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Eu nunca pensei que algum dia estaria comemorando a minha volta para a escola depois de semanas

estando apenas em casa tentando me recuperar do acidente para finalmente mesmo que aos poucos
pudesse voltar a ter a minha vida normal ou ao menos quase normal.

Rapidamente e sem ajuda de ninguém coloquei meu uniforme agradecendo pelas grandes meias que
manteriam minhas pernas escondidas de certos olhares curiosos que surgiriam em algum momento do
dia ainda mais depois daquelas fotos ridículas terem caído na internet.

Parecia meio impossível de acreditar que alguém conseguiu entrar escondido em meu quarto no hospital
justamente quando eu estava na UTI e conseguiu tirar milhares de fotos que simplesmente foram jogadas
na rede com milhares de pessoas tendo acesso.

Imagine bem você receber uma mensagem dos seus amigos chocados falando que nunca poderiam
imaginar a tudo o que eu havia sido submetida enquanto estava internada longe de todos podendo
receber visitas frequentes apenas dos meus médicos e em raros momentos dos meus pais.

Mas estava decidida a me manter afastada de todos os problemas.

Parei em frente ao espelho com uma careta no rosto notando o meu cabelo adquirir o seu tom costumeiro
mais claro pensando que em breve iria poder escurecer cada uma daquelas mechas e me sentiria bem
melhor por gostar dele mais da outra forma.

Sem muitas ideias optei por deixar com que ficasse solto notando algumas leves ondas surgirem em seu
comprimento criando ao menos um volume legal aos meus olhos.

Em poucos minutos fiquei pronta e apenas joguei alguns livros e meu caderno dentro da bolsa nova para
sair do quarto conectando meus fones em meu celular novo que acabei ganhando como presente dos
meus pais depois de tragicamente ter quebrado o meu em um momento de raiva que deveria ser
esquecido e passado alguns dias usando um simples.

iPhone 5 era o melhor presente do mundo.

Pelo menos para uma garota da minha idade.

Eu tinha milhares de planos para o meu presente de natal e precisava escolher o quanto antes mesmo
sabendo o quanto estava distante.

Duvidava que os meus pais aceitariam me dar uma viagem como presente novamente e um lado meu
conseguia compreender aquele pensamento protetor que eles desenvolveram naquelas semanas que se
sucederam por eu mesma ainda me sentir amedrontada em alguns instantes.

- Finalmente saiu da cama – Minha madrasta brincou quando entrei na cozinha.

- Necessidades femininas – Brinquei sentando na cadeira de costume.

- Primeiro saia das fraldas para isso.

Drew entrou logo em seguida com a cara amassada parecendo ter dormido bem pouco durante a noite e
com seu uniforme estando todo incompleto como, por exemplo, a camiseta branca quase que
completamente aberta com a gravata apenas jogada sobre o seu ombro esquerdo.

Pelo menos nada fora do normal em meu ponto de vista.

Ele sempre era alertado pelo inspetor por causa daquele comportamento.

- Sua mente continua do tamanho de uma ervilha – Retruquei no mesmo instante.

- E vocês continuam com cinco anos de idade – Meu pai revirou os olhos abaixando os jornais.

- Ele quem começou.

- Ela quem começou.


Falamos ao mesmo tempo nos encarando de modo frio e recebendo um olhar em alerta do meu pai o que
significava que era bem melhor para ambos os lados se manterem calados deixando qualquer briga bem
longe daquela mesa antes que fossemos proibidos de algo ou ficássemos de castigo pelos restos das
nossas vidas entediados em um quarto.

Depois de tanto isolada tudo o que eu mais desejava era um pouco de liberdade.

- Eu continuo tendo repulsa por suco de soja – Reclamei afastando a caixa.

- Poderia ser uma pessoa mais saudável – Papai comentou provando do seu.

- Isso é abominante – Murmurei escutando a risada fraca do garoto ao meu lado enquanto se servia.

- Bem menos que refrigerante – Camille terminou tudo se sentando na cadeira a frente da minha.

- Depende do ponto de vista – Dei de ombros – E estamos falando do café.

- Sem mudar o assunto e você sabe que está terminantemente proibida de consumir.

- Todos sabem que sim – Sussurrei um pouco aborrecida.

Uma pessoa que nunca foi adepta de dietas sofreria bastante para se adaptar aquela rotina estabelecida
e que deveria ser seguida nos meses seguintes.

Terminei de comer rapidamente escutando o meu pai falar sobre o que tinha planejado para o seu dia no
trabalho e minha madrasta murmurar sobre como iria trabalhar apenas pela noite que era exatamente a
hora do show dos meninos na cidade aquela noite.

Era evidente que eu precisava ir a outro antes que eles embarcassem para outros países.

Lado bom daquilo era que certamente eu viajaria com a equipe enquanto estivesse de férias tendo a
companhia de Camille que os acompanhava para todos os lados imaginados.

Paris parecia ser uma ideia bem atraente e que brincava em minha mente a cada minuto.

@EmmaDevonne – Como se fosse novamente setembro :) x

Escrevi em meu Twitter enquanto tentava ler mensagens de alguns amigos estando em minha página
principal sabendo que seria praticamente impossível identificar alguma nas mentions.

@lottietommo - @EmmaDevonne boa sorte com isso aha vejo você em breve xx

Sorrir lembrando-me das mensagens que costumávamos trocar depois de Louis ter nos apresentado em
um dos ensaios da banda ainda no ano passado.

@EmmaDevonne - @lottietommo Definitivamente que sim, garota. Sinto sua falta <3

- Desgrude um pouco desse celular – Meu pai protestou espionando seu relógio no pulso.

- Prontinho senhor estressado – Sorrir levantando e buscando minha bolsa – Hora da escola.

- Preferia bem mais que fosse hora da cama – Drew resmungou irritado.

- Deixe de ser mimado – Belisquei sua bochecha.

- Estou oferecendo a minha carona – Papai levantou nos seguindo em seguida.

- Temos pernas para andar – Encarei ambos um pouco em choque.

- Sem longas caminhadas – Camille beijou minha testa – Qualquer coisa nos ligue.

- Isso é meio desnecessário.


- Estamos apenas sendo cuidadosos – Ela deu um sorriso doce – Eu a amo.

- Também – Beijei sua bochecha – Eu a vejo mais tarde.

- Pode ser na arena?!

- Tudo bem – Dei de ombros novamente em menos de uma hora – Eu a encontro na arena.

- Pedirei que alguém a busque – Soprou um beijo no ar nos observando sair de casa.

E Drew inesperadamente deixou com que eu sentasse no banco da frente convencido de que eu teria um
espaço bem maior para esticar as minhas pernas e me sentiria bem mais confortável o que comprovei
logo que meu pai ligou o carro trafegando pelas ruas de Londres.

Era a cidade mais perfeita do mundo em todos os sentidos.

Estava tendo muitas vantagens depois da minha volta para casa e uma delas era poder escolher qual
rádio escutar o que geralmente acontecia apenas quando eu pegava uma carona com Harry em um
tempo que parecia bem distante em minha vida.

Trafego em ordem.

Tempo perfeito.

Sendo mais clara nada de chuva tendo apenas uma temperatura amena o que permitia que algumas
pessoas usassem roupas mais abertas.

Estava completamente perdida em pensamentos que nem mesmo notei quando meu pai estacionou em
frente à escola que eu tanto sentia falta assim como de algumas pessoas que o local frequentavam.

Respirei fundo sentindo medo.

Muito tempo havia se passado.

- Tudo vai ficar bem – Meu pai me encorajou.

- Estarei ao seu lado – Drew me encorajou.

- É de uma sala completamente diferente da minha – Murmurei encarando minhas unhas.

- Digamos que a diretora me transferiu.

Cerrei os meus olhos o encarando surpresa e depois voltei o olhar questionador para o meu pai querendo
saber como ele conseguiu aquilo e como suspeitava nada de pedidos.

Ele era inacreditável e de alguma forma se meteu em brigas e acabou sendo transferido e justamente
para a minha sala completando a equipe de atletas metidos e idiotas.

Um problema para ser pensado de cada vez e o lado positivo era que ele realmente estaria ao meu lado e
seria de grande ajuda caso eu precisasse de algo e certamente tendo escutado cada uma das
recomendações de nossos pais sobre todos os cuidados que deveriam ter comigo.

Eu amava ser paparicada o que aconteceria ainda mais naquela noite com a chegada dos nossos avós.

Segundo todos eu era a neta preferida inclusive Diana e suas observações de sempre.

Presentes e mais presente seria uma boa coisa para o meu dia ainda mais depois de voltar para a escola
e reencontrar cada um dos meus amigos que eu tanto sentia falta.

Respirei fundo novamente ao abrir a porta depois de me despedir do meu pai e tendo ajuda do meu irmão
me entregando as muletas e pegando minha bolsa querendo evitar que eu carregasse aquele peso em
excesso e em um momento constrangedor me tornei alvo de todos os olhares.
Evidente que eu sabia que aquilo aconteceria.

Primeiro: Sofri um acidente e estive quase morrendo em um hospital.

Segundo: Separei, ou quase isso, um dos casais adolescentes mais famosos do mundo.

Eles pareciam ter todos os motivos do mundo para se comportarem daquela forma e eu teria que me
acostumar com o fato de ter alguns poucos minutos de fama.

- Emma – Diana correu ao meu encontro sorrindo – Pensei que demoraria mais.

- Papai achou melhor chegar mais cedo.

- O que manteve todos os olhares – Clare se aproximou parecendo chegar à escola naquele instante.

- Logo eles se acostumam – Drew deu de ombros – Ou eu mesmo cuidarei de todos pessoalmente.

- Pare com isso – Resmunguei dando um leve tapa em seu ombro.

- Melhor entrarmos – Ele ignorou ajudando com que eu caminhasse.

- Drew – Protestei.

- Emma – Sorriu ironicamente continuando com seu gesto protetor.

Ele havia lido coisas bem desagradáveis e chegou a se envolver em uma briga na internet devido a
algumas pessoas com a mente doentia terem desejado a minha morte e terem deixado àquilo bem claro
em tudo o que falavam.

Eles me odiavam por ter me apaixonado.

Parecia a coida mais estúpida e idiota do mundo.

Entramos com as garotas tagarelando sobre tudo ao meu lado e ele apenas se intrometendo ou criticando
algo que eu sabia muito bem ser apenas para irritar. Parecia muito bem para quem estava passando por
uma crise no namoro com a namorada depois de tanto tempo juntos.

Rosalie me visitou alguns dias e falou que esperava que tudo ficasse bem, mas o que acontecia parecia
ser exatamente o oposto.

Mas eles pareciam magoados um com o outro e o motivo ninguém parecia sequer saber.

- Ele é da nossa sala agora – Diana o indicou no fundo da sala.

Logo que entramos na turma acabei optando por uma cadeira na frente e ele foi se juntar com alguns
amigos que me cumprimentaram com abraços e desejando boas vindas prometendo que eu poderia
contar com eles para aquilo que desejasse.

Um grupo de esportistas ao meu pé parecia legal.

Percebi pelo olhar de Clare.

- Temos tanto para contar – Ela comentou sentada ao meu lado.

- Passava a tarde em minha casa – Rolei os olhos.

- Babados guardados para o momento – Piscou de volta.

- Excelente – Diana se meteu – Mas controle a sua boca nervosa.

Sorrir sabendo que sentia falta de uma implicando com a outra todos os dias e da mesma forma nunca
podendo acreditar como duas pessoas diferente poderiam ser amigas daquela forma.
Passamos os minutos seguintes inteiros conversando parando apenas no intervalo em que as pessoas se
aproximavam para me cumprimentar assim como os amigos de Drew sendo gentis e mostrando que
realmente se preocuparam assim como o professor antes de sair inicio a aula.

Espanhol para o inicio do dia.

Pelo menos era algo bem leve e nada de números e contas pelo quadro branco inteiro.

xxxxx

Melhores em todos os momentos mesmo.

Pensei estando sentada com as minhas.

- Parece que alguém adotou uma vida saudável – Clare brincou a minha frente.

Estávamos no grande refeitório com alunos espalhados por todos os lados conversando sobre os seus
dias depois das primeiras aulas.

Em nossa mesa apenas nós mesmas com Diana ao meu lado e ela a minha frente consumindo mais uma
de suas porcarias calóricas que ma abriam o apetite e me deixavam irritada por saber que eu demoraria
muito para poder aquilo novamente.

- Senhorita Devonne – Um garotinho loiro me chamou – Mandaram entregar para a senhorita.

Ele colocou rosas em meu colo e senti meu rosto corar por alguns olhares curiosos ao mesmo tempo em
que me indagava sobre quem teria mandando mesmo que possuísse uma leve suspeita.

Uma pessoa sabia o quanto eu amava receber rosas.

- Muito obrigada – Diana foi quem agradeceu gentilmente dispensando o garoto.

- Calouros – Disse a outra espionando rapidamente o garoto se afastar indo encontrar os amigos.

Ignorei a pequena briga que ocorria ao meu redor procurando pelo pedaço de papel branco dobrado que
sempre acompanhava um presente daqueles e o encontrei rapidamente sem ter que meter meus dedos
entre aqueles espinhos que me amedrontavam pelo medo de me machucar.

Bem lentamente o abrir e encarei as meninas notando seus olhares curiosos e acabei dando um sorriso
discreto da cena.

Espero que tenha um bom primeiro dia, boa sorte. Eu amo você. Harry.

Exatamente ele como eu desconfiava.

E falando que me amava.

Eu nunca me acostumaria com o fato dele afirmar com toda a certeza do mundo que me amava e cheguei
realmente a pensar que pararia depois do nosso pacto para sermos apenas amigos.

Ele estava tentando.

Eu sabia daquilo e por mais que quisesse impedir queria que ele lutasse por mim contrariamente a minha
covardia de lutar por ele com medo do que aconteceria e aonde aqueles meus atos me levariam.

- Mande uma mensagem agradecendo – Clare incentivou depois de ler.

- E nem pensar – Uma careta apareceu em meu rosto.

- Mostre sua educação.

- Diana – Eu chamei por ela pedindo seu conselho.


Ela me encarou me devolvendo o cartão por cima da mesa e parecendo me analisar enquanto pensava
no que deveria falar e certamente se deveria falar.

Diana era bem mais sensata e por isso seus conselhos me serviam bem mais em alguns momentos.

- Pare de mentir para si mesma.

- Diana – Protestei indignada com a sua resposta fora do foco.

- Escolhas inteiramente suas – Deu um meio sorrindo indicando meu celular.

Eu poderia me arrepender profundamente daquilo depois, contudo busquei pelo celular sem nem pensar
e digitei a primeira coisa que surgiu em minha mente.

Bons amigos também poderiam trocar flores e mensagens pelo celular.

Eu acho que obrigada, eu amo flores e você sabe. Em xx

Em menos de um minuto batendo todos os recordes do mundo ele me respondeu.

Sei quase tudo o que gosta por ser uma dessas coisas aha. Harry

Sorrir com aquilo e achei melhor apenas me manter calada sobre antes que eu flertasse com Harry
Styles por meio de mensagens.

Mas ele foi quem teve a iniciativa no minuto seguinte e enquanto sorria tinha consciência dos olhares das
minhas amigas a cada um dos meus gestos.

Insano.

Vai ao show hoje?

Meus avós chegariam àquela noite, porém havia combinado de encontrar com a minha madrasta de nos
encontramos antes que eu fosse para casa.

Segundo Camille sim.

Mandei de volta no mesmo instante em que o sinal bateu ainda dando tempo de ver a sua resposta.

Excelente, encontro você lá. Harry :)

- Um encontro – Clare sorriu animadamente.

- Ele e todos os outros meninos – Corrigi no mesmo momento.

- Depende do ponto de vista – Piscou se mantendo acompanhando meus passos lentos.

xxxxx

E como sempre os meninos haviam feito mais um show excepcional e o último em Londres sendo que os
outros seriam em cidades próximas e bem dificilmente eu poderia acompanhar.

Logo minha madrasta também viveria ainda mais tempo fora de casa.

De todas as minhas músicas she’s not afraid era a minha preferida por descrever exatamente o que
acontecia comigo desde que me mudei para aquela cidade congelante na Europa.

Por estar acompanhando o show em frente ao palco acabei conversando com algumas garotas com as
quais tirei fotos sendo que foram gentis o tempo inteiro parecendo serem membros do team hemma
contrariamente a outras que me encaravam discretamente do outro lado.

Para a minha sorte havia aquela montanha de homens em frente ao palco e elas nunca fariam algo na
frente dos meninos.
Depois que terminou sentei com eles no camarim e estando com as pernas apoiada em uma das
poltronas e ainda estando com o meu uniforme da escola enquanto jantava comida japonesa comprada
por alguns membros da equipe.

- Tudo o que preciso é descansar – Liam se jogou ao meu lado.

- Merecido – Sorrir o encarando brevemente.

- E como foi o seu dia?!

- Melhor do que eu pensava – Pensei antes de falar – Um pouco estranho apenas.

- Logo você irá se readaptar novamente.

E aquilo era realmente verdade.

Precisava de um tempo para aprender a lidar com aquilo tudo novamente.

Por isso mesmo uma breve conversa com Liam poderia valer com uma conversa com uma pessoa que
duraria o dia inteiro e ele sempre conseguia me entender.

- Estamos saindo para comer alguma coisa – Niall anunciou.

Todos levantaram exceto Harry que recebeu um olhar questionador dos amigos esperando que ele os
acompanhasse para o lado de fora assim como eu mesma.

Garoto estranho e pelo sorriso satisfeito sobraria para mim.

- Camille me convidou para jantar em sua casa.

Eu sabia que sobraria.

Ela nem mesmo havia me avisado sobre e assim como todos fui pega de surpresa por saber que seria um
jantar com meus pais e ainda meus avós e mais outros familiares e ele estava envolvido naquilo ferrando
ainda mais com os boatos acerca de nosso suposto relacionamento.

- Camille – Niall gritou caminhando indignado – Por que convidou apenas o Harry para jantar?

- Niall – Liam o seguiu o repreendendo.

- Um jantar para o Harry conhecer a família – Louis completou e corei por inteiro.

- Desculpe por isso – Zayn pediu sorrindo envergonhado como eu – Tenham um bom jantar.

Todos achavam que eu e Harry estaríamos tendo um encontro com a companhia da minha família.

Minha madrasta me pagaria por aquilo.

Harry e minha família sob o mesmo teto era uma ideia um tanto que assustadora para a minha mente
aceitar o que pioraria quando a hora chegasse, ou seja, em menos de duas horas.
CAPITULO 11

Eu ainda estava boquiaberta com o fato dele ter sido convidado para jantar em casa com os meus avós
presentes assim como algumas outras pessoas da família do meu pai o que acabou se transformando em
uma pequena festa onde todos pareciam se divertir.

Espionava em alguns momentos Harry conversando com o meu avô e pelo que notei o assunto era golfe.
Eles tinham algo em comum quando se tratava do esporte e não me assustaria nada se marcassem de
jogar um dia o que seria excelente para o joguinho perfeito de Harry.

Ele estava na verdade me cercando por todos os lados.

Logo que chegamos em casa eu acabei subindo para o meu quarto buscando alguns minutos para pensar
por isso acabei me trancando em um demorado banho gelado para sem seguida colocar um vestido
comprido mantendo minhas pernas bem longe de todos os olhares.

Eu acho que posso afirmar que meus avós estavam encantados por Harry e ainda por cima o tratavam
como se realmente fosse o meu namorado o que me dava nos nervos de uma forma um pouco mais
descontrolada do que deveria.

Minha vontade era de matar ele.

Era um jogo sujo contando que prometeu ser apenas o meu amigo.

Sentei na grande poltrona enquanto Diana me contava algo com um garoto que estava saindo o que
parecia o sonho de todas as garotas por ele estar em seu primeiro ano da faculdade.

Eles se conheceram atrás de Richard que naquele momento conversava aos sussurros com Drew do
outro lado da sala e segundo os boatos o meu primo estava saindo com a minha outra amiga.

Mas o que mais me incomodava no momento era uma dor irritante em minha cabeça que eu tentava
manter bem afastada me inserindo na conversa e piscava seguidas vezes sentindo quando a tontura me
atingia em cheio me deixando com medo.

O fato de mal ter comido durante o dia deveria ser a causa.

Bem naqueles dias passados eu estava preocupada com muitas coisas e comida era uma das menos
importantes quando tudo em sua vida parecia em jogo.

Minhas costas estavam doloridas e uma careta surgiu em meu rosto quando lembrei que antes de dormir
ainda teria que cuidar de todos os curativos incluindo aquela faixa enorme em torno da minha cintura
devido alguns machucados ainda aparentes.

- Tudo bem com você?! – Harry indagou sentando ao meu lado.

- Pare com esse seu joguinho – Murmurei um pouco irritada.

- Eu realmente não sei do que está falando – Provou um pouco daquilo que bebia.

- Estou indo falar com os garotos – Diana se levantou um pouco constrangida com a cena.

- Ficar se entrosando com os meus avós.

- Eles parecem legais – Sorriu dando de ombros – O mundo nem sempre gira ao seu favor.

- O seu parece girar – Murmurei devendo ser apenas para mim mesma.

- Seu ego me deixa surpreso – Gargalhou parecendo realmente se divertir.

Esfreguei as palmas das mãos uma com a outra tentando controlar a minha boca da forma que conseguia
querendo evitar uma resposta grosseira na frente de todas aquelas pessoas e acabar sendo considerada
a louca completamente bipolar da família.
Eu o amava muito e ele me cercando daquela forma abaixava todas as minhas defesas colocando todos
os meus planos abaixo.

- Sabe que está me devendo uma – Disse entre os dentes.

- Emma – Suspirou beijando a minha testa enquanto minha avó se aproximava.

- Sei que tem muitas garotinhas ao seu redor – Ela brincou nos encarando.

- Sou inteiramente da sua neta – Harry exclamou e minhas bochechas automaticamente coraram.

- Isso sim foi uma resposta – Drew se aproximou.

- Formam um casal lindo – Minha avó realmente gostou dele.

- Seremos um casal quando a sua neta ceder.

E a culpa toda foi colocada em mim a julgar pelo olhar que a minha avó me deu em uma mensagem clara
que a sua neta era uma garota louca em deixar um garoto maravilhosamente adorável como aquele
escapar daquela forma.

Meu maior gesto no momento foi apenas sorrir e dá uma beliscada em Harry afirmando que ele me
pagaria por toda aquela cena armada.

- Elizabeth eu aconselho que se mantenha bem afastada antes que eles a deixem louca.

Minha madrasta foi quem aconselhou arrancando risos de todos os presentes por entender muito bem
que em meu relacionamento com Harry um dia estávamos bem e em outro nem mesmo poderíamos olhar
um na cara do outro devido algum problema criado em nossa mente.

Hemma era mais bipolar do que imaginavam.

Em menos de cinco minutos o jantar foi anunciado e fomos todas para a sala de jantar com ele sentando
logo ao meu lado depois de puxar a cadeira para que eu sentasse sendo bem cavalheiro como sempre.

Eu acho que posso admitir que Harry é um garoto perfeito e encantador.

- Parece pálida – Exclamou quando bebi um pouco de água.

- Estou um pouco tonta.

- Precisa de alguma coisa?! – Perguntou no mesmo instante parecendo preocupado.

- Por enquanto de nada – Ele colocou a mão em cima da minha que estava sobre o meu joelho.

- Estou aqui do seu lado – Reafirmou e apenas acenei positivamente.

- Mandei preparar seu pudim de claras – Camille disse sorrindo animada.

- Minha sobremesa preferida – Sorrir sinceramente esquecendo o meu pequeno problema.

- Ela pode comer?!

- Meu pai é médico e deixou – Resmunguei o encarando.

- Sua filha parece ser muito educada – Drew disse para o meu pai e Richard engasgou com a comida.

- Drew – Meu pai o repreendeu – E Emma se controle um pouco mais.

- Satisfeito?! – Murmurei no ouvido de Harry.

- Se falar outras coisas em meu ouvido e em outro lugar eu fico sim.


E aquele era o momento no qual eu ficava completamente corada recebendo um olhar acusatório de
minha prima que estava sentada a minha frente nos encarando a cada intervalo de cinco segundos
notando cada um dos meus atos junto com os dele.

Meu estomago estava embrulhando com a comida com o meu estado piorando apenas a cada minuto por
isso acabei apertando a mãe de Harry que ele deixava repousando em meu colo de uma forma carinhosa
de sua parte.

- Imploro que me tire daqui agora – Pedi fechando os olhos e respirando fundo – Discretamente.

- Tudo bem – Ele aceitou seriamente me ajudando a levantar.

- Hora do meu remédio – Forcei minha voz a sair.

- Pode deixar que a levo – Harry informou aos meus pais.

- Qualquer coisa nos chame – Meu pai sorriu concordando assim como minha madrasta.

Meu corpo parecia gelatina e suspeitava que apenas conseguisse me manter em pé e até mesmo
caminhar por ele estar me apoiando contra o seu corpo assim como aconteceu enquanto subíamos as
escadas com aquela sensação ficando apenas pior do que antes.

Desde que sai do hospital me sentia constantemente mal só que daquela vez era bem pior. Logo que
entramos no quarto apressei meus passos para o banheiro onde me debrucei sobre o vaso derrubando
todo o meu jantar sentindo meu organismo se retrair em meu interior.

Eu devo ter colocado tudo pra fora.

Estava doendo de uma forma incomoda.

- Saia daqui – Reclamei com Harry.

- Eu falo sério quando digo estar do seu lado – Respondeu retirando o cabelo do meu rosto.

- Harry – Choraminguei me apoiando para levantar.

- O que você está sentindo?! – Quis saber quando parei para lavar a boca.

- Um pouco de mal estar.

- Deite e descanse um pouco – Gentilmente me ajudou a voltar para o quanto e a sentar na cama.

- Está doendo muito.

- Onde?!

- Tudo está doendo.

Puxei o garoto para mais perto aconchegando minha cabeça em seu ombro fechando os olhos de modo
firme fechando os olhos para evitar o choro e inalando o seu cheiro de forma cuidadosa notando que
usava justamente o meu perfume preferido.

Tudo o que eu mais precisava naquele momento era de um tempinho com ele para me sentir bem
novamente ou ao menos tentar me sentir bem novamente da forma que acontecia apenas quando ele
estava comigo o que eu me negava na maioria dos momentos.

- Dor abdominal é uma porcaria – Sussurrei um pouco sonolenta.

- Emma – Ele me encarou um pouco confuso.

- Tem alguma coisa acontecendo comigo – Meus olhos voltaram a se encher de lágrimas quentes.
Minha garganta estava inflamando o que piorava ainda mais o meu estado no dia me perguntando
quando tudo aquilo mudaria e eu poderia voltar a ter uma vida normal como à de antes de tudo aquilo
acontecer em minha vida a mudando de uma hora para a outra.

- Eu só queria que tudo voltasse a ser como era antes.

- Eu continuo te amando – Ele foi carinhoso acariciando meu rosto cuidadosamente.

- Hoje pode ser que sim – Uma careta surgiu no meu rosto com ele sorrindo do meu gesto.

- E antes também – Confessou mais para ele mesmo – Mas eu deveria estar cego para notar.

- Harry – Juntei nossas testas suspirando absorvendo cada uma das suas palavras.

- Emma – Seu olhar se tornou mais intenso – Eu realmente te amo.

- Essa não é a nossa hora.

- Então me diga logo quando seria?!

- Essa resposta eu não tenho de forma alguma – Passei os dedos contra o seu cabelo.

Deixei com que ele me beijasse passando os braços ao redor do seu pescoço sentindo todo o seu carinho
expresso naquele simples gesto dele que para mim significa muito e mais do que muitas pessoas
poderiam imaginar me fazendo acreditar que seu amor era sim real.

Por mais que ele me desse muitas outras provas.

- Quer me ajudar com os curativos?!

- Proposta tentadora.

- Estou falando sério – Puxei sua camiseta o mantendo por perto.

- Com seus pais em casa eu não acho que seria uma boa ideia.

- Eu o chamei apenas para me ajudar – Dei um leve tapa em seu braço.

- Se eu souber me controlar será tudo bem mais simples – Mordiscou meu lábio inferior.

- Seu pervertido – Rolei os olhos dando nele um selinho delicado.

Um ponto do nosso estranho relacionamento era o fato dele nunca ter tentando nada além dos meus
limites e por mais que muitas pessoas duvidassem eu estava envolvida com Harry havia alguns muitos
meses e me mantinha virgem.

Mas eu estava mudando aquela ideia em minha mente por algum motivo. Tudo bem eu acho que poderia
ser sim por causa dele e apenas em considerar aquela ideia a minha mente parecia perder um pouco a
linha imaginando se poderia ser sim o certo.

- Pode me falar no que está pensando?! – Pediu parecendo curioso.

- Em você.

- Isso é uma grande novidade.

- Pensar em você?! – Questionei ficando confusa.

- Confessar dessa forma sem nem que eu insista.

- Eu posso negar se quiser – Mordi sua bochecha rapidamente.

- Gosto dessa forma – Selou nossos lábios novamente em um beijo.


xxxxx

Depois de uma noite inteira quase queimando de tanta febre meus pais acharam que seria melhor me
levar para o hospital com o meu pai suspeitando que algum dos meus machucados poderiam ter
infeccionado por algum motivo desconhecido se todos os cuidados estavam sendo tomados.

Eu cheguei a chorar com o desespero por ter que considerar passar mais alguns dias em um quarto de
hospital trancada sem a chance de ver o mundo novamente por mais longos dias.

Tudo naquele hospital era insuportável a começar pela comida e as cores que eles usavam comigo
suspeitando que a emergência pediátrica fosse bem mais divertida se ainda fosse da forma que eu
lembrava quando a frequentava sendo mais nova.

Se bem que quando eu era levada ao médico por algo sempre me mandavam para a emergência
pediátrica o que me deixava bem desgostosa com tudo, contudo depois do acidente eles pareciam achar
melhor me manter na ala para pessoas mais velha sendo que eu nem mesmo havia completado a minha
maior idade ainda o que ocorreria dentro de um ano e alguns meses.

Se eu morasse nos Estados Unidos poderia ter o meu próprio carro se bem que se eu tivesse ficado nos
Estados Unidos muitas coisas poderiam nem mesmo ter acontecido em minha vida.

Mas parece que estava escrito o fato que um dia eu conheceria Harry de uma forma ou de outra mesmo
que eu tivesse optado por nunca ter isso ao Starbucks naquele dia iríamos acabar nos conhecendo por
meio de minha madrasta.

O que teria acontecido eu nunca vou conseguir adivinhar.

- Uma Moeda por seus pensamentos – Camille brincou entrando no quarto.

- Pensando apenas em voltar para casa.

- Prometo que irei falar com o seu pai assim que ele folgar com os outros pacientes.

- Por onde anda o Harry?! – Questionei curiosa por ter ficado sem nenhuma visita do garoto.

- Uma entrevista com os garotos – Espionou em seu relógio de pulso – Deve aparecer a qualquer hora.

- Hm – Murmurei me encolhendo mais na cama ainda sentindo meu corpo um pouco mole.

Esperei que ela abrisse as cortinas me contando como tudo estava indo muito bem para os meninos e
como a Tour estava recebendo criticas positivas por todos ainda mais com os gritos ensurdecedores que
preenchiam os locais dos shows todas as noites.

Em breve eles estariam embarcando para os Estados Unidos e aquilo me deixava um pouco receosa com
o que poderia acontecer com a grande distancia que ficaria entre Harry e eu podendo atrapalhar cada
uma de nossas pequenas conquistas depois de tudo.

Um lado meu queria correr para os seus braços enquanto outro ainda tinha medo do que poderia
acontecer caso continuássemos com aquilo tudo em nossas vidas sendo que eu parecia ter sido a que
mais sofreu com tudo.

- Emma – Levantei a vista quando a porta foi aberta.

- Eleanor – Sorrir animada ao ver a garota entrar em meu quarto.

- Soube do ocorrido e como estava em Londres achei melhor passar para uma visita.

- Fiquem a vontade garotas – Camille beijou minha testa – irei aproveitar e descer para comer algo.

Esperei que ela se retirasse do quarto após cumprimentar Eleanor gentilmente e essa sentava na poltrona
ao lado da minha cama encarando tudo ao seu redor antes de seus grandes olhos recaírem sobre mim a
observando repetindo para mim mesma que ela era linda e Louis merecia uma garota como ela.
Eu tinha um bom relacionamento com Eleanor com ela sendo uma boa amiga e me visitando justo
quando eu mais precisava de alguém para me entender ainda mais quando esse alguém sabia em parte
aquilo que eu estava passando.

- Harry parece muito bem – Ela comentou alguns minutos depois.

- Se perguntar o que está acontecendo eu nem sei o que falar – Sorrir fracamente.

- Você parece radiante e acho que isso responde muito coisa.

- Radiante em uma cama de hospital – Rolei os olhos me sentando de forma mais confortável.

- Qualquer pessoa que conhece os dois pode afirmar a mesma coisa – Deu de ombros.

- O que mudou entre nós dois?!

- Eu tenho uma teoria – Levantou o dedo imitando os alunos quando o professor perguntava algo.

- Pois fale logo – Pedi curiosamente.

- Bem simples – Respirou fundo – Passaram por muita coisa e quase perderam um ao outro.

- E?! – Incentivei que continuasse.

- Por medo vocês acabaram amadurecendo o que rola entre vocês dois – Concluiu sorrindo alegremente.

Harry quase me perdeu para a morte e eu da mesma forma o perderia se nada daquilo tivesse sido feito,
mas eu sabia que outra forma de perdê-lo era com os meus pequenos gestos e bipolaridade que surgiam
sempre que nossos nomes saiam juntos em algum boato idiota colocado na internet.

Era como se quase tudo conspirasse contra nós dois o que me deixava inquieta e agoniada na maior
parte do tempo, com algo me falando que nunca daríamos certo juntos enquanto eu ainda me importasse
com o que as pessoas poderiam achar.

- O que vai acontecer agora?! – Perguntei brincando com o colar contra meu peito.

- Isso depende exclusivamente dos dois e sabe disso.

- Eu estou com muito medo.

- Isso você sempre teve.

- Eleanor – Resmunguei incerta.

- Medo das garotas que os cercam todos os dias e da fama dele ao redor do mundo.

- Sabe como é complicado ignorar isso tudo.

- Mas você o ama e isso é o suficiente para que consiga Emma.

- Estou confusa com tudo isso – Suspirei completamente frustrada.

- Seja apenas coerente e faça o que é o certo para os dois.

- Manter um ao outro afastado – Insisti no assunto.

- E novamente sabemos que você nunca conseguiu isso – Sorriu ironicamente.

- Eu acho que te odeio – Bufei escorregando contra a cama.

- Por ser realista?! – Gargalhou pela minha falta de respostas – Todos pensam da mesma forma.

- Melhor mudarmos de assunto – Disse evitando uma troca de olhares.


Passamos as horas seguintes conversando sobre a sua universidade e mais alguns assuntos banais para
as garotas voltados a roupas e cabelo com a minha mente ainda presa na conversa que tivemos e comigo
sabendo que todas as suas palavras eram verdadeiras.

Eu tinha medo de ter um relacionamento com Harry.

Medo por ele ser quem era e pelo o que poderia acontecer caso eu concordasse com tudo.
CAPITULO 12

Estava sentada entre as garotas durante o intervalo comendo lentamente a minha salada de folhas com o
yogurte de morango que comprei na cantina da escola depois de minha madrasta insistir por horas que eu
deveria levar algo de casa e quando foi vencida fez com que eu prometesse comer algo saudável.

Havia passando apenas dois dias no Hospital e meu pai acabou concordando em deixar que eu voltasse
para casa assim como para a escola no dia seguinte depois que muito reclamei o quanto era bem pior
ficar trancada em um quarto ou em casa sem ter nada que ocupasse o meu tempo.

O local estava repleto com alunos de todos os anos se amontoando onde fosse possível com muitos em
pé pela falta de um lugar para que sentassem e comesse algo de forma decente sendo que esses em sua
maioria eram os mais novos retirados de onde estavam pelos veteranos.

Meu celular estava bem a minha frente com apenas um dos fones estando colocados justo no momento
em que tocava uma das minhas músicas preferidas da Cher na rádio e sabia que se tornaria o meu mais
novo vicio por repetir em minha lista sempre que conseguisse uma oportunidade.

- Eu super discordo dessa atitude dele – Reclamei novamente.

- Diga pra ele que pensa dessa forma – Diana aconselhou sem nem mesmo me encarar.

- Sabe como ele é teimoso – Suspirei frustrada com os meus pensamentos.

- Todos os dois parecem ser – Clare opinou me encarando enquanto tomava do seu refrigerante.

Revirei os olhos com a sua pequena contribuição no assunto.

Estava contando para elas novamente o quanto as atitudes de Harry estavam mexendo comigo me
deixando bem mais confusa do que deveriam quando o assunto era o nosso quase relacionamento quase
inexistente por uma escolha apenas minha.

Eu queria apenas um tempo para pensar o que parecia bem complicado por receber mensagens do
garoto quase que o dia inteiro querendo saber sobre o meu dia ou apenas com um simples “Eu te amo”
que me desarmava por completo com a minha irritação sumindo em questão de segundos.

Sua capacidade de mexer comigo era uma das coisas que eu mais odiava naquilo tudo.

Minha conversa com Eleanor ainda estava bem fresca e por aquele motivo que eu implorava por um
tempo apenas meu buscando colocar todos os meus pensamentos em ordem antes de finalmente tomar a
atitude definitiva sobre nós dois.

- Isso é realmente hilário – Clare continuou depois de soltar uma gargalhada que me assustou.

- Pois eu acho que é um caso de vida ou morte – Retruquei no mesmo segundo.

- Qualquer garota daria tudo para estar em seu lugar e está quase dando um fora nele.

- Basta estimulador – Sorri ironicamente.

- Emma – Diana atraiu o meu olhar – Pare apenas de enrolar tanto e se decida logo de quer algo com ele.

- Fala como se fosse minha única escolha – Murmurei desviando o olhar.

- Gosta dele de verdade e apenas cria problemas para si mesma.

- Eu sou a problemática agora?!

- Problemática e mimada – Respondeu sem se importar – Mostre que amadureceu um pouco.

- Parece que preciso de novas amigas.


Estava um pouco aborrecida com a falta de apoio recebida pela parte de ambas e meio que entendia que
aquilo meu discurso estava ficando bem entediante para quem convivia comigo diariamente e nem eu
mesma sabia como agir perante o que acontecia.

Se me perguntassem naquele momento eu queria ele mais que tudo.

Porém no minuto seguinte teria mudado completamente de ideia.

Bipolar era o mínimo que eu poderia ser chamada por outra pessoa.

- Estamos apenas tentando ajudar – Diana me encarou como se pedisse desculpas.

- Estou apenas perdida no meio de tudo isso.

- Seu amigo tem um bom dedo para amigos – Clare mudou repentinamente de assunto.

- Como é?! – Perguntei completamente confusa.

- Wesley está olhando para a nossa mesa – Brincou com seu cabelo – Mais especificamente para você.

Eu acabei seguindo o seu olhar para comprovar que estava mesmo falando a verdade e antes que eu
pudesse ao menos disfarçar o meu gesto repentino ele sorriu e acenou e para que eu parecesse gentil
respondi da mesma forma que ele um pouco timidamente.

Drew deu um tapa em sua cabeça o repreendendo por sua atitude e indicou que estava de olho em mim e
tudo o que eu queria era outro amigo dele cheio de amor para o meu lado.

Mesmo que esse amigo fosse bonito e sexy pra caramba sendo um dos que mais frequentava a minha
casa quase que todos os dias e certamente o novo melhor amigo de Drew depois de todos os incidentes
com Stefan ainda no Caribe.

Para a infelicidade de todos o sinal bateu dentro de poucos minutos.

- Podem ir indo na frente – Murmurei para as garotas quando levantei.

- Precisa de ajuda?! – Minha prima perguntou quando levantei com a bandeja.

- Relaxa – Sorrir caminhando para longe no fluxo oposto ao dos outros alunos

Rapidamente coloquei tudo na área de descarte e quando virei por muito pouco fiquei sem esbarrar na
pessoa que estava bem perto que logo reconheci como sendo o garoto que acenou para mim alguns
minutos antes quase suspirando ao notar que ele era bem mais que bonito.

Eu estava me perguntando onde aqueles meninos bonitos se escondiam na escola e como eu encontrava
com eles quando menos estava precisando por já tem um grande problema que preenchia a minha vida
por completo de todas as formas pensadas.

- Cuidado por onde anda – Exclamou jogando sua lata de refrigerante em um arremesso no cesto.

- Isso foi muito legal – Exclamei observando um pouco admirada – Tem certeza que prefere o futebol?!

- Meu pai jogou no time a acha que é mais legal – Deu de ombros sorrindo.

- Eu acho que compreendo – Passei os braços ao meu redor caminhando para as escadas.

- Está melhor?! – Ele perguntou me acompanhando.

- Um pouco melhor do que ontem – Brinquei escutando quando sorriu – Pelo menos foi o que falaram.

- Sinto muito pelas animadoras.

- Eu acho que já me acostumei – Sussurrei quando uma das garotas de uniforme passou por nós dois.
Ele foi bastante gentil em acompanhar os meus passos lentos a cada degrau se mantendo sempre atento
aos meus movimentos como se sentisse medo de que pudesse cair sendo menos exagerado do que os
meus amigos quando andavam comigo.

Eu me sentia melhor do que quando acordei naquele hospital e eles pareciam custar a entender.

- Gosta de sorvete?! – Questionou quando paramos em frente a minha sala.

- Fala sério – Sorri animadamente – Eu apenas amo sorvete.

- O que acha de irmos a uma sorveteria bem legal hoje pela noite?!

- Eu acho o máximo – Concordei imediatamente.

- Passo em sua casa pelas seis depois do treino – Disse beijando minha bochecha.

- Tudo bem.

- Espero que o Drew fique sem criar problemas.

- Ignore ele – Rolei os olhos – Posso me entender com o Drew depois.

- Estamos combinados?! – Perguntou quando o meu professor surgiu no corredor.

- Da minha parte sim - Sorrir beijando sua bochecha – Preciso ir pra aula agora.

Entrei na sala ignorando alguns olhares curiosos com os quais eu deveria me acostumar depois de tudo o
que aconteceu em minha vida desde que mudei para a cidade e me envolvi em um relacionamento com
um astro da música adolescente.

Sentei em minha cadeira ignorando inclusive as minhas amigas e soltando um suspiro enquanto abria os
meus livros e caderno para a aula de Geografia.

- Que diabos você acha que está fazendo?! – Clare reclamou ao meu lado.

- Saindo com ele essa noite – Respondi de modo simples.

- Eu a proibido.

- Isso é algo que pertence exclusivamente aos meus pais – Sorrir ironicamente a encarando.

- Emma – Diana me repreendeu.

- Desencanem um pouco – Encerrei um assunto com um aceno quando o professor entrou na sala.

Estava quase me concentrando na aula quando o celular vibrou em minha cadeira com uma mensagem
de Drew o que me deixou um pouco perdida por ele estar sentado logo do outro lado da turma e podendo
falar comigo quando a aula terminasse apenas por morar na mesma casa comigo.

Por favor, apenas pense bem no que vai fazer garota. Drew

Outro achando que eu estava trocando uma pessoa por outra.

Eu achava que as pessoas deveriam ser mais confiantes ao meu respeito quando o assunto era aquele
por eu nunca ter demonstrado ser daquele tipo de garota que saia com um por noite.

Eu te amo, mantenha seus lindos olhos na aula. Em :) x

Mandei de volta jogando o celular dentro da bolsa sem me importar realmente em continuar com ele
apenas querendo evitar problemas com o professor que era um dos mais rígidos com o uso da tecnologia
em sala de aula.

Mesmo que eu tentasse me concentrar na aula parecia bem mais que complicado.
Pela tarde teve mais uma das minhas consultas com a fisioterapeuta o que era uma das coisas que eu
mais odiava naquela nova fase da minha vida nada legal ainda mais por ter que escutar conselhos sobre
como eu deveria ser forte com tudo o que acontecia se quisesse ter a minha vida novamente.

Minha madrasta estranhou o fato da minha pressa para chegar em casa e preferir manter segredo sobre
querendo evitar outra quase briga desnecessária sobre a minha conduta quando estava bem mais que
enrolada com outra pessoa.

- Posso sair essa noite?! – Perguntei quando entramos em casa.

- Emma – Protestou deixando o cachecol de lado – Sabe que deve ficar em casa e descansar.

- Hoje apenas – Murmurei a encarando – Prometo me comportar direitinho.

Esperei por sua resposta pelo o que pareceu uma eternidade.

- Posso saber ao menos com quem?!

- Umas amigas da escola.

- Diana é Clare?!

- Outras amigas – Revirei a minha mente mentindo – Das animadoras.

- Esteja de volta na hora combinada – Concordou com um suspiro.

- Eu te amo – Dei um beijo em sua bochecha – Muito mesmo.

Subi correndo para o meu quarto onde enviei uma mensagem para as garotas pedindo dicas de que
roupa usar estranho a falta de animação de Clare com o meu encontro quando normalmente ela estaria
bem mais animada que Diana que naquele momento concordava com qualquer que fosse a minha
escolha.

Em pouco tempo terminei todas as minhas atividades da escola e me joguei na cama apenas escutando
música esperando que a hora do meu encontro finalmente chegasse.

Seria bom para me distrair um pouquinho.

Sem falar que não seria sacrifício alguma sair com aquele garoto.

Harry Styles

- Olha o foco Harry – Liam reclamou comigo.

- Preciso de cinco minutos – Pedi caminhando para longe de todos.

Minha mente estava dando voltas imaginando onde a Emma estaria com o seu mais novo amiguinho
sendo que o mais hilário de tudo era que ela aceitava sair com um cara desconhecido e ignorava todos os
meus telefonemas por mais de dois.

Ela estava me deixando louco e outra pessoa em meu lugar já teria desistido de tudo aquilo.

Sua amiga mesmo me contou sobre o tal encontro parecendo bem aborrecida com tudo e aconselhando
que eu me mantivesse calada por ninguém saber sobre nem mesmo Camille que era quem estava
tomando conta de tudo enquanto seu marido viajava a trabalho.

Mas a minha vontade era sair e falar umas poucas verdades na sua cara.

Em alguns momentos eu imaginava que ela estava apenas brincando comigo e com o que eu sentia por
ela como uma forma de se vingar por tudo que provoquei no passado por ser um idiota inconsequente
com ela se comportando da mesma forma naquele momento.
Caramba.

Ela era apenas minha e as pessoas tinham que aprender.

- Eu acho bom que nem pense nisso – Liam impediu que eu pegasse minhas chaves.

- Preciso disso – Esbravejei puxando um pouco o meu cabelo.

- Pare de correr atrás dela como se ela fosse a última mulher da face da terra – Zayn surgiu no local.

- Ela precisa escutar algumas palavrinhas.

- Sabemos que vai se arrepender depois – Louis pegou as chaves com Liam as mantendo com ele.

- Ele pode ser apenas um amigo dela – Niall tentou acalmar tudo.

- Eu duvido muito disso – Murmurei me sentando no sofá derrotado.

- Harry – Liam falou como se eu fosse um garotinho de cinco anos – Ela realmente gosta de você.

- Estou seriamente duvidando disso.

- Maneire com ela – Louis pediu – Tente se colocar em seu lugar.

- Tendo um cara rastejando em seus pés?! – Fui sarcástico em minha fala.

- Gosta de milhares de garotas aos seus pés?! – Niall questionou me encarando.

- Mais ou menos – Dei de ombros.

- Eu acho que a Emma se sente mal com essa sua atitude – Opinou me deixando pensar sobre.

- Você acha que eu devo me afastar?!

- Isso mesmo – Concluiu seu pensamento.

- Ela precisa de um tempo para processar o que vem acontecendo – Liam continuou em seguida.

Sua amiga havia me falado o mesmo quando me ligou mais cedo por mais que eu me negasse pelo medo
de que naquele meio tempo ela encontrasse outra pessoa.

Mas estar sufocando ela me metia ainda mais medo.

Pedi para os meninos que me deixassem sozinho por alguns minutos e deixei que levassem as chaves
apenas para garantir que eu me manteria bem longe daquele encontro idiota sem arrumar ainda mais
problemas para o meu lado complicando tudo.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem sem pensar muito bem em minhas palavras pensando muito
bem antes de enviar temendo as consequências, contudo preferindo arriscar antes que com uma jogada
apenas tudo fosse colocado a perder.

Você pediu o seu tempo e agora o tem, estou me afastando. Harry

Um lado meu esperava que nela aquelas palavras doessem da mesma forma que doeu em mim.

Era a minha ultima carta e estava apostando tudo o que tinha nela.
CAPITULO 13

Eu estava morrendo de raiva de Harry.

Você pediu o seu tempo e agora o tem, estou me afastando. Harry

Ele estava praticamente terminando comigo por mensagem mesmo que o meu subconsciente me falasse
que nem mesmo tínhamos nada para que eu pudesse usar a palavra terminar naquele minha frase. Se eu
o encontrasse naquele momento eu mesmo o mataria deixando bem claro o que eu sentia.

Estava com Wesley quando meu celular alertou a chegada da mensagem e a noite acabou na mesma
hora comigo inventando uma grande mentira ao falar que estava me sentindo um pouco indisposta pelos
medicamentos e notei que o garoto realmente ficou alarmado apenas ao notar o seu olhar.

Eu sei que estava me comportando da pior maneira possível e estava bastante angustiada me dando
conta apenas naquela hora que o meu real objetivo era de tentar machucar ele da mesma forma que me
machucou ao sair comigo e com outra garota ao mesmo tempo e no final de tudo acabar escolhendo ficar
com ela me deixando quase que destruída em meu quarto.

Lágrimas se acumularam em meus olhos o caminho inteiro para casa e quando paramos em frente me
despedi do meu novo amigo com um breve beijo na bochecha pedindo milhares de desculpas pelo
ocorrido sorrindo ao notar a forma como foi gentil e pareceu preocupado com o meu estado.

Durante aquelas semanas o meu comportamento foi o pior de todos tendo ele rastejando aos meus pés
apenas pedindo por uma chance enquanto eu achava que estava confusa quando na verdade queria que
sofresse e sentisse tudo o que senti no final do ano anterior.

Eu era um monstro e tinha nojo de mim mesma.

- Eu acho que essa sua amiga eu nunca conheci – Fui surpreendida por Camille antes de subir a escada.

- Tudo o que eu quero é a minha cama – Funguei tentando passar por ela e sendo impedida.

- Desde quando mente dessa forma?! – Ela parecia aborrecida comigo.

- Camille – Murmurei tentando me livrar do seu aperto.

- Eu confiei em suas palavras e você sai com um garoto.

- Ele sempre vem aqui em casa – Sussurrei me sentindo culpada pela mentira contada.

- Isso é o de menos e agora estou decepcionada com você – Respirou fundo.

- Eu sinto muito – Pedi um pouco chorosa.

- O que está acontecendo com você?! – Perguntou me encarando firme – Eu não a reconheço.

- Eu não sei do que está falando.

- Brincando com o Harry dessa forma enquanto ele implora pelo seu amor perante todos.

- Eu também o amo – Forcei que as palavras saíssem.

- Pois demonstre isso antes que o perca para sempre – Exclamou mantendo o tom de seriedade.

- Posso ir para o quarto agora?!

- Ele soube do seu encontro.

E o motivo era aquele.

Tudo por causa daquilo justo na noite em que todos parecia se voltar contra mim.
Ele terminou ou sei lá o que comigo por causa do meu encontro com outro garoto e o único pensamento
que passava por minha mente era saber como acabou descobrindo. Fiquei sem palavras sem querer na
frente da minha madrasta por querer evitar falar alguma outra mentira quando eu estava exausta daquilo
tudo querendo apenas resolver cada um dos meus problemas.

- Está de castigo – Disse finalmente me soltando – Uma semana por ter mentido.

Subi correndo para o meu quarto sem nem retrucar apenas querendo me jogar em minha cama e chorar
tudo o que estava preso e foi o que aconteceu logo que entrei no ambiente deixando que tudo o que
estava preso em minha garganta fosse libertado.

Eu estava guardando aqueles sentimentos dentro de mim desde que soube do seu outro relacionamento
e a cada lágrima que escorria contra o meu rosto eu podia sentir meu corpo um pouco mais leve com as
nossas cenas passando uma a uma em minha mente iniciando quando nos conhecemos acidentalmente.

Iria perder uma das pessoas que eu mais amava na minha vida, ou melhor, eu o perdi dia após dia com
cada um dos meus gestos e palavras duras que eu sabia que os machucavam assim como no dia que o
acusei pelo meu acidente quando eu mesma era a culpada por aquilo.

Era algo horrível.

Uma mistura dos piores sentimentos existentes como se a minha ficha estava caindo apenas naquele
momento depois de tudo o que aconteceu me dando conta que eu estive a beira da morte deixando todas
as pessoas que eu amava para trás e de todos os eu te amo que deixei de falar para todos.

Eu era egoísta e mesquinha na maior parte do tempo.

Estava chorando como uma garotinha e Londres parecia entender bem o meu humor por logo em seguida
cair uma chuva intensa sobre a cidade com uma grande quantidade de raios que iluminavam o meu
quarto quase que por completo e me deixando sem sentir medo pela primeira vez pelo meu medo estar
direcionado ao que eu faria da minha vida.

Com o tempo a intensidade do meu choro diminuiu e espionei em meu celular as diversas mensagens
dos meus amigos me chamando para sair no dia seguinte tendo entre todas aquelas uma de Louis me
deixou bastante curiosa.

Eu já disse que você e o Harry me enlouquecem?! Poderiam resolver isso logo, colocar um basta em tudo
se é isso o que quer. Tem noção de como ele ficou?! Eu não vou mentir sobre o fato que quero matar
você nesse momento. Louis

Eu sempre esqueceria o quanto o garoto era gentil totalmente diferente de Liam.

Emma, por favor, eu sei que você o ama. O cara ficou mal, apenas fala o que é certo para ambos e pare
de mentir para si mesma. Eu confio em sua escolha. Liam Xx

Sorrir com a sua mensagem notando que ainda era cedo nem mesmo passando da meia noite por isso
levantei disposta a tomar um banho e observando a rua com o seu pouco movimento pela janela e um
casal se beijando do outro lado bem logo em frente a minha casa.

Meu coração se apertou em meu peito deixando com que eu sentisse uma dor quase insuportável.

Precisava que ele me escutasse nem que fosse por apenas um minuto comigo olhando em seus olhos e
falando finalmente o que eu sentia por ele naquele momento e a maneira que me senti quando ele seguiu
em frente me deixando para trás.

Harry e eu sempre pulamos todas as etapas e nossos problemas eram resolvidos sem uma conversa
concreta sobre apenas com muitos beijos um pouco mais intensos que o necessário.

Observei a janela novamente e uma ideia passou pela minha mente.

Eu já estava de castigo mesmo e umas duas semanas a mais seriam os menores dos meus problemas.
Entrei em meu closet onde peguei um casaco passando ao meu redor ao mesmo tempo em que buscava
por dinheiro escondido no fundo de uma das minhas gavetas guardado para caso de uma necessidade
como aquela no meio da noite.

Deslizei a janela lentamente com medo de que alarmasse alguém em casa ainda mais pelo quarto de
Drew ser justamento ao lado do meu e ele costumar ficar acordado até pela madrugada conversando com
os amigos pelo computador ou celular.

Era uma altura considerável.

Mas o medo já havia barrado parte da minha vida.

Quando passei a primeira perna para fora e porta do quarto se abriu e quase me desequilibro pensando
que era minha madrasta quando na verdade era Mackenzie estando vestida em uma sua camisola cor de
rosa cheia de bolinhas brancas com um copo de leite e biscoitos.

- Fugindo no meio da noite – Ela me repreendeu – Que coisa mais feia.

- Cale a boca – Murmurei respirando fundo – O que você quer?!

- Mandaram que eu trouxesse seu leite – Explicou colocando ao lado da cama.

- Trouxe e pode sair agora – Indiquei a porta ainda com metade do meu corpo para o lado de fora.

- Para onde você está indo?! – Perguntou como se estivéssemos tendo uma conversa casual.

- Isso é assunto meu.

- E dos nossos pais também – Murmurou como se fosse um segredo nosso – Posso chama-los aqui.

- Estou indo ver o Harry – Expliquei trincando os dentes.

- Eu gosto de Harry – Pareceu refletir consigo mesma – Pode ir agora.

- Simples assim e sem pedir nada em troca?! – Cerrei os olhos desconfiada.

- Como eu já disse gosto dele – Deu de ombros – Esteja de volta apenas depois que se resolverem.

- Mas a Camille pode descobrir – Mordi os lábios encarando a porta por um segundo.

- Eu estou te dando cobertura – Ela se aproximou de onde eu estava – Boa sorte e cuidado.

- Mackenzie – Chamei antes que desse as costas – Eu te amo.

- Eu também te amo – Sorriu se aproximando novamente para beijar a minha testa – Vai indo agora.

Decidi ir antes que ela mesma me jogasse.

Bem abaixo da minha escada havia uma pequena escadinha pela qual eu poderia fugir sem maiores
problemas tomando o maior cuidado enquanto descia cada um dos degraus com receio de tropeçar e me
machucar o que estragaria todos os meus planos me dando mais alguns dias de castigo sem nem que eu
tivesse fugido realmente.

Quando finalmente alcancei o último dei um pulo sentindo o chão firme sob os meus pés respirando um
pouco mais aliviada apertando o casaco ao meu redor devido ao frio e chuva bem fraquinha que ainda
caia sobre a cidade.

Fui caminhando até duas esquinas depois da minha casa onde finalmente pude encontrar um táxi.

Entreguei para ele o endereço de Harry e tentei relaxar me encostando sobre o banco imaginando o que
deveria acontecer nas horas seguintes sendo que a minha única certeza era que toda aquela história
seria resolvida e poderia ter dois finais completamente opostos um do outro.
Minha cabeça parecia prestes a estourar quando em poucos minutos ele estacionou em frente à casa.

Todo o meu estomago pareceu embrulhar quando dei o dinheiro pagando a corrida e desci respirando
fundo sentindo meus pés passarem pelas poças de lamas que se acumulavam e o menos dos meus
problemas foi resolvido logo que um dos caras da segurança permitiu a minha entrada.

Ele deveria me conhecer de alguma forma para ter feito aquilo.

Estava contando cada um dos meus passos e repetia para mim mesma que tudo ficaria bem de uma
forma e de outra e que logo todo aquele tomento teria um fim para ambos os lados se tudo ocorresse bem
com o meu lado pessimista querendo entrar em cena imediatamente.

Subi aqueles cinco degraus quase de modo silenciosos apenas percebendo quando a intensidade da
chuva aumentou caindo sobre o meu cabelo e minha pele ainda quente pelo aquecedor no carro. Para a
minha sorte a porta estava apenas encostada e bastou empurrar ela alguns centímetros para que eu
entrasse na casa ao mesmo tempo em que retirava o casaco que usava.

Estava iluminada à medida que eu caminhava por um corredor seguindo uma música que tocava.

Logo que entrei na sala enorme notei quem eu procurava e todos os meus batimentos pararam.

Ele estava em frente a uma lareira propiciando a melhor visão de todas estando vestido apenas em uma
calça moletom na cor preta deixando todas as suas costas expostas assim como o resultado de suas
horas e mais horas malhando para definir mais o corpo.

- Emma – Murmurou meu nome como um cumprimento.

- Harry – Forcei que as palavras saíssem da minha boca.

- Estou surpreso com a sua visita – Ele virou para me encarar com um copo com o que ma pareceu drink.

- Eu acho que também estou – Murmurei para mim mesma.

Passamos alguns segundos apenas nos encarando com um sentimento estranho preenchendo todo o
meu corpo e as lágrimas prestes a voltarem a qualquer momento deixando com que eu desmoronasse
bem a sua frente assim como aconteceu no meu quarto um pouco antes.

Pegando-me totalmente desprevenida ele jogou o copo contra a parede e este se quebrou em milhares
de pedacinhos me deixando assustada pelo seu gesto repentino.

- Que droga – Ele se apoiou contra a poltrona abaixando a cabeça – Olha só o que você faz comigo.

- Eu... – Tropecei nas palavras seguintes.

- Você me deixa completamente sem controle a agindo como um idiota – Falou pausadamente.

Podia sentir algumas poucas lágrimas escorrendo pelo meu rosto por ver tudo àquilo que provoquei
podendo me odiar a cada segundo que passava.

Eu machuquei a ele assim como machuquei a mim mesma concordando com as pessoas que falavam o
quanto eu era imatura para ter um namoro com ele e que bem dificilmente conseguiria conviver com toda
a pressão exercida sobre minha vida e meus atos por milhares de garotas enlouquecidas.

- Desculpe – Foram as únicas palavras coerentes que saíram da minha boca.

- Por ter me feito de idiota e brincando comigo como se eu fosse um brinquedinho seu?! – Ironizou.

- Por isso e tudo mais que causei – Encolhi os ombros.

- Fala como se pudesse formular uma lista – Encarou-me de forma curiosa.

- Eu acho que posso – Confessei soltando o ar – Eu quis investir o jogo por tudo.
Um brilho passou contra os seus olhos e sabia que ele sabia do que eu estava falando.

- Julgando por isso eu mereci cada uma das suas atitudes.

- Está errado – Fechei os olhos respirando fundo – Eu fui egoísta e imatura todo esse tempo.

- Estava disposto a tudo para ter você de volta.

- Possivelmente nunca me perdeu, mas nunca tivemos um ao outro por completo.

- Sabe como isso soa contraditório?! – Sorriu fracamente me analisando.

- Isso tudo o que construímos está sob diversas mentiras e conversas incompletas – Continuei ignorando.

- Uma mentira apenas – Ele disse enquanto se aproximava – Uma da qual me arrependo profundamente.

- Eu não sei se um dia vou conseguir esquecer isso – Fui sincera ao afirmar.

Harry parou com seu corpo bem próximo ao meu e sustentando o meu olhar por um tempo que passou
completamente despercebido em minha mente e como sempre conseguindo me deixar atordoada sem
nem mesmo saber o quanto eu amava os seus olhos.

Estava parecendo uma garotinha que se apaixonava no colegial pelo cara mais popular da escola e fui
interrompida dos meus pensamentos quando o meu celular tocou.

Pisquei confusa quando as mãos dele escorregaram pelo meu corpo parando justamente no bolso da
parte de trás da minha calça pegando exatamente o celular para ver de quem se tratava.

- Ele beija melhor do que eu?! – Perguntou mantendo a calma.

- O que... como... do que diabos você está falando?! – Perguntei soando confusa.

- Do seu novo namoradinho.

- Ele é apenas meu amigo – Expliquei desviando o meu olhar.

- Jura?! – Escutei todo o sarcasmo reunido no tom usado.

- Estou falando sério com você.

- Então por que saiu para encontrar com ele escondida de todos?! –Gritou jogando meu celular ao longe.

Eu observei completamente chocado o meu celular bater contra a parede e se partir em pedacinhos da
mesma forma que aconteceu com o seu copo de bebida e me deixando impressionada com o fato de que
sempre que brigávamos quem pagava era justamente o meu celular.

Ele era novinho e lançamento, ou melhor, um iPhone.

Minha raiva pelo garoto aumento o dobro aquele minuto e eu mesma iria explodir com o sentimento
depois que o matasse torcendo o seu pescoço por aquilo sendo que quem tinha dinheiro para comprar
outro era ele.

Da forma que minha fama estava alta com os meus pais o máximo que eles me dariam era um celular
com lanterninha e jogo da cobrinha.

- Está ficando maluco garoto?! – Gritei colocando tudo pra fora.

- Isso tudo é por sua culpa – Respondeu no mesmo tom.

- Reveja seu passado para ver se essa resposta muda.


E as lágrimas que antes eram fracas se tornaram descontroladas com a briga que se desenrolava bem
em frente aos meus olhos com tudo o que ficou escondido por meses finalmente sendo dito em uma
forma de desabafo.

O que antes era pena se transformou em raiva por reviver cada uma daquelas cenas.

- Sabe como é se sentir usado por uma pessoa?! – Indaguei o encarando – Você não sabe o que é ter
que chorar todas as noites, sorrir durante o dia e enfrentar milhares de garotas que te odeiam pelo
simples fato de você ter se apaixonado como poderia ter acontecido com qualquer uma delas.

Respirei fundo para poder continuar.

- Você não sabe o que é entrar na internet e ser chamada das piores coisas possíveis sendo vista como o
pior do termino de um relacionamento mesmo que a única e mais enganada de tudo tenha sido eu, por
que enquanto eu te esperava você decidiu assumir seu relacionamento perfeito com ela e me deixou
esperando como uma idiota que esperava ansiosamente pelo momento em que iria te encontrar
novamente e que teve apenas a vontade de morrer quando viu todas aquelas fotos em todos os jornais da
cidade sendo a vadia de tudo por ter saído com um cara comprometido.

Respirei fundo tentando acabar com o choro doido.

Era realmente usada que eu me sentia por ele quando decidiu ir para Nova York e sair desfilando com ela
dias depois de uma foto nossa se beijando ter sido publicado por um jornal da Inglaterra. Eu enfrentei o
mundo por causa dele e era vista como a única culpada por tudo o que aconteceu.

- Eu venho pagando por cada um dos meus erros por apenas te amar – Murmurei a parte final.

- Repete isso – Pediu mais calmo.

- Quer que eu repita sobre o quanto eu sofri desde que mudei para Londres?!

- Eu quero que repita o que sente exatamente por mim.

- Eu te amo mais do que tudo nesse mundo – Exclamei me sentindo bem mais leve com a frase dita.

- Emma – Seu tom saiu ameno e cheio de carinho – Por que não me disse isso tudo antes?!

- Como eu poderia falar se o medo era maior do que tudo?!

- Sabe que não deve ter medo.

- Sou testada todos os dias desde que entrou em minha vida.

- Sabe que eu te amo – Disse como se fosse à coisa mais simples.

- Mas isso seria o suficiente?! – Fechei os olhos controlando as lágrimas.

- Por enquanto basta para nós dois – Beijou os meus olhos ainda fechados.

- Harry – Tentei me afastar.

- Por favor – Implorou me mantendo próxima a ele – Pare de fugir de mim.

- Eu nunca fujo de nada.

- Prove então – Pediu e a única coisa que passou pela minha mente foi beijá-lo naquele instante.

O beijo começou de uma forma lenta e carinhosa cheio de significado para ambos os lados e no minuto
seguinte pareceu que era o último de nossas vidas por ter se tornado bem mais intenso com a falta de ar
sendo tudo menos um problema.
Deixei que ele me guiasse mesmo tropeçando nas nossas pernas e senti a parede em minhas costas ao
mesmo tempo em que com um impulso eu passava minhas pernas ao redor de sua cintura me lembrando
de uma cena que encenamos em um elevador em uma das minhas viagens com a banda.

Mantive minhas mãos bem firmes em seu cabelo enquanto as suas passeavam pelo meu corpo para que
finalmente entrassem por debaixo da minha blusa me causando leves arrepios.

Levantei os braços deixando que ele retirasse a minha blusa e pensei comigo mesma que nunca fomos
tão longe quando corei intensamente com o olhar que ele me deu vestida naquele sutiã cor de rosa cheio
de lacinhos que comprei com as garotas em uma de nossas tardes batendo pernas no shopping.

Se me perguntarem como eu nunca vou saber explicar como no minuto seguinte estávamos os dois sobre
uma grande cama sendo que eu nem notei quando passamos pelas escadas e me pareceu bem mais
agradável ter a minha primeira vez em uma daquelas do que em um carpete.

- Emma – Ele parou de me beijar quase ser ar – Isso mesmo o que você quer?!

- Eu sou sua – Murmurei aquelas três palavrinhas tendo como resposta outro beijo.

Eu o amava e certamente aquela era a atitude certa para o momento.

Nossas brigas sempre terminavam em beijo e a partir daquela pareciam que sexo seria o fim ideal.

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