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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA

GROSSA

NICOLAS DE ALMEIDA PRADO

EVOLUÇÃO ESTELAR

PONTA GROSSA

2021
SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................................................................................3
2. Nascimento estelar...................................................................................................................4
3. Alguns tipos especiais de protoestrelas.............................................................................5
3.1. Anã marrom........................................................................................................................5
3.2. Estrelas T Tauri..................................................................................................................6
3.3. Protoestrelas com massa acima de 200 M..................................................................6
4. Sequência Principal..................................................................................................................7
5. Estrelas com massa inferior a 8 M........................................................................................8
5.1. Fase de Gigante Vermelha..............................................................................................8
5.2. Nebulosas Planetárias e Anãs Brancas.....................................................................10
5.3. Estrelas com massa entre 0.08 M e 0.2M...................................................................11
6. Estrelas com massa superior a 8 M....................................................................................12
6.1. Evolução............................................................................................................................12
6.2. Supernova.........................................................................................................................13
7. Nucleo pos-supernova...........................................................................................................14
7.1. Estrelas de neutron.........................................................................................................14
7.2. Buracos negros................................................................................................................15
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................16
1. Introdução
Desde sempre olhamos para o céu curiosos, buscando saber o que são estes
pontos incandescentes, que mesmo nas noites mais escuras sempre estão lá.
“Pontos” estes que nos acompanharam durante toda nossa evolução, para que um
dia chegasse a hora de entendermos sua natureza e origem. O nome estrela foi
designado a estas fornalhas incandescentes.
Estas estrelas por muito tempo guiaram o pensamento humano, afinal, os
primeiros cientistas e estudiosos na sua maioria adoravam investigar o que eles
eram. Foram estes grandes curiosos que deram origem a astronomia, o ramo da
ciência dedicado a estudar estes astros.
Depois de muitos anos deste estudo, passando por vários modelos de como
nosso universo se parecia, finalmente nos tornamos capazes de entender o que
eram estas estrelas em nosso céu.
Com certeza a mais famosa delas é o Sol, nossa estrela mãe, que assim
como a maioria das outras, terá uma vida calma, porem conturbada no seu fim.
Passará praticamente a vida toda convertendo hidrogênio em hélio em um processo
que chamamos de fusão nuclear do hidrogênio, ate que este combustível acabe e
ela se torne uma pequena estrela azul. Mas claro, antes de se tornar esta pequena
estrela chamada anã branca ela irá crescer exageradamente, consumindo todos os
planetas ate a Terra.
Porem não se engane, esta é a evolução que nosso Sol terá, outras estrelas
podem ter fins diferentes, tudo depende da quantidade de massa que iram absorver
em seu nascimento.
Veremos ao decorrer deste texto as evoluções que estes extraordinários
objetos podem tomar, como nascem e terminam suas vidas deixando no cosmos
sua marca permanente, preenchendo-o de novos átomos e luz, que de alguma
forma, chegam a este pequeno ponto pálido chamado Terra, onde seres como nos,
se tornaram capazes de aprecia-las e entende-las.

2. Nascimento estelar
O universo, por mais que grande, é bastante vazio, isto porque no meio
interstelar as moléculas estão concentradas em nuvens(chamadas também de
nebulosas), e entre estas nuvens há enormes distâncias. Na sua maior parte, são
constituídas em hidrogênio, esta é uma das razões do porque este material esta
presente em todas as nascentes estrelas.
Estas nebulosas não são uniformes, algumas áreas deste meio tem uma
maior densidade molecular, enquanto outras são quase um vácuo. E, mesmo nestes
meios mais densos, muitas vezes as moléculas não estão próximas o suficiente para
a ação gravitacional impactar em seu comportamento.
Figura 1 – Nebulosa de Órion

Fonte: https://apod.nasa.gov/apod/ap120715.html. Acesso em 13 jun. 2022.


Porem, caso algum evento perturbe este gás, como uma onda de choque
vinda de uma supernova, há chances destas moléculas neste meio denso se
aproximarem, e por consequência a ação gravitacional se torna considerável, o
suficiente para começar uma ação em cadeia atraindo as moléculas próximas,
formando assim um aglomerado de moléculas.
Estes aglomerados são o que chamamos de protoestrelas, que futuramente
vão evoluir para estrelas de sequencia principal. Interessante notar que, na mesma
nebulosa, dado seu tamanho que por média tem cerda de 600 anos-luz de
comprimento, pode-se formar varias destas protoestrelas, por isso podemos também
chamar estas nebulosas de berçários estelares.
A região mais importante para nos atentarmos neste período é o núcleo desta
protoestrela, que aquece gradualmente devido a contração gravitacional de sua
própria massa. Em algum tempo, este aquecimento ira chegar em um estado em
que, radiação começa a ser emitida deste núcleo, devido a conversão de energia
potencial em energia térmica.
Estas primeiras irradiações muitas vezes não são visíveis, pois há muitos
obstáculos para esta luz chegar ate atmosfera terrestre, como as partes mais
externas da protoestrela e a própria nebulosa em si.
Este aquecimento do núcleo contínua sem muitas alterações notáveis, ate
chegar em ~ 10 × 106 K, momento em que se inicia as reações de fusão nuclear do
hidrogênio, reação esta que ira estabilizar a protoestrela, passando agora a ser
chamada de estrela de sequencia principal.
Porem, nem toda protoestrela chega a este estágio, algumas tem estágios
anteriores, como as estrelas T Tauri. Muito depende de sua massa, que interfere
diretamente na intensidade da compressão gravitacional contra o núcleo, que por
sua vez, dita como a temperatura ira aumentar. Sendo assim, podemos classificar
tipos diferenciados de protoestrelas e suas evoluções, como anãs marrons e
protoestrelas massivas, com mais de 200M(1 M = 1 massa solar = 1,989 × 10^30
kg).

3. Alguns tipos especiais de protoestrelas


3.1. Anã marrom
Protoestrelas que, ao final de sua absorção de massa, não passam de 0.08 M
não conseguem evoluir para o nível de estrela de sequencia principal, pois não são
capazes de produzir fusão nuclear do hidrogênio devido a sua “baixa” temperatura.

Protoestrelas deste tipo são designadas como Anãs marrons, que são
estáveis devido ao princípio de exclusão de Pauli 1. Sua temperatura varia de 2200K
a 750K, dependendo de sua massa e idade.
Conforme ela envelhece perde temperatura, e por consequência se torna
cada vez mais escura, ate um ponto que a irradiação de seu núcleo deixa de ser
visível no espectro eletromagnético, a partir deste momento ela se torna apenas um
aglomerado de gás frio e escuro.

1
Uma das consequências do princípio de exclusão de Pauli estabelece que dois fermions(nesse caso, os
elétrons das moléculas do núcleo) não podem ocupar o mesmo lugar, gerando assim uma pressão de
degenerescência elétrica contra a compressão gravitacional
3.2. Estrelas T Tauri
Pode vir a ocorrer, durante o processo de absorção de massa da protoestrela,
que ela se torne visível no espectro eletromagnético, isto é o que acontece no caso
de estrelas do tipo T Tauri.
Elas são um intermédio, possuindo uma massa de quase 3 M, estão no limiar
do que pode ser considerado uma protoestrela, devido a este brilho incomum, mas
ainda não chegaram ao estágio da fusão do hidrogênio. Sua principal característica
é a forma irregular que sua luminosidade se apresenta, se alterando no intervalo de
alguns dias.
Esta fase T Tauri ira perdurar por ate 107 anos, momento em que a estrela
atinge temperatura suficiente para iniciar o processo de fusão nuclear, sendo a partir
dai considerada uma estrela de sequencia principal.
3.3. Protoestrelas com massa acima de 200 M
Protoestrelas com massas gigantescas, acima de 200 M, não chegam a fase
de sequencia principal. Isto, porque não conseguem se manter devido a sua pressão
interna extremamente intensa, que supera a gravidade e leva a desintegração da
protoestrela.

4. Sequência Principal
O estágio de sequencia principal se inicia quando o núcleo da protoestrela
atinge a temperatura e pressão suficiente para começar a fundir hidrogênio. Este
processo irá equilibrar a estrela, dizemos que ela entrara em equilíbrio hidrostático,
isto porque a pressão interna gerada pela fusão ira combater a força gravitacional e
assim impedindo que a estrela colapse, tornando ela estável.
Também é nesta fase que a estrela ira brilhar de maneira estável, visto que
nas fases anteriores a radiação emitida não conseguia sair da nebulosa em que
nasceu. Tirando algumas exceções como as estrelas T Tauri.
Atingindo este estagio, dizemos que ela é uma estrela da sequencia principal
de idade zero. A medida que a fusão prossegue temos uma redução no número de
átomos no núcleo, devido a conversão de massa em energia.
Então, de maneira progressiva, massa se transforma em energia no núcleo,
isto o torna menos denso, e por consequência a pressão diminui, graças a isto a
gravidade ira contrair ainda mais o núcleo, aumentando a sua temperatura e
“empurrando” as moléculas de camadas mais externas para dentro do núcleo.
Com esta temperatura crescente temos um maior número de colisões, o que
gera um incremento na velocidade que as fusões ocorrem, aumentando assim o
fluxo de radiação em direção ao exterior e também aumentando ainda mais a
temperatura.
Uma maneira de verificarmos este processo energético é nas dimensões e
características da estrela, por exemplo o Sol, no último bilhão de anos seu raio
aumentou 6%, a temperatura 300K e a luminosidade 40%.
Porem este processo não é eterno, afinal o hidrogênio que há no núcleo é
finito, e esta continuamente sendo convertido em hélio, é como se fosse o
combustível da estrela, e certamente alguma hora ira acabar, quando este momento
chega e a fusão do núcleo cessa dizemos que a estrela sai da sequencia principal.
O tempo que este estágio ira levar depende completamente da massa da
estrela. No caso de estrelas massivas seu tempo é curto, mesmo tendo mais
massa(ou seja, combustível) a gravidade é extremamente intensa, e por
consequência a temperatura cresce rapidamente, e assim acelerando
consideravelmente o processo de fusão, esgotando mais cedo seu reservatório de
hidrogênio.
Sendo assim, estrelas de maior massa passam menos tempo na fase de
sequencia principal, na casa dos 20 milhões de anos. Enquanto o sol, terá por
media, um tempo de 10 bilhões de anos na sequencia principal. Estrelas do tipo
M(anãs vermelhas) ficaram por muito mais tempo neste estágio.
O que ocorre com a estrela quando a fusão acaba depende, mais uma vez,
da massa dela. Estrelas com massa superior a 8 M terão estágios ainda mais
caóticos a frente, enquanto estrelas de massa inferior morrem aos poucos enquanto
tentam se sustentar.

5. Estrelas com massa inferior a 8 M


5.1. Fase de Gigante Vermelha
Como dito anteriormente, no momento em que a fusão no núcleo acaba a
estrela sai da sequencia principal, devido a isto a gravidade não tem mais ninguém a
impedindo, e assim a estrela começa a colapsar sob seu próprio núcleo, que agora,
é um “carroço” de hélio.
A medida que este evento prossegue a temperatura do núcleo e das camadas
externas aumentam progressivamente, devido a mais uma vez termos um aumento
das colisões dos átomos. Ate chegar em um momento que as camadas externas ao
centro chegam na temperatura e pressão suficiente para fundir seu hidrogênio em
hélio.
Esta nova etapa de fusão difere consideravelmente da antiga que ocorria
apenas no núcleo, por ser mais externa ira provocar uma expansão das camadas
exteriores, que por consequência perderam temperatura pelo afastamento das
partículas.
O que temos agora não é mais uma estrela de sequencia principal, ela se
torna uma Gigante Vermelha, que tem um acréscimo considerável de luminosidade
e tamanho.
Enquanto isso, o núcleo continua a colapsar. Sua temperatura aumenta
rapidamente, alem disto, o hélio produzido nas camadas mais externas começam a
se aglomerar neste núcleo, aquecendo-o ainda mais. Continuara assim até que
eventualmente a altíssima temperatura de ~108 K do núcleo se torna suficiente para
começar outra fusão nuclear, que ira converter hélio em átomos mais pesados
liberando energia.
Esta fusão no centro pode ocorrer de maneira gradual se a estrela tiver uma
massa maior que 3 M. Porem, se tiver massa menor do que isto, a fusão começa de
forma súbita e explosiva, o que chamamos de flash do hélio. Isto decorre do fato de
que estrelas de menor massa começam esta fusão quando a densidade do núcleo já
é muito elevada.
Com o início desta fusão no interior da gigante vermelha haverá uma pequena
variação no volume de seu exterior, devido a nova pressão oriunda do centro. Esta
expansão reduz a pressão destas camadas, que acaba por retardar suas fusões de
hidrogênio, isto diminui o volume da gigante vermelha consideravelmente, como
resultado ela ate parece que retornou a sequencia principal pelo tamanho que esta.
Sendo assim, durante um período de vida da Gigante Vermelha ela não é tão
grande, mesmo que dentro dela estejam ocorrendo dois tipos de fusão diferentes,
uma no núcleo fusionando hélio, e outra na camada mais externa fusionando
hidrogênio.
Esta fusão do hélio esta liberando carbono e oxigênio, átomos que não vão
entrar em fusão nuclear e ficaram concentrados no núcleo da estrela. Temos agora
4 camadas, as mais exteriores onde o hidrogênio não é fusionado, outra mais
interna em que o hidrogênio se converte em hélio, outra ainda mais interna que
fusiona o hélio, e por fim o núcleo, que é um “carroço” extremamente denso e
quente constituído de carbono e oxigênio.
Este núcleo maciço ira colapsar obviamente, visto que não conseguira
fusionar seus átomos, e assim não terá nenhuma força que lute contra a
compressão gravitacional. Observe que este processo é semelhante ao começo da
fase de gigante vermelha, em que o hélio esta entrando em colapso no núcleo. E
realmente podemos fazer um paralelo, pois assim como antes, este colapso fará
com que as camadas ao redor ganhem pressão e temperatura, acelerando e
começando a fusão de hidrogênio nestas camadas.
Isto fará com que a estrela expanda mais uma vez. Esta expansão será ate
mesmo maior que a antiga. Para termos uma ideia da magnitude desta expansão,
seu centro, que é constituído da parte maciça de carbono, da parte em que ocorre a
fusão do hélio, e também da região que ocorre a fusão do hidrogênio, tem um raio
aproximadamente igual ao raio da Terra, enquanto a estrela no geral tem um
tamanho na ordem de 1 UA(1 UA = ~a distancia do sol ate a Terra = ~8minutos-luz).
Figura 2 – Sol no estagio de Gigante vermelha

Fonte: Fonte: Estrelas: origem, evolução e morte. Acesso em 17 de jun. 2022


5.2. Nebulosas Planetárias e Anãs Brancas
Durante toda a fase de gigante vermelha a estrela perde muita massa, isto
porque estas variações de volume somado a seu tamanho descomunal torna difícil
que as estrelas mantenham suas camadas externas.
Como resultado a medida que a fase de gigante vermelha prossegue esta
massa que acaba fugindo forma uma nebulosa planetária no entorno do que resta
da estrela.
E ao fim disto, por volta de 50000 anos, só restara o núcleo denso de carbono
e oxigênio que não tem temperatura suficiente para fusionar seus átomos. Este
núcleo, que agora é a estrela em si, recebe o nome de Anã branca, que se mantem
estável da mesma forma que Anãs marrons, pelo principio de exclusão de Pauli.
Vale notar que existe um limite de massa para ao qual o principio de exclusão
sustenta, este limite é de 1.4 massas solares, e se chama limite de Chandrasekhar.
Figura 3 – Messier 47 (Nebulosa do anel)

Fonte: https://www.nasa.gov/feature/goddard/2017/messier-57-the-ring-
nebula. Acesso em 17 de jun. 2022
Com o passar dos milhares de anos, anãs brancas vão esfriando, com esta
perda de luminosidade e temperatura elas gradualmente se transformam em anãs
negras(estrelas frias e escuras).
5.3. Estrelas com massa entre 0.08 M e 0.2M
Estrelas com esta massa não alcançam os requisitos para começar a fusão
do hélio, seu destino então, apos muitos anos na sequencia principal, será perder
suas camadas exteriores devido a baixa gravidade, se tornando uma anã branca
composta de hélio, sem nem mesmo passar pelo processo de gigante vermelha.

6. Estrelas com massa superior a 8 M


6.1. Evolução
A vida de estrelas com massa superior a 8 M é bem similar as estrelas com
massa menor do que isto, tanto que também passará por fases de gigante vermelha,
porem, o núcleo de carbono e oxigênio destas estrelas é maciço o suficiente para
passar do limite de Chandrasekhar( >1.4 massas solares).
Por passar este limite, o princípio de Pauli já não pode parar o colapso do
núcleo, que por consequência aumentara muito sua temperatura a medida que é
comprimido, tanto que chegará na marca de 6 × 108 K, onde se torna possível a
fusão do carbono, produzindo oxigênio, néon, sódio e magnésio.
Isto gerara o mesmo processo que ocorre na fase de gigante vermelha
anteriormente explicada, a estrela ira diminuir, tendo um núcleo maciço de um
elemento que não consegue fundir enquanto envolta dele há várias outras camadas
de fusões distintas. Ate chegar num ponto que a pressão neste núcleo massivo gera
um aumento na temperatura das partes mais externas, e assim acelerando e
começando mais fusões de hidrogênio, que por consequência aumentara mais uma
vez a estrela.
Este processo de expansão e compressão vão acontecendo varias vezes,
primeiro convertendo o núcleo de carbono em um novo núcleo de neon, sódio,
oxigênio e magnésio, depois fusionando este núcleo em um outro e assim por diante
ate chegar no ferro.
Em uma estrela com grande massa (> 25M) existiram então diversas
camadas de fusão, como resultado temos uma estrela realmente grande, que
podemos chamar de supergigante vermelha. A região onde ocorrem as fusões tem
um raio comparável ao da Terra, enquanto a estrela em si tem um raio comparável a
orbita de júpiter.

Figura 4 – Supergigante vermelha


Fonte: Estrelas: origem, evolução e morte. Acesso em 17 de jun. 2022
6.2. Supernova
Porem, como foi dito, este processo só vai ate chegar no ferro, pois diferente
dos átomos anteriores a fusão do ferro não gera energia, pelo contrário, necessita
de energia para ocorrer, por consequência o núcleo maciço de ferro que foi gerado
não produzira a pressão para sustentar o núcleo, o resultado é catastrófico.
O que antes era uma estrela supergigante ira se destruir rapidamente, o
núcleo composto de ferro ira colapsar em segundos, as camadas exteriores vão
colidir com o centro maciço, aproximadamente a 15% da velocidade da luz.
Esta colisão gerara uma enorme explosão designada por supernova. Ela é tão
intensa que só o seu brilho é suficiente para ofuscar o brilho de uma galáxia inteira,
tornando possível ate mesmo ver a olho nu este impressionante fenômeno. Cerca de
96% da massa da estrela é expelida para o espaço durante a explosão, chamamos
esta matéria enviada para o espaço de resto de supernova.
É tanta energia liberada, que a temperatura se torna suficiente para que os
elementos mais pesados que o ferro sejam produzidos, por consequência disso
podemos concluir que todo o zinco, cobre, prata, chumbo, mercúrio (entre outros)
existentes no Cosmos foram produzidos em supernovas.
Figura 5 – Cassiopeia A (resto de supernova)
Fonte: https://www.nasa.gov/mission_pages/chandra/multimedia/exploring-
cassiopeiaA.html. Acesso em 17 de jun. 2022

7. Nucleo pos-supernova
7.1. Estrelas de neutron
Núcleos remanescentes de supernova que tenham uma massa inferior a 3 M
alcançam um novo estágio de estabilidade, os prótons e elétrons de seus núcleos
que estão sujeitos a uma enorme pressão vão se juntar, formando nêutrons. O que
temos agora é uma estrela de nêutrons.
O que mantem esta estrela é a lei de exclusão de Pauli, mas ópera de
maneira diferente das anãs, pois a o que esta gerando a pressão pela lei de
exclusão são os nêutrons, e não os elétrons como vimos anteriormente. Vale notar
que, por ser nêutrons, a pressão originada é bem maior.
Tirando os buracos negros, estrelas de nêutrons são os astros mais densos
conhecidos, com uma densidade de aproximadamente 1017 kg/m3. Para
entendermos melhor o quão grande é isto, podemos comparar um bilhão de
toneladas com apenas uma colher de chá do material desta estrela. A estrela ficará
por longos tempos neste estágio, sendo esta o sua ultima forma.
7.2. Buracos negros
Porem, núcleos que restaram com uma massa superior a 3 M tem um fim
muito mais catastrófico, pois a gravidade sobre este núcleo é tão intensa que nada
pode para-la. Como resultado toda a massa deixada para trás neste núcleo é
concentrada em um só ponto, que designamos por singularidade. Frente a estes
objetos estamos no limite das leis da física, não sabemos exatamente o que
acontece quando o buraco negro se forma.
Para termos uma ideia do quão extremo este ambiente é, a gravidade é tão
forte que nem mesmo a luz consegue fugir. Esta superfície onde a velocidade de
espace se equipara a velocidade da luz é designada por horizonte de eventos. É
nesta superfície que residem os últimos fótons que tentavam escapar da estrela.
Este, é o fim da estrela, que será por longos tempos esta monstruosidade estelar.
Figura 6 – Evolução estelar

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Stellar-evolution-not-to-scale-
Figure-taken-from-Earth-Blog-2013_fig9_318720494. Acesso em 17 de jun. 2022

REFERÊNCIAS

MACIEL, Walter Junqueira. Introdução à Estrutura e Evolução Estelar Vol. 24.


Edusp, 1999. Acesso em 13 de jun. 2022

SOBRINHO, J. L. G. Estrelas: origem, evoluçao e morte. Formação Contínua de


docentes: Introdução à Astronomia (texto de apoio ao módulo 3), 17pp, Universidade
da Madeira (2013), 2013. Acesso em 13 de jun. 2022

LAZARETO, Bianca; BRISSI, Deidimar Alvez. FORMAÇÃO ESTELAR: UMA


REVISÃO. In: 11º CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
DO IFSP. 2020. Acesso em 14 de jun. 2022
RODRIGUES, Renato da Silva Rosa et al. Formação e evolução estelar como
uma proposta de contextualização para o ensino de termodinâmica no ensino
médio. 2016. Acesso em 14 de jun. 2022

SILVA, André Bastos da et al. Evolução estelar no ensino de Ciências. 2017.


Acesso em 15 de jun. 2022

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