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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

CAMPUS UNIVERSITÁRIO “MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA”


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - CCHL
CURSO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DISCIPLINA – SOCIOLOGIA ECONÔMICA
DOSCENTE – ROSSANA MARIA MARINHO ALBUQUERQUE
DISCENTES:
DIEGO ROCHA BALLARIN
FRANCISCO IGINO COSTA JUNIOR
FRANCISCO SILVA ASSUNÇÃO JUNIOR
JOÃO GABRIEL FURTADO TORRES

ATIVIDADE 3: PENSANDO A ATUALIDADE A PARTIR DOS CLÁSSICOS

A opção de compreender as ações em si que, certamente se configura um indício do


formato da metodologia de Weber, procura demonstrar que as explicações a
respeito da realidade social estão intimamente ligadas aos valores e concepção de
mundo. Portanto, a vida não pode ser explicada com base em um único ponto de
vista ou característica, pois a sociedade é composta por inúmeras esferas
econômicas, política, religiosa e outras áreas relacionais, não podendo ser resumida
apenas a uma delas e cada uma com sua lógica interna de funcionamento.

Daí temos que uma ação de acordo com Weber, tem seus tipos gerais abstratos de
ação social, a saber, ação racional com relação aos fins, ação racional com relação
aos valores, ação tradicional e ação afetiva

Se fizermos a subsunção do pensamento weberiano afim de compreender a


realidade social de determinado fenômeno, deve- se buscar analisar o sentido
subjetivo das ações individuais, pois, segundo weber, só o indivíduo era capaz de
ser investigado de forma efetiva.

Dessa forma, uma abordagem interdisciplinar se faz necessário para analisar o


crime por exemplo. Que segundo a sociologia seria uma conduta desviada por um
comportamento concreto, na medida que se afasta das expectativas sociais num
dado momento. Se considerarmos as causas que levam o homem a delinquir, faz-se
necessário realizar uma abordagem ampla, onde uma ação individual produz efeito
comunitário e também social a partir do indivíduo.

Por fim, os aspectos biopsicossociais ao conceito de crime (bio – psico – social), de


acordo com a análise weberiana, bem como seu perfil e conduta do infrator, para
assim ter um maior vislumbre do ato delituoso. Logo, o fenômeno criminoso se certa
forma seria uma interação (bio psico social) e o home está à mercê dessa interação.

Segundo Karl Marx, com o desenvolvimento do capitalismo, há uma alienação do


trabalhador sob seu trabalho, onde aquilo que ele produz não se torna dele e onde
ele não tem participação ou até mesmo conhecimento do que o trabalho dele é
capaz de produzir e gerar, se tornando um completo desassociado, pois isso fica a
cargo dos donos dos meios de produção, mesmo que isso tenha elevado os níveis
de produção e desenvolvimento em muitas áreas.

Mas não para por aí, a alienação abrange muito além de somente isso citado acima,
existe também classes trabalhadoras exploradas pelo sistema capitalista de forma
exagerada. No Brasil, por exemplo, trabalhadores como diaristas, catadores de
papel, panfleteiros, cozinheiros, garçons, ajudantes de pedreiros, etc, são
trabalhadores que se veem obrigados a realizar muito mais que aquilo para o qual
foram previamente contratados, uma espécie de subempregos, onde os
trabalhadores são contratados, tem seus direitos dentro do sistema capitalista, mas
se veem obrigados a realizar muito mais que aquilo para o qual foram contratados,
com carga de hora superiores as estabelecidas em contrato, onde com medo de
perder seu emprego, o trabalhador aceita.

Isso enriquece cada vez o proprietário, que cada vez mais explora o trabalhador,
numa espécie de fluxo sem fim que sempre enriquece mais quem já é rico e onde a
exploração em cima do trabalhador jamais se cessará, e nunca se tornará também
proprietário nem do seu próprio trabalho, o que levantado por Marx caracteriza a luta
de classes, que no sistema capitalista de produção sempre existirá caracterizada
pela exploração, opressão social, política, intelectual e religiosa. Segundo Marx,
também a alienação é a culpada por impedir que o trabalhador transite de sua
classe social para outra.
Na obra “O suicídio”, Durkheim apresenta três tipos de suicídio e suas causas. Ele
divide em suicídio egoísta aquele em que a pessoa está pouco integrada na
sociedade, como exemplo Durkheim destaca que mulheres a partir de certa idade e
que ainda não conseguiram construir uma família as taxas de suicídio aumentam. O
segundo tipo denominasse suicídio altruísta, no qual a pessoa está tão integrada na
sociedade que ela se sacrifica por um bem maior, exemplo dado é o capitão de uma
embarcação que permanece em seu navio enquanto ele afunda. Existe ainda o
suicídio anômico que está ligado a questões de ordem, a anomia é a ausência de
ordem, dividida em duas categorias: anomia jurídica, quando não há leis; anomia
social, quando as leis não são respeitadas. Como demonstração o autor da obra
compara os ciclos econômicos com as taxas de suicídio e percebe que em
momentos de crise ou alegria os números não havia grandes alterações, mas entre
esses momentos havia declínio.

Na obra “Da divisão do trabalho social”, a anomia é amplamente citada como causa
da crise da modernidade. A modernidade trouxe muitas mudanças nos vínculos
sociais, com esses vínculos afetados, a confiança entre indivíduos também se afeta,
com isso a insegurança prevalece, sobre esse estado a anomia social ganha força,
portanto a crise se torna algo mais rotineiro.

Os fatos sociais acima descritos com as obras de Karl Marx e Max Weber tem
relação com a anomia, pois a insegurança de sair de um trabalho, mesmo ele sendo
abusivo, advém da crise econômica e como o indivíduo se sustentaria sem salário, a
resposta de alguns seria o crime. O suicídio de maneira geral é normalmente
explicado como algo individual, Durkheim por meio de sua obra mostra que este ato
particular tem sim influência externa da sociedade e que não é possível acabar com
ele, mas é possível controla-lo.

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