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REACH for Polymers

Melhores Técnicas e Métodos de Ensaio


Disponíveis

Aumentar e consolidar a base de conhecimento da indústria Europeia de polímeros, em particular das


Pequenas e Médias Empresas, através da aplicação de novas técnicas, tecnologias, instrumentos e
métodos que conduzam a benefícios económicos e ambientais em conformidade com a Legislação
REACH

Projecto No: LIFE08 ENV/UK/000205


Colaboradores

ASCAMM

A.V. Universitat Autonoma, Cerdanyoia dei Valles, Barcelona, 08290, Spain

CASO

Rua Cidade do Porto, nº80, Apart. 2187, Braga, 4700-903, Portugal

iSmithers

Shawbury, Shrewsbury, Shropshire, SY4 4NR, UK

PIEP

Universidade do Minho, Campus de Azurém, Guimarães, 4800-058, Portugal


Pôle Européen de Plasturrgie

2 Ruue Pierre et Curie,


C Belliignat, 011000, France

Prop
plast

Stradda Savonesaa 9, Rivalta Scrivia, Toortona-AL, 15057, Italyy

Raprra Limited

Shaw
wbury, Shreewsbury, Shhropshire, SY
Y4 4NR, UK
U

Sirriis

Liège Science Park,


P 12 Ruee du Bois Stt-jean, Ougrrée, Belgium
m
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Tabela de Conteúdos

Capítulo 1 Introdução

Referências

Capítulo 2 Definições

22.1 Monómeros

2.1.1 Definição de Acordo com a Organização Internacional de Normalização

2.1.2 Outras Definições

2.2 Polímeros

2.2.1 Definição de Acordo com a Organização Internacional de Normalização

Referências

Capítulo 3 Identificação de Substâncias Poliméricas

3.1 Química Geral

3.1.1 Ligações Químicas

3.1.2 Reacções Químicas e de Valência

3.1.3 Definição de Materiais Plásticos

3.1.4 Classificação de Polímeros

3.1.4.1 Material Termoplástico


3.1.4.2 Material Termoendurecível

3.1.4.2.1 Definições

3.1.4.3 Elastómeros

3.2 Métodos para Obtenção de Polímeros

3.2.1 Polimerização

3.2.2 Policondensação

3.2.3 Poliadição

3.3 Propriedades dos Polímeros

3.3.1 Massa Molecular Média

3.3.2 Distribuição de Massa Molecular

3.3.3 Sistemas Monodispersos e Polidispersos

3.4 Métodos para a Caracterização

3.4.1 Propriedades Mecânicas

3.4.1.1 Testes Mecânicos

3.4.1.2 Testes de Tracção

3.4.1.3 Testes de Flexão

3.4.1.4 Testes Dinâmico mecânicos ou Termomecânicos

3.4.1.5 Testes de Impacto

3.4.1.6 Testes de Compressão

3.4.1.7 Testes de Fluência

3.4.2 Propriedades Térmicas

3.4.2.1 Testes de Distorção de Calor


3.4.2.2 Temperatura de Amolecimento de Vicat

3.4.2.3 Calorimetria Diferencial de Varrimento

3.4.2.4 Análise Termogravimétrica

3.4.2.5 Análise Termomecânica

3.4.3 Propriedades Reológicas

3.4.3.1 Teste de Índice de Fluidez

3.4.3.2 Reometria Capilar

3.4.3.3 Reometria em Solução

3.5 Aplicações: Mercados para Polímeros

3.5.1 Embalagem

3.5.2 Mercado de Construção e Obras

3.5.3 Mercado Eléctrico e Electrónico

3.5.4 Mercado Automóvel

3.5.5 Desporto e Lazer

3.5.6 Agricultura

3.6 Conclusão

Referências

Capítulo 4 Métodos para Determinar se um Material Está Abrangido pelo

REACH

 
4.1 Introdução
4.2 Linhas orientadoras do REACH e definição de um Polímero

4.3 Técnicas Analíticas

4.3.1 Cromatografia de Permeação em Gel

4.3.1.1 Instrumentação

4.3.1.1.1 Reservatório de Solvente

4.3.1.1.2 Desgasificador do Solvente

4.3.1.1.3 Bomba Cromatográfica

4.3.1.1.4 Introdução da Amostra e Amostragem Automática

4.3.1.1.5 Coluna(s) de Fraccionamento

4.3.1.1.6 Detectores de Concentração

4.3.1.1.7 Recolha de Dados e Manipulação de Dados

4.3.1.2 Condições Cromatográficas

4.3.1.2.1 Solventes e Temperatura

4.3.1.2.2 Calibração Convencional da Cromatografia de Permeação

em Gel

4.3.1.2.3 Detectores Alternativos e Abordagens para a Calibração

4.3.1.2.4 Cromatografia de Permeação em Gel utilizando a OCDE

TG 118(1996)

4.3.2 Outras Técnicas Analíticas

4.3.2.1 Propriedades Coligativas

4.3.2.2 Análise de Grupos Terminais

4.3.2.3 Espalhamento de Luz

4.3.2.4 Espectroscopia de Massa MALDI - TOF


4.4 Polímeros de Baixa Massa Molecular

4.4.1 Resposta do Detector na Cromatografia de Permeação em Gel para Baixa

Massa Molecular

Referências

Capítulo 5 Identificação de Componentes num Sistema Polimérico

5.1 Introdução

5.2 Definição dos componentes num sistema polimérico e Orientações REACH

5.2.1 Estabilizadores

5.2.2 Não-estabilizador

5.2.2.1 Pigmentos

5.2.2.1.1 Identificação

5.2.2.2 Lubrificantes

5.2.2.2.1 Identificação

5.2.2.3 Agentes Anti-estáticos

5.2.2.3.1 Identificação

5.2.2.4 Cargas Minerais

5.2.2.4.1 Identificação

5.2.2.5 Agentes de Nucleação

5.2.2.5.1 Identificação

5.2.2.6 Retardadores de Chama

5.2.2.6.1 Identificação
5.2.3 Impurezas

5.2.4 Reforços

5.3 Métodos Analíticos

5.3.1 Métodos de Separação

5.3.1.1 Extracção sólido-líquido

5.3.1.2 Dissolução e precipitação

5.3.1.3 Filtração e centrifugação

5.3.1.4 Separação de mistura de aditivos em componentes

5.3.2 Espectroscopia UV-visível

5.3.3 Espectroscopia de Infravermelho

5.3.4 Espectrometria de Massa

5.3.5 Difracção e Fluorescência de raios-X

5.3.6 Ressonância Magnética Nuclear

Referências

Capítulo 6 Testes Anexados ao REACH

6.1 Testes obrigatórios

6.2 Métodos alternativos

6.2.1 Métodos In vitro

6.2.1.1 Introdução

6.2.1.2 Critérios para utilização de métodos in vitro ao abrigo do REACH


6.2.1.3 Como utilizar os dados in vitro para cumprir os requisitos de

informação

6.2.1.4 Métodos In Vitro não validados previamente

6.2.1.5 Recomendações Gerais

6.2.1.6 Como informar sobre dados in vitro

6.2.1.6.1 Ferramentas: Base de dados internacional de informações

químicas uniformes 5

6.2.1.7 Como submeter dados in vitro na Base de dados internacional de

informações químicas uniformes

6.2.1.7.1 Sensibilização cutânea

6.2.1.8 Ligações

6.2.2 Relação Quantitativa Estrutura-actividade

6.2.2.1 Introdução

6.2.2.2 Utilização Regulamentar de relações quantitativas Estrutura-

actividade

6.2.2.3 Observações decorrentes dos dossiês de registo

6.2.2.4 Ferramentas

6.2.2.5 Como informar

6.2.2.6 Ligações úteis

6.2.3 Agrupamento e Transposição

6.2.3.1 Introdução

6.2.3.2 Informação importante para o desenvolvimento destes métodos

6.2.3.2.1 Informações sem ensaios

6.2.3.2.2 Grupos de Substâncias

6.2.3.2.3 Categorias de Substâncias Químicas


6.2.3.2.4 Condições estabelecidas no Anexo XI

6.2.3.2.5 Método Comparativo por Interpolação

6.2.3.2.6 Tipos de Métodos Comparativos por Interpolação

6.2.3.3 Etapas para o desenvolvimento de uma categoria

6.2.3.4 Ferramentas

6.2.3.5 Aspectos importantes a considerar

6.2.3.6 Recomendações

6.2.3.7 Ligações úteis

Referências

Capítulo 7 Informação Relacionada com a Utilização e Exposição

7.1 Comunicações de Utilização e exposição de acordo com o REACH

7.2 Outras organizações que fornecem avaliação de segurança

7.2.1 Equipa de Cenários de Exposição para Plásticos

7.2.2 Associação Europeia de Fabricantes de Borracha e Pneus (ETRMA)

7.2.3 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) –

Documentos de Cenários de Exposição

7.2.3.1 Documentos de Cenários de Exposição sobre Aditivos de Plásticos da

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

7.2.3.1.1 Cargas

7.2.3.1.2 Plasticizantes

7.2.3.1.3 Antioxidantes
7.2.3.1.4 Agentes de Acoplamento

7.2.3.1.5 Corantes

7.2.3.1.6 Estabilizadores de Ultravioleta e de outro envelhecimento

7.2.3.1.7 Modificadores de Impacto Poliméricos

7.2.3.1.8 Agentes anti-estáticos

7.2.3.1.9 Retardadores de Chama

7.2.3.1.10 Conservantes (Biocidas)

7.2.3.1.11 Agentes de Cura

7.2.3.1.12 Agentes de expansão

7.2.3.1.13 Estabilizadores de calor

7.2.3.1.14 Promotores de deslizamento

7.2.3.1.15 Auxiliares de viscosidade

7.2.3.2 Documentos de Cenários de Exposição sobre Aditivos de Borrachas

da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

7.2.3.2.1 Cenário de Emissão para Formulação e Processamento

para Águas residuais

7.2.3.2.2 Cenários de Emissão para Formulação e Processamento

para a água e para o Solo

7.2.3.2.3 Cenário de emissão para a Utilização de produtos de

Borracha por Desgaste de Pneus

7.2.4 Documentação sobre as Melhores Técnicas Disponíveis (Comissão da

União Europeia)

Referências
Capítulo 1 Introdução

Os produtos químicos estão presentes em todos os níveis das actividades ambientais e

industriais. Estão presentes na maior parte dos produtos, em materiais de construção,

produtos alimentares e farmacêuticos. Os produtos químicos naturais ou fabricados

podem ser prejudiciais para os organismos vivos ou para o ambiente. É por isso que se

torna extremamente relevante regular a utilização de produtos químicos, para

determinar em que condições e em que concentrações eles podem causar problemas

para o ambiente, e identificar que métodos de medição podem detectar a presença de

produtos químicos e tomar medidas apropriadas para proteger os organismos vivos do

impacto potencial desses produtos químicos.

A legislação da União Europeia chamada REACH foi estabelecida para o Registo,

Avaliação e Autorização de Produtos Químicos.

O termo ‘Risco’ está relacionado com a possibilidade e severidade de danos para os

seres humanos ou para os ecossistemas após a exposição a um produto químico. A

regulamentação de produtos químicos responderá à necessidade de controlo de

potenciais riscos durante a produção, processamento ou utilização de produtos químicos

[1].

Tendo em conta o número potencialmente elevado de registos de polímeros e o facto de

os polímeros constituírem um risco limitado devido à sua natureza, os polímeros têm

estado isentos de registo e avaliação. Mas ainda estão sujeitos a autorização e restrição.
Devido a esta situação, muitas empresas de processamento de plásticos têm a impressão

que a legislação REACH não lhes diz respeito, o que obviamente não é o caso. O

projecto REACH for Polymers tem como objectivo clarificar a situação e informar as

pessoas activas no sector de polímeros acerca da influência do regulamento REACH nas

suas actividades.

O presente documento fornece um apoio técnico acerca dos métodos para identificar e

classificar os polímeros, para identificar os componentes num polímero e oferece

também uma descrição dos testes requeridos pelo anexo de testes REACH. Também

fornece informação relacionada com a utilização e a exposição.

O Capítulo 2 fornece definições sobre monómeros e polímeros.

No Capítulo 3, após as considerações gerais acerca da química de polímeros, é feita a

classificação dos polímeros. Em primeiro lugar os polímeros são classificados em três

famílias maiores (termoplásticos, termoendurecíveis e elastómeros). Depois, é dada uma

descrição dos processos químicos para a obtenção de polímeros. São resumidas as

propriedades características dos polímeros, bem como os métodos para a sua

caracterização, os mercados e os produtos produzidos a partir dos polímeros.

O Capítulo 4 descreve os métodos para determinar se um material está de acordo com a

definição REACH de um polímero. Isto é extremamente importante porque os

polímeros são considerados como sendo não tóxicos e estão isentos das regulações

REACH. São portanto necessárias técnicas analíticas para demonstrar que um material é

efectivamente um polímero e está em conformidade com essas regras. As orientações do


REACH são descritas, e depois são desenvolvidas técnicas analíticas, como a

cromatografia de permeação em gel e métodos alternativos. O capítulo descreve

também a situação dos polímeros de baixa massa molecular.

No Capítulo 5 o leitor encontrará a forma de identificar os aditivos dentro de um

polímero e determinar de que forma esses aditivos estão em conformidade com a

legislação REACH.

O Capítulo 6 explica os testes necessários para cada um das substâncias identificadas

como potencialmente perigosas. Estes testes são descritos no anexo do REACH e estão

classificados em quatro categorias diferentes: testes sobre as propriedades físico-

químicas, propriedades ambientais, dados toxicológicos e dados eco-toxicológicos.

Também são considerados métodos alternativos, tais como métodos in-vitro e

computacionais, e, finalmente, são fornecidos métodos para o agrupamento de

substâncias em categorias e a utilização de substâncias de referência para evitar o teste

de materiais semelhantes.

Finalmente, o Capítulo 7 lida com a informação relacionada com a utilização e

exposição, onde é feita uma avaliação através de um cenário de exposição, e onde são

descritas as condições operacionais e as medidas de gestão dos riscos.

Esta ferramenta compreensiva será utilizada pelas empresas que estão activas na

indústria de polímeros para as ajudar na identificação sobre se estão ou não em

conformidade com a regulamentação REACH, e de tomar medidas apropriadas se não

for o caso.
Referências

1. S. Erler, Framework for Chemical Risk Management Under REACH, Smithers Rapra

Technology Ltd, Shrewsbury, UK, 2009.


Capítulo 2: Definições

2.1. Monómeros

2.1.1. Definição de Acordo com a Organização Internacional de Normalização

De acordo com a norma ISO 472 (Plásticos-Vocabulário), a definição de um monómero

é: Um composto que consiste em moléculas em que cada uma delas é capaz de fornecer

uma ou mais unidades constitucionais [1].

2.1.2. Outras Definições

Um monómero (do Grego mono ’um’ e meros ‘parte’) é um átomo ou uma molécula

pequena que se pode ligar quimicamente a outros monómeros para formar um polímero

[2]. O monómero natural mais comum é a glucose, que se liga a polímeros tais como a

celulose e o amido, e é cerca de 76% em massa de toda a matéria das plantas. Mais

frequentemente, o termo monómero refere-se às moléculas orgânicas que formam

polímeros sintéticos, tais como, por exemplo, o cloreto de vinilo, que é utilizado para

produzir o polímero policloreto de vinilo (PVC).

2.2. Polímeros

2.2.1. Definição de Acordo com a Organização Internacional de Normalização

De acordo com a norma ISO 472 (Plásticos-Vocabulário), a definição de um polímero é:

Uma substância composta por moléculas caracterizadas pela repetição múltipla de uma

ou mais espécies de átomos (unidades constitucionais), ligadas umas às outras em

quantidades suficientes para proporcionar um conjunto de propriedades que não variam

marcadamente com a adição ou remoção de uma ou mais unidades constitucionais [1].


Referências

1. IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) Macromolecular

Nomenclature Commission, Pure and Applied Chemistry,40, N°3, pp477-491, 1974

2. R.J.Young, Introduction to Polymers, Chapmann & Hall, 1987


Capítulo 3 Identificação de Substâncias Poliméricas

Uma substância é considerada um plástico quando consegue deformar sob a acção de

forças externas; logo que as forças externas sejam interrompidas, o material mantém a

sua nova forma.

A palavra plástico tornou-se o nome genérico de compostos macromoleculares

orgânicos. Os materiais poliméricos são utilizados pelas suas propriedades mecânicas e

a sua capacidade se serem facilmente moldados. Estas qualidades estão ligadas à

estrutura, em diferentes níveis: o arranjo de diferentes átomos e grupos de átomos que

formam a molécula de polímero (macromolécula) até ao material constituinte do objecto

final.

3.1 Química Geral

A matéria consiste em átomos, organizados numa tabela (classificação de Mendeleev)

que refere 104 itens diferentes. O átomo é uma entidade electricamente neutra que

consiste num núcleo positivo (protões e neutrões) rodeado por uma nuvem de electrões

negativos.

Os átomos combinam-se para formar moléculas. Por exemplo, dois átomos de oxigénio

(2 x O) dão O2 (molécula di-oxigénio). Três átomos formam a molécula de ozono O3.

As propriedades das duas novas moléculas são diferentes da original.

Os átomos que se ligam para formar moléculas perdem as suas propriedades intrínsecas

para adquirirem propriedades novas.


3.1.1 Ligações Químicas

As ligações químicas envolvem electrões e átomos e podem ser distinguidas entre:

• Átomos idênticos: 2O → O2

• Átomos diferentes: H2 + O → H2O

Uma macromolécula é composta por vários motivos (sequências) estruturais de grupos

de átomos repetitivos.

Podem ser:

• Moléculas lineares compostas por cadeias longas, como o polietileno

• Moléculas tri-dimensionais: as ligações crescem em 3D, como para o poliéster

3.1.2 Reacções Químicas e de Valência

A natureza do elemento base (átomo) caracteriza as diferentes vias ou valências:

• O hidrogénio pode formar uma ligação simples, a sua valência é 1

• O oxigénio pode ligar-se duas vezes, a sua valência é 2

• O carbono pode ligar-se quatro vezes, a sua valência é 4

Existe uma reacção química quando duas moléculas se combinam para originar uma

nova molécula.

Por exemplo: C + O2 → CO2

Todas as reacções químicas são acompanhadas por um efeito térmico:

• Exotérmico quando existe uma produção de calor


• Endotérmico quando o calor é absorvido

Os plásticos são feitos de moléculas orgânicas, desenvolvidas a partir do carbono,

hidrogénio……

• As moléculas com ligações simples são denominadas saturadas (etano)

• As moléculas que consistem em ligações múltiplas são denominadas insaturadas

(etileno)

3.1.3 Definição de Materiais Plásticos

O termo genérico para plástico não designa um material simples. Assim como o termo

metal não está limitado ao ferro ou alumínio, o plástico refere-se genericamente a

materiais que diferem uns dos outros pelas suas estruturas, modos de produção,

composições e propriedades. Todos os plásticos têm contudo uma coisa em comum:

eles são compostos por grandes cadeias moleculares também denominadas

macromoléculas. A unidade básica destas cadeias é o monómero.

Estas macromoléculas, e por extensão os plásticos, também são chamadas de polímeros

(poli = muitos).

Em resumo, os plásticos são materiais cujos componentes principais são

macromoléculas orgânicas.

Os ingredientes básicos para o desenvolvimento de polímeros são os monómeros,

sobretudo provenientes do petróleo e do gás natural. O constituinte básico é o carbono.


É portanto possível obter polímeros a partir de biomassa ou outros componentes à base

de carbono.

Contudo, a maioria dos polímeros consumidos mundialmente são produzidos a partir do

petróleo pois é o método mais barato.

Um polímero é composto por 100-100,000 monómeros, mas os oligómeros são

constituídos apenas por um pequeno número de monómeros (4-15 unidades).

Os homopolímeros são constituídos por um monómero e os copolímeros por vários

monómeros.

3.1.4 Classificação de Polímeros

Existem muitas classificações para os polímeros, dependendo do método de produção

(polimerização, policondensação ou poliadição) ou de acordo com as suas propriedades

(termoplásticos, termoendurecíveis e elastómeros), ou alfabeticamente por acrónimos.

Também podem ser distinguidos pelas suas estruturas: cristalinos e amorfos.

Os acrónimos permitem a identificação fácil, uma vez que utilizam uma sequência de

símbolos que indicam a estrutura química. As letras adicionais são utilizadas para

descrever as cargas ou as suas propriedades básicas, tais como a densidade, como por

exemplo, o polietileno (PE) de alta densidade (HD) será HDPE.

Quando classificamos os polímeros de acordo com as suas propriedades, temos três

tipos principais de polímeros:


• Termoplásticos

• Termoendurecíveis

• Elastómeros

3.1.4.1 Material Termoplástico

Quimicamente, um polímero termoplástico tem uma estrutura linear. É composto por

cadeias macromoleculares ligadas umas às outras por forças coesivas. As cadeias podem

ser:

• Lineares e densas: neste caso o polímero é rígido, como o HDPE

• Ramificadas: neste caso o polímero será mais flexível do que o polietileno de

baixa densidade (LDPE)

Os termoplásticos podem ser fundidos repetidamente e são capazes de se dissolverem,

ou pelo menos são sensíveis ao inchamento sob a acção de muitos solventes. Eles são

rígidos à temperatura ambiente, amolecem com o aumento da temperatura e

eventualmente tornam-se fluidos. Os termoplásticos amorfos são semelhantes ao vidro,

quando comparados em termos de estrutura molecular e transparência. Eles distinguem-

se dos termoplásticos semicristalinos, que são leitosos e opacos. Quando um plástico é

transparente como o vidro, pode assumir-se que é um termoplástico amorfo (mas

atenção que existem excepções, tais como o polimetilpenteno).

Os termoplásticos constituem a maior proporção de materiais utilizados no mundo.

Exemplos de termoplásticos amorfos:

• Poli(acrilonitrilo-butadieno-estireno) (ABS)
• Poli(acrilonitrilo estireno acrílico)

• Policarbonato (PC)

• Polimetilmetacrilato (PMMA)

• Éter polifenileno

• Poliestireno (PS)

• Polisulfona

• Policloreto de vinilo (PVC)

• Poli(estireno acrilonitrilo)

Exemplos de termoplásticos semicristalinos:

• Poliamida

• Politereftalato de butileno (PBT)

• Polietileno (PE)

• Poliétercetona

• Politereftalato de etileno (PET)

• Polioximetileno (acetal)

• Polipropileno (PP)

• Polifenileno sulfito

3.1.4.2 Material Termoendurecível

Os termoendurecíveis são processados sob o impacto da temperatura, pressão e

produtos químicos. As macromoléculas reticulam durante a fase de cura. Este estado da

matéria é irreversível, e portanto os termoendurecíveis não podem ser fundidos de novo

após a reticulação. Eles são duros e rígidos quase até à temperatura de decomposição.

Esta família inclui vários materiais tais como compostos, resinas líquidas ou de
fundição e semi-produtos. Eles são inquebráveis e não fundem, são resistentes ao calor e

a ataques químicos.

3.1.4.2.1 Definições

• Compostos: são pós pré-reticulados com ou sem cargas e/ou reforços. Eles

precisam de calor e de pressão para serem processados.

• Resinas reactivas: as resinas reactivas são geralmente líquidos, endurecedores,

aceleradores e agentes de reticulação que são geralmente adicionados durante o

processamento. As resinas de poliéster insaturado (UP) formam um grupo

separado.

• Semi-produtos: poliésteres denominados compostos de moldação matéria-prima

ou compostos de moldação de folha. Podem encontrar-se no mercado outras

variantes tais como compostos de moldação de massa e composto de moldação

espessos.

Exemplos de materiais termoendurecíveis:

• Fenol formaldeído (fenólico)

• Ureia formaldeído

• Melamina-formaldeído

• UP

• Epóxi, epóxido

• Poliuretano
3.1.4.3 Elastómeros

Elastómero é o nome genérico para polímeros com massas moleculares elevadas e

propriedades elásticas. Eles podem ser naturais (borracha) ou sintéticos. Eles podem

sofrer alongamento que pode atingir várias vezes o seu comprimento original e depois

voltar à sua forma original.

Os elastómeros são altamente reticulados com ligações remotas que conferem

propriedades elásticas à temperatura ambiente.

Alguns tipos de elastómero são chamados ‘elastómeros termoplásticos’ à medida que a

reticulação desaparece quando aquecidos. Eles podem ser reciclados, ao contrário de

outros materiais desta família.

Exemplos de elastómeros:

• Estireno-butadieno-estireno

• Elastómero de Poli(estireno-etileno-butadieno-estireno)

• Borracha de terpolímero etileno propileno

• Copolímero de etileno vinil acetato

• Amida de bloco de poliéter

• Poliuretano termoplástico

• Elastómero termoplástico

• Poliolefina termoplástica
3.2 Métodos para Obtenção de Polímeros

A síntese de polímeros é um processo químico. Os métodos para a obtenção de

polímeros, ou métodos sintéticos, são divididos em três categorias:

• Polimerização

• Policondensação

• Poliadição

3.2.1 Polimerização

Durante o processo de polimerização, as moléculas básicas ou monómeros (as

moléculas têm ligações duplas) são quebradas em macromoléculas através de um

processo químico.

Exemplo de polimerização – o monómero de etileno [CH2] transforma-se em

polietileno:

n [CH2] → [CH2-CH2- CH2-CH2- CH2-CH22] n (3.1)

Onde:

n indica a sequência

No caso do HDPE, o valor de n pode variar desde 20,000 até mais de um milhão!

3.2.2 Policondensação

Durante o processo de policondensação, as moléculas mãe (monómeros) são

transformadas em macromoléculas através de acção química.


Durante a reacção química, a ligação é quebrada e é libertada água (H2O) ou outras

substâncias.

Exemplo de policondensação – diamina + ácido adípico = adipamida polihexametileno

+ água:

[NH2]-[CH2]6 -NH2 + CO-[CH2]4-CO → [[NH2]-[CH2] 6-NH + CO-[CH2] 4-]n + H2O

(3.2)

No caso do nylon 66, o número de átomos de carbono no monómero é crucial para a

classificação do nylon. De facto os dois materiais contêm 6 átomos de carbono, daí

chamar-se poliamida 66.

3.2.3 Poliadição

A poliadição é semelhante à policondensação mas, neste caso, as ligações químicas não

se separam. O hidrogénio (H) é transportado do grupo álcool para o grupo isocianato.

A sequência n é também muito importante. De acordo com os materiais utilizados,

podem obter-se desde poliuretanos lineares ou poliuretano reticulado até poliuretano

altamente reticulado.

Exemplo de poliadição: isocianato + poliol = poliisocianato

-CHO O = C = N-[CH2]4-N = C = O + HO-[CH2]-OH + O = C = N-[CH2]-

→ [-CH2-O-CO-NH-[CH2] 4-NH-CO-O-[CH2]4-O-CO-NH-[CH2]4-]n (3.3)


3.3 Propriedades dos Polímeros

Os polímeros possuem muitas propriedades inerentes e/ou conferidas pela adição de

aditivos.

As propriedades são geralmente distinguidas por categorias gerais (famílias):

propriedades físicas, reológicas, mecânicas, térmicas, eléctricas e químicas (Tabela

3.1). Podemos adicionar propriedades específicas a este inventário. Todas estas

propriedades estão resumidas numa ficha de dados (produzida pelos fabricantes)

permitindo aos designers escolherem o material certo para as aplicações desenhadas e

permitindo aos transformadores gerirem os parâmetros para o processamento.

Existem inúmeras bases de dados (de aceso livre ou restrito) que identificam estes dados

(Figura 3.1).

A densidade é a propriedade mais famosa para os materiais poliméricos e a principal

causa de substituição de metais por plásticos, mas existem muitas outras propriedades,

estando as principais resumidas na tabela abaixo:

Tabela 3.1 Principais propriedades dos polímeros

Propriedades genéricas Propriedades associadas Propriedades específicas

Propriedades ópticas Cor

Propriedades físicas Transparência

Índice de refracção
Birrefringência

Dilatação térmica

Condutividade térmica

Propriedades térmicas Calor específico

Absorção de água

Permeabilidade a gases

Absorção dieléctrica

Propriedades eléctricas N/A Resistência dieléctrica

Propriedades eléctricas superficiais

Temperatura de transição

Propriedades Temperatura de deflexão sob carga

termomecânicas Temperatura de amolecimento de

N/A Vicat

Temperatura de deformação

Tracção

Compressão

Flexão

Propriedades dinâmico N/A Torção

mecânicas Impacto

Dureza

Desgaste

Fricção

Comportamento de N/A Envelhecimento físico


longo termo Deformação

Relaxação

Fadiga

Envelhecimento térmico

Envelhecimento ambiental

Figura 3.1 Exemplo de fichas de dados para o LDPE (propriedades térmicas) obtidas a

partir da Plasturgienet, a base de dados desenvolvida pelo PEP. Reproduzido com

permissão do PEP.
Neste capítulo iremos apenas discutir alguns conceitos e propriedades em relação ao

REACH, incluindo o conceito de massa molecular média e distribuição de massa

molecular.

3.3.1 Massa Molecular Média

A síntese industrial leva a diferentes massas moleculares. De facto, uma fonte

importante de variabilidade é o número n, isto é, o número de padrões (Secção 3.1.1).

Os mecanismos químicos de síntese nunca permitem um único valor. Eles desenvolvem

um sistema no qual podem variar as moléculas, as massas moleculares e os

comprimentos de cadeia. Mas as propriedades mecânicas e físicas dos polímeros

dependem deste valor (n). É por isso essencial medir este valor e saber a sua

distribuição. Os métodos analíticos permitem o cálculo da distribuição destes valores,

mas é uma prática comum avaliar os valores médios que representam os parâmetros

sobre as propriedades do material nas suas aplicações.

Nós definimos a massa molar de – A – por MA e a massa molar de uma molécula (A)n

por nMA.

3.3.2 Distribuição de Massa Molecular

Definição de distribuição molecular:

• Numa amostra várias proporções de moléculas possuem vários comprimentos

• A distribuição desta proporção na amostra é denominada distribuição molecular

Para cada sequência desta distribuição a massa molecular correspondente é:


• Mn = massa molecular média – expressão em número

• Mw = massa molecular média - expressão em massa

• Mz (massa média z)

A massa molecular numérica média, Mn, é definida pela fórmula:

Mn = ∑(NnnMA)/ ∑Nn (3.3)

Onde Nn é o número de cadeias (A)n com uma massa molecular de nMA e ∑Nn o

número total de cadeias diferentes na amostra.

A massa molecular média Mw é definida pela fórmula

Mw = ∑{Nn(nMA)2}/∑NnnMA (3.4)

Onde ∑NnnMA é a massa total da amostra.

Exemplo: As propriedades dos polímeros dependem de ambas as massas médias:

• Um elevado valor de Mn permite propriedades mecânicas elevadas

• Um valor baixo de Mw permite facilidade de processamento

A massa molecular de z, Mz é definida pela fórmula:

Mz = ∑{Nn(nMA)3}/∑{Nn(nMA)2} (3.5)
Você sabia que… a magnitude Mn <Mw <Mz é sempre respeitada?

O objectivo das diferentes massas médias é que elas podem ser medidas directamente

através de métodos físicos absolutos.

A Mn é medida através de métodos físicos sensíveis apenas ao número de moléculas

presentes na solução. Estes métodos são muitas vezes sensíveis mas têm a vantagem de

contar moléculas, quaisquer que sejam as suas fórmulas químicas. Mesmo se os

métodos forem absolutos, eles apenas contam as extremidades, o que significa que a

estrutura é bem conhecida e estudada sem falhas, o que é apenas uma hipótese.

A Mw é medida através da intensidade da luz dispersada à volta de um feixe por uma

solução diluída do polímero. A dificuldade destes métodos é a eliminação da dispersão

de partícula exogéneas na solução, porque a metodologia é sensível ao tamanho das

moléculas. É o método mais utilizado em actividades de Investigação e

Desenvolvimento.

A magnitude de Mw é de algumas centenas até vários milhares (polietileno de elevada

massa molecular).

3.3.3 Sistemas Monodispersos e Polidispersos

A distribuição molecular média é quantificada pela razão Mw/Mn. Quando esta razão se

aproxima de 1, o sistema é visto como tendo uma distribuição molecular estreita. O

sistema é denominado como sendo monodisperso.


Quando a distribuição é constituída por vários tamanhos moleculares, o sistema é

denominado polidisperso.

O valor inteiro de 1 nunca é obtido mas significaria que todas as cadeias têm o mesmo

tamanho, o que é muito improvável.

As diferenças nos tamanhos das cadeias fornecem as propriedades intrínsecas do

material.

3.4 Métodos para a Caracterização

O método preferido para determinar se um material se encontra dentro da definição de

polímeros de acordo com o Registo, Avaliação e Autorização de Produtos Químicos

(REACH) é a cromatografia de permeação em gel (GPC). A GPC é um método

utilizado para determinar a massa molecular média e a sua distribuição. Os polímeros

são dissolvidos numa solução diluída que é injectada num tubo contendo substâncias de

filtração que separam as diferentes moléculas dependendo do seu tamanho. O cálculo é

feito sobre o número de ocorrências presente numa dada localização no tubo.

A representação gráfica é uma curva de distribuição clássica.


Figura 3.2 Representação gráfica de uma curva de GPC. Reproduzida com a permissão

do PEP.

Pode encontrar-se a definição de massa molecular média e distribuição molecular no

guia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) TG

118 (1996).

Quando se antecipam ou encontram dificuldades práticas na utilização da GPC, estão

definidos métodos alternativos para a determinação de Mn num anexo à recomendação

da OCDE.

Existem vários métodos de análise quantitativa para determinar a percentagem de massa

de monómeros ou outras substâncias presentes na formulação na forma de monómeros


ou substâncias químicas relacionadas com as moléculas de polímero. Estes métodos

são:

• Espectroscopia de massa

• Cromatografia gasosa

• Espectroscopia de infravermelho

• Ressonância magnética nuclear

Existem três tipos principais de caracterização:

• Mecânica

• Térmica

• Reológica

Qualquer que seja o tipo de caracterização, a forma das amostras e condições de teste

são definidas dentro de um quadro normativo Europeu e Internacional.

Os parâmetros destas três categorias de propriedades são essenciais para saber como

avaliar as propriedades de uma parte de acordo com as suas especificações funcionais e

de processar o material polimérico em condições óptimas, incluindo calor, para o

preservar da degradação térmica. Existem outras propriedades que definem um material,

tais como propriedades físicas (densidade, transparência…) e a evolução do seu

comportamento ao longo do tempo (envelhecimento) de acordo com diferentes

condições.

Estas condições específicas são diferentes e quase inerentes a cada aplicação.


Sem limitação, estas várias condições são ambientes químicos específicos (ex.,

resistência ácida), condições climatéricas (ex., exposição prolongada a temperaturas

extremas), e exposição a radiação específica (raios gama)….

A determinação destas propriedades não será discutida neste capítulo. A avaliação da

resistência a estas condições é simulada por uma aproximação experimental (ex.,

Weather Ometer (Figuras 3.3 e 3.4)) ou aproximação real (testes de tracção executados

numa câmara térmica, por exemplo).

Figure 3.3 No weather ometer, a lâmpada de Xénon reproduz a luz natural.

Reproduzido com a permissão do PEP.


Figura 3.4 Painel commercial do Weather Ometer. Reproduzido com a permissão do

PEP.

Também é importante ter em conta o desenvolvimento de biopolímeros. As suas

propriedades são específicas (comportamento de degradação, por exemplo), e

apresentam novas condições de deterioração devido a condições naturais ou sob

condições de compostagem, por exemplo.

3.4.1 Propriedades Mecânicas

3.4.1.1 Testes Mecânicos

As propriedades mecânicas afectam directamente os mercados uma vez que elas estão

entre as propriedades mais importantes para as especificações.

Os módulos, os valores de resistência à tracção e impacto são essenciais para a selecção

do material certo para uma determinada aplicação.


O comportamento mecânico é geralmente estudado através da deformação do material

sob uma carga (Figura 3.5).

O valor calculado mostra a relação: deformação – tensão:

Podemos resumir a fórmula σ = E x γ por:

Tensão = módulo x deformação (3.6)

Existem vários métodos de análise quantitativa para determinar a percentagem em

massa de monómeros e outras substâncias na formulação na forma de monómeros ou

substâncias químicas relacionadas com as moléculas de polímero. Estes métodos são a

espectrometria de massa, a cromatografia gasosa, e espectroscopia de infravermelho e a

ressonância magnética nuclear.

Figura 3.5 Testes Mecânicos – sistema Zwick para propriedades mecânicas.

Reproduzido com a permissão do PEP


3.4.1.2 Testes de Tracção

Os testes de tracção determinam o módulo de Young, a resistência à tracção, a tensão de

cedência e o alongamento à rotura. A informação contida nestes valores é utilizada para

antecipar o comportamento do material. Por exemplo, um material com uma elevada

resistência à tracção e baixo alongamento é resistente ao mesmo tempo que é

quebradiço, tal como os materiais compósitos altamente carregados com fibras. Um

material com baixa resistência à tracção e elevado alongamento será fraco mas dúctil;

este é o caso dos materiais elastoméricos.

Os testes de tracção são definidos pelas normas ISO 527/ASTM D638.

3.4.1.3 Testes de Flexão

Os testes à flexão são importantes quando são necessárias propriedades de rigidez. As

propriedades medidas são muito importantes para aplicações estruturais.

Os testes à flexão determinam o módulo de Young, o módulo à flexão, a resistência à

flexão e o módulo secante.

Os testes à flexão são definidos como parte das normas ISO 178/ASTM D790.

3.4.1.4 Testes Dinâmico mecânicos ou Termomecânicos

Estas propriedades determinam o comportamento mecânico de materiais sob diferentes

temperaturas. Por exemplo, podemos saber o módulo de um material em função da

temperatura. Os testes também mostram o valor do ponto de amolecimento, da


temperatura de transição vítrea, do comportamento viscoelástico, da janela de

processamento….

Os testes introduzem um novo conceito: corte (o módulo de corte é a razão entre a

tensão de corte e a deformação).

A transição vítrea corresponde à zona de temperatura onde o polímero se torna mais

flexível. Abaixo deste ponto o polímero é rígido e frágil, e acima dele o polímero é

menos rígido e dúctil.

Os testes são definidos na norma ASTM D5279.

3.4.1.5 Testes de Impacto

Estes testes determinam a capacidade de um material absorver energia.

A resistência ao impacto de um material é a capacidade de resistir à falha ou ruptura sob

impacto, ou a sua capacidade de resistir à ruptura sob tensão.

Podemos definir:

• A fractura quebradiça devido à falta de ductilidade (elasticidade)

• A fractura dúctil significa baixa deformação (devido à elasticidade)

Os testes de queda de dardo determinam a energia necessária para partir a amostra

baseada na massa e na altura da carga que cai sobre a amostra. A energia de impacto é a

massa multiplicada pela altura desta queda. É expressa em Joules.


Os testes de impacto instrumentado caracterizam o comportamento ao impacto de

plásticos rígidos com perfuração utilizando instrumentos que medem as forças e as

setas.

Os ensaios de impacto de Charpy e Izod medem a energia consumida pela carga para

partir a amostra. A amostra pode ser previamente entalhada para promover a fractura

quebradiça em vez da fractura dúctil. A falha representa a zona de concentração de

tensões favorecendo a propagação de fracturas.

Os testes de Charpy e Izod estão definidos nas normas ISO/WD 180/ASTM D256,

ASTM D4812/ISO 179.

3.4.1.6 Testes de Compressão

Os testes de compressão determinam as propriedades compressivas dos plásticos

rígidos. Eles não são muito adequados para materiais flexíveis mas são contudo uma

forma de saber a deformação de elastómeros termoplásticos.

Estes testes são semelhantes aos anteriores, excepto que eles comprimem o material em

vez de o esticarem. Os dados obtidos através destes métodos quantificam a resistência à

compressão, tensão de ruptura e módulo em compressão.

Os testes de compressão estão definidos na norma ASTM D695/ISO 604.


3.4.1.7 Testes de Fluência

A característica dos materiais viscoelásticos é que as suas propriedades são dependentes

da temperatura, taxa de corte e tempo. Os testes de caracterização ocorrem ao longo de

um curto período de tempo e sendo assim não consideram a evolução das propriedades

ao longo do tempo. Todos os testes mencionados acima podem ser realizados num

modo de fluência. Isto determina o módulo e a resistência de fluência. Estes valores são

essenciais para prever o comportamento de peças plásticas ao longo do tempo.

O princípio é medir a deformação ao longo do tempo e o tempo de ruptura ou fractura

da amostra sob uma carga constante sob várias condições ambientais.

Os testes de fluência estão descritos nas normas ASTM D2990/ISO 899-1/ISO 899-2.

3.4.2 Propriedades Térmicas

As propriedades térmicas são medidas através de diferentes métodos tendo em conta a

resposta do material ao tempo e temperatura quando este é sujeito a determinadas

mudanças de temperatura.

As propriedades térmicas essenciais são a temperatura de fusão, a temperatura de

cristalização, a temperatura de transição vítrea e os coeficientes de expansão e

contracção.

Estes valores são determinados pela distorção de calor (HDT), calorimetria diferencial

de varrimento (DSC), análise termogravimétrica (TGA) e análise termomecânica.


3.4.22.1 Testes dee Distorçãoo de Calor

Estess testes medem


m a teemperatura à qual um
ma dada amostra
a defforma sob uma

deterrminada carrga e sob condições


c d imersão específicas: um banhoo de óleo com
de c a

tempperatura a auumentar graadualmente..

Os obbjectivos daa HDT estãoo definidos na norma ASTM


A D648/ISO 75.

3.4.22.2 Temperaatura de Am
molecimentoo de Vicat

O poonto de Vicaat (ou tempeeratura de amolecimen


a nto de Vicatt) representaa a temperattura à

qual uma agulhha penetra uma profuundidade dee 1 mm nuuma amosttra, a uma dada

tempperatura. Oss provetes são colocadoos num ban


nho de óleo aquecido a 50 ºC ou a 120

ºC (F
Figura 3.6).

Os testes que determinam


d m o ponto de
d Vicat estão definiddos como pparte das no
ormas

ASTM D1525/t ISO 306.

Figgura 3.6 HD
DT – teste de
d amolecim
mento de Viccat. Reprodduzido com a permissão
o do

PEP
3.4.2.3 Calorimetria Diferencial de Varrimento

O DSC baseia-se na gravação da diferença na temperatura entre uma amostra sujeita a

um programa de temperatura pré-determinado e uma amostra de linha de base (Figura

3.7). Para cada teste, obtém-se a curva da temperatura ou tempo baseada nos diferentes

fluxos térmicos.

Este teste pode determinar:

• A temperatura de transição vítrea

• A temperatura de fusão

• A temperatura de cristalização

Os testes de DSC estão definidos nas normas ASTM D3417/ISO 11357.

Figura 3.6 DSC. Reproduzido com a permissão do PEP

3.4.2.4 Análise Termogravimétrica

O TGA mede as mudanças em massa de uma amostra quando esta se decompõe ou

deteriora dentro de um forno. A decomposição de compostos voláteis reduz a massa do


provete. O método é relevante, por exemplo, para a medição da taxa de cargas inertes

numa amostra (Figura 3.7).

Os testes realizados no TGA estão definidos na norma ISO 9924.

Figura 3.7 TGA. Reproduzido com a permissão do PEP

3.4.2.5 Análise Termomecânica

Os testes termomecânicos são utilizados para determinar alterações de tamanho numa

amostra quando ela é aquecida.

A norma que define estes testes é a ISO 11359.


3.4.3 Propriedades Reológicas

Estas propriedades são essenciais para o desenho, processamento e utilização de peças

plásticas. Os plásticos são fluidos viscoelásticos, o que significa que eles possuem

ambas as propriedades: viscoso e elástico.

No estado líquido, o carácter dominante é o comportamento viscoso. A viscosidade é o

parâmetro medido mais comum e o mais fácil de medir. A viscosidade é dependente das

condições de fluxo e das propriedades do material. Ela representa a resistência de um

fluído a fluir sob determinadas condições.

3.4.3.1 Teste de Índice de Fluidez

O Índice de Fluidez mede a quantidade de material extrudido ao longo de uma fieira

com um diâmetro e comprimento definidos, e com uma temperatura e carga também

definidas. O valor é correlacionado inversamente com a massa molecular:

• Os materiais com um índice de fluidez (MFI) elevado têm uma baixa massa

molecular. Materiais para extrusão, moldação sopro e termoformação têm um

baixo MFI

• Para a injecção, eles possuem um MFI mais elevado.

As normas que definem estes testes são as ASTM D1236/ISO 1133.

3.4.3.2 Reometria Capilar

Este teste é muito semelhante ao teste descrito acima mas neste caso o pistão é movido

por um motor (no índice de fluidez é uma carga).


A taxa de corte pode ser definida. Os testes são muito úteis para o desenho de parafusos

de injecção.

A norma que define este teste é a ASTM D3595.

3.4.3.3 Reometria em Solução

Os testes baseados em soluções diluídas foram os primeiros métodos utilizados para

determinar a massa molecular média de polímeros em solução (Figura 3.8).

A norma que descreve este teste é a ASTM 2857.

Figura 3.8 Viscosímetro capilar para o teste de viscosimetria em solução. Reproduzido

com a permissão do PEP.

3.5 Aplicações: Mercados para Polímeros

As aplicações dos polímeros determinam os mercados principais.

Existem 6 mercados principais (Figura 3.9):


• Embalagem 34%

• Construção e Obras 23%

• Electricidade e Electrónica 9%

• Automóvel 8%

• Desporto e Lazer 3%

• Agricultura 2%

• Outros 21%

European Markets for Plastics (2008)
3% 2%

7% Packaging
6%
Building
38% Others 
Electrical
23% Automotive
Leisure ‐ Sport

21% Agriculture

Figura 3.9 Principais mercados para os plásticos, na Europa. Dados retirados de

Plastics Europe http://www.plasticseurope.org

Estes seis mercados representam aproximadamente 80% dos plásticos utilizados na

Europa. Os restantes 20% são em muitos outros mercados, apesar de menores em

massa, ele representam oportunidades com elevado potencial e elevado valor

adicionado, à medida que o mercado da saúde incluindo a explosão do sector

biomédico.
De acordo com o EuPC, existem cinco famílias volumosas de plástico, representando

75% de todos os plásticos utilizados na Europa:

• PE (LDPE – polietileno linear de baixa densidade - HDPE)

• PP

• PVC

• PS – poliestireno expandido

• PET

A demanda Europeia de plásticos por resina é dirigida principalmente pelas poliolefinas,

como se pode observar no gráfico abaixo (Figure 3.10)

European Plastics Demand by Resin (2009)

18% 19%

PP
PELD ‐ PELLD 
PEHD
7%
PVC
PS PSE
17%
8% PET
PUR
Others
8%
12%
11%

Figura 3.10 Mercados principais para os plásticos na Europa. Dados retirados de

Plastics Europe http://www.plasticseurope.org

 
3.5.1 Embalagem

O mercado de embalagens é o maior para os plásticos. As embalagens de plástico são

essenciais para a saúde humana e para a nutrição.

Este mercado divide-se em muitos segmentos, desde as embalagens básicas para

hambúrgueres até à protecção técnica para produtos médicos. Hoje em dia são utilizadas

tecnologias inovadoras em cada segmento deste mercado, contribuindo para melhorar a

nossa vida diária.

Os factores chave para este tópico são temas ambientais. Este sector tem um impacto

muito grande devido ao desenvolvimento de biomateriais e de legislação. Os novos

materiais degradáveis ou ‘biocompostáveis’ estão sujeitos a discussão e debates.

Os principais plásticos utilizados neste mercado são PE, PP, PVC, PS e PET.

3.5.2 Mercado de Construção e Obras

O mercado de Construção e Obras é a segunda área mais importante, com um volume

de 23% de todos os plásticos na Europa. Os plásticos são adequados para este sector

devido às suas propriedades: isolamento, produção em massa, reciclabilidade.

De acordo com o EuPC, as principais aplicações são:

• Tubagens

• Isolamento

• Cobertura de chão e de parede

• Molduras de janelas
Sabia que.... as molduras das janelas representam mais de 50% dos sistemas de janelas

na Europa!

Para este sector, o PVC é um dos materiais principais. A maioria das aplicações em

PVC possui elevada durabilidade nos mercados de obras e construção. Face a temas

ambientais, o PVC desempenha um papel crucial. Por esta razão, foi introduzido um

programa voluntário denominado Vinyl 2010 de forma a posicionar o PVC numa

política de desenvolvimento sustentável. Este programa tem como objectivo o

desenvolvimento de programas de I&D, estudos técnicos e económicos. Este programa

é único na Europa.

3.5.3 Mercado Eléctrico e Electrónico

A utilização dos plásticos no sector eléctrico é enorme, tanto nas aplicações do dia-a-dia

como em engenharia. Os plásticos fornecem segurança e permitem a produção em

massa.

O sector electrónico está sujeito à miniaturização e complexidade. A Plastronic

(Plastronic é uma nova palavra para plásticos e electrónica, utilizado no PEP para

definir este sector) é um dos factores chave para o desenvolvimento.

São utilizados os polímeros ‘clássicos’ e as suas misturas físicas, tais como PE, PP,

PVC, PS, ABS e PC(2). Mas os novos materiais com novas propriedades são

desenvolvidos de forma a ir ao encontro da procura, tais como os polímeros condutores


(polianilinas) e os polímeros de cristal líquidos utilizados para aplicações em micro

moldação por injecção.

3.5.4 Mercado Automóvel

O mercado automóvel é dirigido pela problemática da redução de massa. A redução de

massa é a forma de redução de consumo de combustível. Outro desafio chave para este

mercado é a importância dos sistemas electrónicos.

Sabia que...

• Sem os plásticos, os carros seriam cerca de 200-300 kg mais pesados

• As poupanças de combustível estão estimadas em 0.5 litros por 100 km, o que

representa 750 litros por 150,000 km

Existem muitos plásticos utilizados para peças automóveis (13 polímeros diferentes)

mas as três famílias principais são: PP (32%), poliuretano (17%) e PVC (16%).

3.5.5 Desporto e Lazer

A utilização de plásticos no mercado de lazer e desporto tem aumentado, durante muitas

décadas, o desempenho dos atletas.

Muitas das propriedades dos plásticos servem muito bem a necessidade de performance;

a primeira é a leveza.
Este sector utiliza muitos plásticos de engenharia, mas também plásticos muito técnicos,

assim como compósitos (com fibras de vidro ou de carbono). Este mercado está a

crescer, permitindo inovações tecnológicas. A principal característica deste mercado é a

sua grande diversidade: desde desportos de elite até jogos ao ar livre para crianças,

pesca recreacional e remo! Isto significa que existe uma grande diversidade de materiais

e processos.

O Mercado Europeu para equipamentos de desporto representa 44% da procura global a

€3,335 biliões de euros em 2005 para 10 países [12]: Espanha. França Itália, Portugal,

Alemanha, Reino Unido, República Checa, Hungria, Polónia e Eslováquia. O

crescimento anual é de 1.9% e a França emergiu como o maior mercado Europeu com

um volume de negócios de €8.8 biliões em 2005 (crescimento de 3.3%).

3.5.6 Agricultura

O sector da agricultura utiliza sobretudo termoplásticos tais como PE e PVC, com um

processo principal: extrusão. Este sector tem vindo a utilizar, durante muitas décadas,

tecnologias inovadoras que contribuem para melhorar as metas e a qualidade. Podem

ser, por exemplo, perfis técnicos de PC(2) que moldam os tectos de casas verdes e que

estão electronicamente equipados para maximizar as trocas de calor. De qualquer forma,

a indústria consome muitos filmes para muitas aplicações: drenagem, rega, cobertura

vegetal, protecção, casas verdes e muitos países Europeus trocaram para filmes

fotodegradáveis e biodegradáveis de forma a prevenirem problemas durante a

reciclagem devido à impossibilidade de recuperação desses filmes.


3.6 Conclusão

Os avanços tecnológicos e científicos na ciência de polímeros permitem uma melhor

compreensão do comportamento e da relação entre a estrutura e as propriedades dos

plásticos. Organizações de normalização nacionais e internacionais estabeleceram

padrões para responder aos clientes, cada vez mais conscientes dos temas relacionados

com a segurança, a saúde e o ambiente.

Os fabricantes têm de corresponder com as especificações de forma a desenvolver

produtos para novos mercados e fornecerem informação aos consumidores.

Hoje em dia, a responsabilidade é orientar os fabricantes e consumidores. A directiva

REACH é um exemplo excelente, porque os objectivos principais do REACH são

assegurar:

• Um nível elevado de protecção da saúde humana e ambiental contra os ricos

potenciais dos produtos químicos

• A promoção de métodos de teste alternativos

• A livre circulação de substâncias no Mercado Europeu e impulsionar a

competitividade e inovação.
Referências

1. P. Trotignon, M. Piperaud, J. Verdu and A. Dobraczynski, Précis de Matières

Plastiques, Afnor Nathan, Paris, França, 1992.

2. D. Wyart, Plastiques et composites – Abécédaire et Fiches Matériaux, Weka,

França, 2005.

3. Pratique des Plastiques et Composites – Choix, Contrôle, Production, Qualité,

Dunod, França, 2009.

4. A. Tcharkhtchi, Plastiques et Composites Polymères Plasturgie, Techniques de

l’Ingénieur, França, 2004.

5. W. Michaeli, Training in Plastics Technology, Hanser Publishers, Cincinnati, OH,

USA, 1991.

6. D.C. Hylton, Understanding Plastics Testing, Hanser Publishers, Cincinnati, OH,

USA, 2004.

7. M. Carrega, Les Polymères, de la Molécule à l’Objet, EDP Sciences, França, 1999.

8. Guidance for Monomers and Polymers, Agência Europeia de Produtos Químicos

(ECHA) Publishers, 2007.

9. M. Reyne, Technologie des Plastiques, HERMES, França, 1998.


10. European Plastics Converters.

http://www.plasticsconverters.eu

11. Plastics – The Facts 2010 An analysis of European Plastics Production, Demand

and Recovery for 2009, Plastics Europe Publishers (Association of Plastics

Manufacturers), 2010.

12. Plastilien, 2007, 40, 58

 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 Métodos para Determinar se um Material está Abrangido
pelo REACH

4.1 Introdução

Os materiais não intrinsecamente tóxicos e os polímeros estão isentos do regulamento

do Registo, Avaliação, Autorização e restrição de Produtos Químicos (REACH),

contudo, de forma a estarem isentos, é necessário que existam regras para a

especificação de um material como sendo um polímero, o que significa que é necessário

analisar os materiais para demonstrar conformidade com estas regras.

Este capítulo refere brevemente que regras se devem aplicar para definir um material

como sendo um polímero e as técnicas analíticas disponíveis para demonstrar a

conformidade com estas regras. A cromatografia de permeação em gel (GPC) é a

técnica analítica mais óbvia que se deve utilizar para demonstrar que um material é um

polímero, e isto é descrito em algum detalhe, mas ao mesmo tempo também são

mencionadas outras técnicas analíticas.

Não deve haver nenhuma dificuldade em definir um material como sendo um polímero

para a maioria dos materiais poliméricos de utilização comum, mas existem

inevitavelmente materiais em que, ou o material está perto dos limites abrangidos nas

‘regras REACH’, ou a técnica analítica principal não pode ser aplicada imediatamente.

4.2 Linhas orientadoras do REACH e definição de um Polímero

É necessário rever inicialmente as ‘regras’ REACH para um polímero e depois

considerar como é que estas regras se relacionam com a GPC e com qualquer outra

técnica analítica possível de ser utilizada.


A definição de um polímero está descrita na Secção 2.2 do Guia de orientação

‘Guidance on the implementation of REACH’ da Agência Europeia de Produtos

Químicos (ECHA) ou no Artigo 3(5) do Regulamento. Estes documentos apresentam

regras que necessitam essencialmente que um material esteja constituído por mais de

50% de moléculas de polímero e de ter não mais do que 50% de todas as moléculas com

a mesma massa molecular (Mw). As moléculas de polímero são depois identificadas

como possuindo pelo menos três unidades monoméricas anexadas a outra unidade

monomérica ou outro reagente. Existem mais definições dos vários termos mas

essencialmente isto levanta duas regras chave para determinar se uma substância é um

polímero:

1. A Regra‘3M+1’: mais de 50% da substância deve ter uma massa molecular igual

ou maior do que a Mw correspondente a três unidades de monómero unidas a

outra unidade de monómero ou outro reagente

2. A Regra ‘< 50%’: Menos do que 50% da substância deve ter uma Mw específica

Claramente, um polímero com Mw média a alta e possuindo uma distribuição definida


(i.e. não existe 50% ou mais em massa de espécies com a mesma massa molecular MW)
estarão qualificadas para ser um polímero, contudo, podem existir dificuldades com
substâncias com Mw comparativamente mais baixas e com qualquer molécula grande
com uma Mw específica.

4.3 Técnicas Analíticas

O guia de orientação da ECHA ‘Guidance on the implementation of REACH’ identifica

a GPC como o método preferencial para determinar se uma substância cumpre a

definição de ser um polímero de acordo com as regras do REACH. Este documento

denota que as orientações sobre a determinação no número médio de Mw e da


distribuição de Mw usando a GPC estão disponíveis nas orientações Teste (TG) 118

(1196) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e

também refere que se existirem dificuldades práticas com a GPC o documento também

identifica métodos analíticos alternativos.

4.3.1 Cromatografia de Permeação em Gel

A GPC é a técnica mais amplamente utilizada para a análise, ou caracterização, da

distribuição de Mw de polímeros. A GPC pode ser aplicada à maior parte dos diferentes

tipos de polímeros e é de longe a técnica mais simples de aplicar e que dará informação

acerca de toda a distribuição de Mw, contudo, a GPC é uma técnica secundária e possui

limitações que precisam de ser compreendidas. A GPC pode ser combinada com outras

técnicas, algumas das quais reclamam ser absolutas, mas mais uma vez as limitações a

estas aproximações, bem como as suas vantagens, precisam de ser bem percebidas.

A GPC também é amplamente descrita como cromatografia de exclusão de tamanho.

4.3.1.1 Instrumentação

Um sistema de GPC básico consistirá nos seguintes componentes:

• Reservatório de solvente

• Desgaseificador do solvente (omitido em algumas circunstâncias)

• Bomba cromatográfica de boa qualidade

• Introdução da amostra (geralmente como parte de um auto-amostrador)

• Coluna(s) de fraccionamento

• Detector de concentração

• Sistema de recolha e de tratamento de dados


• Contentor de resíduos de solvente

Estes podem consistir em módulos individuais ou podem ser construídos numa ou mais

unidades integrais. O sistema pode (em alguns casos) ser operado à temperatura

ambiente, ou algumas partes ou todo o sistema pode estar dentro de uma unidade de

temperatura controlada. Os filtros do solvente estão provavelmente presentes em

diferentes partes do sistema e os detectores adicionais podem estar em linha.

4.3.1.1.1 Reservatório de Solvente

O reservatório do solvente será normalmente suficientemente grande para conter

solvente suficiente para um conjunto completo de análise – circulação de calibradores e

amostras. Em algumas situações, as medições podem ser feitas de forma a cobrir o

solvente com gás inerte.

4.3.1.1.2 Desgasificador do Solvente

A desgasificação do solvente é feita, antes de mais, para ajudar na obtenção de taxas de

fluxo uniformes, a partir da bomba. A probabilidade disto acontecer varia com o tipo de

solvente.

A desgasificação do solvente pode ser realizada off-line e pode ser aplicada uma

cobertura de solvente no reservatório, de forma a limitar a re-gasificação do solvente,

mas é mais comum utilizar desgasificadores online onde o solvente flui através de uma

membrana semipermeável dentro de uma câmara de vácuo.

4.3.1.1.3 Bomba Cromatográfica


Têm sido utilizados vários tipos de bombas para a GPC, mas o requisito para a

uniformidade de fluxo é maior para a GPC do que para a maioria das outras técnicas

cromatográficas líquidas. Hoje em dia, a maioria das bombas são do tipo de pistão

alternativo mas com as medições tomadas de forma a obter-se um fluxo mais uniforme.

As taxas de fluxo, para a GPC analítica, serão tipicamente à volta de 1.0 mL/min mas

existem circunstâncias em que são normais os fluxos abaixo de 0.2 mL/min ou acima de

2.0 mL/min.

A consistência de fluxo para uma análise específica e particularmente para o tempo de

cada ensaio é de importância crítica na GPC convencional. Mesmo com bombas de boa

qualidade, é prática normal aplicar correcções de taxa de fluxo baseadas no tempo ou

volume de eluição para um pico específico.

4.3.1.1.4 Introdução da Amostra e Amostragem Automática

A prática normal é a introdução da amostra através de um circuito de amostra e de uma

válvula de comutação. Isto pode envolver o enchimento e comutação manual de um

circuito para o fluxo do eluente, mas é mais comum ter o circuito da amostra e a válvula

de comutação como parte do amostrador automático.

O volume de injecção e a concentração da amostra dependerão da sensibilidade do

detector e da natureza da amostra. Alguns detectores utilizados em GPC não são muito

sensíveis e existe a tentação de aumentar a massa da amostra injectada, contudo,

também é possível ter efeitos de viscosidade adversos, especialmente para polímeros de

elevada Mw, e é frequentemente necessário existir um compromisso sobre o volume e a

concentração da amostra utilizados na cromatografia.


A utilização de amostragem automática permitirá uma introdução da amostra mais

uniforme e tem uma vantagem particular quando a solução da amostra precisar de ser

aquecida antes da injecção.

4.3.1.1.5 Coluna(s) de Fraccionamento

As colunas utilizadas para a GPC são enchidas com materiais porosos de tamanho de

partícula uniforme. O material é normalmente um polímero reticulado mas pode ser

inorgânico. Com a GPC, o polímero é fraccionado em função do seu tamanho solvatado

(hidratado) e o fraccionamento depende do grau ao qual o polímero solvatado é capaz

de aceder aos poros do enchimento da coluna. O enchimento da coluna deve ser

compatível com o solvente e deve ser inerte ao polímero que está a ser fraccionado (não

deve haver nenhuma adsorção ou outra interacção entre o polímero fraccionado e o

enchimento da coluna) e o tamanho dos poros deve ser de ordem de grandeza

semelhante ao tamanho solvatado das moléculas que estiverem a ser separadas.

As colunas de GPC estão disponíveis com tamanhos de poro específicos ou com uma

gama de tamanhos de poro dentro de uma única coluna. As colunas de tamanho de poro

específico serão normalmente usadas em séries com uma gama de diferentes tamanhos

de poro de forma a serem compatíveis com a gama de Mw expectável da amostra e dos

polímeros calibradores. Os diferentes tamanhos de poro precisam de ser combinados de

uma forma através da qual se possa obter uma calibração livre de quaisquer

descontinuidades e é necessário algum cuidado na sua selecção. Para as colunas com

uma gama de tamanhos de poro dentro de uma coluna, o fabricante da coluna misturou

os diferentes tamanhos de poros de uma forma óptima para se obter uma boa calibração

– isto estará normalmente perto de dar uma relação linear para o log(Mw) versus o
volume de eluição da calibração e estas colunas serão normalmente descritas como

colunas ‘lineares’ ou de ‘leito misto’. Estas colunas de ‘leito misto’ estarão disponíveis

com diferentes gamas de Mw.

Para a GPC com solventes orgânicos, o enchimento da coluna será normalmente

poliestireno reticulado com divinilbenzeno ou simplesmente polidivinilbenzeno

reticulado. Nos anos recentes tem havido uma tendência para produzir uma gama de

colunas quimicamente modificadas para aplicações específicas – esta modificação será

geralmente intencionada para reduzir o potencial de efeitos de adsorção adversos. O

enchimento da coluna também pode passar por outros tratamentos para o tornar mais

específico para a aplicação.

Para a GPC com eluentes de base aquosa, estão disponíveis colunas com várias

composições químicas de coluna e estas serão mais adequadas para aplicações

específicas. Estará prontamente disponível informação sobre condições cromatográficas

apropriadas (incluindo o tipo de coluna) para polímeros solúveis em água bem

estabelecidos, mas é geralmente necessária muita actividade de desenvolvimento para

os novos polímeros solúveis em água.

Os enchimentos de coluna em materiais inorgânicos porosos (por ex., baseados em

sílica) podem ser utilizados com eluentes de base orgânica ou aquosa mas encontram-se

mais frequentemente na GPC aquosa de biopolímeros, tais como proteínas e

polipéptidos.

4.3.1.1.6 Detectores de Concentração


O detector de concentração mais utilizado em GPC é o detector de índice de refracção

diferencial (DRI). Este é praticamente universal na sua aplicação mas uma vez que a

resposta é em função da concentração e do índice de refracção diferencial (dn/dc) para a

composição polímero/eluente, a resposta varia tanto com a composição química do

polímero como com a composição química do solvente/eluente. Um exemplo clássico

das limitações do detector DRI em GPC verifica-se para o poli(dimetilsiloxano)

(PDMS) com tetrahidrofurano (THF) como solvente. Acontece que o PDMS é

isorefractivo com o THF, e como o PDMS é rapidamente solúvel em THF,

simplesmente não é detectado usando o detector DRI; afortunadamente este tipo de

polímero pode ser rapidamente analisado alterando simplesmente o solvente utilizado.

Os detectores DRI não são geralmente muito sensíveis e necessitam de concentrações de

solução de polímero comparativamente maiores.

O detector de dispersão de luz evaporativa (ELSD) também é utilizado frequentemente

para a GPC. Este também é quase universal em aplicação e é menos sensível às

alterações ambientais mas é significativamente mais caro de comprar e operar. O ELSD

depende de uma corrente gasosa para conduzir o solvente e nebulizar o polímero/eluato

à medida que as partículas vão sendo quantificadas pela luz dispersa. Outras

desvantagens da ELSD, para além do custo, são o potencial de perda de componentes

voláteis com o solvente e um requisito de que cada aditivo do solvente é também

volátil. É importante evitar confusão entre o ELSD e outros detectores de dispersão de

luz – o ELSD é simplesmente um detector de concentração enquanto outros detectores

de dispersão de luz respondem à Mw do polímero.


Os detectores de Ultra-Violeta e infravermelho são utilizados para GPC mas as

aplicações são limitadas. Têm de existir bandas de absorção apropriadas para o

polímero correspondendo a janelas apropriadas no espectro do eluente.

4.3.1.1.7 Recolha de Dados e Manipulação de Dados

É possível gravar a resposta do detector num gravador de gráficos e calcular os dados de

Mw manualmente, mas os cálculos na GPC convencional são bastante complexos. É

normal existir uma manipulação dedicada de dados para a GPC. Os cálculos são

diferentes de outras aplicações cromatográficas e é necessário um software

desenvolvido especialmente com o objectivo da GPC.

4.3.1.2 Condições Cromatográficas

4.3.1.2.1 Solventes e Temperatura

O tetrahidrofurano (THF) tem sido um bom solvente para uma grande variedade de

polímeros e tem sido reconhecido como um solvente padrão para a GPC desde os

primórdios da técnica. A GPC com THF é provavelmente a aplicação mais simples -

pode ser realizado à temperatura ambiente, mas é mais reprodutível se for realizada a

temperatura controlada (por exemplo, 30 ºC). O clorofórmio ou o diclorometano

também são simples de utilizar para GPC e a gama de tipos de polímeros que se

dissolvem nestes solventes clorados complementa muito bem a gama que pode ser

tratada utilizando o THF. A GPC com estes solventes clorados simples também é

normalmente realizada perto da temperatura ambiente; no entanto, a resposta DRI é

frequentemente fraca quando comparada à GPC com THF.


Quando a GPC começou a ser utilizada, pensava-se que esta seria uma boa técnica para

a medição da MW das poliolefinas. O polietileno e o polipropileno são polímeros de

utilização corrente muito importantes, mas não existem solventes à temperatura

ambiente para estes polímeros, e quaisquer medições em soluções poliméricas precisam

ser realizadas acima de 140 ºC. Foram rapidamente desenvolvidos equipamentos de

GPC para a elevada temperatura das poliolefinas, e enquanto a aplicação continua a ser

difícil, é muito mais simples do que qualquer outra abordagem para obter informações

sobre a MW de poliolefinas. A GPC de temperatura elevada do polietileno e

polipropileno é normalmente realizada com solventes aromáticos clorados (por

exemplo, 1,2-diclorobenzeno ou 1,2,4-triclorobenzeno) a temperaturas entre os 140 ºC e

os 160 ºC. As poliolefinas precipitarão da solução se houver qualquer parte do sistema

cromatográfico abaixo de uma temperatura crítica (dependente da MW, mas

normalmente superior a 135 ºC) e é essencial que qualquer ponto frio seja evitado. A

GPC de temperatura elevada de poliolefinas é bem adequada para a operação com uma

unidade totalmente integrada com todos os componentes chave a temperatura elevada.

A GPC com solventes polares é normalmente requisitada para os tipos de polímeros

polares. Os solventes mais frequentemente encontrados para estas aplicações são N,N'-

dimetilformamida, N,N'-dimetilacetamida e N,N'-dimetilsulfóxido. É prática normal

adicionar um sal (por exemplo, 0.1 M de brometo de lítio) para reduzir a aglomeração

das cadeia e os efeitos de adsorção da coluna, e os sistemas são normalmente operados a

temperatura elevada (tipicamente 80 ºC) para reduzir a viscosidade do solvente. A

temperatura elevada ajudará muitas vezes à solubilidade do polímero e em alguns casos

pode até ser crucial.


A GPC com solventes fenólicos (por ex., 1,2-clorofenol ou 1,3-cresol) a alta

temperatura era uma prática comum para os poliésteres saturados tais como

poli(tereftalato de etileno) e poliamidas, mas estes têm agora sido amplamente

substituídos pela utilização de álcoois fluorados. A GPC com fenol/triclorobenzeno à

volta dos 120 ºC continua a ser uma prática comum para a poli(éter-éter cetona) e para

os polímeros com ela relacionados.

Tem sido verificado que os álcoois fluorados, tal como o 1,1,1,3,3,3-hexafluoro-2-

propanol são bons solventes para poliésteres e poliamidas e esta é agora a abordagem

mais comum para a GPC dos mesmos e para uma gama de tipos de polímeros de outra

maneira difíceis. O Trifluoroacetato de sódio é normalmente adicionado como um sal e

a operação é muitas vezes realizada a 40 ºC para reduzir a viscosidade.

A GPC com base aquosa é realizada com uma gama muito ampla de eluentes. É

geralmente necessário ter presente um sal e o pH controlado por tampão, mas para

algumas situações também será necessário um modificador orgânico. Diferentes tipos

de polímeros podem exigir uma composição de eluente muito diferente, mas isto

também irá variar de acordo com a química do enchimento da coluna. Enquanto um

tampão neutro (por exemplo, nitrato de sódio 0.2 M com 0.05 M de tampão fosfato de

sódio dihidratado, ajustada para pH 7.0) será apropriado para muitos polímeros solúveis

em água neutra, um pH mais elevado será provavelmente necessário para polímeros

aniónicos, e para polímeros catiónicos é necessário pH baixo/elevado teor de sal. É

provável que seja necessária a adição de um modificador orgânico se houver qualquer

conteúdo hidrofóbico ao polímero.


4.3.1.2.2 Calibração Convencional da Cromatografia de Permeação em Gel

A prática padrão em GPC convencional é a de executar uma série de dez a doze

calibradores de distribuição estreita com MW conhecida e utilizar os volumes de eluição

dos máximos dos picos para criar uma calibração que é o log(MW) versus volume (ou

tempo) de eluição (ou retenção).

Se o sistema de GPC for calibrado utilizando calibradores de distribuição estreita da

mesma composição química e estrutura da amostra do polímero, então a GPC

convencional deve dar a medição mais precisa de todas as abordagens de calibração

disponíveis. Infelizmente, isto é limitado pela existência de poucos tipos de polímeros

para os quais estão disponíveis bons calibradores. Existem gamas boas de MW de

calibradores de poliestireno linear e poli(metilmetacrilato) com distribuição estreita

disponíveis para utilização com solventes orgânicos. Também existem calibradores de

poli(etilenoglicol), poli(óxido de etileno), poli(ácido acrílico), sódio polisulfonado e

polissacarídeo Pululan que podem ser utilizados em aplicações com alguns solventes

orgânicos específicos ou com base aquosa, mas a gama de MW pode ser restringida ou

os calibradores podem ser de uma distribuição mais ampla do que idealmente

pretendido.

Se houver informações confiáveis disponíveis na literatura para os parâmetros de Mark

Houwink para a amostra e para os polímeros calibradores no solvente a ser utilizado,

então pode ser aplicada uma correcção matemática (o procedimento de 'Calibração

Universal’), no entanto, os resultados podem ser menos ambíguos se forem expressos

como ‘equivalente de MW’, e esta é uma prática comum.


As ramificações de cadeia longa irão restringir a solvatação de um polímero de tal

forma que a GPC convencional irá sempre subestimar a MW de um polímero ramificado

de cadeia longa.

A OCDE TG 118 faz referência específica à utilização de poliestireno para a calibração

do GPC, mas não refere que o método pode precisar de ser modificado para certos

polímeros e refere como exemplos os polímeros solúveis em água e polímeros

ramificados. A utilização de calibradores solúveis em água apropriados (por exemplo,

polissacarídeos Pullulan ou poli(óxido de etileno)) deve ter uma modificação apropriada

para polímeros solúveis em água, mas os de ramificação de cadeia longa só podem ser

realmente permitidos pela utilização de um procedimento de calibração alternativo.

4.3.1.2.3 Detectores Alternativos e Abordagens para a Calibração

Parte da luz difundida por uma solução polimérica é descrita uma "dispersão Rayleigh"

e será uma função da massa média Mw e da concentração das soluções poliméricas, e se

utilizado on-line pode medir a MW do polímero sem a necessidade de uma calibração de

coluna. Da mesma forma, a viscosidade intrínseca está relacionada com a MW do

polímero e os detectores de pressão diferencial (viscosidade) também oferecem

potencial para a medição on-line da MW.

Os detectores de espalhamento de luz estão disponíveis como difusor de luz de ângulos

múltiplos (MALS - multi-angle light scattering), difusor de luz de baixo ângulo (LALS

- low-angle light scattering) ou difusor de luz de ângulo recto (RALS - right-angle light

scattering). Os detectores MALS e LALS são aplicações modernas das medições de

difusão de luz tradicionais, em que a luz difundida era medida por uma gama de ângulos
e concentrações e era utilizada um gráfico Zimm para extrapolar para concentração zero

e para ângulo zero. Na medição de GPC a concentração é assumida como estando perto

de zero e para LALS o ângulo também se aproxima de zero. O valor para a difusão de

luz é fundamentalmente uma propriedade da concentração de Mw em cada ponto de

volume de eluição. Uma correcção angular é necessária quando se utilizam detectores

de RALS - este pode ser insignificante a baixa MW, mas a alta MW a correcção é

geralmente fornecida a partir de uma medição do detector de viscosidade quando a

difusão de luz é combinada com a viscosidade e a concentração para dar uma

abordagem GPC de detector triplo.

Os detectores de pressão diferencial, ou viscosidade, têm uma resposta que é uma

função do tamanho da molécula de polímero e da sua concentração. Estes podem ser

utilizados com um detector de concentração para se obter uma ‘Calibração Universal’ –

isto é uma calibração que é o produto de log(MW) e log(viscosidade intrínseca) versus

volume de eluição. Esta abordagem é uma calibração de coluna (como na GPC

convencional), mas com uma tolerância a ser feita para qualquer variação no tamanho

solvatado. A abordagem de utilizar uma calibração convencional com uma correcção

matemática para o tipo de polímero é efectivamente a mesma mas com a viscosidade

intrínseca a ser prevista pela utilização dos valores da literatura dos parâmetros de Mark

Houwink.

Todas estas abordagens de multi-detector exigem o conhecimento exacto da

concentração da solução polimérica e não são adequados para polímeros de baixa MW

(onde será fraca a difusão de luz e/ou resposta do detector de viscosidade).


Estas abordagens de multi-detector são às vezes reclamadas como dando resultados

absolutos, mas na prática, a viscosidade por GPC permanece como uma calibração de

coluna (com possíveis elementos de detector de calibração), enquanto a GPC-dispersão

de luz ou GPC de detecção tripla são provavelmente melhor descritas como calibrações

de detector. Com a utilização de detectores múltiplos obtém-se maior ruído global e a

repetibilidade para ensaios replicados será mais pobre do que para a GPC convencional,

mas eles são a única abordagem baseada em GPC para 'verdadeiros' dados de MW e de

permissão para os efeitos da ramificação de cadeia longa.

4.3.1.2.4 Cromatografia de Permeação em Gel utilizando a OCDE TG 118 (1996)

A orientação da OCDE para a GPC está baseada numa norma (DIN 55672-1995) do

Deutshes Institut für Normung (DIN) que descreve a GPC realizada com THF como

solvente e com a calibração do sistema com poliestireno. Enquanto a OCDE TG 118 é

um pouco mais geral na sua aplicação, ainda assim ela realmente só se refere aos tipos

mais simples de aplicação da GPC - utilização de GPC convencional próxima da

temperatura ambiente. Na prática moderna, muita da GPC é realizada utilizando

condições consideravelmente diferentes destas. A OCDE TG 118 reconhece que outras

condições de GPC podem talvez ser necessárias, mas não dá nenhuma orientação para

que outras condições possam ser apropriadas.

Ao fazer referência à OCDE TG 118, pode assumir-se como apropriado expressar os

resultados como equivalente de MW. É evidente que esta abordagem deveria ser

satisfatória para demonstrar que um determinado material é de elevada MW e tem uma

distribuição alargada e, como tal, obedece à definição de um polímero. Isto pode não ser

tão simples para materiais de baixa MW ou de distribuição muito estreita. A OCDE TG


118 não faz referência à utilização de detectores sensíveis à MW, conforme descrito na

Secção 4.3.1.2.3 ou para a utilização da correcção matemática para a GPC

convencional, conforme descrito na Secção 4.3.1.2.2.

4.3.2 Outras Técnicas Analíticas

As orientações da ECHA referem que quando existem dificuldades práticas na

utilização da GPC, a OCDE TG 118 identifica métodos alternativos para medir a massa

molecular média em número (Mn). Não há informações sobre como estas técnicas

podem ser aplicadas para demonstrar que as regras '3M+1' e '<50%’ podem ser

satisfeitas.

A OCDE TG 118 identifica a utilização de um número de propriedades coligativas e a

análise de grupos terminais. Existem outros métodos analíticos com algum potencial

mas que não são mencionados.

4.3.2.1 Propriedades Coligativas

A osmometria de pressão de vapor (VPO) e a osmometria de membrana (MO) são

abordagens há muito estabelecidas para a medição da MW de polímeros e estas foram

bem utilizadas antes da introdução da GPC. Com a GPC sendo agora a técnica normal

de medição da MW de polímeros, diminuiu o número de laboratórios que utilizam a

osmometria e que possuem especialização nestas técnicas, apesar de a instrumentação

moderna ter provavelmente melhorado as medições reais.


A osmometria de pressão de vapor depende da medição da diferença de temperatura

entre a evaporação do solvente de uma solução polimérica e a evaporação do solvente

puro. O aperfeiçoamento na medição de pequenas diferenças na temperatura tornaram

esta medição mais sensível e aumentou a gama de MW sobre a qual ela pode ser

aplicada. A OCDE TG 118 nota que esta técnica é aplicável para MW menor de 20.000 -

a técnica pode ser aplicável acima deste nível, mas a precisão irá diminuir com o

aumento de MW.

A osmometria de membrana mede a diferença de pressão através de uma membrana

semi-permeável. Devido a imperfeições nas membranas, a técnica não é adequada para

polímeros de baixa MW e a TG 118 da OCDE aconselha uma gama de MW de 20,000 até

200,000. No passado, muitos laboratórios preparavam as suas próprias membranas, mas

isto agora é geralmente uma habilidade perdida e os utilizadores desta técnica estão

sobretudo limitados ao tipo de membranas que estão disponíveis comercialmente.

A OCDE TG 118 também cita a utilização de ebulioscopia (elevação do ponto de

ebulição), crioscopia (depressão do ponto de congelamento) e diminuição da pressão de

vapor como técnicas possíveis. Estas técnicas podem ser utilizadas, mas elas não são

certamente de utilização comum.

4.3.2.2 Análise de Grupos Terminais

Para alguns polímeros, a natureza dos grupos terminais oferece acesso fácil a várias

abordagens de química por via húmida para medir a concentração de grupos terminais, o

que pode originar uma medida da Mn, no entanto, é provavelmente mais comum a

utilização de técnicas espectroscópicas, tais como a ressonância magnética nuclear. A


utilização da análise de grupos terminais para a medição de Mn será sempre muito

específica para o tipo de polímero. É preciso que haja conhecimento da natureza da

composição química do grupo terminal, pois deve ter alguma propriedade que lhe

permita ser quantificado separadamente da cadeia do polímero. Também pode haver

necessidade de se ter em conta se o polímero é ramificado (muitos grupos terminais por

molécula) e se a natureza do grupo terminal é diferente para cada extremidade da cadeia

polimérica - para um polímero linear só haverá normalmente um grupo terminal por

cadeia que será mensurável.

4.3.2.3 Espalhamento de Luz

A Dispersão de Luz pode ser utilizada como uma técnica única (em vez de combinada

com a GPC) e costumava ser a abordagem padrão para medir a Mw antes da introdução

da GPC. A Dispersão de Luz, por si só, só dá a Mw e não é mencionada na OCDE TG

118, mas deve ter potencial para ser utilizada na verificação de se um material possui

uma MW elevada. A Dispersão de Luz não é sensível a polímeros de baixa massa

molecular e, portanto, de nenhum valor real para os casos marginais.

4.3.2.4 Espectroscopia de Massa MALDI - TOF

A espectroscopia de massa (MS) de dessorção/ionização laser asistida por matriz

(MALDI - Matrix-assisted Laser Desorption/Ionisation) – tempo de voo (TOF – Time

Of Flight) tem potencial para a medição de distribuições de Mw de polímeros, mas neste

método existem limitações que é preciso ter em conta.


A MALDI TOF MS depende da ionização de moléculas através de transferência de

energia absorvida a partir de um feixe de laser por uma matriz diferente; a energia que

está a ser transferida para a molécula de polímero analito e a análise das moléculas

ionizadas por espectroscopia de massa utilizando a diferença no tempo de vôo para

fracionar as moléculas ionizadas. Esta é uma abordagem de ionização "suave" e,

idealmente, obtêm-se iões moleculares (moléculas ionizadas, mas não fragmentadas) e,

portanto, dados de MW absolutos.

As principais desvantagens com a MALDI TOF MS é que ela só pode ser aplicada a

uma selecção de polímeros (geralmente mais simples para polímeros polares), que só

pode ser aplicada a polímeros com MW baixa a média e podem ser obtidas médias de

Mw enganadoras para polímeros com uma distribuição muito estreita.

A MALDI TOF MS pode ter um valor especial para algumas amostras de polímero de

distribuição estreita de baixa MW, perto dos limites de conformidade com as regras do

REACH. Se forem produzidos iões moleculares, os resultados devem identificar

inequivocamente a MW do ‘outro componente’ (o grupo terminal da cadeia) e os

oligómeros de menor MW - as diferenças de massa entre oligómeros dando identificação

eficaz das unidades repetitivas (monómeros). Espera-se que haja uma queda na resposta

do detector de MS à medida que aumenta a MW e as distribuições de MW medidas podes

ser tendenciosas para o final da MW baixa da distribuição (a proporção de oligómeros de

maior MW é subestimada).
4.4 Polímeros de Baixa Massa Molecular

Vai ser sempre mais difícil e questionável determinar se um material satisfaz os critérios

REACH para um polímero quando os materiais têm baixa MW e estão próximos das

regras que definem um polímero. Isto acontece porque em parte o cumprimento das

regras pode precisar de um exame minucioso e existem problemas fundamentais com a

quantificação de componentes de baixa MW.

Se os materiais tiverem uma MW de tal forma baixa que o cumprimento da regra '3M+1'

possa estar em dúvida, será necessário proceder a uma GPC de uma forma que fraccione

o polímero nos seus oligómeros individuais. Em seguida, é necessário identificar qual é

o pico de cada oligómero. Assumindo que isto seja possível, então precisa da

quantificação dos picos individuais para verificar se a regra '3M+1' é satisfeita.

A tabela abaixo mostra algumas quantificações como exemplo. Para estes exemplos,

assume-se que diferentes números de unidades monoméricas (N) são combinados com

um outro componente (P), mas o outro componente poderá ser outra unidade

monomérica:

Tabela 4.1 Exemplo de composições

Exemplo A Exemplo B Exemplo C Exemplo D


Número de unidades
monoméricas
P + N1 20% 20% - -

P + N2 40% 31% - -

P + N3 20% 29% 30% 10%

P + N4 15% 15% 40% 55%


P + N5 5% 5% 30% 25%

P + N6 - - 10% 10%

Para os exemplos na Tabela 4.1, o ‘Exemplo A’ contém apenas 40% de material que

está acima da regra ‘3M+1’ e claramente não cumpre esta regra. O ‘Exemplo B’

também não satisfaz a regra, mas apenas marginalmente. O ‘Exemplo C’ não satisfaz

claramente a regra ‘3M+1’. O ‘Exemplo D’ satisfaz a regra ‘3M+1’, mas como um

oligómero representa mais de 50% do material, ele deixa de ser classificado como um

polímero, devido à regra ‘<50%’.

4.4.1 Resposta do Detector na Cromatografia de Permeação em Gel para Baixa

Massa Molecular

Deve ser referido que existe quase sempre alguma variação na resposta do detector de

concentração com a MW, a baixa MW. Isto é bem reconhecido para a utilização de

detectores de DRI, onde diferentes MW de oligómeros têm diferentes dn/dc, mas

ocorrem variações semelhantes com outros detectores espectroscópicos (isto é devido à

contribuição crescente dos grupos terminam com MW decrescente). Não seria de esperar

que esta variação na composição química tivesse um efeito sobre a resposta de

detectores ELSD, mas para este detector ainda há hipótese de haver variações, devido à

maior volatilidade com a diminuição da MW.

A Figura 4.1 mostra o cromatograma de DRI obtido para o ensaio com poli(etileno

glicol) 200 utilizando THF como eluente. Utilizando as áreas onde se colocam as linhas

verticais a partir do mínimo entre os picos, o pico de 4 (que é o trímero, ou seja, P + N2

e não é considerado como sendo o polímero) constitui à volta de 50% da área do pico
total e a soma dos picos P + N3 e acima são pouco mais de 50%, este material parece

satisfazer os critérios para ser um polímero. Num eluente diferente, os tamanhos

respectivos dos picos iriam mudar e este material poderia então parece não satisfazer os

critérios para ser um polímero.

Figura 4.1 Cromatograma DRI para o PEG 200 em THF


Referências

1. Guidance for Implementation of REACH – Guidance for Monomers and Polymers,

Agência Europeia dos Produtos Químicos, Maio de 2008.

2. Determination of the Number-Average Molecular Weight and the Molecular Weight

Distribution of Polymers using Gel Permeation Chromatography, Testing Guidance

Document 118, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos, 1996.

3. A. Striegel, Modern Size-Exclusion Liquid Chromatography: Practice of Gel

Permeation and Gel Filtration Chromatography, 2nd Edition, 2009, John Wiley & Sons,

Inc., Hoboken, NJ, USA, 2009.

4. Z. Grubisic, P. Rempp and H. Benoit, Journal of Polymer Science: Polymer Letters

Edition, 1967, 5, 753.


Capítulo 5 Identificação de Componentes num Sistema Polimérico

5.1 Introdução

Os materiais poliméricos não são intrinsecamente tóxicos e os polímeros estão isentos

do Registo, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos (REACH).

Contudo, os fabricantes e os importadores podem ter de registar os monómeros e outras

substâncias utilizadas para sintetizar o polímero, tal como foi explicado no capítulo

anterior.

Um polímero também pode conter aditivos (estabilizadores), impurezas e outros

constituintes (definidos como espécies únicas que podem ser caracterizadas através da

sua identidade química única) que modificam e melhoram as propriedades químicas,

físicas e mecânicas. Excepto para os estabilizadores e impurezas, que são considerados

como parte da substância (polímero), os outros constituintes precisam de ser registados

para quantidades superiores a 1 tonelada por ano.

Este capítulo está dividido em duas secções:

• Definição de componentes num sistema polimérico e guias de orientação

REACH: breve revisão sobre os aditivos e constituintes geralmente utilizados na

preparação de um sistema polimérico e os guias de orientação para os

caracterizar. [1, 2]

• Métodos analíticos: descrição dos principais métodos utilizados para identificar

e caracterizar as substâncias incluídas num sistema polimérico.


5.2 Definição dos componentes num sistema polimérico e Orientações REACH

5.2.1 Estabilizadores

Os estabilizadores são definidos como os aditivos necessários para preservar a

estabilidade do polímero. Os estabilizadores são considerados como sendo parte da

substância (polímero) e não precisam de ser registados [2].

Os estabilizadores incluem:

• Estabilizadores ao calor e anti-oxidantes necessários para proteger o polímero

da degradação oxidativa durante o processamento e a sua utilização final. Eles

são geralmente adicionados pelos produtores de resinas como parte do seu

processo de fabrico. As embalagens de estabilização incluem geralmente um

antioxidante primário fenólico em combinação com um antioxidante secundário,

tal como um fosfato ou tioéster.

• Estabilizador à luz para a preservação durante a utilização. Os típicos

estabilizadores à luz são as aminas impedidas capazes de inibir os radicais

produzidos pelos efeitos climatéricos, absorvedores de ultravioleta (UV) tais

como benzofenonas, oxamilidas, benzotriazolas e hidroxifeniltriazinas que

funcionam absorvendo a radiação UV e prevenindo a formação de radicais

livres.

• As concentrações encontram-se geralmente na gama dos 0.05% até 2%, sendo

que em algumas aplicações podem chegar aos 5% [3].

5.2.2 Não-estabilizador

Outros componentes ou ‘aditivos poliméricos’ podem também ser adicionados para

melhorar o desempenho dos polímeros mesmo que eles não sejam necessariamente
utilizados para preservar a estabilidade do polímero. As cargas são utilizadas nos

polímeros por uma variedade de razões: redução do custo, melhoria do processamento,

controlo da densidade, efeitos ópticos, condutividade térmica, controlo da expansão

térmica, propriedades eléctricas, propriedades magnéticas, retardação da chama e

melhoria das propriedades mecânicas, tais como dureza e resistência ao rasgamento.

5.2.2.1 Pigmentos

Os pigmentos são pós finos de várias cores utilizados para colorir plásticos, borrachas e

papel e para a produção de tintas de impressão e outros corantes:

• Os pigmentos orgânicos são substâncias de coloração sintética com várias

estruturas químicas. Os pigmentos azo e diazo são muito importantes. As suas

cores vão desde o amarelo esverdeado até ao bordeaux. Os pigmentos

ftalocianinos são complexos azuis-claros de cobre com ftalocianina. A

clorinação do cobre ftalocianina origina um pigmento verde-claro; a introdução

simultânea de cloro e bromo origina um pigmento verde amarelado.

• Os pigmentos inorgânicos são minerais naturais com um conteúdo elevado de

óxidos de ferro, produtos sintéticos obtidos através de precipitação química e

por calcinação de materiais naturais, e vários sulfitos, selenidos, óxidos e

cromados.

5.2.2.1.1 Identificação

A informação analítica necessária é a composição química determinada com dados

espectroscópicos (ultravioleta-visível (UV-Vis), espectroscopia de infravermelhos (IV),

difracção de raios-X, fluorescência de raios-X, espectroscopia de massa, ressonância


magnética nuclear) e impressão digital cromatográfica (cromatografia líquida de alta

eficiência (HPLC), cromatografia gasosa (GC)) [1].

5.2.2.2 Lubrificantes

Servem para diminuir as forças friccionais encontradas entre os polímeros, superfícies

metálicas do equipamento de processamento e cargas. Eles estão classificados como:

• Externos (insolúveis) que fornecem lubrificação entre o polímero e a superfície

metálica do equipamento de processamento. Tipicamente são ceras de

polietileno, ceras de polietileno oxidado, parafinas, sabões metálicos, ésteres

(elevada esterificação), amidas, ácidos gordos.

• Internos (semi-solúveis, plasticizadores) que reduzem a viscosidade global

através da compatibilidade parcial com o polímero, fornecendo lubrificação

intermolecular com a porção menos solúvel da molécula. Tipos clássicos são os

álcoois gordos, ésteres (baixa esterificação), copolímero de etil-vinil acetato

(EVA).

5.2.2.2.1 Identificação

A informação analítica necessária é a composição química determinada com dados

espectroscópicos e cromatografia de impressão digital, como já descrito anteriormente

para os pigmentos.

5.2.2.3 Agentes Anti-estáticos

Os agentes anti-estáticos são incorporados no polímero para reduzir a formação de

cargas estáticas. Os agentes anti-estáticos internos são desenhados para serem

misturados directamente no material e os agentes anti-estáticos externos são aplicados à


superfície. Os agentes anti-estáticos mais comuns estão baseados em amidas e aminas

alifáticas de cadeia longa, sais de amónia quaternários, ésteres de ácido fosfórico,

ésteres de polietileno glicol, ou polióis.

5.2.2.3.1 Identificação

A informação analítica necessária é a composição química determinada com dados

espectrsocópicos e impressões digitais cromatográficas, como já descrito anteriormente

para os pigmentos.

5.2.2.4 Cargas Minerais

As cargas minerais são utilizadas tanto como diluentes baratos como cargas funcionais.

As características que determinam as propriedades que as cargas irão transmitir a um

compósito são a forma da partícula, o tamanho da partícula, a área superficial e a

compatibilidade partícula-matriz. As cargas minerais mais conhecidas no sector

polimérico são o talco, o carbonato de cálcio, sílica precipitada, negro de fumo,

bentonite e wolastonite.

5.2.2.4.1 Identificação

‘Um mineral é definido como uma combinação de constituintes inorgânicos tal qual são

encontrados na crosta terrestre, com um conjunto de características relativas à

composição química, formas cristalinas (desde altamente cristalina até amorfa) e

propriedades físico-químicas’ [1].


Os minerais estão isentos de registo, se eles não forem quimicamente modificados. A

identificação de muitos minerais deve ser baseada na composição química e estrutura

interna. A informação analítica necessária é:

• Composição elementar: revisão global da composição do mineral

independentemente do número de constituintes e das suas proporções na

fluorescência de raio-X (XRF) do mineral.

• Dados espectrais (difracção de raio-X (XRD) ou IV) para a identificação de

estruturas cristalográficas.

• Propriedades físico-químicas: Dureza, capacidade de inchamento, forma,

densidade, área superficial.

5.2.2.5 Agentes de Nucleação

Os agentes de nucleação são aditivos que fornecem núcleos para a cristalização

heterogénea. Eles são geralmente insolúveis no polímero e com um ponto de fusão

superior ao do polímero. Os agentes de nucleação típicos são sais derivados de ácidos

carboxílicos (ex., benzoato de sódio) e cargas inorgânicas. Eles são efectivos em

quantidades de partes por milhão.

5.2.2.5.1 Identificação

A informação analítica necessária é a composição química determinada com dados

espectroscópicos e impressões digitais cromatográficas.

5.2.2.6 Retardadores de Chama

Os retardadores de chama têm como função retardar ou parar o processo de combustão

de polímeros. A acção dos retardadores de chama é geralmente desempenhada por


aditivos ou através de modificação polimérica que leva a efeitos de retardadores de

chama físicos ou químicos tanto na fase condensada como na gasosa. Na maioria dos

retardadores de chama, o tipo de acção (química ou física) ou a fase de ocorrência

(condensada ou gasosa) são combinadas num mecanismo complexo de retardação

global [4]. Actualmente existem basicamente 7 elementos que são amplamente

utilizados neste campo: boro, alumínio, fósforo, antimónio, cloro e bromo.

5.2.2.6.1 Identificação

A informação analítica necessária é a composição química determinada com dados

espectroscópicos e impressões digitais cromatográficas.

No caso dos retardadores de chama baseados em minerais, tais como o hidróxido de

magnésio e o alumínio, é necessária informação adicional acerca da cristalografia e da

forma da partícula, tal como descrito anteriormente para as cargas minerais.

5.2.3 Impurezas

As impurezas são constituintes intencionais do polímero tais como os resíduos de

catalisadores ou o monómero não reagido. As impurezas são consideradas como sendo

parte da substância e não precisam de ser registadas separadamente [2].

5.2.4 Reforços

A definição de um compósito polimérico reforçado é uma combinação de:

• uma matriz (numa resina termoplástica ou termoendurecível, tal como poliéster,

isopoliéster, vinil éster, epóxi, fenólica) polimérica (plástico).


• Um agente de reforço tal como vidro, carbono, aramida ou outro material de

reforço tal que existe uma proporção de aspecto suficiente (comprimento ou

espessura) de forma a fornecer uma função de reforço discernível numa ou mais

direcções.

5.3 Métodos Analíticos

5.3.1 Métodos de Separação

Os aditivos poliméricos descritos anteriormente devem ser identificados e

caracterizados no seu estado puro e não como parte do sistema polimérico, portanto eles

devem ser extraídos do sistema polimérico. Alguns dos métodos de extracção são

descritos a seguir [5].

5.3.1.1 Extracção sólido-líquido

A maioria dos aditivos são solúveis nos solventes mais habituais, e, como regra, pode

ser encontrado um solvente que extrai o aditivo e deixa o polímero não dissolvido. Para

análise de vestígios o método geralmente aplicado é a extracção sólido-líquido. Os

compostos de interesse são isolados utilizando uma gama de procedimentos tais como

agitação vigorosa, ultra-sons, extracção de Soxhlet e extracção por solvente acelerada

ou assistida por micro-ondas.

Uma das mais utilizadas é a extracção Soxhlet. Tipicamente, uma extracção de Soxhlet

só é necessária quando o composto desejado tiver uma solubilidade limitada num

solvente, e a impureza for insolúvel nesse solvente.


Normalmente, o material contendo o composto desejado é colocado dentro de um

cartuxo feito a partir de papel de filtro espesso, que é colocado na câmara principal do

extractor de Soxhlet. O extractor de Soxhlet é colocado num frasco contendo o solvente

de extracção. O Soxhlet é depois equipado com um condensador.

Figura 5.1 Representação esquemática de um extractor de Soxhlet

O solvente é aquecido até ao refluxo. O vapor do solvente viaja (sobe) por um braço de

destilação e flui até à câmara que contém o cartuxo com o sólido. O condensador

assegura que qualquer vapor do solvente arrefece e cai, escorrendo para baixo e

regressando para a câmara que contém o material sólido.

A câmara que contém o material sólido enche-se lentamente com o solvente quente.

Quando a câmara do Soxhlet está cheia, a câmara é automaticamente esvaziada por um

braço de sifão lateral, com o solvente correndo de volta para o balão de destilação. Este

ciclo pode repetir-se muitas vezes. Durante cada ciclo, uma porção do composto
desejado dissolve-se no solvente. Depois de vários ciclos o composto fica concentrado

no balão de destilação.

Após a extracção, o solvente é removido utilizando um evaporador rotativo, produzindo

os aditivos extraídos. Posteriormente é feita uma separação em componentes através da

separação cromatográfica.

5.3.1.2 Dissolução e precipitação

A precipitação de uma solução, ou reprecipitação, requer a utilização de um bom

solvente da matriz polimérica. Uma vez dissolvida, a matriz polimérica pode ser

precipitada através de um arrefecimento simples, como no caso do polipropileno ou do

polietileno, ou através da utilização de um bom não-solvente. Normalmente, em último

caso, a solução é vertida num excesso (pelo menos de dez vezes) de um não-solvente

para o polímero, mas solvente para os aditivos (geralmente metanol ou acetonitrilo). Os

aditivos que permanecem na fase líquida são então separados por cromatografia e

analisados.

5.3.1.3 Filtração e centrifugação

Se o sistema polimérico contém componentes insolúveis (tais como cargas minerais)

estas podem geralmente ser removidas por filtração (com a ajuda de um filtro) ou por

centrifugação. O material insolúvel é então lavado várias vezes com o solvente utilizado

para dissolver a matriz polimérica.


5.3.1.4 Separação de misturas de aditivos em componentes

Tal como discutido acima, as misturas de aditivos extraídas dos sistemas poliméricos

devem ser separadas em componentes através de métodos cromatográficos.

A separação da mistura extraída em fracções de composição definida é realizada por GC

e HPLC:

• A cromatografia gasosa (GC) é um tipo comum de cromatografia utilizada em

química analítica para a separação e análise de compostos que podem ser

vaporizados sem decomposição. Na cromatografia gasosa, a fase móvel (ou ‘fase

em movimento’) é um gás transportador, geralmente um gás inerte como o hélio

ou um gás não reactivo como o azoto. A fase estacionária é uma camada

microscópica de líquido ou de polímero sobre um suporte sólido inerte, dentro

de um pedaço de tubo de vidro ou de metal chamado coluna. Os compostos

gasosos que estão a ser analisados interagem com as paredes da coluna, que é

revestida com diferentes fases estacionárias. Isto faz com que cada composto

consiga eluir em tempos diferentes, o que é conhecido como o tempo de

retenção do composto. A comparação dos tempos de retenção é o que dá à GC a

sua utilidade analítica. São utilizados vários detectores na cromatografia gasosa.

Os mais comuns são o detector de ionização de chama e o detector de

condutividade térmica. Alguns cromatógrafos gasosos são conectados a um

espectrómetro de massa que funciona como detector.

• A cromatografia gasosa de alta eficiência (HPLC) é uma técnica cromatográfica

que pode separar uma mistura de compostos. A HPLC utiliza geralmente

diferentes tipos de fases estacionárias, uma bomba que movimenta a(s) fase(s)

móvel e um analito através da coluna, e um detector para proporcionar um


tempo de retenção característico para o analito. O detector também pode

fornecer informações adicionais relacionadas com o analito, (i.e., dados

espectroscópicos de UV-Vis ou espectro de massa, etc., dependendo do

equipamento de detecção). O tempo de retenção do analito varia de acordo com

a força das suas interacções com a fase estacionária, da razão/composição de

solvente(s) utilizado(s), e com a taxa de fluxo da fase móvel. A HPLC oferece

um poder de separação muito elevado (até 650 pratos teóricos/cm da coluna),

sendo assim capaz de separar oligómeros, séries homólogas e até mesmo

isómeros.

Figura 5.2 Representação esquemática do sistema de GC

5.3.2 Espectroscopia UV-visível

A espectroscopia de UV-Vis refere-se à espectroscopia de absorção ou espectroscopia

de reflectância na região espectral do ultravioleta-visível. Isto significa que utiliza a luz

nas gamas do visível e adjacentes a ele (UV próximo e IV próximo). Nesta região do

espectro electromagnético, as moléculas sofrem transições electrónicas [6].


A espectroscopia de UV-Vis é utilizada rotineiramente em química analítica para a

determinação quantitativa de diferentes análises, tais como iões metálicos de transição,

compostos orgânicos altamente conjugados e macromoléculas biológicas. A lei de Beer-

Lambert estabelece que a absorvância de uma solução é directamente proporcional à

concentração da espécie absorvente na solução e o comprimento da trajectória. Assim,

para uma trajectória de comprimento fixo, a espectroscopia de UV-Vis pode ser

utilizada para determinar a concentração do absorvedor numa solução. É necessário

saber quão rapidamente a absorvância muda com a concentração. Isto pode ser retirado

a partir de referências, ou determinado a partir de uma curva de calibração. Um

espectrofotómetro de UV-Vis pode ser utilizado como um detector para HPLC. A

presença de um analito dá uma resposta que se assume ser proporcional à concentração.

O instrumento utilizado na espectroscopia de ultravioleta-visível é chamado

espectrofotómetro de UV-Vis. Ele mede a intensidade da luz que passa através de uma

amostra (I), e compara-a com a intensidade da luz antes de passar através da amostra

(Io). A relação I/Io chama-se transmitância (T) e é normalmente expressa como uma

percentagem (% T). As partes básicas de um espectrofotómetro são uma fonte de luz,

um suporte para a amostra, uma grade de difracção num monocromador ou um prisma

para separar os diferentes comprimentos de onda da luz, e um detector. A fonte de

radiação é muitas vezes um filamento de tungsténio (300-2500 nm), uma lâmpada de

arco de deutério, que é contínuo na região do ultravioleta (190-400 nm), lâmpadas de

arco de xénon, que é contínua a partir 160-2,000 nm. O detector é tipicamente um tubo

fotomultiplicador, um fotodíodo, um arranjo de fotodíodos ou um dispositivo de carga

acoplada. As amostras para a espectrofotometria de UV-Vis são frequentemente

líquidos, embora também possa ser medida a absorção de gases e até mesmo de sólidos.
5.3.3 Espectroscopia de Infravermelho

A espectroscopia de infravermelho é uma técnica simples e confiável, amplamente

utilizada em química orgânica e inorgânica, na pesquisa e na indústria. A espectroscopia

de infravermelho explora o facto de que as moléculas absorvem frequências específicas

que são características da sua estrutura. Estas absorções são frequências de ressonância,

ou seja, a frequência da radiação absorvida corresponde à frequência da ligação ou do

grupo que vibra. As energias são determinadas pela forma das superfícies de energia

potencial molecular, as massas dos átomos, e o acoplamento vibracional associado. A

porção infravermelha do espectro electromagnético é normalmente dividida em três

regiões, o infravermelho próximo, o médio e o longínquo, nomeadas de acordo com a

sua relação com o espectro visível. A energia de IV próximo mais elevada,

aproximadamente a 14000-4000 cm-1 pode excitar as vibrações de sobretom ou as

harmónicas. O infravermelho médio, a cerca de 4000-400 cm-1, pode ser utilizado para

estudar as vibrações fundamentais e a estrutura rotacional-vibracional associada. O

infravermelho longínquo, a cerca de 400-10 cm-1, ao lado da região de microondas, tem

baixa energia e pode ser utilizado para espectroscopia rotacional. O espectro de

infravermelho de uma amostra é registado através da passagem de um feixe de luz

infravermelha através da amostra. A examinação da luz transmitida revela quanta

energia foi absorvida em cada comprimento de onda. Isto pode ser feito com um feixe

monocromático, o que muda no comprimento de onda ao longo do tempo, ou utilizando

um instrumento com transformada de Fourier para medir todos os comprimentos de

onda de uma vez. A partir disto, pode ser produzido um espectro de transmitância ou

absorvância, mostrando a que comprimentos de onda de infravermelho é que a amostra

absorve. A análise destas características de absorção revela detalhes sobre a estrutura

molecular da amostra. Quando a frequência do IV é a mesma que a frequência


vibracional de uma ligação, ocorre absorção. Os espectros simples são obtidos de

amostras com poucas ligações activas de IV e níveis de pureza elevados. Estruturas

moleculares mais complexas levam a mais bandas de absorção e consequentemente a

espectros mais complexos.

5.3.4 Espectrometria de Massa

A espectrometria de massa (MS) é uma técnica analítica que mede a relação massa-

carga de partículas carregadas [7]. Ela é utilizada para determinar as massas das

partículas, para determinar a composição elementar de uma amostra ou molécula, e para

elucidar as estruturas químicas das moléculas.

Os instrumentos de MS consistem em três módulos:

• Uma fonte de iões, que pode converter moléculas da amostra na fase gasosa em

iões (ou, no caso da ionização electrospray, mover os iões que existem em

solução, para a fase gasosa)

• Um analisador de massa, que classifica os iões pelas suas massas através da

aplicação de campos electromagnéticos

• Um detector, que mede o valor de uma quantidade de indicador e, portanto,

fornece dados para o cálculo da abundância de cada ião presente

Num espectro de massa típico, o eixo dos xx é a razão m/z a aumentar e o eixo dos yy é

a abundância relativa de cada ião, que está relacionada com o número de vezes que um

ião da razão m/z atinge o detector. O espectro de massa de uma molécula complexa

compreende geralmente o ião molecular, que é a maior massa num espectro de EI. Este

pico representa a massa molecular do composto. A sua aparência depende da

estabilidade do composto. Existem regras gerais de fragmentação que são úteis para

prever ou interpretar o padrão de fragmentação produzido por um composto. Os grupos


funcionais e a estrutura geral determinam como é que algumas porções de moléculas

irão resistir a fragmentação, enquanto outras partes irão fragmentar facilmente.

Os padrões espectrais de massa são reprodutíveis. Os espectros de massa de muitos

compostos têm sido publicados e podem ser utilizados para identificar compostos

desconhecidos. Os instrumentos computadorizados contêm geralmente bibliotecas

espectrais que podem ser pesquisadas para verificar se existem correspondências.

Uma melhoria importante para as capacidades de resolução de massa e de determinação

de massa na espectrometria de massa é utilizá-la em conjunto com técnicas de separação

cromatográficas.

5.3.5 Difracção e Fluorescência de raios-X

As técnicas de dispersão de raios-X são uma família de técnicas analíticas não

destrutivas que revelam informações sobre a estrutura cristalográfica, composição

química e propriedades físicas dos materiais e filmes finos. Os raios-X são radiações

electromagnéticas com as energias típicas de fotões na gama de 100 eV - 100 keV. Para

aplicações de difracção, só são utilizados raios-X com comprimento de onda curta (raios

X de alta energia) na gama de apenas alguns angströms até 0,1 angströms (1 keV - 120

keV). Uma vez que o comprimento de onda dos raios-X é comparável ao tamanho de

átomos, eles são ideais para sondar o arranjo estrutural dos átomos e moléculas numa

ampla gama de materiais. Os raios-X energéticos podem penetrar profundamente nos

materiais e fornecer informações sobre a estrutura geral.


A Difracção de raios-X (XRD) é um método utilizado para determinar o arranjo dos

átomos dentro de um cristal, no qual um feixe de raios-X atinge um cristal e difracta em

muitas direcções específicas. A partir dos ângulos e intensidades destes feixes

difractados, um cristalógrafo pode produzir uma imagem tridimensional da densidade

de electrões dentro do cristal. A partir desta densidade de electrões, podem ser

determinadas as posições médias dos átomos no cristal, bem como as suas ligações

químicas, a sua desordem e várias outras informações. Uma vez que muitos materiais

podem formar cristais – tais como sais, metais, minerais, semicondutores, assim como

várias moléculas inorgânicas, orgânicas e biológicas – a cristalografia de raios X tem

sido fundamental no desenvolvimento de muitos campos científicos.

A equação de Bragg escrita abaixo é geralmente utilizada para determinar a distância

(d) entre os planos na rede atómica:

2 (5.1)

onde n é um número inteiro, λ é o comprimento de onda da onda incidente, d é o

espaçamento entre os planos na estrutura atómica e θ é o ângulo entre o raio incidente e

os planos de espalhamento.

Esta técnica é adequada para a identificação de cargas minerais.

A fluorescência de raios-X (XRF) é a emissão de raios-X "secundários" (ou

fluorescentes) característicos de um material que foi excitado pelo bombardeamento

com raios-X de alta energia ou raios gama. O fenómeno é amplamente utilizado para

análise elementar e análise química, particularmente na investigação de materiais de

metal, vidro, cerâmica e de construção. De forma a excitar os átomos, é necessária uma


fonte de radiação, com energia suficiente para expelir os electrões interiores bem presos.

Os mais utilizados normalmente são os geradores convencionais de raios-X, pois a sua

potência pode ser facilmente "sintonizada" para a aplicação, e porque pode ser

implantada maior energia em relação a outras técnicas. É utilizado um sistema de

detecção (dispersivo de comprimento de onda e dispersivo de energia) para medir os

picos de raios-X emitidos para medições quali/quant dos elementos e das suas

quantidades.

5.3.6 Ressonância Magnética Nuclear

A espectroscopia por ressonância magnética nuclear (RMN) é uma técnica poderosa que

pode fornecer informações detalhadas sobre a tipologia, a dinâmica e a estrutura

tridimensional de moléculas em solução e no estado sólido. É importante lembrar que,

com a RMN, estamos a realizar experiências com os núcleos dos átomos, e não com os

electrões. Assim, o ambiente químico de núcleos específicos é deduzido a partir de

informações obtidas sobre os núcleos [8]. Por esta razão, a medição de RMN não é

susceptível de dispersão de luz e outros distúrbios ópticos comuns em espectroscopia

óptica. A espectroscopia de RMN utiliza radiação de radiofrequência para induzir

transições entre diferentes estados de spin nuclear de amostras num campo magnético.

A espectroscopia de RMN pode ser utilizada para medições quantitativas, mas é mais

útil para determinar a estrutura de moléculas (juntamente com FTIR e espectrometria de

massa). A utilidade da espectroscopia de RMN para caracterização estrutural surge

porque os diferentes átomos numa molécula experimentam campos magnéticos

ligeiramente diferentes e, portanto, transições a frequências de ressonância ligeiramente

diferentes num espectro de RMN. Além disso, surgem quebras das linhas espectrais
devido às interacções entre diferentes núcleos, que fornecem informações sobre a

proximidade de diferentes átomos numa molécula.

Existem dois tipos gerais de instrumentos de RMN; onda contínua e transformada de

Fourier. As primeiras experiências foram realizadas com instrumentos de onda contínua,

e em 1970 tornaram-se disponíveis os primeiros instrumentos com transformada de

Fourier. Este tipo de instrumento domina agora o mercado.


Referências

1. Guidance for Identification and Naming of Substances under REACH, Agência

Europeia dos Produtos Químicos, 2007.

2. Guidance for Monomers and Polymers, Agência Europeia dos Produtos Químicos,

2008.

3. C. Krohnke in Encyclopedia of Materials: Science and Technology, Ed., K.H.J.

Buschow, Elsevier, Amsterdam, The Netherlands, 2001, p.7507.

4. D. Price, G. Anthony and P. Carty in Fire retardant Material, Eds., A.R. Horrocks

and D. Price, Woodhead Publishing Ltd., Cambridge, UK, 2001, p.1.

5. T.R. Crompton in Determination of Additives in Polymer and Rubbers, Smithers

Rapra Technology, Shrewsbury, UK, 2007, p.69.

6. D.A. Skoog, F.J. Holler and S.R. Crouchet, Principles of Instrumental Analysis, 6th

Edition, Thomson Brooks/Cole, Pacific Grove, CA, USA, 2007, p.169.

7. D.O. Sparkman in Mass Spectrometry Desk Reference, Global View Publishing, pp

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8. J. Keeler in Understanding NMR Spectroscopy, John Wiley & Sons, Hoboken, NJ,

Chapter 2 pp 2-1:2-18, USA, 2005.


Capítulo 6 Testes Anexados ao REACH

6.1 Testes obrigatórios

A informação requerida pelo Registo, Avaliação e Autorização de Produtos Químicos

(REACH) para cada substância que contribui para identificar a existência de algum

perigo, é possível de ser classificada em quatro categorias distintas:

• Propriedades físico-químicas, tais como solubilidade ou pressão de vapor

(necessária em todos os pedidos de registo)

• Propriedades para o meio ambiente, tais como coeficiente de partição ou

biodegradabilidade

• Dados toxicológicos, tais como toxicidade aguda, irritação ou genotoxicidade

• Dados ecotoxicológicos, por exemplo toxicidade para a vida marinha ou

terrestre

A informação necessária para os dossiês de registo aumenta proporcionalmente de

acordo com o perigo e com o potencial risco de exposição. Isto está relacionado com a

utilização prevista, o volume e as propriedades físico-químicas. As propriedades que

devem ser abrangidas pelos testes estão resumidas em quatro Anexos.

O Anexo VII do REACH refere-se às propriedades físico-químicas, informação

toxicológica e toxicidade aquática que tem de ser abrangido pelo fabrico e importação

em massa em quantidade igual ou superior a uma tonelada por ano. Os Anexos VII e

VIII referem-se a requisitos de informação padrão aplicados à substância fabricada em

quantidades acima de 10 toneladas. O Anexo IX pede informação adicional sobre

propriedades físico-químicas, toxicológicas e ecotoxicológicas para as substâncias


fabricadas em quantidades superiores a cem toneladas anuais. Finalmente, acima de cem

toneladas, a informação a fornecer deve estar completa. A seguinte lista detalha os

testes necessários para cada intervalo de toneladas:

Dados para substâncias acima de 1 tonelada por ano (especificado no Anexo VII):

• Propriedades fisico-químicas, dados toxicológicos e dados ecotoxicológicos

• Estado da substância a 20 ºC

• Ponto de fusão/congelação

• Ponto de ebulição

• Densidade relativa

• Pressão de vapor

• Tensão superficial

• Hidrossolubilidade

• Coeficiente de partição n-octanol/água

• Ponto de inflamação ou inflamabilidade

• Propriedades explosivas

• Temperatura de auto-ignição

• Propriedades oxidantes

• Granulometria

• Irritação da pele ou corrosão da pele ou testes in vitro

• Irritação ocular ou testes in vitro

• Sensibilização da pele ou ensaio de nódulo linfático local

• Teste de Ames

• Toxicidade aguda por via oral

• Toxicidade aguda Daphnia

• Inibição de crescimento de algas


• Biodegradação

Dados para substâncias acima de 10 toneladas por ano (especificado no Anexo VIII):

• Para além dos dados necessários parta substâncias acima de 1 tonelada por ano:

• Dados toxicológicos e dados ecotoxicológicos

• Irritação da pele in vivo (a não ser que tenha sido classificada a partir dos dados

do Anexo VII)

• Irritação ocular in vivo (a não ser que tenha sido classificada a partir dos dados

do Anexo VII)

• Mutagenecidade in vitro

• Ensaio in vitro de aberrações cromossómicas

• Toxicidade aguda por inalação ou por via dérmica

• Estudo de toxicidade a curto prazo (28 dias) por dose repetida (normalmente

ratos, exposição via oral)

• Estudo de despistagem de efeitos tóxicos na reprodução/no desenvolvimento

• Avaliação do comportamento toxicocinético

• Ensaio da toxicidade a curto prazo em peixes

• Ensaio de inibição respiratória em lamas activadas

• Biodegradação posterior

• Teste de hidrólise

• Teste de despistagem da adsorção/da dessorção

Dados para substância acima de 100 toneladas por ano (especificados no Anexo IX):

• O registante propõe adicionalmente um programa de testes que engloba:

• Dados físico-químicos, dados toxicológicos e dados excotoxicológicos


• Estabilidade em solventes orgânicos e identidade dos produtos de degradação

relevantes

• Constant de dissociação

• Viscosidade

• Estudos mutagénicos in vivo

• Estudo de toxicidade a 28 dias ou 90 dias por dose repetida em ratos

• Estudo de efeitos tóxicos no desenvolvimento pré-natal

• Estudos de efeitos tóxicos na reprodução em duas gerações

• Estudo de toxicicidade a longo prazo em invertebrados do género Daphnia

• Estudo de toxidade a longo termo em peixes

• Ensaio de simulação da degradação final em águas de superfície

• Ensaio de simulação no solo

• Ensaio de simulação em sedimentos

• Identificação de produtos de degradação

• Estudo de bioacumulação em peixes

• Outros estudos de adsorção/dessorção

• Toxicidade a curto prazo em invertebrados (minhocas)

• Estudos dos efeitos nos microorganismos dos solos

• Toxicidade a curto prazo em plantas

Dados para substâncias acima de 1,000 toneladas por ano (especificados no Anexo X):

• O registante desenvolve um programa de testes adicionais abrangendo:

• Dados físico-químicos, dados toxicológicos e dados ecotoxicológicos

• Mais testes mutagénicos

• Estudo de toxicidade a longo termo (> 12 meses) por dose repetida em ratos
• Mais estudos de toxicidade para investigar preocupações específicas

• Estudo de efeitos tóxicos na reprodução em duas gerações, em ratos

• Estudo de efeitos tóxicos no desenvolvimento (Organização para o

Desenvolvimento e Cooperação Económicas (OCDE) 414)

• Estudo de carcinogenicidade (muitas vezes combinado com o estudo anterior,

geralmente em ratos)

• Mais biodegradação em água, sedimentos, taxa de degradação de cobertura dos

solos e identificação de substâncias de degradação relevantes

• Mais estudos de destino e comportamento ambiental

• Toxicidade a longo prazo em invertebrados (minhocas)

• Toxicidade a longo prazo para outros invertebrados do solo

• Toxicidade a longo prazo em plantas

• Toxicidade a longo prazo para organismos sedimentares

• Toxicidade a longo termo ou reprodutiva para pássaros

A tabela seguinte mostra a relação entre o volume de produção e o número de testes

para cada tipo:

Tabela 6.1 Utilização de métodos in vitro [1]

Volume de Número de testes Número de Número de testes

produção/importação para definir as testes de de ecotoxicidade

(toneladas) propriedades toxicidade

físico-químicas

1-10 12 5 3

10-100 12 14 9

100-1000 15 18 23
Mais do que 1000 15 24 30

6.2 Métodos alternativos

6.2.1 Métodos In vitro

6.2.1.1 Introdução

Um teste in vitro é um teste realizado num ambiente controlado, tal como um tubo de

ensaio ou uma placa de Petri, e não utiliza um organismo vivo. Um teste in vivo é

realizado utilizando um organismo vivo, por exemplo, um animal vertebrado.

Neste momento, tem sido realizado um grande esforço científico focado no

desenvolvimento do método dos testes in vitro (células de cultura) para substituir os

testes in vivo (com animais). Estes focam-se especialmente nos testes com efeitos locais,

tais como irritação ocular e dérmica.

Os resultados obtidos de métodos in vitro adequados podem indicar a presença de certas

propriedades perigosas ou podem ser importantes em relação à compreensão do modo

de actuação da substância. Neste contexto, ‘adequado’ significa suficientemente bem

desenvolvido de acordo com critérios de desenvolvimento de testes acordados

internacionalmente (por ex., critérios de pré-validação do Centro Europeu de Validação

de Métodos Alternativos (CEVMA))

Os dados obtidos através dos métodos de teste in vitro podem ser utilizados de acordo

com o REACH desde que a informação para os níveis em consideração seja suficiente

para o objectivo de classificação e rotulagem e/ou avaliação dos riscos. Tais dados
podem ser utilizados para substituir requisitos de informação quer completa quer

parcialmente, que de outra forma têm de ser obtidos com dados in vivo. Contudo, os

dados in vitro, incluindo aqueles obtidos através de métodos que não se enquadram nos

critérios de validação acordados internacionalmente (adequação e conveniência) para

um nível específico, também deverão ser considerados e submetidos no dossiê de

registo como parte da recolha de toda a informação disponível e utilização numa

abordagem de suficiência de prova (Weight of evidence (WoE)) (Anexo XI 1.2) ou

apoiar o agrupamento de substâncias (Anexo XI 1.5).

Existem três categorias de métodos in vivo e dados que podem ser utilizados para o

objectivo de registo de substâncias de acordo com o regulamento REACH,

nomeadamente métodos in vivo validados (adequados), métodos in vitro pré-validados

(apropriados) mas também outros dados in vitro gerados pela utilização de métodos in

vitro pré-validados.

6.2.1.2 Critérios para utilização de métodos in vitro ao abrigo do REACH

De acordo com a adequabilidade da metodologia, são consideradas apropriadas duas

categorias de métodos in vitro de acordo com o REACH:

• Métodos validados: métodos validados internacionalmente (por ex.,

regulamentos CE que estabelece métodos de ensaio ou orientações da OCDE).

Por exemplo, ensaios in vitro de irritação/corrosão da pele e ensaios in vitro de

genotoxicidade, como seja o teste de mutagenicidade de Ames

• Métodos pré-validados: ensaios in vitro que cumprem critérios de pré-validação

adoptados a nível internacional. Por exemplo, critérios de entrada no processo de


pré-validação do CEVMA. Critérios mais detalhados enunciados no documento

OCDE GD 34 e na Tabela de Guias de orientação REACH [2].

De acordo com a adequabilidade dos dados produzidos por metodologias in vitro é

necessário considerar que a informação é gerada utilizando metodologias de teste in

vitro aceites e validadas cientificamente e os dados produzidos podem ser utilizados

para classificação e rotulagem e/ou avaliação dos riscos [3].

6.2.1.3 Como utilizar os dados in vitro para cumprir os requisitos de informação

Os resultados obtidos a partir de métodos adequados in vitro podem indicar a presença

de certas propriedades perigosas. Dependendo do risco potencial, poderá ser necessária

uma confirmação imediata através da realização de ensaios. É contudo necessária

cautela pois estes testes poderão ir além da informação prevista nos Anexos VII ou VIII.

A confirmação proposta, através de ensaios, poderá ir além da informação prevista nos

Anexos IX ou X para o respectivo nível de tonelagem, Anexo VII [2].

O ensaio pertinente deve ser realizado ao nível de tonelagem adequado, para confirmar

o resultado negativo, a não ser que: os ensaios não sejam exigidos de acordo com os

Anexos VII a X ou com as outras regras nestes Anexos. Condições adicionais em que

esta confirmação pode não ser necessária.

Os resultados são derivados de um método in vitro cuja validade científica tem sido

estabelecida através de um estudo de validação, de acordo com princípios de validação

estabelecidos internacionalmente. Os resultados são adequados para os fins de


classificação e rotulagem e/ou de avaliação dos riscos e foi fornecida documentação

adequada e fiável sobre o método aplicado.

• Métodos in vitro validados

Os métodos in vitro, logo que sejam validados cientificamente, de acordo com

princípios de validação internacionalmente adoptados (R4 e OCDE GD 34), podem

substituir no seu todo ou em parte um ensaio in vivo, dependendo do objectivo para o

qual o método foi validado e adoptado. Alguns métodos de ensaio in vitro estão entre a

informação padrão necessária a diferentes níveis de tonelagem (ex., ensaios in vitro para

irritação da pele, ensaios in vitro para avaliar a mutagenecidade). Estes são métodos

validados que provaram ser adequados e apropriados para fornecerem informação para

ser utilizada para fins de classificação e rotulagem e/ou avaliação dos riscos.

Os Anexos VII-X do Regulamento REACH contêm vários métodos in vitro validados:

• Exemplos de informações padrão exigidas:

o Anexo VII:

ƒ Estudo in vitro da corrosão da pele e estudo in vitro da irritação

da pele

ƒ Estudo in vitro da irritação ocular

o Anexo VIII:

ƒ Estudo in vitro da mutagenicidade (estudo de citogenicidade,

teste de micronúcleo ou estudo da mutação em células de

mamíferos)
Devem ser evitados os ensaios in vivo com substâncias corrosivas a níveis de

concentração/dose que provoquem corrosão.

Há outros métodos de teste adicionais validados que não são parte dos requisitos de

informação padrão fornecidos nos Anexos do REACH e que poderão fornecer

informação valiosa. Por exemplo, o teste in vitro de absorção pela pele, o teste in vitro

de fototoxicidade e o teste in vitro de pirogéneos.

• Métodos in vitro pré-validados

Os testes in vitro que respeitam os critérios de pré-validação adoptados

internacionalmente (R4 e OCDE GD 34) também são considerados adequados para

serem utilizados nos termos do REACH quando os resultados destes testes indicam uma

determinada propriedade perigosa. No entanto, se os resultados dos métodos da pré-

validação não indicarem uma propriedade perigosa (resultados negativos), estes têm de

ser confirmados com o teste pertinente especificada nos Anexos VII-X para o parâmetro

correspondente (Anexo XI 1.4). Quando são utilizados os dados dos métodos in vitro

pré-validados, devem ser fornecidos no dossiê de registo os critérios CEVMA para

entrar na fase de pré-validação, incluindo evidências da reprodutibilidade do método, a

sua relevância mecanicista e capacidade preditiva.

Utilização potencial de métodos pré-validados:

• De acordo com o ponto 1.4 do Anexo XI do regulamento REACH, é possível

utilizar métodos suficientemente bem desenvolvidos, mas que ainda não estão

validados (por exemplo, os critérios do CEVMA para a entrada de um ensaio no

processo de pré-validação), se os resultados produzidos se adequarem aos fins


de classificação e rotulagem e/ou da avaliação dos riscos, e se for fornecida

documentação adequada e fiável sobre o método aplicado

• Dependendo do ensaio, do seu domínio de aplicabilidade e da substância e da

substância ensaiada, poderão ser aceites resultados positivos

• Os resultados que não indicarem uma certa propriedade perigosa têm de ser

confirmados através da realização do ensaio pertinente, de acordo com o nível

de tonelagem, para confirmar o resultado negativo. Por exemplo, para o ensaio

in vitro de sensibilização da pele, podem aceitar-se resultados positivos, mas os

resultados negativos têm de ser confirmados por um ensaio in vivo

• Foram apresentados ensaios in vitro de irritação da pele e ensaios in vitro da

irritação ocular. Os dados apresentados têm sido de boa qualidade, incluindo:

protocolo detalhado, condições de ensaio, interpretação dos resultados e

conclusões.

6.2.1.4 Métodos In Vitro não validados previamente

Além disso, os métodos pré-validados e outros dados in vitro (não validados

previamente) podem ser utilizados no contexto de recolha de informações para fornecer

dados adicionais para a avaliação e interpretação dos dados in vivo ou in vitro como

parte do modo/mecanismo de acção (por exemplo, dados in vitro de cinética,

toxicogenómica, metabolómica) e para apoiar a adaptação do regime de ensaios

padronizados, conforme especificado no Anexo XI (utilização de dados existentes,

métodos comparativos e agrupamento de substâncias químicas, ponderação da

suficiência da prova). Contudo, em cada caso, a finalidade da utilização de tais métodos

no dossiê de registo tem de ser clara, justificada e bem documentada. Se for o caso (por
exemplo, métodos pré-validados utilizados como suficiência de prova), têm de ser

fornecidos os critérios de adequação, conforme especificados nas orientações.

Utilização potencial de métodos não validados previamente:

• Os dados in vitro obtidos a partir de um método não validados previamente (que

ainda não tenha entrado no processo de pré-validação) poderão ser úteis numa

abordagem da suficiência da prova (é necessário uma apreciação por peritos para

avaliar a sua fiabilidade). O nível de optimização do método utilizado deve

satisfazer, preferencialmente, os critérios de desenvolvimento adoptados

intencionalmente, relativos à entrada de um ensaio no processo de pré-validação.

Deve ser fornecida documentação adequada e fiável sobre o método aplicado

• Critérios de desenvolvimento para a validação de métodos in vitro adequados:

o Explicação do método de ensaio

o Relação entre o parâmetro de risco do método de ensaio e fenómeno

(biológico) de interesse

o Protocolo pormenorizado do método de ensaio

o Desempenho do método de ensaio quando se utilizam substâncias de

referência (avaliação da exactidão)

o Avaliação do desempenho

o Reprodutibilidade intra e inter laboratorial

o Pertinência

o Qualidade dos dados e disponibilidade dos dados do método de ensaio

• A informação obtida a partir de ensaios in vitro pode geralmente fornecer uma

visão mecanicista. As informações provenientes de ensaios avançados in vitro

podem fornecer informações valiosas que ajudem e informem sobre o processo


de avaliação dos riscos. Por exemplo, com o desenvolvimento de novas

tecnologias, tais como as tecnologias “ÓMICAS” (genómica, proteómica).

Recomenda-se a avaliação do modo de actuação específico/mecanismo de acção

(vias moleculares) da toxicidade potencial de uma substância ou classe de

substâncias.

• Ajudando os métodos comparativos por interpolação e a construção de

categorias

Figura 6.1 Utilização de métodos in-vitro [4]

6.2.1.5 Recomendações Gerais

1. Os dados gerados a partir de métodos de ensaio in vitro (validados e pré-validados)

podem ser utilizados nos termos do REACH desde que as informações para os

parâmetros de risco sejam suficientes para fins de classificação e rotulagem e/ou de

avaliação dos riscos

2. Quando for utilizado um método pré-validado, o registante deve avaliar o método de

acordo com os critérios de pré-validação CEVMA e justificar a sua adequabilidade para

ser utilizado no dossiê de registo


3. As tecnologias avançadas in vitro podem fornecer informações valiosas sobre o modo

de acção das substâncias e ajudar na elaboração de uma justificação de métodos

comparativos por interpolação e categoria.

4. Os dados in vitro produzidos utilizando outros métodos (ou seja, métodos não

validados previamente) podem ser utilizados apenas como informação de apoio (por

exemplo, como parte de uma justificação de suficiência de prova)

5. Deve ser sempre fornecida no dossiê de registo uma descrição detalhada e clara dos

resultados, as condições de teste e a interpretação da utilidade dos resultados. Isto é

necessário se o estudo for utilizado como um estudo-chave ou como parte de uma

abordagem de suficiência de prova

6. As limitações do método devem ser comunicadas de forma clara; por exemplo, os

métodos de ensaio in vitro podem não replicar todos os processos metabólicos

relevantes para a toxicidade química que ocorre in vivo

6.2.1.6 Como informar sobre os dados in vitro

6.2.1.6.1 Ferramentas: Base de dados internacional de informações químicas uniformes

Quando um método de ensaio in vitro validado é utilizado num dossiê de registo para

atender aos requisitos do REACH, deve ser fornecido um resumo circunstanciado do

estudo ou resumo do estudo no dossiê da base de dados internacional de informações

químicas uniformes (IUCLID), neste caso o guia prático sobre o Resumo

Circunstanciado do Estudo (RSS) [5] e a IUCLID 5 Manual do Utilizador Final [6].

Tem que ser acompanhado por uma descrição suficiente das condições de teste, dos
resultados e da sua interpretação, pois são necessários para efeitos de tomada de decisão

sobre a classificação e rotulagem e/ou de avaliação dos riscos.

Se os resultados de um método in vitro pré-validado são submetidos a um estudo chave

com o propósito de cumprir os dados dos requisitos para um parâmetro específico, a

relevância do método tem de ser clara, para além dos requisitos no RSS [5] e no manual

do Utilizador Final do IUCLID [6].

A documentação que satisfaz os critérios para a avaliação da adequação de acordo com

os critérios CEVMA precisa ser incluída no dossiê de registo para avaliar a

adequabilidade do método e sua aceitação potencial para a classificação e rotulagem

e/ou de avaliação dos riscos. Recorde-se neste caso que, se os resultados de tais

métodos não indicarem certas propriedades perigosas para o parâmetro específico

abordado, a ensaio relevante deverá ser realizado para confirmar os resultados

negativos, a menos que os testes possam ser dispensados de acordo com as regras gerais

e específicas para a adaptação do regime padrão de ensaios (Anexo VII-XI).

Se os resultados de um método in vitro pré-validado ou um método in vitro não

validado previamente forem submetidos como estudos de suporte ou como parte da

abordagem WoE (suficiência de prova) ou como estudos desconsiderados, isto deve ser

claramente indicado e justificado no processo de registo utilizando os campos relevantes

na IUCLID nos registos de estudos de parâmetros. Também são fornecidas mais

informações sobre a utilização das informações numa abordagem WoE no "Guia

Prático 2: Como comunicar a suficiência de prova" [7].


No caso da utilização de tais informações dentro do contexto de suficiência de prova,

precisam de ser fornecidos detalhes sobre o método no formato IUCLID para resumos

de estudos robustos. Também tem de ser documentada detalhadamente a relevância dos

achados do estudo(s) em relação às conclusões extraídas do conjunto de dados em geral.

Além disso, outros estudos também podem requerer descrições detalhadas, se forem de

relevância possível. Em particular, para os estudos que têm falhas, mas que indicam

resultados importantes, também é necessário preparar resumos circunstanciados de

estudos que destaquem os pontos fracos dos estudos. Tais estudos podem ser marcados

como ‘disregarded study’ (estudo desprezado) no campo ‘purpose flag’ (sinalizador de

finalidade) na IUCLID.

6.2.1.7 Como submeter dados in vitro na Base de dados internacional de informações

químicas uniformes

6.2.1.7.1 Sensibilização cutânea

Se estiver a utilizar dados de sensibilização cutânea in vitro como estudo-chave, então

deverá fornecer um registo de estudo de parâmetros suplementar acompanhado de uma

justificação para dispensar o ensaio in vivo, conforme demonstrado no exemplo seguinte

(Anexo VII, 8.3, coluna 2).

 
[4]

6.2.1.8 Ligações

• Regulamento CE sobre métodos de teste [8]

• Orientações da OCDE para os ensaios de substâncias químicas [9]

• TSAR (Tracking system for alternative test methods – sistema de rastreamento

para métodos de ensaio alternativos) (revisão, validação e aprovação nos termos

dos regulamentos da UE sobre os produtos químicos) [10]

• Centro Europeu de Validação de Métodos Alternativos (CEVMA) [11]

6.2.2 Relação Quantitativa Estrutura-actividade

6.2.2.1 Introdução

Os testes em animais podem ser evitados se as propriedades perigosas de uma

substância puderem ser previstas utilizando modelos computacionais. A abordagem da

relação quantitativa estrutura-actividade ((Q)SAR) procura prever as propriedades

intrínsecas dos produtos químicos, utilizando várias bases de dados e modelos teóricos,

ao contrário da realização de testes. Baseada no conhecimento da estrutura química, a

(Q)SAR relaciona quantitativamente as características do produto químico com uma

medida de uma actividade particular. Uma (Q)SAR deve ser distinguida da relação

estrutura-actividade (SAR), que faz conclusões qualitativas sobre a presença ou


ausência de uma propriedade de uma substância, com base numa característica

estrutural da substância:

• A SAR (Structure Activity Relationship – Relação Estrutura/Actividade) é uma

relação qualitativa que relaciona uma (sub)estrutura com a presença ou ausência

de uma propriedade ou actividade com interesse.

• Por exemplo, a fórmula

(6.1)

Significa um alerta estrutural de carcinogenicidade

• A (Q)SAR (Quantitative Structure Activity Relationship – Relação Quantitativa

Estrutura/Actividade) é um modelo teórico que pode utilizar-se para prever as

propriedades físico-químicas, biológicas (por exemplo, (eco)toxicológicas) e de

destino ambiental dos compostos, a partir do conhecimento da sua estrutura

química. Em princípio, os resultados de (Q)SAR validados podem ser utilizados

para cumprir um ou mais dos requisitos de informação REACH ou ajudar a

construir categorias químicas, sem a necessidade de utilizar testes em animais.

Este modelo matemático geral é:

Actividade = f (propriedade físico-química e/ou estrutural)


Figura 6.2 Exemplo de (Q)SAR [12]

Uma (Q)SAR é válida num certo campo de aplicação, como por exemplo, substâncias

com estrutura química semelhante. Este é um dos problemas deste método, porque

diferentes (Q)SAR precisam de diferentes grupos de produtos químicos. O REACH só

permite a utilização da (Q)SAR para substituir os testes com animais, se forem

estabelecidas como sendo cientificamente válidas e com o método correctamente

documentado. No entanto, os critérios para considerar se são adequadas ainda não estão

definidos de forma clara.

Para algumas substâncias, certas propriedades físico-químicas não podem ser analisados

através de dispensa de teste devido às suas propriedades intrínsecas. Por exemplo, é

tecnicamente muito difícil realizar um teste com peixes para uma substância facilmente

solúvel em água ou não solúvel em água. Estes testes individuais poderiam ser

excluídos. Finalmente, existe a possibilidade de adaptar especificamente alguns testes,

dependendo da exposição à substância.


Dentro de pouco tempo poderão ser utilizadas informações existentes ou extrapolações

focadas em núcleos de substâncias. No entanto, é necessário esperar até que os métodos

in vitro e (Q)SAR sejam suficientemente bons para avaliar os efeitos sistémicos.

É necessário empenhar mais tempo no desenvolvimento de uma estratégia de teste

inteligente do que em métodos tradicionais. Isto vai influenciar na sua aplicação prática,

pois serão utilizados os testes que serão mais facilmente acessíveis no momento de

registo.

6.2.2.2 Utilização Regulamentar de relações quantitativas estrutura-actividade

O modelo pode utilizar-se para prever, de forma quantitativa ou qualitativa, as

propriedades físico-químicas, biológicas (por exemplo, (eco)toxicológicas) e de destino

ambiental dos compostos, a partir do conhecimento da sua estrutura química. Os

resultados podem ser utilizados em vez dos dados experimentais, desde que sejam

atendidas uma série de condições. Noutras situações, o modelo seria utilizado para

fornecer informações complementares aos dados experimentais.

De acordo com o Anexo XI do REACH, podem utilizar-se os resultados da aplicação de

modelos (Q)SAR, em lugar de ensaios, se forem satisfeitas as seguintes condições:

1. Se os resultados provierem da aplicação de um modelo (Q)SAR validado

cientificamente .

De acordo com os Princípios da OCDE, um modelo cientificamente válido cumpre os

seguintes requisitos:

• Tem um parâmetro de risco definido.


• É descrito por um algoritmo inequívoco.

• Tem um domínio de aplicabilidade definido.

• É descrito com características estatísticas suficientes.

• Tem uma interpretação mecanicista, se possível.

Não haverá nenhum processo formal de adopção de modelos (Q)SAR, mas a sua

aceitação será decidida caso a caso.

2. Se a substância se enquadrar no domínio de aplicabilidade do modelo (Q)SAR, tenha

em consideração:

• O domínio químico estrutural (os grupos funcionais e a sua disposição)

• O domínio físico-químico (o intervalo e a cobertura)

• O domínio biológico/toxicológico (domínio mecanicista): o mesmo modo de

actuação, o mesmo intervalo de actividade

• O domínio metabólico, transformação ou metabolismo

3. Se os resultados se adequarem aos fins de classificação e rotulagem e/ou de avaliação

dos riscos

A adequação de uma previsão de um modelo (Q)SAR para fins de regulamentação está

relacionada com a validade e aplicabilidade do modelo a um determinado produto

químico, bem como com a sua pertinência para fins de regulamentação. Em conjunto, a

validade e a aplicabilidade determinam a fiabilidade do modelo (Q)SAR.


Figura 6.3 Adequação de uma previsão de um modelo (Q)SAR

Para a Avaliação da adequação, além dos critérios constantes do Anexo XI, é preciso ter

em conta os seguintes princípios:

• Princípio da proporcionalidade: a relação entre a quantidade de dados necessária

e o rigor da decisão

• Princípio da precaução: a relação entre a quantidade de informação necessária e

as consequências de ser errada a decisão tomada com base nessa informação

4. Se for fornecida documentação adequada e fiável sobre o método aplicado

• Formato padronizado de comunicação de modelos (Q)SAR: O Formato de

Comunicação de um Modelo (Q)SAR (“(Q)SAR Model Reporting Format”)

(QMRF) é um resumo circunstanciado de um modelo (Q)SAR, que comunica

informações-chave sobre o modelo, em conformidade com os princípios de

validação da OCDE

• O Formato de Comunicação da Previsão fornecida por um modelo (Q)SAR

(“(Q)SAR Prediction Reporting Format”) (QPRF) é uma descrição e uma

avaliação da previsão feita por um determinado modelo relativamente a um

determinado produto químico


Figura 6.4 Formato padronizado de modelos (Q)SAR

6.2.2.3 Observações decorrentes dos dossiês de registo

A documentação insuficiente é uma das razões que podem justificar a adaptação do

regime normal de ensaios. As informações registadas muitas vezes não se referem ao

domínio de aplicabilidade e não mencionam se o resultado é, ou não, adequado aos fins

de avaliação dos riscos e/ou de classificação e rotulagem.

Os resultados provenientes da aplicação de modelos (Q)SAR podem ser utilizados, no

lugar de ensaios, sempre que

• o modelo (Q)SAR seja válido,

• o produto químico em questão se enquadre no domínio de aplicabilidade,

• os resultados adequam-se aos fins de Classificação & Rotulagem (C&L)

e/ou de avaliação dos riscos e

• seja fornecida documentação adequada e fiável sobre o método aplicado.

Os resultados provenientes da aplicação de modelos (Q)SAR podem também ser

utilizados na abordagem de Estratégias de Ensaio Integradas (ITS) e para apoiar a

justificação da semelhança da categoria de um produto químico. Nos casos em que haja


incertezas relacionadas com um ou mais elementos de informação, os resultados da

aplicação de modelos (Q)SAR podem ainda ser utilizados no contexto de uma

abordagem de Suficiência de Prova.

6.2.2.4 Ferramentas

Uma nova ferramenta para ser utilizada pelos potenciais registantes é a aplicação 7

toolbox (Q)SAR da OCDE, que está a ser desenvolvida em conjunto pela OCDE e pela

ECHA. A toolbox é considerada como uma ferramenta essencial para ajudar os pré-

registantes a obter informações relevantes sobre os perigos intrínsecos das suas

substâncias.

Numa nota de cautela, no entanto, a substância em questão deve cair no "domínio de

aplicabilidade" do modelo, os resultados terão de ser adequados para fins de

classificação e rotulagem e/ou de avaliação dos riscos, e terá de ser fornecida

documentação adequada e fiável do modelo. Prevê-se que a (Q)SAR desempenhará um

papel crescente para registos tardios, em 2013 e 2018, à medida que as informações dos

registos de 2010 forem utilizadas para refinar a (Q)SAR existente.

6.2.2.5 Como informar

Pode encontrar informação complementar nos ‘Documentos de orientação sobre os

requisitos de informação e avaliação da segurança química’ [15].

6.2.2.6 Ligações úteis


• ECHA: Documentos de orientação sobre os requisitos de informação e

avaliação da segurança química’ R6 QSAR e Agrupamento de Substâncias

Químicas [15]

• OCDE: Projecto QSAR [16]

• DG Centro Comum de Investigação (CCI): Toxicologia Computacional:

Relatório QMRF [17]

6.2.3 Agrupamento e Transposição

6.2.3.1 Introdução

Quando as substâncias partilham semelhanças estruturais ou partilham vias metabólicas

comuns, elas podem ser agrupadas numa categoria química. As categorias de produtos

químicos são seleccionadas sobre o pressuposto que as propriedades de uma série de

produtos químicos com características estruturais comuns mostrarão tendências

semelhantes nas suas propriedades físico-químicas, e mais importante, nos seus efeitos

toxicológicos (para a saúde humana/ecotoxicidade) ou nas propriedades de destino

ambiental. O comportamento comum ou as tendências consistentes são geralmente

associadas a um modo comum de acção subjacente.

Depois de um grupo ter sido estabelecido, é possível utilizar as informações dos dados

dos membros para preencher lacunas de dados pelo processo de referências cruzadas.

Esta pode ser quer qualitativa, na qual é prevista a presença (ou ausência) de um

determinado perigo, ou quantitativa, em que é prevista a magnitude de uma propriedade

particular; por exemplo, um "nível sem efeitos adversos observáveis, uma dose ou

concentração à qual não são observadas alterações adversas’. É importante assegurar


que a categoria tem uma base científica sólida e que todos os perigos são referências

cruzadas, tanto positivas como negativas.

Existem muitas experiências de desenvolvimento e aplicação de categorias químicas

num contexto regulamentar, por exemplo no programa químico de elevado volume de

produção da (EVP) da OCDE. Esta experiência tem sido adaptada pela União Europeia

(UE) para o REACH [18].

Os testes em animais para uma substância podem ser evitados se existirem provas

suficientes sobre substâncias semelhantes que o registante pode mostrar, e que devem

ser ‘referências cruzadas’ para a sua própria substância. As substâncias cujas

propriedades físico-químicas, toxicológicas e ecotoxicológicas forem susceptíveis de ser

semelhantes ou seguirem um padrão regular, devido a semelhanças estruturais, podem

ser consideradas como um ‘grupo’ ou ‘categoria’ de substâncias. A aplicação do

conceito de grupo pressupõe que as propriedades físico-químicas, os efeitos para a

saúde humana e o destino ou os efeitos ambientais possam ser previstos, a partir dos

dados correspondentes a substância(s) de referência do grupo, por interpolação, para

outras substâncias do grupo (método comparativo por interpolação). Este processo evita

que tenham de ser ensaiadas todas as substâncias em relação a todos os parâmetros. De

preferência, uma categoria deve incluir todas as substâncias semelhantes. O Anexo XI

do REACH, Secção 1.5, define os requisitos para a aplicação desta estratégia.

6.2.3.2 Informação importante para o desenvolvimento destes métodos

6.2.3.2.1 Informações sem ensaios


As abordagens que visam gerar informações sobre os perigos, sem ensaios:

• Grupos de substâncias

• Método comparativo por interpolação a partir de uma substância ou categoria

• Análise de Tendências (modelos internos)

• ‘Modelos’ (Q)SAR Globais/sistemas periciais (modelos externos)

6.2.3.2.2 Grupos de Substâncias.

As substância cujas propriedades físico-químicas, toxicológicas e ecotoxicológicas

forem presumivelmente semelhantes ou que seguirem um padrão regular, devido a

semelhanças estruturais, podem ser considerados como um grupo ou uma ‘categoria’ de

substâncias. As semelhanças podem basear-se em:

• Um grupo funcional comum

• A existência de precursores comuns ou a ocorrência de produtos de degradação

comuns

• Um padrão constante de variação da potência

• Constituintes ou classes químicas comuns

6.2.3.2.3 Categorias de Substâncias Químicas

• Um comportamento comum ou tendências consistentes estão geralmente

associadas com um mecanismo/modo de acção comum

• A utilização da abordagem de uma categoria constitui a base sobre a qual se

identificam possíveis tendências nas propriedades por toda a categoria

• Qualquer substância pode pertencer a mais do que uma categoria

• O ideal seria que a categoria incluísse todos os potenciais membros quando

desenvolvida pela primeira vez


6.2.3.2.4 Condições estabelecidas no Anexo XI

• Adequação aos fins de classificação e rotulagem e/ou de avaliação dos riscos;

• Cobertura adequada e fiável dos parâmetros chave previstos nos métodos de

ensaio correspondentes

• Duração da exposição comparável ou superior à do método de ensaio

correspondente, se a duração da exposição for um parâmetro relevante

• Fornecimento de documentação adequada e fiável sobre o estudo em causa.

6.2.3.2.5 Método Comparativo por Interpolação

O Anexo XI do Regulamento REACH pressupõe que as propriedades físico-químicas,

os efeitos na saúde humana e o destino ou efeitos ambientais podem ser previstos, a

partir dos dados correspondentes da(s) substância(s) de referência do grupo, por

interpolação para outras substâncias do grupo (método comparativo por interpolação).

Este processo evita que tenham de ser ensaiadas todas as substâncias em relação a todos

os parâmetros

6.2.3.2.6 Tipos de Métodos Comparativos por Interpolação

• Um para um: Um análogo para uma estimativa para um só produto químico

• Um para muitos: Um análogo para uma estimativa para um só produto químico

• Muitos para um: Dois ou mais análogos permitem a estimativa para um só

produto químico

• Muitos para muitos: Dois ou mais análogos permitem estimativas para mais

produtos químicos
6.2.3.3 Etapas para o desenvolvimento de uma categoria

Etapa 0: Verifique se a substância química já é membro de uma categoria adequada

existente (por exemplo, Categorias EVP da OCDE). Seja cuidadoso no caso de serem

necessários novos dados para reavaliar a categoria

Etapa 1: Identifique substâncias semelhantes/análogas para criar uma categoria

utilizando motores de busca on-line (p.ex. eChemPortal) [19] ou ferramentas já

concebidas (p. ex.: Toolbox (caixa de ferramentas) QSAR da OCDE). Depois crie uma

hipótese e uma definição da categoria considerando grupos funcionais, semelhanças

estruturais, vias metabólicas, mecanismo/modo de acção. Finalmente, estabeleça a

ligação dos dados relativos aos membros, por semelhanças químicas.

Etapa 2: Recolha dados de cada membro da categoria. Recomenda-se que faça uma

pesquisa extensiva para encontrar dados que possam estar também disponíveis no

domínio público. Não esqueça:

• perfis de pureza e impureza

• pormenores sobre a estrutura molecular

• dados sobre propriedades físico-químicas

• parâmetros de destino ambiental

• dados (eco)toxicológicos e toxicocinéticos

Etapa 3: Avalie os dados disponíveis quanto à sua adequação. Por exemplo, pergunte

se os dados cumprem os requisitos de informação enunciados no Regulamento REACH,

quer individualmente quer sob a forma de Suficiência de Prova, e se eles se adequam

aos fins de avaliação dos riscos.


Etapa 4: Construa uma matriz da disponibilidade de dados. Neste caso, a IUCLID 5

pode ajudar a construir essa matriz e pode ser posteriormente utilizada para o

preenchimento de lacunas de informação.

Etapa 5: Faça uma avaliação preliminar da categoria e preencha as lacunas de

informação. Verifique a hipótese inicial da categoria, analise as tendências, verifique se

estão disponíveis informações suficientes, pertinentes e fiáveis, dos membros da

categoria, justifique a categoria (parâmetros comuns), analise cada parâmetro de risco

quanto à existência de lacunas de informação e quanto à sua adequação aos requisitos

constantes do Regulamento REACH.

Etapa 6: Proponha e realize ensaios, se necessário. Podem ser necessários ensaios

suplementares para os membros da categoria e/ou dos seus metabolitos. A realização de

ensaios não implica necessariamente que os ensaios sejam feitos em animais:

• Os ensaios in vitro podem ser úteis

• A toxicocinética é normalmente essencial para categorias sólidas

• Propostas de ensaio dos parâmetros de risco, constantes dos Anexos IX e X, das

substâncias a registar ao abrigo do Regulamento REACH.

Etapa 7: Se forem gerados novos dados, avalie novamente a categoria.

Etapa 8: Documente a categoria concluída e a sua argumentação. Inclua uma

justificação pormenorizada para explicar como são cumpridos os critérios do Anexo XI


do Regulamento REACH relativos às Categorias (Grupos de Substâncias). Por exemplo:

semelhanças estruturais, vias metabólicas, análise de tendências, modo de acção.

6.2.3.4 Ferramentas

Estes grupos de testes foram definidos com exactidão no Regulamento REACH e vão

ser acompanhados de muitos testes em animais. No caso de se recusar a fazer mais

testes do que o necessário, as regras do REACH oferecem diferentes possibilidades para

o desenvolvimento de estratégias inteligentes. Uma das propostas é a utilização de

dados existentes em fontes públicas ou dados da indústria interna.

Se a validação e a aplicação desta informação for revista, poderia ser utilizada para

substituir novos testes experimentais com animais.

Às vezes, a combinação de dados provenientes de diversas fontes de informação

independentes permitem extrair conclusões sobre se uma substância apresenta

propriedade perigosa específica, se as informações provenientes de cada fonte em

separado foram consideradas insuficiente para sustentar tal afirmação. Na prática, é

possível tirar proveito dos norte-americanos durante o seu programa de regulamentação

dos produtos químicos produzidos em grandes quantidades. Este foi também

desenvolvido para remediar uma falta de informação sobre as propriedades dos mesmos.

Por outro lado, muitas substâncias afectadas pelo REACH estão associados

conjuntamente em categorias, por exemplo, apresentam uma estrutura equivalente. O

Regulamento REACH permite fazer testes para membros representativos do grupo para

registar a categoria completa, embora somente quando as propriedades físico-químicas,


toxicológicas e ecotoxicológicas confirmarem a possibilidade de uma justificação

teórica. Este processo é chamado de extrapolação.

6.2.3.5 Aspectos importantes a considerar

• Analise e comunique o impacto de grupos funcionais diferentes

• Avalie os constituintes, as impurezas, os precursores comuns e/ou os produtos

de transformação, etc.

• Comunique o impacto dos parâmetros toxicocinéticos na aceitação do método

comparativo por interpolação no âmbito da categoria

• Descreva a aplicabilidade (ou não) para todas as vias de exposição (oral,

dérmica, por inalação)

6.2.3.6 Recomendações

• Os resultados da abordagem de comparação por interpolação devem ser

adequados para efeitos de classificação e rotulagem e/ou de avaliação dos riscos

[20]

• A identidade da substância deve ser especificada e documentada para todos os

membros relevantes da categoria, incluindo os perfis de pureza/impureza. Deve

ser utilizada a orientação para a identificação e designação de substâncias de

acordo com o REACH. No caso das substâncias terem sido aceites como

membros de categorias no âmbito de outros programas de regulamentação (por

exemplo as categorias EVP da OCDE), o registante deve referir-se a eles no

processo. Caberá ao registante, no entanto, incluir todas as informações

disponíveis (incluindo informações que ficaram disponíveis após avaliação no

outro programa de regulamentação) e reavaliar a validade da categoria


• A hipótese de comparação por interpolação e a sua justificação têm de ser

detalhadas no dossiê. Uma justificação aceitável da comparação por interpolação

está normalmente baseada em múltiplas linhas de evidência. Também devem ser

tidas em conta diferentes exposições. Uma consideração de informação de

estudos sobre toxicocinética pode melhorar a robustez da hipótese de

comparação por interpolação

• A documentação deve detalhar quais os perigos e os parâmetros que estão

abrangidos pela comparação por interpolação, e deve ser identificado o produto

químicos que é utilizado para a comparação por interpolação. Também é

importante que o indicador de fiabilidade (classificação Klimisch) reflicta os

pressupostos de semelhança. Assim, não deve ser normalmente utilizada uma

pontuação de 1 (fiável sem restrições) para os resultados derivados da

comparação por interpolação

• É recomendada uma comparação de dados experimentais para os parâmetros

para todos os membros da categoria (também apresentado numa matriz de dados

tabulares), destacando, de preferência, as tendências na categoria

• Podem ser encontradas mais informações no Guia sobre requisitos de

informação e avaliação de segurança química [15, 21]

6.2.3.7 Ligações úteis

• Orientações sobre requisitos de informação e avaliação da segurança química:

R6: QSAR e associação das substâncias químicas [15]

• Orientações da OCDE sobre a associação das substâncias químicas [16]

• Sítio web da Caixa de Ferramentas QSAR da OCDE [16]

• Sítio web de toxicologia computacional JRC [22]


Outras possibilidades para evitar novos testes são a utilização de testes de Boas Práticas

de Laboratório (GLP) com diferentes protocolos normalizados ou o reconhecimento dos

resultados feito fora da União Europeia. A RPA e as estatísticas da Suécia assinalam

que existe mais informação disponível do que existe regulamento de substâncias. Por

exemplo, é entendido que existem dados físico-químicos para cada substância existente,

baseado em questionários industriais.

Também se realizou nos EUA uma análise mostrando que, 57% dos dados das

substâncias afectadas pelo REACH estão disponíveis entre um 47% para a análise de

toxicidade para o desenvolvimento de espécies e um 75% para a toxicidade aguda. A

grande parte destes dados é obtida com os anexos IX e X do REACH e, portanto, é

possível aplicar para o registo na UE. No entanto, este estudo abrange apenas as

substâncias produzidas em grandes quantidades.

O REACH tem causado um grande aumento no potencial de inovação. Utilizando as

novas possibilidades de forma inteligente poderia ajudar a completar o registo de

milhares de produtos químicos comercializados de forma económica e eficiente do

ponto de vista ético.

Referências

1. Guia prático 1: Como comunicar dados in vitro, ECHA, 2010.


http://echa.europa.eu/doc/publications/practical_guides/pg_report_in_vitro_data.pdf

2. Guidance on Information Requirements and Chemical Safety Assessments: Chapter

R.4, Evaluation of Available Information, ECHA, May 2008.

http://guidance.echa.europa.eu/docs/guidance_document/information_requirements_r4_

en.pdf?vers=20_08_08

3. Technical Guidance Document for Preparing the Chemical Safety Assessment, Part

B: Hazard Assessment, 2007.

http://www.safetydocs.nl/downloads/RIP_3.2_2_PART_B.pdf

4. How to use in vitro data to fulfil REACH INFORMATION requirements. Webinar

on information requirements 30 November 2009, ECHA.

http://echa.europa.eu/doc/press/webinars/how_to_use_in_vitro_data.pdf

5. Practical Guide 3: How to Report Robust Study Summaries, ECHA, March 2010.

http://echa.europa.eu/doc/publications/practical_guides/pg_report_robust_study_summa

ries.pdf

6. End User Manual, International Uniform Chemical Information Database 5.

http://iuclid.eu/index.php?fuseaction=home.documentation

7. Practical Guide 2: How to Report Weight of Evidence, ECHA, March 2010.

http://echa.europa.eu/doc/publications/practical_guides/pg_report_weight_of_evidence.

pdf
8. Ecotoxicity Testing Methods To Be Used By The REACH Regulation Council,

Regulation (EC) No 440/2008 of 30 May 2008 laying down test methods pursuant to

Regulation (EC) No 1907/2006 of the European Parliament and of the Council on the

Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals (REACH).

http://enfo.agt.bme.hu/drupal/sites/default/files/REACH%20rendelet%20%C3%A9rtel

m%C3%A9ben%20alkalmazand%C3%B3%20%C3%B6kotox%20AN.pdf

9. OECD Guideline for the Testing of Chemicals, United States Environmental Agency,

2007.

http://www.epa.gov/endo/pubs/uterotrophic_OECD_guideline.pdf

10. Regulatory use of QSARs under REACH, ECHA, December 10th 2009.

http://echa.europa.eu/doc/press/webinars/regulatory_use_of_qsars_under_reach_doris_h

irmann_echa.pdf

11. OECD Quantitative Structure-activity Relationships Project [(Q)SARs], OECD.

http://www.oecd.org/document/23/0,3746,en_2649_34379_33957015_1_1_1_1,00.html

12. Regulatory use of QSARS under REACH, ECHA, Webinar information

requirements. December 10th 2009.

http://echa.europa.eu/doc/press/webinars/regulatory_use_of_qsars_under_reach_doris_h

irmann_echa.pdf
13. Regulatory use of QSARS under REACH. Webinar information requirements, 10

December 2009.

http://echa.europa.eu/doc/press/webinars/regulatory_use_of_qsars_under_reach_doris_h

irmann_echa.pdf

14. Regulatory use of QSARS under REACH. Webinar information requirements. 10

December 2009.

http://echa.europa.eu/doc/press/webinars/regulatory_use_of_qsars_under_reach_doris_h

irmann_echa.pdf

15. Guidance on Information Requirements and Chemical Safety, Chapter R.6: QSAR

and Grouping of Chemicals, ECHA, May 2008.

http://guidance.echa.europa.eu/docs/guidance_document/information_requirements_r6_

en.pdf

16. OECD Quantitative Structure-activity Relationships Project [(Q)SARs], OECD.

http://www.oecd.org/document/23/0,3746,en_2649_34379_33957015_1_1_1_1,00.html

17. Computational Toxicology, Joint Research Centre, European Commission.

http://ecb.jrc.ec.europa.eu/qsar/

18. Guidance on Information Requirements and Chemical Safety Assessments, Section

6.1, ECHA, May 2008.

http://guidance.echa.europa.eu/docs/guidance_document/information_requirements_r7a

_en.pdf
19. The Global Portal to Information on Chemical Substances, OECD.

http://www.echemportal.org/echemportal/page.action?pageID=0

20. Guidance on Information Requirements and Chemical Safety Assessments, R6.2.3.,

ECHA, May 2018.

http://guidance.echa.europa.eu/docs/guidance_document/information_requirements_r6_

en.pdf

21. Practical Guide 6: How to Report Read-across and Categories, ECHA, March 2010.

http://echa.europa.eu/doc/publications/practical_guides/pg_report_readacross_categ.pdf

22. Computational Toxicology and Biostatistics, JRC European Commission, February

8th 2011.

http://ihcp.jrc.ec.europa.eu/our_labs/computational-toxicology-biostatistics-lab

Capítulo 7 Informação Relacionada com a Utilização e Exposição


Um cenário de exposição é um conjunto de informações que descrevem as condições

em que os riscos associados às utilizações identificadas de uma substância podem ser

controlados. Deverá incluir as condições operacionais (por exemplo, a duração e a

frequência da utilização ou a quantidade utilizada, a temperatura de processo ou o pH) e

as medidas necessárias de gestão dos riscos (por exemplo, a instalação de um sistema de

ventilação por exaustão local, a utilização de um determinado tipo de luvas ou o

tratamento de gases) que descrevem o modo como a substância é fabricada ou utilizada

durante o seu ciclo de vida e como o fabricante ou importador controla, ou recomenda

aos utilizadores a jusante que controlem, a exposição [1, 2].

Utilização significa qualquer transformação, formulação, consumo, armazenagem,

conservação, tratamento, enchimento de recipientes, transferência entre recipientes,

mistura, produção de um artigo ou qualquer outro tipo de uso; Utilização identificada:

uma utilização de uma substância, estreme ou contida numa preparação, ou uma

utilização de uma preparação, prevista por um agente da cadeia de abastecimento,

incluindo a sua própria utilização ou uma utilização de que lhe é dado conhecimento por

escrito por um utilizador imediatamente a jusante [2].

Se um fabricante ou importador não descrever as medidas pertinentes e realistas que

controlam os riscos para uma substância numa determinada utilização, ele não pode

abranger esta utilização no seu cenário de exposição e/ou ele tem que explicitamente

desaconselhar essa utilização na ficha de dados de segurança [1].


7.1 Comunicações de Utilização e exposição de acordo com o REACH

No website da Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) é possível visualizar

e fazer download dos documentos de orientação relacionados com a ‘Orientação sobre

requisitos de informação e avaliação de segurança química’, que descrevem os

requisitos de informação de acordo com o Registo, Avaliação, Autorização e Restrição

de Produtos Químicos (REACH) sobre as propriedades das substâncias, a exposição, a

utilização e as medidas de gestão dos riscos, no contexto da avaliação da segurança

química. O documento de orientação consiste em duas partes principais: uma sobre

orientação concisa (Partes A a G), que serve para apoiar o processo necessário para

atender os requisitos de informação sobre as propriedades intrínsecas das substâncias a

registar, e outra parte sobre a orientação de referência (Capítulos R.2 a R.20), que

fornece pareceres científicos e técnicos, como mostra a Tabela 7.1 [3].


Tabela 7.1 Documentos de orientação sobre os requisitos de informação e avaliação da segurança química

Parte do documento Descrição

O Capítulo A1 faz uma introdução ao documento de orientação para a condução da avaliação de

segurança química (CSA) e a preparação do relatório de segurança química (CSR) para as

substâncias fabricadas ou importadas em quantidades de 10 ou mais toneladas por ano. Também

inclui uma revisão dos resultados pretendidos e dos principais conteúdos da avaliação de segurança

química, como documentados no relatório de segurança química, faz também uma abordagem geral

A: Introdução ao documento de orientação sobre as decisões de rentabilidade que deverão ser tomadas durante o processo de iteração da CSA,

[4] bem como um mapa de localização para os diferentes elementos que constituem este documento de

orientação.

O Capítulo A.2 explica quais os factos mais importantes para a compreensão da realização da

avaliação de segurança química. No Capítulo A.3 são explicadas as comunicações e as tarefas que

dizem respeito à cadeia de abastecimento e que estão relacionadas com a avaliação de segurança

química. O Capítulo A.4 descreve mais pormenorizadamente as situações em que, de acordo com o

Regulamento REACH, um agente deve realizar uma CSA.

B: Avaliação do R.2: Requisitos de Descreve uma abordagem geral para os requisites e obtenção de informação sobre as propriedades
perigo [5] Informação [6] intrínsecas das substâncias.

R.3: Recolha das Guia os registantes na recolha de informação disponível sobre as substâncias ou informação que

informações [7] pode ser útil para informar sobre as propriedades de tal substância.

Proporciona orientação sobre como avaliar a informação recolhida. A informação deve ser avaliada
R.4: Avaliação das
pela sua integralidade e qualidade nos termos do REACH. A avaliação da qualidade de dados inclui
informações
a avaliação da adequabilidade da informação para o objectivo de avaliação de perigo/risco e para
disponíveis [8]
relevância e confiança.

R.5: Adaptação dos Orientação sobre diferentes opções de acordo com o REACH para adaptar requisitos de informação.

requisitos de Também lida com a adaptação baseada na exposição e no desencadeamento da informação

informação [9] necessária.

Descreve outras abordagens para a avaliação de propriedades intrínsecas de produtos químicos, tais

R.6: QSAR e como orientação para abordagens sem realização de ensaios, tal como (Q)SAR (Relações

agrupamento de (Quantitativas) Estrutura/Actividade) e agrupamento. Estas abordagens permitirão a extensão e

produtos químicos [10] extrapolação da informação existente e a melhorar o foco das novas estratégias de teste e estudar o

desenho direccionado para o objectivo principal de protecção da saúde humana e do ambiente, ao


mesmo tempo minimizando a necessidade de testes adicionais em vertebrados.

R7A descreve orientação específica de requisitos de propriedades físico-químicas (tais como

viscosidade, inflamabilidade, ponto de fusão, etc.), para parâmetros relativos à saúde humana e para

parâmetros ambientais. Existem seis secções principais no documento de orientação específica de

cada parâmetro. A primeira secção é uma introdução na qual o parâmetro é descrito, definido, e é

dada uma explicação sobre a sua importância no contexto do destino e efeito de uma dada

substância para a saúde humana ou para o ambiente. A segunda secção detalha os requisitos de
R.7: Orientação
informação específica para um parâmetro de interesse. A terceira secção fornece um inventário de
específica do parâmetro
todos os tipos de dados que podem potencialmente fornecer informação útil sobre o parâmetro de
[11-14]
interesse e das fontes dessa mesma informação. A quarta secção orienta sobre a avaliação da

informação que pode estar disponível para uma dada substância. A quinta secção descreve como é

que podem ser retiradas conclusões para uma dada substância sobre a adequabilidade da informação

disponível para objectivos regulamentares. A sexta secção compreende uma Estratégia de Ensaio

Integrada (ITS) para o parâmetro e orienta sobre como definir e gerar informação relevante sobre

substâncias de forma a ir ao encontro dos requisitos do REACH.


R7B descreve a informação sobre a toxicidade aquática e a toxicidade a longo prazo nos

organismos dos sedimentos.

R7C descreve a informação sobre bioconcentração e bioacumulação e toxicidade a longo prazo para

pássaros.

O Apêndice R.7.13-2 refere-se à avaliação de riscos e caracterização de riscos ambientais para

metais e compostos metálicos.

R.8: Caracterização da

relação
Descreve os requisitos para a relação dose/concentração-resposta no contexto da caracterização dos
dose/concentração-
riscos de acordo com o REACH.
resposta para a saúde

[15]

R.9: Perigos físico- Orientação sobre a avaliação de riscos para a saúde humana de propriedades físico-químicas, tais

químicos [16] como inflamabilidade, explosividade e propriedades oxidantes.

R.10: Caracterização da Orientação sobre como caracterizar a dose (concentração)-resposta para os diferentes

relação compartimentos ambientais. Este documento informa sobre a forma de avaliar quantitativamente os
dose/concentração- efeitos de uma substância sobre o meio ambiente, determinando a concentração da substância

resposta para o abaixo da qual não se espera que ocorram os efeitos adversos na esfera ambiental de interesse.

ambiente [17]

C: Avaliação R.11: Avaliação PBT(1) Orientação sobre como avaliar se uma substância é persistente, bioacumulável e tóxica (PBT(1)) ou

PBT(1) [18] [19] muito persistentes e muito bioacumulável (mPmB), incluindo a caracterização de emissões.

Fornece uma breve descrição geral das utilizações identificadas e sobre como dar um título curto
R.12: Sistema Descritor
aos cenários de exposição. Isto vai padronizar a descrição da utilização de substâncias e vai facilitar
de Utilizações [21]
D: Definição de a identificação das utilizações e da construção de um cenário de exposição pelos fornecedores.

Cenários de Fornece suporte de orientação sobre medidas de gestão de riscos relacionadas com a exposição para
R.13: Medidas de
Exposição e os trabalhadores, para os consumidores e para o meio ambiente, e as condições operacionais para a
gestão de riscos e
Formato de construção de cenários de exposição, incluindo orientação sobre como determinar a eficácia das
condições de
Cenários de medidas de gestão dos riscos e como utilizar a biblioteca da gestão de riscos criada durante o
funcionamento [22]
Exposição [20] desenvolvimento da orientação.

R.14: Estimativa da Fornece suporte para uma estimativa de exposição ocupacional, descrevendo as informações que

exposição profissional são necessárias para a avaliação nos diferentes níveis (Tiers) e como lidar com eles. A informação é
[23] dada em relação à recolha de informações sobre exposição para estabelecer os cenários de

exposição final, as necessidades de informação para diferentes níveis e a estimativa ou cálculo de

exposições.

Descreve um procedimento eficiente para a estimativa da exposição relacionada com os


R.15: Estimativa da
consumidores por conta própria, em preparações ou em artigos. A informação está dividida em
exposição relacionada
secções, com foco no fluxo de trabalho e avaliação da exposição para os consumidores, o cálculo de
com o consumidor [24]
exposição dos consumidores e as ferramentas para apoiar a construção de cenários de exposição.

Fornece orientação sobre estimativas de exposição relacionadas com o ambiente, ou seja, a

R.16: Estimativa da estimativa das emissões para a água, o ar e o solo a uma escala local e regional, destino e

exposição ambiental distribuição das libertações em compartimentos ambientais e plantas de tratamento de esgotos e o

[25] cálculo das concentrações de exposição em doses de, respectivamente, compartimentos ambientais

e do ser humano, através do ambiente.

R.17: Estimativa da Fornece orientação sobre como avaliar estimativas de exposição para o ser humano e para o

exposição a partir de ambiente relacionados com as fases do ciclo de vida após as utilizações identificadas (libertações a

artigos [26] partir de substâncias em artigos e libertações a partir de etapas de vida dos resíduos).
R.18: Estimativa da Fornece orientação sobre estimativas de exposição relacionadas com as etapas do ciclo de vida dos

exposição a partir de resíduos após as utilizações identificadas (libertações a partir de artigos e libertações a partir das

resíduos [27] etapas de vida dos resíduos).

Fornece orientações sobre a caracterização dos riscos. Na caracterização dos riscos, as informações

sobre os riscos e sobre a exposição são combinadas na razão da caracterização dos riscos ou na

caracterização qualitativa dos riscos. Ambos os tipos de informações contêm incertezas que devem
E: Caracterização R.19: Análise de
ser avaliadas, a fim de decidir sobre a robustez da estimativa dos riscos. Também inclui orientações
dos riscos [28] incertezas [29]
sobre a caracterização qualitativa dos riscos no que diz respeito a substâncias não sujeitas a valores

limite. O Capítulo R.19 fornece orientação detalhada sobre como lidar com a análise de incerteza na

avaliação de segurança química.

Fornece orientações sobre o formato e os requisitos para a elaboração do relatório de segurança


F: Relatório de Segurança Química [30]
química, que documenta os resultados e conclusões da avaliação da segurança química global.

Fornece orientação sobre como preparar as extensões para a ficha de dados de segurança (FDS),

G: Alargamento das FDS [31] informando os fabricantes e importadores que colocam uma substância no mercado sobre como as

informações sobre o cenário de exposição são comunicadas e implementadas ao longo da cadeia de


abastecimento. Também inclui informações específicas e/ou exemplos sobre as tarefas dos

utilizadores a jusante.

Fornece uma tabela de termos que são essenciais para entender a Orientação. Os termos estão

relacionados com o processo de Avaliação da Segurança Química, e é limitado a esses termos que
R.20: Tabela de termos [32]
não estão definidos noutros lugares ou que exigem explicação adicional, e tendo sido sujeito a

esclarecimentos repetidos durante o desenvolvimento da orientação.


7.2 Outras organizações que fornecem avaliação de segurança

7.2.1 Equipa de Cenários de Exposição para Plásticos (PEST)

Várias associações da indústria de plásticos reuniram-se para formar uma equipa

chamada equipa para os cenários de exposição de plásticos (PEST - plastics exposure

scenario team), cujo objectivo era desenvolver uma lista de cenários de exposição

genéricos (GES) para as utilizações mais conhecidas dos plásticos. Estes foram depois

traduzidos para ‘descritores de utilização REACH’ para serem utilizados como uma

forma de comunicação entre os produtores de plásticos e seus fornecedores, informando

sobre as suas utilizações. Esta informação deve ser utilizada para aditivos classificados,

mas é facultativa para os não classificados. Estes GES para as utilizações mais

conhecidos de plásticos estão enumerados numa tabela e podem ser consultados no

website da Plastics Europe [33].

7.2.2 Associação Europeia de Fabricantes de Borracha e Pneus (ETRMA)

A Associação Europeia de fabricantes de Borracha e Pneus (ETRMA) foi fundada em

2006, substituindo o Bureau de Liaison des Industries du Caoutchouc (Departamento de

Ligação das Indústrias da Borracha da União Europeia - BLIC), com o objectivo

principal de representar os interesses relacionados com a regulação e sector dos

fabricantes europeus de borracha e pneus, tanto a nível europeu como internacional. A

ETRMA representa 4200 empresas na União Europeia (UE) e emprega 360 mil pessoas.

A ETRMA publicou algumas comunicações ao abrigo do REACH sobre a utilização e

os cenários de exposição. A Tabela 7.2 resume estas comunicações [34].


Tabela 7.2 Comunicações da ETRMA ao abrigo de REACH sobre cenários de utilização e exposição

Título da comunicação Sector Resumo

Identificação das Fornece identificação sobre as utilizações dentro da indústria de pneus, em relação à

utilizações para o Sector formulação/utilização industrial dos produtos químicos utilizados durante o processo
Fabrico de pneus
de Borracha - PNEUS de fabrico, bem como em relação à utilização profissional e às etapas do ciclo de vida

[35] em serviço quando utilizados em artigos acabados.

Identificação de
Fornece a identificação sobre as utilizações dentro do sector de fabrico dos Produtos de
utilizações para o Sector
Borracha Gerais (GRG), sobre a formulação/utilização industrial dos produtos
de Borracha –
Fabrico de GRG químicos utilizados durante o processo de fabrico, bem como em relação à utilização
PRODUTOS DE
profissional e às etapas do ciclo de vida em serviço quando utilizados em artigos
BORRACHA GERAIS
acabados.
(GRG) [36]

Cenário de Exposição da Fornece cenários de exposição genéricos (GES) e informações específicas do sector

Indústria de borracha - Fabrico de pneus para ajudar os registantes a realizar as avaliações de segurança química para as

PNEU [37] substâncias utilizadas na indústria de fabrico de pneus. O documento também identifica
a formulação/utilização industrial de produtos químicos durante o processo de fabrico

de pneus, bem como em relação à utilização profissional e às etapas do ciclo de vida

em serviço quando utilizados em pneus (artigos).

Pasta de trabalho Excel


Descreve a utilização dos códigos do sistema descritor para as utilizações de produtos
"Modelo de GES da Fabrico de pneus
químicos de borracha identificadas utilizadas no fabrico de pneus.
ETRMA - Pneu" [38]

Descreve a forma como se podem desenvolver cenários de referência realistas para

Taxa de Produção de serem utilizados na equação de escala. É apresentada uma orientação genérica em
Fabrico de pneus
Pneus [39] relação à quantidade de substância utilizada na região e à fracção utilizada pelo maior

cliente.

Descreve duas abordagens possíveis em escala que podem ser utilizadas pelo
Equação de escala [40] Fabrico de pneus
fornecedor. Método 1: Equação de Escala Linear e Método 2: Spreadsheet.
Descreve os cenários para a vida útil dos pneus com base numa aplicação de categorias

Vida Útil do Pneu [41] Fabrico de pneus padrão de libertação para o ambiente (ERCs) a partir do Documento de Orientação

Técnica (TGD) REACH, bem como ERCs refinados específicos (sERC).

Descreve os cenários de vida dos resíduos, ou seja, o modelo de vida para os resíduos

em fim de vida, pneus (ELT). São apresentadas no modelo as categorias do processo

Fim de Vida do Pneu proposto (PROC) e as categorias de liberação para o ambiente (ERCs), para cada
Fabrico de pneus
[42] operação de resíduos. São atribuídos os códigos de resíduos do tipo de tratamento, são

identificados os documentos para as melhores técnicas disponíveis e são resumidas as

directivas comunitárias relevantes.

Introdução ao Cenário de Fornece cenários de exposição genéricos (GES), e informações específicas do sector

Exposição Genérico da Fabrico de GRG para os registantes realizarem avaliações de segurança química para as substâncias

ETRMA (GRG) [43] utilizadas na indústria de fabrico de borracha.

Livro de trabalho do Descreve a utilização de códigos descritores do sistema para as utilizações identificadas
Fabrico de GRG
Excel “Modelo de GES de produtos químicos de borracha no fabrico de produtos de Borracha Gerais.
da ETRMA – GRG” [44]

Orientação do Factor de Fornece orientação sobre os factores de emissão para a formulação e utilização na

Emissão para Fabrico de pneus indústria dos pneus e produtos de borracha gerais (GRG), e actualiza a orientação

Formulação e Utilização e Fabrico de GRG anterior do factor de emissão, previamente publicado no site da ETRMA a 16 de

Industrial [45] Dezembro de 2009.

Ficha SpERC para ERC Fabrico de pneus Descreve a ficha SpERC (Categoria de Libertação de emissões específicas) do

3 e ERC 6d [46] e Fabrico de GRG REACH.


7.2.3 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico(OCDE) –

Documentos de Cenários de Exposição

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é uma

organização económica internacional criada em 1961, com sede em Paris, na França, e

com 34 países membros. A missão da organização é "promover políticas que irão

melhorar o desenvolvimento económico e o bem-estar social das pessoas em todo o

mundo". A Divisão para a Segurança e Saúde Ambiental da OCDE publicou vários

documentos, em oito séries diferentes, sendo um deles o Documento sobre Cenários de

Exposição. Dois destes documentos foram os revistos e utilizados neste relatório e estão

relacionados com os Aditivos de Plásticos e os Aditivos de Borrachas [47].

7.2.3.1 Documentos de Cenários de Exposição sobre Aditivos de Plásticos da

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

O documento da OCDE sobre Aditivos de Plásticos será resumido nos próximos

parágrafos [48]. O objectivo do documento é fornecer informações sobre como os

produtos químicos utilizados em aditivos de plástico são libertados para o ambiente e

como fazer a estimativa dessas libertações com base em cálculos desenvolvidos por

especialistas em medições, métodos de estimação aceites, ou apreciação por parte de

peritos. No entanto, esta informação deverá ser actualizada a cada momento em função

das mudanças verificadas com as novas informações disponíveis.

O documento abrange as situações em que é estimada a libertação de produtos

químicos, utiliza métodos que se focam sobre a emissão de águas residuais e também

proporciona factores de emissão para o ar para as etapas de processamento e vida útil.


Os temas tratados no documento são o processamento de plásticos (incluindo a

composição e a conversão) e as emissões dos plásticos durante a sua vida útil. A

categoria da indústria abrangida é a indústria de polímeros, o tipo de produtos biocidas

são conservantes para filme e as categorias de utilização são agentes anti-estáticos,

corantes, inibidores de corrosão, cargas, retardadores de chama e agentes de prevenção

de fogo, agentes espumantes, biocidas não-agrícolas, reguladores do processo,

plasticizadores, estabilizadores e reguladores de viscosidade.

O documento informa sobre as quantidades estimadas de aditivos utilizados em locais

representativos. Está descrito no documento um modelo para calcular os cenários de

emissões e é possível prever a quantidade de um aditivo que pode ser libertado durante

a sua utilização na produção de material plástico, durante a sua vida útil e durante a sua

eliminação (o fim da sua vida) e também identifica os parâmetros para os quais são

necessários valores. Todos os factores de emissão no documento relacionam-se com os

piores cenários e, no final de cada capítulo, existem informações específicas sobre as

equações para estimar as suas perdas percentuais, em termos de cinco fases genéricas

(manuseamento de matérias-primas, composição, conversão, vida útil e eliminação).

Nos parágrafos seguintes, são resumidas as informações sobre cada um dos aditivos,

mas esta informação pode ser encontrada de forma mais explícita no documento [48].

7.2.3.1.1 Cargas

As cargas [48] são materiais sólidos inertes incorporados aos polímeros para reduzir os

custos da matéria, melhorar a processabilidade e as propriedades mecânicas, mas que


permanecem como uma fase separada dentro da mistura. Eles podem ser em pó ou na

forma de fibras:

• Manuseamento de matérias-primas:

o Cargas na forma de partículas: Para sacos ou sacolas a perda é estimada

em 0.1% (independente do tamanho da partícula), para as cargas que

permanecerem no saco, com um tamanho <40 µm, um cenário para o

pior caso possível é talvez de 1% de perda, mas para cargas com um

tamanho >40 µm, as perdas serão mínimas com 0.01%; é pouco provável

que ocorram emissões para a água a partir da reciclagem; no pior dos

casos, para a geração de poeira, seria de 0.5% para tamanhos de

partículas <40 µm e de 0.1 % para tamanhos de partículas com >40 µm

o Cargas fibrosas: Uma vez que têm uma ampla gama de dimensões

físicas, o pior cenário resulta em emissões de 1.6% no caso de cargas de

partículas com diâmetro <40 µm; na pior das hipóteses, as emissões a

partir do processo de produção para cargas contínuas não são

susceptíveis de exceder os 0.01%

• Composição:

o Cargas na forma de partículas: As perdas serão para os resíduos sólidos

(a partir de sacos de aspirador de pó, filtros, etc) e em valores

representativos, para um cenário de pior caso, pode ser de 0.05% para as

partículas finas (<40 μm) e de 0.01% para partículas maiores (> 40 μm)

o Cargas fibrosas: Para cargas de fibra descontínua o pior cenário

resultaria em emissões de 0.05%. Para fios de fibra contínua um cenário

no pior dos casos resultaria em emissões de 0.01%


• Conversão:

o Cargas na forma de partículas: Mesmo sendo improvável que sejam

removidas durante as operações de conversão normais, as perdas

poderiam ser colocadas em 0.01%; pode ser significativa a perda de

cargas numa mistura de poeira em proporções representantes da

percentagem de carga original, mas não deverá ultrapassar os 2.5% de

carga

o Cargas fibrosas: Para as fibras mais compridas a perda seria muito

pequena (0.01% na pior das hipóteses)

• Vida útil:

o Nível de perda ao longo da vida útil dos plásticos será mais

provavelmente à superfície, num mínimo de 0.01%

• Eliminação:

o Não são antecipadas perdas de carga aquando da eliminação

7.2.3.1.2 Plasticizadores

Os plasticizadores [48] são aditivos (líquidos orgânicos ou sólidos cerosos) que

melhoram a processabilidade, flexibilidade e suavidade dos materiais poliméricos. Uma

vez que não se ligam quimicamente ao polímero eles são capazes de migrar para a

superfície da matriz polimérica, onde podem ser perdidos. Como o bis (2-etil-hexil)

ftalato (DEHP) é o mais volátil dos plasticizadores, a indústria considera que é o padrão

para os propósitos apresentados, e em todas as estimativas de emissão do documento

assume-se que é utilizado o DEHP, mas se estiver disponível informação específica

sobre uma substância, então deve ser utilizada essa informação de preferência:
• Manuseamento de matérias-primas:

o Não são esperadas perdas por volatilização, mas pode ser assumida uma

perda mínima por derrame com uma estimativa de 0.01%

• Composição:

o No pior caso, pode supor-se que 50% da emissão é perdida para as águas

residuais e que 50% é perdida para a atmosfera

o Mistura desidratada: A quantidade de vapor de plasticizante emitido é

muito pequena (~ 0.01%)

o Mistura Plastisol: São excluídas as emissões de plasticizante à

temperatura ambiente

o Mistura no Banbury: As emissões são comparáveis às da mistura

desidratada (~ 0.01%)

• Conversão:

o Para alguns dos processos, são geralmente utilizados equipamentos de

eliminação de fumos para reduzir as emissões numa ordem de magnitude.

Este equipamento é comum em locais maiores, mas em locais mais pequenos

é pouco provável de ser encontrado. Salvo expressamente declarado, os

factores de libertação nesta secção referem-se a unidades de produção com

equipamentos de eliminação de fumos, portanto as emissões em unidades de

produção menores devem ser aumentadas num factor de 10. Como pior caso,

pode supor-se que 50% da emissão é perdido para as águas residuais e 50% é

perdida para a atmosfera:

o Calandragem (processo aberto): É sugerida uma emissão de 0.05%

para um pior cenário razoável


o Extrusão (parcialmente aberta ou fechada): É proposto um factor de

emissão de 0.01%. Para filme soprado há um potencial de evaporação

um pouco maior e a situação é comparável à calandragem (na pior

das hipóteses) e justifica-se a mesma estimativa de 0.05%

o Moldação por Injecção (fechado): Praticamente não há potencial

para evaporação, mas um poderia ser utilizado um factor semelhante

ao de extrusão (0.01%)

o Revestimento por indução de Plastisol (aberta): Dependendo da

presença de equipamentos de tratamento de ar (~ 75% de todo o

consumo, aproximando-se de 100%), a emissão pode flutuar entre 0-

0.05% (na maioria dos locais), e 0.5% (em unidades de produção sem

tratamento de ar)

o Outros processos de plastisol: A presença ou ausência de tratamento

do ar define a emissão de plasticizante (0.05% ou 0.5%,

respectivamente)

• Vida útil:

o Interior

o Perdas de vapor: Em muitos dos estudos realizados o pior cenário

para a libertação de plasticizantes é observado quando as espessuras

das amostras são pequenas, como nos filmes finos. Para o

plasticizador de volatilidade média DEHP, a taxa de perda será de

0.1% por hora a 98 ºC e 0.4% por ano a 25 ºC. Para a alta volatilidade

do plasticizante dibutil ftalato, os valores equivalentes são de 4% por

hora a 98 ºC e de 40% por ano a 25 ºC

o Lixiviação: De produtos interiores é da ordem de 0.05%


o Exterior: A taxa de perda média por ano encontrada num estudo foi de

cerca de 0.16% por ano para exposições ao ar livre (um valor mais

elevado de cerca de 0.35% por ano foi obtido para uma superfície coberta

com cascalho)

• Eliminação:

o A libertação máxima possível seria a quantidade de plasticizante que

permanece no plástico durante a eliminação. As libertações devem ser

considerados numa escala regional e dependendo da solubilidade do

aditivo

7.2.3.1.3 Antioxidantes

Os antioxidantes [48] para plásticos são compostos aromáticos (aminas, fenóis, fosfatos,

etc.) utilizados para inibir a degradação dos polímeros durante a vida útil do produto.

Para estimar libertações, os antioxidantes são análogos às cargas em relação ao

manuseamento, mas análogos aos plasticizantes em relação às suas características de

volatilidade:

• Manuseamento de matérias-primas:

o O modelo é o mesmo que para as cargas

• Composição:

o O factor de perda para a formação de poeira é de 0.05% ou 0.01%,

dependendo do tamanho da partícula

o A volatilidade dos antioxidantes é semelhante à dos plasticizantes e o

factor de perda média de volatilização (substância de volatilidade média)

é de 0.01%
o No pior caso, pode supor-se que durante a volatilização 50% é perdido

para águas residuais e 50% é perdido para a atmosfera

• Conversão:

o Para antioxidantes de volatilidade média a perda por volatilização total

seria de 0.5% para a conversão em aberto, de 0.3% para a conversão

parcialmente aberta e 0.1% para a conversão fechada

• Vida útil:

o É proposto serem utilizados os mesmos modelos que para os

plasticizantes

• Eliminação:

o Aplicar condições semelhantes às dos plasticizantes

7.2.3.1.4 Agentes de Acoplamento

Os agentes de acoplamento [48] actuam na interface entre a carga e o plástico e são

utilizados para melhorar a ligação entre matrizes poliméricas e cargas minerais. Os

agentes de acoplamento são normalmente compostos de silano e de titanato. Nos

últimos anos há uma emergência de agentes de acoplamento menos voláteis que

permitem a sua introdução directa em polímeros através de técnicas de composição

convencionais. Uma vez que estes tipos de agentes de acoplamento são susceptíveis de

ser objecto de notificações como novas substâncias, eles serão os únicos considerados

no documento.

• Manuseamento de matérias-primas:

o A situação geral é análoga à dos plasticizantes, com perda mínima de

0.01%

• Composição:
o Na ausência de dados, as perdas correspondentes serão assumidas como

sendo mínimas (0.01%). Devido à natureza reactiva dos agentes de

acoplamento, na pior das hipóteses deve incluir uma atmosfera seca

7.2.3.1.5 Corantes

Os corantes [48] utilizados em plásticos são de dois tipos: pigmentos e corantes básicos.

Eles distinguem-se pela fase na qual actuam; os corantes básicos dissolvem-se no

plástico, enquanto os pigmentos formam uma fase dispersa separada.

Uma vez que os pigmentos devem ser de tamanho de partícula fino e bem dispersa

dentro do plástico, a sua situação é análoga à das cargas. A maioria dos pigmentos serão

consideradas como "inorgânicos" e sendo essencialmente não-voláteis. Se um pigmento

é considerado como tendo uma volatilidade significativa nas condições relevantes, então

ele deve ser avaliado utilizando a abordagem para corantes básicos.

Os corantes básicos para plásticos são materiais orgânicos que contêm algumas das

características estruturais dos pigmentos orgânicos, mas geralmente têm menor peso

molecular. Os dados de volatilidade sobre os corantes básicos para plásticos não estão

disponíveis, mas na ausência de informação em contrário, será assumido que eles têm

alguma volatilidade. Supõe-se que os corantes básicos têm a volatilidade e as

características da migração dos plasticizantes de baixa volatilidade ou dos antioxidantes.

Em relação à tecnologia de composição ou de conversão, esta pode ser assumida como a

mesma que para os antioxidantes. Com respeito à volatilização ou migração de corantes

básicos, as considerações ambientais serão as mesmas que para os antioxidantes menos

voláteis.
No que diz respeito às emissões de poeira ou partículas, as considerações ambientais

tanto para os pigmentos como para os corantes básicos podem ser assumidas como

análogas às das cargas.

7.2.3.1.6 Estabilizadores de Ultravioleta e de outro envelhecimento

Apesar de os estabilizadores ultravioleta e de outro envelhecimento [48] partilharem

algumas das características moleculares dos corantes, na medida em que são

caracteristicamente aromáticas, eles são geralmente de menor massa molecular, assim,

na ausência de outros dados numéricos, assume-se que as considerações de volatilidade

são semelhantes às dos antioxidantes.

7.2.3.1.7 Modificadores de Impacto Poliméricos

Os modificadores de impacto poliméricos [48] são muitas vezes elastómeros ou

misturas físicas de elastómero/polímero utilizadas para aumentar a resistência à fractura

dos plásticos, interrompendo a propagação de fissuras após um impacto súbito. Os

modificadores de impacto poliméricos elastoméricos formam geralmente uma fase

separada com o polímero:

• Manuseamento de matérias-primas:

o Pode ser aqui aplicado o pior cenário considerado para as cargas (para

tamanho de partícula <40 μm com uma perda total de 1.6%)

• Composição:

o Pode ser esperado uma perda nula para a alimentação em tira. Para os

grânulos, podem ser esperadas perdas e o pior cenário seria de 0.01%,

como no caso de cargas com um tamanho de partícula >40 μm. Para pós,
as perdas podem ser maiores e um cenário de pior caso poderia ser de

0.05%, como no caso de cargas com tamanhos de partículas <40 μm

• Conversão:

o A perda durante a conversão é efectivamente zero

• Vida útil:

o A ausência de um meio físico simples para separar estes componentes

também se aplica aos serviços e assim a migração de um aditivo

polimérico é virtualmente impossível

• Eliminação:

o Da eliminação por deposição em aterro não se pode esperar que conduza

a separação e perda. No caso da incineração não haverá libertação para o

meio ambiente porque o aditivo polimérico é combustível

7.2.3.1.8 Agentes anti-estáticos

Os agentes anti-estáticos [48] são adicionados aos polímeros para evitar o

desenvolvimento de carga à superfície. Eles são geralmente pós condutores e flocos de

metal, mas os polímeros intrinsecamente condutores também podem ser utilizados em

determinadas circunstâncias.

Uma vez que não existe nenhum modelo publicado para a perda ambiental de agentes

anti-estáticos, propõe-se que seja adaptado um modelo geral a partir de modelos

existentes no documento, e do modelo a ser utilizado irá assumir-se que:

• A volatilidade pode ser tão alta ou baixa como toda a gama de plasticizadores

• As perdas por lixiviados ou por atrito vão ser tão altas quanto para qualquer um

dos aditivos considerada até agora


A menos que sejam conhecidas as taxas ou condições específicas de utilização, sugere-

se que seja utilizada uma taxa de perdas por lixiviação de 0.5% por dia para os agentes

anti-estáticos, que tendem a ocorrer na superfície do plástico. As considerações

ambientais para o manuseamento de matérias-primas e eliminação são semelhantes

àquelas utilizadas para as cargas. Tal como acontece com as cargas, existem alguns

agentes anti-estáticos que irão sobreviver à incineração. Deve ser feita uma distinção

entre os diferentes tipos de agente anti-estático, em ‘orgânicos’ e ‘inorgânicos’, para

estimar os efeitos de libertação.

7.2.3.1.9 Retardadores de Chama

Os retardadores de chama [48], tais como os agentes anti-estáticos, são geralmente

sólidos e podem ser orgânicos ou inorgânicos e a sua finalidade é reduzir o risco de

ignição e retardar a combustão.

A volatilidade dos retardadores de chama orgânicos é limitada e será assumida como

sendo semelhante à dos plasticizantes menos voláteis e grupos antioxidantes. No

entanto, para alguns retardadores de chama a volatilidade real pode ser mais comparável

com os grupos de volatilidade média, ou até mesmo alta, como definidos para os

plasticizantes, e pode ser mais apropriado utilizar os factores de emissão equivalentes

derivados para os plasticizantes.

Os retardadores de chama inorgânicos formarão uma fase dispersa separada dentro do

plástico, semelhante à formada por cargas, e por isso as considerações de perda

ambiental serão essencialmente como aquelas para as cargas.


7.2.3.1.10 Conservantes (Biocidas)

A protecção contra o ataque fungicida ou bacteriológico é alcançada através da

utilização de biocidas estabelecidos [48] em plásticos que se espera que sejam expostos

em serviço durante muito tempo. Embora as biocidas sejam comparáveis, em termos de

volatilidade, com o ftalato (dimetil ftalato) mais volátil, as características de

manuseamento são as mesmas que para os sólidos.

Os tipos orgânicos podem ser assumidos como semelhantes aos antioxidantes (na sua

faixa de volatilidade total), uma vez a mistura tenha sido realizada. Os tipos inorgânicos

devem ser considerados análogos às cargas desde o manuseamento inicial até à

eliminação final. É sugerido um modelo de perda ambiental semelhante ao dos agentes

anti-estáticos, mas com perdas de plásticos durante a utilização semelhantes às dos

plasticizantes (como conservantes, têm menos tendência a migrar para a superfície

como agentes anti-estáticos).

7.2.3.1.11 Agentes de Cura

Os agentes de cura [48] são compostos (peróxidos, aminas e organoestânicos) utilizados

para ajudar na cura de materiais termoendurecíveis. Quando a cura tem de ser retardada,

então podem ser utilizadas as aminas. O processo de ‘cura’ envolve a reticulação das

cadeias poliméricas.

A instabilidade química dos peróxidos orgânicos impõe restrições quanto ao seu

manuseamento. Uma vez no plástico, eles começam a decompor-se à medida que


começa o fabrico e será de esperar que, uma vez terminado o fabrico, esteja totalmente

destruído.

7.2.3.1.12 Agentes de expansão

Os agentes de expansão [48] são aditivos utilizados na produção de plásticos ‘celulares’

ou ‘espumas’ e podem operar quer por meio físico ou químico.

Agentes de expansão físicos são líquidos voláteis, gases liquefeitos comprimidos, ou

são eles próprios gases. Devido à sua volatilidade eles necessitam de contenções

especiais no manuseamento e o factor de perda utilizado é de 1%. Os agentes de

expansão químicos são pós, e no pior cenário é que não ocorre troca no produto

reticulado antes de sair da fábrica, portanto tal cenário deve reconhecer que as perdas

ainda irão ocorrer durante o processo de conversão, enquanto a estrutura reticulada se

estiver a formar.

7.2.3.1.13 Estabilizadores de calor

Os estabilizadores de calor [48] são compostos orgânicos ou organometálicos utilizados

para reduzir a degradação do poli(cloreto de vinilo) (PVC) e outros materiais vinílicos

sujeito a degradação durante o processamento e conversão. Estes materiais têm uma

diversidade de tipos moleculares, podem ser orgânicas ou inorgânicas, isolados ou em

combinação, a maioria são sólidos, mas alguns são líquidos, eles podem ser tão voláteis

como os plasticizantes ou tão não-voláteis como as cargas. Devido a esta variedade nas

suas propriedades, eles têm algumas limitações na estabilidade térmica e as suas

temperaturas de composição não serão tão elevadas como para outros plásticos. As

condições de composição e as temperaturas de processo podem ser assumidas como


semelhantes às do PVC e é utilizado o modelo ambiental semelhante ao da emissão dos

plasticizantes para os estabilizadores de calor sólido voláteis e líquidos. Para sais

inorgânicos é apropriado o modelo para cargas utilizando os critérios de tamanho de

partícula de <40 μm e >40 μm.

7.2.3.1.14 Promotores de deslizamento

Os promotores de deslizamento [48] são aditivos (geralmente cerosos mas também pós

finos) que são capazes de migrar para a superfície do plástico para melhorar a

lubrificação da superfície durante o processamento e utilização. As perdas por

manuseamento podem ser semelhantes às das cargas e o modelo baseado em critérios de

tamanho é apropriado para o manuseamento de matérias-primas e geração de poeira

durante a composição. Quando aquecidos, espera-se que migrem para a superfície

rapidamente e podem ser perdidos por atrito ou volatilização. As perdas ambientais são

semelhantes às dos agentes anti-estáticos orgânicos e pode ser utilizado um modelo

semelhante.

7.2.3.1.15 Auxiliares de viscosidade

Os auxiliares de viscosidade [48] são aditivos (polímeros na forma de partículas finas),

que são utilizados para regular a viscosidade de misturas de PVC-plasticizante-solvente

durante o processamento. Em relação ao manuseamento, os auxiliares de viscosidade

possuem algum do carácter das cargas e aplica-se aqui o modelo baseado em critérios de

tamanho, mas para as fases subsequentes é aplicável o modelo descrito para os

modificadores de impacto poliméricos. Uma vez que estes materiais têm uma massa

molecular excepcionalmente elevada, as perdas de matérias voláteis são desprezíveis.


7.2.3.2 Documentos de Cenários de Exposição sobre Aditivos de Borrachas da

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

As informações contidas no ‘Documento do Cenário de Emissões em Aditivos de

Borracha’ [49] podem ser utilizadas para auxiliar na estimativa de libertação de

produtos químicos para o meio ambiente devido aos aditivos utilizados na indústria de

borracha, de acordo com suas fontes, padrões de utilização e vias de libertação.

Para se estimarem estas emissões existem algumas informações que devem estar

disponíveis, tais como a função do aditivo, o tipo de produto de borracha, a quantidade

de produto de borracha produzida por dia (padrão), a percentagem de aditivo

introduzida no produto de borracha e a fracção de aditivo que permanece no produto de

borracha (padrão).

Este documento descreve as etapas do ciclo de vida dos aditivos de borracha na

formulação, na utilização e durante a vida útil (abrasão do pneu), e fornece estimativas

de emissões para as águas superficiais, o ar e o solo locais. Os produtos estudados neste

documento são cargas, retardadores de chama e agentes de prevenção de fogo,

estabilizadores, agentes de vulcanização, agentes anti-envelhecimento, pigmentos,

plasticizantes e auxiliares de processamento.

As etapas de processamento para a ‘formulação’ e ‘utilização industrial’ foram

combinados para estas estimativas de emissão e elas têm em conta a criação da mistura

de borracha, a mastigação, a moldação, a vulcanização e o acabamento.

Existem três cenários de emissão genéricos que estão descritos no documento:


• Formulação e processamento: emissões para águas residuais

• Formulação e processamento: emissões para a atmosfera e para o solo

• Utilização privada de produtos de borracha por abrasão de pneus: emissões para

a água de superfície e para o solo

7.2.3.2.1 Cenário de Emissão para Formulação e Processamento para Águas Residuais

Para calcular a emissão das libertações para as águas residuais, são necessárias algumas

informações:

• Função do aditivo (descrito na Tabela 9 do documento)

• Tipo de produto e quantidade produzida por dia (os valores padrão para pneus e

produtos de borracha e as suas sub-divisões diferentes são apresentados na

Tabela 8 do documento)

• Aditivo introduzido (este valor pode ser entregue pelo requerente (A) ou pode

ser assumido como padrão (D) da Tabela 9 do documento)

• Fracção de aditivo que permanece no produto de borracha (este valor pode ser

fornecido pelo candidato ou ser assumido como padrão a partir da Tabela 9 do

documento)

A taxa de emissão [kg/d] para as águas residuais é calculada a partir da Equação 7.1

como se observa a seguir:

Qadditive
Elocal water = Qprod. • • ( 1 − Fremaining )
(7.1)
100.Frecipe

Onde:

• Entrada:
o Qprod = Quantidade do tipo de produto produzido por dia (kg/d-1) (ver tabela 8 do

documento da OCDE)

o Qadditive = Partes de aditivo introduzido (percentagem em massa, wt%) ou (phr)

o Frecipe = factor da receita (valor 2 quando o conteúdo é dado em phr ou valor 1

quando o conteúdo é dado em % em massa, wt%)

o Fremaining = fracção de aditivo que permanece no produto de borracha (do

candidato ou da Tabela 9 do documento da OCDE)

• Saída:

o Elocalwater = emissão de substância para plantas de tratamento de águas residuais

(kg/d-1)

O Tipo de Produto e a Quantidade produzida na Fonte Pontual genérica estão

apresentados na Tabela 8 e as Funções e Conteúdo de Aditivos de Borracha estão

descritos na Tabela 9 do documento da OCDE.

7.2.3.2.2 Cenários de Emissão para Formulação e Processamento para a Água e para

o Solo

As emissões de dados de monitorização de aditivos de borracha para o ar e para o solo

são difíceis de encontrar. O cenário de emissão para o ar que é descrito no documento

está baseado em tabelas do Documento de Orientação Técnica da UE e assim a taxa de

emissão (kg/d) para o solo respectivamente ao ar é calculada a partir da Equação 7.2

como se segue:

Qadditive
Elocal air = Qprod. • • ( 1 − Fair )
(7.2)
100.Frecipe
Onde:

• Entrada:

o Qprod = quantidade do tipo de produto produzido por dia (kg/d-1) (ver tabela 8 do

documento da OCDE)

o Qadditive = partes de aditivo introduzido por 100 partes de borracha (% em massa,

wt%) ou (phr)

o Frecipe = factor de receita (valor 2 quando o conteúdo é dado em phr ou valor 1

quando o conteúdo é dado em % em massa, wt%)

o Fair = factor de emissão para o ar (do candidato ou através de consulta da Tabela

11 do documento da OCDE)

o Fsoil = factor de emissão para o solo (do requerente ou através de consulta da

Tabela 11 do documento da OCDE)

• Saída:

o Elocalair = emissão de aditivo para o ar, respectivamente (kg/d-1)

o Elocalsoil = para o solo

7.2.3.2.3 Cenário de Emissão para a Utilização de Produtos de Borracha por Desgaste

de Pneus

As partículas depositadas no solo que provêm da abrasão dos pneus estão expostas a

factores ambientais que causam hidrólise, lixiviação, e biodegradação dos componentes

do pneu. A Tabela 12 no documento apresenta os produtos de lixiviação dos pneus a

longo prazo, que foram identificados durante uma experiência laboratorial em água

destilada e chuva ácida.


Uma abordagem para calcular a taxa anual de emissão regional (kg/a) de um aditivo de

borracha ou do seu produto de degradação através da abrasão de pneus é apresentada na

Equação 7.3.

MWadditive
Eregional breakdown_product = Qann_prod. • Fabbrasion • (7.3)
MWbreakdown_product

Onde:

• Entrada:

o Qann_prod = quantidade do aditivo produzidos por ano na região definida (kg/a-1)

(a região precisa de ser definida)

o Fabrasion = factor de emissão para a abrasão dos pneus (0.12)

o MWadditive = massa molecular do aditivo (g/mol-1)

o MWbreakdown_product = massa molecular dos produtos de degradação (g/mol-1)

• Saída:

o Eregional = taxa de emissão dos produtos de degradação (ou aditivos) a partir da

abrasão dos pneus numa região definida

7.2.4 Documentação sobre as Melhores Técnicas Disponíveis (Comissão da União

Europeia)

O Gabinete Europeu para a Prevenção e o Controlo Integrados da Poluição (EIPPCB) é

um dos sete institutos científicos do Centro Comum de Investigação (CCI) da Comissão

Europeia e foi criado com o objectivo de organizar o intercâmbio de informações entre

os Estados membros da União Europeia e a indústria sobre as melhores técnicas


disponíveis (BAT), a sua monitorização e desenvolvimento. O Gabinete EIPPCB

trabalhou numa série de documentos de referência sobre as BAT, chamado Documento

de Referência sobre as Melhores Técnicas Disponíveis (BREF), que são os principais

documentos de referência utilizados pelas autoridades competentes nos Estados-

Membros aquando da emissão de licenças de funcionamento para as instalações que

representam um potencial de poluição significativo na Europa [50].

Um destes documentos BREF é um documento de referência sobre as BAT na Produção

de Polímeros, de Agosto de 2007. Este documento BREF foca-se na produção e no

impacto ambiental dos materiais poliméricos mais importantes (seleccionados de acordo

com o volume de produção e o potencial impacto ambiental do seu fabrico, bem como

na disponibilidade de dados) em unidades de produção, numa escala industrial. O

documento trata principalmente com as modificações de processos, a operação e

manutenção, e especialmente com a gestão de fluxos de resíduos inevitáveis [51].

Os próximos parágrafos descrevem a BAT genérica para a produção dos polímeros mais

importantes e a Tabela 7.3 descreve a BAT para cada um deles.


Tabela 7.3. BAT na Produção de Polímeros [52]

BAT para a
É Utilizando uma (ou mais) das seguintes técnicas
produção de

Recuperar monómeros dos compressores alternativos em Reciclá-los e introduzi-los de volta no processo e/ou enviá-

processos de LDPE los para um oxidante térmico

Recolher os gases efluentes das extrusoras -

Reduzir as emissões que provêm das secções de

acabamento e de armazenagem (nos processos de LDPE,


Poliolefinas
nos processos de suspensão a baixa pressão, em processos -

de fase gasosa (LLDPE, HDPE, e PP) e em processos de

solução de LLDPE)

Operar o reactor ao polímero mais elevado -

Utilizar sistemas de arrefecimento em circuito fechado -

Minimização da variação do nível, das linhas de equilíbrio de

gás, dos tectos flutuantes (apenas para tanques grandes),


Poliestireno Reduzir e controlar as emissões que provêm do
condensadores instalados e recuperação de ventilação para
armazenamento
tratamento
Recuperar todos os fluxos de purga e de ventilação do
-
reactor

Recolher e tratar o ar de exaustão da peletização (esta só


-
se aplica aos processos de GPPS e de HIPS)

Reduzir as emissões desde a preparação nos processos de Linhas de equilíbrio de vapor, condensadores e recuperação

EPS de ventilação para tratamento adicional

Ciclones para separar o ar transmitido, sistemas de

bombeamento de concentração elevada, sistemas de


Reduzir as emissões do sistema de dissolução nos
dissolução contínuos, linhas de equilíbrio de vapor,
processos de HIPS
recuperação da ventilação para outros tratamentos e

condensadores

Utilizar as instalações de armazenagem adequadas para a Armazenar em tanques de refrigeração à pressão atmosférica

Policloreto de matéria-prima VCM (monómero de cloreto de vinilo), ou em tanques pressurizados à temperatura ambiente e para

vinilo concebidas e mantidas para evitar fugas e contaminações evitar as emissões de VCM, fornecer tanques com

do solo, da água e do ar resultante condensadores de refluxo refrigerados e/ou conexão com o


sistema de recuperação de VCM ou para equipamentos de

tratamento de ventilação adequados

Prevenir emissões a partir de conexões para descarga de Utilizar linhas de equilíbrio de vapor ou evacuação e

VCM tratamento de VCM das conexões antes da dissociação

Reduzir a frequência de aberturas de reactor,

despressurização do reactor por ventilação para a recuperação

de VCM, drenagem do conteúdo líquido para reservatórios


Reduzir as emissões de VCM residual a partir dos
fechados, lavagem e limpeza do reactor com água, drenagem
reactores
desta água para o sistema de esgoto, vaporizar e/ou lavar o

reactor com gás inerte para remover resíduos de VCM, com a

transferência dos gases para a recuperação de VCM

Utilize extracção para suspensão ou látex para obter um


-
baixo teor de VCM no produto

Utilize uma combinação de tratamento de águas residuais


-
de floculação, extracção e biológico para a produção de
PVC

Múltiplos filtros de sacos para PVC de emulsão, filtros de


Evitar as emissões de poeiras provenientes do processo de
sacos para PVC de microssuspensão e ciclones para PVC de
secagem
suspensão

Tratar as emissões de VCM que saem do sistema de


Absorção, adsorção, oxidação catalítica e incineração
recuperação

Prevenir e controlar as emissões fugitivas de VCM


-
decorrentes de conexões e selagens de equipamentos

Instrumentação de controlo específico para alimentadores do

reactor e condições operacionais, sistemas de inibição

Evitar as emissões acidentais de VCM dos reactores de química para parar a reacção, capacidade de arrefecimento do

polimerização reactor de emergência, energia de emergência para a agitação

e capacidade de ventilação controlada de emergência para o

sistema de recuperação de VCM

Poliéster Tratar gases de escape Oxidação térmica, carvão activado, lavadores de glicol e
insaturado caixas de sublimação

Tratamento térmico de águas residuais, decorrentes Equipamento combinado para a queima de resíduos líquidos

principalmente da reacção e gases residuais

Minimizar a variação do nível (apenas nas unidades de

Projectar e manter os tanques de armazenamento da planta produção integradas), linhas de equilíbrio de gás (apenas

para evitar fugas e contaminação resultante do solo, ar e tanques grandes), tectos flutuantes (apenas tanques grandes),

água condensadores de ventilação, recuperação de ventilação para

ESBR (Borracha tratamento externo (geralmente a incineração)

de Butadieno Monitorização das falanges, bombas, selos, etc, manutenção

Estireno em preventiva, amostragem em circuito fechado, actualizações da


Controlar e minimizar as emissões difusas (fugitivo)
Emulsão) unidade de produção: selos de conjunto mecânico, válvulas à

prova de fugas, juntas melhoradas

Recolher as aberturas dos equipamentos do processo para


Geralmente incineração
o tratamento

Reciclagem da água -
Tratamento de águas residuais Tratamento biológico ou técnicas equivalentes

Boa segregação e recolhê-los para os enviar para tratamento


Minimizar o volume de resíduos perigosos
num local externo

Minimizar o volume de resíduos não perigosos Boa gestão e reciclagem fora do local

Borrachas

Polimerizadas em Remover solventes Desvolatilização na extrusão

Solução

Tratar gases de combustão do processo de produção de


Poliamidas Lavagem por fricção molhada
poliamida

Fibras de Reciclagem ou equivalente antes de enviar as águas residuais


Aplicar um pré-tratamento de águas residuais
Politereftalato de de processos de produção de PET para uma planta WWT.

etileno Tratar correntes de gases residuais da produção de PET Oxidação catalítica ou técnicas equivalentes.

Operar molduras de filamentos em casas -


Fibras de viscose
Recuperar CS2 a partir de fluxos de exaustão de ar Através de adsorção em carvão ativado
Aplicar processos de dessulfuração de ar de exaustão com
-
base na oxidação catalítica com produção de H2SO4

Recuperar sulfato de banhos de spinning -

Reduzir Zn das águas residuais Por precipitação alcalina seguida de precipitação de sulfureto

Utilizar técnicas de redução anaeróbia de sulfato para


-
corpos de água sensíveis

Utilizar incineradores de leito fluidizado para queimar

resíduos não perigosos e recuperar o calor para a produção -

de vapor ou energia
Uma BAT genérica [52] é:

• Implementar e aderir a um Sistema de Gestão Ambiental que incorpora as

seguintes características: definição de uma política ambiental para a instalação

pela gestão de topo, planear e estabelecer os procedimentos necessários, a

implementação dos procedimentos, verificação de desempenho e tomada de

medidas correctivas e revisão pela gestão de topo

• Reduzir as emissões evasivas através do desenho de equipamento avançado

• Efectuar uma avaliação e medição de perda de evasivos para classificar os

componentes em termos de tipo, condições de serviço e processo, para

identificar os elementos com maior potencial para a perda de evasivos

• Estabelecer e manter uma vigilância e manutenção dos equipamentos e/ou

detecção de derrames e um programa de reparação baseado num componente de

serviços e uma base de dados de serviços em combinação com a avaliação e

medição de perda de evasivos

• Reduzir as emissões de poeira com uma combinação das seguintes técnicas: o

transporte da fase densa é mais eficiente para prevenir emissões de poeira do que

a fase diluída, a redução das velocidades dos sistemas de transporte em fase

diluída para tão baixo quanto possível, redução da formação de poeira nas linhas

de transmissão através de tratamento superficial e alinhamento apropriado dos

tubos, a utilização de ciclones e/ou filtros nos escapes de ar das unidades de

despoeiramento e utilização de purificadores molhados

• Minimizar arranques e paragens das unidades de produção para evitar picos de

emissões e reduzir o consumo em geral (por exemplo, energia, monómeros por

tonelada de produto)
• Proteger os conteúdos do reactor em caso de paragens de emergência (por

exemplo, utilizando sistemas de contenção)

• Reciclar o material contido ou utilizá-lo como combustível

• Evitar a poluição da água através do design de tubagens adequadas e selecção de

materiais

• Utilizar sistemas separados de recolha de efluentes para: água de processo de

efluentes contaminada, água potencialmente contaminada por vazamentos e

outras fontes, incluindo a água de arrefecimento e escoamento superficial de

áreas de unidades de produção e água não contaminada

• Tratar os fluxos de purga de ar provenientes de silos desgasificados e aberturas

de reactor com uma ou mais das seguintes técnicas: reciclagem, oxidação

térmica, oxidação catalítica e queima (apenas fluxos descontínuos)

• Utilizar sistemas de queima para tratar as emissões descontínuas a partir do

sistema de reactor

• Utilizar, onde for possível, energia e vapor a partir de centrais de co-geração

• Recuperar o calor da reacção através da geração de vapor de baixa pressão em

processos ou unidades de produção, onde estão disponíveis os consumidores

internos ou externos do vapor de baixa pressão.

• Reutilizar os resíduos potenciais de uma planta de polímeros

• Utilizar sistemas de pig em plantas multiproduto com matérias-primas e

produtos líquidos

• Utilizar um tampão para as águas residuais a montante da estação de tratamento

de águas residuais, para alcançar uma qualidade constante das águas residuais

• Tratar as águas residuais de forma eficiente


Referências

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52. Reference Document on Best Available Techniques in the Production of Polymers,

European Comission, Agosto de 2007.

ftp://ftp.jrc.es/pub/eippcb/doc/pol_bref_0807.pdf
Autores por capítulo

Capítulo 1 e 2

Jacky Lecomte

Sirris

Liège Science Park, 12 Rue du Bois St-jean, Ougrée, Belgium

Capítulo 3

Marie-Pierre Béatrix

PEP – Centre Technique de la Plasturgie

2 Rue Pierre et Curie, Bellignat, 01100, France

Capítulo 4

Dr Steve Holding

iSmithers

Shawbury, Shrewsbury, Shropshire, SY4 4NR, UK

Capítulo 5

Federica Bellucci

Proplast

Strada Savonesa 9, Rivalta Scrivia, Tortona-AL, 15057, Italy

Capítulo 6

Matías Sacristán Erríquez and Marco Bibas Castany


ASCAMM

Avda. Universitat Autònoma, Cerdanyola del Vallès, Barcelona, 08290, Spain

Capítulo 7

Liliana Rosa Santos

PIEP - Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros

Universidade do Minho, Campus de Azurém, Guimarães, 4800-058, Portugal


Abreviações

ABS Poli(acrilonitrilo-butadieno-estireno)

AC Categoria de artigo

ASTM Associação Americana para Testes e Materiais

BAT Melhores Técnicas Disponíveis

BREF Documento de referência sobre as melhores técnicas disponíveis

CCI Centro Comum de Investigação

CEVMA Centro Europeu de Validação de Métodos Alternativos

DEHP Ftalato de bis(2-etil-hexilo)

DSC Calorimetria Diferencial de varrimento

ECHA Agência Europeia dos Produtos Químicos

EIPPCB Gabinete Europeu para a Prevenção e Controlo Integrados da Poluição

ERC Categoria de Libertação para o Ambiente

ETRMA Associação Europeia de Fabricantes de Pneus e Borrachas

EVP Elevado Volume de Produção

FTIR Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier

GC Cromatografia gasosa

GES Cenário de exposição Genérico

GPC Cromatografia de Permeação em Gel

GLP Boas Práticas de Laboratório

HDPE Polietileno de Alta Densidade

HDT Distorção de calor

HPLC Cromatografia líquida de alta eficiência


ISO Organização Internacional de Normalização

ITS Estratégias de Ensaio Integradas

IUCLID Base de dados internacional de informações químicas uniformes

IV Infravermelho

LDPE Polietileno de Baixa Densidade

MI Índice de fluidez

Mn Massa molecular média

MS Espectrometria de Massa

Mw Massa Molecular

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

PC Categoria de produto

PC(2) Policarbonato

PE Polietileno

PEST Plastics exposure scenario team

PET Politereftalato de etileno

PP Polipropileno

PROC Categoria de Processo

PS Poliestireno

PVC Policloreto de vinilo

QMRF Formato de Relatórios Modelo QSAR

QPRF Formato de Relatórios de Previsão QSAR

QSAR Relação quantitativa estrutura-actividade

REACH Registo, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos

RCE Resumo Circunstanciado de estudo

RMN Ressonância Magnética Nuclear


SAR Relação estrutura-actividade

SU Sector de utilização

TGA Análise Termogravimétrica

UE União Europeia

UP Poliéster insaturado

UV Ultravioleta

UV-Vis Ultravioleta-visível

WoE Suficiência de prova

XRD Difracção de raios-X

XRF Fluorescência de raios-X


Palavras-chave

Palavras Capítulo Secção

Agricultura Capítulo 3 Secção 3.5 & 3.5.6

Amorfo Capítulo 3 Secção 3.1.4.1

Automóvel Capítulo 3 Secção 3.5 & 3.5.4

Construção & Obras Capítulo 3 Secção 3.5 & 3.5.2

Compressão Capítulo 3 Secção 3.3 & 3.4.1.6

Cristalino Capítulo 3 Secção 3.1.4 & 3.1.4.1

Calorimetria Diferencial de Varrimento Capítulo 3 Secção 3.4.2.3

(DSC)

Distorção de calor (HDT) Capítulo 3 Secção 3.4.2, 3.4.2.1 & 3.4.2.2

Elastómero Capítulo 3 Secção 3.1.4, 3.1.4.3, 3.4.1.3 & 3.4.1.6

Eléctrico & Electrónico Capítulo 3 Secção 3.5 & 3.5.3

Embalagem Capítulo 3 Secção 3.5 & 3.5.1

Flexão Capítulo 3 Secção 3.1.4.3

Fluência Capítulo 3 Secção 3.3 & 3.4.1.7

Lazer & Desporto Capítulo 3 Secção 3.5 & 3.5.5

Módulo de Corte Capítulo 3 Secção 3.4.1.4

Poliadição Capítulo 3 Secção 3.1.4, 3.2.3 & 3.2.3

Policondensação Capítulo 3 Secção 3.1.4, 3.2, 3.2.2 & 3.2.3

Polimerização Capítulo 3 Secção 3.1.4, 3.2, 3.2.1

Propriedades reológicas Capítulo 3 Secção 3.3, 3.4 & 3.4 3

Propriedades térmicas Capítulo 3 Secção 3.3, 3.4.2 & 3.4.2.4


Reometria Capítulo 3 Secção 3.4.3.2 & 3.4.3.3

Termogravimetria (TGA) Capítulo 3 Secção 3.4.2 & 3.4.2.4

Tracção Capítulo 3 Secção 3.4, 3.4.1.1 & 3.4.1.2

Termoplástico Capítulo 3 Secção 3.1.4, 3.1.4.1 & 3.5.6

Termoendurecível Capítulo 3 Secção 3.1.4 & 3.1.4.2

Testes mecânicos Capítulo 3 Secção 3.4.1.1

Vicat Capítulo 3 Secção 3.3 & 3.4.2.2

Análise de Grupos Terminais Capítulo 4 Secção 4.3.2.2

Calibração Universal Capítulo 4 Secção 4.3.1.2.2

Cromatografia de Permeação em Gel Capítulo 4 Secção 4.3.1

Detector do Índice de Refracção Capítulo 4 Secção 4.3.1.1.6

Diferencial

Detector de Dispersão de Luz Evaporativa Capítulo 4 Secção 4.3.1.1.6

Difusor de Luz Capítulo 4 Secção 4.3.2.3

Difusor de Luz de Ângulos Múltiplos Capítulo 4 Secção 4.3.1.2.3

Difusor de Luz de Ângulo Recto Capítulo 4 Secção 4.3.1.2.3

Difusor de Luz de Baixo Ângulo Capítulo 4 Secção 4.3.1.2.3

MALDI-TOF Capítulo 4 Secção 4.3.2.4

Osmometria de Fase de Vapor Capítulo 4 Secção 4.3.2.1

Osmometria de Membrana Capítulo 4 Secção 4.3.2.1

Regra 3M+1 Capítulo 4 Secção 4.2 & 4.4

Regra >50 % Capítulo 4 Secção 4.2 & 4.4

Carcinogenicidade Capítulo 6 Secção 6.1 & 6.2.2.1

Centro Comum de Investigação (CCI) Capítulo 6 Secção 6.2.2.6 & 6.2.3.7

Critérios CEVMA Capítulo 6 Secção 6.2.1.2 & 6.2.1.3


Corrosividade Capítulo 6 Secção 6.2.1.3

Dados ecotoxicológicos Capítulo 6 Secção 6.1

Fototoxicidade Capítulo 6 Secção 6.2.1.3

Genotoxicidade Capítulo 6 Secção 6.1 & 6.2.1.2

Irritação da pele Capítulo 6 Secção 6.1, 6.2.1, 6.2.1.2 & 6.2.1.3

Métodos pré-validados Capítulo 6 Secção 6.2.1.2, 6.2.1.3 & 6.2.1.4

Mutagenicidade Capítulo 6 Secção 6.1 & 6.2.1.3

Não validados previamente Capítulo 6 Secção 6.2.1.4

Testes a animais Capítulo 6 Secção 6.2.2.1

Teste de despistagem Capítulo 6 Secção 6.1

Teste de pirogéneos Capítulo 6 Secção 6.2.1.3

Pontuação Klimisch Capítulo 6 Secção 6.2.3.7

Propriedades Ambientais Capítulo 6 Secção 6.1

Toolbox (caixa de ferramentas) QSAR da Capítulo 6 Secção 6.2.3.3 & 6.2.3.7

OCDE

BAT (Melhores Técnicas Disponíveis) Capítulo 7 Secção 7.2.4

Cenário de Exposição Capítulo 7 Secção 7.1, 7.2.1 &7.2.2

Documentos de Cenários de Emissão Capítulo 7 Secção 7.2.3

ETRMA (Associação Europeia de Capítulo 7

Fabricantes de Pneus e Borrachas) Secção 7.2.2

PEST (Equipa de cenários de exposição Capítulo 7 Secção 7.2.1

de plásticos)

Utilização Identificada Capítulo 7 Secção 7.1

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