Você está na página 1de 40

O Uso dos Micronutrientes no

Brasil

José Francisco da Cunha


Eng. Agrônomo – Tec-fértil
cunha@agroprecisa.com.br

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
“Nesta terra,
em se
plantando,
tudo dá"

A carta diz: “Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que,
querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem.”
Disponível em:<http://www.culturabrasil.org/zip/carta.pdf>. Acesso em 05/08/2009

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Se tivesse desembarcado aqui.......

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Distribuição dos solos de cerrado

“... E por que estou fascinado?


Simplesmente por que estes solos
tinham uma produtividade muito
baixa e nunca foram cultivados...
Vocês têm corrigido este aspecto
negativo da natureza e isso me
deixa fascinado...”
Borlaug, N. em palestra na ESALQ em Fevereiro
de 2004.
http://www.agrisus.org.br/arquivos/Palestra_Prof_Norman_Borlaug.pdf

Lopes (2009) com base em mapa do IBGE de 2000

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Evolução da pesquisa
• Iniciou com o IRI em Matão-SP
• Experimentos IAC
• Integração científica com EUA
• Criação da Embrapa e pesquisas no Cerrado
• Teses de Lopes, A.S.
• Análises de solo – métodos, calibração e
técnicas de laboratório
• Tabelas de interpretação e recomendação
• Diagnóstico adequado
Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009
O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Todos menos um
Produções de tubérculos e teores de boro nas folhas de batatinha - 1965
Ensaio I Ensaio II

Tratamentos Produção Teor Foliar Produção Teor Foliar


kg ha-1 B mg kg-1 kg ha-1 B mg kg-1

NPK 14800 28 6400 14


NPK + B 22300 40 16400 23
NPK + Zn 14100 29 7000 15
NPK + Cu 14500 20 6200 16
NPK + Mo 13900 28 5700 15
NPK + Fé 15200 29 5900 17
NPK + Mn 12100 30 7300 16
NPK + todos micros 25700 38 15900 22
Fonte: Hiroce et al. (1971)
Adubação (kg ha-1): 160 de sulfato de amônio; 240 de superfosfato simples; 150 de sulfato de potássio; 20 de bórax, 20 de
sulfato de cobre, de ferro e de manganês; 10 de sulfato de zinco e 0,5 de molibdato de sódio.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Todos menos um
Produção em kg/ha de grãos em um latossolo vermelho-escuro de
textura argilosa em resposta a omissão de micronutriente
Cultivos
Tratamentos 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 6º. Total
Arroz Arroz Milho Soja Milho Milho 6 safras
Completo 1.170 2.001 6.513 1.956 5.530 5.091 22.261
Menos B 1.191 1.813 6.141 2.092 5.098 5.031 21.366
Menos Co 1.179 2.158 6.351 2.075 5.428 5.162 22.353
Menos Cu 1.156 1.772 6.991 2.154 5.577 5.346 22.996
Menos Fe 1.210 2.046 6.714 2.025 4.873 5.490 22.358
Menos Mn 1.196 2.041 6.649 2.149 5.320 5.562 22.917
Menos Mo 1.188 1.891 6.606 2.065 5.314 5.700 22.764
Menos Zn 118 477 4.608 1.744 4.360 4.315 15.622
Fonte: Galrão (1984)

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Micronutrientes em 518 amostras de solos de cerrado
Lopes, A.S. 1983
Distribuição dos teores de Zinco Distribuição dos teores de Cobre
28,5% 27,5%
30,0%
25,5%
30,0% Nível Crítico (NC)
25,0% Nível Crítico (NC) 25,0%
19,5%
Frequência

Frequência
20,0% 20,0%
16,0%

15,0% 15,0% 11,7% 12,2%


9,0% 10,0%
8,6%
10,0% 10,0%
4,5% 5,5% 5,0%
2,0% 1,5% 2,5% 2,5% 3,5%
5,0% 0,5% 1,5% 1,0% 5,0% 1,5%

0,0% 0,0%
<0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 >1,2 <0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 >2,5
Teor de Zn no solo Teor de Cobre no solo

Distribuição dos teores de Ferro Distribuição dos teores de Manganês


36,5%
25,0% Nível Crítico (NC) 40,0%
19,5%20,0% Nível Crítico (NC)
19,0%
20,0%
30,0%
Frequência

Frequência
15,0% 20,0%
11,0%
10,5% 20,0%
8,0% 11,9%
10,0%
7,0%
2,5% 3,5% 4,0% 10,0% 6,5% 4,5%
5,0% 1,5% 3,0% 2,5% 3,0% 2,3% 2,8%
0,5%

0,0% 0,0%
<5,0 10 15 20 25 30 35 40,0 45 50 >50 <5,0 10 15 20 25 30 35 40,0 45 50 >50
Teor de Fe no solo Teor de Mn no solo

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Experimentos Cerrado – Formas de aplicação
Métodos de aplicação de Zinco e avaliação da disponibilidade para o Milho em um solo de Cerrado
Produtividade kg ha-1 Teor Zn no solo mg kg-1
Tratamentos 1º. 2º. 3º. 1º. 2º. 3º.
Cultivo Cultivo Cultivo Cultivo Cultivo Cultivo
1. Testemunha 3880 4230 4560 0,3 0,5 0,6
2. 0,4 kg ha-1 de Zn (lanço – inicial) 5470 6380 6350 0,9 0,9 0,7
3. 1,2 kg ha-1 de Zn (lanço – inicial) 7360 7780 7620 1,2 1,0 1,1
4. 3,6 kg ha-1 de Zn (lanço – inicial) 7400 7890 7900 1,6 1,3 1,3
5. 7,2 kg ha-1 de Zn (lanço – inicial) 7200 7530 7810 2,4 2,3 2,4
6. 1,2 kg ha-1 de Zn (sulco – inicial) 5890 7870 7430 1,0 1,2 0,8
7. 0,4 kg ha-1 de Zn (sulco – anual) 4910 7140 7090 0,5 0.7 1,1
8. 0,8 kg ha-1 de Zn (Semente – anual) 6150 7680 7740 0,4 0.6 1,0
9. Foliar 1% Sulfato (3ª. e 5ª. folha) 6640 7350 7470 0,4 0,6 0,5
10. Foliar 1% Sulfato (3ª., 5ª. e 7ª. 7180 7400 7420 0,5 0,7 0,7
folha)
Galrão (1996)

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Experimentos Cerrado – Formas de aplicação
Métodos de aplicação de Cobre e avaliação da disponibilidade para a Soja em um solo de Cerrado
Teor Cu no solo Menlich-
Produtividade kg ha-1
Tratamentos 1 mg dm-3
1º. Cultivo 2º. Cultivo 3º. Cultivo 2º. Cultivo 3º. Cultivo
1. Testemunha 2320 2940 2570 0,2 0,1
2. 0,4 kg ha-1 de Cu (lanço – inicial) 2300 3050 2670 0,4 0,2
3. 1,2 kg ha-1 de Cu (lanço – inicial) 2310 3440 3220 0,7 0,5
4. 2,4 kg ha-1 de Cu (lanço – inicial) 2360 3390 3130 1,3 0,7
5. 4,8 kg ha-1 de Cu (lanço – inicial) 2300 3410 3100 1,7 1,2
6. 0,4 kg ha-1 de Cu (sulco – anual) 2330 3430 3190 0,3 0,2
7. 0,8 kg ha-1 de Cu (sulco – anual) 2320 3340 3200 0,3 0,2
8. Foliar 5 g L-1 de Sulfato (20 DAE)(1) 2300 3310 3220 0,3 0,3
9. Foliar 5 g L-1 de Sulfato (20+40 DAE) 2400 3390 3110 0,3 0,3
10. 0,8 kg ha-1 de Cu (Semente – anual) 2250 3380 3140 0,5 0,8
Galrão (1996)
No tratamento 10 foi utilizado óxido de cobre e em todos os outros a fonte foi sulfato de cobre. As aplicações foliares foram feitas
com solução de sulfato de cobre de 5 g L-1.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
São Paulo - IAC
Interpretação de resultados de análise de micronutrientes em solos para o
Estado de São Paulo
Boro Cobre Ferro Manganês Zinco
Classificação
para o (água
nutriente quente) DTPA(1)

--------------------------------------- mg dm-3 -------------------------------------


Baixo(2) 0 a 0,20 0 a 0,20 0a4 0 a 1,2 0 a 0,50
Médio(2) 0,21 a 0,60 0,30 a 0,80 5,0 a 12,0 1,3 a 5,0 0,60 a 1,20
Alto(3) 0,61 – 1,20 0,81 – 1,50 12,1 – 24,0 5,1 – 9,0 1,21 – 2,40
Muito Alto(3) 1,21-3,0 1,51 – 15,0 24,1-60,0 9,1 – 50,0 2,41 – 15,0
Tóxico(3) >3,0 >50,0 >100,0(4) ? >130
Fontes: Raij et al. (1996) e adaptado de Abreu (2009)
Notas:
(1)análises determinadas com a extração por uma solução de DTPA
(2) valores indicados por Raij et al. (1996)
(3) valores indicados por Abreu (2009)
(4) indicados por Abreu (2009) considerando condições de baixo P e K e drenagem inadequada.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Cerrado - Embrapa
Interpretação de resultados de análise de
micronutrientes em solos de Cerrado
Boro Cobre Manganês Zinco
Classificação (água
para o --------------- Mehlich 1* -----------------
nutriente quente)
---------------------------- mg dm-3 -------------------------
Baixo 0 a 0,2 0 a 0,4 0 a 1,9 0 a 1,0
Médio 0,3 a 0,5 0,5 a 0,8 2,0 a 5,0 1,1 a 1,6
Alto > 0,5 > 0,8 > 5,0 > 1,6
Fonte: Galrão (2004)
* Mehlich 1 (HCl 0,05 mol L-1 + H2SO4 0,0125 mol L-1), na relação solo:solução de 1:10 e
com cinco minutos de agitação

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
SUL – CQFS-RS/SC
Interpretação dos teores de micronutrientes no solo para o Rio Grande do
Sul e Santa Catarina
Boro Cobre Zinco Manganês Ferro
Classificação
para o (água HCl 0,1 mol L-1 Mehlich-1 Oxalato de
nutriente quente) Amônio a pH 3,0
------------------------------ mg dm-3 ------------------------- g dm-3
---
Baixo < 0,10 < 0,20 < 0,20 < 2,5 -

Médio 0,1 a 0,30 (1) 0,20 a 0,40 0,20 a 0,50 2,5 a 5,0 -

Alto > 0,30 > 0,40 > 0,50 > 5,0 > 5,0 (2)
Fonte: CQFS – RS/SC (2004)
Notas:
(1) Para a videira o teor adequado varia de 0,6 a 1,0 mg dm-3.
(2) Este valor pode estar relacionado com a ocorrência de toxidez por Ferro em algumas variedades
de Arroz irrigado.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Filosofias de adubação
• Filosofia de segurança:
– Ainda é a mais utilizada considerando que a maior parte dos
micronutrientes é vendida incorporada ao NPK e no máximo
ocorre uma regionalização das composições.
• Filosofia de prescrição:
– Avaliação da fertilidade e monitoramento nutricional das culturas
são utilizados para definir a adubação. As recomendações são
mais equilibradas e realizadas conforme as necessidades da
cultura. Evita-se o uso excessivo e desnecessário.

• Filosofia de restituição:
– Fertilidade conhecida e adequado monitoramento nutricional
permitem administrar a aplicação de micronutrientes de acordo
com as taxas de exportação das culturas, principalmente para
áreas de alta produtividade.

Lopes, A. S. Micronutrientes – filosofias de aplicação e eficiência agronômica. BT 08. ANDA, 1999.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Recomendações gerais para adubação com
micronutrientes para os solos de cerrado
Teor no Boro Cobre Manganês Molibdê- Zinco
solo: nio*

Baixo 2 kg ha-1 2 kg ha-1 6 kg ha-1 0,4 kg ha-1 6 kg ha-1

Para culturas anuais, as doses indicadas podem ser parceladas em 3 partes


iguais e aplicadas no sulco de semeadura em cultivos sucessivos sendo
esperado um efeito residual para 4 a 5 cultivos.

Para solos com teores classificados como Médio, aplicar no sulco de plantio
das culturas anuais ¼ da dose acima recomendada.

Se o teor do nutriente no solo estiver classificado como Alto, não é necessária


a sua aplicação.
* Para o Molibdênio não existem valores para classificação da análise de solo.
Fonte: Galrão (2004)

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Recomendações de micronutrientes para o Estado de São
Paulo – Boletim 100 - IAC
Algodão (Zn e B), Arroz (Zn), Batata (B), Brassicas (B), Café (Zn e
B), Cana-de-açúcar (Zn), Citros (B), Eucalipto (Zn e B), Feijão (Zn e
B), Forrageiras (Zn), Mandioca (Zn), Milho (Zn) e Soja (Zn e Mn).
As dosagens recomendadas são da ordem de 1 a 5 kg/ha para
Zinco, de 0,5 a 4,0 kg/ha para o Boro e em casos esporádicos para
Cobre na ordem de 2,0 a 4,0 kg/ha e Manganês de 2,0 a 5,0 kg/ha,
baseado nos teores do solo
Recomendação de acompanhamento dos níveis de fertilidade do
solo que indicará a necessidade ou não de aplicação de
micronutrientes.
Experimentos recentes indicam a possibilidade para o aumento da
produtividade da cana-de-açúcar com o uso de micronutrientes, devido a
expansão desta cultura para solos pouco férteis com ganhos de
produtividade da ordem de 17% para o Zinco, 14% para o Molibdênio e
12% para o Manganês.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Cana-de açúcar

São conhecidos os Diversos trabalhos relatados


resultados de por Marinho, M.L (1988) e
de Orlando Filho (1994)
resposta da cana- indicam que as doses abaixo
de-açúcar no são adequadas para
nordeste aos obtenção de bons resultados
micronutrientes Cu – 2,5 a 5,0 kg ha-1
Cobre, Manganês Mn – 7,5 kg ha-1
e Zinco. Zn - 5 – 7,0 kg ha-1
Demattê (2005) relata que diversos experimentos implantados em usinas
do centro-sul apresentam uma tendência consistente de resposta ao uso
de FTE-BR12 (25-50 kg ha-1).
Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009
O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Mercado
Ano Consumo Referência Consumo de micronutrientes
1990 30000 Yamada t de produto
1996 85000 Yamada
1998 120000 Yamada 500.000
2000 180000 Yamada 400.000
2002 300000 Yamada 300.000
2003 400000 Yamada
200.000
2004 427000 ANDA
100.000
2005 310000 ANDA
-
2006 295000 ANDA
1990
1996

1998

2000
2002

2003

2004
2005

2006

2007
2008
2007 265000 ANDA
2008 215000 ANDA Anos

Fontes: Yamada, 2004 e Anuários Estatísticos do Setor de Fertilizantes - ANDA

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Mercado
Consumo de %
Ano micronutri-
Total de
Micros/Fertili- Relação
Fertilizantes
entes zante
micronutrientes/total de fertilizantes
1990 30.000 8.222.474 0,4%
2,0%
1996 85.000 12.247.600 0,7%

1998 120.000 14.668.570 0,8%


1,5%
2000 180.000 16.392.216 1,1%

2002 300.000 19.114.268 1,6%


1,0%
2003 400.000 22.796.232 1,8%

2004 427.000 22.767.489 1,9% 0,5%


2005 310.000 20.194.731 1,5%

2006 295.000 20.981.734 1,4% 0,0%


1990
1996
1998
2000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2007 265.000 24.608.993 1,1%

2008 215.000 22.429.232 1,0%

Fontes: Yamada, 2004 e Anuários Estatísticos do Setor de Fertilizantes - ANDA

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Mercado - Previsões efetuadas
Necessidade estimada de micronutrientes
Malavolta 1986 (Produção agrovegetal de 71.617 mil toneladas)
Baseado na área cultivada, B Cu Fe Mn Zn
dados de pesquisa e CONSUMO (1985) 2.768 2.302 57.571 16.397 6.201
recomendações existentes NECESSIDADE 10.000 2.500 125 1.000 44.000
Adaptado de Malavolta (1986) e Malavolta e Rocha ((1988). 23 CULTURAS

Necessidade estimada de micronutrientes


(Produção agrovegetal de 147.932 mil toneladas)
Yamada 2004 B Cu Fe Mn Zn
Baseado na área cultivada e
EXPORTADO (2003) 2.893 2.098 19.121 6.927 6.897
doses médias indicadas pela
Embrapa POTENCIAL 10.000 15.000 - 40.000 50.000
Adaptado de Yamada (2004). 12 CULTURAS

Necessidade estimada de Zinco – toneladas de Zn.


(Produção agrovegetal de 166.081 mil toneladas)
Vitti 2007 B Cu Fe Mn Zn
Baseado na quantidade
extraída e eficiência
EXTRAÍDO (2005) - - - - 14.762
esperada NECESSIDADE - - - - 59.046
Adaptado de Vitti (2007). 14 CULTURAS.

Obs.: Produção agrovegetal: conforme ANDA, exceto Cana, convertido para 5%

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Estimativa do consumo de nutrientes
Teores de nutrientes
Produto % utilizada
estimada
Zn B Cu Mn
BR12 15% 9,0% 1,8% 0,8% 2,0%
NCO 25% 12,0% 2,0% 2,0% 8,0%
Zinco 15% 15,0%
Boro 20% 10,0%
Outros 25% 4,0% 4,0% 6,0% 12,0%
Média 100% 7,6% 3,7% 2,0% 5,3%

Quantidade estimada de micronutrientes fornecidos pelos


produtos em 2007 (toneladas de nutrientes)
Consumo Zn B Cu Fe(*) Mn
265.000 20.140 9.805 5.300 16.548 14.045
(*)Estimado a partir da média do trabalho de Vale (1997)

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Quanto está sendo usado e onde?
Estimativa da área adubada com micronutrientes
Área Adubado com Área adubada
Estado Plantada micro com micro
ha % ha
PI 1.012.953 25,0% 253.238
Estimativa das quantidades médias
MA 1.824.724 30,0% 547.417 utilizadas g ha-1
BA 4.259.652 35,0% 1.490.878
DF 115.749 65,0% 75.237 Micronu-
30,0% 232.757 Zn B Cu Mn
ES 775.858
triente
GO 4.106.165 60,0% 2.463.699
MT 8.508.924 65,0% 5.530.801
MS 3.014.595 60,0% 1.808.757
Teor médio 7,6% 3,7% 2,0% 5,3%
MG 4.802.737 40,0% 1.921.095
PR 9.117.653 15,0% 1.367.648
15,0% 30259
RJ 201.728
Dose:
SP 7.702.012 20,0% 1540402 1064 518 280 742
14 kg ha-1
TO 603.411 60,0% 362047

Subtotal - ha 17.624.235
BRASIL - ha 62.115.522
Percentual da área adubada com
micronutrientes
28,37% Fonte: estimativa a partir dos dados do IBGE (2008)

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Situação atual dos solos cultivados
Baixo Médio Alto
100

80
91,7%

60
%
43,3%
40

12,1% 19,9%
20

Boro Cobre Manganês Zinco

Distribuição das classes de teores.


2770 amostras coletadas pela Fundação MT em 2002 (Fonte: Zancanaro, 2004 apud Yamada, 2004).

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Situação atual dos solos cultivados
Baixo Médio Alto Muito Alto
%
60
89,0
50

40

36,7 41,1 46,1


30

20
15,3

10

0
Boro Cobre Ferro Manganês Zinco

Distribuição das classes de teores.


13.416 amostras, 21 estados, Laboratório do IAC, Campinas, SP (Fonte: Abreu et al., 2005 apud Lopes, 2009).

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
– O boro e o zinco são os mais limitantes ao desenvolvimento normal
das plantas, devido aos baixos teores disponíveis encontrados nas
amostras analisadas.
– Manganês foi semelhante ao cobre: deficiência ou excesso
relacionados com o tipo de cultivo: deficiência de Mn em solos
cultivados com soja e excesso de Cu em áreas de café, citros e
hortaliças.
– Ferro: aparentemente não são encontrados problemas.
– Áreas com adubação constante, sem o acompanhamento da análise
de solo, pode gerar problemas de toxicidade por micronutrientes. Zn
em excesso em Juazeiro/Petrolina e SP (manga, uva, citros, HF)
– a importância do uso da análise do solo como ferramenta para
diagnosticar a disponibilidade de micronutrientes
– importância de adubações balanceadas para o aumento da
produtividade e a preservação do ambiente.
– Estas estimativas demonstram que a área com utilização de micros
está abaixo do índice de análises deficientes em B, Cu, Mn e Zn. A
utilização precisa ser melhor orientada.
– O diagnóstico de B precisa ser melhorado. Apesar do alto percentual
de análises deficientes, não se encontra respostas com a mesma
frequência ao seu uso.

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Fazenda 7 Campos (BA) 4527 ha. Classes de P meh

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Fazenda 7 Campos (BA). Classes de B

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Fazenda 7 Campos – BA – classes de Cu

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Fazenda 7 Campos – BA – classes de Mn

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Fazenda 7 Campos – BA – classes de Zn

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Fazenda 7 Campos – BA – Fertigrama

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Como fornecer micronutrientes?
Formas Variáveis
• Solo • Aplicação
• Foliar • Solubilidade
• Sementes • Doses
mudas • Efeito residual
raízes

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
MANGANÊS – no solo
Produção relativa (%) obtida com doses Produção relativa (%) obtidas com
crescentes de Mn a lanço em 4 locais doses crescentes de Mn em sulcos em
Dose 1 2 3 4 2 locais
kg ha-1
0 37 81 87 5 Dose kg ha-1 5 6

3 39 82 30 0 86 86

7 92 73 0,7 91
10 93 95
1,3 94
13 98 95
3 100
27 101 102

30 98 98 7 98 103

90 105 105 13 101 98


Mascagni, H. J.,Jr.; Cox, F. R. - Agronomy Journal, Vol 77, May-Jun 1985. Pg 363-366

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
MANGANÊS - foliar
ÉPOCA DE APLICAÇÃO SOJA
ima

110 Sintomas de deficiência


x

100 100
apareceram na 4a.
á
oM

90 92
87 semana e as aplicações
çã

80
u

foram repetidas em no.


d

70 72
ro

variável, sempre que


P

60
50 surgiram sintomas de
4 6 8 10 deficiência
Início das aplicações
(semanas)
3000
2580 2540
2390
2500

Kg/ha
1910
2000
Aplicações efetuadas à
cada 14 dias 1500
1000
0 1 2 3
Número de Aplicações
Mascagni, H. J.,Jr.; Cox, F. R. - Agronomy Journal, Vol 77, May-Jun 1985. Pg 363-366

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
MANGANÊS - foliar
DUAS APLICAÇÕES

2500
2510 2580 2510 SOJA
a
/h

2000
Produção máxima
g
K

1500 obtida:
1000 2600 Kg/ha
1010
500 (3 X 600g)
0 100 600 1100
DosagemMn g/ha

Recomendações:
Melhores resultados quando as aplicações se iniciam até o estágio V4 (± 4 semanas
após a emergência)
Duas aplicações são suficientes e melhores que uma
Dosagens para foliares quelatizados são recomendados entre 1,0 e 1,5 litros/ha
Mascagni, H. J.,Jr.; Cox, F. R. - Agronomy Journal, Vol 77, May-Jun 1985. Pg 363-366

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Exportação de micronutrientes no produto colhido
.............. Micronutrientes em mg kg-1 ..............
Culturas
B Cu Fe Mn Mo Zn
Soja 24,2 13,0 134,3 33,7 5,0 37,7
Milho 3,2 1,2 11,6 6,1 0,6 27,6
Cana-de-Açúcar 1,2 2,6 14,3 9,7 0,016 3,3
Café 16,0 15,0 60,0 20,0 0,05 12,0
Algodão 39,9 8,6 188,9 13,3 0,2 11,0
Arroz 4,4 6,3 61,1 25,1 0,17 40,9
Feijão 13,3 6,6 119,4 23,2 ... 29,9
Fumo 22,0 14,0 ... 249,0 ... 32,0
Laranja 2,2 1,2 6,6 2,8 0,008 0,9
Trigo 2,9 3,0 13,9 13,0 ... 14,8
Batata 2,0 2,0 20,0 20,0 1,0 4,0
Banana 2,14 0,9 9,18 10,6 0,004 1,81
Sorgo 3,0 1,8 12,0 10,7 0,6 12,5
Tomate 2,8 1,4 25,0 2,6 0,012 3,2
Cacau 12,0 16,0 80,0 28,0 0,04 47,0
Mandioca 1,8 0,8 24,0 1,6 ... 4,6
Mamona 52,0 40,0 690 116,0 ... 69,0
Adaptado de Cunha e Prochnow, 2009

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Exportação de micronutrientes pelas principais culturas no Brasil
...................................... toneladas ......................................
Culturas
B Cu Fe Mn Mo Zn
Soja 1450 779 8047 2019 299,6 2259
Milho 178 67 646 340 33,4 1536
Cana-de-açúcar 658 1425 7837 5316 8,8 1808
Café 36 34 135 45 0,1 27
Algodão herbáceo 159 34 755 53 0,8 44
Arroz 53 76 741 304 2,1 496
Feijão 41 20 369 72 ... 92
Fumo 19 12 0 212 ... 27
Laranja 41 22 122 52 0,15 17
Trigo 12 12 57 53 ... 61
Batata 7 7 68 68 3,4 14
Banana 15 6 65 75 0,03 13
Sorgo 4 2 17 15 0,8 17
Tomate 9 5 84 9 0,0 11
Cacau 2 3 16 6 0,0 10
Mandioca 48 21 639 43 ... 123
Amendoim ... ... ... ... ... ...
Mamona 6 5 86 14 ... 9
Total 2739 2532 19682 8695 349 6562

Ano: 2007
Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009
O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Balanço
Quantidade estimada de macronutrientes secundários e micronutrientes fornecido pelos fertilizantes e
corretivos no ano de 2007, em toneladas de nutrientes
Origem B Cu Fe Mn Zn
Fertilizantes 645 153 212.512 2.031 879
Corretivos 692 131 51.117 3.130 714
Micros 9.805 5.300 16.548 14.045 20.140
TOTAL 11.142 5.584 247.081 19.206 21.733
Adaptado de Cunha e Prochnow (2009)
Balanço do consumo de micronutrientes pela agricultura no Brasil – em toneladas de nutrientes
Nutrientes: B Cu Fe Mn Zn
Exportação das culturas 2.739 2.532 19.682 8.695 6.562
Total de Entradas(1) 10.359 5.190 229.605 17.855 20.205
Balanço 7.620 2.658 209.923 9.160 13.643
Índice de eficiência
26,4% 48,8% 8,6% 48,7% 32,5%
médio
Fator de consumo 3,8 2,0 11,7 2,1 3,1
(1) As entradas correspondem a 93% do consumo de micronutrientes

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
Considerações finais
• Elevação dos custos devem impulsionar o uso de foliares
como reposição, corretiva ou preventiva.
• Boro: necessário ter melhores técnicas de diagnóstico e
utilização
• Calibração de Zn e Cu são muito boas e permitem
confiabilidade no diagnóstico da fertilidade e
recomendações de uso
• Manganês: uso baseado no teor do solo é pouco efetivo??
• Ferro: parece estar sendo bem suprido pelas contaminações
dos fertilizantes fosfatados, tem aplicação generalizada, 12
vezes a exportação. Eficiente e suficiente?
• Molibdênio: culturas que tem seu uso consagrado são
atendidas satisfatóriamente via semente e foliar. Necessário
evoluir o uso em outras culturas
• Niquel: dados ainda são poucos e apresenta perspectivas
promissoras para o seu uso
• Pesquisas também deveriam fazer o balanço dos nutrientes:
quantidade usada – perdida – exportada – estocada
Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009
O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha
A agricultura é uma
ciência que nos ensina
que culturas devem ser
plantadas em cada tipo
de solo, e que operações
devem ser feitas para a
terra produzir os
rendimentos mais altos
www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MarcuTeV.html
perpetuamente.
Marcus Terentius Varro (116 a.C.- 27 a.C.), escreveu aos 80 anos para sua nova esposa como um
manual de conselhos sobre como administrar a propriedade que havia adquirido para ela: Rerum
rusticarum, composto de 3 volumes: De Agri Cultura, De Re Pecuaria, De Villaticis Pastionibus.
Fonte: Conway, G. Produção de alimentos no século XXI. 2003. p. 193

Mesa-redonda: A Importância dos Micronutrientes no Agronegócio Brasileiro – 21/08/2009


O Uso dos Micronutrientes no Brasil – José Francisco da Cunha

Você também pode gostar