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empresário"
Nosso sistema emocional se desenvolveu para constituir uma capacidade ao ser humano de se
adaptar e, portanto, garantir a sobrevivência, a partir do reconhecimento do ambiente para se
antecipar aos riscos. Tudo começa quando os estímulos sensoriais são levados para o tálamo e
após breve processamento são encaminhados para o complexo amigdaloide que tem papel de
interface entre as percepções e emoções, pois avalia o nível de ameaça no ambiente,
facilitando a formação das memórias emocionais, ou seja, de reconhecer no ambiente quais
estímulos possuem relevância. Desse complexo partem principalmente as reações de medo,
raiva, agressividade e fuga. Já os estímulos de cunho positivo, estão mais envolvidos com uma
parte dos núcleos da base, o núcleo acumbens, área relacionada com os mecanismos do prazer
e da recompensa. Por isso, é muito difícil resistir a uma comida que gostamos muito, por
exemplo.
Uma estrutura que interage com o complexo amigdaloide e permite consolidar e resgatar as
memórias de longo-prazo e tem grande relevância no processo de tomada de decisão é o
hipocampo. Para ilustrar esse processo, podemos citar um dos experimentos pioneiros que
evidenciou a formação das preferencias no cérebro, onde participantes tinham que indicar sua
preferência entre Coca-Cola ou Pepsi (Ensaio neuroeconomia e neuromarketing, 2011). Esse
experimento demonstrou que quando os participantes experimentaram a amostra sem
identificação, eles acionaram a “região do cérebro pela sensação de recompensa”, mas
quando experimentaram sabendo qual era a marca, eles ativaram o hipocampo. Ou seja, “os
indivíduos escolheram não mais o que agradava o paladar, mas aquele que estavam mais
acostumados ou que era considerado socialmente melhor”.
O sistema límbico, portanto, nos “puxa” para a decisão com foco no curto-prazo, ou seja, na
leitura no ambiente naquele momento, como é explicado no Ensaio neuroeconomia e
neuromarketing (2011). Quando nosso córtex pré-frontal entra em ação, avaliamos os prós e
contras, alternativas e consequências, conseguindo, dessa forma, tomar decisões mais
sustentáveis, ou seja, de longo-prazo. Um exemplo disso é o famoso teste do marshmallow
também citado no Ensaio acima, onde as crianças tinham em sua grande maioria dificuldade
de não comer o doce naquele momento para receber mais no futuro. Isso faz todo sentido,
uma vez que o córtex pré-frontal é o último a se desenvolver, só na idade adulta, o que
permite que o sistema límbico atue com mais espaço ainda. Por isso, sabemos que o
desenvolvimento das áreas terciárias corticais junto e do sistema límbico é a última fronteira
do desenvolvimento do cérebro humano.
Por fim, não basta conhecer algumas estruturas que compõem o sistema límbico e sua
interação com o hipocampo e o córtex pré-frontal, sem sinalizar a importância da química
cerebral para o potencial do comportamento. As principais substâncias químicas que são
usadas para regular o nosso corpo são os neurotransmissores e hormônios. Os
neurotransmissores são capazes de interferir diretamente no nosso comportamento, pois
estimulam ou inibem a comunicação entre os neurônios. Um deles é a dopamina, bastante
citado na mídia hoje em dia, como responsável por ativar o prazer (chamado sistema de
recompensa), mas que na verdade parece estar mais relacionado aos comportamentos
consumatórios do que propriamente às vivências emocionais do prazer.
CONCLUSÃO