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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

SISTEMAS HIDRÁULICOS PREDIAIS


DE COMBATE A INCÊNDIO

HIDRANTES

Prof. Dr. André Luiz de Oliveira


UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

HIDRANTES

Os hidrantes são dispositivos de tomada de água, destinados


alimentar o equipamento hidráulico de combate a incêndio. Existem três tipos
de hidrantes: os internos (HI), os externos (HE) e os de recalque (HR) e os
mangotinhos.
Os hidrantes internos (HI): são aqueles colocados no interior da edificação,
instalados dentro de um abrigo, que contenha o registro em ângulo, a
mangueira, o esguicho e uma chave para possibilitar a conexão.
Os hidrantes externos (HE): são locados fora da edificação (afastamento
mínimo de 15 ou 1,5 a altura da edificação) podendo ser instalados dentro ou
fora do abrigo da mangueira. Quando o hidrante for instalado fora do abrigo,
a distância entre eles não deve ser superior a 2 metros. O número de hidrantes
externos deverá ser tal que a não necessite mais de 60 m de mangueira.
O hidrante de recalque (Dispositivo de recalque): é destinado ao uso do
corpo de bombeiros para o abastecimento da canalização de incêndio do
edifício. É necessário que exista uma válvula de retenção, próximo ao
reservatório, na canalização dos hidrantes para evitar o retorno da água
quando esta estiver sendo abastecida por este hidrante.
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HIDRANTES

Distribuição dos Hidrantes e ou Mangotinhos

Os pontos de tomada de água devem ser posicionados:


a) nas proximidades das portas externas, escadas e/ou acesso principal a ser
protegido, a não mais de 10 m;
b) em posições centrais nas áreas protegidas, devendo atender a alínea a
obrigatoriamente;
c) fora das escadas ou antecâmaras de fumaça; e
d) de 1,0 a 1,5 m do piso.
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HIDRANTES
Os sistemas de combate a incêndio estão classificados em sistema de
mangotinho (tipo 1) e sistemas de hidrantes (tipos 2, 3, 4 e 5), conforme
especificado na tabela 2 da IT 17.

As vazões correspondem a: a) esguicho regulável na posição de maior vazão para


sistema tipo 1; b) jato compacto de 13 mm para sistema tipo 2; c) jato compacto de
16 mm para sistema tipo 3; d) jato compacto de 19 mm para sistema tipo 4; e) jato
compacto de 25 mm para sistema tipo 5.
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HIDRANTES
As edificações, em que for instalado o sistema do tipo 1 devem ser dotadas de
ponto de tomada de água de engate rápido para mangueira de incêndio de
diâmetro 40 mm (1½”), conforme detalhe do Anexo A como segue.

As vazões da tabela
02 devem ser obtidas
no requinte do
esguicho acoplado à
sua respectiva
mangueira de
incêndio, sendo que
para o sistema tipo 1
a mangueira semi-
rígida deve estar na
posição enrolada.
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HIDRANTES
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HIDRANTES
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento deve consistir na determinação do
caminhamento das tubulações, dos diâmetros dos acessórios e dos suportes,
necessários e suficientes para garantir o funcionamento dos sistemas
previstos na IT 17.

Os hidrantes ou mangotinhos devem ser distribuídos de tal forma


que qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado por um esguicho
(sistemas tipo 1, 2, 3) ou dois esguichos (sistemas tipo 4 e 5), no plano
horizontal, considerando-se o comprimento da(s) mangueira(s) de incêndio
através de seu trajeto real e desconsiderando-se o alcance do jato de água.

Especificamente nas ocupações Residenciais (A2 e A3), quando o


trajeto real da mangueira de incêndio ultrapassar a 30 metros, poderá ser
admitido a utilização de até 45 metros de mangueiras, desde que atenda os
demais parâmetros da IT 17.
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO
Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso simultâneo dos
dois jatos de água mais desfavoráveis considerados nos cálculos, para
qualquer tipo de sistema especificado, considerando-se, em cada jato de
água, no mínimo as vazões obtidas conforme a tabela 2 com as mangueiras
acopladas.

O local mais desfavorável é onde são encontradas as menores


pressões dinâmicas.

Independente do procedimento de dimensionamento estabelecido,


recomenda-se a utilização de esguichos reguláveis em função da melhor
efetividade no combate, desde que seja atendida a vazão mínima para cada
esguicho prescrita na tabela 2 e com alcance do jato mínimo de 8 metros
paralelo ao solo com o esguicho regulado para jato compacto.
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO

Nos casos de mais de um tipo de ocupação (ocupações mistas) na edificação


(que requeira proteção por sistemas distintos), o dimensionamento dos sistemas
deve ser feito para cada tipo de sistema individualmente ou dimensionado para
atender o maior risco.

Cada sistema deve ser dimensionado de modo que as pressões dinâmicas nas
entradas dos esguichos não ultrapassem o triplo daquela obtida no esguicho
mais desfavorável considerado no cálculo. Sendo que em edificações que não
possuem brigada de incêndio de nível intermediário a pressão não pode
ultrapassar 50 mca. Pode-se utilizar quaisquer dispositivos para redução de
pressão, desde que comprovadas as suas adequações técnicas.

A pressão máxima de trabalho em qualquer ponto não deve ultrapassar 100 mca
(1000kPa). Situações que requeiram pressões superiores à estipulada serão
aceitas, desde que comprovada a adequação técnica dos componentes
empregados.
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO

O cálculo hidráulico da somatória de perda de carga nas tubulações deve ser


executado por métodos adequados para este fim, sendo que os resultados
alcançados têm que satisfazer a uma das seguintes equações apresentadas:

a) Darcy-Weisbach (“formula universal “) e fórmula geral para perdas de


carga localizadas:

Onde:
hf é a perda de carga, em metros de coluna d’água; f é o fator de atrito
(diagramas de Moody e Hunter-Rouse); L é o comprimento da tubulação
(tubos), em metros; D é o diâmetro interno, em metros; v é a velocidade do
fluído, em metros por segundo; g é a aceleração da gravidade em metros por
segundo, por segundo; k é a somatória dos coeficientes de perda de carga das
singularidades (conexões). Pode-se também utilizar Leq.
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO

Para tubos galvanizados, dentro dos limites das vazões utilizadas os valores de
f podem ser adotados:

- para tubos galvanizados com leve enferrujamento a estimativa de f é dada na


Tabela abaixo

Valores do coeficiente de atrito f da equação de Darcy

80 100 135 250 400 650


Vazões (L/min.)
DN 65 mm 0,032 0,031 0,030 0,029 0,029 0,029
DN 75 mm - - 0,030 0,029 0,028 0,028
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO

O coeficiente da perda de carga localizada (k) é dado na Tabela abaixo.

Tabela – Coeficientes de perda de carga localizada

Ks Peça Ks
PEÇA
Bocais 2,75 Registro em ângulo aberto 5,00
Cotovelo de 90º 0,90 Registro de gaveta ou esfera 0,20
Cotovelo de 45º 0,40 aberto
Crivo 0,75 Registro de globo ou pressão 10,00
Curva de 90º 0,40 aberto
Curva de 45º 0,20 Saída da canalização 0,60
Entrada normal na canalização 0,10 Tê de passagem direta 1,30
Entrada de borda na 1,00 Tê de saída lateral 1,80
canalização Tê de saída bilateral 1,75
Junção 0,40 Válvula de pé 2,50
Válvula de retenção 3
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO
b) Hazen-Williams

hf = J x L com J = 605*Q1,85*C-1,85*D-4,87*104

Onde: hf é a perda de carga em m; Lt é o comprimento total, sendo a soma


dos comprimentos da tubulação e dos comprimentos equivalentes das
conexões em m (para perda de carga localizada pode-se utilizar também os
coeficientes de perda de carga localizada); J é a perda de carga por atrito em
m/m; Q é a vazão, em l/min; C é o fator de Hazem Willians; D é o diâmetro
interno do tubo em mm.

A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não deve


ser superior a 2 m/s (sucção negativa) ou 3 m/s (sucção positiva), a qual
deve ser calculada pela equação:

V = Q/A
Onde: V é a velocidade da água, em m/s; Q é a vazão de água, em m3/s; A é a
área interna da tubulação, em m2.
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO

A velocidade máxima da água na tubulação não deve ser superior a 5m/s.

Para efeito de equilíbrio de pressão nos pontos de cálculos (rede malhada) é


admitida a variação máxima de para mais ou para menos 0,50 mca (5,0kPa)
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO
Tabela – Comprimentos equivalentes em metros de canalização de
aço-carbono, galvanizado ou não. (NBR 5626/1998).

Tipo de conexão
Diâmetros
Cotovelo Cotovelo Curva Tê passagem Tê passagem
Curva 45º
DN (mm) Ref. (‘’) 90º 45º 90º direta lateral
15 0,5 0,2 0,3 0,2 0,1 0,7
20 0,7 0,3 0,5 0,3 0,1 1,0
25 0,9 0,4 0,7 0,4 0,2 1,4
32 1,2 0,5 0,8 0,5 0,2 1,7
40 1,4 0,6 1,0 0,6 0,2 2,1
50 1,9 0,9 1,4 0,8 0,3 2,7
65 2,4 1,1 1,7 1,0 0,4 3,4
80 2,8 1,3 2,0 1,2 0,5 4,1
100 3,8 1,7 2,7 ... 0,7 5,5
125 4,7 2,2 ... ... 0,8 6,9
150 5,6 2,6 4,0 ... 1,0 8,2
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO
Tabela – Comprimentos equivalentes de cotovelos e tês em metros de
canalização de aço-carbono, galvanizado ou não
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO

A tubulação do sistema não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 (2 ½ )

Para sistemas tipo 1 ou 2 pode ser utilizada tubulação com diâmetro nominal
DN50mm para aço galvanizado e tubulação com diâmetro nominal DN54mm
para cobre, devendo ser mantida a eficiência das ações e possibilitando a
atividade de recalque. Poderá ser utilizada tubulação com diâmetro nominal
inferior a DN65 (2½”), desde que comprovado tecnicamente o desempenho
hidráulico dos componentes e do sistema, através de Laudo de laboratório
oficial competente.

As tubulações aparentes do sistema devem ser em cor vermelha.

Os materiais termoplásticos, na forma de tubos e conexões, somente devem ser


utilizados enterrados a 0,50 m e fora da projeção da planta da edificação
satisfazendo a todos os requisitos de resistência à pressão interna e a esforços
mecânicos necessários ao funcionamento da instalação.
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HIDRANTES-DIMENSIONAMENTO
A condição de alcance do jato de 8 metros implica uma velocidade de saída
da canalização que por sua vez está relacionada com a pressão a montante do
bocal, como mostrado na Figura
Da balística sabe-se,
D mangueira para esta situação, que:
D requinte

g
Vo V
V  x.
y 8,0 m
2. y

para x = 8 m e y = 1,1 m
 V = 17,0 m/ s.

Do estudo de escoamento dos bocais temos Cv é o coeficiente de velocidade;

Pm p
V  Cv. 2 g. V 2
mangueira é a pressão a montante do bocal em m.c.a
 

Substituindo o valor de v=17,0m; cv=0,96 e considerando a Vmangueira, a


equação 7 resulta nos valores da tabela
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p
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Pressões mínimas a montante do requinte para obter o alcance de oito


metros e as respectivas vazões
Coef. de atrito
Mangueira de Vazão
Vazão mínima f Mangueira
incêndio necessária
Diâmetro do conforme IT 17 Pressão à /canalização
para
Sistema Tipo requinte no hidrante mais montante do
atendimento
(mm) desfavorável requinte (m.c.a)
do alcance
Diâmetro (mm) (L/min) (DN 65mm)
(L/min)

9 25 80** 23,9 0,036/ 0,032


80
Mangotinho 1 9 25 100 37,4 0,036/ 0,031
100
13* 32 100 15,6 0,033/0,030
135
Hidrante 2 13 40 125 15,8 0,032/0,029
135
Hidrante 3 16 40 250 23,2 0,031/0,029
250
40 400 29,1 0,031/0,029
400
Hidrante 4 19
65 400 30,4 0,027/0,029
400
Hidrante 5 25 65 650 26,4 0,027/0,029
650

* estimado
** Permitido para edificações do grupo A
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Hidrante de recalque
Hidrante interno
1,30 m
LARGURA

5
1,30 m
7
8
6
4
3 1
2
ALTURA

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