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4. CAPITULO 4 – PARAFUSOS
4.1. Comentários
Há dois métodos para uniões de peças: União Permanente (utilizando-se soldas e
rebites) ou União Semi-permanente (utilizando-se parafusos e porcas).
A utilização de parafusos e porcas na união de peças são muito importantes para
se ter projetos de qualidade e é necessário conhecer-se muito bem o desempenho
desses componentes sob as mais diversas condições de uso.
Apenas como curiosidade, um BOEING 767 utiliza aproximadamente 140.000
parafusos de titânio, 800.000 parafusos comuns e 60.000 rebites, que representam um
valor considerável no custo final do aparelho, portanto, há uma necessidade crescente de
revisar os projetos de uniões.
4.2. Terminologia
Diâmetro Nominal ou diâmetro maior “ d ” – É o maior diâmetro da rosca, é ele
quem define a dimensão da rosca.
Diâmetro da Raiz ou diâmetro menor “ d 3 ” – É o menor diâmetro da rosca.
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Figura (4.1)
4.3.3.2. Rosca Dupla ou Rosca de Duas Entradas
Figura (4.2)
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Figura (4.3)
h = 2 3⋅ p
H = 0,6403 ⋅ p
r = 0,1373 ⋅ p
a=H 6
Figura (4.4)
b) Rosca Americana
É usada nos Estados Unidos e países de forte influência americana, foi padronizada pela
International Unified Standard; suas dimensões são baseadas na polegada, apresenta
uma seção idêntica a um triângulo eqüilátero truncado nas extremidades.
Relações fundamentais
1"
p=
nº de fios por 1"
h = 0,65 ⋅ p H = 0,866 ⋅ p
b =1 8 ⋅ h a = 1 18 ⋅ h
Figura (4.5)
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c) Rosca Métrica:
É usada nos demais países do mundo, foi padronizada pela ISO (International
Standardization Organization); suas dimensões são baseadas no milímetro; apresenta
uma seção idêntica a Rosca Americana, com a diferença apenas que o fundo do filete é
arredondado, para diminuir a concentração de tensões.
Figura (4.6)
Relações Fundamentais
H = 0,86603 ⋅ p d 2 = d − 0,645952 ⋅ p
hi = 0,54127 ⋅ p d 1 = d − 1,08253 ⋅ p
R = 0,14434 ⋅ p d 3 = d − 1,22687 ⋅ p
hc = 0,61343 ⋅ p
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Figura (4.7)
b) Rosca Trapezoidal/ACME
É usada nos Estados Unidos e países de forte influência americana, bem como na
Inglaterra e suas ex-colônias, suas dimensões são baseadas na polegada, sua seção
apresenta um trapézio com ângulo de 29°. Não é tão eficiente quanto à rosca quadrada,
devido ao atrito adicional decorrente da ação de cunha, entretanto é mais fácil usiná-la,
sendo que seus filetes poderão ser abertos inclusive em uma máquina denominada
laminadora ou roladeira de roscas. Exemplo: fuso de torno, hastes de atuadores, etc.
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Figura (4.9)
Relações Fundamentais
H 4 = H 1 + ac = 0,5 ⋅ P + ac d 2 = D 2 = d − 2 ⋅ Z = d − 0,5 ⋅ P
h3 = 0,5 ⋅ P + ac = H 1 + ac d 3 = d − 2 ⋅ h3
z = 0,25 ⋅ P = H 1 2 s = 0,26795 ⋅ a S
D1 = d − 2 ⋅ h1 = d − p R1MAX = 0,5 ⋅ ac
D4 = d + 2 ⋅ ac R2 MAX = ac
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b) Americana
- Série comum (UNC) Ex: D=2” e 4,5 fpp
- Série fina (UNF) Ex: D=2” e 12 fpp
c) Métrica
- Série 1 (comum) Ex: M36x4
- Série 2 (fina) Ex: M36x3
Figura (4.10)
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l
tan β = (a)
π ⋅ d2
onde:
β é o ângulo de hélice ou ângulo de
inclinação de filete.
l é o avanço da rosca, que para rosca
com uma entrada é igual ao passo.
Figura (4.11)
Sabe-se que a força F atua axialmente ao eixo e para que possamos levantar a carga,
uma força P atua horizontalmente para a direita (figura (4.12)) e, para abaixar a carga,
uma força P atua horizontalmente para a esquerda (figura (4.13)). A força de atrito age no
sentido oposto ao movimento, então tem-se:
Fa = µ ⋅ N (b)
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Como não estamos interessados na força normal N, podemos eliminá-la das equações:
PARA LEVANTAR UMA CARGA
de (c) tem-se: P = N ⋅ (sen β + µ ⋅ cos β ) (g)
−F
de (d) tem-se: N= (h)
µ ⋅ sen β − cos β
Dividindo-se o numerador e o denominador das equações (i) e (l) por cos β e aplicando-
l
se a expressão (a) tan β =
π ⋅ d2
tem-se:
PARA LEVANTAR UMA CARGA
sen β
F ⋅ + µ
cos β F ⋅ (tan β + µ )
de (i) tem-se: P= =
sen β 1 − µ ⋅ tan β
1− µ ⋅
cos β
l
F ⋅ + µ
π ⋅ d2
P= (m)
l
1− µ ⋅
π ⋅ d2
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l
F ⋅ µ −
π ⋅ d 2
P= (n)
l
µ⋅ +1
π ⋅ d2
d2 2 ⋅ Mt
finalmente sabemos que Mt = P ⋅ então, P = (o)
2 d2
substituindo (o) em (m) e (n), tem-se finalmente:
F ⋅ d2 l + µ ⋅π ⋅ d2
Mt = ⋅ [kgf ⋅ cm] (4.1)
2 π ⋅ d2 − µ ⋅ l
F ⋅ d2 µ ⋅π ⋅ d2 − l
Mt = ⋅ [kgf ⋅ cm] (4.2)
2 µ ⋅ l + π ⋅ d2
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Figura (4.14)
Para levantar a carga ou apertar um parafuso ou porca com rosca trapezoidal, tem-se:
µ ⋅π ⋅ d 2
l+
F ⋅ d 2 cosα
Mt = ⋅
µ ⋅l
[kgf ⋅ cm] (4.3)
2
π ⋅ d2 −
cosα
Para abaixar a carga ou soltar um parafuso ou porca com rosca trapezoidal, tem-se:
µ ⋅π ⋅ d2
−l
F ⋅ d 2 cos α
Mt = ⋅ [kgf ⋅ cm] (4.4)
2 µ ⋅l
+ π ⋅ d2
cos α
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dc
Mt = F ⋅ ⋅ µc
2
F ⋅ dc ⋅ µc
Mt = [kgf ⋅ cm] (4.5)
2
onde:
Mt => Torque adicional a ser somado às expressões (4.1), (4.2), (4.3) ou (4.4) para
vencer o Atrito do Mancal
d c => diâmetro médio do mancal [cm]
π ⋅ µ ⋅ d2 ≥ l
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l
Dividindo ambos os membros por π ⋅ d 2 e Aplicando-se a expressão (a) tan β = ,
π ⋅ d2
tem-se:
l
µ≥ [sem unidade] (4.6)
π ⋅ d2
µ ≥ tan β [sem unidade] (4.7)
F ⋅l
Mt o = [kgf ⋅ cm] (4.8)
2 ⋅π
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H H 5
hi = H − − = ⋅H (b)
8 4 8
ou obtido diretamente da tabela (4.1), págs. 125 e 126
onde:
hi => profundidade de contato da rosca
P 3
H= = ⋅P (c)
2 ⋅ tan 30° 2
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π ⋅ D1 ⋅ c 2 ⋅ n
Wf = (f)
6
onde:
D1 => diâmetro menor da porca (ver tabela (4.1), págs. 125 e 126)
n => número de filetes rosqueados na porca
h
n= (g)
P
onde:
h => altura da porca
P => passo
P 3
c=P− = ⋅P (h)
4 4
onde:
c => altura da raiz do filete
Substituindo (g) e (h) em (f), tem-se:
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h ⋅ P
Wf = (i)
32
σf =±
5⋅ 3 ⋅ F
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
[kgf ]
cm 2 ≤ σ (4.10)
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σt =
4⋅ F
[kgf ]
cm 2 ≤ σ (4.11)
π ⋅ d3 2
A = π ⋅ D1 ⋅ c ⋅ n (a)
onde:
D1 => diâmetro menor da porca (ver tabela (4.1), págs. 125 e 126)
n => número de filetes rosqueados na porca
h
n= (b)
P
onde:
h => altura da porca
P => passo
P 3
c=P− = ⋅P (c)
4 4
onde:
c => altura da raiz do filete
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τm =
4⋅ F
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
[kgf ]
cm 2 ≤ τ (4.12)
então
τ MAX =
16 ⋅ F
9 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
[kgf ]
cm 2 ≤ τ (4.13)
σ comp = σ x 2 + σ y 2 − σ x σ y + 3 ⋅ τ 2
onde:
σ x = ±σ f
σ y =σt
τ =τm
tem-se:
σ comp = σ f 2 + σ t 2 + σ f σ t + 3 ⋅ τ m 2 [kgf ]
cm 2 ≤ σ comp (4.14)
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h
n= (b)
P
onde:
h => altura da porca
P => passo
5⋅ 3 ⋅ P
hi = (c)
16
ou obtido diretamente da tabela (4.1), págs. 125 e 126
σc =
16 ⋅ F
[kgf ]
cm 2 ≤ σ (4.15)
5 ⋅ 3 ⋅π ⋅ d2 ⋅ h
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Figura (4.15)
Na figura acima, inicialmente o parafuso é apertado para produzir uma força inicial de
tração Fi e logo após é aplicado a carga externa de tração P .
E⋅A
Se chamarmos =k (b)
L
podemos escrever a equação (a) da seguinte forma:
P F
δ= ou ainda k = (c)
k δ
onde:
k => Constante de Mola ou Constante Elástica ou ainda Constante de Rigidez,
sendo o nome Constante de Rigidez mais usual.
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Em uma união por parafusos, pode haver mais de dois membros ou flanges, e neste caso,
calculamos a constante de rigidez dos membros ou flanges associados em série.
1 1 1 1 1
= + + + ... + [kgf cm] (4.16)
km km 1 km 2 km 3 km i
Se, entre os flanges da união existir uma junta macia, sua rigidez em comparação com a
dos outros flanges é tão pequena que a rigidez desses flanges poderá ser desprezada.
Se não houver junta, como na figura (4.15), é impossível obter matematicamente a rigidez
dos flanges ou membros.
Dois autores sugerem modos diferentes de se agir nesses casos:
- Segundo Joseph Edward Shigley, devemos considerar a área de um cilindro oco, com
diâmetro externo três vezes o diâmetro do parafuso e com diâmetro do furo igual ao
diâmetro do parafuso.
Figura (4.16)
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Figura (4.17)
A hipótese de V. Dobrovolski nos aparece mais lógica, uma vez que a sua consideração
leva em conta a espessura dos flanges a serem unidos.
Analisando ambas as hipóteses, verificamos que devemos adotar, quando utilizado em
aplicações práticas, o método que nos fornece maior diâmetro externo dos membros ou
flanges.
Para utilização nos exercícios deste curso, adotaremos a hipótese de J. Shigley.
Considerando que todos os materiais incluídos na união sejam iguais, tem-se:
de (b) tem-se: k m =
E ⋅ Am
=> k m =
{ [
E ⋅ π ⋅ (3 ⋅ d ) − d 2
2
]}
L 4⋅L
2 ⋅π ⋅ d 2 ⋅ E
km = [kgf cm] (4.17)
L
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onde:
σ rp => Tensão de Resistência de Prova (ver tabela (4.3), pág. 151) cujo valor é
π ⋅ d32
A= => Área resistente à tração
4
Valores recomendados:
Parafusos Estáticos Fi = 1,4 ⋅ P [kgf ] (4.20)
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Figura (4.18)
onde:
∆δ p => Aumento na deformação do parafuso [cm]
k m => Constante de rigidez dos membros ou flanges (ver equação (4.17)) [kgf cm]
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∆δ p = ∆δ m
Pp Pm
= (j)
kp km
de onde:
k p ⋅ Pm
Pp = (k)
km
ou
k m ⋅ Pp
Pm = (l)
kp
km ⋅ P
Pm = [kgf ] (4.23)
k p + km
km ⋅ P
Fm = − Fi [kgf ] (4.25)
k p + km
As equações (4.24) e (4.25) são válidas somente enquanto existir alguma compressão
inicial nos membros ou flanges, se a carga externa for suficientemente grande para
remover completamente esta compressão, os membros ou flanges se separarão e a
carga interna será totalmente suportada pelo parafuso.
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Figura (4.19)
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Fi ⋅ d 2 tan β + µ ⋅ sec α Fi ⋅ d c ⋅ µ c
Mt = ⋅ + (b)
2 1 − µ ⋅ tan β ⋅ sec α 2
d tan β + µ ⋅ sec α
C = 2 ⋅ + 0,625 ⋅ µ c [sem unidade] (4.26)
2 ⋅ d 1 − µ ⋅ tan β ⋅ sec α
onde:
C => Coeficiente de Torque
tem-se:
Mt = C ⋅ Fi ⋅ d [kgf ⋅ cm] (4.27)
Após diversos estudos, notou-se que o coeficiente de atrito desenvolvido entre parafusos
comuns e porcas está na faixa que vai de 0,12 à 0,20, adotou-se um valor médio
µ = µ c = 0,15 e observou-se que para qualquer diâmetro de parafuso ou tipo de rosca, o
coeficiente de torque C ≅ 0,2 , então convencionou-se escrever a equação (4.27) da
seguinte forma:
Mt = 0,20 ⋅ Fi ⋅ d [kgf ⋅ cm] (4.28)
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4.8.2.1. Parafusos
A tabela abaixo nos fornece os valores das propriedades mecânicas dos parafusos,
conforme ABNT P – NB 168 e DIN 267:
Classes
Propriedades Mecânicas
4.6 4.8 5.6 5.8 6.6 6.8 6.9 8.8 10.9 12.9 14.9
Min
Tensão Limite
de Ruptura
(kgf mm 2 ) 40 50 60 80 100 120 140
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Observações:
- Tensão Limite de Ruptura Mínima = Número anterior da Classe de
Resistência acrescida de um zero. Ex. Classe 6.8 => σ R = 60 kgf mm 2
- Tensão Limite de Escoamento = Multiplicação de ambos os números da
Classe de Resistência. Ex. Classe 6.8 => σ E = 48 kgf mm 2
- Tensão de elasticidade 0,2% é equivalente à Tensão Limite de Escoamento
para os aços de médio carbono e aços liga de médio carbono, ambos
tratado termicamente (classes 6.9 à 14.9).
- Tensão de Resistência de Prova é equivalente à Tensão Limite de
Proporcionalidade, ou seja, é a máxima tensão que o parafuso pode
suportar sem sofrer deformação permanente.
- A tabela (4.3) é válida para parafuso com rosca métrica até M39 com
temperatura de trabalho variando entre –50°C e 300°C
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4.8.2.2. Porcas
A tabela abaixo nos fornece os valores das propriedades mecânicas das porcas,
conforme ABNT P – NB 283 e DIN 267:
Classes
Propriedades Mecânicas
5 6 8 10 12 14
Tensão Limite de Ruptura
"σ R " 50 60 80 100 120 140
(kgf mm 2
)
Dureza Brinell “HB” 302 302 302 353 353 375
Tabela (4.4)
Observações:
- Tensão Limite de Ruptura Mínima = Número da Classe de Resistência
acrescida de um zero. Ex. Classe 6 => σ R = 60 kgf mm 2
- A tabela (4.4) é válida para porcas com rosca métrica até M39 com
temperatura variando entre –50°C e 300°C
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4.8.3.1. Parafusos:
Para se especificar corretamente um parafuso, deve-se seguir a seqüência:
onde:
P => Tipo de Parafuso:
- Cabeça Sextavada (DIN 931)
- Cabeça Escareada com Fenda (DIN 963)
- Cabeça Cilíndrica com Fenda (DIN 84)
- Cabeça Cilíndrica com Sextavado Interno (DIN 912)
- Cabeça arredondada (DIN 86)
p => Passo
- Quando se utiliza passo normal, não é necessário indicá-lo.
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DIN
931 Rosca Parcial
933 Rosca Total
84
85
86
963
912
Figura (4.20)
Classe de Resistência
Classe de resistência do parafuso: 8.8 (conforme tabela (4.3), pág. 151)
Acabamento Superficial
Tipo de acabamento superficial desejado: fosfatizado, cromado, zincado, bi-
cromatizado, etc. Se nada for especificado o parafuso deverá ser fornecido
fosfatizado.
Exemplo:
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4.8.3.2. Porcas:
Para se especificar corretamente uma porca, deve-se seguir a seqüência:
Porca P R d x p - Norma - classe de resistência – acabamento superficial
onde:
P => Tipo da Porca:
- Sextavada (DIN 934)
- Castelo (DIN 935)
- Cega (DIN 917)
- Chapéu (DIN 1587)
R => Tipo de Rosca:
- Rosca Whitworth (BSW)
- Rosca Americana (UNC)
- Rosca Métrica (M)
d => Diâmetro nominal da rosca: 12 ou 1/2"
- Quando se utiliza milímetros, não é necessário indicar a unidade.
p => Passo
- Quando se utiliza passo normal, não é necessário indicá-lo.
DIN
934
935
936
1587
Figura (4.21)
Classe de Resistência
Classe de resistência da porca: 8 (conforme tabela (4.4), pág. 153)
Acabamento Superficial
Tipo de acabamento superficial desejado: fosfatizada, cromada, zincada, bi-
cromatizada, etc. Se nada for especificado a porca deverá ser fornecida
fosfatizada.
Exemplo:
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4.8.3.3. Arruelas:
Para se especificar corretamente uma arruela, deve-se seguir a seqüência:
Arruela P d – Norma – Material – Acabamento Superficial
onde:
P => Tipo de Arruela:
- Lisa (DIN 125)
- Elástica ou de Pressão (DIN 127)
- De segurança com trava (DIN 93)
DIN
125 A
127
Figura (4.22)
Material
Aço Mola, Latão, ASTM A 283C, etc.
Acabamento Superficial
Tipo de acabamento superficial desejado: fosfatizada, cromada, zincada, bi-
cromatizada, etc. Se nada for especificado a arruela deverá ser fornecida
fosfatizada.
Exemplo:
Arruela Lisa 13 DIN125A – ASTM A283C – Fosfatizada
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Fmin = Fi (b)
onde:
Fmax => Força máxima
Fmim => Força mínima
Fp => Força resultante aplicada no parafuso
Fi => Força de Pré-tensionamento
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kp ⋅ P
da equação (4.16) F p = + Fi
km + k p
b) Amplitude da Tensão
σ MAX − σ MIN
da equação (2.23) σ A =
2
substituindo (c) e (d) em (2.23), tem-se:
F p − Fi
σA = (f)
2⋅ A
Após traçar-se o Diagrama Modificado de Goodman (ver item (2.8.2)), plota-se o ponto
com coordenadas (σ m ; σ a ) e faz-se uma análise deste ponto em relação à linha de
Goodman modificada, se o ponto plotado estiver localizado acima da linha, a união deverá
ser reprojetada pois provavelmente ela falhará por fadiga, entretanto, se o ponto plotado
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estiver localizado abaixo da linha, a união é segura. Caso se deseje calcular o coeficiente
de segurança, traça-se uma reta que passa pela origem dos eixos e pelo ponto plotado,
onde esta reta cruzar a linha de Goodman, marca-se outro ponto; a projeção deste ponto
sobre o eixo das ordenadas determinará a tensão máxima de fadiga e relação desta
tensão com a a tensão média determina o coeficiente de segurança da união
aparafusada.
Figura (4.23)
τm =
P
A
[kgf cm ≤ τ
2
] (4.32)
τ MAX =
4⋅ P
3⋅ A
[kgf cm ≤ τ
2
] (4.33)
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Figura (4.24)
Figura (4.25)
O ponto “O” representa o centróide do grupo de parafuso, é o primeiro passo a ser dado
para a resolução do problema, pois é em relação a este ponto que o momento se distribui,
é calculado como se fosse o centróide de uma peça qualquer.
X=
∑A Xi i
=
Aa ⋅ X a + Ab ⋅ X b + Ac ⋅ X c + Ad ⋅ X d
[cm] (4.34)
∑A i Aa + Ab + Ac + Ad
Y =
∑ AY i i
=
Aa ⋅ Ya + Ab ⋅ Yb + Ac ⋅ Yc + Ad ⋅ Yd
[cm] (4.35)
∑A i Aa + Ab + Ac + Ad
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A carga resultante ( F1 ) em cada parafuso é calculada pela soma vetorial dos efeitos dos
carregamentos:
a) Esforço Cortante:
Q
F1i = [kgf ] (4.36)
n
onde:
F1i => Carga devido ao esforço cortante
b) Momento Fletor:
Mf = F2 a ⋅ ra + F2b ⋅ rb + F2 c ⋅ rc + F2 d ⋅ rd + ... (a)
Como o momento fletor está agindo no centróide, cada parafuso recebe uma força
proporcional ao seu afastamento em relação ao centróide:
F2 a F2b F2c F2 d
= = = = ... (b)
ra rb rc rd
onde:
F2i => Carga devido ao momento fletor
c) Carga Resultante
É a soma vetorial dos carregamentos, devido ao esforço cortante e momento fletor.
Se os parafusos forem iguais, somente aquele que apresentar maior carga resultante é
que será dimensionado, usando os métodos já descritos.
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4.12. Tabelas
Tabela (4.7) – Parafusos Sextavados
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b. Altura da Porca
h (ver tabela (4.8))
c. Definição das Resistências Estáticas
σ R ou σ E (ver tabela (4.3) ou regra prática)
d. Cálculo das Tensões Admissíveis
σR σE σ
σ = ou σ = ,τ = , σ comp = 1,25 ⋅ σ
S S 3
e. Cálculo da Tensão Normal de Flexão
5⋅ 3 ⋅ F
σf =± ≤σ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
f. Cálculo da Tensão Normal de Tração
4⋅ F
σt = ≤σ
π ⋅ d32
g. Cálculo das Tensões Transversais de Cisalhamento
g1. Tensão Transversal de Cisalhamento Média
4⋅ F
τm = ≤τ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
g2. Tensão Transversal de Cisalhamento Máxima
16 ⋅ F
τ max = ≤τ
9 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h
h. Cálculo da Tensão Composta
σ comp = σ f 2 + σ t 2 + σ f ⋅ σ t + 3 ⋅ τ m 2 ≤ σ comp
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σm σA
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∑A i ∑A i
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4.14. Exercícios
4.14.1 O pedestal de suspensão da figura abaixo possui rosca trapezoidal métrica de uma
entrada, com diâmetro nominal de 44mm e passo 7mm, deve ser usado para levantar e
abaixar uma carga F de 2000kgf.
Dados:
d = 44mm
p = 7mm
µ s = 0,2 Aço/bronze na subida
µ d = 0,1 Aço/bronze na descida
µ c = 0,2 Aço/bronze na porca
d c = 80mm
Pede-se:
a) Fornecer o diâmetro médio ou efetivo, o diâmetro menor e o ângulo da rosca;
b) Determinar a força que deve ser aplicada no volante para levantar a carga F;
c) Verificar se a haste roscada possui auto-retenção, se possuir calcule a força que
deve ser aplicada no volante para abaixar a carga F;
d) Verificar o rendimento do parafuso de potência durante o levantamento da carga.
Resolução:
a. Da tabela (4.2), pág. 130 - Seleção de passos e diâmetros, para rosca trapezoidal
métrica com diâmetro nominal de 44mm , passo 7 mm e figuras (4.9), pág. 128, e (4.14),
pág. 135, tem-se:
- Diâmetro médio ou efetivo: d 2 = 4,05cm
- Diâmetro menor: d 3 = 3,60cm
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Substituindo, tem-se:
π ⋅ 4,05 ⋅ 0,2
0,7 +
2000 ⋅ 4,05 cos 15° + 2000 ⋅ 8 ⋅ 0,2
Mt =
2 0,2 ⋅ 0,7 2
π ⋅ 4,05 −
cos 15°
Mt = 1073,6 + 1600 => Mt = 2673,6kgf ⋅ cm
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Substituindo, tem-se:
π ⋅ 4,05 ⋅ 0,1
− 0,7
2000 ⋅ 4,05 cos 15° + 2000 ⋅ 8 ⋅ 0,2
Mt =
2 0,1 ⋅ 0,7 2
π ⋅ 4,05 −
cos 15°
Mt = 195,4 + 1600 => Mt = 1795,4kgf ⋅ cm
Substituindo, tem-se:
2000 ⋅ 0,7
e= = 0,083 => e = 8,3%
2 ⋅ π ⋅ 2673,6
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4.14.2 Calcular as tensões nos filetes da rosca de um parafuso M20, rosca normal classe
8.8 DIN931, que fixado à uma porca, está submetido à força de tração F = 3000kgf .
Adotar coeficiente de segurança S = 2,5 em relação à tensão limite de escoamento. A
porca utilizada será conforme norma DIN934 classe 8.
Resolução:
a. Dados de Projeto:
Da tabela (4.1), pág. 126, para rosca Métrica ISO M20 e passo normal, tem-se:
d = 2,0cm diâmetro nominal das roscas
p = 0,25cm passo normal das roscas
d 2 = 1,8376cm diâmetro médio ou efetivo das roscas
d 3 = 1,6933cm diâmetro menor da rosca externa (parafuso)
b. Altura da Porca:
. Da tabela (4.8), pág. 165, para porca M20 DIN934, tem-se:
h = 1,6cm altura da porca
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5⋅ 3 ⋅ F 5 ⋅ 3 ⋅ 3000
σf =± =± => σ f = ±996 kgf cm 2 ≤ σ
3 ⋅ π ⋅ D1 ⋅ h 3 ⋅ π ⋅ 1,7294 ⋅ 1,6
f. Cálculo da Tensão Normal de Tração no Filete da Rosca
Da equação (4.11)
4⋅F 4 ⋅ 3000
σt = = => σ t = 1.332 kgf cm 2 ≤ σ
π ⋅ d3 2
π ⋅ 1,6933 2
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4.14.3 Uma tampa de um cilindro hidráulico é fixada através de vários parafusos M20
classe 8.8 conforme mostra a figura abaixo, sabe-se que cada parafuso laminado a frio
recebe uma carga devido à pressão interna que varia entre 0 e 5000kgf. Deseja-se aplicar
uma força de pré-tensionamento em cada parafuso.
Pergunta-se:
- Trata-se de uma união segura?
- Qual o valor do coeficiente de segurança?
- Qual a carga máxima resultante no
parafuso?
- Qual a carga máxima resultante nos
flanges?
- Qual o torque a ser usado na montagem?
- Se os flanges fossem de ferro fundido a
união seria segura?
Resolução
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σ FAD
LIM
= 0,72 ⋅ 0,85 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 0,33 ⋅ 1 ⋅ 4000 => σ FAD
LIM
= 808 kgf cm
2
substituindo, tem-se:
2100000 ⋅ π ⋅ 2 2
kp = => k p = 1.178.097 kgf cm
4 ⋅ 5,6
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π ⋅ 1,6933 2
A= => A = 2,25cm 2
4
l.3. Cálculo da Tensão Média
kp P F
Da equação (4.30) σ m = ⋅ + i
k +k 2⋅ A A
p m
1178097 5000 7000
σm = ⋅ + => σ m = 3235 kgf cm 2
1178097 + 9424778 2 ⋅ 2,25 2,25
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posicionado abaixo da Linha de Goodman Modificada, podemos afirmar que a união será
segura.
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Como F p > P não haverá deslocamento entre a tampa e o flange do cilindro hidráulico.
2 ⋅ π ⋅ 2 2 ⋅ 1020000
km = => k m = 4.577.749 kgf cm
5,6
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4.14.4 Calcular o diâmetro do parafuso com classe de resistência 8.8 da figura abaixo,
para garantir que ele não trabalhará ao cisalhamento. Indicar também qual deverá ser o
torque aplicado no parafuso durante a montagem.
P = 850kgf
S = 2,5 (em relação a σ E )
µ = 0,4 coeficiente de atrito aço/aço
Resolução:
P 850
Fi ' = = => Fi ' = 2125kgf
µ 0,4
Conforme recomendação para Carga Estática, equação (4.20) => Fi = 1,4 ⋅ Pext = 1,4 ⋅ F ' i
então:
Fi = 1,4 ⋅ Fi ' = 1,4 ⋅ 2125 => Fi = 2975kgf
Adotaremos Fi = 3000kgf
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parafuso M20, classe 8.8, com carga de 3000kgf, portanto, adotaremos parafuso M20 –
8.8.
- 182 -
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4.14.5 Calcular o diâmetro do parafuso com classe de resistência 8.8 da figura abaixo,
para trabalhar com coeficiente de segurança S=2,5 em relação à Tensão Limite de
Escoamento.
P=850kgf
S=2,5 (em relação a σ E )
Resolução:
4⋅4⋅ P 4 ⋅ 4 ⋅ 850
d= = => d = 0,988cm
3 ⋅ π ⋅τ 3 ⋅ π ⋅ 1478
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4.14.6 Calcular o diâmetro dos parafusos do suporte da figura abaixo, sabendo-se que os
mesmos são da classe de resistência 8.8. O coeficiente de segurança é S = 2,5 em
relação à Tensão Limite de Escoamento.
Dados:
P = 3000kgf
S = 2,5 (em relação a σ E )
Dimensões em mm
Resolução:
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d. Croqui de Carregamento
substituindo, tem-se:
3000
F1a = F1b = F1c = F1d = => F1a = F1b = F1c = F1d = 750kgf
4
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β = 180° − α = 146,3099°
Da equação (4.39)
substituindo, tem-se:
4 ⋅ 4 ⋅ Fa 4 ⋅ 4 ⋅ 3354
d= = => d = 1,96cm
3 ⋅ π ⋅τ 3 ⋅ π ⋅ 1478
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4.14.7 Calcular o diâmetro dos parafusos de fixação da viga da figura abaixo, sabendo-se
que os parafusos utilizados são da classe de resistência 5.6. O coeficiente de segurança
é S=5 em relação à Tensão Limite de Ruptura (Norma AISC)
Resolução:
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d. Croqui de Carregamento
- 188 -
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4 ⋅ 4 ⋅ Fa 4 ⋅ 4 ⋅ 1685
d= = => d = 2,23cm
3 ⋅ π ⋅τ 3 ⋅ π ⋅ 577
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