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DISCENTES: Elisa furlan Gomes (RA:221220216), Alice Dandara Frazão (RA: 221222707)
e Melissa de Lucena e Nakajo (RA:221224521)
DOCENTE: Prof. Dr. Vanessa Capistrano
CURSO: Relações Internacionais – vespertino
DISCIPLINA: Ciência Política
sociedade, que propulsiona uma era cada vez mais industrial e moderna, permite uma reforma
de racionalidade. Nesse contexto, a “modernização reflexiva” é caracterizada por duas ideias:
a reflexividade estrutural, na qual a ação reflete as regras e recursos da estrutura social; e a auto-
reflexividade em que a ação reflete em si mesma. Para Lash, Beck, em sua obra, coloca o
indivíduo em um processo de “tornar-se” indivíduo, que não inclui a ideia possessiva de
Thatcher, Reagan, George W. e do liberalismo de um mercado livre e global contemporâneo; é
também uma noção que difere da conceitualização de individualismo do Iluminismo, que ocorre
na “primeira ou simples modernidade”-que compreende uma lógica de estruturas e fenômenos
lineares-, enquanto o individualismo no livro ocorre na “segunda modernidade ou modernidade
reflexiva” - que envolve uma lógica de fluxos e de não-linearidade. De acordo com
Gemeinschaft, há um período de transição, que retira as raízes, do Antigo Regime para a
modernidade, da indústria, que desenvolve suas normatividades e o individualismo iluminista
se torna rotineiro. Entretanto, para Beck o novo individualismo não se torna rotineiro, ele é
indeterminado, com riscos e de liberdade precária. Ademais, na primeira modernidade os seres
são refletivos - que colocam o objeto sobre o tema do conhecimento-, enquanto que na segunda
os seres são reflexivos - pressupõe conhecimentos e certezas. Concomitante a reflexão, para
Beck, o indivíduo conhecedor já está no mesmo mundo em que os seus objetos de
conhecimento, essa teoria difere do dualismo cartesiano e kantiano. Logo, “penso, portanto, eu
sou”. Sob esse viés, por estar em um mundo de velocidades, o indivíduo não-linear não detém
espaço para refletir, isto é, por observar todas as mudanças rápidas em sua volta, ele passa para
um estado de incertezas e vive em uma atmosfera de riscos. Por conseguinte, a segunda
modernidade resulta de um recuo das instâncias sociais clássicas: Estado, Família e grupos
étnicos; os debates sobre cosmopolitismo levaram a uma terceirização generalizada das
funções, denominada por Lash como “capitalismo desorganizado”, na qual algumas atividades
são deslocadas para instâncias globais e outras para privadas. Sendo assim, há a globalização
paralela com a individualização e o processo de reflexão do tecido social que propiciam uma
mudança na conjuntura moderna, pautada em riscos.
Em segundo plano, o sociólogo polonês Zygmunt Buaman expõe, em seu prefácio, o
estudo de Norbert Elias, o qual é denominado “Sociedade dos Indivíduos”, e expressa o
problema da teoria social desde de sua origem. Nesse sentido, Norbert Elias quebrou com a
tradição de Hobbes e reforçou as teorias de John Stuart Mill, Hebert Spencer e a liberal ortodoxa
ao substituir o “fim” e o “versus” com o “de”, que faz a mudança dos discurso para um
imaginário de duas forças que parecem mortais, sem finalizar o conflito entre liberdade e
dominação dentro da concepção: sociedade que molda a individualidade de seus membros e os
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indivíduos que formam a sociedade a partir de suas ações de vida, ao mesmo tempo em que se
baseiam em estratégias viáveis da teia social tecida de suas dependências. Desse modo, o signo
da sociedade moderna são os seus membros fundidos em uma individualização. É importante
ressaltar que a individualização consiste, para Beck, em transformar a identidade humana em
ceder para uma tarefa, e que o significado desse fenômeno sempre assume novas proporções à
medida em que os resultados acumulados de seu passado estabelecem regras e apostas novas.
Há, ainda mais, uma remodelação e renegociação de atividades diárias mútuas que moldam o
grupo social. Nesse axioma, a marca da modernidade é a necessidade de se identificar como o
que você é e, para isso, viver sozinho, a divisão de classes, por exemplo, foi um subproduto do
acesso desigual aos recursos necessários para se autoafirmar, se encaixar; fato que difere do
conceito de Segunda modernidade. Além do mais, essa individualização fez com que o seres
humanos passassem a não reconhecer problemas semelhantes em sua sociedade e, assim, ele
perdeu a noção do que é coletivo, que tornou-se não mais comunidade, mas uma qualidade que
facilita a resolução de problemas particulares com a ideia de que há um confronto em conjunto,
mas que não é semelhante. À vista disso, para Tocqueville o indivíduo é o pior inimigo do
cidadão, pois se torna morno, cético e desconfiado do “bem comum”, ou seja, a individualização
pode tanto incitar uma determinação própria, quanto provocar a corrosão da cidadania, já que
há uma desconfiança no outro. Logo, como diz Ulrich Beck “O que emerge do desvanecimento
das normas sociais é um ego nu, assustado, agressivo em busca de amor e ajuda. Na busca de
si mesmo e de uma socialidade afetuosa, ele facilmente se perde na selva do eu. . . Alguém que
está bisbilhotando no nevoeiro do próprio eu não sou mais capaz de perceber que este
isolamento, este "confinamento solitário do ego", é uma sentença de massa sem precedentes
para lidar com consequências. Assim sendo, em “The Reinvention of Politics”, Ulrich Beck,
sugere que uma 'outra Reforma' é necessária e que isto exige a 'radicalização da modernidade',
propõe invenções sociais e coragem coletiva em experiências políticas, entretanto, para Bauman
não temos condições para agir, agimos suportando as consequências ou a nossa incapacidade
de agir.
Em última análise, há o prólogo do próprio autor, o qual faz relevância para o debate,
nas ciências sociais, acerca do cenário político que se sucedeu desde o colapso da União
Soviética e a queda do muro de Berlim e, por outro lado, que não houve uma mudança de época
e que a modernidade é uma palavra sinônimo de crise. Nessa perspectiva, Beck disserta que
houve, de fato, uma quebra irreversível e que o medo do novo é uma das perturbações do
capitalismo hodierno, ideia que parte de uma comodidade em que tudo permanecerá como foi.
A partir disso, uma mudança relevante no cenário internacional veio da globalização, que
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longo de seu texto, alegando que a própria conclusão pode ser um ponto de partida para o
entendimento deste: enquanto a sociologia moderna passa por mudanças em seus fundamentos
junto à própria sociedade moderna, é inconcebível que feche seus olhos para as claras
contradições de uma modernidade globalizante e individualizadora.
Referências bibliográficas
BECK, Ulrich; BECK-GERNSHEIM, Elisabeth. Institutionalized Individualism and
its Social and Political Consequences. London: SAGE Publications, 2002. Forewords written
by Scott Lash, Zygmunt Bauman, author´s preface. p.VII-XXV. Accessed July 07, 2022.