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Aula 06
Moema Machado
Prof. Moema Machado
Aula 06 – Patrimônio Histórico Cultural e Artístico
1 – Introdução ........................................................................................................................... 2
2 - Visão Geral ......................................................................................................................... 10
3 - Constituição Federal .......................................................................................................... 23
4 - Decreto-Lei n.º 25 de 30/11/1937..................................................................................... 24
5 - Carta de Atenas - 1931 ...................................................................................................... 34
6 - Carta de Veneza - 1964 ...................................................................................................... 38
7 - Normas de Quito - 1967 .................................................................................................... 42
8 - Carta do Restauro – 1972 (Itália) ...................................................................................... 43
9 - Carta de Burra – 1980 (Austrália) ...................................................................................... 44
10 - Carta de Florença – 1981 ................................................................................................. 48
11 – Resolução de Questões................................................................................................... 50
12 – Lista de Questões .......................................................................................................... 127
13 – Gabarito ........................................................................................................................ 150
14 – Anexo 1 – Publicações Sobre Brasília ........................................................................... 151
15 – Anexo 2 – Estudo de Caso–Prova TRF 2º Região ......................................................... 153
16 – Anexo 3 – Fluxograma das Etapas de Projeto Básico de Restauração........................ 156
17 – Anexo 4 – Fluxograma das Etapas de Projeto de Intervenção em Espaços Públicos 157
18 – Anexo 5 – Fluxograma das Etapas de Projeto de Intervenção em Espaços Públicos 158
19 - Bibliografia ..................................................................................................................... 159
1 – INTRODUÇÃO
“A história da arte mostra que a arquitetura sempre foi parte integrante fundamental no
processo da criação artística... É através das coisas belas que nos ficaram do passado,
que podemos refazer, de testemunho em testemunho, os itinerários percorridos nessa
apaixonante caminhada, não na busca do tempo perdido, mas ao encontro do tempo que
ficou vivo para sempre, esta eterna presença na coisa daquela carga de amor e de saber
....” Lucio Costa
Vou introduzir essa aula com um breve resumo da 3ª edição da cartilha “Patrimônio Histórico: como
e por que preservar”, lançada pelo CREA-SP.
• O que é memória?
É a imagem viva de tempos passados ou presentes. Os bens, que constituem os elementos
formadores do patrimônio, são ícones repositórios da memória, permitindo que o passado interaja
com o presente, transmitindo conhecimento e formando a identidade de um povo.
• O que são bens culturais?
É o registro (físico ou não) de elementos da realidade (cultural ou natural), passada ou presente. É
todo elemento, material ou imaterial, capaz de traduzir o momento cultural ou natural de grupos
sociais ou de ecossistemas.
• O que é significado cultural?
São os valores atribuídos por grupos sociais a bens e lugares, em detrimento de outros.
• O que é patrimônio?
São todos os bens, materiais e imateriais, naturais ou construídos, que uma pessoa ou um povo
possui ou consegue acumular.
• O que é patrimônio cultural?
É o conjunto de bens, de natureza material e/ou imaterial, que guarda em si referências à
identidade, a ação e a memória dos diferentes grupos sociais.
Divide-se em:
a) Formas de expressão: literatura, música, danças, rituais, teatro, vestuário, pinturas corporais,
etc.
b) Os modos de criar, fazer e viver: a culinária, o artesanato, as telhas coloniais modeladas pelas
escravas nas próprias coxas, etc.
c) Criações científicas, artísticas, tecnológicas e documentais:
- Científicas: o mapeamento do DNA, a criação de variedades de café brasileiro, etc;
- Artísticas: Pampulha, Brasília, as obras de Aleijadinho, Anita Malfatti, Villa Lobos, o baião, o
forró, os cocares indígenas, as pinturas rupestres, etc;
- Tecnológicas: o biodiesel, o 14 Bis de Santos Dumont, etc;
reuso de edifícios e objetos contribuem para a redução de energia e matéria-prima necessárias para
a produção de novos.
• O que preservar?
Todos os bens de natureza material e imaterial, de interesse cultural ou ambiental, que possuam
significado histórico, cultural ou sentimental, e que sejam capazes, no presente ou no futuro, de
contribuir para a compreensão da identidade cultural da sociedade que o produziu.
• O que é tombamento?
É um conjunto de ações, realizadas pelo poder público e alicerçado por legislação específica, que
visa preservar os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e afetivo, impedindo a
sua destruição e/ou descaracterização.
• Por que o nome tombamento?
É o ato de tombar, ou seja, inventariar, arquivar, registrar coisas ou fatos relativos a uma
especialidade ou região, para proteger, assegurar, garantir a existência por parte de algum poder.
Este nome tem origem em Portugal, vem da Torre do Tombo, ou do Arquivo (uma das torres do
Castelo de São Jorge), onde eram guardados documentos importantes que hoje fazem parte do
Arquivo Central do Estado Português.
• Preservar é o mesmo que tombar?
Não, a preservação pode existir sem o tombamento. O tombamento é uma imposição legal; porém,
sem ele não há garantia real de preservação. Esta é uma importante ação a ser tomada para garantir
a preservação definitiva do patrimônio, impedindo, por lei, a sua descaracterização/destruição e
propiciando a sua plena utilização.
• Quando o tombamento de bens históricos começou no Brasil?
Começou em 30 de novembro de 1937, com o Decreto-Lei n° 25, criou-se o Sphan - Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que nascia para proteger cidades antigas e monumentos
que corriam risco, devido à especulação imobiliária e as reformas urbanas. Entre os artistas e
intelectuais envolvidos na sua criação estavam Mário de Andrade, Lúcio Costa, Gustavo Capanema
e Rodrigo Melo de Andrade.
Atualmente é denominado Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e possui
mais de 20.000 edifícios, 83 conjuntos urbanos e sítios arqueológicos tombados, além de objetos,
obras de arte, documentos, etc.
Entre os artistas e intelectuais envolvidos na sua criação estavam Mário de Andrade, Lúcio Costa,
Gustavo Capanema e Rodrigo Melo de Andrade.
Sim, em alguns casos, particularmente na ausência de lei municipal específica, o Promotor de Justiça
pode evitar destruição iminente e determinar a preservação do patrimônio cultural após ouvir
especialistas na área.
A Constituição Federal, em seu artigo 129, parágrafo 3°, aponta como uma das atribuições do
Ministério Público “promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”.
Tais ações são amparadas pelas Leis Federais n° 4.717/65 e n° 7.347/85, que disciplinam a “ação
popular” e a “ação civil pública”.
• Quais tipos de bens são tombados pelos órgãos e conselhos de defesa do patrimônio:
internacional, federal, estadual e municipal?
Obedecem a uma escala de importância:
Bens de interesse da humanidade, de excepcional valor, inscritos na Lista do Patrimônio
Universal pela Unesco;
Bens de interesse nacional, tombados pelo Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional;
Bens de interesse estadual, tombados por órgãos de defesa do patrimônio existentes nos
estados.
Bens de interesse local, tombados por órgãos de defesa do patrimônio existentes nas cidades.
• Quem pode solicitar o tombamento?
A solicitação do pedido de tombamento pode advir do proprietário, da sociedade, do conselho de
defesa do patrimônio, de entidades, de toda e qualquer pessoa de direito público ou dos órgãos
municipais/estaduais/federais. O pedido deve ser devidamente descrito mediante justificativas.
• Há interesse de todos na criação de conselhos de defesa do patrimônio?
Para pequena parcela da comunidade o tombamento não interessa, devido ao proveito advindo da
especulação imobiliária, ao conceito errôneo de que o novo é melhor e ao desprezo pela memória
local; entretanto, o patrimônio é importante na formação e fomento da identidade cultural.
• Quais os dispositivos que um proprietário de bem tombado pode se valer para ser
“compensado” pelo tombamento?
O Estatuto da Cidade prevê uma gama de instrumentos que podem ser utilizados para imóvel
tombado, como a Transferência do Direito de Construir, por exemplo, quando é vendido a terceiros
o direito que teria o proprietário de edificar em área tombada; entretanto, este instrumento, de
fundamental importância para a preservação, deverá fazer parte do Plano Diretor Participativo.
• De que forma o proprietário pode adquirir recursos para a conservação ou restauração do
bem tombado?
Através de leis de incentivo cultural, como a Lei Rouanet (federal), leis estaduais e municipais, bem
como convênios internacionais, fundações com fins culturais e iniciativa privada.
• O que é tombamento parcial e integral?
São processos que visam à manutenção do patrimônio, sem alteração de suas características, de
modo a preservar seu significado cultural.
Conjunto de intervenções e, posteriormente, de controle do estado de equilíbrio das estruturas e
dos materiais, dentro de padrões considerados regulares e compatíveis com as condições presentes
e favoráveis à identidade da edificação ou da obra de arte, não pretendendo retornar o objeto ao
estado original.
• O que é restauração?
A restauração é um conjunto de atividades que visa a restabelecer o estado original ou próximo
deste e anterior aos danos decorrentes da ação do tempo, ou do próprio homem em intervenções
que descaracterizam um bem imóvel ou móvel. A restauração visa a garantir a permanência de um
testemunho físico e real de época passada para gerações futuras. Os processos de restauração são
orientados por posturas consolidadas em cartas patrimoniais.
• O que são cartas patrimoniais?
As diretrizes para a conservação, manutenção e restauro do patrimônio histórico, local, regional,
nacional ou mundial, estão expressas nas cartas patrimoniais. Estas tratam da evolução conceitual
e das formas de ação sobre um patrimônio histórico e arquitetônico. As cartas patrimoniais
refletem o que se pensou e o que se pensa no âmbito da comunidade de especialistas e organismos
nacionais e internacionais que trabalham com a preservação de patrimônios culturais. As cartas
começaram com a Carta de Atenas, em 1931, e hoje somam mais de 40.
• Quem faz a restauração de um imóvel tombado?
O arquiteto com especialização na área, que poderá coordenar uma equipe multidisciplinar. Este
profissional é o responsável pela restauração, como especialista em Patrimônio Histórico
Arquitetônico, e, por meio de seus cursos de especialização nas técnicas de restauração, está apto
a conceituar, propor e conduzir as obras de restauração de um imóvel tombado.
• Como o poder público municipal pode auxiliar na restauração de bens tombados?
Os municípios têm, em geral, dispositivos de auxílio e incentivo para as intervenções de restauração
de um bem tombado. Estes vão desde a renúncia fiscal do IPTU à oferta de equipes especializadas
no trato do patrimônio tombado - cabendo aos munícipes reivindicar a divulgação e a
implementação dessas importantes políticas públicas.
2 - VISÃO GERAL
Abaixo, sinopse das principais legislações, cartas patrimoniais e cadernos técnicos do IPHAN.
Pessoal, esse caderno técnico sobre Caderno de Encargos do IPHAN tem 420 páginas,
mas resume assuntos como: especificações de materiais, procedimentos de execução
de obra, fundações, instalações prediais e, no final, contém um Glossário com termos
que algumas bancas gostam de cobrar.
Contém o dossiê completo e o relatório final
do trabalho da comissão que definiu a Lista
de Prioridades e as fichas dos Sítios e
Conjuntos Históricos Urbanos Nacionais
Tombados das Regiões Norte, Nordeste e
Centro Oeste. Essa comissão também
reuniu subsídios para o trabalho da
comissão especial responsável pela
elaboração da Lista de Prioridades de
Conservação do Monumenta. Foram
definidos os 101 Sítios e Conjuntos
Históricos Urbanos Nacionais e coube ao
Monumenta a elaboração do estudo de
classificação tipológica segundo “narrativas
históricas” elaboradas por professores do
Departamento de História da Universidade
de São Paulo (USP).
3 - CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar
o patrimônio público;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
CAPÍTULO I
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e
imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do
patrimônio histórico ou artístico nacional, depois de inscritos separada ou
agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que trata o art. 4º desta lei.
§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a
tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe
conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela natureza ou
agenciados pela indústria humana.
Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às pessôas naturais, bem como às
pessôas jurídicas de direito privado e de direito público interno.
Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216, ampliou o conceito de patrimônio estabelecido
pelo Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, substituindo a nominação Patrimônio
Histórico e Artístico, por Patrimônio Cultural Brasileiro. Essa alteração incorporou o conceito de
referência cultural e a definição dos bens passíveis de reconhecimento, sobretudo os de caráter
imaterial. A Constituição estabelece ainda a parceria entre o poder público e as comunidades
para a promoção e proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro, no entanto mantém a gestão do
patrimônio e da documentação relativa aos bens sob responsabilidade da administração pública.
Enquanto o Decreto de 1937 estabelece como patrimônio “o conjunto de bens móveis e imóveis
existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico,
bibliográfico ou artístico”, o Artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como
sendo os bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira”.
Nessa redefinição promovida pela Constituição, estão as formas de expressão; os modos de criar,
fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos,
edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos
urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico
e científico.
O artigo 3º trata dos casos de exclusão do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de obras de
origem estrangeira.
CAPÍTULO II
DO TOMBAMENTO
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do
Tombo, nos quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, a saber:
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes às
categorias de arte arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as
mencionadas no § 2º do citado art. 1º.
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interêsse histórico e as obras de arte histórica;
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira;
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das
artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.
§ 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes.
Talvez vocês tenham a mesma dificuldade que eu tive para diferenciar Belas Artes de Artes
Aplicadas. Não acredito que isso seja cobrado em provas, mas, fiz uma pesquisa e achei esse slide
para ajudar na nossa compreensão: (Fonte: Google)
Fiz o mapa mental acima com as fotografias que foram inseridas para caracterizar cada Livro do
Tombo no site do IPHAN.
1. Mercado.
2. Igreja Matriz de Santo Antônio, construída em Lapa (PR), entre 1769 e 1787. Exemplar da
arquitetura luso-brasileira.
3. Os Profetas, conjunto de estátuas, Congonhas (MG), Santuário do Senhor Bom Jesus de
Matozinhos. Criado por um dos maiores artistas brasileiros - Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho.
4. Cristo que compõe o acervo do Museu das Missões, em São Miguel das Missões (RS).
LIVROS DO TOMBO
Livro do Tombo das Belas Artes, onde são inscritos os bens culturais em
função do seu valor artístico. O termo belas-artes é aplicado às artes de
caráter não utilitário, opostas às artes aplicadas e às artes decorativas. Para
a História da Arte, as belas artes imitam a beleza natural e são consideradas
diferentes daquelas que combinam beleza e utilidade.
Livro do Tombo das Artes Aplicadas, onde são inscritos os bens culturais em
função do seu valor artístico, associado à sua função utilitária. Essa
denominação (em oposição às belas artes) se refere à produção artística
que se orienta para a criação de objetos, peças e construções utilitárias:
alguns setores da arquitetura, das artes decorativas, design, artes gráficas
e mobiliário, por exemplo. Desde o século XVI, as artes aplicadas estão
presentes em bens de diferentes estilos arquitetônicos.
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608
Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios se
fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda
estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos.
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de
direito privado se fará voluntária ou compulsóriamente.
Art. 7º Proceder-se-à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a
coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio
CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO
Art. 11 As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios,
inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas
entidades.
Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato
conhecimento ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Art. 12. A alienabilidade das obras históricas ou artísticas tombadas, de propriedade de
pessôas naturais ou jurídicas de direito privado sofrerá as restrições constantes da
presente lei.
Art. 13. O tombamento definitivo dos bens de propriedade partcular será, por iniciativa
do órgão competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito
para os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e averbado ao
lado da transcrição do domínio.
§ 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata êste artigo, deverá o
adquirente, dentro do prazo de trinta dias, sob pena de multa de dez por cento sôbre o
respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda que se trate de transmissão judicial
ou causa mortis.
§ 2º Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário, dentro do mesmo
prazo e sob pena da mesma multa, inscrevê-los no registro do lugar para que tiverem sido
deslocados.
§ 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação pelo
proprietário, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, dentro do mesmo
prazo e sob a mesma pena.
Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem
transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional.
CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO
Art. 15 Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para fora do
país, da coisa tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que se
encontrar.
§ 1º Apurada a responsábilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta a multa de cincoenta
por cento do valor da coisa, que permanecerá sequestrada em garantia do pagamento,
e até que êste se faça.
§ 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dôbro.
§ 3º A pessôa que tentar a exportação de coisa tombada, alem de incidir na multa a que
se referem os parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal
para o crime de contrabando.
Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objéto tombado, o respectivo
proprietário deverá dar conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob pena de multa de dez por cento
sôbre o valor da coisa.
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas, demolidas ou
mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de
cincoenta por cento do dano causado.
Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos
municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá
pessoalmente na multa.
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou
reduza a visibílidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada
destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a multa de cincoenta por cento
do valor do mesmo objéto.
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às
obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas
obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado
o dano sofrido pela mesma coisa.
§ 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço
do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas da União,
devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis mezes, ou providenciará para
que seja feita a desapropriação da coisa.
§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o
proprietário requerer que seja cancelado o tombamento da coisa. (Vide Lei nº 6.292,
de 1975)
§ 3º Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras e conservação ou
reparação em qualquer coisa tombada, poderá o Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional tomar a iniciativa de projetá-las e executá-las, a expensas da União,
independentemente da comunicação a que alude êste artigo, por parte do proprietário.
Art. 20. As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que fôr
julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar
obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dôbro em caso de
reincidência.
Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. 1º desta lei são
equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Trago na íntegra, o resumo sobre a Carta de Atenas que consta em “Cartas do Restauro
– Fundamentação Teórica do Restauro”:
https://5cidade.files.wordpress.com/2008/04/fundamentacao-teorica-do-restauro.pdf
Segundo Márcia Braga, a situação do pós-guerra europeu resultará num consenso explicitado
através da Carta de Veneza (1964), que ratifica e desenvolve conceitos da Carta de Atenas. Dezesseis
artigos compõem as resoluções deste encontro, que resumiremos a seguir:
• O monumento é inseparável do meio onde se encontra. O entorno do monumento também
deve ser mantido.
• A restauração é uma atividade interdisciplinar composta de: análise histórica crítica ou
arqueológica da obra, contextualização museológica, avaliação técnica de materiais que
atuem na nova situação.
• O programa atual da edificação deve adequar-se à sua estrutura sem alterá-la
substancialmente, com uso de técnicas modernas que devem ser reconhecíveis.
• Conservar e revelar os valores estéticos e assim respeitar as contribuições de todas as
épocas, não objetivando uma unidade estilística.
• Todo trabalho de reconstrução deve ser evitado, sendo recomendado somente a anastilose.
• A documentação dos trabalhos deve ser analítica, crítica e com fotografias. Tais relatórios
devem também anteceder a restauração.
Segue a Carta de Veneza na íntegra:
Definições
Artigo 1º
A noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica isolada, bem como
o sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização particular, de uma evolução
significativa ou de um acontecimento histórico. Estende-se não só às grandes criações,
mas também às obras modestas, que tenham adquirido, com o tempo, uma significação
cultural.
Artigo 2º
A conservação e a restauração dos monumentos constituem uma disciplina que reclama
a colaboração de todas as ciências e técnicas que possam contribuir para o estudo e a
salvaguarda do patrimônio monumental.
Finalidade
Artigo 3º
A conservação e a restauração dos monumentos visam a salvaguardar tanto a obra de
arte quanto o testemunho histórico.
Conservação
Artigo 4º
A conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente.
Artigo 5º
A conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função
útil à sociedade; tal destinação é, portanto, desejável, mas não pode nem deve alterar a
disposição ou a decoração dos edifícios. É somente dentro destes limites que se devem
conceber e se podem autorizar as modificações exigidas pela evolução dos usos e
costumes.
Artigo 6º
A conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala.
Enquanto subsistir, o esquema tradicional será conservado, e toda construção nova, toda
destruição e toda modificação que poderiam alterar as relações de volumes e de cores
serão proibidas.
Artigo 7°
O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa.
Por isso, o deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado,
exceto quando a salvaguarda do monumento o exigir ou quando o justificarem razões de
grande interesse nacional ou internacional.
Artigo 8°
Os elementos de escultura, pintura ou decoração que são parte integrante do
monumento não lhes podem ser retirados a não ser que essa medida seja a única capaz
de assegurar sua conservação.
Restauração
Artigo 9º
A restauração é uma operação que deve ter caráter excepcional. Tem por objetivo
conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamenta-se no
respeito ao material original e aos documentos autênticos. Termina onde começa a
Países participantes: Brasil, Equador, Estados Unidos da América, Guatemala, Espanha, México,
Peru, República Dominicana e Venezuela.
Trago direto, um resumo de Marcia Braga, do Livro Conservação e Restauro:
“A Conferência de Quito (1967) procura adequar os princípios da Carta de Veneza às
culturas latino americanas valorizando também o acervo sociológico e o folclore nacional.
Dentre as recomendações propostas salientaremos aquelas que são mais específicas ao
continente sul americano:
- investigação histórica nos arquivos espanhóis e portugueses;
- que seja redigido novo documento substituindo o ‘Tratado Interamericano sobre a
proteção de bens móveis’ (1935), que seja capaz de reduzir os riscos do comércio ilícito;
- que sejam criados cursos com bolsas de estudos para formação de pessoal capacitado
à conservação e preservação;
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Florenc%CC%A7a%201981.
pdf (ICOMOS, 1981)
Definições e objetivos:
• Um jardim histórico é uma composição arquitetônica e vegetal que, do ponto de vista
da história ou da arte, apresenta um interesse público. Como tal, é considerado um
monumento.
• O jardim histórico é uma composição arquitetônica, cujo material é essencialmente
vegetal e, portanto, vivo, perecível e renovável. O seu aspecto é, pois, o resultado de
um perpétuo equilíbrio entre o movimento cíclico das estações do ano, o crescimento
e a decadência da natureza, e a vontade artística e a mestria humana que tendem a
perpetuar o seu estado.
• Enquanto monumento, o jardim histórico deve ser salvaguardado segundo o espírito
da Carta de Veneza, porém com regras específicas.
• Determinam a composição arquitetônica de um jardim histórico:
- o seu traçado e a sua topografia;
- a sua vegetação: espécies, volumes, jogos de cores, distâncias e respectivas alturas;
- os seus elementos estruturais ou decorativos;
11 – RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
Comentários
A Praça São Francisco é uma praça localizada no centro histórico da cidade brasileira de São
Cristóvão, no estado de Sergipe. A Praça foi fundada junto com a cidade em 1607, e seu entorno
possui edificações construídas entre os séculos XVII e XIX. Foi protegida em nível estadual e nacional
e designada Patrimônio da Humanidade em 1º de agosto de 2010 pela UNESCO pelo seu valor como
documento histórico, paisagístico, urbanístico e sociocultural do período da União Ibérica, sendo
um importante representante dos modelos combinados de urbanismo português e espanhol, tendo
em seu redor relevantes prédios históricos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_S%C3%A3o_Francisco#/media/File:Pra%C3%A7a_S%C3%A3o_Fra
ncisco.jpg
Gabarito: alternativa B
Comentários
Todas estão certas!
O trabalho “Técnicas de conservação e restauro das estruturas em madeira de telhados históricos
no Brasil” nos traz o seguinte: (Ferreira, 2010)
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp133908.pdf
Gabarito: alternativa A
(B) I, II e III.
(C) I, III e IV.
(D) III e IV.
(E) I e II.
Comentários
O sítio arqueológico de São Miguel das Missões - declarado Patrimônio Mundial, Cultural e Natural,
pela Unesco, em 1983 - é um dos conjuntos históricos mais importantes situados em terras
brasileiras. Em 1937, o arquiteto Lucio Costa foi enviado ao Rio Grande do Sul para analisar os
remanescentes dos Sete Povos das Missões e a visita resultou no tombamento, pelo Iphan, em 1938,
dos remanescentes das Missões. http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/292
A outra destinou-se ao novo museu, que contará com um auditório, e abrigará ainda
as sedes locais do Iphan e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-complexo-cultural-sao-
miguel-missoes-rs
Gabarito: alternativa C
Comentários
No site do IPHAN, encontramos diversas publicações, inclusive, disponíveis para download.
E lá, encontramos a primeira revista do SPHAN:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/RevPat01_m.pdf
Da qual retiro as figuras a seguir:
Mas, creio que não precisaríamos ir tão longe para respondermos a questão.
Gabarito: alternativa B
A respeito da defesa dos bens culturais brasileiros respondida pelo Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, é correto afirmar:
(A) Os únicos bens arquitetônicos tombados, em nível federal, no Estado de Mato Grosso do
Sul, estão localizados na cidade de Corumbá/MS.
(B) Para ser tombado, um bem passa por um processo administrativo até ser inscrito em, pelo
menos, dois dos quatro Livros do Tombo.
(C) O Livro do Tombo de Belas Artes é aquele em que são inscritos os bens culturais em função
do seu valor artístico, associado à sua função utilitária.
(D) O tombamento é o mais antigo instrumento de proteção em utilização pelo Iphan, tendo
sido instituído em 1937.
(E) O pedido de tombamento de qualquer bem ao Iphan deve ser solicitado apenas por pessoa
jurídica.
Comentários
Vamos comentar todas as alternativas:
(A) Incorreta. Conforme tabela abaixo, temos bens arquitetônicos tombados, em Mato Grosso
do Sul, nas cidades de Jardim, Corumbá, Campo Grande e Ladário.
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Mato_grosso_sul_bens_tombados_novembro_24.pdf
Patrimônio Material - MS
O Iphan iniciou suas ações em Mato Grosso do Sul com o tombamento do Forte Coimbra,
em 1974. Construído às margens do rio Paraguai, em Corumbá, na fronteira com a Bolívia
e o Paraguai, no século XVIII, a edificação pertencia a uma rede de fortificações de defesa
e Mato Grosso, o norte do Paraguai e o leste da Bolívia, formando o chamado Chaco. Esse mar interior
é resultado da separação do oceano há milhões de anos.
O bioma, uma savana estépica, abriga a fauna pantaneira, considerada uma das mais ricas do
planeta, com 650 espécies de aves, do total de 1,8 mil já catalogadas no Brasil. A mais espetacular
delas é a arara-azul-grande, espécie ameaçada de extinção. Há ainda o tuiuiú, ave símbolo do
Pantanal.
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1079
(B) Incorreta. Deve ser inscrito em, pelo menos, 1 Livro do Tombo.
CAPÍTULO I
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no
país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do
Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do patrimônio histórico
ou artístico nacional, depois de inscritos separada ou agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que
trata o art. 4º desta lei.
§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento os
monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável
com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.
(Governo Federal, 1937)
(C) Incorreta. O Livro do Tombo das Artes Aplicadas que está associado à função utilitária.
Livro do Tombo das Artes Aplicadas, onde são inscritos os bens culturais em função do seu valor
artístico, associado à sua função utilitária. Essa denominação (em oposição às belas artes) se refere à
produção artística que se orienta para a criação de objetos, peças e construções utilitárias: alguns
setores da arquitetura, das artes decorativas, design, artes gráficas e mobiliário, por exemplo. Desde
o século XVI, as artes aplicadas estão presentes em bens de diferentes estilos arquitetônicos.
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608
Gabarito: alternativa D
Comentários
Vamos comentar todas as alternativas.
(A) Correta.
Conservação
Artigo 4º
A conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente.
(ICOMOS, 1964)
(B) Incorreta.
Finalidade
Artigo 3º
A conservação e a restauração dos monumentos visam a salvaguardar tanto a obra de arte quanto o
testemunho histórico.
(ICOMOS, 1964)
(C) Incorreta.
Artigo 8°
Os elementos de escultura, pintura ou decoração que são parte integrante do monumento não lhes podem
ser retirados a não ser que essa medida seja a única capaz de assegurar sua conservação.
(ICOMOS, 1964)
(D) Incorreta.
Artigo 12º
Os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmoniosamente ao conjunto,
distinguindo-se, todavia, das partes originais a fim de que a restauração não falsifique o documento de arte
e de história.
(ICOMOS, 1964)
(E) Incorreta.
Artigo 7°
O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Por isso, o
deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado, exceto quando a salvaguarda
do monumento o exigir ou quando o justificarem razões de grande interesse nacional ou internacional.
(ICOMOS, 1964)
Gabarito: alternativa A
Comentários
(A) Incorreta.
(B) Incorreta.
Segundo o diretor do PAC Cidades Históricas, a restauração faz parte da ampla gama de
atuação do programa. “Sempre atuamos de forma integrada, nunca é o restauro pelo
restauro. Não fazemos só restauração de igreja, fazemos de bibliotecas públicas,
mercados públicos, teatros… A ideia é fazer requalificações urbanas. Queremos avançar
nisso, na melhoria da qualidade de vida das pessoas que moram nas cidades, não é só
fruição estética”, explica Almeida.
O PAC, iniciado em 2007, é uma iniciativa do governo federal, coordenada pelo Ministério
do Planejamento, que promoveu a retomada do planejamento e a execução de grandes
obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética no País. Em 2013, de forma
até então inédita na história das políticas de preservação, o Ministério do Planejamento
autorizou a criação do PAC Cidades Históricas.
Almeida observa que os desafios para a realização do programa são muitos, desde os
desafios técnicos, de formação de mão de obra, até o desafio maior, que é o de trazer o
patrimônio para a vida das pessoas. “Requalificando o espaço, o patrimônio ganha a
dimensão de bônus, e não de ônus. Só de conseguir incluir no PAC um programa de
restauro já é uma inflexão no pensamento das pessoas, mostra que o patrimônio pode
ser parte do desenvolvimento”, completa.
Texto e Fonte: Assessoria de Comunicação/Com informações do Iphan/Ministério da
Cultura
http://pnc.cultura.gov.br/tag/pac-cidades-historicas/
(C) Incorreta. A Lei de Incentivo à Cultura (Lei no 8.313/91) restabelece princípios da Lei n° 7.505,
de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras
providências. O Pronac tem como finalidade captar e canalizar recursos para o setor cultural.
(D) Correta. A UNESCO é a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
tendo nascido em 16 de novembro de 1945.
O SISTEMA DE MONITORAMENTO
A assistência internacional prestada pelo Comitê do Patrimônio Mundial compreende
também um sistema de monitoramento, ou seja, de acompanhamento do estado de
conservação dos bens culturais inscritos na Lista do Patrimônio Mundial.
Entretanto, o sistema de monitoramento é bem mais do que uma rotineira inspeção
periódica. Trata-se de um processo permanente de cooperação que envolve parceiros
locais num contexto regional, incluindo informações e atividades de pesquisa. Pelo
sistema de monitoramento, o Comitê do Patrimônio Mundial procura assessorar os
Estados na busca de soluções para debelar as causas que ameaçam os bens culturais do
seu patrimônio.
O sistema de monitoramento possibilita a qualquer Estado-parte na Convenção alertar o
Comitê do Patrimônio Mundial sobre os riscos de deterioração de um bem pertencente
ao patrimônio cultural ou sobre uma eventual violação das obrigações previstas na
Convenção.
Mediante o sistema de monitoramento, o Comitê do Patrimônio Mundial poderá,
periodicamente, certificar-se se determinado bem cultural atende ainda aos requisitos
que motivaram a sua inscrição na Lista do Patrimônio Mundial.
(Silva, 2012)
(E) Incorreta. Nada a ver. A Lei 10.257/2001 é o Estatuto da Cidade e trata dos seguintes
instrumentos:
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
social;
II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
III – planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
d) plano plurianual;
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
f) gestão orçamentária participativa;
g) planos, programas e projetos setoriais;
h) planos de desenvolvimento econômico e social;
IV – institutos tributários e financeiros:
a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;
b) contribuição de melhoria;
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
V – institutos jurídicos e políticos:
a) desapropriação;
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
e) instituição de unidades de conservação;
f) instituição de zonas especiais de interesse social;
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
j) usucapião especial de imóvel urbano;
l) direito de superfície;
m) direito de preempção;
n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;
o) transferência do direito de construir;
p) operações urbanas consorciadas;
q) regularização fundiária;
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
s) referendo popular e plebiscito;
t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiária;
u) legitimação de posse.
VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
Gabarito: alternativa D
Comentários
Seção XI
Da transferência do direito de construir
Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado
ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir previsto no
plano diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado
necessário para fins de:
I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
II – preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou
cultural;
III – servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa
renda e habitação de interesse social.
§ 1° A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte
dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput.
§ 2° A lei municipal referida no caput estabelecerá as condições relativas à aplicação da transferência do
direito de construir.
Gabarito: alternativa C
Comentários
A NBR 13755 foi atualizada em 11/2017 e trata sobre Revestimentos cerâmicos de fachadas e
paredes externas com utilização de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação
– Procedimento.
4.3 Juntas
As juntas devem ser executadas para o alívio de tensões dos materiais de
revestimentos de paredes externas. Estas juntas já são objeto de Normas Técnicas
Brasileiras que apresentam procedimentos para a elaboração de projetos de
revestimento até a execução desse revestimento. A necessidade da criação das
juntas, espaço regula r entre duas peças de materiais idênticos ou distintos, é
subdividida pelas normas segundo seus objetivos, como sendo: juntas de
assentamento, juntas de movimentação, juntas de dessolidarização e junta estrutural.
As juntas de assentamento constituem o espaço regular entre duas peças de
revestimentos. As juntas de movimentação são o espaço regular que define divisões
da superfície revestida com placas cerâmicas, cuja função é permitir o alívio de
tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. As
juntas de dessolidarização correspondem ao espaço regular a ser feito sempre que
houver mudanças de direção do plano revestido, ou quando ocorrerem encontros
de diferentes tipos de revestimentos. E a junta estrutural é o espaço regular cuja
função é aliviar tensões provocadas pela movimentação da estrutura de concreto.
(...)
A NBR 13.755:1996 recomenda a execução de juntas horizontais de movimentação
e de dessolidarização espaçadas no máximo a cada 3 metros ou a cada pé-
direito, na região do encunhamento da alvenaria, bem como a execução de juntas
verticais de movimentação espaçadas a cada 6 metros. Esta norma também
recomenda a execução de juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas
mudanças de direção do plano de revestimento, no encontro da área revestida
com pisos e forros, colunas e vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem
como onde houver mudança de materiais que compõe a estrutura suporte de
concreto para alvenaria.
(Figueiredo, 2008)
Acessar também:
http://zmdouglas.com.br/2017/08/17/revisao-da-nbr-13755/
Gabarito: alternativa B
proteção, argumentação está relacionada à totalidade dos bens ou ao espaço onde estão
inseridos, e não aos bens individualmente, é chamado de
(A) poligonal de entorno.
(B) poligonal de tombamento.
(C) conjunto tombado.
(D) zona de amortecimento.
(E) zona de impacto.
Comentários
Gabarito: alternativa C
Comentários
I. Incorreta.
Artigo 7°
O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Por isso, o
deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado, exceto quando a salvaguarda
do monumento o exigir ou quando o justificarem razões de grande interesse nacional ou internacional.
(ICOMOS, 1964)
II. Correta.
Artigo 5º
A conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à sociedade; tal
destinação é, portanto, desejável, mas não pode nem deve alterar a disposição ou a decoração dos edifícios.
É somente dentro destes limites que se devem conceber e se podem autorizar as modificações exigidas pela
evolução dos usos e costumes
(ICOMOS, 1964)
III. Correta.
Artigo 8°
Os elementos de escultura, pintura ou decoração que são parte integrante do monumento não lhes podem
ser retirados a não ser que essa medida seja a única capaz de assegurar sua conservação.
(ICOMOS, 1964)
Gabarito: alternativa D
único projeto de autoria do escritório Brasil Arquitetura (2002-2006). Observe abaixo esse
conjunto:
Comentários
A única alternativa que faz sentido é a (E), porém, vamos entender um pouco mais sobre essa
obra e os princípios norteadores de projeto do escritório Brasil A.
O Museu Rodin Bahia é o primeiro do mundo fora da França. É uma parceria inédita
entre os dois países, onde a França cede os direitos de uso do nome do Museu Rodin,
sem o pagamento de royalties. Não é um negócio do mundo da arte, mas sim um
acordo de cooperação cultural que prevê por parte da França a cessão 62 peças em
gesso, em regime de comodato, por três anos, podendo ser renovado, o todo ou em
partes, a cada três anos a contar da data de inauguração.
(...)
jardim tropical que os une sem tirar deles o forte caráter, ou mesmo a interessante
tensão (Fanucci, Ferraz, s. f.) .
É clara a diferença estética entre prédios, duas tipologias com a mesma função –
museu–, mas originárias de épocas distintas. Cada um representando seu tempo e se
relacionando entre si pela passarela que os liga.
(Nahas, 2010)
http://www.redalyc.org/pdf/1251/125117499007.pdf
Gabarito: alternativa E
Comentários
Vamos analisar as alternativas:
(A) Incorreta. Trata-se de conservação.
http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Portaria_n_420_de_22_de_dezembro_de_2010.pdf
CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES
Art. 3º Para os fins e efeitos desta Portaria são adotadas as seguintes definições:
II – Conservação: conjunto de ações preventivas destinadas a prolongar o tempo de vida de determinado bem;
III – Manutenção: conjunto de operações destinadas a manter, principalmente, a edificação em bom
funcionamento e uso;
V – Reforma ou Reparação: toda e qualquer intervenção que implique na demolição ou construção de novos
elementos tais como ampliação ou supressão de área construída; modificação da forma do bem em planta,
corte ou elevação; modificação de vãos; aumento de gabarito, e substituição significativa da estrutura ou
alteração na inclinação da cobertura;
VII – Restauração: serviços que tenham por objetivo restabelecer a unidade do bem cultural, respeitando sua
concepção original, os valores de tombamento e seu processo histórico de intervenções;
Gabarito: alternativa C
Comentários
Vamos comentar cada afirmativa:
I. Correta. Trago mais algumas definições. Segundo Hely Lopes Meirelles, o tombamento se
materializa pelo ato de inscrição ou registro no Livro do Tombo, criado pelo Decreto-lei n. 25 de
1937, que ainda hoje regula o instituto. Já segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trata-se do
procedimento administrativo pelo qual o Estado impõe restrições aos bens de qualquer natureza
cuja conservação seja de interesse público, por estarem vinculados a fatos memoráveis da história
ou por seu notável valor arqueológico, biográfico ou artístico.
II. Correta. O tombamento pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis, públicos ou privados,
de característica cultural ou ambiental. Todos os bens que possuírem referência à identidade, ação
e memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira poderão ser tombados. De
acordo com a Constituição Federal, não apenas os bens dotados de monumentalidade ou
excepcionalidade poderão ser tombados. Entre os bens passíveis de tombamento, figuram cidades,
praças, ruas, edifícios, obras de arte, móveis, livros, fotografias, florestas...
III. Correta. O tombamento visa proteger o Meio Ambiente Cultural por meio de um conjunto
de restrições impostas unilateralmente pelo Estado ao proprietário particular ou público de bem
que possua características que justifiquem o interesse do Poder Público em protegê-lo. Tais
restrições serão de caráter administrativo, visando à preservação de suas características originais.
IV. Correta. A Constituição Federal não é a primeira a tratar sobre a defesa dos bens culturais,
mas, apresentou um novo conceito ao introduzir, no seu caput, a ideia de patrimônio cultural
brasileiro, o qual é constituído de bens de natureza material e imaterial. Apresentando, assim,
interesse especial por incluir avanços antropo-etnológicos. Para exemplificar, esse novo conceito
trazido é bem diferente do introduzido pela Constituição de 1934, a qual se referia à proteção dos
“objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do País”
V. Correta. O tombamento se efetiva quando o bem é inscrito em um dos Livros do Tombo. No
âmbito federal, a competência para realizá-lo cabe ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional – IPHAN, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura. Já nas esferas estadual e
municipal a competência reside em órgão criado para fazê-lo. São 4 livros do Tombo:
• Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico
• Livro do Tombo Histórico
• Livro do Tombo das Belas Artes
• Livro do Tombo das Artes Aplicadas
O Decreto-lei 25/1937 trata dessa divisão.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/36016/o-instituto-do-tombamento-como-meio-de-protecao-do-patrimonio-
cultural-nacional
Vamos ao Decreto-lei 25/1937
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0025.htm
CAPÍTULO I
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL
Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no
país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do
Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
§ 1º Os bens a que se refere o presente artigo só serão considerados parte integrante do patrimônio histórico
ou artístico nacional, depois de inscritos separada ou agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que
trata o art. 4º desta lei.
§ 2º Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento os
monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável
com que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana.
Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às pessoas naturais, bem como às pessoas jurídicas de
direito privado e de direito público interno.
CAPÍTULO II
DO TOMBAMENTO
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do Tombo, nos quais serão
inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, a saber:
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as coisas pertencentes às categorias de arte
arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as mencionadas no § 2º do citado art. 1º.
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interesse histórico e as obras de arte histórica;
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira;
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das artes aplicadas,
nacionais ou estrangeiras.
Gabarito: alternativa A
Comentários
“As diretrizes para a conservação, manutenção e restauro do patrimônio histórico, local,
regional, nacional ou mundial, estão expressas nas cartas patrimoniais. Estas tratam da
evolução conceitual e das formas de ação sobre um patrimônio histórico e arquitetônico
e traduzem o que se pensa no âmbito da comunidade de especialistas e organismos
nacionais e internacionais que trabalham com a preservação de patrimônios culturais e
surgiram com a Carta de Atenas, em 1931. Os organismos de preservação do patrimônio
histórico, local, regional, nacional, ou mundial são, em geral, os editores dos documentos,
que muitas vezes redundam em leis e decretos locais.”
Vamos à Cartilha do CREA-SP “Patrimônio Histórico: Como e Por que Preservar”
http://www.creasp.org.br/arquivos/publicacoes/patrimonio_historico.pdf
O que são cartas patrimoniais?
As diretrizes para a conservação, manutenção e restauro do patrimônio histórico, local, regional,
nacional ou mundial, estão expressas nas cartas patrimoniais. Estas tratam da evolução conceitual e
das formas de ação sobre um patrimônio histórico e arquitetônico. As cartas patrimoniais refletem o
que se pensou e o que se pensa no âmbito da comunidade de especialistas e organismos nacionais e
internacionais que trabalham com a preservação de patrimônios culturais.
Gabarito: alternativa A
quanto seja possível para que o seu significado cultural fique retido.” Em conformidade com a
carta no que diz respeito à “restauração”, analise as afirmativas a seguir.
Comentários
Todas corretas!
A Carta de Burra, 1980, é resultante do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, realizado
na Austrália, a carta traz as definições de Restauração: o “restabelecimento da substância (conjunto
de materiais que fisicamente constituem o bem) de um bem em um estado anterior conhecido”;
Adaptação – como “o agenciamento de um bem a uma nova destinação sem a destruição de sua
significação cultural”; Uso compatível – “uma utilização que não implique mudança na significação
cultural da substância, modificações que sejam substancialmente reversíveis ou que requeiram um
impacto mínimo”; Significação cultural – “designa o valor estético, histórico, científico ou social de
um bem para as gerações passadas, presentes ou futuras” (CONSELHO INTERNACIONAL..., 1980).
Gabarito: alternativa C
Comentários
(A) Errada. Terminar onde se inicia a hipótese sobre os valores do monumento;
(B) Correta!
(C) Errada. Ser precedida e acompanhada de um estudo arqueológico e histórico do
monumento;
Gabarito: alternativa B
Comentários
(A) Errada. Ser realizada através de diferentes tipos de instrumentos como: tombamento,
inventário, normas urbanísticas, isenções e incentivos, declaração de interesse cultural e
desapropriação.
(B) Errada. Constituir ação integrada entre os órgãos federais, estaduais e municipais, bem
como a participação da comunidade interessada nas decisões de planejamento, como
uma das formas de pleno exercício da cidadania.
(C) Certa.
(D) Errada. Primeiro que, logo no início da Carta de Petrópolis é dito que toda a cidade é um
organismo histórico. Todo espaço edificado é resultado de um processo de produção
social, só se justificando sua substituição após demonstrado o esgotamento de seu
potencial sóciocultural. Sendo a polifuncionalidade uma característica do SHU, a sua
preservação deve abrigar os universos de trabalho e do cotidiano, onde se manifestam as
verdadeiras expressões de uma sociedade heterogênea e plural. Guardando essa
heterogeneidade, deve a moradia construir-se na função primordial do espaço edificado.
(E) Errada.
Vamos à Carta de Petrópolis, 1987
(A)
(B)
(C)
==1 00a 19 ==
(D)
(E)
Gabarito: alternativa C
I. Quando o reboco está irrecuperável ou completamente ausente, deve-se deixar como está
para não se introduzir erros históricos durante a restauração.
II. Quando o reboco está marcado pela passagem do tempo, mas em estado de boa
conservação, deve-se usar do máximo respeito pela preexistência, limitando as operações ao
mínimo indispensável.
III. Quando o reboco apresenta bom estado de conservação, mas apresenta as suas cores
irreversivelmente comprometidas, deve-se evitar a renovação das cores para não se perder as
características originais.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
Comentários
I. Incorreta. Quando o reboco está irrecuperável ou completamente ausente, na proposta de
um novo reboco devem-se evitar quaisquer tentativas de reposição de um inverosímil “estado
original”, ou de procura de efeitos de “traço antigo”, ou de imitações “ao estilo”. Ou seja, deve
haver uma proposta de um novo reboco, porém como uma reinterpretação do edifício, com
rigor filosófico e sentido crítico.
II. Correta. Fiquem sempre atentos! As intervenções devem se ater ao mínimo indispensável.
III. Correta. Nesse caso, torna-se indispensável a renovação da coloração, mas não a renovação
das cores originais. Outro ponto importante, e muito cobrado nas provas, é que na
intervenção, quando as partes estiverem muito comprometidas, não se deve tentar imitar o
original, pois seria uma grave alteração aos valores históricos.
Vamos à “Cartas de Restauro”
(observação: ortografia antiga)
https://5cidade.files.wordpress.com/2008/04/fundamentacao-teorica-do-restauro.pdf
também, a salvaguarda desse reboco sem se renovarem as cores (N.T – tintas), com o
objectivo de se manterem os vestígios da sua passagem pelo tempo. Recomenda-se,
também, a limpeza e a consolidação das partes mais erodidas ou a retenção e a fixação
dessas cores (N.T – tintas) existentes.
- O reboco apresenta-se bem conservado, mas as suas cores (N.T – tintas) estão
irreversivelmente comprometidas. Nestes casos torna-se indispensável a renovação da
coloração (N.T. – pintura) das fachadas. A intervenção não deve, no entanto, assumir um
carácter excessivamente competitivo ou prevaricante relativamente à figuração em que
se insere, nem deve ser imitativa ou mimética no respeito pela imagem arquitectónica;
se forem profusamente seguidas estas disposições, provoca-se uma grave alteração aos
valores históricos.
As novas cores (N.T – tintas) não devem, no entanto, voltarem a propor as originais ou
uma das que se lhes tenham seguido; a utilização de uma cor nova destina-se a constituir
uma adição crítica, ou seja, uma contribuição que a cultura actual pode legitimamente
trazer à solução do problema.
- O reboco apresenta zonas (mais ou menos amplas) lesionadas e em fase de
destacamento. Nestes casos a demolição é injustificada por existirem técnicas que
permitem a reparação das lesões e a readerência das partes destacadas.
- O reboco apresenta-se bem conservado, mas algumas partes (mais ou menos amplas)
estão ausentes. A presença de lacunas (localizadas frequentemente na base da
construção, por patologias consequentes da humidade ascendente) não justifica (seja em
termos culturais, seja em termos económicos) nem a substituição sistemática de todo o
revestimento nem a pintura das fachadas exteriores.
Neste caso deve-se proceder à reparação das partes em falta, pelo emprego de
argamassas cromaticamente controladas ou pela utilização de técnicas de tipo pictórico
de recuperação em pinturas.
- O reboco está em péssimas condições e irrecuperável, ou completamente ausente. Neste
caso é fútil encararem-se obras de conservação ou de manutenção. Encontramo-nos
perante um problema de reintegração da imagem, a ser conduzido com rigor filológico e
sentido crítico; os edifícios danificados perderam, de facto, a sua imagem assumindo o
aspecto de figuras mutiladas. Na proposta de um novo reboco devem-se evitar, assim,
quaisquer tentativas de reposição de um inverosímil “estado original”, ou de procura de
efeitos de “traço antigo”, ou de imitações “ao estilo”. Devem-se resolver os problemas de
reinterpretação desse edifício, procurando-se o objectivo da definição caso a caso, dentro
dos limites cromáticos, historicamente circunscritos, propostos pelo ambiente.
Gabarito: alternativa E
Comentários
Na prova do TRF 2ª Região de 2017, foi cobrado o conhecimento de um Caderno Técnico publicado
pelo IPHAN, Programa Monumental.
http://portal.iphan.gov.br/publicacoes/lista?categoria=29&busca=
E a questão era discursiva, um estudo de caso. Eu não havia lido o manual, mas coloquei as diretrizes
gerais que havia estudado nas cartas e o que eu havia estudado sobre as patologias das construções.
Minha dica é que você não se desespere e coloque seus conhecimentos a respeito, mesmo não
tendo conhecimento do procedimento específico cobrado pela banca.
Logo, máxima atenção a essa questão que envolve patologia das edificações e preservação do
patrimônio histórico e cultural.
Vamos a alguns conceitos:
Emboço – Camada de regularização da superfície da parede. (massa grossa)
Reboco – Massa fina que se aplica sobre o emboço e prepara a superfície da parede para pintura.
(Fonte: PiniWeb)
Empolamento - De acordo com Bauer (1994) a cal é o material que está diretamente associado a esta
patologia, portanto ela acontece nas camadas com maior proporção deste constituinte das
argamassas. Normalmente o reboco se destaca do emboço, formando bolhas cujo diâmetro aumenta
progressivamente.
As causas prováveis compreendem a infiltração de umidade e a existência de cal parcialmente
hidratada na argamassa que, ao se extinguir depois de aplicada, aumenta de volume e se expande
(CINCOTTO, 1988). Especialmente o óxido de magnésio da cal tem hidratação muito lenta e caso
não tenham sido tomados os devidos cuidados, a expansão e o empolamento podem surgir após
meses da execução do revestimento (BAUER, 1997).
Gabarito: alternativa A
Comentários
Todas as alternativas estão corretas.
Vamos ao Manual de Elaboração de Projetos de Preservação do Patrimônio Cultural, IPHAN,
Projeto Monumenta
3.6. Normas e Procedimentos complementares
3.6.1. Os Projetos deverão ser elaborados em observância às prescrições estabelecidas em Códigos, Leis ou
Normas, nas três esferas de governo, pertinentes ao assunto e vigentes, no local da intervenção.
3.6.2. Apesar da hierarquia entre as esferas Municipal, Estadual e Federal, o autor de cada projeto deverá
considerar a prescrição mais exigente, mesmo que não corresponda a do órgão de hierarquia superior. No
entanto, se forem diversas e incompatíveis, prevalecerão as exigências do órgão Federal.
3.6.3. Deverão ser consideradas ainda, na elaboração dos Projetos, as Normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT e as disposições vigentes relativas à acessibilidade de pessoas portadoras de
deficiência física (Lei nº 10.098, de 19/12/2000), à arqueologia e ao meio ambiente, conforme legislação
específica para cada caso.
3.6.4. Os Projetos de sinalização histórica devem observar as orientações do GUIA BRASILEIRO DE SINALIZAÇÃO
TURÍSTICA elaborado pelo Departamento Nacional de Transito - DENATRAN, Empresa Brasileira de Turismo -
EMBRATUR e IPHAN.
3.6.5. As disposições contidas nos Manuais (em elaboração) específicos do IPHAN complementam as
orientações e roteiros indicados. São eles:
• Manual de Conservação Preventiva;
• Manual de Conservação de Telhados;
• Manual de Conservação de Jardins Históricos;
• Manual de Conservação de Cantarias;
• Manual de Arqueologia Histórica.
Gabarito: alternativa A
Gabarito: alternativa C
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Todas corretas com exceção do item V.
Vale lembrar o artigo 18 do Decreto nº 25/1937:
“Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na
vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade, nem nela colocar
anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a
multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto.”
• Proteção das áreas verdes e dos corpos hídricos, aplicando restrições para a
construção em terrenos em encostas e ao longo de cursos d’água.
• Proteção do patrimônio cultural da cidade, prevalecendo as leis de proteção dos
imóveis tombados sobre os parâmetros definidos no Zoneamento Urbano;
• Conservação dos imóveis tombados, reconvertendo-os para novas utilizações, de
forma adequada, pois não existe manutenção sem uso.
• Arborização das vias públicas;
• Criação das restrições para a instalação de anúncios, antenas e cadeiras e mesas no
espaço público.
Gabarito: alternativa C
Comentários
Na proposição de zoneamento ambiental para a APA de Osório – Morro da Borússia, RS, ROCHA
(1995) efetuou a seguinte classificação:
– são áreas destinadas ao homem. São as áreas sociais existentes nos ecossistemas. Para
qualquer empreendimento ali instalado deverá haver licença do Órgão Ambiental. O
Órgão Ambiental, segundo critérios preconizados na Legislação Ambiental vigente,
poderá ou não exigir EIA – RIMA, PC ou Termo de Referência para
empreendimentos a serem ali instalados.
Fonte: http://www.floram.org/files/v7n%C3%BAnico/v7nunicoa30.pdf
BASE LEGAL
Acima de tudo, a recuperação de áreas degradadas encontra respaldo na Constituição Federal
de 1988, em seu art. 225:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
[...]
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei. (grifo nosso)
Ademais, a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, menciona:
[...]
Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
[...]
VIII - recuperação de áreas degradadas
[...]
Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
[...]
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional
e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico
propício à vida;
[...]
Ainda, a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção de vegetação
nativa e substitui o Código Florestal, alterada pela Medida Provisória nº 571, de 25 de maio
de 2012, trata em diversos artigos (por exemplo, nos artigos 1º-A, 7º, 17, 41, 44, 46, 51, 54,
58, 61-A, 64, 65 e 66) de ações organizadas entre o setor público e a sociedade civil para
promover a recuperação de áreas degradadas.
Segundo o Decreto nº 3.420, de 20 de abril de 2000, que dispõe sobre a criação do Programa
Nacional de Florestas - PNF, e dá outras providências:
Art. 2º O PNF tem os seguintes objetivos:
[...]
II - fomentar as atividades de reflorestamento, notadamente em pequenas propriedades
rurais;
III - recuperar florestas de preservação permanente, de reserva legal e áreas alteradas;