Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos


Carla Lumena da Costa Araújo
Estudo
Estudos das Culturas (HACA36) 2021.2
Docente: Thiago Pinho

Avaliação Final

Mapa Conceitual

Salvador – Bahia

2021
Este mapa conceitual busca uma ligação entre as analises de Bauman (O mal-
estar da pós-modernidade e Modernidade Líquida) e Freud (O mal-estar na Civilização),
em relação à idéia de mal estar com a intenção de evidenciar a associação de medo e
culpa que seria consumir para viver. Bauman busca investigar a questão de acordo com
a expressão da hesitação e o risco, que na sua compreensão, são características que se
sobressaem na atualidade. Ele diz que na pós modernidade passamos por uma época
extremamente desprovida de convicção, defesa e segurança, incontáveis são os medos e
inerentes as nossas vidas. Bauman nos mostra as estruturas sociais dos medos que
destroem as pessoas na modernidade liquida, buscando reconhecer as causas coletivas.
Na perspectiva dele tudo que nós queremos é correr atrás da felicidade, que só podemos
alcançar através da união entre liberdade e segurança, discrepantes no decorrer da
historia, discordante na sociedade moderna, liquida ou solida, mas ao que tudo indica
possível para o consumo. De acordo com ele, "Não é rara em nossa vida a experiência
de nos ressentirmos do fato de sermos objetos de coerção [...]." (BAUMAN, 2001).
Deste modo, logo de início, o autor inicia afirmando que somos objetos de coerção,
pois somos coagidos, estando também fundamentado este poder de opressão, na crença
daqueles que se submetem de que devem assim proceder para evitar a punição.
Desta forma, nós, sujeitos sociais, somos objetos e agentes coercitivos, de
maneira que as instituições sociais só fazem firmar e reverberar os controles, fazendo
com que os sujeitos tornem-se cada vez mais "adestrados"/disciplinados, causando
assim, a formatação desses sujeitos, tendo como resultado a previsibilidade das ações.
Um comportamento social desviante, que foge às normas pré-concebidas pela
sociedade, tem que ser rapidamente controlado/combatido para que outros
comportamentos não desviem para o mesmo caminho.
Freud nos mostra o mal-estar na civilização tendo o sentimento de culpa como
componente essencial para o plano de fazer sair do estado primitivo, que prejudica a
veracidade dos princípios da vida e leva o indivíduo a viver sempre imerso numa
inadequada situação. Nesse ponto de vista, em defesa da segurança contra todos os
riscos, somos solicitados a renunciar a independência, transformar o prazer em culpa,
mesmo na imensidão da sociedade que tem obsessão pela segurança, mais liberdade seja
igual a ter menos mal estar. De acordo com Freud, em uma das citações de Bauman, o
desejo é inconsciente, podendo formatar-se/configurar-se como um impulso com a
finalidade de reproduzir uma satisfação original, algo que foi perdido, acrescendo que
sua presença - o desejo - é marcada pela falta. A opressão dá-se, justamente, na
supressão e/ou interdição desse "desejo inconsciente impulsivo", formatando-nos em
seres previsíveis, em uma espécie do que Bauman chama de "Sociedade de Controle",
onde a sociedade impõe algumas normas aos indivíduos, e estes, buscam o
cumprimento destas normas de muitas formas. Tais normas têm como objetivo o
controle social, criando formas de ordem psíquica, sexual e barreiras controladoras para
bloquear esse desejo inconsciente compulsivo que condiciona o indivíduo.
Outros dois aspectos relevantes para compreendermos a respeito da sociedade,
dizem respeito à "Interação Social" e aos "Laços estabelecidos pelo indivíduo". O
primeiro, fala sobre a capacidade que o sujeito tem de interagir com seus pares, podendo
adequá-los aquilo que, de alguma maneira, o proporcionará vantagens. Bauman diz que
as interações rotineiras são mistas, heterogêneas, podendo estar sujeitas a tensões. O
sujeito deseja interagir, busca estabelecer vínculos, mas não quer se comprometer.
Bauman dá o nome a isso de "amor líquido", visto que onde a pós-modernidade,
fortemente marcado pela crise das ideologias nas sociedades ocidentais no final do
século XX, é justamente caracterizada por esses laços fluidos que não permanecem,
marcando a fluidez dos vínculos. Esse processo de "liquefação" das relações humanas,
salientado pela era da informação em que vivemos, pode se manifestar de diferentes
maneiras em nossa vivência em sociedade, sendo caracterizada pela incapacidade do
sujeito de interagir com outrem de maneira plena, estando, o sujeito, preso em uma
realidade ambígua e multiforme.

Mapa conceitual (segue link para melhor acesso):

https://www.mindomo.com/pt/mindmap/mal-estar-ddec69ae214c4bb4a47ab02ed60860ac
REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001.

FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. In O futuro de uma ilusão, o mal-estar na


civilização e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1976 (p.29-68)

Você também pode gostar