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Art. 5º ...
E o apreço é tal pela religião que até o art. 19, que define a laicidade de
nosso Estado, não deixa de conferir garantias religiosas:
Com efeito, quem pode o mais, pode o menos, não há como fugir deste
truísmo. Assim, se a Constituição admite o mais no campo religioso,
sem que se possa considerar o Estado menos laico por conta disso, é
evidente que também admite o menos (o crucifixo na parede).
Outro ponto que muito nos preocupa neste tema – e que vem se tornando
lamentavelmente comum – é a utilização repetitiva de sofismas. Trata-se
de afirmações vazias que procuram transformar o absurdo em lógica, é o
caso noticiado do Conselho da Magistratura gaúcha, segundo o qual
“resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de
símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos
princípios constitucionais republicanos de um Estado laico, devendo ser
vedada a manutenção dos crucifixos e outros símbolos religiosos em
ambientes públicos dos prédios”.
Ora, nada mais equivocado. Nada além de uma frase bonita, mas sem
conteúdo: resguardar do quê? De algo vedado pela Constituição? Já se
viu que não. Único caminho para onde, para quê? Para a intolerância. Ao
contrário do afirmado pelo referido Conselho, acreditamos que o que
responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico
se chama respeito, e compreensão acerca da herança cultural e religiosa
de um país. Portanto, a presença de um símbolo religioso numa
repartição pública, só por si, não tem o condão de nem mesmo arranhar a
laicidade do Estado.
[1] http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI151274,21048-
Determinada+a+retirada+dos+crucifixos+dos+predios+da+Justica+gauc
ha