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03/03/2022 20:55 Racismo no ensino de língua inglesa?

Narrativas autobiográficas de professores negros de língua inglesa no Brasil - Gabriel…

Racismo no ensino de … Atualizar Convidar

Rosa e Flores (2017) denominaram


raciolinguística para localizar uma
estreita relação entre linguagem e
racismo em contextos
educacionais. Muito do que esses
autores se preocupam emergiu As pessoas negras continuam a
como uma observação central do minoria entre profissionais em Uma consequência do racismo e
de como propor as desigualdades cursos de inglês de escolas da colonialidade.
existentes no ensino de Línguas, públicas e privadas;
que não são comumente
denominadas como racismo.
O autor examinou as formas que a
categoria raça pode ganhar negativa
Os estudos desenvolvidos por ou positivamente na atuação das
Ferreira (2012, 2014, 2015) identidades de professores negros de
colocam as preocupações em língua inglesa.
torno do desenho das identidades
raciais nos livros didáticos de
língua inglesa e na formação de Enquanto as maiores taxas de
professores. pessoas brancas se encontram
como na política, universidades e
A população negra no Brasil é de
nos espaços econômicos mais
54%. As maiores taxas de pessoas
Zacharias (2010) questiona a elitistas (por exemplo, funcionários
negras, são registradas nos
dicotomia de falantes nativos públicos de alto nível cargos,
sistemas carcerários (60%), vítimas
versus falantes não nativos nos professores universitários, CEOs,
de violência policial e de
discursos de professores em etc.). Analisando essas realidades
assassinatos.
formação, que é reforçada distintas, percebe-se como o
principalmente por falantes racismo, infelizmente, está
nascidos nos EUA, o que na presente na sociedade.
opinião de Nascimento serve para
garantir uma dominância de uma
suposta competência de falantes Frantz Fanon (2008) é um
nativos em comparação com estudioso dos temas linguagem e Uma estudiosa negra que defende
falantes não nativos. racismo. Fanon tem se relação entre sobre racismo e
Racismo no ensino de língua
comprometido há muito tempo colonialidade, bem como o
inglesa? Narrativas como ativista e teórico anticolonial branqueamento entre os negros, é
Kubota (2004, 2016) argumenta autobiográficas de professores buscando analisar os lados Souza (1990). Ela enfatiza as
que o neoliberalismo e o multifacetados do racismo, formas como os negros repetem
negros de língua inglesa no Brasil incluindo aqueles existentes na os padrões brancos no Brasil.
multiculturalismo liberal estão
provocando mudanças excludentes - Gabriel Nascimento linguagem.
no ensino de segunda língua.

Aimé-Cesaire (1972) apresenta os


Achille Mbembe (2014)
A pesquisa foi realizada pautada modelos de desumanização
compreende raça e língua não
em narrativas autobiográficas de conduzidos pelo racismo nos
apenas como signo de opressão,
duas professoras negras do Sul da processos coloniais de
mas também como signo de
Bahia, Rosana e Ana. Em suma, o desapropriação herdados pelos
resistência ao racismo e suas
autor afirma que resistir no e pelo negros, onde os negros eram
formas compartilhadas, realizando
ensino de línguas salvou Ana e retratados como animais no
assim um duplo signo.
Rosana de processos de baixa discurso ocidental.
autoestima, que levam os negros à
solidão e ao abandono de si.
Como a própria Ana revela, ela O racismo é um sistema que
acredita no contrário dos acarreta desigualdades, inclusive
estereótipos impostos aos aquelas que são produzidas na
professores negros e usa o ensino arena do conhecimento
de línguas como uma performance (CARNEIRO, 2011).
para combater o racismo.

Nascimento aponta que as


Considerações finais: Nascimento narrativas na sua pesquisa mostram
apresenta que, embora infeliz que o racismo é uma realidade,
sobre como pessoa negra que os marca para enfrentar os
influenciada negativamente pelo sutis significados cotidianos do
racismo todos os dias, ele pôde racismo, mas também fornece uma
reconhecer nas narrativas das forma de resistência de ambos os
professoras negras como as participantes na/através da
identidades negras não apenas linguagem.
sobrevivem ao racismo, mas
também criam estratégias para
sobreviver às marcas permanentes
do racismo. (Identidades
resistentes na linguagem).

Mapa mental

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