimento de uma
identidade visual e simbólica do primeiro
monarca do novo ramo da dinastia de Avis,
a disponibilidade económica e a noção
da importância política que a expansão
territorial dava ao país terão estado na
origem do enorme interesse por formas
renovadas de representação artística.
Da sua importância teve D. Manuel
clara noção, utilizando-as numa prática
cerimonial, administrativa e política bem
articulada, quer nos resultados, quer na
criação de estruturas de base que regiam
e executavam as inúmeras empreitadas
«Vi o Reino Renovar» que admiravam os seus contemporâneos
Arte do tempo de e ainda hoje nos podem surpreender. É sobre
D. Manuel I nos 500 anos essa enorme dimensão expressiva da sua
atuação como rei que esta exposição reflete,
da sua morte através de áreas tão diversas e novas
como a pintura, a produção de documentos
ou o desenvolvimento da imprensa.
1 Destinado a encimar a guirlanda
do coroamento da igreja do mosteiro
2 As tapeçarias millefleurs foram das
produções têxteis de maior sucesso nos
de Santa Cruz de Coimbra, a execução Países-Baixos ao longo dos séculos XV
Anjo da imagem deste anjo terá sido entregue Tapeçaria e XVI, pois eram facilmente adaptáveis
Heráldico ao imaginador Diogo Pires, dito o Moço, Millefleurs a qualquer encomenda por simples
mestre português morador na cidade. com as inclusão de elementos heráldicos,
Diogo Pires- animais ou cenas figurativas, que se
-o-Moço Armas Reais
Diogo Pires figurara o tema angélico em destacavam sobre um fundo preenchido
(ativo 1511-1536)
1518-1522 muitas das suas esculturas, criando quer
Portuguesas por vegetação – uma composição
Calcário
seres alados segurando tarjas ou filacteras Países Baixos, de «mil flores». Trata-se, neste caso,
Proveniência: com inscrições votivas e comemorativas, Bruxelas (?), de uma obra com nítidas influências
Coimbra, Mosteiro 1500-1520
de Santa Cruz
quer tratando-as enquanto imagens Tapeçaria/algodão renascentistas, característica da
Museu Nacional autónomas dos mensageiros de Deus. (teia), lã e seda produção flamenga do primeiro quartel
de Machado de (trama)
Esta representação recorrente prende-se do século XVI, resultado provável de
Castro, inv. 4102;
E 61 não só com a evolução conceptual Proveniência: uma encomenda régia.
dos Arcanjos góticos representados Palácio Nacional
de Sintra, 1961;
com os emblemas das ordens militares doação, banqueiros Algumas incoerências heráldicas, como
de cavalaria, mas também com a difusão portugueses ao a conjugação das quinas pendentes e
Presidente do
do culto do Anjo Custódio sancionado Conselho, António das flores-de-lis, elementos que a casa
pelo papa em 1504. Oliveira Salazar, 1960; real nunca usou em simultâneo nas
Otto Bernheimer suas armas sugerem a reutilização do
(Munique), 1935-?,
O divino Miguel, na sua função de anjo barão Heinrich cartão pintado que estava na base da sua
da guarda, será o custódio de D. Manuel Freiherr von Tucher, manufatura e a dificuldade de controlar
-1925
– recuperando a histórica proteção Palácio Nacional o processo de produção à distância.
do Arcanjo São Miguel ao fundador de Sintra/PSML,
inv. PNS3556
D. Afonso Henriques –, do reino e,
por extensão, das casas de sua fundação
e devoção.
22
também reitor-reformador das Escolas
Gerais de Coimbra instaladas no
primitivo paço real, quando foram
Arca- alteadas as abóbadas das salas,
destruindo as velhas coberturas,
-relicário c. 1490
Madeira de carvalho de que restará esta memória material.
dos Santos policromada e dourada
Mártires Irmandade dos Passos
do Mosteiro de Santos-
de Lisboa o-Novo
Arquivo Nacional da
Torre do Tombo, Corpo
Cronológico, Parte I,
mç. 2, n. 119, Cód. Ref. PT/
TT/CC/1/2/119
Núcleo 4 A imprensa
82 Em 1516, começava a imprimir-se em
Almeirim uma monumental compilação 83 84 85
de poesia, coordenada por Garcia de
Cancioneiro Resende, secretário e cronista régio, Las Coplas Livro Grammatica
ele próprio também poeta, um dos
Geral de Mingo chamado Pastranae
escolhidos para integrar a embaixada
enviada a Roma, em 1514. Reunindo
Revulgo espelho de
Autor: Garcia
de Resende composições que circulavam já nas Cristina Autor: Juan de
Pastrana (século XV)
Autor: Hernando
(1470?-1536) cortes de D. Afonso V e de D. João II, Impressor:
de Pulgar
Impressor: Autor: Christine Valentim Fernandes
o Cancioneiro Geral contribuiu para a (1430-c. 1493)
Hermã de Cãmpos de Pisan (1363-1431) 1497
Impressor: Germão
1516 consolidação de uma identidade cortesã Impressor: Papel
Galharde
Papel Herman de Campos
manuelina, ao mesmo tempo que mostrava c. 1520
1518 Biblioteca Nacional
Papel
Biblioteca Nacional a pluralidade de referências que aqui se Papel de Portugal,
de Portugal, INC 1425.
RES 110 A.
cultivavam: a afinidade com modelos Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional
castelhanos, a literatura clássica e, em de Portugal,
de Portugal,
RES 218//18 V.
menor grau, a influência emergente RES 404 V.
de Itália – Dante, Petrarca, Bocaccio.
Núcleo 4 A imprensa
86 87 88 89 A Misericórdia de Lisboa, fundada
pela rainha D. Leonor em 1498, foi
o exemplo para a criação de uma
Nossa Senhora
Cartinha CARTINHA Breue da Misericórdia
rede de misericórdias por todo o
PERA E[N] memorial país que reorganizou o modelo de
Autor: Anónimo SINAR LEER : dos pecados assistência social até aí disperso
Impressor: Compromisso por uma pluralidade de confrarias,
CÕ AS
Bonhomini
de Cremona DOCTRINAS
da Confraria hospitais e albergarias. O compromisso
Autor: Garcia de
1502 DA PRUDE[N] Resende da Nossa de cada uma, tomado do modelo da
Papel
CIA E REGRA
(1470?-1536)
Impressor:
Cidade de Misericórdia de Lisboa, regia toda a
Biblioteca Nacional DE VIUER EM Germão Gaillarde Lisboa vida destas instituições. Esta versão,
de Portugal, 1521
RES. 5567 P. PAZ que retoma o texto do compromisso
Papel 27 de abril de 1520
António de Holanda
original, é um documento de aparato,
Autor: Anónimo Biblioteca Nacional (1480-1557), de função sobretudo simbólica, escrito
Impressor: de Portugal, iluminador (atrib.)
RES 91 P. sobre pergaminho, em caligrafia
Germão Galharde Manuscrito sobre
c. 1500 pergaminho; gótica cuidada, com pequenas capitais
Papel iluminuras a têmpera iluminadas e uma esmerada iluminação
e ouro
Biblioteca Nacional nos primeiros fólios, de flores e insetos
de Portugal, Santa Casa nas tarjas, ao gosto da iluminura ganto-
RES. 3837 P. da Misericórdia -brugense em voga durante o período
de Lisboa/ Arquivo
Histórico, manuelino.
inv. PT - SCMLSB/
SCML/CR/07/002
O rei expressou o seu contentamento
com este trabalho, mandando dar um
prémio de seis mil reais «a quem o
escreveo, e luminou», talvez António
de Holanda, com cujas obras a pintura
do primeiro fólio tem afinidades.
Núcleo 4 A imprensa
90 91 92 93 94
O Compromisso Flos Missale… MANUALE Cathecismo
da Confraria Sanctorum Eborensis… SECUNDU[M] pequeno
da Misericórdia CONSUETUDINEM
de Lisboa Autor: Anónimo Autor: Anónimo ALME COLYMBRIEÑ Autor: Diego Ortiz
Impressor: Herman Impressor: de Villegas
de Campis Germanum [SIC] (14??-1519)
Autor: Anónimo; 1513 Galhardu Impressor:
Impressores: Papel 1509 Autor: Anónimo Velentim Fernãdez
Valentym Fernandez Papel Impressor: Nicolaum 1504
e Hermam de Campos Biblioteca Nacional Gazini E Papel
1516 de Portugal, Biblioteca Nacional 1518
Res 157 A. de Portugal, Papel Biblioteca Nacional
Biblioteca da Ajuda, RES 155 A de Portugal,
inv. BA. 50-XII-4. Biblioteca Nacional RES 163 A.
de Portugal, Res 152 V.
Núcleo 4 A imprensa
95 O interesse de D. Manuel foi decisivo
para a implantação da imprensa em 96 97
Portugal. Das obras impressas quer por
A Regra & mandado do rei quer com o patrocínio
A Regra & Regra
de D. Leonor e de figuras notáveis
diffininções diffinçoões statutos &
da corte, ressaltam os títulos de índole
espiritual, moral e religiosa. Exceto o diffinções
Autor: Anónimo; Autor: Anónimo
Impressor: Cathecismo Pequeno, redigido nesta altura Impressor:
Autor: Anónimo
Valentim Fernandes por D. Diogo Ortiz, muitos dos exemplos Germão Galharde
c. 1504 Impressor:
1520
Papel têm origem medieva. Papel
Herman de Kempis
1509
Biblioteca Nacional Papel
Biblioteca Nacional
de Portugal, Estas obras visavam, igualmente, reforçar de Portugal,
Biblioteca Nacional
RES 127 V. a formação e o estatuto cultural da RES 124 V.
de Portugal,
corte régia. Assim, vemos o nome do rei RES 93 A.
associado a diversas edições de aparato.
Em 1513, era publicada em Lisboa,
por exemplo, sob a responsabilidade
de Hermão de Campos, Ho Flos sanctorum
em lingoajem portugues, em formato
in-fólio e amplamente ilustrada, uma
volumosa coleção de hagiografias que
conhecia então enorme circulação na
Europa.
Núcleo 4 A imprensa
98 A política manuelina de reordenamento
do reino, em termos impressórios, 99
manifestou-se também noutras áreas,
Reg[ra] e nomeadamente no âmbito de instituições
Almanach
ligadas aos interesses régios. Por volta de
statut[us] perpetuum
1504, era impressa A Regra e diffinçoões
da horde[m] da ordem do mestrado de nosso senhor jhesu
daujs christo, um volume em formato in-quarto.
Autor: Abraão Zacuto
(c. 1450-c. 1532?)
D. Manuel, cuja divisa aparece na segunda Impressor:
Autor: Anónimo Abraão d’Ortas
Impressor: página, investia na reformação da ordem 1496
Hermam de Campos militar de que era mestre, no cumprimento Papel
1516
Papel da sua estratégia de mobilização de todos Biblioteca Nacional
os recursos com vista à centralização do de Portugal,
Biblioteca Nacional poder. INC 187INC 187.
de Portugal,
RES 3008 V.
Outras ordens militares seguirão o
exemplo, e em 1509, era impressa por
Hermão de Campos a Regra statutos e
diffinções da ordem de Sanctiaguo. Poucos
anos depois, em 1516, este mesmo
impressor publicaria a Regra e statutus
da hordem daujs, em Almeirim. D. Jorge,
o filho bastardo de D. João II, era mestre
da ordem de Santiago e administrador
da de Avis, e fora, evidentemente,
sensibilizado para os benefícios de registar
sob forma impressa os estatutos das duas
instituições, que também desempenhavam
papel de relevo na distribuição de mercês
que fazia parte da estratégia manuelina.
Núcleo 4 A imprensa
100 O interesse quase exclusivo da imprensa,
nos seus primórdios em Portugal, por
101 102 103
temas religiosos e espirituais não impediu
Tractado o aparecimento de obras relacionadas Epistola Obedientia Gesta
da Sphera com a expansão marítima, cujo primeiro serenissimi Potentissimi proxime per
exemplo foi o Almanach perpetuum, principis Emanuelis Portugaleñ
Autor: João de do astrónomo judeu de origem espanhola, in India
Sacrobosco
(c. 1195-c. 1256)
Abraão Zacuto. Contratado por Autor: D. Manuel I Autor: Diogo
D. João II, serviu também D. Manuel, (r. 1495-1521) Pacheco
e Regiomontanus Autor: D. Manuel I
Impressor: (séculos XV-XVI)
(1436-1476) tendo presumivelmente sido consultado (r. 1495-1521)
Valentim Fernandes Impressor:
Impressor: Impressor:
Germão Galharde sobre a possibilidade do caminho 1505 Eucharius Silbert
Johannem
Papel 1505
c. 1516 marítimo para a Índia, ainda que tal não Papel
Weyssenburger
Papel 1507
evitasse a sua expulsão de Portugal no Biblioteca Nacional
Papel
contexto do édito de expulsão de judeus de Portugal, Biblioteca Nacional
Biblioteca Pública
RES 75//2 V. de Portugal,
de Évora, RES 404. e muçulmanos, em 1496. A sua obra, Biblioteca Nacional
RES 75/1 V.
de Portugal,
impressa nesse mesmo ano, seria em breve RES 6202 P.
utilizada na viagem de Vasco da Gama.
Núcleo 4 A imprensa
104 105 106 O esforço de propaganda internacional
dos feitos portugueses levou D. Manuel
a recorrer regularmente à imprensa.
Gesta Itinerariu[m] Paesi Assim, tanto em Portugal como em
proxime per portugalle[n] nouamente Roma foram impressas cartas dirigidas
retrouati aos sucessivos sumo-pontífices,
Portugalenses siu[m]
bem como orações de obediência
i[n] India a eles dirigidas e declamadas por
Autor: Fracanzio Autor: Fracanzio
da Montalboddo da Montalboddo embaixadores portugueses.
Autor: D. Manuel I (séculos XV-XVI)
(séculos XV-XVI)
(r. 1495-1521) Impressor: Zorzo
Impressor:
Impressor: de Rusconi Millanese; Nem sempre a iniciativa dessas
A. Scinzenzeler
Johannem Landen; 1521
1508 impressões partia do monarca
1507
Papel
Papel Biblioteca Nacional lusitano, e muitas delas foram sendo
Biblioteca Nacional de Portugal, impressas ao longo das duas primeiras
Biblioteca Nacional RES 3106 P.
de Portugal, DS XVI-3.
de Portugal, DS XVI-2. décadas do século XVI fora de
Portugal, respondendo a um público
internacional interessado nas notícias
oriundas de África, da Ásia e também
do Brasil. Importantes instrumentos
de propaganda manuelina, eram
meios privilegiados de divulgação
internacional das expedições marítimas
portuguesas e dos seus surpreendentes
resultados, em termos de conhecimentos
geográficos, de feitos náuticos e
militares, e de acumulação de riquezas.
Núcleo 4 A imprensa
107 Esta Anunciação faz parte do grande
retábulo da igreja das Comendadeiras
108 A história representa um dos episódios
bíblicos edificantes da aplicação
de Santiago, no Mosteiro de Santos-o- da justiça, tema particularmente caro
Gregório Lopes -Novo, pintado por Gregório Lopes, Francisco Henriques a D. Manuel. Dois juízes acercam-se da
(ativo 1513–†1550) (+1518)
talvez nos finais da década de 1530, bela Susana, esposa de Joaquim, enquanto
certamente por encomenda de D. Jorge O Profeta esta se banha. Perante os gritos da mulher,
Anunciação de Lencastre, Mestre de Santiago e os dois homens acusam-na de adultério,
Daniel
bastardo de D. João II. a que corresponderia a morte por
Retábulo de Santos- julgando os lapidação.
o-Novo
c. 1530 O pintor, nesta fase da sua carreira, dois velhos e a
Óleo sobre madeira
mostrava-se particularmente atento casta Susana O sábio Daniel, apesar da sua juventude,
de carvalho
às novidades culturais do humanismo 1508-1512
pois tinha apenas doze anos, interroga
Proveniência: português, evidentes nas citações de os homens separadamente, e, pelas
Mosteiro de Santos- Óleo sobre madeira
o-Novo, Lisboa, 1911 arquiteturas ao romano, representações de carvalho divergências nos seus relatos, conclui
MNAA, inv. 1170 Pint de ruínas ao modo da Antiguidade pela inocência de Susana, sendo ambos
MNAA, inv. 679 Pint
Clássica ou decorações renascentistas. (em depósito no condenados à sentença que se preparava
Museu Nacional
A Anunciação é também um mostruário de Frei Manuel do
para a mulher, cena que se vê no fundo
de novidades da época: as arquiteturas, Cenáculo, Évora) da pintura. A associação visual com as
a arca de couro e ferragens, o cetro figurações reais coevas ou com as gravuras
decorado com as Virtudes e, que decoram as Ordenações Manuelinas
anacronicamente, o livro impresso mostrando o rei na administração da
a duas cores, com texto e gravura, justiça, de onde resulta o progresso e o
que demonstra o prestígio adquirido bem-estar dos povos, cria uma evidente
pela imprensa. relação simbólica entre as justiças bíblica
e régia, entre o divino e o terreno, uma
estratégia amplamente utilizada nas obras
manuelinas. Este efeito era naturalmente
reforçado pela colocação do painel num
retábulo da igreja de S. Francisco de
Évora, que servia de capela palatina.
Núcleo 4 A imprensa
109-110 111 Iluminura dedicada à Adoração dos Magos,
do Livro de Horas conhecido como do
rei D. Manuel por ter sido encomendado
Pilhas António de Holanda
(1480-1557)
ainda em vida do monarca ao iluminador
de pesos flamengo António de Holanda (1480–
Adoração –1557). Sensível à novidade dos nativos
de pele escura do continente africano, o
Portugal, 1499
Bronze
dos Magos
artista introdu-los com grande pormenor
Proveniência:
Legado Barros Livro de Horas, na representação: tanto os dois mouros,
e S., 1981 (nº109); dito “de D. Manuel” à esquerda, como o negro nu, à direita.
Desconhecida Portugal, primeira
(nº110) metade do século XVI
Este último, de longos cabelos e argola
[fólio 89v, c. 1525] na orelha, é representado com tanga,
MNAA, inv. 429 Têmpera sobre turbante branco e escudo, adereços então
e 88 Met pergaminho
novos para os olhares europeus. São eles,
MNAA, inv. 14/130 pela singularidade da exótica presença,
Ilum
os verdadeiros focos de interesse da
representação.
Núcleo 4 A imprensa
112-121 A necessidade de sistematizar e
uniformizar a administração do reino e
123 D. Afonso de Portugal, bispo de Évora
e neto do duque de Bragança, foi uma
de organizar as finanças públicas, levou importante personagem durante os
Moedas de D. Manuel I a promulgar o primeiro D. Afonso de Portugal
(c. 1455-† 1522)
reinados de D. João II e D. Manuel.
D. Manuel I Regimento da Casa da Moeda de Autor de várias obras, compôs um tratado
Cruzado Lisboa (1498) e a ordenar a cunhagem, De de teoria monetária dedicado ao rei
1/4 Cruzado em Lisboa e no Porto, de várias séries D. Manuel, o De Numismate Tractatus,
Português Numismate
monetárias em ouro, prata e cobre. A estas em que alertava para os perigos de uma
1/2 Manuel
Tostão VL séries juntaram-se as produzidas no Estado
Tractatus moeda não suportada na efetiva riqueza
Vintém da Índia, casos de Goa e Malaca. [fls. 1v e 2] do país, defendendo o papel central
Cinquinho
Real Encadernado da cunhagem como símbolo e expressão
Ceitil Entre todas as moedas manuelinas é em conjunto com da autoridade régia.
Tractatus perutilis
1495-1521 necessário destacar, pela sua relevância, de Indulgentis
Ouro, prata e cobre o português, uma moeda cunhada a Sevilha: Jacob Mecenas requintado, foi também um
Cromberger s/d
INCM/Museu Casa
partir do ouro da Guiné e da Mina. Esta [c. 1517-1521] colecionador de antiguidades romanas:
da Moeda, invs. 4908, moeda começou a ser batida logo após Papel começou as obras no Paço dos Vimioso,
13128, 13131, 4906, o regresso de Vasco da Gama da Índia e junto à Sé de Évora, e construiu o paço
4909, 15862, 4913, Fundação da Casa
4930, 4943, 9428, transformou-se num símbolo do poder e de Bragança, rural da Sempre Noiva, além de ter
13199 prestígio do rei. Pensado e produzido para Museu-Biblioteca refeito a capela-mor da catedral, para a
da Casa de Bragança,
ser também um meio de propaganda, o Numismate Tractatus qual encomendou um enorme retábulo
português foi imitado em várias cidades - BDMII 59 [Tractatus flamengo, hoje no museu da cidade.
perutilis de Indulgentis
do Norte da Europa, devido ao seu peso - BDMII 58]
e toque, e tornou-se na moeda que mais
contribuiu para divulgar a ideologia
política de um império global na época
do rei Venturoso.
Núcleo 4 A imprensa
124 125 126 127 128
P[ri]mero Liuro O Primeiro Regiment’ Ordenações
[-segu[n]do] primeiro [-Quinto] e ordenações da India
liuro das [-quinto] das Livro das da fazenda
Ordenações Ordenações Ordenações Autor e Impressor:
Anónimo
Autor: Anónimo;
1520
Impressor:
Autor: Anónimo Autor: Anónimo Jacobo Cromberger, Papel
Armão de cãpos
Impressor: Impressor: Ioham impressor
1516
Valentym Fernandez Pedro Bonhomini 1521 Biblioteca Nacional
Papel
1512-1513 1514 Papel de Portugal, RES 80 A.
Papel Papel
Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional
de Portugal, RES 91 A.
Biblioteca Nacional Biblioteca Nacional de Portugal, RES. 72 A.
de Portugal, de Portugal, RES 68 A.
RES 2342 A.
Núcleo 4 A imprensa
129 130 HORÁRIO
Núcleo 4
COVID-19 | REGRAS PARA VISITAR
O MUSEU EM SEGURANÇA