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ACONSELHAMENTO FILOSÓFICO

Filósofo Arildo Oliveira Sabino

SÃO MIGUEL DO GUAPORÉ-RO


2022
Conceito do tetrapharmakon epicurista/Aconselhamento Filosófico

O epicurismo está associado ao hedonismo (que elege o prazer – hedoné – como bem
supremo) e ao atomismo (que afirma que tudo aquilo que existe é composto de átomos e do
vazio). Epicuro se baseia no suposto fato de que todos os seres vivos, desde o nascimento
buscam o prazer e querem elidir a dor. Para ele reconhecemos no prazer um bem primário e
inato em nós (EPICURO, 1996, Carta a Meneceu, p. 129).
Todo prazer é bom, mas nem todo prazer deve ser escolhido; toda dor é má, mas nem toda dor
deve ser evitada. A satisfação dos desejos é coisa boa porque elimina a razão da inquietude,
mas às vezes é melhor não ceder a esse impulso se essa satisfação, boa em si, se revelar fonte
de perturbações ainda maiores.
Para Epicuro a filosofia é a medicina da alma, é preciso momentos de reflexão, pensarmos e
preocuparmos com as questões internas, pois as questões externas nos provocam e não temos
domínios sobre elas, sendo que procuramos satisfazer nossa vida e tê-la de um modo feliz e
para possuir é necessário fazer uso de quatro remédios para as principais causas da
infelicidade humana:
Temer a Cólera dos deuses;
Apavorar-se diante da morte;
Escolher mal os objetos de desejos e
Angustiar-se ante o sofrimento.
O objetivo do Filósofo era dissipar a angustia mental que a ignorância acerca dos deuses, a
ignorância da natureza e a ignorância da alma podia produzir. Não deveria temer os deuses
pois, para ele os desses não são temíveis, pois eles são eternos e felizes, não se preocupam e
nem a um outro ser perturba. Percebemos que a religião seja ela qual for, procura pressionar
as pessoas lhes impondo um medo, seja do pecado, de espíritos, inferno e etc. quantas pessoas
vivem uma falsa felicidade e não vive a sua própria vida, mas a vida que alguém lhes impôs.
O interessante que para encontrar a verdadeira felicidade o filósofo procurou se afastar do
meio das pessoas, escolheu um lugar tranquilo para ele e seus amigos, um Jardim, onde podia
ensinar e viver entre amigos. A amizade era importante e fazia parte para ter felicidade.
Amizade, liberdade e uma vida bem analisada. O jardim de Epicuro era um lugar excelente
para meditação, havendo muita natureza, um lugar de se viver e ter felicidade, não tendo
mandões, vivendo uma forma de comunidade. O objetivo era dissipar a angustia mental e
adquirir a felicidade. Vivemos em um mundo do desenvolvimento e progresso e com isso vem
um grande estrago na mente e na alma das pessoas, lhes causando insônia, ansiedade, stress e
depressão. Pessoas amarguradas contagiam o ambiente e parece se evoluir, onde maioria não
tendo um bom relacionamento, no trabalho, na família, com amigos e se infiltra em drogas, se
tranca em seus quartos e tenta viver seu mundo. Precisamos de jardins, ambiente agradável e
sadio para aplicar a filosofia, multidões procuram estes lugares, é possível fazer do cantinho
de nossa casa, de nossa vida um jardim de Epicuro.
Em Atenas conheceu grandes pensadores e nela também comprou uma casa
com jardim onde existiu O Jardim de Epicuro. O Jardim era habitado por
mestres e discípulos de Epicuro que aí cultivavam hortaliças para o próprio
sustento bem como acampavam em barracas no Jardim. (Gomes T. O;
Orientador Bulhões I. C - A ÉTICA DE EPICURO: UM ESTUDO DA
CARTA A MENECEU).
Vivemos com nossa mente cheia de lixos, coisas negativas e sem sentidos, amedrontada por
crenças e ensinamentos religiosos e políticos. Epicuro nos ensina viver uma vida bem e feliz
quando nos orienta a importância de termos amigos, pois quem tem amigos, tem ombros, tem
com quem dialogar, rodas de amigos para juntos se descontrair e se divertir e se congratular;
escolher nossos desejos e entender que algo pode ser bom para uns e ruim para outros e que
nem tudo que é bom deve ser adquirido, pois pode ser que o prazer trará algo angustioso e
ruim, também a importância de algumas dores e nem todas devem ser rejeitada. Como
assistimos no documentário em vídeo quando alguém se satisfazia e encontrava felicidade nas
compras, mas quando vinha a fatura no cartão de crédito se angustiava e lhe trazia uma
sensação de mal estar, tristeza, pois procurava a felicidade em lugares errado.
Além disso, ao erigir o prazer (hedoné) em bem supremo, Epicuro não
sustenta que o bem é aquilo que parece bom a cada qual, nem que a felicidade
consiste em buscar todo e qualquer prazer. Todo prazer é bom, mas nem todo
prazer deve ser escolhido; toda dor é má, mas nem toda dor deve ser evitada.
A satisfação dos desejos é coisa boa porque elimina a razão da inquietude,
mas às vezes é melhor não ceder a esse impulso se essa satisfação, boa em si,
se revelar fonte de perturbações ainda maiores. ( Flavia Bruno - Epicuro e os
Tetrapharmakon).
No pensamento de Epicuro o prazer foi classificado em naturais e necessários, naturais e não
necessários e não naturais e não necessários. O que nos incomoda é que geralmente utilizamos
os prazeres que não tem efeitos para nos dá a verdadeira felicidade e os prazeres naturais e
não necessários são os que mais usamos e tentamos desfrutar que acaba nos levando ao vício
e a frustação; já os prazeres que não são necessários são muito usado nestes períodos de ano
eleitoral, onde o Brasil vivencia uma enorme bajulação politica interesseira, os políticos
procuram alimentar este assombroso prazer e através dele traz o caos na politica brasileira.
Para Epicuro, os prazeres “naturais e necessários” são aqueles que eliminam a
dor, como, por exemplo, beber água quando se tem sede; os prazeres
“naturais, mas não-necessários” são aqueles que só diversificam o prazer, mas
não eliminam o sentimento de dor, como, por exemplo, saborear uma comida
refinada; por fim, ao prazeres “não-naturais e não-necessários” são aqueles
que se fundam no totalmente supérfluo, como bajulações políticas e
homenagens honoríficas. “Todo prazer constitui um bem por sua própria
natureza; não obstante isso, nem todos são escolhidos; do mesmo modo, toda
dor é um mal, mas nem todas devem ser sempre evitadas” (EPICURO, 2002,
p. 39). (Ciclo II Base Clássica do Aconselhamento)
Na questão de Ana a moça de 19 anos que está sofrendo uma pressão social principalmente
dos familiares, onde a mesma não optou pelo curso, mas sim a família. Claro que não é fácil
para uma jovem que está iniciando a fase adulta e vive na expectativa dos pais, onde eles
estão esperando algo da filha, sem ao menos perguntar se realmente era o que ela queria. Em
um aconselhamento iniciaríamos o diálogo perguntando qual é seu maior desejo, seus sonhos,
depois voltaríamos para o remédio de Epicuro: Não temer aos deuses; escolher os objetos de
desejos e não se angustiar ante o sofrimento. Aplicaria também os objetivos do epicurismo
que é ter amigos, a liberdade e uma vida bem analisada, pois os epicuiristas eram
autossuficientes e não dependia de opiniões alheias.. Creio que com este dialogo seria já o
começo para que ela viesse ter felicidade. Convidaria também sua família para uma roda de
conversa, pois a família também precisa ser tratada.
A filosofia epicurista colabora muito com o aconselhamento filosófico, pois a maioria dos
problemas que nos causam ansiedade e depressão se relaciona com algum tipo de medo de
deus e da politica, do inferno e receio de não ir para o céu; temos medo da morte, escolher
nossos desejos, pois as propagandas, redes sociais, comerciais de TV, etc. nos confundem em
nossas escolhas, quando se trata de felicidade, pensamos que os bens materiais consiste nossa
felicidade, viver com o pouco tendo uma vida humilde e focar nas coisas que estão em nosso
poder e não viver desgastando forças com as coisas externas que somente nos ilude e nos cega
quando se fala em felicidade, satisfazer nossos desejos com sabedoria e prudência, adquirir
sabedoria para fazer nossas escolhas, então com o Tetrapharmakon e os objetivos do
epicurismo acharemos solução junto ao aconselhamento para multidões que estão sofrendo de
algum tipo de mal.

REFERENCIAS
Ciclo 2 – A busca pela Felicidade no Epicurismo.
Flavia Bruno - Epicuro e os Tetrapharmakon-  Epicuro e o Tetrapharmako contra a ansiedade.
Gomes T. O; Orientador Bulhões I. C - A ÉTICA DE EPICURO: UM ESTUDO DA CARTA A
MENECEU.
Epicuro e a Felicidade - Parte 1/3 - https://www.youtube.com/watch?
v=FFM45K1Dd9w&list=PLcjvH2jdkvA7p7QVMWg6M53kQjf5-BKJx

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