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Segundo Bruno Delmas, “Os arquivos servem para provar, lembrar-se,

compreender e identificar-se. Provar seus direitos é uma utilidade jurídica e


judiciária. Lembrar-se é uma utilidade de gestão. Compreender é uma utilidade
científica de conhecimento. Identificar-se pela transmissão da memória é uma
utilidade social. Essas utilidades desenvolveram-se em paralelo, porém, cada
uma delas sofreu transformações diversas, dependendo das épocas, em razão
da própria evolução da sociedade.” (Delmas, 2010, p.21)
Faça um texto dissertativo apresentando cada uma das quatro utilidades
elencadas pelo autor.

Mínimo de 800 palavras

Aluna: Izabela Vitória Teixeira de Oliveira

Os arquivos possuem diversas funções, mas apesar disso muitas delas são
desconhecidas pelas pessoas, mídias e até mesmo por profissionais da área.
O conceito generalista e superficial ao referíamos aos arquivos mostram que
eles não têm devida importância, mas que se soubéssemos de fato quem eles
são, concluiríamos que não somos capazes de viver sem eles, pois são “vitais.”
O homem tem registrado cada vez mais suas ações e por isso é indispensável
conservar todas as fontes de registro, pois serão úteis em determinado
momento, já que se tornam documentos comprobatórios.

Segundo Bruno Delmas, autor do livro “Arquivos para que?” os documentos


surgiram em forma de escrita e evoluíram até a era da tecnologia, o que nos
permite entender que suas utilidades foram aumentando, à medida que o
mundo passava por suas constantes evoluções.

O autor destaca quatro principais funcionalidades documentais, são elas:


provar, pois serve de provas no âmbito judicial, lembrar, já que por meio delas
podemos ter acesso a experiências vividas anteriormente e experiências
obtidas, compreender, pois adquirimos conhecimentos conhecendo e
entendendo atividades que outras pessoas desenvolveram e identificar-se, que
significa a transmissão de quem somos a partir das memórias criadas pelos
ensinamentos dos que já existiam antes de nós, tornando possível a
existências das relações sociais.
De forma clara, a primeira utilidade dos arquivos expressadas pelo autor é
a de provar para defender nossos direitos, que é quando os documentos têm
valor de autenticidade, valor comprobatório e deve ser preservado. É possível
ter acesso às provas jurídicas, independente do tempo da existência dos
documentos, ou seja, é possível provar pelos registros existentes, por exemplo,
o quanto alguns grupos sofreram, pois, tiveram seus lugares invadidos pelos
portugueses. Logo, por meio dos documentos, esses povos e grupos podem
reivindicar e lutar pelos seus direitos hoje judicialmente.
A segunda utilidade dos arquivos que é lembrar do que foi feito e da
experiência adquirida para agir, essa função diz respeito a algo essencial para
qualquer pessoa ou instituição. Em todas as épocas, vivenciamos a
transmissão de registro e documentos, por causa, é claro dos arquivos. Apesar
de ser considera inútil, na idade Media ficou evidente que os arquivos serviam
para das continuidades das ações, dos registros daquilo que se fez ou faz em
determinado período. Desse modo, a área administrativa, teve um avanço, pois
a produção de documentos ajuda a fortalecer as atividades institucionais feitas
desde sua criação, da documentação dos funcionários até a contabilidade geral
da empresa.

A terceira utilidade dos arquivos descreve sobre compreender e conhecer


para entender aquilo que outros fizeram ou descobriram, dando importância ao
acesso a materiais científicos que transmitem conhecimento. Os arquivos são
fontes de conhecimento, abrange todas as disciplinas e fornece toda a
documentação científica requerida. Os arquivos são essenciais para a área da
pesquisa, em especial a histórica, por isso é inconcebível que exista saberes
técnicos científicos que não foram baseados nas informações vindas de um
arquivo, mesmo que eles sejam muitas vezes poucos explorados, como por
exemplo os centros de pesquisa, laboratórios universitários e fundações
privadas.

É importante que todas as informações sejam armazenadas e zeladas,


pois, até os arquivos considerados “insignificantes” podem ser tornar mesmo
que sem intenção, úteis, uma vez que podem ser resgadas informações do
passado com o intuito de que elas contribuam para um estudo atual, por
exemplo. Assim, os arquivos contribuem para as pesquisas feitas em diversas
áreas do conhecimento humano, dando continuidade à produção de
informações e descobertas importantes para a sociedade na totalidade. O
conhecimento científico representa um acúmulo de informações que podem ser
úteis por décadas.

A quarta utilidade, identificar-se para existir e promover as relações sociais,


mostram que os arquivos têm um poder identitário, seja em relação aos
costumes, cultura, ou maneira de observar o mundo de um determinado povo.
Com as rápidas e constantes mudanças que têm acontecido no mundo, as
pessoas tem ficado sem referência de quem são, ou seja, a mercê do que o
sistema tem estipulado. Delmas, aborda em seu livro a visão dos psicólogos,
sociólogos e antropólogos que alegam que o indivíduo que não tem
consciência de si, tem uma personalidade mais agressiva, pois as bases
responsáveis por ensinar, como a família e as escolas tem falhado na
comunicação, deixando de lado o ensino sobre as raízes de cada um.
Construir uma nova história, não significa perder valores, mas sim
integralizá-los dando continuidade ao que já tem sido construído anteriormente.
Então, é possível haver uma transmissão de vivências e memórias, vindo dos
nossos antepassados, importantes para podermos saber quem somos. Além
disso, os arquivos são provas capazes de nós trazer a memória lembranças
necessárias para darmos continuidade a construção de nossa trajetória, assim
como algumas instituições, (Arquivo Nacional) que também são responsáveis
por preservar a memória, já que armazena arquivos a alguns anos.

Portanto, os arquivos desempenham um papel necessário na nossa


sociedade, nos auxilia para podermos provar, lembrar, compreender e nos
identificarmos em relação a várias situações, momentos cruciais e decisórios
da vida de um indivíduo. O autor Bruno Delmas explora e detalha essas quatro
funções de maneira clara demonstrando a relevância e o valor dos documentos
arquivísticos.

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