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PSICOLOGIA

JURÍDICA
Daniella Sucupira

Psicóloga Tribunal de
Justiça do Maranhão

FEMAF
PSICOLOGIA JURÍDICA
(CLEMENTE, 1995)
O objeto de estudo da Psicologia Jurídica diz respeito ao
comportamento de pessoas e de grupos em suas relações
dentro de ambientes determinados juridicamente, bem como
as evoluções destas regras jurídicas (leis) enquanto
durarem estes relacionamentos.
PSICOLOGIA JUDICIÁRIA
(MARÍLIA LOBÃO RIBEIRO, 1998)
É aquela aplicada à função judicante, ou seja à função de
julgar do magistrado.
O psicólogo judiciário coloca seus conhecimentos à
disposição do magistrado, assessorando-o em aspectos
relevantes para determinadas ações judiciais, trazendo aos
autos a realidade psicológica dos envolvidos nestas ações
que, sem sua atuação, jamais chegaria ao conhecimento do
julgador
PSICOLOGIA JURÍDICA:
ÁREAS DE ESTUDO
Psicologia do Testemunho
Psicologia penitenciária
Psicologia criminal
Vitimologia
Peritagem psicológica
Mediação
Psicologia do jovem infrator
Relações ao Direito e Justiça
Estudo da norma jurídica
Psicologia Policial
PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
O trabalho iniciou-se pela área criminal, seja com o estudo do
homem criminoso ou de adolescentes envolvidos em atos
infracionais;
•o interesse inicial é a compreensão da conduta do criminoso
quanto a suas motivações e possibilidade de reincidência, com a
utilização de instrumentos de mensuração, com o objetivo de trazer
luz à dinâmica da produção do ato criminal, inserido num contexto
clínico.
•A mensuração psicológica no Brasil não demonstra interesse pela
área da avaliação do testemunho, como nos demais países.
PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL

Evolução:
•O psicólogo passa a integrar grupos interdisciplinares e a ter seu papel
reconhecido por duas leis:
1. Lei Federal n. 7.210/84 (Lei de Execução Penal) e da Lei 7.209/84 (a
nova parte geral do Código Penal Brasileiro), passaram a ser
legalmente previstos os exames de personalidade, criminológico e o
parecer técnico das Comissões Técnicas de Classificação ;
2. Estatuto da Criança e do Adolescente (lei federal n. 8069 de 13/7/90).
Traz determinações quanto ao atendimento interdisciplinar da criança.
A RELAÇÃO É POSSÍVEL ?
Possuem o comportamento humano
como foco de interesse comum

Mas, diferem quanto objeto formal

Direito
Psicologia
Mundo do dever ser
Mundo do ser
Preocupação com o que é
Preocupação com a análise
considerado como certo ou
dos processos que governam
errado para a convivência
a natureza humana
humana
PSICOLOGIA X DIREITO
DIFERENÇAS DE PROPÓSITOS
Psicologia Direito
busca a descrição, explicação, Busca da “justiça”
compreensão e predição da Lógica da argumentação
conduta humana, através de Abordagem normativa
estudos empíricos Função de compensação da culpa, a
Lógica formal prevenção social e a proteção da
Visão idiossincrática ordem pública.
Programas flexíveis
PSICOLOGIA X DIREITO
DIFERENÇAS DE PARADIGMAS
Concepção de Homem Natureza dos fatos
Livre arbítrio Pressuposto de probabilidade
X X
Determinismo Nível de certeza
COMPETÊNCIAS DO PSICÓLOGO
FORENSE (PARCKER& GRISSO, 2011)
1. Habilidade em encontrar, ler e analisar determinantes legais
(estatutos, leis, decretos, etc) que teriam relação com o pedido
de avaliação que lhe foi encaminhado.

2. Capacidade na tradução dos pontos de interesse dos agentes


jurídicos em relação às teorias, construtos e comportamentos que
podem ser observados pelos psicólogos e que teriam relevância legal
para a questão jurídica em discussão.
COMPETÊNCIAS DO PSICÓLOGO
FORENSE (PARCKER& GRISSO, 2011)
3. Capacidade para compreender o sistema legal para o qual está
prestando seu serviço, para que possa ajustar os seus achados e o
modo de comunicá-los em relação ao contexto de trabalho (hospital
psiquiátrico forense, prisões, varas de família, juizados de infância e
juventude, etc.).

4. Competência em métodos de avaliação da saúde mental no


contexto forense, que se apresentam distintos da clínica.
COMPETÊNCIAS DO PSICÓLOGO
FORENSE (PARCKER& GRISSO, 2011)
5. Conhecimento das características especiais das populações para
as quais são solicitadas as avaliações forenses .(por exemplo, no caso
dos efeitos da institucionalização em adultos nas prisões ou em
adolescentes infratores com medida de internação)
DEMANDAS AO PSICÓLOGO
FORENSE NO SISTEMA DE JUSTIÇA
A avaliação psicológica pode se inserir em diversos momentos do
processo judicial;

•Pode acontecer na fase pre-processual, investigativa ou na fase


processual propriamente dita;

•Para ter valor legal de perícia precisa que sejam preenchidos certos
requisitos
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO
LEGAL-PROCESSO CRIMINAL

DENÚNCIA
NOTIFICAÇÃO(FASE (FASE PROCESSUAL)
PRÉ-PROCESSUAL)
SE A ETAPA DE INVESTIGAÇÃO TROUXER
INDÍCIOS DO COMETIMENTO DO CRIME,
INICIA COM UM COMUNICADO FORMAL DO ILÍCITO ATRAVÉS O MP PROPÕE A AÇÃO PENAL.
DE UM BOLETIM DE OCORRÊNCIA NA DELEGACIA OU
•NESTE MOMENTO INICIA O PROCESSO
COMUNICADO DIRETO AO MP
•É A FASE DA INVESTIGAÇÃO ONDE VÃO SE LEVANTAR AS PROPRIAMENTE DITO, ONDE SERÃO
PROVAS PARA A DENÚNCIA FORMAL. PRODUZIDAS PROVAS DA ACUSAÇÃO E
DA DEFESA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO
LEGAL

SOLICITADA POR SOLICITADA POR


SOLICITADA PELA PARTE --- AUTORIDADE
AUTORIDADE
-> COMPETENTE NA FASE
COMPETENTE
AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS PROCESSUAL –O JUIZ
(DELEGADO OU
PARCIAIS ----->
PROMOTOR) NA FASE
INVESTIGATÓRIA PERÍCIA OFICIAL
---->
PERÍCIA OFICIAL
A PERÍCIA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO
LEGAL
Origem
•Peritia (latim): Significa destreza, habilidade; douto , versado, hábil
•Peritus(latim): Erudito, capaz

•Conceito

“exame de situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas, praticado por


especialista na matéria que lhe é submetida, com o objetivo de elucidar
determinados aspectos técnicos” (Brandimiller, 1996)
PERÍCIA PSICOLÓGICA FORENSE

É um meio de prova
•Exige uma requisição formal
•Delegado ou Promotor (fase investigativa)
•Juiz (fase processual)
•Pode ocorrer nas áreas: cível, crime e trabalho
•O resultado precisa ser apresentado por um laudo
técnico
PERÍCIA PSICOLÓGICA FORENSE
Como meio de prova será objeto de análise minuciosa pelos
agentes envolvidos;
O juiz não fica adstrito ao resultado da perícia e pode determinar
nova avaliação se considerar que a matéria não foi devidamente
esclarecida;
A nova perícia deverá ter como objeto os mesmos fatos que
determinaram a primeira e destina-se a corrigir eventual
omissão ou inexatidão dos resultados da anterior.
A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz
apreciar livremente o valor de cada uma (NCPC, art.480).
PERÍCIA PSICOLÓGICA FORENSE

O perito deve-se utilizar de todas as fontes possíveis e que se


fizerem necessárias para obtenção de dados;
Pode solicitar documentos em posse da parte ou em repartições
públicas.
LEGITIMAÇÃO DO PSICÓLOGO COMO PERITO
(CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
§1oOs peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os
órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo
tribunalao qual o juiz está vinculado.

§2oPara formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por


meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande
circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao
Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a
indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
LEGITIMAÇÃO DO PSICÓLOGO COMO PERITO
(CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
§3oOs tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção
do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento
e a experiência dos peritos interessados.

§4oPara verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos


dosart.148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia
informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que
participarão da atividade.

§5oNa localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo


tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre
profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do
conhecimento necessário à realização da perícia.
LEGITIMAÇÃO DO PSICÓLOGO COMO PERITO
(CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Obrigatoriedade:
Uma vez indicado, o perito deve assumir.
Mas, pode se eximir do compromisso (em até 15 dias) por:
falta de conhecimento técnico do profissional,
Impedimentos,
Suspeições,
“motivo legítimo”.
PERITO OFICIAL X ASSISTENTE TÉCNICO

PERITO OFICIAL: ASSISTENTE TÉCNICO:

É de confiança do juiz, É de confiança da parte,


sujeito a impedimento e
não sujeito a impedimento
suspeição
Auxilia o juiz em suas
e suspeição
decisões Auxilia a parte naquilo que
Examina, verifica e achar certo
comprova fatos de uma Analisa os procedimentos
determinada questão e os achados do perito
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OBRIGADA!

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