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ANUAL

A REPRODUÇÃO
PROFESSOR
LIVRO DO

8
PROIBIDA

Geografia
Capa 8º ano - professor.indd 7 19/11/2019 13:44:18
GEOGRA
FIA
PROFES
SOR

8. PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ENSINO
o ANUAL

FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS
GEOGRAFIA
TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS
8. o ANO

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4o. BIMESTRE

AMÉRICA LATINA (PARTE 2)


PAÍSES SUL-AMERICANOS.......................................4
América Andina..........................................................7
América Platina........................................................33
Guianas.....................................................................47
Brasil.........................................................................48

AS TRANSFORMAÇÕES
FÍSICO-NATURAIS E
SOCIOECONÔMICAS DA ÁFRICA
A ÁFRICA NO ESPAÇO MUNDIAL..........................56
Paisagens naturais da África...................................58
REGIONALIZAÇÃO DA ÁFRICA...............................70
África do Norte.........................................................70
África Subsaariana...................................................70
COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA.....................................73
Descolonização africana.........................................75
ATIVIDADES ECONÔMICAS DA ÁFRICA................80
Agricultura e pecuária.............................................81
Mineração.................................................................81
Industrialização........................................................82
POPULAÇÃO AFRICANA.........................................86
1.
1  As manchetes mostram que os países latino-americanos estão passando por transfor-
mações socioculturais consequentes da dinâmica política, econômica e social que vem
acontecendo simultaneamente nos países. Quais os assuntos tratados nas manchetes?
Quais possíveis transformações socioculturais podem ocorrer nos países latinos citados?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
2.
2  Quais são os países que compõem a América Latina? O que você sabe sobre eles?
3.
3  Se você tivesse a oportunidade de viajar pelos países latino-americanos, quais deles fa-
riam parte do seu roteiro de viagem? Por quê?

Veja orientação didática.


1. Resposta pessoal.

2. A América Latina é formada por países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,

Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela e o território da Guiana Francesa), da América Central

(Guatemala, Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e região insular da América Central – o

Caribe) e o México.

3. Resposta pessoal.
João Prudente/Pulsar Imagens

CORRUPÇÃO ESTÁ
GRAVEMENTE
DISSEMINADA NA AMÉRICA
LATINA – DIZ ESTUDO
A corrupção está “gravemente disseminada” na maioria dos
países da América Latina como reflexo de instituições fracas,
práticas de governabilidade deficientes e ingerência excessiva
de interesses privados, disse a Transparência Internacional.
Divulgação de filme sobre a corrupção –
VILLAVERDE, J. Estadão. Disponível em: <https://politica.estadao.
exposição que representa o dinheiro
com.br/noticias/geral,corrupcao-esta-gravemente-disseminada-na-
roubado nas ações investigadas pela
america-latina-estudo,467848>. Acesso em: 20 jun. 2018.
Operação Lava Jato, em Curitiba (PR).
AMÉRICA

UNIDADE
LATINA 7

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
(PARTE 2)
Veja orientação didática.
gens
Bettmann/Gettyima

A HISTÓRIA DAS MULHERES


BRASILEIRAS QUE FORAM À
LUTA POR SEUS DIREITOS
“Rainhas do lar” e “incapazes”, brasileiras foram à luta por seus
direitos políticos. Até 1827, as mulheres não podiam sequer se
matricular em instituições de ensino. Tiveram de esperar mais meio
século para ter acesso à faculdade. Historiador reconta a trajetória das
protagonistas da luta pelo reconhecimento do voto feminino no país.
BUONICORE, A. C. Disponível em: <https://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/03/
historia-mulheres-brasileiras-luta-direitos.html>. Acesso em: 20 jun. 2018.

Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como


uma das maiores líderes na luta pelos
direitos políticos das mulheres brasileiras.

BRASIL E COLÔMBIA Camacho9999/iStockPhoto

DEBATEM FLUXO DE
VENEZUELANOS EM
SUAS FRONTEIRAS
Ministros da Defesa, Justiça e Segurança se
reuniram; 40 mil já chegaram a Roraima

O GLOBO. Mundo. 21 fev. 2018. Disponível em: <https://oglobo.globo.


com/mundo/brasil-colombia-debatem-fluxo-de-venezuelanos-em-
Diariamente, centenas de pessoas cruzam
suas-fronteiras-22419669#ixzz5KraZ8e2x>. Acesso em: 10 jul. 2018.
a ponte Francisco de Paula Santander, entre
Ureña (Venezuela) e Cúcuta (Colômbia), na
fronteira entre os dois países. A maioria é
de venezuelanos em busca de melhores
condições de vida no país vizinho.
Países sul-americanos
Na unidade anterior, você conheceu parte da América Latina (México e
os países da América Central). Agora, você estudará os outros países latino-
-americanos, que pertencem à América do Sul. Para organizar o estudo sobre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
esses países, consideraremos a organização em regiões, agrupando-os com
base em suas semelhanças nos aspectos físicos (relevo, hidrografia, clima e
vegetação) e socioculturais. Assim, teremos a regionalização da América do Sul
em: ­América Andina, América Platina, Guianas e Brasil. Observe no mapa a
seguir a representação dessa regionalização.

AMÉRICA
AMÉRICA DO
DO SUL
SUL –– DIVISÃO REGIONAL
REGIONAL

GUIANA
VENEZUELA SURINAME
GUIANA FRANCESA (FRA)

COLÔMBIA
0º Equador

EQUADOR

PERU BRASIL

BOLÍVIA

CHILE PARAGUAI
rn io
de C apricó
pico
0" Tró
23 º 2 7' 3

ARGENTINA
URUGUAI

30º

OCEANO
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO

90º 60º 30º

América Andina
América Platina 0 695 km 1 390 km
Guianas Escala aproximada

Brasil

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

4 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


AMÉRICA ANDINA
Corresponde aos países da América do Sul que têm a Cordilheira dos Andes

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
em seus territórios, sendo denominados países andinos. São eles: Bolívia, Peru,
Equador, Colômbia, Chile e Venezuela.

Vista aérea
da Cordilheira
dos Andes, no
Chile – América
Andina
Wastesoul/iStockPhoto

AMÉRICA PLATINA
É uma região da América do Sul formada por três países – Paraguai, Argentina
e Uruguai – que são banhados pelos rios que formam a Bacia Platina ou Bacia do
Rio da Prata. Além disso, esses países possuem uma história em comum durante
grande parte do período colonial.

Vista aérea
do Rio da Prata,
no Uruguai –
América
Platina
ToniFlap/iStockPhoto

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 5


GUIANAS
É uma região da América do Sul que foi colonizada por ingleses, holan-
deses e franceses. É composta pela Guiana (antiga Guiana Inglesa, antes de
se tornar um país independente), Guiana Francesa e Suriname (antiga Guiana
Holandesa, antes de se tornar um país independente).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Vista parcial da
costa do Rio
Suriname, onde
há canhões do
período colonial,
no Suriname

Siempreverde22/iStockphoto
BRASIL
Apesar de também ser banhado por rios que formam a Bacia Platina, o
Brasil não é considerado um país platino, por causa da grande extensão territo-
rial e da diversidade natural e cultural.

Vista aérea
da Floresta
Amazônica,
no Brasil
Filipefrazao/iStockPhoto

6 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


América Andina
Essa região possui área de mais de 5,4 milhões de km2, com população superior a 150 mi-
lhões de habitantes. A América Andina é formada por seis países: Venezuela, Colômbia, Equador,
Peru, Chile e Bolívia.
Nessa região, os aspectos físicos se destacam em virtude da Cordilheira dos Andes, uma
vasta cadeia montanhosa formada por um sistema contínuo de montanhas ao longo da costa

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ocidental da América do Sul. Ela possui aproximadamente 8 000 km de extensão norte-sul e
está presente em todas as zonas térmicas da Terra (zona polar norte, zonas temperadas e zona
intertropical), o que favorece uma grande diversidade climática (climas equatorial, tropical, desér-
tico, mediterrâneo e temperado). Nos trechos mais extensos chega a 160 km do extremo leste
ao oeste. Sua altitude média encontra-se em torno de 4 000 m e o ponto culminante é o Monte
Aconcágua, com 6 962 m de altitude, localizado na Argentina (província de Mendonza), próximo
à fronteira com o Chile. Essa formação montanhosa também tem o papel de divisor de águas na
rede hidrográfica da América Andina, onde os rios a oeste deságuam no O ­ ceano Pacífico e os rios
a leste deságuam no Oceano Atlântico.
klausbalzano/iStockPhoto

ncágua, na
Vista parcial do Monte Aco
Argentina.
Cordilheira dos Andes, na

Acesse o site do Projeto Rios Voadores, disponível em: <http://riosvoadores.com.br/­


educacional/animacoes-didaticas/> e solicite aos alunos que observem a animação sobre o
assunto em questão. Promova uma atividade interdisciplinar com o professor de Matemática,
a fim de aproveitar os dados apresentados no texto para elaborar problemas matemáticos.

Você já ouviu falar sobre os rios voadores? Leia o texto a seguir.

O CAMINHO DOS RIOS VOADORES


Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, formados
por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas vezes acompa-
nhados por nuvens, e são propelidos pelos ventos. Essas correntes
de ar invisíveis passam por cima das nossas cabeças carregando umi-
propelidos:
dade da Bacia Amazônica para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul empurrados,
do Brasil. impulsionados.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 7


Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias, como
uma frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma em chuva. É
essa ação de transporte de enormes quantidades de vapor de água pe-
las correntes aéreas que recebe o nome de rios voadores – um termo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que descreve perfeitamente, mas em termos poéticos, um fenômeno
real que tem um impacto significante em nossas vidas.
A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela puxa
para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico
e carregada pelos ventos alísios. Ao seguir terra adentro, a umidade
cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração das
árvores sob o sol tropical, a floresta devolve a água da chuva para a
atmosfera na forma de vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre re-
carregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo
ao oeste para cair novamente como chuva mais adiante.
Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas de
ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente da evapo-
transpiração da floresta – encontram a barreira natural formada pela
Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parcialmente nas encostas
leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios ama-
alísio: vento zônicos. Porém, barrados pelo paredão de 4 000 metros de altura, os
que sopra
rios voadores, ainda transportando vapor de água, fazem a curva e
durante todo o
ano sobre ex- partem em direção ao sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste
tensas regiões e Sul do Brasil e aos países vizinhos.
do globo, das
altas pressões É assim que o regime de chuvas e o clima do Brasil se devem
subtropicais muito a um acidente geográfico localizado fora do país! A chuva, cla-
em direção
às baixas pres- ro, é de suma importância para nossa vida, nosso bem-estar e para a
sões equato- economia do país. Ela irriga as lavouras, enche os rios terrestres e as
riais.
evapotranspi- represas que fornecem nossa energia.
ração: perda Por incrível que pareça, a quantidade de vapor de água evaporada
de água de
uma comuni-
pelas árvores da floresta amazônica pode ter a mesma ordem de gran-
dade ou ecos- deza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200 000 m3/s), tudo isso
sistema para
graças aos serviços prestados da floresta.
a atmosfera,
causada pela Estudos promovidos pelo INPA já mostraram que uma árvore
evaporação com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmos-
no solo e pela
transpiração fera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um único dia
das plantas. – ou seja, mais que o dobro da água que um brasileiro usa diariamente!
Uma árvore maior, com copa de 20 metros de diâmetro, por exemplo,
pode evapotranspirar bem mais de 1 000 litros por dia. Estima-se que
haja 600 bilhões de árvores na Amazônia: imagine então quanta água
a floresta toda está bombeando a cada 24 horas!

8 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Todas as previsões indicam alterações importantes no clima da
América do Sul em decorrência da substituição de florestas por agri-
cultura ou pastos. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o
agronegócio pode dar um tiro no próprio pé com a eventual perda de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
chuva imprescindível para as plantações.
O Brasil tem uma posição privilegiada no que diz respeito aos
recursos hídricos. Porém, com o aquecimento global e as mudanças
climáticas que ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial,
é hora de analisarmos melhor os serviços ambientais prestados pela
floresta amazônica antes que seja tarde demais.

EXPEDIÇÃO Rios Voadores. Disponível em: <http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-


dos-rios-voadores/#prettyphoto[post-65]/0/>. Acesso em: 21 jun. 2018. (Adaptado).

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 9


De acordo com o texto, que ações devem ser controladas para
preservar esse fenômeno dos rios voadores, que tem impacto signifi-
cativo em nossas vidas?
É preciso evitar que a Floresta Amazônica seja desmatada para a prática da agricultura ou

­pecuária.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre a Cordilheira dos Andes,
assista ao vídeo Cordilheira dos Andes tem biodiversidade ameaçada
de extinção, disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/3751077/>.

Na sequência, você conhecerá os principais aspectos socioeconômicos


de cada um dos países andinos.

VENEZUELA
Esse país abrange uma área de 916 445 km2. Sua população já ultrapas-
sou os 34 milhões de habitantes.
Quanto à configuração física, apresenta um litoral entrecortado, com pe-
nínsulas e ilhas no mar do Caribe. Seu principal rio é o Orinoco, que atravessa o
país percorrendo florestas tropicais, savanas e a área pantanosa próxima à foz.
A principal atividade econômica é a exportação de petróleo, e a extração
Paisagem parcial desse recurso natural se dá na região do Lago Maracaibo. A Venezuela foi um
do Rio Orinoco, dos fundadores da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
na Venezuela.
Shivafilmmaker/iStockPhoto

10 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


OPEP
Organização criada em 1960 pelos principais exportadores de petróleo: Irã, Iraque, Kuwait,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Arábia Saudita e Venezuela, que nos anos seguintes se juntaram a outros membros como C ­ atar
(1961), Indonésia (1962), Líbia (1962), Emirados Árabes Unidos (1967), Argélia (1969), Nigéria (1971),
Equador (1973). Embora alguns deles tenham posteriormente sido suspensos.
O objetivo da Opep é a coordenação e unificação das políticas petrolíferas e a garantia da
estabilidade de preços entre os países produtores de petróleo.
O planisfério e o gráfico a seguir indicam a localização das maiores reservas mundiais de petróleo.

Leia as manchetes:

POBREZA ATINGE 87% DA POPULAÇÃO


DA VENEZUELA EM 2017, DIZ ESTUDO
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/02/pobreza-
atinge-87-da-populacao-da-venezuela-em-2017-diz-estudo.shtml>.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 11


Oriente os alunos a pes-
quisar informações em
fontes confiáveis e atuali-
zadas. Indicamos alguns
links para a pesquisa:
Petróleo é benção e mal- ECONOMIA DA VENEZUELA DEVE TER QUEDA DE
dição para a Venezuela.
Disponível em: <https://
15% EM 2018, COM INFLAÇÃO DE 13.000%, DIZ FMI
www.dw.com/pt-br/

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/economia-da-venezuela-
petr%C3%B3leo-%C3 deve-ter-queda-de-15-em-2018-com-inflacao-de-13000-diz-fmi-22328250>.
%A9-b%C3%AAn%C3
%A7%C3%A3o-e-mal
di%C3%A7%C3%A3
o-para-venezuela/
Pesquise mais informações sobre a situação econômica e as condi-
a-38492277>. ções de vida da população da Venezuela e converse com o professor e os
Entenda como a econo- colegas sobre esta questão: Como é possível que um país que está entre
mia da Venezuela entrou
em colapso. Disponível
os maiores produtores mundiais de petróleo tenha um percentual tão alto
em: <https:// oglobo. da população vivendo em situação de pobreza?
globo.com/mundo/
entenda-como-economia-
da-venezuela-entrou-em-
colapso -22681726>.

COLÔMBIA
Esse país abrange uma área de 1 916 445 km2. Sua população deve ultra-
passar os 50 milhões de habitantes em breve.
O país tem uma posição geográfica privilegiada na América, pois apresen-
ta dupla ligação oceânica, com o Pacífico e o Atlântico, o que é um facilitador
para o comércio externo.
A Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes estão presentes no país e
influenciam a distribuição populacional e as atividades econômicas da Colômbia.
A agricultura é a principal atividade econômica do país. Oficialmente, são
destaques o café, o tabaco e a cana-de-açúcar.

Martin Nabert/iStockPhoto

Vista parcial de um latifúndio que cultiva


café, na cidade de Jerico, na Colômbia.

12 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Um dos maiores desafios para o governo colombiano é o narcotráfico, que
começou a tomar força na década de 1970. As cidades que mais sofrem com cartel: acordo
comercial
esse problema são Medellín, Cali e Cartagena, pois nelas atuam os cartéis, res- entre empre-
ponsáveis pela produção e distribuição de drogas em todo o mundo. sas, visando
à distribuição
entre elas
das cotas de
produção e do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mercado com
a finalidade
de determinar
os preços e
limitar a con-
corrência.

Informe os alunos que na déca-


da de 1970 uma facção crimi-
nosa denominada Cartel de Cali
ganhou enorme proporção com a
venda de drogas para os Estados
Unidos. Porém, havia um rival,

Rmnunes/iStockPhoto
o chamado Cartel de Medel-
lín, sob o comando de Pablo
Escobar. O objetivo de ­Escobar
era ganhar poder político com o
dinheiro do narcotráfico.
Vista aérea de Medellín, a segunda maior cidade da
Colômbia e a capital do departamento de Antioquia, no
Com a morte de Pablo Escobar,
Vale do Aburrá, região central da Cordilheira dos Andes. o Cartel de Medellín teve fim,
o que propiciou que o Cartel de
Cali chegasse a lucrar 7 bilhões
de dólares com a venda de
drogas, chegando a tomar conta
de 80% do comércio Colômbia-
-Estados Unidos.
Leia o texto a seguir, que fala sobre o narcotráfico no Brasil e na Solicite aos alunos que pesqui-
­ mérica Latina.
A sem dados sobre a população e
a economia da Colômbia, como
PIB, IDH, entre outras informa-
ções.
Dados demográficos:
BRASIL, A PRINCIPAL ROTA DO TRÁFICO <http://countrymeters.
DE COCAÍNA NA AMÉRICA LATINA info/pt/ ­Colombia>.
Economia: <http://
O motivo, de acordo com um relatório dos EUA, countrymeters.info/pt/
são as fronteiras muito permeáveis. O país é o Colombia/economy>.
segundo maior consumidor da droga no mundo
O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína no mundo e,
muito provavelmente, o maior consumidor de produtos que têm a co-
caína como base, como o crack. É o que diz o relatório do Departamen-
to de Estado dos Estados Unidos sobre as estratégias internacionais de
controle de narcóticos. Segundo o informe, o Governo brasileiro, ape-
sar de estar comprometido com o combate ao tráfico de drogas “não
tem a capacidade necessária para conter o fluxo de narcóticos ilegais

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 13


através de suas fronteiras”. As fronteiras do país são porosas e têm três
vezes o tamanho da linha que separa os Estados Unidos do México,
uma das regiões mais críticas do continente, segundo o relatório.
O documento, que detalha a batalha de cada país do mundo,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
destaca a América Latina pelas dificuldades que a região enfrenta para
controlar a entrada, o comércio e a distribuição das drogas. O Brasil
aparece em todos os relatórios dos países com os quais faz fronteira,
entre eles a Venezuela, o Peru, a Bolívia e a Colômbia, e é responsabili-
zado pela falta de controle e fiscalização. O relatório cita como um dos
pontos positivos a lei do crime organizado (Lei n. 12.850), que pune o
agente que promove, financia ou integra organização criminosa com
3 a 8 anos de prisão e amplia a colaboração entre os níveis municipal,
estadual e federal, como complementar à lei de drogas (Lei n. 12.961),
que já previa prisão entre 5 e 15 anos para pessoas envolvidas com o
tráfico. [...]
A principal rota da droga que sai da Bolívia, Colômbia e do Peru
com destino à Europa, passando pelo oeste da África, é o Brasil. Outro
ponto débil são os rios de fronteira, por onde a droga entra livremente,
cruza o oceano em barcos e contêineres, e chega até os consumidores
europeus.
O relatório destaca como um dos pontos positivos o combate
ao crack nos grandes centros, promovido pela Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas (Senad), que treinou 279 000 profissionais para
trabalhar com essa população em 2013. Atualmente, segundo a Funda-
ção Oswaldo Cruz, há cerca de 370 000 viciados nesta droga no Brasil,
mas o relatório afirma que este número está subestimado, de acordo
com especialistas.
Outro dado citado é um recente estudo da Universidade de São
Paulo sobre quando o usuário teve seu primeiro contato com a maco-
nha. Enquanto em 2006, 40% haviam consumido maconha antes dos
18 anos, em 2012 esse percentual passou para 62%, algo que o De-
partamento de Estado norte-americano interpreta como um proble-
ma. “Apesar dos programas brasileiros se centrarem na conscientiza-
ção sobre o uso de drogas, na redução da demanda e no tratamento,
ainda não são proporcionais ao tamanho da população viciada”, diz um
trecho do informe.
Ao contrário do que acontece no México, o relatório aponta que
não há evidências de que altos funcionários do Governo brasileiro es-
tejam associados a atividades ilícitas relacionadas às drogas.
BORGES, Beatriz. El País, Brasil. 21 set. 2014. Disponível em: <https://brasil.elpais.
com/brasil/2014/09/21/politica/1411333264_428018.html>. Acesso em: 16 jul. 2018.

14 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Com base na leitura do texto anterior e no mapa a seguir sobre os fluxos do narcotráfico na
América, resolva as questões.

AMÉRICA – FLUXOS DO NARCOTRÁFICO

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2016. (Adaptado).

1.
1  Quais países latino-americanos produzem cocaína e maconha?
A produção de coca ocorre no Peru, na Bolívia e na Colômbia, sendo que nesta ocorre também o refino da cocaína. Já a

maconha é produzida no México.

2.
2  Qual é o destino da cocaína colombiana?
Canadá, Estados Unidos, México, Brasil e Europa.

3.
3  Na legenda há um símbolo que indica os centros de “lavagem de dinheiro”, expressão utiliza-
da para designar a simulação de uma operação financeira com o objetivo de justificar valores
obtidos por meios ilícitos ou não declarados, nesse caso, pela venda de drogas. Agora, regis-
tre os países e as respectivas cidades que são centros de lavagem de dinheiro na América.
Estados Unidos: Los Angeles, Houston e Miami; Colômbia: Medellín; Uruguai: Montevidéu. Também há os “paraísos fiscais”

na América Central, como as Bahamas e as Ilhas Virgens Britânicas.

Retome o assunto abordado na unidade 6 – os “paraísos fiscais” da América Central (Bahamas, Ilhas Virgens, Panamá e

Ilhas Cayman).

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 15


4.
4  Quais as consequências do tráfico de drogas para a sociedade? Converse
Atualmente, as drogas
com os colegas sobre o assunto e registre suas conclusões.
são produzidas para o O tráfico de drogas está diretamente relacionado a roubos, latrocínios (assalto à mão armada),
consumo de todos os ní-
veis sociais. O questiona- furtos e homicídios e a outras formas de violência, como a prostituição e a violência doméstica,
mento do ícone é amplo
e pode ser abordado e além de causar problemas sociais e de saúde aos usuários.
aprofundado juntamente

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
com os componentes
curriculares Ciências e
Ensino Religioso. É im-
portante trazer o debate
para a sala de aula com
o objetivo de alertar os
jovens sobre os riscos
do consumo de drogas. Leia o texto a seguir.
Proponha uma pesquisa
sobre os diferentes tipos
de drogas e os motivos
Antes considerada uma droga para ricos, a cocaína hoje
do uso. Indicamos alguns
textos sobre o assunto é usada em favelas de São Paulo, bares de Montevidéu ou
que podem ser lidos e universidades de Bogotá.
debatidos com os alunos:
A droga e seus derivados estão em setores de baixo
<https://super.abril.com.
br/saude/drogas-o-que- nível socioeconômico, classes médias, entre jovens e adultos,
-fazer-a-respeito/> universitários e homens de negócios.
<https://www.estadao.
O consumo de cocaína na América do Sul supera em
com.br/noticias/geral,ve-
ja-como-funciona-a-puni- quatro vezes a média mundial.
cao-por-porte -de-drogas- Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/
-em-10-paises-,1741336> internacional-36682622>. Acesso em: 16 jul. 2018.
<https://www.tuasaude.
com/efeitos-das-drogas/>
Converse com o professor e com os colegas sobre as questões
a seguir:
microclima:
variação local- • O que leva um cidadão a consumir drogas?
mente restrita • Por que a América Latina é a região onde mais cresce o con-
do padrão
climático geral sumo de cocaína no mundo?
em decorrên- • Como é possível lidar com esse problema?
cia de condi-
ções físicas
específicas,
como topogra-
fia, vegetação
e solo. EQUADOR
Você sabia que o Equador é o menor país da América do Sul?
Esse país, cujo litoral é banhado pelo Oceano Pacífico, abrange uma área
de 256 370 km2, e sua população já ultrapassou 16 milhões de habitantes.
O clima predominante é o equatorial, com duas estações bem definidas – seca
e úmida – e ocorrência de oscilações térmicas em virtude de fatores como
altitude e proximidade com a Cordilheira dos Andes ou influência marítima.
Assim, no Equador há a ocorrência de uma série de microclimas, de acordo
com a região.

16 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Grande parte do território desse país situa-se na área de abrangência da Solicite aos alunos
Floresta Amazônica, onde a flora é muito rica. Há também plantas xerófilas, ou que pesquisem
aspectos culturais
seja, que consomem pouca água para sobreviver, encontradas nas savanas e e socioeconômicos
nos bosques ladeando a Cordilheira dos Andes. Há, ainda, nesse país, regiões da população do
de matagais, pantanosas e gramíneas. Os Andes atravessam o território equa- Equador.

toriano de norte a sul.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Pabloborca/iStockPhoto

,
de Tungurahua
ial da província
Vista aérea parc r
s Andes, Equado
na Cordilheira do

Na região litorânea, há atividade agrícola, com destaque para a banana,


o café, o cacau e a cana-de-açúcar. Em Quito e Guayaquil estão instaladas in-
dústrias petroquímicas e de material plástico, as quais exploram o petróleo da
Floresta Amazônica equatoriana.
Na região central estão presentes os vulcões Chimborazo e Cotopaxi.

Vista do vulcão Cotopaxi,


um dos mais perigosos do
planeta. Localiza-se a 60 km
de Quito, capital do Equador.
Demarfa/iStockPhoto

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 17


Leia o texto a seguir, que apresenta informações sobre os vulcões do Equador.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A AVENIDA DOS VULCÕES
Em certos destinos, ruas e avenidas assumem status de atração turística e
atraem visitantes de todas as partes do mundo. [...] Em terras andinas, lojas e monu-
mentos famosos dão lugar a… vulcões.
A partir de Quito, é possível conhecer a cenográfica Avenida de los Volcanes
(Avenida dos Vulcões, em português), uma rota de 300 km de extensão, formada por
uma cadeia montanhosa cortada por 27 vulcões, que podem ser vistos ao longo de
27 rotas turísticas da Serra Central e do norte equatoriano.
Conhecida como o coração dessa avenida natural, a capital do Equador é pon-
to de partida para duas linhas paralelas de vulcões que rasgam as cordilheiras dos
­Andes, de norte a sul, resultado dos choques das placas tectônicas do Pacífico com
as do continente, dando origem ao “Cinturão de Fogo do Pacífico” (ou também “Anel
de Fogo do Pacífico”).
Só para ter uma ideia do poder (de fogo), esse cinturão do norte do Oceano ­Pacífico,
em forma de ferradura, se estende por 40 mil km e inclui também países como Japão,
Nova Zelândia e destinos do Sudoeste Asiático como Tailândia, ­Indonésia e Filipinas.
O nome Avenida dos Vulcões foi dado por Alexander von Humboldt, explorador
alemão que participou de uma expedição com duração de cinco anos, que passou por
países da América do Sul como Equador, Colômbia e Peru.
Conheça os vulcões do Equador
• Cotopaxi: Ícone do Equador, esse vulcão a 60 km de Quito é considerado um dos
mais perigosos do planeta, devido a suas constantes erupções, e está em cons-
tante observação (a primeira estação sísmica permanente a vigiar uma formação
como essa, na América do Sul, foi instalada na região, em 1976). Com um diâmetro
de 20 km e a 5 897 metros sobre o nível do mar, o que lhe deu o título de um dos
vulcões ativos mais altos do mundo, o Cotopaxi é uma das atrações mais famosas
do Equador e uma das atrações do Parque Nacional Cotopaxi, uma área de mais de
32 mil hectares, na Sierra Central.
• Pichincha: Com Quito aos seus pés, esse vulcão possui vários picos que re-
cebem diferentes nomes como o Guagua Pichincha, uma formação rochosa de
13 km de diâmetro, a 12 km da capital do Equador.
Os menos preparados fisicamente contam com uma ajudinha. O Teleférico possui
cabines que fazem um percurso de 2,5 km e levam passageiros, em 10 minutos,
a mais de 4 mil metros de altura, no cerro Cruz Loma, de onde se tem vista pano-
râmica de Quito e de vulcões locais como o Cotopaxi, Rucu Pichincha, Cayambe
e Rumiñahui. [...]

18 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


PROIBIDA A REPRODUÇÃO
PatricioHidalgoP/iStockphoto
Vulcão Pichincha, em Quito, Equador

• Chimborazo: Considerado o mais alto dos Andes do Norte e lo-


calizado no extremo sudoeste da Avenida de los Volcanes, esse
vulcão a 150 km de Quito está a 6 268 metros sobre o nível do
mar, o mais alto do Equador. Foi ali que Alexander von Humboldt
tentou realizar uma escalada até seu topo, cuja empreitada teve
que ser abandonada a 5 875 metros, devido ao ar rarefeito.
• Sangay: Considerado um dos mais ativos do Equador, o último
vulcão ao sul do país, no parque nacional de mesmo nome, está
a 5 230 metros sobre o nível do mar e seu nome em língua quí-
chua quer dizer “aterrorizar”. Com um diâmetro que varia de 10
a 12 km, esse vulcão ativo está praticamente isolado no sul do
país e sem povoados próximos.
• Cayambe: O mais difícil e perigoso para escaladores, esse vul-
cão a 5 790 metros sobre o nível do mar fica a 60 km ao norte
de Quito. Considerada a única montanha nevada que é cortada
pela linha equatorial, com latitude de 0º, a atração oferece vista
da Avenida de los Volcanes e seu topo pode ser alcançado em
(longas e cansativas) 7 horas, na Província de Pichincha.
• Imbabura: Conhecido por sua formação principal e rodeado por
vulcões menores, esse vulcão composto está a 4 621 metros
sobre o nível do mar. Localizado próximo a Otavalo, a 90 km de
Quito, esse vulcão extinto pode ser visitado em uma caminhada
exigente que dura, aproximadamente 7 horas, entre ida e volta.
VIAGEM em pauta. 26 jan. 2016. Disponível em: <http://viagemempauta.
com.br/2016/01/27/avenida-dos-vulcoes/>. Acesso em: 21 jun. 2018.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 19


Solicite a pesquisa dos seguintes tópicos para enriquecer o relatório:
A localização do arquipélago de Galápagos.
O número aproximado de ilhas que o formam.
O fenômeno natural que deu origem às ilhas.
Como se constitui a biodiversidade do arquipélago e a relação da
Unesco com ele.
Nesse momento procure trabalhar de forma interdisciplinar com o
professor de Ciências, a respeito da teoria evolucionista de Darwin.
O Arquipélago de Galápagos está in-
Nastenkin/iStockPhoto

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
serido no território equatoriano e foi palco
de estudos para o cientista Charles Darwin,
em sua teoria sobre a origem e evolução das
espécies. Assista ao vídeo A viagem Perdida
de Darwin, disponível no canal do National
Geographic no Youtube, em: <https: //www.
youtube.com/watch?v=O2qvPeqJdv0>,
para conhecer mais sobre esse conjunto de
ilhas e sobre os estudos de Darwin. Depois,
A iguana-marinha é uma das elabore um relatório sobre o documentário
muitas espécies encontradas no
Arquipélago de Galápagos, Equador. no caderno.

CHILE REGIÕES DO
REGIÕES DO CHILE
CHILE
PERU
É o país mais desenvolvido da ­América Arica !
Andina, apesar de sua forma geográfica ser Iquique !
BOLÍVIA

uma estreita e longa faixa de terra entre o


Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes. 23º 27' 30"
Trópico de Capr
icórnio
Antofagasta !

Sua população total já ultrapassou os 18 mi-


lhões de habitantes.
O território chileno tem cerca de La Serena !

76 950 km2 e pode ser dividido em três re- 30º

giões: Norte, Centro e Sul, em virtude de Valparaíso !


^Santiago
sua extensão territorial e variação climática.
ARGENTINA
Concepción !

Sobre a delimitação do território chileno, leia o texto


disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/
Osorno !
Revista/Common/0,,EMI125496-17798,00-POR+ Valdívia ! ! Puerto Montt
OCEANO
QUE+O+ C­ HILE+E+TAO+COMPRIDO+E+FINO.html>. PACÍFICO

45º

OCEANO
ATLÂNTICO

Punta Arenas !

90º 75º 60º

Norte ^ Capital ! Cidade principal

Centro 0 334 km 668 km

Sul Escala aproximada

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar.


Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

20 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


NORTE
Apresenta clima árido e semiárido. Nessa região localiza-se o Deserto do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Atacama, que possui jazidas de cobre, prata, zinco, ferro, ouro e manganês.
São praticadas a vinicultura, a agricultura de subsistência, a pecuária de corte e
a pesca comercial.

Vista
panorâmica
do Deserto do
Atacama e sua
biodiversidade
Filipefrazao/iStockPhoto

CENTRO
O clima temperado nessa região favorece a agricultura (cereais, horticul-
tura e frutas). A cidade de Santiago é a capital do país e concentra um terço da
população chilena, ou seja, 6 milhões de habitantes.

Vista
panorâmica
da cidade de
Santiago, capital
do Chile
JeremyRichards/iStockPhoto

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 21


SUL
Apresenta clima frio e úmido. Nessa região, formada por ilhas, lagos e
fiordes, são praticadas a pecuária intensiva e a vinicultura.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Vista parcial
de fiordes na
Patagônia, no
Chile – América
Andina

fiordes: corre-
dores estreitos
e profundos em
um litoral alto,
cavados pela

IvanKonar/iStockPhoto
erosão glaciá-
ria, de paredes
abruptas e
invadidos pelo
mar.

Leia o texto e responda às questões propostas.

COMO O CHILE SE TORNOU O MELHOR


PAÍS DA AMÉRICA LATINA
Modelo econômico de mercado e programas de
bem-estar social ajudaram a elevar a qualidade de
vida dos chilenos a patamar pouco comum no continente

Em 2018, o Chile comemora 30 anos do plebiscito que pôs fim à


ditadura de Augusto Pinochet. [...]
Quando Pinochet deixou o poder, o PIB per capita chileno, conside-
rando a paridade do poder de compra, era inferior até mesmo ao brasileiro:
4.589 dólares anuais contra 6.686 dólares no Brasil. Três décadas depois, o
valor chileno quintuplicou, tornando-se o mais alto da América Latina – o do
Brasil, em ritmo muito mais lento, pouco mais que dobrou. Hoje, segundo

22 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


dados do Banco Mundial, nosso PIB per capita bate em 15.153 dólares
anuais, contra 23.960 dos chilenos. Não é só nisso que o país andino lidera:
o Chile também possui o mais alto Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) da região. Ocupa hoje o 38.º lugar mundial, à frente de membros da
União Europeia como Portugal e Hungria, contra a 79.ª posição ostentada

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pelo Brasil, que fica atrás de países como Albânia e Azerbaijão.
A busca dos governos democráticos por conciliar um modelo eco-
nômico de mercado com a reabertura de programas de bem-estar social
ajudou a elevar a qualidade de vida dos chilenos a um patamar pouco
comum no continente. Medidas fiscais responsáveis e pragmatismo na
hora de usar os recursos públicos ajudam a compreender o caminho tri-
lhado pelo Chile desde o final da ditadura. [...]
Nas quase três décadas desde a redemocratização, o Chile conse-
guiu manter o crescimento econômico constante e a inflação controla-
da, reduzindo o abismo social herdado do regime militar através de um
aumento dos investimentos sociais.
Desde o início dos anos 2000, o governo chileno tem se valido de
uma política econômica “anticíclica”, que busca deixar os gastos públi-
cos menos atrelados às volatilidades do mercado, especialmente em
relação aos preços do cobre: dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal
chilena, os gastos públicos são mantidos sem grandes alterações nos
pragmatis-
momentos em que o mercado é favorável, para que o governo tenha mo: sensatez,
recursos para seguir ampliando os investimentos sociais na época de praticidade,
objetividade.
vacas magras. Isso evita que um boom eventual seja utilizado para ga- volatilidades:
nhos políticos de curto prazo, gerando rombos para as administrações inconstâncias,
mudanças.
futuras, como ocorreu no Brasil. [...]
Alguns dos legados mais controversos da ditadura ainda não fo-
ram totalmente revisitados. A previdência social chilena, desde o início
da década de 80, abandonou o modelo público e passou a adotar um
sistema privado, em que cada trabalhador deposita o dinheiro em um
fundo individual ao longo da sua carreira.
A ideia era evitar o problema dos fundos públicos, que se tornam
insustentáveis conforme a idade média da população aumenta e há me-
nos trabalhadores ativos contribuindo. No longo prazo, o excesso de
informalidade no mercado de trabalho rendeu uma “poupança” que,
hoje, paga aos aposentados um valor inferior ao salário mínimo nacio-
nal: segundo estudo da Fundação Sol, divulgado em 2015 com base
em dados da Superintendência de Pensões do governo, quase 91% da
população recebia valores inferiores a 150 mil pesos mensais (cerca de
R$ 790) em um país em que o salário mínimo atualmente supera com
sobras o brasileiro e chega aos 276 mil pesos (R$ 1.452).

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 23


Outro ponto ainda debatido fortemente é a questão da educa-
ção, que teve a gratuidade abolida durante a ditadura – mesmo nas
universidades públicas, hoje, a maioria dos estudantes paga mensa-
lidades. O alto custo dos cursos tem gerado protestos estudantis há
mais de uma década, exigindo maior investimento público no ensino.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Desde o final da ditadura, os governos têm trabalhado no senti-
do de facilitar o acesso da população mais pobre, aumentando os
subsídios: entre 1990 e 2015, a porcentagem do PIB investida na
educação quase dobrou, passando de 2,5% para 4,7%
do orçamento anual. A medida mais importante no
sentido de modificar a herança da ditadura foi toma-
da no último dia 24 de janeiro, quando o Congres-
MikhailMishchenko/iStockPhoto

so chileno enfim aprovou a lei que restabelece a


gratuidade das universidades estatais.
“A transição para a democracia vem sen-
do um processo longo e difícil”, resume ­Sebastián
Cox. “Mas não houve retrocessos e nem retornos.
Hoje, atrevo-me a afirmar que temos reservas de
valor, vivemos experiências, conhecemos boas práti-
cas e cada vez mais buscamos uma sociedade mais
justa e verdadeiramente democrática”. [...]
BRUM, Maurício. Gazeta do Povo. 20 fev. 2018. Disponível
em: <https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como-o-chile-se-tornou-o-melhor-
pais-da-america-latina-3cevn7t81qhsopb0ff43iiofu>. Acesso em: 22 jun. 2018.

1.
1  De acordo com o texto, que medidas tomadas pelo governo
chileno ajudaram a melhorar a qualidade de vida da população?
E em quais áreas o governo tem desafios a superar?
As medidas tomadas pelo governo foram: reabertura de programas de bem-estar so-

cial, medidas fiscais responsáveis e controle dos recursos e gastos públicos.

Os desafios a serem superados estão nas áreas da previdência – que, por causa do

sistema privado, paga aos aposentados menos do que o salário mínimo nacional – e

da educação, especialmente no ensino superior, que precisa de mais investimentos

públicos e do retorno da gratuidade nas universidades públicas, para ser acessível a

mais cidadãos chilenos.

24 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


2.
2  Em sua opinião, as medidas adotadas pelo governo chileno po-
deriam gerar resultados semelhantes no Brasil?
Resposta pessoal.

Espera-se que o aluno responda que sim, porém, é importante promover uma reflexão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a respeito da realidade dos dois países. Questione-os sobre como o governo brasileiro

poderia aumentar os investimentos em programas de bem-estar social e controlar os

gastos e recursos públicos.

Acesse a reportagem sobre o assunto disponível em: <https://www.gazetadopovo.


com.br/mundo/chile-e-1-pais-da-america-latina-a-ficar-livre-de-visto-para-os-eua-
eamu 9ke89t403acf0j18mv5fy>.
Informações detalhadas sobre o programa de isenção de visto do governo americano, o The
Visa Wainer Program, estão disponíveis em: <http://vagaspelomundo.com. br/vistos-e-au-
torizacoes/2018/01/descubra-quais-sao-os-38-paises-que-entram-nos-eua -sem-visto/>.

O Chile é o primeiro país da América Latina a ficar livre de visto


para os EUA. Só 37 países do mundo, em sua maioria europeus, têm
esse regime especial de vistos nos EUA. Depois dos atentados de 11
de setembro de 2001, os países que fazem parte do programa preci-
sam aceitar uma série de normas americanas de segurança.
Por que a isenção foi concedida aos cidadãos chilenos e não aos
brasileiros? Pesquise e converse sobre o assunto com os colegas e o
professor e registre as conclusões.
Resposta pessoal.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 25


PERU
O território peruano tem área de 1 285 220 km2. Dentre os 32 milhões de
peruanos, quase metade é indígena. A maioria dessa população habita a região
costeira do país, nas cidades de Lima (capital), Piura, Callao e Trujillo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Azureus70/iStockPhoto
Vista aérea de Lima, capital do Peru

O país destaca-se no cultivo de arroz e milho na região litorânea; na ativi-


dade pesqueira, também no litoral; na extração de prata, zinco, cobre e estanho
na Cordilheira dos Andes; na extração de madeira, látex, plantas medicinais e
petróleo na Floresta Amazônica peruana.
Assim como na Colômbia, o combate ao narcotráfico representa um de-
safio a ser superado pelo governo peruano.

Informe que Machu Picchu foi construída no século XV e que


provavelmente é o símbolo mais representativo do Império Inca,
devido à sua localização original e características geológicas.
Cerca de 30% da cidade é de construção original, sendo que o
restante foi reconstruído.

Machu Picchu, também chamada “cidade perdida dos Incas”, é


uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma
montanha, a 2 350 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, Peru.
Assista ao documentário Machu Picchu – Uma cidade nas nuvens, dis-
ponível em <https://www.youtube.com/watch?v=obbOOPKe34s>, para
conhecer um pouco mais sobre uma das civilizações pré-colombianas
da América Latina.

26 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Em janeiro de 2018, o Papa Francisco participou de um encontro

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
com indígenas no Peru, onde ouviu os povos Harakbut e Awajún, que
representaram no evento a luta, a resistência, o saber e a cultura de
todos os povos indígenas. Eles também denunciaram o sofrimento a
que os povos vêm sendo submetidos com a exploração dos recursos
naturais, como o desmatamento, a mineração e as companhias petro-
leiras. Ao final do encontro o Pontífice alertou: “a ganância do homem
está destruindo o habitat dos povos da Amazônia e do planeta”.
Para aprofundar seus
1.
1  Você concorda com esse alerta? conhecimentos, acesse
o artigo disponível
2.
2  Os povos indígenas brasileiros sofrem situações semelhantes às em: <http://www.
dos povos indígenas peruanos? Em sua opinião, os povos indíge- indiosonline.net/os_
nas estão passando atualmente por um processo de transformação direitos_dos_povos_
indigenas_na_atual/>.
­sociocultural? Por quê?

BOLÍVIA
O país apresenta uma área de 1 098 581 km2, com uma população de mais
de 11 milhões de habitantes. O território boliviano faz parte da Cordilheira dos
Andes e divide-se em Cordilheira Ocidental e Oriental, com destaque para o
­Altiplano da Bolívia (um planalto de aproximadamente 3 500 metros de altitude),
onde estão situadas as cidades de La paz, Oruro, Cochabamba, Potosí e Sucre.

altiplano:
­planalto.
Saiko3p/iStockPhoto

La Paz,
leférico de
Vista do te lív ia
eral da Bo
capital fed

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 27


As atividades econômicas de maior destaque no país são: a extração mi-
neral (estanho, prata, zinco e chumbo); a pecuária extensiva, na região fronteiriça
com o Paraguai, conhecida como Chaco; a agricultura de subsistência, que cul-
tiva café, batata, trigo e cana-de-açúcar; a exportação de petróleo e gás natural.
O gás natural da Bolívia abastece principalmente o Brasil, por meio do
­Gasoduto Bolívia-Brasil, também conhecido como Gasbol, com 3 150 km, sen-
do 2 593 deles em território brasileiro. Ele começa na localidade boliviana de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Rio Grande, 40 quilômetros ao sul de Santa Cruz de La Sierra e termina em
Porto Alegre, corta os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa
­Catarina e Rio Grande do Sul, passando por mais de 4 mil propriedades locali-
zadas em 137 municípios.
As empresas transnacionais em território boliviano passaram por um pro-
cesso de estatização, dificultando as negociações com a Petrobras (responsá-
vel pela extração e transporte do gás natural) e o abastecimento para o Brasil,
além de aumentar o preço do produto.

A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) é proprietária e


operadora, em solo brasileiro, do Gasoduto Bolívia-Brasil. Observe o mapa.

GASODUTO BOLÍVIA-BRASIL
GASODUTO BRASIL-BOLÍVIA
MT
BOLÍVIA
Santa Cruz de la Sierra TO BA
!
Corumbá MG
!
BRASIL Belo Horizonte
MS ! ES
20º ! Três Lagoas
Campo Grande !
!
Rio Grande SP
Juiz de Fora ! RJ ! Campos
Campinas !
pico de Capricór
nio PARAGUAI São Paulo !
!
Rio de Janeiro
23º 27' 30" Tró ! Santos
CHILE PR
Curitiba !

MG
SC ! Paulínia
Florianópolis !

RS SP Jacareí
ARGENTINA !
Porto Alegre ! Guararema !
30º São Paulo !
OCEANO
ATLÂNTICO !
Santos
URUGUAI
70º 60º 50º 40º
! Principais cidades
Gasoduto Bolívia-Brasil 0 202 km 404 km
Gasoduto existente
Escala aproximada
Interligação Paulínia-Guararema

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

28 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


1.
1  Descreva o trajeto do Gasoduto Bolívia-Brasil, desde a cidade de Rio
Grande, na Bolívia, até Porto Alegre, no Brasil.
O trajeto inicia na cidade de Rio Grande, depois passa por Santa Cruz de La Sierra, em territó-

rio boliviano. Em território brasileiro, passa por Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas no Mato

Grosso do Sul, em Campinas e na capital do Estado de São Paulo, depois por Curitiba, no Paraná,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Florianópolis, em Santa Catarina e termina em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

2.
2  Por quais regiões brasileiras passa o gasoduto Bolívia-Brasil?
Passa pelas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Fatores políticos, como as transições de governo podem influenciar essa questão, por isso
é necessário realizar a pesquisa sobre a situação atual. Sugerimos algumas reportagens
sobre o tema:
<https://br.sputniknews.com/sputnik_explica/2018020110413999-o-que-representa
-Bolivia-brasil-impasse-renovao-acordo-gas/>
<https://oglobo.globo.
com/economia/petro-
bras-reduz-compra-de-
-gas-da-bolivia-para
-45-do-total-contrata-
Releia:
do-20931973>
<http://www.semagro.
ms.gov.br/brasil-e-
As empresas transnacionais em território boliviano -bolivia-discutem-
passaram por um processo de estatização, dificultando as -fornecimento-de-gas
-natural-em-encontro-em-
negociações com a Petrobras (responsável pela extração e -campo-grande/>
transporte do gás natural) e o abastecimento para o Brasil,
além de aumentar o preço do produto.

Pesquise informações sobre a atual situação do contrato de for-


necimento de gás natural entre Brasil e Bolívia. Depois, converse com
os colegas sobre esta questão: Atualmente, a importação de gás natu-
ral da Bolívia é economicamente vantajosa para o Brasil?

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 29


1.
1  Acesse o site do IBGE <http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php> e com-
plete a tabela com os dados socioeconômicos sobre os países andinos.

PIB Expectativa

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
População
País Capital IDH per capita de vida
Total
(em dólares) (em anos)

Venezuela Caracas 31 108 083 (2016) 0,762 (2016) 11.069 (2016) 74,2 (2016)

Colômbia Bogotá 48 228 704 (2016) 0,72 (2016) 6.056 (2016) 74 (2016)

Equador Quito 16 144 363 (2016) 0,732 (2016) 6.205 (2016) 75,9 (2016)

Peru Lima 31 376 670 (2016) 0,734 (2016) 6.069 (2016) 74,6 (2016)

Bolívia La Paz 10 724 705 (2016) 0,662 (2016) 3.077 (2016) 68,3 (2016)

Chile Santiago 17 948 141 (2016) 0,832 (2016) 13.416 (2016) 87,7 (2016)

Relembre os 2.
2  Com base na tabela da questão anterior, elabore um texto de no máximo
conceitos de Índice
de Desenvolvimento 10 linhas sobre os aspectos socioeconômicos dos países andinos, desta-
Humano e dos cando o país que apresenta os melhores dados.
indicadores
Verifique a coerência dos textos elaborados pelos alunos. Na tabela fica comprovado que o Chile
socioeconômicos
PIB per capita e é o país mais desenvolvido entre os países andinos, destacando-se no IDH, no PIB per capita e na
expectativa de vida.
expectativa de vida.

30 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


3.
3  Com base na tabela da questão 1, construa um gráfico sobre o Índice de
Desenvolvimento Humano dos países andinos.

América Andina – IDH 2016

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
0,8

0,6

0,4

0,3

0
Venezuela Colômbia Equador Peru Bolívia Chile

Venezuela 0,762
Colômbia 0,72
Equador 0,732
Peru 0,734
Bolívia 0,662
Chile 0,832

4.
4  Qual a localização das atividades agrícolas no Equador? Quais cultivos se
destacam no território equatoriano?
A atividade agrícola ocorre na região litorânea, com destaque para o cultivo de banana, café, cacau

e cana-de-açúcar.

5.
5  Por causa de qual aspecto físico-natural afirma-se que a Colômbia tem
uma posição geográfica privilegiada na América? Qual a vantagem em
relação ao aspecto em questão?
Porque tem ligação com dois oceanos, o Pacífico e o Atlântico, o que facilita o comércio externo.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 31


6.
6  Analise o mapa e resolva as questões propostas.

VENEZUELA––ATIVIDADES
VENEZUELA ATIVIDADES ECONÔMICAS
ECONÔMICAS
MAR DAS ANTILHAS
(MAR DO CARIBE)
!
Coro

!
Maracaibo
n Caracas
^
10º ! Cumana

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Tucupita !

! San Cristobal
n n !
!
Ciudad Guayana

Ciudad Bolívar

#
* #
*
$
+
GUIANA

COLÔMBIA
$
+

BRASIL

70º 65º 60º


#
* Bauxita Agricultura comercial ^ Capital ! Cidade principal
de produtos tropicais
$
+ Ferro
Agricultura primitiva
Gás natural de subsistência 0 133 km 266 km

$
+ Ouro Criação extensiva de gado
Escala aproximada

n Petróleo Floresta

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

a) Sobre a localização da Venezuela no continente americano, registre:


• a capital: Caracas.
• os países americanos com que faz fronteira: Colômbia, Guiana e Brasil.

• entre quais paralelos se situa: Equador e Trópico de Câncer.


• por qual oceano e/ou mar é banhada: Oceano Atlântico e Mar das Antilhas.
b) Quais são as atividades econômicas desenvolvidas nesse país? Qual
delas constitui a base da economia desse país?
As atividades desenvolvidas são: extração mineral, criação extensiva de gado, agricultura pri-

mitiva de subsistência e a agricultura comercial de produtos tropicais. A principal atividade

econômica é a exportação de petróleo.

c) Em quais cidades venezuelanas é desenvolvida a criação extensiva


de gado?
Em Ciudad Bolívar, Cumana, Ciudad Guayana, Coro e Maracaibo.

32 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


77 
. Quais critérios são levados em consideração na regionalização do territó-
rio chileno? Cite as regiões e as respectivas características.
Os critérios levados em consideração na regionalização do território chileno são a extensão territo-

rial e a variação climática. São três regiões: Norte – apresenta clima árido e semiárido, é onde se

localiza o Deserto do Atacama; Centro – clima temperado que favorece a agricultura; e Sul – clima

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
frio e úmido, formado por ilhas, lagos e fiordes.

América Platina
O que o Paraguai, o Uruguai e a Argentina têm em comum em relação
aos aspectos hídricos?
Eles são banhados pelos rios integrantes da Bacia do Prata ou Platina,
por isso esses países são chamados de países platinos. Apesar de o Brasil e a
Bolívia terem uma pequena porção de seus territórios banhados por esses rios,
eles não foram considerados países platinos na regionalização.
Observe a localização da Bacia Platina no mapa a seguir.

BACIA
BACIA PLATINA
PLATINA

Bacia platina
co
Orino
Rio

0º Equador Rio Negr


o
on a s
Solimõ m az
Rio es Rio A

a
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d
Ma

Ri o
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Rio Aragu
Rio Uc a

cisco
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Paranaíba
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Rio
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Ri
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BRASIL Rio Grande
Pi Rio
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PA

om
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R

ico de Capr Rio


á

o
30" Tróp
AG

ran

23º 27' er
Rio Pa
V

m
UA

elh Rio Ig u açu


Rio

o
I
Sal a

ai
o
u
d

rug
Rio U

ARGENTINA
30º
Rio URUGUAI
da
Pra
ta
Rio
Sal a

OCEANO
o OCEANO
d

PACÍFICO
ATLÂNTICO

0 650 km 1300 km

Escala aproximada

90º 60º 30º

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 33


A Bacia Platina foi fundamental para a criação do Mercosul (Mercado
Comum do Sul), pois na atualidade os países utilizam os rios dessa bacia como
vias de transporte para comercializar seus produtos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Mercosul: blo-
co econômico,
criado em 26
de março de
1991, com o
Tratado de As-
sunção, entre
Brasil, Argen-
tina, Paraguai
e Uruguai. Ele

Elxeneize/iStockPhoto
segue o mo-
delo da União
Europeia, pois
ta no Puerto
se estabeleceu Trecho do Rio da Pra
Bu en os Aires, Argentina
uma zona de Madero, em
livre-comér-
cio entre os
países-mem-
bros, onde não
PARAGUAI
há cobrança
Na Guerra do Paraguai, esse país perdeu terras para o Brasil e para a
de tarifas de
importação (ou Argentina, e na Guerra do Chaco conquistou terras bolivianas. Atualmente seu
as tarifas são território tem uma área de 406 752 km2.
reduzidas).
A população de quase 7 milhões de habitantes está distribuída de forma
desigual pelo país, que é dividido em duas regiões, a Oriental e a Ocidental, que
têm como fronteira natural o Rio Paraguai.

PARAGUAI
REGIÕES – DIVISÃO
DO PARAGUAI REGIONAL
Região Ocidental: é a região BOLÍVIA
do Chaco, que tem como 20º ! Major Pablo Lagerenza ^ Capital
principal atividade econômica
Cidade principal
o extrativismo vegetal do
!

BRASIL
quebracho-vermelho. Ao norte
dessa região é praticada a
pecuária extensiva e o cultivo
de algodão, pois essa porção
REGIÃO
territorial é banhada pelos OCIDENTAL Pedro Juan Caballero !
rios Paraguai e Pilcomayo.
23º 27' 30" Trópico de Capricórnio ! Concepción
a r ag uai

REGIÃO
Região Oriental: é onde ORIENTAL
oP

25º
Ri
estão as principais atividades ^Assunção
! Coronel Oviedo
econômicas do país, pois o ARGENTINA Cidade !
! Fernando de La Moura de Leste
clima é tropical úmido, que
favorece a extração vegetal ! Caazapa

(madeira e erva-mate), a 0 124 km 248 km


pecuária bovina, o cultivo de Escala aproximada
Rio Para Encarnación
cereais, algodão e tabaco. ná
!
60º 55º

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

34 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


O Paraguai apresenta uma economia de base primária e industrialização
muito limitada. A entrada de brasileiros no Paraguai, muitos como proprietários
de terras, tornou o país um exportador de soja, além de produzir outros gêneros
agrícolas tropicais como o algodão e o tabaco. A pecuária é desenvolvida nas
savanas, na porção oeste. Também realiza atividades extrativas vegetais como
de erva-mate e do tanino. O turismo está ligado à atividade comercial, especial-
mente na fronteira com o Brasil e a Argentina. A construção de usinas hidrelétri-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cas em parceria com o Brasil (Itaipu) e a Argentina (Iaciretá) permitiu ao Paraguai
também se tornar um exportador de energia elétrica excedente no país.

Vista da barragem da usina hidrelétrica de Diegograndi/iStockPhoto

Itaipu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai

Para mais informações sobre os taninos, leia o artigo disponível


em: <http://cadernodefarmacia.blogspot.com/2015/05/
extracao-e-caracterizacao-de-taninos.html>.

TANINO
Composto presente na proteína vegetal que atua como mecanismo de
defesa das plantas. É abundante em folhas e frutos verdes, que ainda não estão
com a maturação completa. O tanino presente em uvas é muito importante na
produção de vinhos. No Paraguai, o tanino é extraído principalmente do quebra-
cho, árvore cuja madeira é rica nessa substância. Em virtude de suas proprie-
dades, como a adstringência, o tanino é usado em diversas indústrias, como
farmacêutica, química, de curtume, de tintas, entre outras.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 35


CRUZAR A PONTE DA AMIZADE REVELA
SEMELHANÇAS ENTRE BRASIL E PARAGUAI

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Num dia chuvoso o cenário muda: da Ponte da Amizade, sentido Brasil-
-Paraguai, uma ilha aparece na paisagem do lado direito. Do lado esquerdo, no
sentido oposto, trânsito. Um engarrafamento para paulistano nenhum botar
defeito. [...]
Seu Fernando, taxista, diz: “Os paraguaios, costumam fazer compras no
Brasil. Eles preferem os produtos brasileiros. E isso não é nada. Passar para o
Brasil, às vezes, demora duas, três horas”. As vans que circulam são bastante
deterioradas. Segundo o taxista, vindas da Europa para serem jogadas no Ocea-
no Pacífico, na costa do Chile. “Os paraguaios acabaram comprando”, diz ele.
A bela paisagem logo fica para trás. Passamos pela ponte com uma câ-
mera de vídeo, um laptop, um tripé e um gravador digital no carro. Por orienta-
ção do taxista, fiz uma declaração dos equipamentos na Receita Federal, ainda
do lado brasileiro. Pergunto: “Já estamos no Paraguai?” “Ciudad del Este”, res-
ponde o taxista. “Assunção fica a 300 km daqui”, relata.
[...] Se não fosse pelos letreiros em espanhol, a impressão é de que você
continua no Brasil. Todo mundo entende o português e o real é aceito em qual-
quer estabelecimento formal ou informal. As centenas de vendedores ambulan-
tes também aceitam. Eles são homens, mulheres, crianças e adolescentes de
todas as idades e tamanhos. Em comum, a nacionalidade paraguaia.
Um real vale 3.000 guaranis, a moeda local. Pela rua tem de tudo. É só
deixar o prédio de cinco andares que funciona como estacionamento para [en-
contrar] os milhares de turistas, a maioria, brasileiros. Todos em busca de pre-
ços mais baixos em diversos produtos vendidos em Ciudad del Este.
Nas calçadas, muitas barracas. Gente se esbarrando. Roupas, artigos espor-
tivos, óculos, eletroeletrônicos, bebidas, perfumes, relógios e comida. “Eu prefiro
a 25 de Março”, diz Karina Roque, 43, professora de Limeira, interior de São Paulo,
lembrando do maior centro de comércio popular da capital paulista. “Só que venho
para cá uma vez por ano”, conta.
Outra semelhança: motos. Muitas motos, desde a ponte. A qualidade
dos veículos do transporte público é péssima. O número reduzido de placas de
sinalização também contribui para as buzinas aumentarem.
Além do comércio de rua, muitas lojas. Chineses, coreanos e árabes são
proprietários. Alguns moram no Brasil, em Foz do Iguaçu, e faturam no país,
que mais parece um bairro da cidade vizinha. É o caso do empresário libanês
Mohamed Elsayed. Há 23 anos ele tem uma loja de equipamentos eletrônicos
em um shopping de Ciudad del Este.

36 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Ele conta que até tentou levar o negócio para a vizinha Foz do
Iguaçu, mas não deu certo. “Aqui é mais fácil. O Brasil tem muitos
impostos”, diz. “Só não me sinto seguro aqui”, conta, ao recusar ser fo-
tografado. Na loja, um pen drive de 1G custa R$ 12. Um notebook com
gravador de DVD sai por R$ 1.350. No Brasil, há produtos equivalentes

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
por R$ 50 e R$ 3.500, respectivamente, diz o empresário.
Questionei alguns brasileiros sobre o que achavam do lugar e
dos paraguaios. Todos reclamaram da cidade. “O nível salarial e cultu-
ral aqui é bem diferente”, disse a empresária Itamara Matiello, 38, de
­Medianeira, interior do Paraná. “Venho sempre que posso para com-
prar de tudo. Roupas, tênis e perfumes”, conta.
Voltamos para Foz do Iguaçu. O congestionamento já havia aca-
bado na Ponte da Amizade. No carro, o mesmo equipamento declara-
do na Receita brasileira. Nada. Nenhuma abordagem de autoridades
paraguaias ou brasileiras. Só uma advertência “gestual” para o seu
Fernando. Parou na aduana paraguaia para a reportagem fotografar a
fila de vans velhas, estacionadas a poucos metros dali. Nem pareceu
que tínhamos saído do Brasil.

ValterCunha/iStockphoto
Ciudad del Este (Paraguai)

Foz do Iguaçu (Brasil)


da Amizade,
Vista aérea da Ponte
açu , no Brasil,
que liga Foz do Igu
da d de l Es te, no Paraguai
a Ciu

PINHEIRO, Diogo. UOL Notícias. Disponível em: <http://noticias.


uol.com.br/ultnot/especial/2008/eleicaoparaguai/2008/04/19/
ult5851u16.jhtm>. Acesso em: 22 jun. 2018. (Adaptado).

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 37


1.
1  Identifique as semelhanças entre o Paraguai e o Brasil, de acor-
do com o texto.
As semelhanças são: congestionamento no trânsito, presença da língua portuguesa na

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cidade, o real é aceito em quase todos os estabelecimentos comerciais, há vendedores

ambulantes de todas as idades, há muitas motos e carros nas ruas, o transporte público

é precário e faltam placas de sinalização.

2.
2  Existe uma cota de compras no Paraguai, que é de 300 dóla-
res por pessoa. Muitos turistas não a respeitam, não pagam os
impostos sobre o valor excedido e passam ilegalmente com as
mercadorias. Por que isso acontece? Essa situação é um proble-
ma para o governo paraguaio? Justifique a resposta.
Isso acontece principalmente pela falta de fiscalização por parte de autoridades brasi-

leiras e paraguaias. É um problema para o governo e toda a população paraguaia, pois

com a falta de pagamento de impostos sobre os produtos, que passam ilegalmente

pela alfândega, o governo deixa de receber valores que poderiam ser investidos na

educação e, principalmente, na saúde.

Proponha aos alunos uma reflexão: Como analisar a atitude humana quando há uma

contravenção, ou seja, uma transgressão da lei?

ARGENTINA
É o segundo maior país da América Latina, com 2 780 272 km2 de área.
Sua população é de cerca de 44 milhões de habitantes.
A Argentina está entre a Cordilheira dos Andes, a oeste, e o Oceano
Atlântico, a leste. Faz fronteira com Paraguai e Bolívia ao norte, Brasil e Uruguai
a nordeste e com o Chile a oeste e sul.
Para melhor compreender a organização espacial desse país, observe a
divisão regional no mapa a seguir.

38 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


ARGENTINA – DIVISÃO REGIONAL

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

Entre as regiões apresentadas no mapa, a que mais se destaca é o Pampa,


onde se localiza a capital Buenos Aires. Nessa região, o clima temperado úmido
e a abundância de água favorecem os cultivos, fazendo com que tenha o maior
centro agrícola de cereais (trigo, aveia, milho e girassol) e mais da metade do
rebanho de gado bovino da Argentina. Também apresenta muitas indústrias
(alimentícias, têxteis, mecânicas, siderúrgicas, automobilísticas, entre outras), o
que resulta em maior concentração populacional nas cidades de Rosário, Santa
Fé, Córdoba, Mar del Plata e Buenos Aires.
A Argentina apresenta a economia mais complexa da América Latina. Na
região do Chaco, são produzidos gêneros tropicais (cana-de-açúcar e algodão),
além das atividades extrativas e da pecuária. Na Patagônia, destacam-se a cria-
ção de ovinos, cultivos irrigados e a produção de petróleo e gás. Na porção oes-
te, junto aos Andes, destacam-se as oliveiras e as videiras, além da extração de
carvão e petróleo.
Entre os rios Paraná, Iguaçu e Uruguai está a região da Mesopotâmia,
com produção de arroz, erva-mate, algodão e tabaco.
O turismo também é destaque em diversas cidades, como Córdoba,
Mendoza, Bariloche, Salta, Ushuaia, além da capital Buenos Aires, que atrai
turistas com interesse cultural em virtude dos famosos cafés, livrarias e as tra-
dicionais apresentações de tango.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 39


Paisagem
das videiras
na região da
Patagônia, na
Argentina

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Pawopa3336/iStockPhoto
OS SETE CUMES – MONTE ACONCÁGUA
O monte Aconcágua – Sentinela de Pedra – tem 6 962 metros de
altitude, e é simultaneamente o ponto mais alto das Américas, de todo
o Hemisfério Sul e o mais alto fora da Ásia. Fica localizado nos Andes
Argentinos, a cerca de 112 km da cidade de Mendoza. Está localizado
no Parque Provincial Aconcágua, cuja entrada fica próxima ao povoado
de Puente del Inca.
Possui três vias de acesso: a normal, o Glaciar dos Polacos e
a Parede Sul. A mais frequentada é a rota normal ou noroeste, que
apresenta menos obstáculos técnicos – mesmo assim, não é reco-
mendada para aventureiros não climatizados ou não experientes. As
outras duas requerem escalada em gelo e rocha. A sua silhueta árida,
os cumes gelados, o deserto de um lado e o oceano do outro mostram
a magnitude e a magia da natureza.
Por ser a montanha mais alta das Américas desafia todos os
anos montanhistas de todo mundo a escalá-la. Existem alguns locais
para acampamentos para quem deseja realizar a subida da montanha:
Confluência a 3 368 m de altitude, Plaza de Mulas 4 370 m – que é o
acampamento base –, Nido de Condores a 5 560 m e Berlim a 5 926 m.

40 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Apesar de sua altitude, o Aconcágua não é uma montanha difícil
de ser escalada do ponto de vista técnico, pois para atingir o seu cume
pela rota normal não é necessário que o montanhista realize escaladas
técnicas. O desafio que a montanha apresenta é um teste de resis-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
tência física, pois o montanhista tem que superar o frio e a falta de
oxigênio comum às grandes altitudes.
OLIVEIRA, Mauricio. Trilhas e Aventuras. 20 jan. 2014. Disponível em: <http://www.
trilhaseaventuras.com.br/os-sete-cumes-monte-aconcagua/>. Acesso em: 22 jun. 2018.

1.
1  Com base no texto, é possível identificar dados importantes so-
bre a altitude e a localização do Aconcágua. Descreva-os.
Tem 6 962 metros de altitude, e é simultaneamente o ponto mais alto das Américas, de

todo o Hemisfério Sul e o mais alto fora da Ásia. Fica localizado nos Andes Argentinos,

a aproximadamente 112 km da cidade de Mendoza. Está localizado no Parque Provin-

cial Aconcágua, cuja entrada fica próxima ao povoado de Puente del Inca.

2.
2  Além do Aconcágua, há outros picos que se destacam nos ­Andes
Argentinos. Pesquise e registre os nomes desses picos e suas
respectivas altitudes.
O Bonete, com 6 872 metros, e Upez, com 5 929 metros de altitude são exemplos de

picos nos Andes Argentinos.

3.
3  Pesquise e registre a seguir informações sobre o turismo na
Argentina, como os principais destinos e atrações. Depois res-
ponda: se você tivesse que escolher uma cidade argentina para
visitar, qual escolheria e por quê?
Resposta pessoal.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 41


URUGUAI
É banhado pelo Rio da Prata, possui um território de 176 215 km2, com um
relevo predominante de planícies e colinas de baixa altitude, conhecidas como
cuchillas. Sua população é de cerca de 3,4 milhões de habitantes.
As principais atividades econômicas são: pecuária bovina e ovina (para a pro-
dução de lã); agricultura (cultivo de vinhas, hortaliças e cereais) e atividades indus-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
triais, principalmente dos tipos têxtil e frigorífico. O turismo litorâneo e as zonas
de livre-comércio, como na fronteira com o Paraguai, completam sua economia.

Fotoquique/iStockPhoto
Vista parcial do litoral uruguaio, com destaque para a
escultura A mão, em Punta del Este, no Uruguai

URUGUAI TEM PRIMEIRA ESCOLA PÚBLICA


SUSTENTÁVEL DA AMÉRICA LATINA
Escola foi pensada para que nenhum resíduo seja
descartado ao seu redor. Ela foi construída graças a
um financiamento e esforço de uma ONG.
Dizem que as crianças são como esponjas na hora de absorver
conhecimento, e em um mundo que luta contra as mudanças climá-
ticas, aprender a cuidar do meio ambiente é fundamental. Essa é a
proposta da primeira escola pública sustentável da América Latina,
construída no Uruguai.

42 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


A temperatura exterior é de 7,5 ºC, em uma manhã de inverno
em Jaureguiberry, a 85 quilômetros ao leste de Montevidéu. Dentro da
escola 294, porém, ela chega a quase 20 ºC.
Não há aquecedor elétrico ou ar condicionado para combater o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
inverno e o verão. A escola não está conectada à rede elétrica nem a tu-
bulações de água. Apesar de se destacar pela sua arquitetura peculiar,
a estrutura do local, pensada para que nenhum resíduo seja descartado
no seu entorno, garante que ele deixará rastros invisíveis na Terra. [...]
Os painéis solares podem ser vistos no teto do recinto, proje-
tado pelo famoso arquiteto americano Michael Reynolds, conhecido
como “o guerreiro do lixo” por causa de suas construções que retiram
resíduos do meio ambiente, como rodas de carros, latas e garrafas, e
os incorporam às suas obras.
A escola, que recebeu a aprovação das autoridades da educação,
pôde ser construída graças também a um financiamento privado e ao
esforço de uma ONG local, e abriu suas portas em março de 2016.
Os 39 estudantes sabem que jogar lixo fora é errado, e aprende-
ram que com os resíduos orgânicos podem fazer compostagem, um
fertilizante natural que utilizam na horta que cresce em um canteiro
diante das três salas de aula.
Plantas de manjericão, tomates, morangos e acelgas, berinjelas
ou brócolis, além de uma banana pouco adaptada ao frio do inverno, se
desenvolvem graças à temperatura controlada e à irrigação permanente.
No teto, a água da chuva é coletada com canaletas que a leva
até um sistema de filtração. De lá, vai para os banheiros e para a horta,
e as sobras terminam em um charco onde tudo é decomposto, com
impacto mínimo sobre o entorno.
Noipornpan/iStockPhoto

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 43


Sem desperdício
“É uma escola cheia de vida”, resume Paula, que tem sete anos
e elabora com seus companheiros uma lista de coisas que devem ser
feitas – e evitadas – para cuidar do planeta. [...]

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Os professores recebem uma capacitação especial para dar au-
las na escola sustentável, tanto a nível de adaptação dos programas
das disciplinas, quanto para um manejo mais autônomo do edifício.

Construída com materiais recicláveis


Construído a partir de pneus cheios de areia, latas e garrafas
usadas e unido com cimento, além de grandes estruturas de madeira
e troncos de eucalipto que sustentam um teto verde e o peso da terra
utilizada como isolante, o imóvel é luminoso e tem espaços bem distri-
buídos, de modo que nada parece estar apertado.
Uma vez por semana, as crianças têm uma hora de aula de horta
e colhem frutas e legumes que elas mesmas cultivam, e que são in-
corporados às saladas servidas no refeitório.
“Não há aprendizado melhor do que viver”, diz a diretora ­Alvarez.
“Independente de que as crianças possam aplicar ou não” o que
aprenderam, “a semente está plantada”, conclui confiante.
PORTAL G1. Educação. 6 jul. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.
com/educacao/noticia/2016/07/uruguai-tem-primeira-escola-publica-
sustentavel-da-america-latina.html>. Acesso em: 23 jun. 2018.

1.
1  A sua escola também realiza ou incentiva práticas sustentáveis?
Quais?
Resposta pessoal.

2.
2  De que forma a realidade da sua escola poderia ser adaptada
para se tornar uma escola sustentável?
Resposta pessoal.

Procure promover uma reflexão sobre o planejamento e os investimentos necessários

para adaptar a estrutura física da escola, que podem ser altos. Incentive os alunos a

pensarem em ações que podem ser adotadas a curto e a longo prazo.

44 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


1.
1  Quais são os rios que formam a Bacia Platina?
Os rios que formam a bacia Platina são: Rio Paraguai, Rio Grande, Rio Parnaíba, Rio Iguaçu, Rio

Uruguai, Rio Salado, Rio Vermelho, Rio Picolmayo e Rio da Prata.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
2.
2  Por que a Bacia Platina é considerada um elo econômico entre Brasil,
Argentina e Paraguai?
Ela foi fundamental para a criação do Mercosul, pois na atualidade os países utilizam os rios da

Bacia Platina como vias de transporte para comercializar seus produtos.

3.
3  Acesse o site do IBGE <http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php> e
complete a tabela sobre os países platinos, com os seguintes dados so-
cioeconômicos.

PIB Expectativa
População
País Capital IDH per capita de vida
total
(em dólares) (em anos)

Paraguai Assunção 6 639 123 0,679 4.174 72,9

Uruguai Montevidéu 3 431 555 0,793 15.574 77,2

Argentina Buenos Aires 43 416 755 0,836 14.565 76,3

4.
4  Com base na tabela da questão anterior, elabore um texto de no máximo
10 linhas sobre os aspectos socioeconômicos dos países platinos, desta-
cando o país que apresenta os melhores dados.
Verifique a coerência dos textos elaborados pelos alunos. A tabela mostra que o Uruguai e a

­Argentina apresentam melhores condições socioeconômicas que o Paraguai. E o IDH da Argentina

é o maior entre os três países. Já o Uruguai se destaca no PIB per capita e na expectativa de vida.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 45


5.
5  Com base na tabela da questão 3, construa um gráfico sobre o PIB per
capita dos países platinos.

Países platinos – PIB per capita

16 000

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
14 000
12 000
10 000
8 000
6 000
4 000
2 000
0
Argentina Uruguai Paraguai

6.
6  Esse país platino é dividido em duas regiões: Oriental e Ocidental, e tem
como fronteira natural o Rio Paraguai. Marque a alternativa que informa
corretamente o nome do país em questão.
a) Uruguai
b) Argentina
c) Colômbia
d) Paraguai
e) Venezuela
A turma deverá 77 
. Forme um grupo de estudos com alguns colegas e pesquisem informa-
ser organizada em
nove grupos, e cada ções sobre um dos rios da Bacia Platina, como fauna, flora, qualidade
grupo pesquisará da água, extensão, nascente, foz, afluentes e países banhados por ele.
sobre um dos rios da Depois, elaborem uma apresentação com as informações pesquisadas –
bacia Platina, o que
pode ser definido pode ser por meio de painel, vídeo ou slides – e apresentem o trabalho
por meio de sorteio. para a turma.

46 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Guianas
LOCALIZAÇÃO DAS GUIANAS NA AMÉRICA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Departamento
ultramar da
França: terri-
tório francês
localizado fora
do continente
europeu.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

As Guianas apresentam uma composição étnico-cultural complexa e di-


versificada, pois escravizados africanos e imigrantes indianos, chineses e indo-
nésios juntaram-se a indígenas, holandeses, ingleses e franceses.
A economia das Guianas é baseada no cultivo de produtos para expor-
tação, e é carente de infraestrutura de transportes e energia. Há na região im-
portantes recursos minerais, como o ouro, diamante e bauxita. A atividade in-
dustrial é pouco desenvolvida. Analise o quadro a seguir com mais informações
sobre Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

País Guiana Suriname Guiana Francesa


Capital Georgetown Paramaribo Caiena
População (2018) 775 239 558 599 291 778
Departamento
Independência 1966 1955
ultramar da França
Metade da popu- Em sua população de A maioria da população de
lação de 775 mil aproximadamente 558 mil aproximadamente 291 mil habi-
habitantes é cons- habitantes predominam tantes é constituída por criou-
tituída por negros, descendentes de india- los ou mulatos, como resultado
indígenas, indianos nos e de paquistaneses da contínua mestiçagem dos
Aspectos sociais
e mestiços. trazidos para trabalhar na povos que migraram da Europa,
agricultura e no extrativis- da Ásia e África, assim como
mo mineral. de outras partes da América do
Sul. Os indígenas vivem na cos-
ta e no interior.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 47


País Guiana Suriname Guiana Francesa
Predominam as Predominam atividades Predominam atividades do
atividades do setor do setor primário: agricul- setor primário: extração de ma-
primário: agricultura tura (cana-de-açúcar, arroz deira e atividades pesqueiras.
Aspectos (cana-de-açúcar, e café) e a extração da
econômicos algodão, arroz), bauxita para exportação,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
produtos do extra- que corresponde a 70%
tivismo vegetal e do PIB do país.
mineral (bauxita).

Brasil
O território brasileiro é de aproximadamente 8 535 767 km2, sendo o quinto
maior país do mundo. Sua população já ultrapassou os 213 milhões de habitantes.
Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimen-
to), o Brasil é um dos países que apresentam maior desigualdade social no
mundo, resultado de um longo processo histórico que permitiu a concentração
de renda e das riquezas produzidas nas mãos de um pequeno grupo de pes-
soas. Apesar dos problemas sociais internos, o Brasil está entre os dez maiores
PIBs do mundo.

IBGE: 50 MILHÕES DE BRASILEIROS


VIVEM NA LINHA DE POBREZA
Cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da
população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente
a R$ 387,07 – ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial
para definir se uma pessoa é pobre.
Os dados foram divulgados, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da pesquisa
Síntese de Indicadores Sociais 2017 – SIS 2017. Ela indica, ainda, que o
maior índice de pobreza se dá na região Nordeste do país, onde 43,5%
da população se enquadram nessa situação e, a menor, no Sul: 12,3%.
A situação é ainda mais grave se levadas em conta as estatís-
ticas do IBGE envolvendo crianças de 0 a 14 anos de idade. No país,
42% das crianças nesta faixa etária se enquadram nestas condições e
sobrevivem com apenas US$ 5,5 por dia.

48 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Vista da
Comunidade
da Rocinha, no
Rio de Janeiro
(RJ)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ultima_Gaina/iStockPhoto

A pesquisa de indicadores sociais revela uma realidade: o Brasil


é um país profundamente desigual e a desigualdade gritante se dá
em todos os níveis. Seja por diferentes regiões do país, por gênero –
as mulheres ganham, em geral, bem menos que os homens mesmo
exercendo as mesmas funções ­–, por raça e cor: os trabalhadores pre-
tos ou pardos respondem pelo maior número de desempregados, têm
menor escolaridade, ganham menos, moram mal e começam a traba-
lhar bem mais cedo exatamente por ter menor nível de escolaridade.
Um país onde a renda per capita dos 20% que ganham mais,
cerca de R$ 4,5 mil, chega a ser mais de 18 vezes que o rendimento
médio dos que ganham menos e com menores rendimentos por pes-
soa – cerca de R$ 243.
No Brasil, em 2016, a renda total apropriada pelos 10% com mais
rendimentos (R$ 6.551 mil) era 3,4 vezes maior que o total de renda
apropriado pelos 40% (R$ 401) com menos rendimentos, embora a
relação variasse dependendo do estado.
Entre as pessoas com os 10% menores rendimentos do país,
a parcela da população de pretos ou pardos chega a 78,5%, contra
20,8% de brancos. No outro extremo, dos 10% com maiores rendi-
mentos, pretos ou pardos respondiam por apenas 24,8%.
A maior diferença estava no Sudeste, onde os pretos ou par-
dos representavam 46,4% da população com rendimentos, mas sua
participação entre os 10% com mais rendimentos era de 16,4%, uma
diferença de 30 pontos percentuais. [...]
OLIVEIRA, Nielmar de. Agência Brasil. Economia. 15 dez. 2017. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-12/ibge-brasil-tem-14-de-
sua-populacao-vivendo-na-linha-de-pobreza>. Acesso em: 22 jun. 2018.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 49


1.
1  Segundo o IBGE, quase metade das crianças brasileiras de 0 a 14
anos sobrevivem com apenas US$ 5,5 por dia. Você conhece al-
guém que se enquadra nessa realidade? Elabore um texto expli-
cativo com base em seus gastos mensais e/ou diários e opine em
relação à qualidade de vida e direitos das crianças.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Resposta pessoal.

2.
2  A pesquisa de indicadores sociais revela que o Brasil é um país
profundamente desigual e a desigualdade ocorre em todos os
níveis. Em sua opinião, o que pode ser feito para diminuir a desi-
gualdade presente em nosso país?
Resposta pessoal.

Espera-se que, com base na leitura do texto, o aluno identifique os níveis de desi-

gualdade e perceba a necessidade de valores étnico-culturais, como igualdade entre

gêneros, valorização das etnias e respeito aos direitos humanos.

1.
1  Como foi o processo de colonização das Guianas? Quais países e territó-
rios a compõem?
As Guianas foram colonizadas por ingleses, holandeses e franceses. As Guianas compreendem

a Guiana (antiga Guiana Inglesa, antes de se tornar um país independente), Guiana Francesa e

­Suriname (antiga Guiana Holandesa, antes de se tornar um país independente).

50 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


2.
2  O processo de colonização das Guianas influenciou diretamente na com-
posição étnico-cultural das Guianas?
As Guianas apresentam uma composição étnico-cultural complexa e diversificada, pois africanos

escravizados e imigrantes indianos, chineses e indonésios trazidos para trabalhar nas colônias

juntaram-se aos indígenas locais e aos colonizadores europeus – holandeses, ingleses e franceses.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
3.
3  Analise o mapa e escolha a alternativa que cor-
AMÉRICA
AMÉRICADO
DOSUL
SUL – DIVISÃO REGIONAL
DIVISÃO REGIONAL
responde corretamente aos números 1, 2 e 3
da legenda:
0º Equador

a) América Andina, Guianas e América Platina.


b) América Andina, América Platina e Guianas.
c) América Platina, América Andina e Guianas.
d) Guianas, América Andina e América Platina.
e) Guianas, América Platina e América Andina. de Cap
ricórnio
rópico
7' 3 0" T
23º 2

30º

OCEANO
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO

90º 60º 30º

1 0 595 km 1 190 km
2 Escala aproximada
3

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar.


Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

4.
4  Qual território da América Latina é um departamento ultramar da França?
Guiana Francesa.

5.
5  No Suriname predominam atividades econômicas do setor primário, se-
cundário ou terciário? Apresente argumentos para justificar sua resposta.
Predominam as atividades do setor primário. Agricultura (cana-de-açúcar, algodão, arroz) e produ- 6. Informe aos alunos que, para
a realização da pesquisa, será
tos do extrativismo vegetal e mineral (bauxita). necessário consultar os últimos
Relatórios de Desenvolvimento
Humano, disponíveis no site do
PNUD Brasil: <www.pnud.org.
br/>. Para a consulta do IDHM
dos municípios brasileiros,
6.
6  Em grupo, pesquisem dados do Brasil divulgados no último Relatório de sugerimos o acesso ao Atlas
Desenvolvimento Humano do PNUD. Cada grupo pode pesquisar um as- do Desenvolvimento Humano
do Brasil <www.atlasbrasil.org.
pecto, como: saúde, educação, economia e meio ambiente. Comparem
br/2013/>.
os dados com relatórios anteriores. Analisem as mudanças e pesquisem
ações e acontecimentos que ajudem a explicá-los.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 51


1. a) Venezuela: Caracas; Colômbia: Bogotá; Equador:
Quito; Peru: Lima; Bolívia: La Paz; Chile: Santiago.
b) Localizar o Oceano Pacífico, a oeste, e o Oceano
Atlântico, a leste do continente.

1.
1  Construa o mapa da América Andina, seguindo as etapas de trabalho.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
AMÉRICA ANDINA

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

a) Escreva os nomes dos países andinos e de suas respectivas capitais.


b) Nomeie os oceanos que banham a América do Sul.
c) Pinte de marrom-escuro a área onde está localizada a Cordilheira dos Andes. Se
for necessário, consulte o atlas geográfico.
2.
2  Coloque V nas afirmações verdadeiras e F nas falsas.
(  F ) A principal atividade econômica da Venezuela é a exportação de cobre e ferro.
(  V ) A Colômbia possui uma posição geográfica privilegiada na América, pois tem
dupla ligação oceânica.
(  V ) O Equador é o menor país da América Andina.
(  F ) São praticadas as mesmas atividades econômicas em todo o território chile-
no, pois o clima é igual em todas as regiões do país.
(  V ) Os minerais extraídos na Bolívia são: estanho, prata, zinco e chumbo.
( V ) Paraguai, Uruguai e Argentina são banhados pelos rios integrantes da Bacia
do Prata ou Platina.

52 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


3.
3  Quais são as atividades econômicas de maior destaque na Bolívia?
As atividades econômicas de maior destaque no país são extração mineral, principalmente estanho, prata,

zinco e chumbo; pecuária extensiva, na região fronteiriça com o Paraguai, conhecida como Chaco; agricultura

de subsistência, em que se cultiva café, batata, trigo e cana-de-açúcar; exportação de petróleo e gás natural.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4.
4  Por quais estados brasileiros passa o gasoduto Bolívia-Brasil?
Passa pelos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

5.
5  O território chileno pode ser dividido em três regiões: Norte, Centro e Sul, em vir-
tude de sua extensão territorial e variação climática. Relacione as regiões com os
respectivos aspectos físico-naturais.
( a ) Norte
( b ) Centro
( c ) Sul
( c ) Apresenta clima frio e úmido. A região é formada por ilhas, lagos e fiordes.
Nela são praticadas a pecuária intensiva e a vinicultura.
( b ) Apresenta clima temperado que favorece a agricultura (cereais, horticultura
e frutas). A cidade de Santiago é a capital chilena e concentra um terço da
população do país, ou seja, 6 milhões de habitantes.
( a ) Apresenta clima árido e semiárido. Nessa região localiza-se o Deserto do
Atacama, que possui jazidas de cobre, prata, zinco, ferro, ouro e manganês.
É praticada a vinicultura, agricultura de subsistência, pecuária de corte e ati-
vidade pesqueira.
6.
6  Com base em seus conhecimentos e no conteúdo estudado nesta unidade, liste
as semelhanças nos aspectos físico-naturais, socioeconômicos e históricos entre
os países da América Andina, América Platina, Guianas e o Brasil.
Todos os países foram colônias de exploração; têm predominância de atividades primárias, como a agropecuá-

ria e o extrativismo; dependem de tecnologia e maquinário de países desenvolvidos; apresentam desigualdade

social e concentração de renda.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 53


Resposta pessoais.

SOCIOECONÔMICAS DA ÁFRICA 1. Peça que cada aluno traga para a sala de aula duas imagens que caracteri-

zem o continente africano. Montem juntos um mosaico de aproximadamente

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1,5 x 1,5 metro, no formato do território africano, será necessário ampliar o

contorno do continente em papel kraft ou cartolina. Observe se as informações

registradas pelos alunos sobre o continente são coerentes e corretas. Dessa

maneira, eles valorizarão os aspectos socioculturais de outros povos e nações.


AS TRANSFORMAÇÕES

2. Tanto o Brasil quanto a África foram colônias de exploração dos europeus.


FÍSICO-NATURAIS E

O Brasil herdou muitos aspectos da cultura africana, trazidos pelos africanos

escravizados entre os séculos XVII e XIX, como o candomblé, pratos típicos

(feijoada), a composição étnica, entre outros.

1.
1  Quais aspectos físico-naturais e socioe-
conômicos do continente africano você
conhece?
2.
2  Quais são as relações históricas e culturais
entre o Brasil e a África?
UNIDADE

8
kzenon/iStockphoto

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Paulafrench/iStockphoto
Dança de integrantes do
povo Massai, no Quênia

Paisagem e animais típicos


Máscara e objetos do povo
da savana africana, no Parque
Chokwe, de Angola e da República
Nacional Hwange, Zimbábue
Democrática do Congo
EliisaDay/iStockphoto
A África no
espaço mundial
O continente africano ocupa 22% das terras

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
emersas do nosso planeta, com uma superfície
de aproximadamente 30 milhões de km2. Lo-
caliza-se nos quatro hemisférios (norte, sul,
oriental e ocidental), pois passam por este
território o meridiano de Greenwich e os
Egito
paralelos: Equador, Trópico de Câncer e
CHIARI_VFX/iStockPhoto

Saara Trópico de Capricórnio.


O território africano é banhado a
Oceano leste pelo Oceano Índico e a oeste pelo
Angola Quênia Índico
Oceano Atlântico. Sabe-se, ainda, que
a África é formada por 53 países inde-
Oceano pendentes, com mais de 900 milhões de
r
ca

Atlântico
habitantes. Existe um grande número de
as
ag

África
ad

do Sul ilhas que pertencem a países de outros con-


M

tinentes, como é o caso de Madeira e Açores


(­Portugal), Ilhas Canárias (Espanha) e Ilha de Santa
Helena (­Reino Unido).
As fronteiras naturais entre a África e a Europa são o Mar Mediterrâneo,
ao norte, e o Estreito de Gibraltar a noroeste. Já com a Ásia as fronteiras natu-
rais são o Mar Vermelho e o Canal de Suez.

FRONTEIRAS NATURAIS DA ÁFRICA COM A EUROPA

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

56 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


FRONTEIRAS NATURAIS DA ÁFRICA COM A ÁSIA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

1.
1  Observe o planisfério a seguir e resolva as questões.

PLANISFÉRIO
PLANISFÉRIO – POLÍTICO
– POLÍTICO

Legenda:
Europa
América
Ásia
Oceania
África
Antártica

0 2 415 km 4 830 km

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

a) Pinte os continentes com cores diferentes e complete a legenda para identificá-los.


b) Circule o continente africano.
c) Nomeie os seguintes paralelos: Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, Círculo Polar
Ártico e Círculo Polar Antártico.
d) Nomeie o Meridiano de Greenwich.
e) Nomeie os oceanos: Atlântico, Índico, Pacífico, Glacial Ártico e Glacial Antártico.
Disponibilize um atlas geográfico para que os alunos possam consultar.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 57


Paisagens naturais da África
A África é conhecida por suas belezas naturais, pois é o segundo maior
continente do mundo, com imensa diversidade física e socioeconômica. Suas
paisagens são formadas por montanhas, planaltos, planícies, depressões, de-
sertos, florestas e rios caudalosos. Em território africano está o maior deserto
do mundo, o Saara, e um dos rios mais extensos, o Nilo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Harvepino/iStockphoto
Imagem de satélite com destaque para o norte da África,
onde se localizam o Deserto do Saara e o Rio Nilo.
Nisangha/iStockphoto

Nexusimage/iStockphoto

Caravana no Deserto do Saara, Marrocos Vista parcial do Rio Nilo, Egito

58 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Leia o texto a seguir para conhecer algumas curiosidades sobre o Deserto do Saara.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
UM MUNDO DE PEDRA E AREIA
O Saara, maior deserto do mundo, com 8,6 milhões de quilômetros quadrados –
área equivalente ao tamanho do Brasil, espalha-se pelos territórios de dez países do norte
da África. Diferentemente do que se imagina, apenas uma quarta parte dessa imensidão
é coberta de areias, que formam extensos campos de dunas. O restante são montanhas
e planícies, compostas por uma variedade de rochas, cascalho e, naturalmente, areia.
Seu aspecto atual foi formado há 5 milhões de anos, mas antes desse período
muitos lugares da região receberam água suficiente para se cobrir de vegetação, onde
viveram grandes mamíferos. Uma das características marcantes do Saara são os con-
trastes térmicos entre o dia – que atinge os 50 graus – e a noite, que pode ter tempe-
raturas abaixo de zero. O Saara (em árabe, sahará significa “deserto”) é uma das áreas
mais desabitadas do mundo. Porém, não há praticamente nenhum lugar onde exista um
pouco de água que não tenha sido ocupado pela gente do deserto.
Entre as dunas e as imensas planícies de areia aparentemente vazias do Saara, a
vida, às vezes, se revela. Distante de qualquer oásis, rio ou poço que dê pelo menos um
sinal da existência de água, pode-se dar de cara com tendas habitadas por grupos fami-
liares solitários. Mas são os aisawa, homens que dizem ter poderes mágicos, que mais
chamam a atenção. Eles encantam cobras, engolem escorpiões venenosos e sabem ler
a sorte em cartas de origem desconhecida.
OS CAMINHOS da Terra. São Paulo: Abril, ano 9,
ed. 95, p. 51-57, mar. 2000. (Adaptado).

Caravana de camelos
no Deserto do Saara,
Marrocos – África
Wrangel/iStockPhoto

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 59


RELEVO DA ÁFRICA
O relevo africano é constituído por planícies, planaltos e montanhas. Os pla-
naltos predominam no continente e são formados em sua maior parte por rochas
antigas. As planícies estão presentes no litoral e na região central do continente.
As formas de relevo que se destacam no território africano:
• Planalto dos Grandes Lagos e o da Etiópia, ambos estão no lado orien-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
tal do continente.
• Montes Adamaouá, no lado ocidental.
• Cadeia do Drakensberg, situada ao sul do continente, formada por do-
bramentos antigos da era Paleozoica. O ponto mais elevado dessa ca-
deia de montanhas é o Monte Thabana Ntlenyana, com 3 650 metros.

Cordilheira de
Drakensberg,
na província de
Kwazulu-Natal,
África do Sul

Lukas Bischoff/iStockPhoto
• Cadeia do Atlas, situada na região noroeste, se estende desde o lito-
ral do Marrocos até a Tunísia, abrangendo a região conhecida como
Magreb. Suas montanhas chegam a 4 mil metros de altura, sendo o
monte Toubkal o maior deles, com 4 166 metros.

Vista
panorâmica do
Monte Toubkal, na
Cadeia do Atlas,
em Marrocos
IgorDymov/iStockPhoto

Os vulcões também estão presentes no território africano, sendo desta-


que o Monte Kilimanjaro (5 895 metros) e o Quênia (5 199 metros).

60 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Observe o mapa físico do continente africano e resolva as questões propostas.

ÁFRICA – FÍSICO

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

1.
1  Identifique no mapa as formas de relevo que se destacam na África, inclusive os vulcões.
2.
2  Registre a localização da Cadeia do Atlas.
A Cadeia do Atlas situa-se na região noroeste e estende-se do litoral do Marrocos até a Tunísia, abrangendo a região

conhecida como Magreb.

3.
3  Quais são os picos mais elevados do território africano?
O Monte Kilimanjaro e o Monte Quênia, que são vulcões.

4.
4  Quais as altitudes predominantes e as unidades de relevo que se destacam no Deserto do Saara?
As altitudes predominantes são 300 a 1 200 metros e as unidades de relevo que se destacam são Planalto de Darfur, Monte

Ahaggar, Cadeia do Atlas e Monte Tibesti.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 61


RIOS E LAGOS DA ÁFRICA
A África é formada por poucos rios e lagos, apesar de sua grande exten-
são territorial. A maioria deles são de planalto, formando inúmeras cachoeiras.
No passado, a base da economia africana era a agricultura, e os povos
nômades da Pré-História, quando se tornaram sedentários, se fixaram nas mar-
gens dos rios para poder plantar e viver. E foi nas margens dos rios que sur-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
giram as primeiras civilizações e as primeiras cidades e vilas. O Egito é um
grande exemplo, pois se situa às margens do Rio Nilo, mas, ao mesmo tempo,
em um imenso deserto.
Atualmente, os rios são importantes para o desenvolvimento da agropecuá-
ria, no uso como vias de transporte e para a sobrevivência da população africana.
Conheça a seguir as características dos rios mais importantes da África.
Nilo: garante a sobrevivência de um décimo da população africana, pois é
o segundo maior do mundo em extensão. Ele nasce no lago Vitória e corre para
o norte, desaguando no mar Mediterrâneo.

Rio Nilo,
Egito

Paulafrench/iStockPhoto
Congo: ele tem 4 200 km de extensão e atravessa duas vezes a Linha
do Equador, antes de desembocar no Oceano Atlântico, a oeste do continente.

Paisagem do
Rio Congo,
na República
Democrática
do Congo
Mtcurado/iStockphoto

62 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Níger: é o terceiro rio mais importante do continente, tem 4 160 km de
extensão e deságua no golfo da Guiné, na costa atlântica do continente.

Rio Níger,
Mali

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Jag64551/iStockPhoto

Zambeze: tem 2 750 km de extensão, nasce na Zâmbia, passa pela pro-


víncia angolana do Moxico, estabelece a fronteira entre a Zâmbia e o Zimbábue,
atravessa Moçambique de oeste para leste e deságua no Oceano Índico. A
paisagem de maior destaque em seu curso são as Cataratas Vitória, as maiores
do mundo em extensão, com 1,7 km.

Cataratas
Vitória no
Rio Zambeze,
Zimbábue
3dan3/iStockphoto

Limpopo: também deságua no Oceano Índico, tem cerca de 1 600 km de


extensão e serve de fronteira entre Botsuana, Zimbábue e África do Sul.

Rio Limpopo,
Parque Nacional
Kruger, África
do Sul
Elleon/iStockPhoto

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 63


Os lagos africanos formaram-se em decorrência de dobramentos que
afundaram em virtude da grande pressão exercida sobre eles, durante a forma-
ção das cadeias de montanhas. Assim, houve o acúmulo de água nessas regiões,
que hoje são os lagos africanos: Vitória, Tanganica, Niassa, Chade, Alberto, Kivu,
Rodolfo, entre outros.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dobramentos:
encurvamen-
tos de forma
acentuada-
mente cônca-
va ou convexa,
que aparecem

Miles Astray/iStockPhoto
na crosta
terrestre. Essa
movimentação
das camadas
da crosta ter-
restre resulta
de movimen- Vista parcial do Lago Kivu, em Ruanda
tos de forças
tectônicas.

Produza um mapa hidrográfico do continente, utilizando como


base o mapa África – Físico da página 61 e seguindo as etapas de
trabalho.
Materiais necessários:
• folha de papel vegetal (A4), régua, lápis e lápis de cor.

a) Trace uma margem de 1 cm em todos os lados da folha de


papel vegetal.
b) Contorne o território do continente africano.
c) Trace os rios, lagos e mares.
d) Nomeie os rios, os lagos, os mares e os oceanos que ba-
nham o continente.
e) Crie uma legenda para os rios, lagos e mares.
f) Informe a escala do mapa, de acordo com o mapa modelo.
g) Crie um título para o mapa.

64 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


CLIMAS E VEGETAÇÕES DA ÁFRICA
Em razão da grande extensão territorial do continente africano, há muitos
tipos de clima e de vegetação, que originam diferentes paisagens como deser-
tos, florestas tropicais e montanhas cobertas de neve.
Observe, nos mapas a seguir, a distribuição dos climas e das vegetações
da África. Depois, conheça as principais características decorrentes da inter-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
-relação entre eles.

ÁFRICA
ÁFRICA––CLIMA
CLIMA ÁFRICA – VEGETAÇÃO
ÁFRICA – VEGETAÇÃO

MAR MEDITERRÂNEO MAR MEDITERRÂNEO

30º 30º

23º 27' 30" Trópico de Câncer

MA
23º 27' 30" Trópico de Câncer
MA

R
R

VE
VE

RM
RM

EL
EL

HO
HO

0º Equador 0º Equador

OCEANO OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO
OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO ATLÂNTICO

23º 27' 30" Trópico de Capricórnio 23º 27' 30" Trópico de Capricórnio

30º 30º
Greenwich
Greenwich

0º 30º 0º 30º

(Tipos de clima Tipos de vegetação


classificação de Köppen)
Floresta tropical
Equatorial Savanas e Cerrados
Tropical Desertos
Desértico Estepes e pradarias
Semiárido Formações semiáridas
Mediterrâneo Vegetação mediterrânea
Temperado 0 1 113 km 2 226 km 0 1 113 km 2 226 km

Escala aproximada Escala aproximada

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar.
Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado). Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

Clima equatorial e suas florestas


Ocorre na parte central e oeste do continente, com temperatura média
anual de 25 °C. As chuvas são abundantes e bem distribuídas durante todo o ano.
As florestas referentes a esse clima são a equatorial e a tropical, sendo
a Floresta do Congo a principal entre elas, com inúmeras espécies vegetais e
animais.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 65


PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ANDREYGUDKOV/iStockPhoto
Paisagem parcial da Floresta do Congo,
na República Democrática do Congo

Clima tropical e suas florestas


Esse clima pode ser dividido em:
• Tropical semiúmido: ocorre no interior dos continentes com duas es-
tações bem definidas, verão chuvoso e inverno seco.
• Tropical úmido: presente nos litorais, ilhas e penínsulas, em latitudes
próximas dos trópicos. Tem chuvas bem distribuídas o ano todo.
A vegetação é muito semelhante à do clima equatorial, é formada por
campos, com arbustos e árvores esparsas, especialmente os baobás. Savanas
cobrem muitas regiões africanas.

Veja a reportagem
“Baobás gigantes
vivem mais de mil
anos e são atração de
Madagascar”. Disponível
em: <https://globoplay.
globo.com/v/6265381/>.
guenterguni/iStockPhoto

Avenida dos Baobás, em Madagascar

66 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Clima mediterrâneo e vegetações
Apresenta duas estações bem definidas: seca no verão e chuvosa no in-
verno. A Cadeia do Atlas influencia na quantidade de chuvas, são as chamadas
chuvas de montanhas, que tornam as terras mais úmidas e férteis, com vege-
tação de pinhos e cedros.
O clima mediterrâneo abrange Marrocos, Argélia e Tunísia, onde são cul- xerófitas:
também
tivadas oliveiras, frutas, hortaliças, videiras e cereais. Nas áreas mais próximas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
denominadas
do Mar Mediterrâneo a vegetação é arbustiva. xeromorfas,
são plantas
que pos-
suem formas
adaptadas à
falta de água,
apresentando
espinhos em
vez de folhas
para diminuir
a transpiração;
os caules são
cobertos por
uma camada
de cera, que
impede a
evaporação,
e as raízes

Ridha Hajjaji/iStockPhoto
são longas
para facilitar a
busca de água
subterrânea.

Paisagem aérea da província


de Mednine, na Tunísia

Clima árido e suas vegetações


O clima árido ou desértico apresenta duas características essenciais: es-
cassez de chuvas e variação diária de temperatura. Nas regiões
com esse clima, os índices pluviométricos não che-
gam a 300 milímetros por ano. Os dias são quen-
tes, em virtude da intensa radiação solar, e as
noites são frias, pois falta umidade no ar.
A vegetação das regiões áridas é
composta de xerófitas, que se constituem
YassminKa/iStockPhoto

de plantas rasteiras, cactáceas e arbustos


de pequeno porte. A fauna é diversificada,
com camelos, numerosas espécies de
serpentes, camaleões e escorpiões.

Vegetação de
xerófitas, no Deserto
do Saara, no Marrocos

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 67


Já o clima semidesértico ou semiárido apresenta menos escassez de
chuvas, os índices pluviométricos chegam a 500 milímetros por ano. Esse clima
está mais presente no sul do Saara, em uma região denominada sahel. A ve-
getação predominante nessa região é a de estepes, formada por ervas baixas
e gramíneas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sahel: zona
da margem do
deserto, ex-
tensa faixa de

Thomas Wikle/iStockPhoto
transição entre
o deserto e a
zona tropical.

Vista panorâmica da região de sahel, em Mali


3. Revise a Teoria da Deriva Continental para relembrar a primeira
hipótese da teoria em questão, quando o filósofo inglês Francis Bacon
percebeu o encaixe entre as duas costas litorâneas da América e da
África, e que, em 1620, foi registrada historicamente a hipótese de que
os continentes americano e africano estiveram unidos no passado.

DESERTO DO SAARA FORNECE “ADUBO”


PARA FLORESTA AMAZÔNICA
O que têm em comum a Floresta Amazônica, com toda a sua ima-
gem de vida e biodiversidade, e o deserto do Saara, talvez o mais bem-
-acabado retrato terrestre de uma região inóspita e da ausência de vida?
Analisando dados do satélite Modis, da Nasa, os cientistas des-
cobriram que o deserto do Saara é a maior fonte de uma espécie de
“adubo” que mantém a Amazônia viva. A areia de uma região espe-
cífica do Saara, chamada Depressão Bodélé, localizada no Chade, é a
grande responsável pelo ressuprimento dos nutrientes e minerais no
solo de toda a região da floresta amazônica.
“A Bodélé é conhecida como a maior fonte de poeira do mundo,
mas até agora ninguém tinha uma ideia de quanta poeira ela emitia e
que porção chegava até a Amazônia. Utilizando dados de satélite, nós
calculamos que ela fornece uma média de 700 mil toneladas de poeira

68 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


a cada dia [...]. Ela é mais ativa durante o inverno e a primavera, ao contrário da maioria
das outras áreas do Saara que emitem poeira. Isto se deve à alteração sazonal nos ven-
tos superficiais do Saara”, explica o Dr. Ilan Koren.
A Depressão Bodélé tem apenas 0,5% da área da Amazônia, mas contribui anual-
mente com cerca de metade da poeira necessária para reabastecer o solo da floresta

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
com nutrientes. Os nutrientes chegam até o solo principalmente pela ação das chuvas,
que dissolvem a poeira trazida pelo vento e liberam os minerais que serão assimilados
pelas plantas da floresta.
INOVAÇÃO Tecnológica. Disponível em: <http://www.inovacaotecnologica.com.br/
noticias/noticia.php?artigo=010125070103> Acesso em: 23 jun. 2018.

Agora, com base na análise dos mapas da página 65 e nas informações apresenta-
das na reportagem, responda às questões propostas.
1.
1  Quais são os tipos de clima do Deserto do Saara? Caracterize cada um deles.
O Deserto do Saara apresenta clima árido ou desértico, que possui duas características essenciais: escassez

de chuvas e variação diária de temperatura. Nas regiões com esse clima os índices pluviométricos não chegam

a 300 milímetros por ano. Os dias são quentes por causa da intensa radiação solar e as noites são frias, pois

falta umidade. Já o clima semidesértico ou semiárido apresenta menos escassez de chuvas, os índices plu-

viométricos chegam a 500 milímetros por ano. Esse clima está mais presente no sul do Saara, em uma região

denominada sahel.

2.
2  Quais são as vegetações do deserto do Saara? Caracterize cada uma delas.
A vegetação das regiões áridas ou desérticas é xerófita, que se constitui de plantas rasteiras, cactáceas e

arbustos de pequeno porte. Já a vegetação semidesértica ou semiárida é composta por estepes, formada por

ervas baixas e gramíneas.

3.
3  O que os cientistas descobriam sobre o Deserto do Saara analisando dados de
satélite da Nasa?
Os cientistas descobriram que o Deserto do Saara é a maior fonte de uma espécie de “adubo” que mantém a

Amazônia viva. A areia de uma região específica do Saara, chamada Depressão Bodélé, localizada no Chade,

é a grande responsável pelo ressuprimento dos nutrientes e minerais no solo de toda a região da Floresta

Amazônica.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 69


Regionalização da África
Nas páginas anteriores, você conheceu as características físico-naturais
do continente africano. A seguir, vai conhecer as características socioeconômi-
cas e culturais. Mas antes você precisa saber que a África possui uma regiona-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
lização que facilita os estudos sobre os aspectos históricos, étnicos e culturais
de sua população, pois pode ser dividida em duas grandes regiões: a África do
Norte e a África Subsaariana.

África do Norte
Tem como limites naturais o Mar Mediterrâneo ao norte e o Oceano
Atlântico a noroeste. Ambos facilitam o comércio entre países africanos e os
de outros continentes.
Compreende a parte norte do continente, com países de população de
língua árabe e de religião islâmica. Há uma forte concentração populacional nes-
ta região, pois as condições naturais propiciam o desenvolvimento de cultivos,
criações de animais e a exploração de petróleo e de outros minerais.
O quadro a seguir demonstra os indicadores socioeconômicos de alguns
países dessa região.

Esperança de PIB per capita


País IDH
vida (anos) (US$)
Egito 0,69 71,1 3.452

Tunísia 0,721 74,8 3.661

Argélia 0,736 74,8 4.154

Marrocos 0,628 74 2.919

Líbia 0,724 71,6 5.488

Mauritânia 0,506 63,1 1.235

Fonte: IBGE. Disponível em: <https://paises.ibge.gov.br/#/pt>.

África Subsaariana
A maioria de seus habitantes é negra e de religião animista, ou seja, cren-
ça em espíritos da natureza que animam as coisas e regem o destino das pes-
soas. Mas, também há adeptos do islamismo.
Os países subsaarianos apresentam baixos índices de desenvolvimento
humano, sofrendo com a fome e a pobreza. Esses problemas estão diretamen-
te relacionados:

70 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


• à divisão política feita pelos europeus, no período da colonização, em
que grupos étnicos foram separados e etnias rivais ficaram juntas em
um mesmo país. Essa divisão política favorece conflitos étnicos, que
acontecem constantemente na região.
• ao modelo de agricultura praticado nesses países, que utiliza o solo
inadequadamente, com a prática da monocultura de exportação e da
agricultura de subsistência que desmata muitas áreas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Informe que o conteúdo
sobre a colonização do
continente africano será
estudado na sequência.

Bartosz Hadyniak/iStockphoto
Colheita de café no Quênia, região subsaariana da África

A África do Sul é uma exceção na região, pois é o país mais desenvolvido


economicamente, com um alto índice de industrialização e modernização, por
causa da grande presença de ferro, diamante e ouro.
O quadro a seguir apresenta os indicadores socioeconômicos de alguns
países dessa região.

Esperança de PIB per capita


País IDH
vida (anos) (US$)
Gabão 0,684 64,4 7.961

África do Sul 0,666 57,4 5.773

Botsuana 0,698 64,5 6.361

Namíbia 0,628 64,8 4.674

Senegal 0,466 66,5 901

Etiópia 0,442 64,1 603

Serra Leoa 0,413 50,9 695

Fonte: IBGE. Disponível em: <https://paises.ibge.gov.br/#/pt>.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 71


Os alunos devem pintar Construa o mapa da regionalização da África, seguindo as etapas.
os seguintes países: a) Escolha uma cor de lápis para pintar os países que correspondem à
Egito, Líbia, Tunísia,
Argélia, Marrocos, Saara África do Norte, conforme orientação do professor.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ocidental e Mauritânia b) Escolha outra cor para representar a África Subsaariana e pinte os paí-
(faça ditado, se preciso). ses que restaram.
c) Preencha a legenda com as cores escolhidas.
d) De acordo com as leituras anteriores, quais são os aspectos que dife-
renciam a África do Norte e a África Subsaariana?
O IDH, a esperança de vida e o PIB per capita são mais baixos nos países da África Subsaariana,

principalmente no Senegal, na Etiópia e em Serra Leoa.

GRANDES REGIÕES DA
ÁFRICA – ÁFRICA
POLÍTICO

Estreito de Gilbraltar TUNÍSIA

S MAR MEDITERRÂNEO
CO
R RO
Ilhas
30º Canárias MA
(ESP)
SAARA OCIDENTAL ARGÉLIA LÍBIA
(ESP E MAR) EGITO
23º27'30" Trópico de Câncer

MA
R
VE
RM
EL
MAURITÂNIA
MALI

HO
NÍGER
SENEGAL SUDÃO ERITREIA
CHADE
n
GÂMBIA Á de
BURKINA DJIBUTI o de
FASO Golf
GUINÉ
BENIN

GUINÉ- NIGÉRIA
-BISSAU COSTA
GANA

DO SUDÃO ETIÓPIA
ES

LIB MARFIM REP.


É DO SUL

SERRA RI CENTRO-AFRICANA
A

IA
LEOA
MA

TOGO

ÁL
M
CA

SO
GUINÉ
DA

EQUATORIAL
AN

0º Equador QUÊNIA
UG

GABÃO RUANDA
O
NG
CO

REP. DEM.
DO CONGO BURUNDI
(Zaire)
TANZÂNIA
SEICHELES
OCEANO
MALAUÍ

COMORES
ATLÂNTICO ANGOLA
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I QU
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MB
am

ÇA
C

MO
GAS

ZIMBÁBUE
eM
ld

DA
na

NAMÍBIA BOTSUANA
MA

23º27'30" Trópico de Capricórnio


Ca

SUAZILÂNDIA
30º
ÁFRICA
Greenwich

LESOTO
DO SUL
OCEANO
ÍNDICO
0º 30º

África do Norte
0 660 km 1 330 km
África Subsaariana Escala aproximada

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

72 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Colonização da África
A colonização da África iniciou-se no século XV, quando os portugueses
instalaram suas feitorias em litoral africano, para o embarque e a comercializa-
ção de matérias-primas e escravizados, que eram transportados por embarca-
ções europeias a caminho das Índias.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
FEITORIASÁFRICA – FEITORIAS
E ROTAS EUROPEIASE ROTAS EUROPEIAS
NA ÁFRICA

INGLATERRA

HOLANDA
#

45º FRANÇA
#
PORTUGAL

feitorias:
TUNÍSIA MA
R MEDITERRÂNE
O pequena
fortificação ou
ARGÉLIA EGITO PÉRSIA vila, utilizada
23º 27' 30" Trópico de Câncer ARÁBIA como ponto
ÍNDIA
de estocagem
Masculpatam
(
! Bombaim e embarque
BORNOU DARFOUR #
*
de matérias-
##
(
!
(
!
#
* #
* (
! #
*
#
* (
! ORUBA -primas.
ASHANTI ABISSÍNIA Calcutá
BENIN !
#( !
*# (
* Colombo
0º Equador Thomé
(
!
# #
* KUSA
OCEANO
(
!
#
* ÍNDICO
#
CONGO Zanzibar
Tráfico de
escravos para Luanda LOUBA
( Moçambique
!
a América (
!
#
* LOUNDA #
*
Santa
Helena HOUMBÉ (
!
MONOMOTAPA #
*
#

(
!
23º 27' 30" Trópico de Capricórnio
#
* (
!
#
*
Greenwich

OCEANO
ATLÂNTICO PROVÍNCIA
DO CABO
Cabo
0º 45º 90º

Feitorias e domínios
Português
Inglês
Francês
Holandês
Nação africana 0 1 165 km 2 330 km

# Rota marítima Europa-Ásia Escala aproximada


(
! Para conhecer os
#
* Escravos
objetivos e os detalhes
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado). da Conferência de
Berlim, acesse o
A partir do século XIX, os países europeus como França, Holanda, Alema- texto disponível em:
nha e Inglaterra necessitavam de mais matérias-primas, pois estavam em pleno <http://operamundi.
uol.com.br/conteudo/
desenvolvimento industrial e as colônias europeias da América começaram a noticias/9977/hoje+
impor restrições à exploração de recursos naturais no continente. na+historia+1885++
Assim, as potências europeias passaram a explorar o continente africano, conferencia+de+
berlim+da+fim+aos+
que foi ocupado e dividido. A partilha das terras foi selada na Conferência de conflitos+coloniais+
Berlim, em 1885. na+africa.shtml>.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 73


Analise o mapa a seguir e descubra os países europeus que possuíam
colônias no continente africano.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ÁFRICA – DIVISÃO POLÍTICA EM 1914

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

1.
1  Quais países europeus possuíam colônias na África?
Os países europeus que possuíam colônias na África eram: Portugal, Bélgica, Inglaterra, França,

Alemanha, Itália e Espanha.

2.
2  Qual país possuía as maiores áreas colonizadas? E qual possuía as meno-
res áreas colonizadas?
A França possuía as maiores áreas colonizadas e a Espanha as menores.

74 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


3.
3  Quais os territórios desse período que, após a independência, permane-
ceram com o mesmo nome?
Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, Eritreia, Somália, Uganda, Angola, Camarões, Nigéria, Togo, Libéria,

Serra Leoa, Gâmbia, Marrocos e Moçambique.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4.
4  Pesquise sobre as consequências da partilha do continente africano para
os povos nativos. Depois, registre as informações e elabore uma charge
sobre o assunto.
Resposta pessoal.

Oriente os alunos a realizar a pesquisa em fontes confiáveis. Sugira os seguintes links para pesquisa:

<https://historiazine.com/e-se-a-africa-nao-sofresse-a-partilha-f138bd13924a>

<https://super.abril.com.br/historia/fronteiras-artificiais/>

plantation:
­sistema agríco-
la de explora-
ção colonial
comum entre
os séculos
XV e XIX que
praticava a
monocultura de
exportação em
Descolonização africana grandes latifún-
dios, utilizando
mão de obra
Com a divisão do território africano em colônias europeias, ocorreu uma escravizada.
desestruturação na organização política, na economia e na cultura dos povos
africanos, em razão dos seguintes fatos:
• As fronteiras delimitadas pelos europeus não respeitavam os limites
fronteiriços que já existiam entre as tribos, fazendo com que tribos
rivais ficassem juntas e tribos com a mesma identidade histórico-cul-
tural fossem separadas.
• Muitos africanos deixaram suas atividades tradicionais, como a agri-
cultura de subsistência, a caça, a coleta de frutos e o pastoreio, para
tornarem-se mão de obra assalariada ou escravizada nas colônias.
• Muitos africanos migraram para as regiões onde eram praticadas as
plantations.
O processo de descolonização da África só se fortaleceu após a Segunda
Guerra Mundial, quando os países europeus estavam desestruturados e enfra-
quecidos nos aspectos político, econômico e militar.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 75


Assista com os alunos ao vídeo da reportagem,
disponível em: <https://g1.globo.com/ mundo/noticia/
sudao-do-sul-como-o-pais-mais-novo-do-mundo-
mergulhou-num-caos-de -guerra-e-fome.ghtml>.
O texto a seguir aborda a situação política e econômica do Sudão do Sul.
Leia e responda às questões propostas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
SUDÃO DO SUL: COMO O PAÍS MAIS NOVO DO
MUNDO MERGULHOU NUM CAOS DE GUERRA E FOME
O alerta do governo local e de órgãos da ONU de que em partes
do Sudão do Sul há milhares de pessoas passando fome, e que essa
situação pode se estender a quase metade da população do país até ju-
lho, mais uma vez joga os holofotes da comunidade internacional sobre
a nação mais jovem do mundo.
Independente desde 2011, com uma guerra civil iniciada em 2013,
o país de 12,5 milhões de habitantes tem uma das piores situações
humanitárias do mundo.

Situação humanitária desastrosa


Segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), mais de
1,5 milhão de pessoas fugiram do país em busca de proteção desde
que começou o conflito armado.
O Sudão do Sul se transformou “na maior crise de refugiados da
África” e “na terceira do mundo” após as de Síria e Afeganistão, segun-
do a Acnur, que lembrou que, adicionalmente, 2,1 milhões de pessoas
estão deslocadas dentro do país.
O Unicef, por sua vez, calcula que 270 mil crianças sul-sudanesas
estão gravemente desnutridas.

Atrocidades
Um informe confidencial da ONU vazado dá conta de que a guerra
alcançou “proporções catastróficas para os civis” e que as milícias po-
dem se tornar incontroláveis e alimentar os combates por vários anos. [...]
Atrocidades como o assassinato de crianças, castrações, estu-
pros e degolas são alguns exemplos do que ocorre na região.
Em maio de 2015, a Unicef denunciou o assassinato de 26 crianças
– algumas de apenas 7 anos – e o sequestro de dezenas de outras em
ataques realizados por grupos armados, formados por homens e meni-
nos armados, vestidos de militares ou civis, no estado de Unidade.
A ONU ainda acusou militares do exército sul-sudanês de estuprar
e queimar vivas mulheres e meninas que estavam em suas casas no
mesmo estado, segundo depoimentos de vítimas e testemunhas.

76 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Independência recente
O Sudão do Sul conquistou sua independência em relação ao
Sudão em julho de 2011, depois que um referendo realizado em janeiro
daquele ano aprovou a separação com 98,83% dos votos a favor. O re-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ferendo estava previsto em um acordo de paz de 2005 que encerrou
décadas de guerra civil.
As diferenças étnicas e religiosas do que então era apenas um
país foram o principal ponto de conflito entre os dois lados. A popula-
ção do sul (hoje o Sudão do Sul), formada por diversos grupos étnicos
de maioria cristã ou animista, se sentia discriminada pelo governo cen-
tralizado em Cartum (no Sudão), de maioria muçulmana, e que tentava
impor a lei islâmica na região.
O governo de Cartum foi o primeiro a reconhecer a nova nação,
num sinal de secessão tranquila. [...]

Economia em frangalhos
O fator econômico também é importante para entender o caos
no país africano. Há uma inflação anual de 800%. Há um ano, US$ 1
valia cerca de 3 libras sudanesas. Atualmente, a proporção é de 1 para
cerca de 120.
A economia no país piorou muito desde 2012, quando o governo
decidiu fechar a produção de petróleo – até então a commodity cor-
respondia a 98% da receita pública do país – após discordâncias com
o Sudão, que tinha toda a infraestrutura para a sua comercialização,
como oleodutos, refinarias e portos do Mar Vermelho. A maior parte
do país vive em uma economia de subsistência. [...]
PORTAL G1. Mundo. 21 fev. 2017. Disponível em: <https://g1.globo.com/
mundo/noticia/sudao-do-sul-como-o-pais-mais-novo-do-mundo-mergulhou-
num-caos-de-guerra-e-fome.ghtml>. Acesso em: 23 jun. 2018.

1.
1  Quando ocorreu a independência do Sudão do Sul? Por que ela
foi reivindicada?
O Sudão do Sul conquistou a independência em relação ao Sudão em julho de 2011,

depois que um referendo realizado em janeiro daquele ano aprovou a separação com

98,83% dos votos a favor. As diferenças étnicas e religiosas do que então era apenas

um país foram o principal ponto de conflito entre os dois lados. A população do sul (hoje

o Sudão do Sul), formada por diversos grupos étnicos de maioria cristã ou animista,

se sentia discriminada pelo governo centralizado em Cartum (no Sudão), de maioria

muçulmana, e que tentava impor a lei islâmica na região.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 77


2.
2  Com a atual situação humanitária e as atrocidades que vêm ocor-
rendo no Sudão do Sul, quais opções a população sul-sudanesa
tem para sobreviver?
A população tem a opção de ficar no lugar esperando ajuda humanitária, principalmen-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
te da ONU, ou fugir para outros países em busca de proteção.

3.
3  A reportagem aborda problemas socioeconômicos do Sudão do
Sul. De acordo com sua interpretação, os mais afetados pela
guerra civil que acontece no país são os jovens, adultos ou ido-
sos? Apresente um argumento para justificar sua resposta.
São os jovens. Duzentos e setenta mil crianças sul-sudanesas estão gravemente des-

nutridas. Em 2015, a Unicef denunciou o assassinato de 26 crianças – algumas de

apenas 7 anos – e o sequestro de dezenas de outras em ataques realizados por grupos

armados. Ainda, a ONU acusou militares do exército sul-sudanês de estuprar e queimar

vivas mulheres e meninas que estavam em suas casas no mesmo estado, segundo

depoimentos de vítimas e testemunhas.

4.
4  Quais fatores econômicos influenciam a situação de pobreza no
Sudão do Sul?
Há uma inflação anual de 800%. Há um ano, US$ 1 valia cerca de 3 libras sudanesas.

Atualmente, a proporção é de 1 para cerca de 120. A economia no país piorou quando

o governo fechou a produção de petróleo – até então a commodity correspondia a

98% da receita pública do país – após discordâncias com o Sudão, que tinha toda a

infraestrutura para a sua comercialização, como oleodutos, refinarias e portos do Mar

Vermelho.

78 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Explique que a Libéria e a Etiópia (antiga Abissínia) foram os dois únicos países africanos não
colonizados por europeus. No período colonial, a Etiópia fez um acordo com os colonos italia-
nos, que acabou em conflito e expulsou os colonizadores. Em 1935, houve a Segunda Guerra
Ítalo-Etíope, tendo sido ganha pela Itália, o que tornou a Etiópia parte da África Oriental
Italiana até a sua libertação, em 1942, pelas forças Aliadas no Norte da África.
Analise o mapa a seguir e responda às questões propostas.

DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Ex-colônia alemã
Ex-colônia belga
Ex-condomínio
anglo-egípcio
Ex-colônia espanhola
Ex-colônia francesa
Ex-colônia inglesa
Ex-colônia italiana
Ex-colônia portuguesa
Não colonizado

ÁFRICA
DO SUL 0 695 km 1 390 km
(1961)
Escala aproximada

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

1.
1  Com base no mapa, complete o quadro a seguir com os países africanos e as respectivas
datas de independência.

Décadas Países

A Libéria foi fundada, em 1824, por escravos libertos dos EUA. Naque-
Até 1939 Egito e Libéria. la época, uma organização americana chamada American Colonization
Society havia sido criada com o propósito de levar escravos libertos e
negros nascidos livres "de volta" para a África. A Libéria foi fundada
oficialmente sob seu nome, que tencionava indicar "países da liberda-
de". Apesar da conexão bastante próxima com seu país de origem, os
1940 Etiópia agora liberianos declararam sua independência em 1847.
Leia mais sobre o assunto no artigo disponível em: <https://novaesco-
la.org.br/conteudo/ 370/quais-foram-os-colonizadores-da-africa>.

1950 República Centro Africana, Sudão, Líbia, Tunísia, Marrocos, Guiné, Gana.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 79


Décadas Países

Madagascar, Maurício, Botsuana, África do Sul, Zâmbia, Malauí, Tanzânia, Burundi, Ruanda, Rep. Demo-
crática do Congo (ex-Zaire), Congo, Gabão, Camarões, Uganda, Quênia, Somália, Nigéria, Guiné Equato-
1960
rial, Benin, Togo, Costa do Marfim, Serra Leoa, Burkina Fasso, Gâmbia, Senegal, Mali, Mauritânia, Níger,
Chade, Argélia, Lesoto, Suazilândia.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1970 Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Djibuti, Cabo Verde, Seicheles, Comores, São Tomé e Príncipe.

1980 Zimbábue.

1990 Namíbia, Eritreia.

2.
2  Com base no quadro da questão anterior, escolha um país e pesquise informações sobre
as consequências da descolonização, sua atual situação socioeconômica e política. Depois,
elabore um texto informativo com as informações coletadas em seu caderno.
Para que todos os países sejam contemplados pelos textos dos alunos, a divisão pode ser feita por meio de sorteio.

Atividades econômicas
da África
A maioria dos países africanos pratica atividades primárias, como a agri-
cultura, a pecuária e a extração de recursos naturais. A atividade industrial é
pouco desenvolvida no continente.
Jon11/iStockphoto

Vinhedos em
Stellenbosh, na
África do Sul

80 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Agricultura e pecuária
A prática da agricultura de subsistência está presente em pequenas pro-
priedades do continente africano, com baixo nível técnico. Por outro lado, existem
grandes plantações de produtos como cacau, café, algodão e cana-de-açúcar, des-
tinados à exportação.
Na pecuária bovina são utilizadas técnicas tradicionais que têm baixo ren-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
dimento produtivo. Na área mediterrânea criam-se ovinos e caprinos; na sava-
na, bovinos; nas regiões desérticas pratica-se o pastoreio nômade de camelos
e dromedários.

ÁFRICA – AGROPECUÁRIA
ÁFRICA AGROPECUÁRIA

Deserto
MAR MEDITERRÂNEO Floresta equatorial
Cultura comercial
30º
Culturas irrigadas
Cultura mediterrânea
Pecuária extensiva
23º 27' 30" Trópico de Câncer e nômade

0º Equador

OCEANO
ÍNDICO

OCEANO
ATLÂNTICO

23º 27' 30" Trópico de Capricórnio


Greenwich

30º

0 777 km 1 554 km

Escala aproximada

0º 30º

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

Mineração
Qual foi o principal atrativo dos colonizadores europeus na África?
As jazidas minerais africanas foram o principal atrativo para os colonizado-
res europeus, pois seus terrenos são ricos em: cobre, diamante, ouro, ferro, en-
tre outros. A África é responsável por 50% da produção mundial de diamantes.
Além de possuir bacias petrolíferas e de gás natural em suas planícies.
Atualmente, esses recursos minerais e energéticos fósseis são explo-
rados por companhias mineradoras norte-americanas, japonesas e europeias.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 81


Industrialização
A África tem o menor nível de industrialização do mundo, pois há pequena
participação no comércio mundial, escassez de capital e de mão de obra qualifi-
cada, o mercado é restrito e ocorrem guerras civis constantemente.
As indústrias estão presentes no norte, em países como Marrocos,
­Tunísia, Argélia e Egito, e no sul do continente o destaque é para a África do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Sul. São indústrias do tipo petrolífera, têxtil, siderúrgica, alimentícia, química,
metalúrgica, de papel e de máquinas industriais.
O desenvolvimento da atividade industrial foi prejudicado pelo longo tem-
po de subordinação do continente africano ao imperialismo, quando os euro-
peus exploravam matéria-prima a baixíssimo custo e a levavam para ser trans-
formada na Europa. Depois, vendiam os produtos industrializados aos países
africanos. Também não houve incentivos e investimentos na industrialização
das colônias, pois isso implicaria concorrência com os produtos europeus e
perda de mercados.
Outros fatores colaboraram para o lento desenvolvimento industrial da
­África, como: a dependência econômica em relação às antigas metrópoles, a ca-
rência de mão de obra qualificada, a deficiência de infraestrutura urbana, a escas-
sez de capital, a carência de energia, o pequeno mercado consumidor, as guerras
civis e o terrorismo.

Você já ouviu falar sobre Nelson Mandela? Leia o texto a seguir e saiba
um pouco mais sobre quem foi esse importante líder africano.

ENTENDA O APARTHEID, REGIME RACISTA


CONTRA O QUAL MANDELA LUTOU
O ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que morreu em
2013, aos 95 anos, em Pretória, é considerado um dos maiores heróis
da luta pela igualdade de direitos no país e foi um dos principais respon-
sáveis pelo fim do regime racista vigente entre 1948 a 1993 chamado
apartheid – separação, na língua africâner, que é derivada do holandês.
Durante o apartheid, que vigorou por mais de 40 anos, imperava
na África do Sul uma política oficial de segregação dos cidadãos segun-
do a cor de sua pele – em que a minoria branca dominou a maioria negra.
Mandela é considerado um ícone justamente por guiar o país das alge-
mas deste regime para uma democracia multirracial.

82 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Conhecido como “Madiba”, ficou preso durante 27 anos devido à luta contra o
regime da minoria branca e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1993 por combater a
discriminação racial. Foi eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul, nas
primeiras eleições multirraciais sul-africanas.
Colonizada por holandeses e britânicos, a África do Sul se tornou independente

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
em 1961, mas, desde a chegada dos primeiros europeus, no fim do século XV, surgiram
ações de dominação dos nativos negros.
Em 1948, com a vitória do Partido Nacional nas eleições legislativas, a segregação
racial se tornou oficial. O governo passou a registrar cidadãos segundo a raça e a proibir
os casamentos mistos.
O governo também confiscou propriedades de negros e obrigou milhares de pes-
soas a se mudar para áreas reservadas por etnia. A cor da pele passou a definir se a
pessoa poderia votar, onde iria estudar, morar, trabalhar e a receber tratamento médico,
diferenciando lugares e posições de brancos e negros na sociedade. Placas determi-
navam as áreas para brancos e as áreas para negros, que deveriam, obrigatoriamente,
carregar uma caderneta com informações pessoais.
Em 1960, após uma manifestação que terminou com 69 mortos, o governo decre-
tou estado de emergência e baniu o Congresso Nacional Africano (CNA), o movimento
que lutava pela união de todos os africanos e contra o apartheid. Mandela fazia parte do
CNA e também havia sido presidente do grupo, coordenando a luta contra o regime de
segregação no país.
Em 1961, quando o CNA é posto na ilegalidade após os protestos, Mandela tor-
nou-se líder da guerrilha Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), planejando uma greve
geral. O CNA desiste da resistência pacífica e Mandela deixa ilegalmente a África do Sul
em 1962 para viajar pelo continente para receber treinamento militar. Visitou a Inglaterra,
Lya_Cattel/iStockPhoto

vencedor do Prêmio
Nelson Mandela (1918-2013),
da Paz de 199 3 e pre side nte da África do Sul
Nobel
um dos mai ores líderes da África.
de 1994 a 1999, foi

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 83


Marrocos e Etiópia, e foi preso ao voltar, em agosto do mesmo ano. De acordo com o
jornal “Telegraph”, a organização perdeu o ideal de protestos não letais com o tempo e
matou pelo menos 63 pessoas em bombardeios nos 20 anos seguintes.
Mandela começou a frequentar informalmente as reuniões do CNA em 1942 e tor-
nou-se secretário nacional em 1948, ano em que o Partido Nacional ganhou as eleições,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
abandonando o curso de direito para se dedicar aos protestos contra seis leis considera-
das injustas. Como reação do governo, na ocasião, ele e 19 colegas foram presos e sen-
tenciados a nove meses de trabalho forçado. Anos depois, foi condenado por abandonar
ilegalmente o país e sabotagem. [...]

Luta pela liberdade


Enquanto integrava o CNA, Mandela ajudou a articular, em 1955, o Congresso do
Povo e citava a política pacifista de Gandhi como influência. A reunião uniu a oposição e
consolidou as ideias antiapartheid em um documento chamado Carta da Liberdade. No fim
do ano, Mandela foi preso juntamente com outros 155 ativistas em uma série de detenções
pelo país. “Eu lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu cultivei
o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em
harmonia e com oportunidades iguais. Este é um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar.
Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, afirmou Mandela.
Em 1964, Mandela e outros sete colegas foram condenados por sabotagem e
sentenciados à prisão perpétua. Um deles, Denis Goldberg, foi preso em Pretória por ser
branco. Os outros foram levados para a Ilha de Robben. Após o fim da carreira política,
Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos.
PORTAL G1. Mundo. 6 dez. 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/12/entenda-
o-apartheid-regime-racista-contra-o-qual-mandela-lutou.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.

1.
1  O texto que você leu fala sobre o apartheid, regime racista, que promovia a segre-
gação racial na África do Sul. Você acredita que atualmente o racismo ainda está
presente em nossa sociedade? Se sim, de que formas ele se manifesta? Registre
a seguir sua opinião sobre o tema.
Resposta pessoal.

É preciso promover essas reflexões com a turma a fim de que percebam as manifestações do racismo na socie-

dade atual e que é necessário combater toda forma de discriminação.

84 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Analise no mapa a seguir a distribuição das indústrias e dos recursos minerais no continente africa-
no. Depois, resolva as questões propostas. Consulte o mapa político da África na página 72, se preciso.

ÁFRICA – INDÚSTRIAS E RECURSOS MINERAIS

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

1.
1  Cite os países que possuem zonas industriais.
África do Sul, República Democrática do Congo, Gana, Nigéria, Costa do Marfim, Senegal, Marrocos, Argélia e Egito.

2.
2  Quais os dois países que apresentam maior diversidade em recursos minerais? Em sua opinião,
a exportação dos recursos minerais africanos em estado bruto influencia no desenvolvimento
da indústria no continente africano? Apresente um argumento para justificar sua resposta.
Os dois países são: África do Sul e República Democrática do Congo. Sim, influencia, pois os recursos minerais em estado

bruto têm menos valor agregado. Se os recursos minerais fossem transformados e beneficiados dentro da África, isso agre-

garia mais valor e arrecadaria mais capital, que poderia ser investido no desenvolvimento industrial do continente africano.

3.
3  Quais fatores colaboraram para o lento desenvolvimento industrial da África?
Subordinação do continente africano ao imperialismo, quando os europeus exploravam matéria-prima a baixíssimo custo

e a levavam para ser transformada na Europa; dependência econômica em relação às antigas metrópoles; carência de

mão de obra qualificada; deficiência de infraestrutura urbana; escassez de capital; carência de energia; pequeno mercado

consumidor; guerras civis e terrorismo.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 85


População africana
A população africana é formada por centenas
de ­etnias que estão distribuídas pelo continente. etnolinguística: área da linguísti-
ca que estuda tanto a variação da
São aproximadamente 800 grupos étnicos, que fa-
língua em relação à cultura como

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
lam mais de 600 línguas, além da língua herdada os aspectos dos usos linguísticos,
dos colonizadores europeus, como o português, o relacionados à identidade étnica.
Procura conhecer as diferenças entre
francês e o inglês. Os mapas a seguir mostram a as culturas e as épocas históricas.
diversidade etnolinguística da África.

ÁFRICA – PRINCIPAIS GRUPOS


ÁFRICA – PRINCIPAIS GRUPOS ÉTNICOS
ÉTNICO-LINGUÍSTICOS
MAR MEDITERRÂNEO MAR MEDITERRÂNEO

30º 30º

23º 27' 30" Trópico de Câncer 23º 27' 30" Trópico de Câncer

0º Equador 0º Equador

OCEANO OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO

OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO ATLÂNTICO

23º 27' 30" Trópico de Capricórnio 23º 27' 30" Trópico de Capricórnio

30º 30º
Greenwich

Greenwich

0º 30º 0º 30º

Grupos étnicos Línguas


Semitas Etíopes Nígero-congolesas
Sudaneses Pigmeus Nilo-saarianas
Bantos Bosquímanos Afro-asiáticas
Nilóticos Hotentotes Khoisan
0 1 113 km 2 226 km
0 1 113 km 2 226 km
Malaios/indonésicos Austronesias
Indo-europeus Europeias Escala aproximada
Escala aproximada

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar.
Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado). Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

Ao compararmos os dois mapas, identificamos a relação entre os grupos étnicos e as lín-


guas. Os semitas, por exemplo, falam as línguas nilo-saarianas e afro-asiáticas; os bantos falam
línguas nigero-congolesas.
A população está distribuída irregularmente pelo continente, pois a densidade demográfica
é de aproximadamente 28 hab/km2. As regiões desérticas são quase desabitadas, chegando a me-
nos de 1 hab/km2. Em compensação, nas margens dos rios a densidade ultrapassa 200 hab/km2.
Muitos problemas socioeconômicos atingem a população africana, como analfabetismo, de-
semprego, fome, desnutrição, altas taxas de mortalidade e de contaminação por vírus HIV.

86 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


Observe o mapa a seguir e responda às questões propostas.

ÁFRICA
ÁFRICA–– DENSIDADE DEMOGRÁFICA
DENSIDADE DEMOGRÁFICA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Argel ! ! Túnis
Densidade demográfica
MAR MEDITERRÂNEO (hab/km 2 )
Casablanca !
Alexandria
30º ! menor que 2
Cairo ! De 2 a 40
El Aaiún !
De 40 a 100
23º 27' 30" Trópico de Câncer Maior que 100

! Dacar Cartum !

!
Adis Abeba

! Lagos

0º Equador

OCEANO
! Kinshasa
ÍNDICO

OCEANO
ATLÂNTICO

23º 27' 30" Trópico de Capricórnio


! Pretória

Joanesburgo !
! Durban
30º
Greenwich

0 660 km 1 320 km
! Cidade do Cabo
Escala aproximada

0º 30º

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

1.
1  Qual cidade possui a maior concentração populacional? Além dessa cidade, quais outras
cidades apresentam densidade demográfica maior que 100 hab/km2? Escolha uma dessas
cidades e pesquise informações sobre o surgimento e os aspectos socioeconômicos e urba-
nos dela. Depois, elabore um infográfico em folha sulfite com as informações pesquisadas.
O Cairo apresenta a maior concentração populacional. Outras cidades com mais de 100 hab/km2 são Adis-Abeba, Durban,

Lagos e Alexandria.

2.
2  Entre as cidades indicadas no mapa, qual apresenta menos de 2 hab/km2? Qual o principal
motivo físico-natural do vazio demográfico da cidade em questão?
El Aaiún. A cidade apresenta um vazio demográfico em função do Deserto do Saara, que apresenta clima árido, além de

vegetação e hidrografia escassas.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 87


1.
1  No mapa a seguir estão in-
dicados, por números, três
países do continente africa-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
no. Assinale a alternativa que
apresenta corretamente loca-
lização e aspectos geopolíti-
cos desses países.

a) Etiópia (1) e Marrocos (2) foram colonizados por portugueses, enquan-


to a África do Sul (3) integra o Nafta atualmente.
b) Marrocos (3) e Moçambique (1) foram colonizados por ingleses, en-
quanto a África do Sul (2) integra atualmente o G7.
c) Angola (1) e Moçambique (2) foram colonizados por portugueses, en-
quanto a África do Sul (3) integra os Brics atualmente.
d) Ruanda (2) e Eritreia (3) foram colonizados por portugueses, enquanto
a África do Sul (1) integra os Brics atualmente.
2.
2  O gráfico mostra a variação na desigualdade de renda entre alguns paí-
ses. Os números correspondem ao coeficiente GINI (quanto maior o índi-
ce, maior é a desigualdade de renda). Observe-o e responda.

Fonte: Banco Mundial, 2013.

88 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


a) Qual país apresenta a menor desigualdade de renda? Em que conti-
nente ele está localizado?
Seicheles, na África.

b) Entre os países com maior desigualdade de renda, quais estão locali-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
zados na África?
Angola e Libéria.

3.
3  Marque a alternativa que informa o nome da forma de relevo que se localiza
no extremo noroeste do continente, ocupando os territórios de M ­ arrocos,
Tunísia e Argélia, voltada para a costa mediterrânea, com elevações acima
de 4 000 metros.
a) Cadeia do Atlas
b) Planalto da Etiópia
c) Cadeia do Cabo
d) Rift Valley
4.
4  Relacione os rios com as respectivas características.
( a ) Rio Nilo
( b ) Rio Congo
( c ) Rio Níger
( d ) Rio Zambeze
( e ) Rio Limpopo

( c ) É o terceiro rio mais importante do continente, tem 4 160 km


de extensão e deságua no Golfo da Guiné, na costa atlântica do
continente.
( )
e Deságua no Oceano Índico, tem cerca de 1 600 km de extensão e
serve de fronteira entre Botsuana, Zimbábue e África do Sul.
( b ) Tem 4 200 km de extensão e passa duas vezes pela linha do
Equador antes de desembocar no Oceano Atlântico, a oeste do
continente.
(  d ) Nasce na Zâmbia, passa pela província angolana de Moxico, estabe-
lece a fronteira entre a Zâmbia e o Zimbábue e atravessa Moçam-
bique de oeste para leste; tem 2 750 km de extensão e deságua no
Oceano Índico. A paisagem de maior destaque em seu curso são as
Cataratas Vitória, as maiores do mundo.
( a ) Garante a sobrevivência de um décimo da população africana, pois
é o segundo maior rio do mundo em extensão. Ele nasce no Lago
Vitória e corre para o norte, desaguando no Mar Mediterrâneo.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 89


5.
5  Diferencie a África do Norte da África Subsaariana.
Na África do Norte os países têm população de língua árabe e de religião islâmica. As condições

naturais da região propiciam o desenvolvimento de cultivos, criações de animais e a exploração

de petróleo e de outros minerais. Já na África Subsaariana a maioria dos habitantes é de origem

étnica negra e de religião animista, ou seja, crença em espíritos da natureza que animam as coisas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e regem o destino das pessoas. Mas, também há adeptos do islamismo. Os países dessa região

apresentam baixos índices de desenvolvimento e sofrem com problemas socioeconômicos.

6.
6  A taxa de mortalidade infantil indica o número de mortes de crianças
menores de 1 ano em cada grupo de mil nascidas vivas. A elevada morta-
lidade infantil na África é resultado de vários fatores. Cite pelo menos dois
desses fatores.
Analfabetismo, desemprego, fome, desnutrição e doenças.

77 
. Pesquise as seguintes informações sobre a Floresta do Congo: localiza-
ção; fauna; flora; problemas ambientais (desmatamento e a caça ilegal)
e assuntos políticos (presença de guerrilhas de grupos étnicos tribais).
Depois, elabore um texto sobre o assunto no espaço a seguir.
Indique os seguintes links para pesquisa:

<http://www.informaction.org/cgi-bin/gPageMulti.pl?basepage=template01.html&main=po_

­forest_congo&language=portuguese&countries=menua_countries&s=Forests/Congo>

<http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/congo-precisa-resistir-a-press>

90 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


1.
1  Com base no mapa a seguir, faça o que se pede.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ÁFRICA
ÁFRICA –
– POLÍTICO
POLÍTICO

Estreito de Gilbraltar
MAR MEDITERRÂNEO

30º

23º27'30" Trópico de Câncer

MA
R
VE
RM
EL
HO
n
Á de
o de
Golf

0º Equador

OCEANO
ATLÂNTICO ue
biq
am

eM
ld
na

23º27'30" Trópico de Capricórnio


Ca

30º
Greenwich

OCEANO
ÍNDICO 0 635 km 1 270 km

Escala aproximada
0º 30º

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2007. (Adaptado).

a) Nomeie os países africanos com suas respectivas capitais. Enumere e crie uma
legenda para os menores, se necessário.
b) Cite o nome de quatro países africanos que se localizem nos hemisférios:

• Norte: Líbia, Argélia, Eritreia, Mali.

• Sul: África do Sul, Angola, Uganda e Namíbia.

c) Cite as ilhas africanas que se destacam

• no litoral atlântico: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.

• no litoral índico: Seicheles, Comores, Maurício e Madagascar.

1. c) Se possível, leve os alunos ao laboratório de informática para acessar o Google Earth e explorar os
naufrágios, vídeos e fotos de toda a costa litorânea da África. Isso ajudará na compreensão da espacialidade e
da temporalidade dos fenômenos geográficos. GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 91
2.
2  Com base na questão anterior, complete a cruzadinha.
a) País que se limita com a Somália e a Tanzânia e é banhado pelo Oceano Índico.
b) Costa do , país banhado pelo Oceano Atlântico, localizado nos
hemisférios norte e ocidental.
c) País de pequena extensão territorial, limita-se com Burundi, República Demo-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
crática do Congo, Uganda e Tanzânia.
d) País localizado no extremo sul do continente africano.
e) País banhado pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo, onde se localiza
o estreito de Gibraltar.
f) É a maior ilha do continente africano, localizada no Oceano Índico.

a) Q U E N I A

b) M A R F I M

c) R U A N D A

d) A F R I C A * D O * S U L

e) M A R R O C O S

f) M A D A G A S C A R

3.
3  Observe o mapa África – Físico da página 61 e o mapa hidrográfico do continente
africano que você elaborou e responda às questões.
a) Qual é o rio mais extenso da África?
O Rio Nilo
b) Quais são os rios que se destacam no sul do continente africano?
Os rios que mais se destacam no sul da África são: Rio Orange, Rio Zambeze e Rio Limpopo.

c) Onde o Rio Nilo nasce e onde ele deságua?


O Rio Nilo nasce no Lago Vitória e deságua no Mar Mediterrâneo.

92 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


4.
4  Há grande diferença entre os países africanos, quando analisa-
mos as atividades econômicas desenvolvidas no continente, prin-
cipalmente em relação à África do Norte e à África Subsaariana.
Analise o gráfico sobre o crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) de alguns grupos de países e responda às questões.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) De acordo com o gráfico, qual região da África está sendo
representada? Em quais anos ela demonstrou melhor desem-
penho econômico?
África Subsaariana. Melhores desempenhos em 2008 e 2011.

b) Em qual ano a região africana representada no gráfico apre-


sentou pior desempenho econômico? Quais os dois grupos
de países que ficaram em uma situação ainda pior nesse mes-
mo período?
Em 2009. Os dois grupos que ficaram em uma situação ainda pior foram: Zona do

Euro e Europa Central e Oriental.

GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE 93


c) Quais atividades econômicas são desenvolvidas na região
africana representada no gráfico?
Predominam atividades econômicas primárias (agricultura, pecuária e extração

de minerais), com exceção da África do Sul, que apresenta um parque industrial

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
­diversificado.

5.
5  Leia as informações.

O país com o maior e mais diversificado parque in-


dustrial do continente africano apresenta destaque para os
setores siderúrgico, metalúrgico, automobilístico, químico,
têxtil e petroquímico. E predominam em seu parque in-
dustrial as empresas multinacionais com produção voltada
principalmente para o mercado externo.

As informações anteriores referem-se a:


a) Moçambique
b) Egito
c) África do Sul
d) Angola
e) Marrocos
6.
6  Além do Deserto do Saara, há o Deserto de Kalahari, que fica a
sudoeste do país, e o Deserto da Namíbia, mais a oeste, junto à
costa. Imagine que você fará uma expedição científica pelos de-
sertos africanos, focando os seguintes aspectos físicos e sociais:
clima, vegetação, fauna e flora, localização, tamanho, como os
nômades vivem no deserto, entre outros. Depois, elabore uma
apresentação com as seguintes informações sobre a viagem:
• o roteiro da viagem, informando o trajeto que será feito, por
quais países passará, quanto tempo ficará em cada um dos
desertos;
• a lista dos instrumentos, alimentação, roupas e outros obje-
tos que serão usados na viagem;
• as informações e imagens obtidas sobre os desertos.
Na data marcada, apresente seu trabalho à turma.

94 GEOGRAFIA · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE


ENSINO
FUNDAMENTAL

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4o. BIMESTRE

GEOGRAFIA
PROFESSOR
UNIDADE 7

AMÉRICA LATINA (PARTE 2)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Essa unidade dá continuidade à Unidade 6 – América Latina (parte 1) do 3.º bimes-
tre. O material aborda temas relacionados aos países da América do Sul, que estão
regionalizados com base nos aspectos físico-naturais, sendo: América Andina (países
que têm a Cordilheira dos Andes em seus territórios); América Platina (países que são
banhados pelos rios que formam a Bacia do Prata ou Platina); Guianas (correspondem
ao Suriname, Guiana e Guiana Francesa); e Brasil. Também são abordados os aspectos
físico-naturais desses países, assim como os aspectos socioeconômicos e culturais.
Os conteúdos conceituais são importantes para a análise das transformações terri-
toriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regiona-
lidades na América; para a comparação dos aspectos socioeconômicos entre os países;
para a leitura e a interpretação de mapas, gráficos e imagens de satélite, além de obter
informações em diferentes tipos de mapas, para leitura e interpretação de diferentes
gêneros textuais e para a organização cronológica dos fatos estudados.

OBJETIVOS
• Conhecer a regionalização da América Latina.
• Reconhecer os países que formam a América Platina e a América Andina.
• Conhecer as principais características da Cordilheira dos Andes.
• Conhecer as atividades econômicas e as principais características físicas dos países
andinos.
• Refletir sobre o problema do narcotráfico nos países andinos.
• Refletir sobre a importância de se ter um bom relacionamento político com os paí-
ses vizinhos.
• Identificar os estados brasileiros que recebem gás natural através do gasoduto
B
­ olívia-Brasil.
• Analisar e comparar dados socioeconômicos dos países andinos.
• Conhecer os rios que formam a Bacia do Prata ou Platina.
• Reconhecer a Bacia Platina como principal elo econômico entre Brasil, Argentina,
Paraguai e Uruguai.
• Perceber e refletir sobre os problemas socioeconômicos dos países latinos.
• Analisar aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, bem como deba-
ter sobre as desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes
físico-naturais.

FUNDAMENTAÇÃO · 8o. ANO · 4o. BIMESTRE · PROFESSOR


CONTEÚDOS
Natureza,
O sujeito e seu Conexões Formas de representação ambientes
Trabalho
lugar no mundo e escalas e pensamento espacial e qualidade
de vida
• Divisão regio- • A influência dos • Distribuição • Representação cartográfica • As transforma-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
nal da América aspectos naturais populacional, da regionalização da América ções das paisa-
(Andina, Platina, na concentração características do Sul e de seus países gens a partir das
Guianas e Brasil) populacional dos culturais (etnias, • Representação cartográfica atividades econô-
• Aspectos so- países da América religiões, línguas, da Venezuela e suas ativida- micas e impactos
cioeconômicos e Latina origens etc.) e des econômicas ambientais na
naturais dos paí- • A riqueza e a di- qualidade de vida • Representação gráfica das América Latina
ses das Américas versidade cultural • Urbanização e in- reservas de petróleo do • Aspectos natu-
Andina e Platina, nos países da dustrialização na mundo e dos países mem- rais e ambientais
das Guianas e do América Latina América Latina bros da Opep que influenciam
Brasil • Exploração de • Representação cartográfica na qualidade de
recursos energé- das regiões do Chile vida dos latino-
ticos e naturais • Representação cartográfica -americanos das
(minerais, flora e do fluxo de narcotráficos na Américas Andina
fauna) na Améri- América Latina e Platina
ca Latina • Representação cartográfica
do gasoduto Bolívia-Brasil
• Representação cartográfica
da Bacia Platina
• Representação cartográfica
das regiões do Paraguai
• Representação cartográ-
fica da divisão regional da
Argentina
• Representação cartográfica
política das Guianas

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

PÁGINAS 2 E 3 – PÁGINAS DE ABERTURA


A imagem 1 mostra uma das pioneiras na luta pelos direitos políticos das mulheres no
Brasil, Bertha Lutz. Para conhecer a biografia dela, acesse: <http://www.itamaraty.gov.br/
pt-BR/plano-nacional-de-acao-sobre- mulheres-paz-e-seguranca/14884-bertha-lutz>.
1. A manchete 1 está relacionada à luta das mulheres por direitos políticos, no caso o
direito ao voto. Indique aos alunos a leitura da reportagem completa, disponível em:
<https://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/03/historia-mulheres-brasileiras-lu-
ta-direitos.html>.
As possíveis transformações socioculturais estão relacionadas à igualdade de gêne-
ro por meio da formação profissional, equiparação salarial da mulher no mercado de
trabalho e qualificação da mão de obra, além de maior participação política e social.
Aproveite o momento para dialogar sobre os direitos da mulher que continuam
sendo suprimidos ou negligenciados em diversas regiões do globo, como: falta de
representatividade na política, violência física, desiquilíbrio patrimonial, casamen-
to infantil, entre outros. Leia a reportagem Direitos das mulheres: como alcançar

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a igualdade de gênero?, disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noti-
cias/2016/03/160308_gch_dia_internacional_das_mulheres_direitos_lgb>. O texto apre-
senta diversos dados sobre os direitos das mulheres no mundo todo.
A manchete 2 trata do fluxo migratório entre países, que influenciará no crescimento
demográfico dos países envolvidos, além da troca cultural. Já no aspecto socioeconô-
mico pode ocorrer a desvalorização da mão de obra, além de xenofobismo. Leia mais
informações em: <http://pt.euronews.com/2018/03/26/o-exodo-dos-venezuelanos-
nacolombia>; <https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-estuda-nova-fase-do-

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programa-de-interiorizacao-dos-migrantes-venezuelanos,70002264532>.
A manchete 3 trata da corrupção na política, que influencia diretamente no desenvol-
vimento humano, econômico e tecnológico de um país. Peça que os alunos pesqui-
sem sobre a situação política de outros países da América do Sul, a fim de perceber
que o problema da corrupção não acontece apenas no Brasil, e para que possam se
informar sobre o que está sendo feitos em outros países para combater a corrupção.
Com base nas respostas dos alunos, solicite uma pesquisa de dados (gráficos e
mapas) e informações sobre os assuntos abordados. As transformações ambientais
também podem ser debatidas, como as mudanças ambientais globais, a questão do
desenvolvimento sustentável, o limite para o uso dos recursos naturais, o consumis-
mo, as formas de ocorrência e controle da poluição.
2. Sugira uma pesquisa sobre os países da América Latina em um atlas. Retome o
tema regionalização da América, em América Anglo-Saxônica e América Latina. Em
seguida, peça aos alunos que escolham uma das informações registradas e criem
uma charge. Depois, organize um mural com as charges produzidas por eles.

ANOTAÇÕES

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UNIDADE 8

AS TRANSFORMAÇÕES
FÍSICO-NATURAIS E
SOCIOCULTURAIS DA ÁFRICA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Essa unidade destaca o continente africano e aborda aspectos referentes à localiza-
ção e ao processo de colonização, descolonização e regionalização da África. Espera-se
que o aluno perceba a dispersão da população africana pelo planeta e os principais
fluxos migratórios em diferentes períodos da história, analisando os fatores históricos
e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos
continentes. Também é importante que o aluno associe o critério de divisão do mundo
em Ocidente e Oriente com o sistema colonial implantado pelas potências europeias,
elabore e interprete mapas esquemáticos, para analisar, sintetizar e apresentar dados
e informações sobre diversidade, diferenças, desigualdades sociopolíticas mundiais e
valorização à diversidade cultural no continente africano. Além disso, esperamos que
tenha uma visão clara dos problemas de ordem local, regional e global, o que ajudará
na compreensão e explicação, fornecendo elementos para a tomada de decisões e
permitindo intervenções necessárias por parte de organizações mundiais.

OBJETIVOS
• Conhecer e valorizar os aspectos socioculturais de outros povos e nações.
• Relacionar os aspectos históricos e culturais entre Brasil e África.
• Localizar a África no mundo.
• Conhecer as fronteiras naturais da África.
• Conhecer a organização espacial do continente africano.
• Analisar e comparar os dados socioeconômicos dos países africanos.
• Identificar e diferenciar as formas de relevo da África.
• Conhecer as características dos rios e lagos da África.
• Identificar as funções dos rios da África, em relação ao aspecto cultural, religioso e
como fonte de energia.
• Identificar e relacionar os fatores que interferem no clima e na vegetação do conti-
nente africano.
• Caracterizar os climas e as vegetações da África.
• Localizar e conhecer os principais desertos da África.
• Identificar a regionalização da África.
• Caracterizar a África do Norte e a África Subsaariana.
• Refletir sobre os problemas socioeconômicos da África Subsaariana.
• Conhecer o processo de colonização do continente africano.
• Refletir sobre as consequências sociais, culturais e políticas que a divisão territorial
de 1914 causou aos povos africanos.
• Analisar o processo de descolonização dos países africanos.
• Conhecer as atividades econômicas desenvolvidas na África.

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• Debater e refletir sobre as consequências que a venda ilegal de diamantes traz para
a economia e para a população africana.
• Conhecer a diversidade étnico-linguística do continente africano.
• Analisar e comparar a densidade demográfica das regiões da África.
• Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas, como forma de com-
preender a multiplicidade cultural, defendendo o princípio do respeito às diferenças.

CONTEÚDOS

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Natureza,
O sujeito e seu Conexões Formas de representação ambientes
Trabalho
lugar no mundo e escalas e pensamento espacial e qualidade
de vida
• Localização, ta- • A influência dos • Distribuição • Representações cartográfi- • As transforma-
manho e limites aspectos naturais populacional, ca- cas das fronteiras naturais ções das paisa-
territoriais da na concentração racterísticas cul- da África gens por meio
África populacional dos turais e qualidade • Imagem de satélite do norte das atividades
• Relevo e hidro- países da África dos africanos da África econômicas e
grafia da África • Riqueza e diversi- • Urbanização e • Representação cartográfica impactos ambien-
• Climas e vegeta- dade cultural nos industrialização dos aspectos físicos da África tais na África
ções da África países africanos na África • Representação cartográfica • Aspectos naturais
• Regionalização da • A influência cultu- • Exploração de dos climas e das vegetações e ambientais que
África ral dos africanos recursos naturais da África influenciam na
• População afri- no mundo na África • Representação cartográfica qualidade de vida
cana • O processo de da regionalização do conti- dos africanos
colonização na nente africano pelos critérios
África étnicos e culturais de sua
• As atividades população (África do Norte e
econômicas da África Subsaariana)
África • Representação cartográfica
das feitorias e rotas euro-
peias na África – século XVI
• Representação cartográfica da
divisão política do continente
africano em 1914 e das etapas
da descolonização do território
• Representação cartográfica
da agropecuária na África
• Representação cartográfica
das indústrias e recursos
minerais na África
• Representação cartográfica
dos principais grupos étnicos
africanos
• Representação cartográfica
da densidade demográfica
da África
• Representação gráfica do
índice Gini no mundo
• Representação gráfica do
crescimento real do PIB de
alguns países

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