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RESUMO:
Este artigo teve como principal tema o marketing de patrocínio esportivo e
objetivou apresentar o envolvimento dos patrocinadores da Copa do Mundo da
FIFA, tanto no desenvolvimento deste grande evento esportivo como uma
maneira de contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos de marketing
dessas empresas. Utilizando dados secundários, disponibilizados em jornais,
revistas e sites especializados, foi possível verificar que as empresas passaram
a ter um papel fundamental tanto no desenvolvimento do futebol no resto do
mundo quanto no aumento do número de competições organizadas pela FIFA.
Além disso, as patrocinadoras conseguiram ter uma série de vantagens
concedidas pela entidade máxima do futebol (FIFA), sendo a principal delas a
exclusividade, permitindo que cada marca se diferencie da concorrência no seu
segmento específico. Para desenvolvimento do presente estudo, utilizou-se
pesquisa bibliométrica e análise documental, como método de análise de dados,
optou-se pela análise de conteúdo. Com base nesse estudo, foi possível
evidenciar que a teoria do patrocínio esportivo se aplica perfeitamente nesse
caso, sendo constatado que alguns dos principais benefícios de ser um
patrocinador deste evento esportivo foram confirmados pelos responsáveis das
empresas que patrocinam a Copa do Mundo da FIFA.
1. INTRODUÇÃO
1
MBA em Gestão Empresarial FADERGS, Graduado em Economia PUCRS,
2
Mestre em Administração e Negócios pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
e-mail: jusaboia83@gmail.com.
bilhões. Entre 1987 e 1997, este segmento cresceu cerca de 300% nos Estados
Unidos, passando a movimentar a quantia aproximada de US$ 4 bilhões em
1997. Esse crescimento, inclusive, foi duas vezes maior do que o mercado
mundial de ações de marketing esportivo. Ainda, de acordo com o autor, uma
pesquisa realizada pela Acomp Consultoria e Treinamento no ano 2000 apontou
que o Marketing Esportivo esteve em 10º lugar na lista dos dez negócios com
maior chance de sucesso imediato no novo milênio. Ou seja, as empresas que
investem em marketing esportivo estão alocando seus recursos num mercado,
no mínimo, promissor.
Segundo Stotlar (2005, p. 187-188), o marketing esportivo “[...] estabelece
uma associação emocional de uma marca ou produto com seus públicos-alvo”,
representando uma arma poderosa de promoção “[...] não só de uma marca, mas
de valores alusivos ao esporte, como saúde, vitalidade, juventude, determinação
e companheirismo, palavras estas que passam a ter associação direta com a
marca do patrocinador”. Desta forma, as empresas encontram no marketing
esportivo uma alternativa de estabelecer um elo emocional com os seus
consumidores. Nesse sentido, quando uma organização decide investir, por
exemplo, num patrocínio esportivo, ela sabe que haverá um estreitamento na
relação com o consumidor dos seus produtos, pois ele passará a ter empatia
com sua marca.
Visando identificar e, algumas vezes, antecipar as necessidades e os
desejos do seu público-alvo, as empresas que investem no marketing esportivo
buscam um diferencial competitivo (CARDIA, 2004). Conforme Rocco Jr. (2012),
devido ao crescimento dos negócios ligados ao esporte, ao longo do século XX,
os principais eventos esportivos se transformaram em espetáculos altamente
veiculados pelas mídias de massa, tornando-se um dos eventos mais utilizados
no mundo empresarial para difundir produtos e consolidar marcas mundiais.
Portanto, quando uma empresa passa a investir num evento esportivo, o seu
espaço na mídia cresce em grande escala e, consequentemente, um público
muito maior conseguirá vincular a sua marca ao esporte.
Com base nesta conclusão, este artigo traz ao leitor um estudo
exploratório com o objetivo de investigar os motivos pelos quais os
patrocinadores oficiais da Copa do Mundo da FIFA decidem investir seu capital
nesse evento esportivo e qual o seu papel no desenvolvimento do esporte.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 MARKETING
4 Conforme Melo e Neto e Carvalho (2006, p. 69), o retorno de mídia é decorrente das ações de
patrocínio da empresa patrocinadora, de relações públicas e de assessoria de imprensa. O
retorno de imagem também depende do patrocínio, uma vez que a imagem de um atleta, clube
ou equipe é transferida para a marca do patrocinador. O retorno de vendas, como o próprio nome
diz, dependerá das ações de venda do agente envolvido. Por fim, o retorno de valor é o retorno
resultante do investimento feito pela empresa no esporte, ou seja, o novo conceito, atributo e
posicionamento da marca da empresa patrocinadora.
Pela definição dada por Gil (2008), por se tratar de uma pesquisa cujos
procedimentos analíticos são de natureza qualitativa, a tipologia que foi usada
nesse artigo é a qualitativa. O método de pesquisa utilizado na elaboração deste
trabalho foi bibliométrica, que, de acordo com Gil (2008, p. 50), trata-se de uma
pesquisa “[...] desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”. Conforme o próprio autor afirma,
esse tipo de pesquisa permite “ao investigador a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla do que aquela que ele poderia pesquisar
diretamente”. Godoy (1995, p.21) acrescenta que esse método “[...] representa
uma forma que pode se revestir de um caráter inovador, trazendo contribuições
importantes no estudo de alguns temas”.
Com base no entendimento de Gil (2008), sobre a pesquisa documental,
a análise de documentos foi a metodologia utilizada para a coleta de dados
desse estudo. O autor argumenta que esses documentos são obtidos de maneira
indireta, ou seja, livros, jornais, papéis (documentos) oficiais, entre outros que
são obtidos de forma indireta. Inclusive, Roesch (2010, p. 165) destaca que “uma
das fontes mais utilizadas em trabalhos e de pesquisa em Administração, tanto
de natureza quantitativa como qualitativa, é constituída por documentos [...]”.
Dessa forma, essa pesquisa teve como objeto de estudo a Copa do Mundo de
Futebol, evidenciando a relação dela com as empresas patrocinadoras deste
torneio, informando de que forma e por quais motivos que elas decidem investir
neste evento esportivo.
O método de análise de dados utilizado nesse artigo foi a análise de
conteúdo, que, de acordo com Roesch (2010, p. 169) trata-se de um conjunto de
técnicas que visa “[...] contar a frequência de um fenômeno e procurar identificar
e relação entre os fenômenos[...]” para depois interpretá-los. De acordo com
Berelson (1952) apud Gil (2008, pág. 13), trata-se de “uma técnica de
investigação que, através de uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa
do conteúdo manifesto das comunicações, tem por finalidade a interpretação
destas mesmas comunicações”. A análise utilizou de fontes de comunicação em
massa, no caso, entrevistas publicadas em jornais, revistas e sites
especializados no tema, que, conforme Gil (2008) caracteriza-se como fonte de
dados de comunicação em massa. Por fim, foi realizando a categorização dos
dados coletados, pelo tema de pesquisa, separando por categorias referentes
ao histórico da competição, patrocínio esportivo e motivadores empresariais.
7De acordo com o site oficial da FIFA, após a realização feita em através de um programa global
de pesquisa, que envolveu cerca de 1,53 bilhão de pessoas, foi constatado que 64% das pessoas
entrevistadas são fãs da Copa do Mundo FIFA. No entanto, o que surpreendeu, de acordo com
a entidade máxima do futebol, foi que este percentual superou tanto o da população que é fã de
esportes em geral (61%), quando o de pessoas interessadas pelo futebol simples e puro (46%).
8 Patrick Nally é o fundador da empresa West Nally, que criou o modelo de negócios adotado
De acordo com o guia para o uso das marcas oficiais da FIFA, disponível
no site da entidade, o grande benefício encontrado pelas empresas
patrocinadoras a partir do modelo padronizado a partir da Copa do Mundo de
2006 é a exclusividade, permitindo que cada marca se diferencie da concorrência
na sua categoria específica. Através da Figura 1 é possível perceber que todas
as empresas patrocinadoras do evento são únicas no seu respectivo segmento
e, conforme o acordo estabelecido com a FIFA, elas terão exclusividade no uso
das suas marcas oficiais10 e de associação comercial à competição. Ou seja, as
empresas “não-oficiais” da FIFA não podem vincular suas marcas a qualquer
uma das marcas oficiais da FIFA, sob pena de serem julgadas conforme a
legislação vigente no torneio em disputa (MOREIRA, 2013).
Parceiros da FIFA
Apoiadores Nacionais
10
Conforme as diretrizes públicas da Copa do Mundo da FIFA, as marcas oficiais do
torneio são: o emblema oficial, o mascote oficial, o slogan oficial, a identidade visual
oficial, o troféu da Copa do Mundo da FIFA, o pôster oficial e o logotipo oficial do FIFA
FUN FEST.
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROCCO JR., Ary José. Marketing e Gestão do Esporte. São Paulo: Atlas,
2012.