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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE EDUCAÇÃO
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO II

DISCENTES: LEANDRA CRISTINE PIANCO DA SILVA E KETYLINE LIRA


DE LIMA

As concepções de ser humano e de educação no projeto civilizatório moderno e nas


teorias que o sucedem e/ou o criticam.

O projeto moderno de educação surgido com o Iluminismo tem em Kant e Marx seus
expoentes máximos, uma vez que as concepções racionalistas e humanistas ganham
contornos mais nítidos a partir desses pensadores.

Com Kant o processo de esclarecimento atrelado à condição de liberdade para adquirir a


maioridade, deixa para traz a ideia de menoridade fruto da condição humana de
covardia e preguiça. A autonomia do indivíduo ao fazer uso da sua liberdade para
pensar por si próprio, implica na sua capacidade de melhoramento, de desenvolvimento
intelectual do indivíduo.

Já Marx compreende que o processo civilizatório moderno ocorre através do


estranhamento do sujeito quando adquiri consciência de sua alienação procurando
superá-la através do trabalho de maneira que seu estranhamento em relação ao produto
de seu trabalho traga uma reflexão crítica tanto quanto sua relação em si mesmo, quanto
à atividade que desenvolve, como também em relação à sua classe trabalhadora.

Dessa forma, temos que no materialismo de Feuerbach a práxis corresponde tanto a


atividade física quanto à atividade mental levando o sujeito a encontrar sua
emancipação. Nesse sentido, a tese 3 de Feuerbach que será analisada de forma mais
detalhada logo em seguida, sintetiza o processo educativo no pensamento materialista
no qual as circunstâncias junto à educação produzirão uma sociedade melhor.
O filósofo alemão, Ludwing Feuerbach é bastante conhecido pala obra A essência do
cristianismo (1841), que em meados do século XIX inspirou pensadores como Karl
Marx em sua filosofia de revolução política. As teses 3 e 6 abaixo, discutem sobre as
concepções do ser humano e de educação no projeto civilizatório moderno.

A doutrina materialista de que os seres humanos são produtos das


circunstâncias e da educação, [de que] seres humanos transformados são,
portanto, produtos de outras circunstâncias e de uma educação mudada,
esquece que as circunstâncias são transformadas precisamente pelos seres
humanos e que o educador tem ele próprio de ser educado. FEUERBACH,
TESE 3.

Desse entendimento, essa tese acaba, por isso, necessariamente, por separar a sociedade
em duas partes, uma das quais fica elevada acima da sociedade (por exemplo,
em Robert Owen).

Na Tese 6, Feuerbach resolve a essência religiosa na essência humana. Mas, a essência


humana não é uma abstração inerente a cada indivíduo. Na sua realidade ela é o
conjunto das relações sociais, retomando assim a ideia presente na tese 2 na qual ele
destaca que o pensamento humano pertence à verdade objetiva enquanto teoria, mas na
verdade o critério está na questão prática, no convívio da essência humana com os
demais em suas relações sociais.

Feuerbach, que não entra na crítica desta essência real, é, por isso, obrigado: 1. a
abstrair do processo histórico e fixar o sentimento [Gemüt] religioso por si e a pressupor
um indivíduo abstratamente - isoladamente - humano; 2. nele, por isso, a essência
humana só pode ser tomada como "espécie", como generalidade interior, muda, que liga
apenas naturalmente os muitos indivíduos.

Uma das premissas mais fundamentais do existencialismo é “A existência precede a


essência” frase sobre a condição humana em Sartre. Nas aulas de filosofia, o professor
Policarpo, em suas mediações sobre a discussão deste tema, expressou que “O ser
humano é um processo que ainda não se encerrou... A essência humana é também a
sinfonia de Bach, Pinxinguinha, Luiz Gonzaga...” e em nosso semestre, a ontologia foi
guiada a partir das produções de alguns filósofos já citados como por exemplo, as teses
sobre Feuerbach de Marx (1845).
A virada do século XIX ao século XX contribui para a quebra de alguns paradigmas
como a desconstrução de ilusões acerca do progresso humano com a eclosão das duas
guerras mundiais.

A preocupação com o ser humano “concreto” em circunstâncias determinadas para


Marx estava no rol das suas relações sociais, já para Sartre, a priori, não existiria uma
natureza humana, pois no existencialismo proposto por ele, o homem surge no mundo,
encontra a si mesmo e só depois define enquanto sujeito, justificando que a condição
humana não aceita determinismos.

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