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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Ciências Sociais e Humanas


Departamento de Psicologia
Psicologia Organizacional
Aluna Raíssa da Silva Fernandes

COMENTÁRIOS SOBRE O TEXTO ‘TRABALHO E EDUCAÇÃO: O MÉTODO


ERGOLÓGICO” DE PIERRE TRINQUET

Após a aula sobre o material e a leitura do mesmo, alguns pontos chamaram minha
atenção. Entre eles, está o fato da Ergologia considerar a complexidade envolvida nas
atividades humanas e, por essa razão, entender a necessidade de estabelecer conexões
com outras disciplinas. Entretanto, diferente de outros campos da psicologia em que existe
uma soma das contribuições de diferentes áreas, os estudos ergológicos buscam
estabelecer verdadeiras relações de diálogo contínuo entre esses diferentes saberes.
Tratam-se, portanto, de uma teoria e uma prática em contínuo desenvolvimento e, mesmo
que seja voltada ao trabalho, não se detém apenas a ele.
Em dado momento do texto, há uma diferenciação entre a atividade e o trabalho,
explicando que, quando consultados, os trabalhadores costumam responder sobre seu
trabalho, ou seja, sobre as funções prescritas, mas não sobre sua atividade, já que ela
atividade está intimamente ligada com a individualidade do trabalhador, com suas questões
pessoais. Nesse ponto, lembrei de uma experiência pessoal. Trabalho como garçonete em
casamentos e, quando sou consultada sobre esse emprego, respondo com informações
práticas, digo que sirvo mini comidas individuais e falo sobre o menu. A atividade exercida,
porém, envolve uma série de escolhas e soluções pessoais que eu não falaria em uma
entrevista. Um exemplo disso é o fato de que, quando estou muito cansada durante o
evento, tento escolher na cozinha as comidas que costumeiramente , como ceviches, por
exemplo. Assim, posso rodar com a mesma bandeira durante alguns minutos, sem precisar
voltar para a reposição ou para recolher os pratos vazios. Essa é uma maneira que
encontrei para conseguir trabalhar até o final da festa.
Outra parte do texto que considerei muito relevante foi o dispositivo dinâmico dos
três polos, composto pelo polo dos saberes constituídos, polo dos saberes investidos na
atividade e o polo de exigências da ergologia.Entendo que esse terceiro pólo não busca
“apaziguar” as relações entre os dois primeiros pólos, busca analisar os pontos de encontro
e de ruptura de maneira dialógica, produzindo algo novo a partir desse embate.
Por fim, achei muito relevantes as contribuições de Paulo Freire e tenho interesse
em entender mais sobre a presença do educador nos estudos sobre ergologia.

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