Você está na página 1de 4

TECNOLOGIA

Moldes abertos
* Antonio Carvalho

A
laminação pelos processos manual ou a pistola é cia ao estireno é necessária para manter a superfície brilhante
feita em moldes abertos sem uso de pressão ou sem exigir polimentos frequentes. A alta estabilidade térmica
de altas temperaturas. Isso permite o emprego de retarda o surgimento de ondulações superficiais causadas pelo
moldes simples e de baixo custo, feitos de madeira ou de calor liberado na cura das peças.
composites. O gelcoat deve ser aplicado sobre o modelo com pistola
Os moldes de composites são copiados de peças existentes e em duas camadas de cores contrastantes. O contraste de
ou de modelos feitos de argila, gesso ou madeira. Em alguns cores serve para avaliar o desgaste e facilitar a programação
casos os modelos são copiados de uma peça pré-existente, das paradas para manutenção. A primeira camada deve ter
fazendo nela as modificações e adaptações desejadas. Mui- baixo teor de pigmento (para melhorar o brilho) e deve ser
tas vezes é dito que o modelo deve reproduzir com fideli- aplicada úmido sobre úmido em duas demãos de 0,2 mm
dade a superfície da peça. Isso, porém, é válido apenas para cada. As demãos finas facilitam o escape do ar. A aplicação
o acabamento superficial. Se o modelo reproduzir fielmente úmido sobre úmido evita que o estireno da segunda demão
a geometria da peça, o molde copiado dele também fará isso, enrugue a primeira. A segunda camada também tem 0,2 mm
em negativo. Porém, como as peças deformam depois de mol- de espessura. Para evitar escorrimento, ela deve ser aplicada
dadas, se o modelo tiver a geometria “correta” e reproduzir depois da primeira curar.
com precisão a geometria desejada, a peça provavelmente sairá 1-3 Skincoat - O skincoat é aplicado sobre o gelcoat para
“deformada”. Dai concluímos que para obter a geometria reduzir as marcas de fibras (“print-through”). O skincoat é feito
“correta” na peça é preciso trabalhar com moldes ligeiramente com resina Resapol 33411 (marca do produto da Reichhold).
“deformados”. 1-4 Cantos vivos - Os cantos vivos devem ser arredonda-
A deformação do molde deve ser igual e contrária à da dos com pasta de resina específica para moldes (a Reichhold
peça. O problema está em conhecer a priori essa deformação, recomenda seu produto Polylite 33542-50) + sílica + fibra mo-
para que ela possa ser compensada no modelo e, assim, por ída sobre o skincoat. Essa pasta é catalisada com peróxido de
cópia, no molde. Este assunto não será abordado neste artigo, MEK. As fibras moídas são usadas para impedir a propagação
mas os interessados podem solicitar detalhes diretamente com de trincas. Os cantos arredondados facilitam a laminação e
o autor. minimizam as falhas entre o gelcoat e o laminado estrutural.
1-5 Chapa de rebarbação - As peças devem ter as re-
barbas extraídas e conter as dimensões finais, sem necessitar de
1 – Construção do molde acertos posteriores. A rebarbação é feita no molde, passando
Para ter vida longa, os moldes devem atender algumas exi- uma faca ou espátula ao longo da linha de corte, antes da re-
gências. Por exemplo: sina atingir um grau avançado de cura. A linha de corte deve
a) Devem ter boa estabilidade dimensional para acomodar ser guiada por uma chapa de aço inoxidável, que é embutida
as variações normais de temperatura e de umidade na borda do molde. O acerto final das bordas da peça (quando
b) Devem resistir ao ataque do estireno necessário) é feito com lixadeira, depois da desmoldagem.
c) Devem aceitar com facilidade eventuais reparos e mu- 1-6 Laminação do molde - A laminação do molde é
danças de desenho feita a pistola como descrito em seguida:
d) Devem ter boa resistência à marcação do desenho das a) Aplicar uma camada de resina específica para molde
nervuras. com 0,25 mm de espessura. Essa camada deve cobrir toda a
Os moldes metálicos atendem bem as exigências de longe- superfície entre 4 e 6 horas depois de se aplicar o gelcoat. Esse
vidade, mas são pesados e caros. Os de madeira são baratos e tempo de espera é recomendado para minimizar as ondulações
resistem bem à marcação das nervuras, mas têm vida curta. Os causadas pelo ataque do estireno. Aplicar esta resina somente
moldes metálicos são pouco usados nos processos de lamina- em áreas que possam ser trabalhadas antes da polimerização
ção manual ou a pistola. Os de madeira encontram aplicação b) Aplicar à primeira lâmina de fibras mais resina específi-
para fazer peças de pequena tiragem. Os moldes de composites ca para molde, com pistola, na espessura de 1,0 mm
são os mais usados nos processos de laminação. Eles são leves, c) Remover as bolhas de ar
resistem bem ao ataque do estireno e têm excelente estabili- d) Repetir os passos 2 e 3 três vezes, até o laminado atingir
dade dimensional. a espessura de 3,0 mm
1-1 Bico de ar - Os moldes devem ter pelo menos um e) Eliminar as rebarbas após o laminado esfriar
bico para injeção de ar comprimido. Esses bicos são colocados f) Eliminar bolhas de ar ou falhas no laminado
sobre o modelo, antes de iniciar a construção do molde, e são g) Repetir os passos 2 a 6 até atingir a espessura final dese-
muito úteis para facilitar a desmoldagem. jada para o molde.
1-2 Gelcoat - O gelcoat para moldes deve ter alta resis- Para ter rigidez e resistência à marcação das nervuras, os
tência ao ataque do estireno e a altas temperaturas. A resistên- moldes devem ter pelo menos 6,0 mm de espessura. É claro

REVISTA COMPOSITES & PLÁSTICOS DE ENGENHARIA 40


PR

Tecnologia_PR72_01.indd 40 9/16/10 2:08 PM


TECNOLOGIA
que quanto maior a espessura, maior será a rigidez e menor deve ser feita com os segmentos colocados sobre o molde, para
será a marcação. Moldes com espessura maior que 6,0 mm são acompanhar o contorno. Depois de soldadas, as nervuras de
recomendados se a tiragem de peças for muito grande. aço devem ser coladas no molde.
1-7 Pós-cura - Sabe-se que os moldes devem ter boa resis-
tência a solventes e a altas temperaturas. Sabe-se também que,
para evitar altos picos de temperatura, eles devem ser constru-
ídos de maneira lenta e gradual. Os laminados curados assim
não têm boa resistência a solventes e a altas temperaturas e,
por isso, devem ser pós-curados. A pós-cura deve ser feita sem
tirar o molde do modelo, fazendo aquecimento gradual, de 2
a 5 graus centígrados por minuto. O molde deve permanecer
pelo menos 1 hora em temperature de 10 oC acima da transição
vítrea da resina. Depois de pós-curado o molde deve esfriar
lentamente. E depois de esfriar ele pode ser nervurado. Figura - Mostra a massa de forração usada entre as ner-
1-8 Nervuração - Os moldes devem ter espessura maior vuras de aço e o laminado do molde. Essa massa pode
que 6,0 mm. Para os moldes pequenos esses 6,0 mm são sufi- ser feita com 4 partes de areia e uma de resina, ou com
cientes. Porém, os moldes grandes construídos com espessura material elastomérico (borracha).
de 6,0 mm precisam ser enrijecidos com nervuras. As nervuras
podem ser laminadas diretamente no molde, sobre formas de
espuma ou de papelão, ou de madeira. Essas formas devem As nervuras de aço devem ser ajustadas à superfície com
acompanhar as curvaturas da superfície. As nervuras lamina- massa de baixo encolhimento, colocada entre elas e o molde.
das diretamente sobre os moldes têm forte tendência a marcar Essa massa pode ser feita misturando-se 1 parte de resina com
o gelcoat. Essa marcação pode ser minimizada aumentando-se 4 partes de areia malha 40. O ajuste é feito interpondo a massa
a espessura do molde ou laminando as nervuras de maneira entre o molde e a nervura e eliminando o excesso antes da re-
lenta e gradual. sina curar. A massa deve ser aplicada em grande quantidade
Algumas vezes são usadas nervuras pré-moldadas, que para assegurar contato integral e uniforme da nervura com a
podem ser de aço ou de composites. As nervuras de aço são superfície. Como a massa tem baixo encolhimento, ela pratica-
feitas soldando segmentos de perfis retangulares, colocados em mente não marca o gelcoat. A fixação final das nervuras é feita
Comissair agencia viagens.pdf 1 7/29/10
série para acompanhar as curvaturas 11:25 AM
do molde. A soldagem com tiras de manta de 225 g/m2.

Tecnologia_PR72_01.indd 41 9/17/10 3:18 PM


TECNOLOGIA
Sobre marcação de nervuras cinco peças aplicando cinco demãos de cera e uma de álcool
para cada peça
As nervuras marcam os gelcoats de duas maneiras. A
• O álcool pode ser dispensado depois dessas cinco peças
primeira acontece após uso prolongado e a segunda apa-
• Para as dez peças seguintes o molde deve ser encerado
rece logo depois da construção do molde. As marcações
depois de cada desmoldagem
que aparecem em longo prazo acontecem quando nervuras
• Depois de fazer quinze peças, o enceramento pode ser
rígidas impedem as deformações de moldes flexíveis. Se as
espaçado para uma vez a cada 5, 10 ou 15 peças, dependen-
nervuras tiverem grande rigidez (desejável para restringir
do da geometria da peça, da cera e da técnica de laminação.
as deformações) e pequenas áreas de contato com o molde

(como acontece com as de aço), elas podem gerar tensões
que com o tempo se manifestam como “desenho das ner- 3 - As primeiras desmoldagens
vuras” no gelcoat. Esse tipo de marcação acontece com Algumas peças de geometria complexa e de pequenos
qualquer nervura, seja ela laminada diretamente no molde ângulos de saída podem exigir um pouco mais de atenção
ou pré-moldada. As marcações de curto prazo, por sua vez, nas primeiras desmoldagens. Nesses casos, as sugestões se-
acontecem apenas com as nervuras construídas diretamente guintes podem ser úteis:
no molde, que repuxam o gelcoat ao curar. • O álcool polivinílico é infalível como desmoldante
Nos dois casos as marcações são provocadas por ten- • Depois de polida, a cera não deve ser tocada. Os mol-
sões exercidas no molde pelas nervuras. Essas marcações des encerados devem ser protegidos contra contaminação
podem ser minimizadas aumentando as bases das nervuras acidental. Os locais tocados pelo laminador devem ser no-
e a espessura dos moldes. Quanto mais espesso o laminado vamente encerados. Os locais de difícil desmoldagem po-
do molde e quanto mais largas as bases das nervuras, menor dem exigir a aplicação de camadas adicionais de cera
será essa marcação. • A desmoldagem pode ser facilitada laminando na peça
1-9 Suportação - Os moldes grandes devem ser su-
alças para puxamento. Essas alças são usadas para puxar
portados por estruturas tubulares de aço. Essas estruturas a peça para fora e são eliminadas depois da desmoldagem
servem para movimentar e suportar o molde e não sub- • O molde deve ser construído com bicos para ar com-
stituem as nervuras de enrijecimento. As estruturas são primido. O orifício para entrada de ar deve ser coberto com
fixadas em pontos isolados, com tiras de manta, interpondo fita adesiva antes de aplicar o gelcoat
placas de aço ou de composites entre ela e o molde. O su- • Em casos extremos o molde pode ser construído com
porte tubular pode ser soldado a um eixo que por sua vez macacos hidráulicos para empurrar a peça para fora
pode ser apoiado em cavaletes ou fixado a rodas para movi- • A desmoldagem é facilitada inserindo-se cunhas de
mentar o molde. Feita a fixação da estrutura, o molde pode madeira ou de polietileno entre a peça e o molde. Em situ-
ser separado do modelo. ações extremas a peça pode ser martelada com martelo de
1-10 Acabamento - O acabamento é feito lavando, li-
borracha. Isso deve ser feito com cuidado para não trincar
xando e polindo a superfície do molde. A lavagem é feita o gelcoat
com água, para remover os resíduos de álcool polivinílico. • A cavidade da peça ou do molde pode ser esfriada
Em seguida a superfície é lixada com lixa d’água #400, com gelo ou com gás carbônico. O esfriamento encolhe a
#500 e #600. Depois de lixados os moldes devem ser poli- peça - ou o molde - e facilita a desmoldagem. O esfriamento
dos com boina de lã e pasta de polir automóveis. pode ser feito na peça (molde fêmea), ou no molde (molde
1-11 Selagem - Os moldes também devem ser selados
macho).
para tapar os poros superficiais. Existem vários seladores
para essa finalidade. Feita a selagem, está pronto o molde.
4 - Manutenção e reforma
2 - Amaciamento Quantas peças podem ser extraídas de um molde? A res-
posta a essa pergunta depende dos materiais, da técnica usa-
Os gelcoats recêm aplicados têm micro irregularidades da na construção e da maneira como ele é usado e mantido.
e porosidades que dificultam a desmoldagem. Com o uso, Depende também do acabamento desejado para as peças.
essas irregularidades são atenuadas por desgaste ou por Será que o molde foi feito com gelcoat e resina viniléster no-
acúmulo de desmoldante. Esse processo é conhecido como volac? A espessura é maior que 6 mm? As nervuras têm base
amaciamento. Durante o amaciamento os moldes devem larga para espalhar as tensões e minimizar a marcação? Foi
ser selados e tratados com álcool polivinílico. A seguir se- usado desmoldante adequado? O tempo de gel do gelcoat de
gue sugestão para fazer o amaciamento de moldes novos ou laminação é longo ou curto? O acabamento da peça precisa
recondicionados: ser liso e brilhante? A peça vai ser pintada ou ser extraída na
• Não esqueça do selador cor? Tudo isso, e mais, influi na vida dos moldes.
• Aplique cinco demãos de cera. As demãos devem ser Para exemplificar, pode-se dizer que os moldes de ma-
aplicadas em intervalos de 2 a 3 horas, para que os solventes deira têm vida muito curta, talvez de 30 a 40 tiragens, en-
possam evaporar quanto os de aço podem ter vida praticamente infinita. Os
• Aplique uma demão de álcool polivinílico. O álcool moldes feitos de composites podem durar de 500 a 1.500
cobre a cera e forma o filme que garante a desmoldagem peças. Porém, para fazer planejamento e estimação de cus-
• Lamine uma peça tos, é comum supor que os moldes de composites sejam sub-
• Repita cinco vezes os passos anteriores, isto é, lamine stituídos após 500 peças.

REVISTA COMPOSITES & PLÁSTICOS DE ENGENHARIA 42


PR

Tecnologia_PR72_01.indd 42 9/17/10 3:18 PM


TECNOLOGIA
Envelhecimento e) Para finalizar, a superfície restaurada é polida com
boina de lã e massa de polir.
Os moldes de composites envelhecem de três maneiras. Esse expediente propicia economias substanciais, prin-
Na primeira o gelcoat sofre desgaste devido ao lixamento e cipalmente em moldes de grandes dimensões.
ao polimento. Na segunda, o molde deforma com o uso e
marca o gelcoat com o desenho das nervuras. Na terceira,
o gelcoat sofre trincas ou rachaduras devido a impactos ou 5 - Custos
outros tipos de abuso. Nesta seção vamos falar sobre a contribuição dos mol-
O desgaste por lixamento e polimento acontece com des na formação do custo das peças. Essa contribuição de-
grande intensidade quando são usados desmoldantes de pende do custo próprio do molde e também do número de
cera. As coisas acontecem assim. Durante a laminação o peças extraídas dele.
estireno dissolve a cera e ataca o molde, causando perda Começando pelo custo próprio, temos que reconhecer a
de brilho. A crosta formada pela cera adere no molde e dificuldade de se generalizar a respeito de um tema que ad-
também causa perda de brilho. Assim, os moldes perdem mite muitas opções de materiais e muitas técnicas de cons-
a superfície brilhante original e se tornam progressivamente trução. Sabe-se que esse custo pode variar muito, em função
foscos. Depois de algum tempo o molde deve ser lixado e do tamanho, dos materiais usados e da técnica de constru-
polido para restaurar o brilho original. O momento de fazer ção adotada. Moldes pequenos, simples e que podem ser
a restauração é determinado pelo brilho das peças molda- laminados sobre peças existentes, custam muito menos que
das. Quando for decidido que o fosqueamento é inaceitável, moldes grandes e complexos, que exigem a construção de
então é chegado o momento de fazer a limpeza. modelos e demandam estruturação sofisticada.
O lixamento seguido de polimento restaura o brilho Da mesma maneira a vida do molde também varia mui-
original, mas gasta o gelcoat. Para evitar lixamentos fre- to, dependendo de contingências de mercado e do número
quentes, o laminador deve usar ceras de baixa solubilidade de peças extraídas dele. Aliás, é necessário abordar o nú-
em estireno e ativar o gelcoat (da peça) para cura rápida. mero máximo de peças possível de ser feitas em um molde.
Os gelcoats ativados para cura lenta dão muito tempo para Esse número, que define a vida máxima do molde, é difícil
o estireno líquido causar os estragos descritos. As ceras de de ser precisado porque depende de variáveis de processo,
baixo ponto de fusão devem ser evitadas porque são muito dos materiais usados, da espessura estrutural, etc.
solúveis em estireno e dão pouca proteção ao molde. Mas como a intenção neste texto não é frustrar o leitor
A marcação das nervuras acontece devido ao aqueci- com generalidades, arrisca-se um palpite e dá-se valores ao
mento do molde. O molde quente é impedido de deformar custo próprio e à vida máxima esperada para moldes de com-
pela alta rigidez das nervuras. Nesse processo, o laminado posites construídos conforme a técnica aqui apresentada.
sofre pequenas deformações permanentes e cumulativas que O custo de um molde feito como descrito neste traba-
eventualmente marcam o gelcoat com o desenho das nervu- lho, incluindo a construção do modelo, deve corresponder a
ras. Esse desenho é objetável porque é copiado nas peças. aproximadamente 25 a 30 vezes o custo de cada peça lami-
Ele pode ser minimizado usando moldes de grande espessu- nada nele. Um molde assim deve servir para moldar muitas
ra feitos com resinas de alta temperatura de transição vítrea. peças antes de ser reformado, mas deve-se supor que ele seja
As trincas e as rachaduras acontecem devido a impactos descartado após tirar 500 peças. Assim, se esse molde for
no molde. A solução para isso é, obviamente, tomar cui- usado 500 vezes, a incidência do custo dele, por peça, será.
dado no manuseio.
Os moldes podem ser reformados substituindo o gelcoat   % do custo da peça
trincado, ou marcado, ou gasto, por outro novo. O gelcoat
velho deve ser removido com lixadeira ou broca nos locais Se o mercado determinar que serão laminadas apenas
afetados ou, se necessário, em toda a superfície. O gelcoat 100 peças, em vez de 500, o mesmo cálculo anterior indica
novo é aplicado como segue: que o molde incrementa em 25% o custo da peça.
a) Aplique uma camada de 0,3 mm, com alto teor de
pigmento. Espere ela curar. A espessura de 0,3 mm é neces-   do custo da peça
sária para resistir, sem enrugar, o ataque do estireno
b) A camada seguinte tem 0,5 mm e deve ser aplicada Deve-se ficar atento para situações como essa. Os mol-
em duas demãos. Como se sabe, ela deve ter baixo teor de des podem ter influência marcante no custo das peças. Se a
pigmento (para realçar o brilho) e ter cor nitidamente con- demanda de peças for pequena é melhor fazer moldes bara-
trastante com a da camada anterior. A aplicação em duas tos, de madeira. Se for grande, talvez seja mais interessante
demãos facilita a remoção de ar e minimiza a incidência de fazer moldes de composites com 10 mm ou até 15 mm de
porosidade. A espessura final das duas camadas – 0,8 mm espessura. Esses moldes são mais caros que os de 6 mm,
– é superior aos 0,6 mm citado anteriormente. Esse excesso mas têm vida mais longa.
é necessário para compensar o lixamento que virá a seguir
c) Aplique uma demão de resina parafinada, para faci- Antonio Carvalho, gerente de desenvolvimento de
litar o lixamento aplicações para ambientes agressivos
d) O lixamento é feito com lixadeira orbital, começando antonio.carvalho@reichhold.com
com lixa grossa e terminando com lixa fina. O lixamento
nivela o gelcoat novo com o original

43 a GOSTO • s E T E M B RO • 2 01 0
PR

Tecnologia_PR72_01.indd 43 9/16/10 2:32 PM

Você também pode gostar