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ESPECIALIZAÇÃO EM
PODER LEGISLATIVO
E POLÍTICAS PÚBLICAS
Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Escola do Legislativo
2022
FICHA TÉCNICA
MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA O texto desse documento foi construído com
Deputado Agostinho Patrus a colaboração de:
Presidente Guilherme Wagner Ribeiro,
Deputado Antonio Carlos Arantes Leandra Martins Oliveira,
1o-vice-presidente Marialice Emboava,
Deputado Doutor Jean Freire Ruth Schmitz de Castro,
2o-vice-presidente
Stefania de Resende Negri.
Deputado Alencar da Silveira Jr.
3o-vice-presidente EDIÇÃO
Deputado Tadeu Martins Leite Guilherme Wagner Ribeiro
1o-secretário
Stefania de Resende Negri
Deputado Carlos Henrique
2o-secretário REVISÃO
Deputado Arlen Santiago Celeno Ivanovo
3o-secretário
PROJETO GRÁFICO
SECRETARIA Letícia Martinez Matos
Cristiano Felix dos Santos Silva
Diretor-geral
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO
Luíza Homen Oliveira Celeno Ivanovo
Secretária-geral da Mesa Letícia Martinez Matos
ESCOLA DO LEGISLATIVO
Ruth Schmitz de Castro
ISBN 978-65-89426-04-2.
CDU: 378(815.1)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................... ..4
2. CONTEXTUALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO...................................................................................... ..4
2.1. Dados da Instituição....................................................................................................................................................... ..4
2.2. Dados do curso.............................................................................................................................................................. ..4
3. JUSTIFICATIVA E PRINCÍPIOS PEDADÓGICOS DO CURSO.......................................................................................................... ..5
3.1. Justificativa...................................................................................................................................................................... ..5
3.2. Princípios pedagógicos................................................................................................................................................... ..8
3.3. Política de pesquisa........................................................................................................................................................ ..9
4. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO CURSO.................................................................................................................. 10
4.1. Concepção acadêmica: o vínculo entre educação e trabalho........................................................................................ 10
4.2. Metodologias usadas no curso....................................................................................................................................... 10
4.3. Público-alvo e objetivos do curso................................................................................................................................... 11
4.4. Ingresso no curso........................................................................................................................................................... 11
4.5. Perfil dos discentes......................................................................................................................................................... 12
4.6. Estrutura curricular........................................................................................................................................................ 13
4.6.1. Matriz curricular................................................................................................................................................... 13
4.6.2. Conteúdos curriculares........................................................................................................................................ 13
4.6.3. Plano de ensino................................................................................................................................................... 15
4.6.4. Linhas de Pesquisa ............................................................................................................................................. 16
4.6.5. Carga horária....................................................................................................................................................... 16
4.7. Trabalho de Conclusão de Curso.................................................................................................................................... 17
4.8. Atividades extra-curriculares.......................................................................................................................................... 17
5. GESTÃO DO CURSO E PROCESSOS DE AVALIAÇÃO.................................................................................................................. 17
5.1. Gestão das atividades de ensino-aprendizagem............................................................................................................ 17
5.2. Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino-aprendizagem...................................................... 18
5.3. Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)...................................................................................................................... 18
5.4. Procedimentos de avaliação dos processos de ensino-aprendizagem.........................................................................19
5.5. Procedimentos de avaliação do curso........................................................................................................................... 19
6. COORDENAÇÃO E CORPO DOCENTE........................................................................................................................................ 20
6.1. Composição da coordenação.......................................................................................................................................... 20
6.2. Atuação da coordenação de curso................................................................................................................................. 21
6.3. Indicadores de desempenho da coordenação............................................................................................................... 21
6.4. Seleção do corpo docente.............................................................................................................................................. 23
6.5. Corpo docente: titulação e experiência profissional....................................................................................................... 24
6.6. Colegiado de curso......................................................................................................................................................... 26
6.7. Proteção de dados pessoais.......................................................................................................................................... 26
7. INFRAESTRUTURA.................................................................................................................................................................... 27
7.1. Auditório, salas de aula e laboratórios de informática................................................................................................... 27
7.2. Biblioteca........................................................................................................................................................................ 27
7.3. Sala dos professores...................................................................................................................................................... 28
7.4. Infraestrutura tecnológica.............................................................................................................................................. 28
7.4.1. Sistema de Gestão Acadêmica............................................................................................................................. 28
7.4.2. Moodle ............................................................................................................................................................... 28
1. INTRODUÇÃO
Da ágora grega, onde a discussão e o debate de ideias se davam diretamente entre os cidadãos, aos
modernos parlamentos, que concentram os mais diversos interesses de uma sociedade em rápido
processo de transformação social, a ação política do Legislativo assumiu uma elevada complexidade,
e exige profissionais com sólida formação técnica e habilidades apropriadas que ofereçam suporte
para os Parlamentares responderem satisfatoriamente às demandas e aos desafios colocados por
essa sociedade. Questões técnicas ligadas à apresentação de proposições, mecanismos institucionais
e sociais de comunicação política, articulação coerente da função de fiscalização que envolva a ava-
liação das políticas públicas, a defesa e o fortalecimento da democracia em diversas frentes dentro
e fora do Parlamento – esses são alguns dos desafios a serem enfrentados cotidianamente pelo
parlamentar e sua equipe para o necessário aperfeiçoamento das funções representativa, legislativa
e fiscalizadora.
O curso de Especialização descrito neste documento tem como propósito assegurar formação mul-
tidisciplinar aos profissionais que oferecem suporte aos parlamentares e aos que interagem com o
Poder Legislativo, proporcionando conhecimentos e habilidades específicos ao aperfeiçoamento da
representação política e ao desempenho das atribuições constitucionais do Parlamento. Desse modo,
ele atende à necessidade permanente de fortalecer o Poder Legislativo e a democracia, por meio da
produção e da disseminação de um saber que é próprio do Parlamento.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO
DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
2.1. Dados da Instituição
A Escola do Legislativo (ELE), instituída pela Resolução nº 5.116, de 7 de julho de 1997, pertencente à
estrutura administrativa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais – ALMG.
A ALMG, órgão de natureza constitucional, pode, pois, ser considerada a mantenedora da Escola do
Legislativo.
A Escola do Legislativo situa-se à Av. Olegário Maciel, nº 2161, bairro Lourdes, Belo Horizonte.
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3. JUSTIFICATIVA E PRINCÍPIOS
PEDADÓGICOS DO CURSO
3.1. Justificativa
A intenção de oferta de uma pós-graduação, com foco em temas próprios do Legislativo, estava presente
já nos primeiros anos de funcionamento da ELE/ALMG. Essa proposta se concretizou em 1998, por meio
de uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). À época de sua concepção, o cur-
so, então denominado Especialização em Assessoria Técnico-Legislativa Avançada, possuía um currículo
multidisciplinar, voltado, em grande parte, à formação política e à capacitação, em questões técnicas, de
parlamentares e de suas equipes. De fato, ainda que o processo seletivo tenha sido aberto também ao
público externo, a maior parte da primeira turma foi composta por servidores da Assembleia de Minas, que
buscavam um aprimoramento do trabalho por eles exercido no âmbito do Parlamento. Nesse projeto de
cooperação interinstitucional, as aulas eram realizadas semanalmente na Escola do Legislativo, enquanto
os processos de contratação de professores, registros e certificação ficavam a cargo da Universidade.
Em 2000, um novo convênio foi firmado com o Instituto de Formação Continuada (IEC), vinculado à Pon-
tifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Tal parceria foi mantida por mais de 10 anos,
tendo sido ofertadas 11 turmas do curso Poder Legislativo e duas turmas do curso Comunicação Política.
Por esses cursos passaram dezenas de servidores do Poder Legislativo, servidores e assessores de câ-
maras municipais e prefeituras, além de deputados e vereadores. O sucesso dessa trajetória se evidencia
não apenas na demanda ininterrupta por um período tão longo, mas também pelo depoimento daqueles
que se formaram nele.
Durante esse período, a ELE acumulou uma considerável experiência na área da pós-graduação, sentin-
do-se apta a reformular o programa de formação acadêmica, para atuar de forma autônoma em relação
às universidades. Os anos imediatamente anteriores a 2010 foram marcados por pesquisas junto a
Escolas de Governo já credenciadas para a implantação de cursos de especialização, como o Centro de
Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados (Cefor). Foram também realizadas
consultas formais ao Conselho Nacional de Educação da Câmara de Educação Superior (CNE/CES), para
obter informações sobre o processo de autorização para o desenvolvimento de atividades lato sensu por
parte de instituições não educacionais, como é o caso da Assembleia de Minas.
Na ALMG, em específico, acreditamos que haja um importante ganho na articulação de conhecimentos
acadêmicos com um saber que é próprio do Parlamento, bem como em sua socialização com outros públi-
cos. Assim, a oferta autônoma de uma especialização garantiria a construção de um currículo adequado
às particularidades desta casa legislativa e manteria a interlocução com a academia, uma vez que o corpo
docente continuaria a ser composto tanto por professores universitários, quanto por profissionais com
bagagem teórica e comprovada expertise na área temática do curso.
Com base nessas considerações, ao final de 2009, a ALMG protocolou junto ao Conselho Estadual de
Educação de Minas Gerais (CEE/MG) o requerimento de credenciamento especial. O marco normativo que
amparou essa demanda foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei 9.394/96), a
qual atribui aos Estados a incumbência de autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar cur-
sos de educação superior e estabelecimentos com vínculo estadual (art. 10, inciso IV). A apresentação do
pedido diretamente ao CEE/MG também foi baseada em pareceres emitidos pelo CNE/CES, que reforçam
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o entendimento de que processos e atos autorizativos necessários ao credenciamento de instituições não
educacionais, integrantes da administração pública estadual, sejam de responsabilidade da autoridade
competente na respectiva unidade federativa.
Em maio de 2010, o CEE/MG se posicionou favoravelmente ao deferimento do pedido, nos termos do
Parecer 450/10, emitido por esse órgão colegiado. Em julho do mesmo ano, o credenciamento foi de-
cretado pelo Governo do Estado e publicado na Imprensa Oficial de Minas Gerais (IOF/MG). Em 2011,
foi aberto o processo seletivo para a nova edição do curso, desde então denominado Especialização em
Poder Legislativo e Políticas Públicas. O credenciamento foi um passo de grande importância para a ELE/
ALMG, que se tornou referência na área da pós-graduação para câmaras e assembleias interessadas em
obter orientações sobre os passos para a implantação da pós-graduação ou empenhadas em promover
a formação de especialista . A proposta reformulada não apenas continuou atendendo às demandas
dos públicos originais, como também de estudantes e profissionais de diferentes setores, interessados
nos processos de formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas. Findo
o prazo inicial da autorização, a qualidade da especialização estruturada pela Escola foi reiterada pela
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que, por meio da Resolução SECTES 032,
de 19 de outubro de 2015, nos recredenciou para a oferta do curso.
Se esse sucesso é um indicativo de que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por meio da Escola do
Legislativo, deve continuar a ofertar cursos de especialização, há outros motivos que justificam um novo
formato para tal oferta. A Secretaria da ALMG, desde os anos 80 e 90, afirma-se como um corpo funcional
altamente especializado e com titularidade e experiência acadêmica, selecionado por meio de concurso
público. A formulação e a oferta de um curso de especialização que leve em consideração esses profissio-
nais gera um ganho institucional no sentido da sistematização e socialização de conhecimento decorrente
da combinação entre a formação acadêmica em suas respectivas áreas e a atuação em uma instituição
parlamentar, que apresenta especificidades. Em outras palavras, um curso a ser ofertado pela ALMG deve
ter entre os seus eixos a valorização de seus profissionais especializados, estimulando a transformação
do conhecimento tácito acumulado por estes servidores em conhecimento explícito a ser apropriado por
outros servidores da instituição e por outras pessoas interessadas. A formulação e a implementação do
curso gera um conhecimento de que o Poder Público não pode prescindir.
Não se trata, contudo, de mera sistematização dos saberes que emergem das práticas profissionais de
quem se dedica ao Poder Legislativo, mas da construção de um conhecimento pautado na reflexão rigoro-
sa sobre desses saberes. Para o aprofundamento desta reflexão, é importante o diálogo não apenas com
o profissional de outras Casas Legislativas, mas também com acadêmicos cujas pesquisas contribuem
para a compreensão do papel e dos desafios do Poder Legislativo nas atuais sociedades, cada vez mais
complexas e em rápido processo de transformação. Ressalte-se que o curso em questão é um espaço de
diálogo entre os servidores de diferentes órgãos públicos, notadamente da própria Assembleia Legislati-
va, do Poder Executivo e de Câmaras Municipais.
O curso ora proposto pressupõe um recorte e um direcionamento desses saberes, que emergem da prá-
tica dos profissionais que se dedicam ao Poder Legislativo. Se reconhecemos que as eleições configuram
um mecanismo de delegação de poderes do povo para os agentes políticos – parlamentares e Chefes
do Poder Executivo -, esses tomam decisões a serem implementadas, como regra, pelo Poder Executivo,
por meio de políticas públicas. A ciência política oferece maior atenção na relação entre os cidadãos e os
representantes. mas este curso, sem negligenciar esta dimensão da política, desloca um pouco o olhar
para enfatizar a relação entre o Poder Legislativo e o ciclo das políticas públicas. Com efeito, esse ciclo
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é composto por várias fases: o reconhecimento de um problema e dos interesses públicos e privados
que o envolvem; a inclusão desse problema na agenda governamental; a formulação de alternativas; a
tomada de decisões legislativas e administrativas; a implementação e a avaliação das políticas públicas.
O Poder Legislativo está envolvido em todas as fases, uma vez que parte do planejamento consta de leis
aprovadas no Parlamento, em especial as leis orçamentárias; além disso, o Parlamento deve monitorar
a implementação das políticas públicas, para verificar de que forma e em que medida as leis aprovadas
estão sendo cumpridas.
O estudo e a pesquisa das implicações entre o Parlamento e as políticas públicas estão diretamente re-
lacionados à compreensão e ao aperfeiçoamento das funções representativa, legislativa e fiscalizadora
do Poder Legislativo. Com efeito, a discussão das proposições legislativas compõe as fases iniciais do
ciclo das políticas públicas; em especial, a compreensão dos interesses envolvidos e a formulação de
alternativas. A votação das proposições legislativas é a expressão por excelência da fase decisória do
referido ciclo. A fiscalização legislativa importa no monitoramento e na avaliação das políticas públicas.
A compreensão das políticas públicas abre a possibilidade de proporcionar maior qualidade ao exercício
da funções legislativa e fiscalizadora. A ênfase nos vínculos entre o Parlamento e as políticas públicas
não implica o negligenciamento da relação entre representados e representantes, que têm na eleição
um momento de extraordinária importância. O deslocamento do foco para as políticas públicas não pode
induzir a uma visão idealizada da política, uma vez que o Parlamento é palco de ações estratégicas legí-
timas das distintas forças políticas que compõem as sociedades plurais. Daí a importância de disciplinas
na grade curricular que permitam a compreensão do impacto do sistema eleitoral e da organização do
Estado no funcionamento do Poder Legislativo, bem como do Parlamento como arena do jogo político de
disputa de interesses. A complexidade dessas questões exige que o Parlamento e suas interações com as
políticas públicas sejam examinados a partir de distintas áreas do conhecimento – direito, ciência política,
gestão pública etc – e, tanto quanto possível, de diferentes perspectivas teóricas de cada uma dessas
áreas. Essa compreensão não pode se limitar a uma única perspectiva teórica, de forma que o curso se
informa pelo pluralismo de ideias. Essa diversidade abre espaço para a complementaridade entre uma
perspectiva realista, que enfatiza como a democracia e, em especial, o Parlamento efetivamente funcio-
nam – a política como ela é -, e uma perspectiva normativa, que tem como referência o funcionamento
das instituições para a construção de um Estado democrático de direito.
O deslocamento do enfoque ora proposto, que enfatiza a relação do Parlamento com as políticas públicas,
repercute na grade curricular do curso. As políticas públicas, por exemplo, são um tema transversal, que
aparece nas diversas disciplinas sob diferentes enfoques, , por exemplo, quando é abordado o controle
jurisdicional das políticas públicas, as diversas formas de prestação de serviços públicos pelo Estado, o
seu vínculo com as peças orçamentárias etc. Além disso, embora as políticas públicas sejam implementa-
das em regra pelo Poder Executivo, algumas dimensões importantes do labor legislativo devem ser com-
preendidas como tal, pois a elas se aplicam os recursos teóricos que nos permitem a análise das políticas
públicas. É o caso, por exemplo, do reconhecimento dos impactos sociais e políticos da baixa qualidade
das leis no Brasil, problema que ocupou a agenda da ALMG, desdobrando-se em decisões e medidas que
objetivaram assegurar um elevado padrão de qualidade à legislação mineira, que, aliás, pode ser objeto
de avaliação. Assim, pode-se falar em uma política pública para a qualidade da lei, temática que recebe
especial atenção no curso.
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3.2. Princípios pedagógicos
A especialização oferecida pela Escola do Legislativo é uma trajetória que teve início em 1998, quando
a Assembleia Legislativa criou a primeira turma ,em parceria com o Instituto de Educação Continuada da
Pontifícia Universidade Católica. A referida parceria teve duração de 10 anos, como citado anteriormente.
O curso descrito neste projeto apresenta elementos de continuidade à referida parceria, mas sua criação
em 2010 decorreu da compreensão de que assumir a concepção e gestão do curso representaria um es-
treitamento da relação entre o curso e a instituição. Percebeu-se que o planejamento, a gestão, a avalia-
ção e os ajustes necessários do curso também geram um conhecimento que devem ser apropriados pela
instituição, razão pela qual optou-se em assumir as referidas novas dimensões do curso, interrompendo
naquele momento a referida parceria. Não é por outro motivo que, para a elaboração deste projeto, a
Escola do Legislativo organizou uma consulta pública interna, em que o pré-projeto foi submetido aservi-
dores e alguns convidados para que apresentassem suas opiniões e sugestões, fazendo deste projeto o
resultado de um trabalho coletivo.
Para isso, este projeto adota um conjunto de diretrizes que materializam alguns princípios que norteiam
a legislação educacional brasileira, em especial a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Di-
retrizes e Bases da Educação Nacional).
As vantagens decorrentes desta perspectiva são várias: o projeto se aperfeiçoa a partir das críticas e
sugestões apresentadas, divulga-se o curso e o próprio debate em torno da formatação do curso exerce
um papel educativo, reforçando-se, assim, a importância de que o curso seja concebido, ofertado e ava-
liado pela própria Casa.
Uma das diretrizes adotadas reside na complementaridade entre teoria e prática, entre trabalho e
formação. Evidentemente, não apenas os conteúdos das disciplinas são concebidos nessa perspectiva,
como esta complementaridade se fará presente em sala de aula, tanto na contribuição dos docentes
quanto na participação dos alunos, que, nessas situações, apresentam problemas derivados de suas
práticas. Não obstante, essa diretriz subjaz à opção deliberada de valorizar a presença de servidores da
Assembleia Legislativa e de outras Casas Legislativas no corpo docente, sem menosprezar a importância
da contribuição de docentes oriundos da academia.
Outra diretriz é a flexibilização, que se manifesta de diversas maneiras. Uma delas está estritamente
relacionada à diretriz anterior e diz respeito à abordagem dos conteúdos, que não deve ser rígida e
estática, mas sim adaptada a novos contextos, garantindo a complementaridade entre teoria e prática.
De fato, assim como o conhecimento está em constante construção, também o fazer do legislativo é dinâ-
mico, ensejando ajustes ou atualizações periódicas nos programas das disciplinas, e o uso de modelos
de análise múltiplos. Outro exemplo de flexibilização é o fato de que as disciplinas são ofertadas em dois
formatos diferentes: encontro semanal e disciplinas concentradas em janeiro e em julho. A organização
de um espaço virtual em que alunos, professores e demais profissionais envolvidos possam interagir,
divulgar textos, seus trabalhos e notícias de interesse geral também se enquadra nessa diretriz.
O curso deve ser reconhecido como um lugar privilegiado de interação entre os saberes acadêmicos e
os produzidos no campo da política. Essa interação se realiza de diversas formas; entre elas, a seleção
de um corpo docente que, além de qualificado e titulado, represente um equilíbrio entre profissionais cujo
conhecimento está calcado, por um lado, em trajetória acadêmica e, por outro, na prática das instituições
legislativas.
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A proposta do curso parte do reconhecimento da complexidade do labor legislativo em uma sociedade em
rápido processo de transformação, para cujos problemas os poderes públicos devem encontrar soluções
com eficácia, sem perder a dimensão da legitimidade. Em virtude dessa complexidade, convém que o
maior número de perspectivas teóricas possíveis sejam adotadas não apenas para compreender a lógica
de funcionamento do Poder Legislativo, mas também para propor alternativas que consolidem o Parla-
mento como um sustentáculo do Estado democrático de direito. Por isso, adota-se como mais uma diretriz
do curso o pluralismo de idéias e a liberdade de ensino e de pesquisa, porque nenhuma perspectiva
teórica isolada é capaz de explicar o funcionamento do Parlamento e oferecer-lhe alternativas para que
fortaleça sua dimensão democrática.
Outra diretriz é a indispensável articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Parte-se do reconhe-
cimento de que a formação dos alunos não pode ser suprida apenas pela aquisição de conhecimentos
teóricos, nem tampouco podem ser restritas a atividades estritamente técnicas e operacionais. Pesqui-
sa e extensão são dimensões intrínsecas ao processo de ensino-aprendizagem, uma vez que qualifi-
cam a prática em sua relação com a teoria e ultrapassam a lógica de currículos e ações educacionais
tradicionais. Por exemplo, a produção de artigos científicos em algumas disciplinas e a elaboração do
TCC, bem como o incentivo à submissão de trabalhos produzidos no curso em periódicos científicos,
refletem o compromisso com a sistematização e a socialização de saberes construídos no curso. Já a
articulação de alguns conteúdos e investigações com as ações de educação para a cidadania da Esco-
la, sobretudo na linha de pesquisa “Cidadania e políticas públicas”, reflete o propósito de aprofundar
os vínculos entre a especialização e atividades de extensão da ELE. Assim, pode-se dizer que o curso
valoriza um conjunto diversificado de atividades que gera conhecimento nas áreas de interesse do
Poder Legislativo, do Estado e da sociedade e que capacita os alunos a interagir com o Parlamento
como profissionais e como cidadãos.
A última diretriz que merece destaque se refere à exigência de avaliação permanente, tanto do corpo
docente, quanto do projeto, visando o melhor aproveitamento do curso e o seu aperfeiçoamento para
futuras ofertas.
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4. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
DO CURSO
Como já foi informado no presente projeto, esta nova fase da Especialização já tem uma história de mais
de uma década, uma vez que a primeira oferta aconteceu em 2010. Nesse longo período, muitos ajustes
foram realizados, mantendo a essência da proposta original tanto no que se refere ao conteúdo quanto
ao formato. Continua a informar a concepção pedagógica do curso o reconhecimento e a valorização do
vínculo entre educação e trabalho.
Este vínculo se evidencia em diversos aspectos do curso. Mantém-se, por exemplo, a oferta da maior
parte das disciplinas com aulas às sextas-feiras à tarde. O horário coincide com uma compreensível
desaceleração das atividades da Casa, em parte porque as sessões ordinárias acontecem de terças a
quintas-feiras, conforme dispõe o Regimento Interno, permitindo que os parlamentares dediquem as
segundas e sextas-feiras ao contato com a base eleitoral. A procura regular de servidores do Poder
Executivo e de outras áreas pelo curso sugere que o dia e horário também é adequado para o público
externo. A organização da oferta das disciplinas nesse horário reflete o esforço de se assegurar a
qualificação e o aperfeiçoamento profissional, pelo menos em parte, durante a jornada de trabalho.
Dessa forma, por um lado, estreita-se o vínculo entre trabalho e educação e, por outro, preserva o
convívio familiar. A organização do curso em um encontro semanal visa, ainda, permitir que o aluno
se prepare para a aula seguinte, com leitura e pesquisas que permitam o aprofundamento de seu
aprendizado.
Outro aspecto que se manteve em todas as turmas oferecidas é a presença de pelo menos duas discipli-
nas organizadas de forma concentrada, em que as 24 horas de carga horária são distribuídas em 4 ou 5
dias, o que nos permite trazer profissionais de outros Estados ou que não tenham a disponibilidade para
a oferta regular das disciplinas. A título de exemplo, mencione-se a presença, em todas as turmas, de
servidora do Senado Federal, compartilhando com os estudantes o conhecimento acumulado no exercício
profissional na referida instituição.
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4.3. Público-alvo e objetivos do curso
O curso é destinado a parlamentares e servidores da ALMG e de outras casas legislativas e órgãos pú-
blicos e a profissionais e cidadãos que interagem com o Parlamento ou têm interesse na temática “Poder
Legislativo e políticas públicas”.
Tem como objetivo geral formar profissionais qualificados para atuar ou interagir com o Poder Legis-
lativo, auxiliando no processo de formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas
públicas.
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para formar a turma, a ALMG se reserva o direito de realizar um processo seletivo complementar, nos
termos de novo edital.
e) Formato e conteúdo da prova: o processo seletivo consiste em prova escrita eliminatória, com uma
questão dissertativa, tendo como base texto ou artigo indicado no edital.
f) Critérios de aprovação: para ser classificado, o candidato deve obter, no mínimo, 60% dos pontos
na prova. São considerados aprovados os candidatos que, de acordo com a ordem de classificação,
atingirem o número de vagas disponíveis. No caso de empate, são concedidas vagas extras aos can-
didatos que obtiverem resultado idêntico.
g) Data de divulgação do resultado e período de matrícula dos aprovados.
O edital também informa os custos do curso. Nos termos de Contrato de Prestação de Serviços Educa-
cionais assinado pelas partes, o valor total é de R$ 6.480,00 (seis mil quatrocentos e oitenta reais), divi-
didos em 18 parcelas mensais de 360,00 (trezentos e sessenta reais). Tal montante atende à política de
compartilhamento dos custos com a ALMG. Servidores efetivos e de recrutamento amplo podem solicitar
o auxílio à formação profissional, que os isenta total ou parcialmente do pagamento das mensalidades.
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4.6. Estrutura curricular
EIXO DISCIPLINAS
Teorias da Democracia
Sistemas Eleitorais e Partidários
Sistema Político
Poder Legislativo
Comunicação e Política
O núcleo básico dos conteúdos curriculares de cada disciplina está apresentado no ementário abaixo,
definido pela coordenação do curso, em conjunto com os docentes.
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• Comunicação e Política: Reflexão sobre comunicação e políticas públicas. Configuração mútua
entre política e comunicação: política como atividade pública e comunicação como prática políti-
ca. Centralidade das mídias na definição do mundo contemporâneo e do Brasil (desinformação,
infodemia, fake news, desinfodemia). Comunicação pública. Desafios para a construção de polí-
ticas públicas de comunicação: esferas federal, estaduais e municipais. Modelos de regulamen-
tação do setor.
• Estado, Serviço Público e Sociedade: Análise crítica da evolução dos conceitos de sociedade,
estado e serviço público. Análise das arenas políticas e doutrinas relacionadas à formulação e
execução das políticas públicas.
• Participação e Políticas Públicas: Evolução dos modelos democráticos. Novas tendências e pa-
radigmas da gestão pública contemporânea e da participação democrática. Sistemas de políticas
públicas. Instrumentos participativos (conferências, conselhos, orçamento participativo, planeja-
mento participativo, audiências e mesa de diálogo). Críticas à deliberação. Padrões sistêmicos de
políticas públicas. Políticas públicas e participação.
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• Processo Legislativo e Produção Normativa: A organização do Legislativo, seus órgãos e
competências. O regimento interno e o equilíbrio entre maioria e minoria. O controle jurisdicional
do processo legislativo. Tempo e processo legislativo. As fases do processo legislativo. Regras
e controvérsias sobre iniciativa legislativa. A principiologia do processo legislativo. Trabalho das
comissões e os mecanismos de interação com a sociedade. O poder de emenda. Regimes de
votação. Veto, sanção e promulgação. Legística material e legística formal: a interface entre a
técnica e a política na produção legislativa. Inflação legislativa e a pluralidade dos polos enun-
ciadores do direito.
A programação das atividades pedagógicas previstas para cada disciplina é detalhada no plano de en-
sino. O modelo do documento é padronizado e contém as seguintes informações: nome do programa,
do curso e da disciplina; turma; modalidade; carga horária; dias e horários das aulas; número de vagas
e informações sobre inscrição como disciplina isolada; formação acadêmica e atuação profissional do
docente; ementa; objetivos; conteúdo programático e atividades previstas para cada aula; avaliação;
critérios de aprovação; bibliografia; metodologia, equipamentos e recursos didáticos; local. Uma ver-
são mais completa, com dados pessoais e informações sobre o pagamento dos professores é elabo-
rada apenas para envio aos setores administrativo e de registros acadêmicos da ELE, em atendimento
à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
A minuta do plano com a ementa e informações como datas de oferta da disciplina, modalidade, etc. é
preparada pelos coordenadores e enviada ao professor para preenchimento. Este tem autonomia para
definir e/ou atualizar o conteúdo programático, as atividades pedagógicas e avaliativas, as referências,
a metodologia e os recursos didáticos. O plano consolidado é disponibilizado aos alunos no Moodle e
usado para divulgação.
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4.6.4. Linhas de Pesquisa
O curso está estruturado em três linhas de pesquisa, cada qual subdividida em três temáticas específicas.
São elas:
I. Cidadania e políticas públicas
1. Educação para a cidadania
2. As políticas sociais e a questão das desigualdades
3. Planejamento e controles da gestão pública
II. Parlamento e sistema político
1. A prática político parlamentar
2. Sistemas eleitorais e reforma política
3. Partidos políticos no Brasil
III. Constituição e democracia
1. Democracia participativa no Parlamento
2. Desafios do constitucionalismo democrático
3. Atividade legislativa no Estado Democrático de Direito
O curso tem carga horária total de 384 horas, divididas em 16 disciplinas de 24 horas cada, cumpridas
mediante aulas presenciais combinadas com atividades a distância, de acordo com o cronograma de
cada turma.
As disciplinas são oferecidas nos seguintes formatos:
• Onze disciplinas com encontros semanais presenciais, às sextas-feiras, das 14 às 17 horas, com-
plementadas por uma hora de atividades a distância, assíncronas, no Ambiente de Aprendizagem da
ALMG – AVA (plataforma Moodle);
• Quatro disciplinas concentradas em cinco dias consecutivos, ao início de cada semestre, com pre-
visão de aulas presenciais das 14 às 18 horas, complementadas por quatro horas de atividades a
distância, assíncronas;
• Uma disciplina – Orientação Metodológica para TCC – composta de 22 horas de atividades a distância
e de 2 horas presenciais, além de atendimentos individualizados.
Durante o período emergencial relativo à pandemia da Covid-19, as aulas passaram, provisoriamente, a
ser ofertadas no formato remoto, com atividades síncronas na plataforma Zoom, complementadas por
atividades assíncronas no Moodle.
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4.7. Trabalho de Conclusão de Curso
Embora não seja mais uma exigência legal a elaboração de trabalho de conclusão de curso na pós gra-
duação lato sensu, manteve-se este requisito para a obtenção do certificado, considerando que se trata
de uma experiência importante para a formação dos alunos.
Para a conclusão do curso, exige-se a apresentação de um artigo acadêmico, para o qual o aluno rece-
berá a orientação, preferencialmente de um professor do curso e, não havendo disponibilidade, a coor-
denação do curso indica um servidor da ALMG que tenha o domínio do conteúdo.
O trabalho é apresentado perante uma banca composta por dois examinadores, podendo ser aprovado,
aprovado com ressalva ou rejeitado. A participação na banca é compreendida também como uma opor-
tunidade de aprendizagem para os membros servidores da Casa, que têm um domínio do assunto, mas
por vezes se distanciaram do debate acadêmico.
A elaboração do artigo é uma estratégia para que o aluno compreenda melhor como funciona o campo
da comunicação científica, uma vez que são estimulados a submeter os trabalhos a periódicos adequados.
Ademais, a Escola está organizando um banco de artigos apresentados na especialização, respeitado o
interesse do aluno em submetê-lo a uma revista científica ou a não divulgar o trabalho final.
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• Execução de tarefas operacionais necessárias para a oferta das atividades programadas, como
cadastro das disciplinas no Sistema de Controle Acadêmico, montagem de processos de contrata-
ção dos docentes e gestão da plataforma Moodle.
• Avaliação das atividades acadêmicas e elaboração de relatórios a partir de questionário respon-
dido por docentes e discentes, ao final de cada disciplina.
• Registro acadêmico de planos de curso e de dados diversos, como frequência às aulas, notas
obtidas pelos alunos, trancamentos de matrícula e outros.
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5.4. Procedimentos de avaliação dos processos de ensino-
-aprendizagem
A avaliação das atividades acadêmicas é realizada periodicamente, de maneira a propiciar o bom apro-
veitamento do curso e contribuir com a formação profissional, técnica e humana dos alunos. Por meio do
acompanhamento constante dos processos de ensino-aprendizagem, busca-se verificar se a construção
de conhecimentos e competências está ocorrendo da maneira prevista ou esperada e oferecer suporte
aos discentes.
Instrumentos comuns de avaliação da aprendizagem são debates, elaboração de resenhas e artigos,
desenvolvimento de projetos e discussões em fóruns. A nota exigida para aprovação é de 70 pontos. O
resultado da avaliação pode ser objeto de recurso a ser interposto pelo interessado e protocolado na se-
cretaria do curso nos 10 dias úteis subsequentes à divulgação dos resultados, podendo o aluno solicitar
vista de sua prova. O recurso deve ser analisado e devolvido pelo professor à coordenação, que notifica
a decisão ao interessado em até 10 dias úteis.
Em observância aos critérios definidos pelo MEC, é também verificado o cumprimento mínimo de 75% da car-
ga horária de cada disciplina, considerando-se, conjuntamente, a participação em encontros síncronos e a
realização de tarefas assíncronas. O controle de frequência nas aulas presenciais é realizado pelo professor
e registrado no diário de classe. No caso de atividades remotas, isso é feito por meio eletrônico, no Moodle.
Uma vez integralizados os créditos, o discente deve ainda desenvolver o trabalho de conclusão de curso
(TCC), sob orientação acadêmica de um membro do corpo docente e/ou do quadro de servidores da
ALMG, salvo casos excepcionais. A temática do TCC deve estar relacionada a uma das linhas de pesquisa
do curso e a apresentação é na forma de artigo científico. Há também a defesa oral perante uma banca
de examinadores, que geralmente conta com ao menos um participante externo.
A avaliação das atividades ofertadas na Especialização é proposta a docentes e discentes ao final de cada
disciplina, buscando-se obter análises críticas e propositivas, que contribuam com o aperfeiçoamento dos
processos de ensino-aprendizagem, com o alcance dos objetivos do curso e com o aprimoramento do
trabalho da ELE. O principal instrumento utilizado é o questionário de reação.
O formulário preenchido pelo professor visa a analisar o suporte oferecido pelos coordenadores do
curso e pelos núcleos técnico-administrativos durante as etapas de planejamento e de implementação da
atividade. Atualmente, são propostas seis questões fechadas, as quais contemplam as atividades síncro-
nas e assíncronas. As alternativas estão em escala Likert, em que 1 significa “discordo totalmente” e 6,
“concordo totalmente”. Os aspectos avaliados são:
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• Qualidade da comunicação durante o planejamento e desenvolvimento da atividade.
• Qualidade da infraestrutura disponibilizada para a realização da atividade
• Qualidade das informações para acesso e uso da plataforma de ensino a distância (Moodle).
• Qualidade das informações para acesso e uso do aplicativo de videoconferência (Zoom).
• Suporte ao/a professor/a no uso da plataforma de ensino a distância (Moodle) durante a
realização da atividade.
• Suporte ao/a professor/a no uso do aplicativo de videoconferência (Zoom) durante a aula.
Também há duas perguntas abertas, em que o participante é convidado a comentar aspectos positivos
da disciplina e a sugerir mudanças para aperfeiçoamento da atividade.
As informações da avaliação de reação são tabuladas e, com base nelas, um relatório é elaborado e
encaminhado ao(s) professor(es) e às gerências da ELE. Esse documento orienta os coordenadores no
planejamento das ofertas seguintes.
• Guilherme Wagner Ribeiro: doutor em ciências sociais pela PUC Minas, mestre em Educação
pela UFMG e bacharel em Direito pela UFMG; consultor legislativo da ALMG, lotado na Escola do
Legislativo.
• Stefania de Resende Negri: doutora em Educação pela UFMG, mestre em Educação pela PUC
Minas, bacharel em Relações Internacionais e licenciada em Normal Superior pela PUC Minas;
analista legislativo/analista de projetos educacionais da Escola do Legislativo da ALMG.
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6.2. Atuação da coordenação de curso
A coordenação atua administrativa e pedagogicamente. É um órgão normativo, deliberativo e de execu-
ção. São atribuições dos coordenadores:
Para o desenvolvimento dessas atribuições, os coordenadores contam com o apoio direto de um estagi-
ário da graduação em Gestão Pública da UFMG e com o suporte da secretaria da ELE (composta pelos
núcleos administrativo, logístico e de registros acadêmicos) e do Núcleo de Tecnologias Educacionais.
Trata-se, portanto, de uma equipe multidisciplinar, cujos membros possuem funções e expertises especí-
ficas e, ao mesmo tempo, complementares.
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As funções desempenhadas pelos coordenadores estão relacionadas, em sua maior parte, à compe-
tência Formação Política e Educação Legislativa, descrita na matriz de GC da ELE como a capacidade
de sistematização e disseminação de conhecimento em temáticas relacionadas à esfera legislativa,
por meio de atividades educacionais diversas, em articulação com demais casas legislativas e em
contribuição aos interesses da sociedade, observadas as diretrizes institucionais, critérios técnicos e
normativos.
Essa competência possui cinco referenciais de desempenho, com base nos quais as gerências da
ELE avaliam a atuação dos servidores e define atividades de capacitação interna para o aprimora-
mento do trabalho. Três deles estão diretamente ligados à Especialização e representam atividades
que os coordenadores do curso devem desempenhar para que as entregas ocorram conforme
esperado. São eles:
Outras competências da Escola do Legislativo também contêm referenciais de desempenho dos coorde-
nadores da Especialização. Em Gestão de recursos tecnológicos aplicados à educação, serve como
indicador o desenvolvimento das seguintes tarefas:
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6.4. Seleção do corpo docente
O corpo docente da Especialização é formado por servidores da ALMG lotados na Escola do Legis-
lativo e outras áreas da Casa (em especial, na Gerência-Geral de Consultoria Temática), bem como
por profissionais externos, que atuam em outras instituições públicas e/ou em universidades. Tal
composição pode ser compreendida com base na matriz curricular do curso, inserida em um campo
do conhecimento bastante específico, cujos temas e conteúdos nem sempre são desenvolvidos pelas
universidades, em especial quando se trata de disciplinas que têm como foco o Poder Legislativo.
Assim sendo, na seleção do corpo docente, procura-se, por um lado, valorizar os saberes e as
experiências adquiridas pelo corpo técnico da Assembleia, notadamente por aqueles servidores ou
ex-servidores que dispõem de uma trajetória acadêmica. O convite a esses profissionais para atua-
rem no curso se baseia na convicção de que, no conhecimento técnico e acadêmico que acumulam,
há a presença de elementos tácitos, decorrentes da experiência profissional na Casa Legislativa. Há,
pois, a expectativa de que, ao organizarem e ministrarem disciplinas do curso, haja uma transfor-
mação de conhecimento tácito em conhecimento expresso, possibilitando uma apropriação coletiva
deste conhecimento.
Por outro lado, a valorização de servidores da Casa não exclui a integração ao corpo docente do
curso de profissionais externos. Ao contrário, a interlocução com outras instituições públicas e com
a academia é considerada essencial para que os objetivos do curso sejam alcançados, uma vez que
há um importante ganho na socialização e na articulação dos conhecimentos construídos em outros
órgãos e em universidades com um saber que é próprio do Parlamento. Dessa forma, evita-se ainda
uma endogenia e amplia-se a interação da ALMG com diferentes atores sociais.
A contratação dos professores da Especialização é feita segundo os preceitos da Lei Geral de Li-
citações (Lei 8.666/1993) e da Deliberação nº 2594, de 25/8/2014, que permitem a contratação
de profissionais horistas. A cada oferta de disciplina é celebrado, portanto, um contrato com prazo
determinado. Não obstante, é importante destacar que a composição do corpo docente do curso
tem sofrido poucas alterações ao longo dos anos, o que faz com que a maior parte dos professores
tenham familiaridade com o projeto pedagógico do curso e contribuam constantemente com seu
aprimoramento.
Devido a essa forma peculiar de contratação, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) da Especializa-
ção é constituído pelo grupo de professores lotados na Escola do Legislativo, composto de quatro
servidores com funções docentes entre suas atribuições, os quais têm condições de acompanhar
de perto o andamento do curso e, assim, propor medidas para o aperfeiçoamento do projeto
pedagógico e garantir sua qualidade acadêmica. Para que isso seja possível, busca-se também
manter uma regularidade no contato com os demais docentes, sejam eles servidores da ALMG
ou profissionais externos, por meio, por exemplo, do convite para atuarem como orientadores na
elaboração de TCCs e como examinadores em bancas de defesa, ou mesmo para participarem de
outros projetos da ELE.
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6.5. Corpo docente: titulação e experiência profissional
O corpo docente do curso é atualmente composto por 20 professores, sendo 12 doutores, sete mestres
e um especialista, com atuação profissional em áreas diversificadas e experiência na docência superior,
conforme quadro a seguir:
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DOCENTE FORMAÇÃO ACADÊMICA ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Gustavo Gomes Machado Mestre em Ciências Sociais (PUC Minas) Consultor legislativo, na área de
(http://lattes.cnpq. Bacharel em Administração Pública (FJP) Economia da Gerência-Geral de
br/1483433801054778) Bacharel em Direito (UFMG) Consultoria Temática (ALMG)
Wladimir Rodrigues Dias Doutor em Direito Público (PUC Minas) Consultor legislativo na área de
(http://lattes.cnpq. Mestre em Administração Pública (FJP) Educação para a Cidadania da ELE
br/3485224868321901) Bacharel em Direito (FMC) (ALMG)
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6.6. Colegiado de curso
A Deliberação da Mesa da Assembleia 831/1993, que contém o regimento interno da Escola do
Legislativo, não previa a criação de cursos de pós-graduação e, portanto, a constituição de um
órgão colegiado, com ampla representatividade, não está formalizada em ato normativo interno.
Para suprir parcialmente essa ausência, a tomada de decisões da Especialização tem sido feita
por uma coordenação colegiada, com eventual participação de representantes do corpo docente
e discente.
A coordenação colegiada possui autonomia administrativa e pedagógica. É constituída pela Ge-
rente-Geral da Escola, pela Gerente de Educação Legislativa, pela Gerente de Educação para a
Cidadania e pelos dois coordenadores do curso. Os membros se reúnem ordinariamente a cada mês
e, extraordinariamente, sempre que necessário. No geral, as definições e as formas de encaminha-
mento são consensuais. Em caso de discordância, são programadas novas discussões e pode-se
recorrer a uma votação. As decisões são registradas em atas e compartilhadas por meio do correio
eletrônico.
Representantes dos demais segmentos têm sido convidados a par ticipar em ocasiões específi-
cas. Os docentes contribuem, sobretudo, em reuniões cujas pautas contemplam o planejamento
das atividades acadêmicas e a implementação de ações voltadas ao aprimoramento do projeto
pedagógico.
A participação de representantes de turma, eleitos pelos alunos a cada início de semestre, tem um
caráter, sobretudo, consultivo e avaliativo, podendo também ocorrer por demanda dos próprios dis-
centes. Desde março de 2020, com o início da pandemia e das atividades remotas, essa articulação
entre coordenação colegiada e discentes se intensificou e tem sido essencial para a continuidade
das atividades acadêmicas.
Por fim, também servidores dos núcleos de apoio da ELE são chamados a comparecer às discussões
que versam sobre questões operacionais, administrativas e financeiras.
É importante ressaltar que um trabalho de atualização do regimento interno da Escola tem sido
desenvolvido coletivamente e se encontra em fase final de revisão, o que permitirá a institucionaliza-
ção do colegiado e propiciará a formalização de instrumentos que reforcem a gestão transparente,
democrática e participativa do curso.
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7. INFRAESTRUTURA
7.1. Auditório, salas de aula e laboratórios de informática
A Escola do Legislativo ocupa um imóvel de 1.457,89 metros quadrados, com auditório e salas de au-
las. Aquele recebe até 76 pessoas, além de 5 cadeiras para expositores. Há cadeiras para obeso, para
cadeirante e para cão-guia, no caso de deficiente visual. O espaço encontra-se equipado com projetor,
computador em rede e telão, além de cabine para o som e espaço para equipamento de filmagem. Há
quatro salas de aula equipadas com computadores em rede de TV 50” e quadro branco, com capacidade
para 35, 40, 60 e 65 carteiras individuais. Além disso, dois laboratórios de informática, com 12 compu-
tadores em rede cada.
Mencione-se ainda, a sala de reunião que acomoda 12 pessoas, equipada com televisor de 43”.
Há ar condicionado central, atendendo todos os espaços da Escola.
7.2. Biblioteca
Os estudantes e professores da especialização têm acesso ao acervo físico e eletrônico da biblioteca da
ALMG. Criada pela Resolução 4 de 1992 e nomeada Biblioteca Deputado Camilo Prates, ela está locali-
zada no Palácio da Inconfidência e opera sob a responsabilidade da Gerência-Geral de Documentação e
Informação (GDI).
A infraestrutura é composta por uma sala de estudo individual com 19 lugares, um espaço coletivo de
leitura e estudo com 4 mesas e uma bancada com 30 lugares. O acervo é especializado nas áreas de
direito, administração pública, ciência política, poder e processo legislativo, história política de Minas
Gerais e em assuntos relacionados às políticas públicas estaduais. Estão disponíveis para empréstimo
ou consulta livros, obras de referência, teses, periódicos técnicos, jornais, diários oficiais, materiais
audiovisuais e diversas obras editadas pela Assembleia, cujos temas dão suporte e enriquecem os
estudos e as pesquisas realizadas no curso.
Também podem ser solicitados, por e-mail, telefone ou pessoalmente, levantamentos e pesquisas. A se-
guir estão listados os principais serviços prestados pela GDI aos alunos da Especialização:
• Pesquisas de legislação (estadual e federal);
• Pesquisas de matérias em tramitação (estadual e federal);
• Pesquisa sobre a atuação parlamentar;
• Elaboração de estatísticas gerais sobre o processo legislativo;
• Pesquisa de doutrina e jurisprudência;
• Pesquisa de biografias de deputados e outras personalidades políticas;
• Pesquisa de informações sobre municípios mineiros;
• Pesquisa de documentos no arquivo do processo legislativo;
• Outras informações relacionadas à atividade legislativa (atividades do Plenário e das comissões,
realização de eventos, etc.).
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A biblioteca da ALMG também atende alunos interessados em visitar o Memorial do Legislativo Mineiro,
espaço cultural que traz informações sobre as funções, a estrutura e a história do Legislativo mineiro,
com tópicos que estimulam a reflexão sobre a diversidade e a complexidade da realidade sobre a qual
o Parlamento atua.
A Escola dispõe de um sistema de gestão acadêmica desenvolvido pela Gerência de Tecnologia e Infor-
mação da ALMG e em constante atualização, de acordo com a demanda. Este sistema registra todos os
dados das atividades desenvolvidas pela Escola e atende às demandas da especialização.
7.4.2. Moodle
A Escola utiliza a plataforma moodle para suas atividades de educação a distância. O curso de espe-
cialização adota a referida plataforma para o compartilhamento de material e o desenvolvimento de
atividades assíncronas. A adoção de parte da carga horária a distância intensificou o uso da mencio-
nada plataforma.
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