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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

CAMPUS UNIVERSITÁRIO “MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA”


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - CCHL
CURSO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROFESSOR – HERMANO CAIXETA IBRAHIM
DISCENTE - FRANCISCO SILVA ASSUNÇÃO JUNIOR
DISCIPLINA – FORMAÇÃO ECONÔMICA GERAL

Trajetória econômica da mesopotâmia


A mesopotâmia foi um local de grande prosperidade e altamente populada,
por se tratar de uma região entre rios, possuía terras férteis e favoráveis a atividade
agrícola, com o emprego de um enorme trabalho em obras de irrigação,
desenvolvendo e construindo diques e barragens, canais e reservatórios de água,
levando a uma sociedade urbana e complexa, e também em obras de atividade
bélicas para defesa, já que constantemente eram invadidos por outras populações
de nômades e de bárbaros, sendo assim, para sua defesa, foi criado um exército de
forma precoce, onde, dessa forma, garantir a sobrevivência de todos se tornou um
problema fundamental, por esse motivo, o trabalho era compulsório, para que não
houvesse deficiência de produção, e era requisitado às aldeias que abrigavam
grande parte da população, sendo imposto à quase totalidade da população
mesopotâmica.
Contendo em sua economia o cultivo de cevada, trigo e centeio, assim, se
tornou grande e estável o sistema econômico em torno do palácio real e dos
templos, que englobavam as terras, os rebanhos, os barcos, granjas, estábulos,
celeiros, oficinas e os trabalhadores dependentes, sejam esses pessoas cumprindo
suas cotas de trabalho obrigatório, ou fossem os escravos (esses, porém, eram
poucos, pois escravos eram caros, custando o preço de um boi em 1700 a.C., e
embora alguém pudesse se tornar um escravo por meio de dívidas, havia um limite
máximo de três anos para se encontrar nessa situação).
O sistema econômico era composto basicamente por homens livres (apesar
de deverem trabalho de caráter obrigatório e não remunerado), e que ainda assim
tinham que entregar parte de sua produção todos os anos (uma espécie de extração
do excedente econômico), fazendo assim com que se evoluísse as estruturas
monetárias e se progredisse economicamente.
O artesanato deve ser visto apenas como uma atividade complementar à
economia rural, visto que as matérias primas transformadas eram basicamente de
origem vegetal e animal. Da cevada se fazia a cerveja, da seiva da tamareira
fermentada obtinha-se o vinho, da palha se fazia móveis, cestos, esteiras e outros
objetos, da semente de sésamo extraia-se óleo, utilizado para cozimento e
iluminação, das fibras de linho e da lã dos ovinos produziam-se tecidos, e do leite se
fazia laticínios.
Como material de construção, era utilizado argila, misturada com palha picada
e seca no sol, se transformando em resistentes tijolos, sendo assim seu material
básico de construção, utilizado tanto em palácios, templos, muralhas, e demais
edifícios. A argila foi também utilizada como material de escrita, em placas que,
quando úmidas, os caracteres eram impressos, e depois, quando cozidas, adquiriam
grande resistência. E assim como a maioria dos objetos de uso diário, entre eles
jarros e potes, eram feitos principalmente de cerâmica, se utilizava também como
forma de azulejos vitrificados e coloridos, para a decoração dos palácios e templos.
E embora fossem prósperos na agricultura, dependiam muito do comércio
externo para a obtenção de matérias primas, como madeiras (mesmo que tivessem
a palmeira em abundancia, era um péssimo material de construção), pedras e
metais, levando a uma grande produção artesanal, para assim poderem trocar por
tais matérias primas. Desde o fim do quarto milênio a.C. foi adotado o conceito de
moeda, para servir de medida comum de valor e de instrumento de troca. Passando
da cevada como um elemento de referência padrão para a utilização de metais –
ouro e prata. Havia também bancos desde o início da vida econômica na
mesopotâmia, onde se emprestava, com juros, para agricultores e comerciantes.
Juros esses que por ano chegava a 33% para cereais e 20% para metais. E por
volta de 800 a.C. o sistema bancário já tinha crescido, e existia agora juros sobre
depósitos, débitos em conta corrente e transferências de fundos para outras praças.

REZENDE FILHO, C. B. Primeiros Sistemas Econômicos: Mesopotâmia.In_História


Econômica Geral. 9ª Ed. São Paulo: Editora Contexto, 2010.

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