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Engenharia Mecânica em Casa

Relógios

Projeto FEUP 2015/2016 -- Engenharia Mecânica:


Armando Sousa Teresa Duarte

Equipa 1M03_2:
Supervisor: José Ferreira Duarte Monitor: Bruno Sousa
Tiago Abreu

Estudantes & Autores:


Ana Catarina Moura Loureiro Costa up201506762@fe.up.pt
Ana Oliveira Tavares up201505590@fe.up.pt
Carlos André Amaro Capitão up201506426@fe.up.pt
Duarte Alão Magalhães Silva Moutinho up201505777@fe.up.pt
João Francisco Soares Teixeira Magalhães Barbosa up201503037@fe.up.pt
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP

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Índice

1. Resumo .......................................................................................................... 5
2. Introdução ...................................................................................................... 6
3. O Impacto do Relógio ..................................................................................... 7
4. Tipos de Relógio .......................................................................................... 10
4.1. Relógio de Sol ........................................................................................ 10
4.2. Relógio de Água..................................................................................... 11
4.3. Relógio de Areia..................................................................................... 13
4.4. Relógio Mecânico................................................................................... 14
4.5. Relógio de Pêndulo ................................................................................ 18
4.6. Relógio de Quartzo ................................................................................ 20
4.7. Relógio Digital ........................................................................................ 22
4.8. Relógio Atómico ..................................................................................... 23
4.8.1. Cécio 133: ........................................................................................ 24
4.8.2. Método de Aplicação (GPS): ........................................................... 25
5. A Utilização do Relógio em Casa ................................................................. 26
6. Conclusão .................................................................................................... 28
Referências Bibliográficas ................................................................................ 29
Referências Bibliográficas das Imagens: ......................................................... 31

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Lista de Figuras

Figura 1: Relógio de Bolso ................................................................................. 8


Figura 2: Ilustração/sátira sobre o papel do relógio na sociedade ..................... 9
Figura 3: Relógio de Sol ................................................................................... 10
Figura 4: Clepsidra ........................................................................................... 11
Figura 5: Clepsidra desenvolvida por Ktesibio (mais precisa) .......................... 12
Figura 6: Ampulheta ......................................................................................... 13
Figura 7: Mecanismo básico de um relógio mecânico ...................................... 14
Figura 8: Principais constituintes do relógio mecânico ..................................... 15
Figura 9: Constituição da corda........................................................................ 16
Figura 10: Sistema de engrenagens e escapamento ....................................... 17
Figura 11: Escapamento .................................................................................. 17
Figura 12: Movimento de um pêndulo .............................................................. 18
Figura 13: Mecanismo básico de um relógio de pêndulo ................................. 19
Figura 14: Principais componentes de um relógio de quartzo .......................... 20
Figura 15: Relógios de Quartzo........................................................................ 21
Figura 16: Esquema sobre o funcionamento básico de um relógio digital ....... 22
Figura 17: Relógio Atómico .............................................................................. 23
Figura 18: Relógio Atómico em Miniatura ........................................................ 23
Figura 19: Campo magnético aplicado ao Cécio .............................................. 24
Figura 20: Método da trilateração..................................................................... 25
Figura 21: Relógio de pêndulo com efeito decorativo ...................................... 27

Tabela 1: Principais características de relógios e a sua adequação no uso


doméstico ......................................................................................................... 27

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1. Resumo

O relógio é uma das invenções mais significativas do homem. A história


dos relógios acompanha, efetivamente, a própria história da civilização. Desde
muito cedo que o Homem teve a necessidade de contar o tempo, primeiro a
sequência do dia e da noite, depois a das fases da Lua, a das marés e, mais
tarde, a sequência das estações do ano. Terão decorrido 6.000 anos para o
Homem começar a contabilizar a passagem das horas.
Iniciada à pouco mais de um século, a industrialização dos relógios é
atualmente uma das indústrias mais evoluídas do nosso planeta, sendo
produzidos em todo o mundo cerca de 250 milhões de unidades anualmente.
Partindo-se do Sol como referência natural em função dos dias e das
noites, os relógios de Sol foram acompanhados por outros que utilizavam o
escoar de materiais (relógios de água e areia) até se chegar aos dispositivos
mecânicos que originaram os relógios de pêndulo.
Com a eletrónica, a descoberta do efeito piezoelétrico e com a
necessidade de um aumento da organização de tarefas e do tempo, os relógios
a quartzo passaram a servir como padrões, evoluindo posteriormente até aos
de Césio – relógios atómicos.
Os relógios têm, atualmente uma importância fundamental pois vivemos
num mundo sincronizado onde todos os segundos contam e, uma pequena
falha, pode originar um grande erro. Sem estes instrumentos, seria impossível
a criação e o funcionamento de outras invenções como o GPS.

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2. Introdução

No âmbito da unidade curricular “Projeto FEUP” foi proposta a realização


de um relatório sobre “A Engenharia Mecânica em Casa”.

O subtema escolhido está baseado nos dispositivos que possuímos em


maior número e em mais diversos formatos na nossa casa, não descorando a
sua extrema importância.
Os “Relógios” são obras da engenharia essenciais à vida e que,
atualmente, conseguem estar a par da procura associada às diferentes
necessidades e condições. Ninguém tem um relógio atómico em casa, mas não
existe nenhuma casa sem um relógio de parede. Daí a abordagem aos
principais tipos de relógios, explicando o seu mecanismo básico permitindo
concluir a razão de só alguns terem lugar em lares.
Toda a informação que serviu de base para a elaboração deste relatório
é proveniente da internet, bases científicas, vídeos explicativos e também de
livros com noções básicas acerca dos temas relatados.

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3. O Impacto do Relógio

O tempo sempre foi um fator influenciador e controlador das atividades,


Humanas, no entanto, na antiguidade, o tempo era visto como um fator de
mudança natural, por isso, o Homem não se preocupava em medi-lo com
exatidão: “Tanto para os antigos gregos e chineses quanto para os nómadas
árabes (...), o tempo era representado pelos processos cíclicos da natureza,
pela sucessão dos dias e das noites, pela passagem das estações. (...) O
homem do campo trabalhava em harmonia com os elementos, como um
artesão, durante tanto tempo quanto julgasse necessário.” (Woodcock,1972).
Devido a este desinteresse pela exatidão na medição do tempo, os avanços
tecnológicos em termos de relógios eram lentos e, mesmo quando estes
instrumentos já existiam, apresentavam muitas falhas, não passando, assim,
de uma estimativa temporal, quer por causas climatéricas (como um dia
sombrio na medição de tempo através de um relógio de sol) quer por erros
daqueles que os utilizavam (como no caso de ampulhetas).
Foi apenas na Idade Moderna (1553-1789), com a introdução do
mercantilismo e, da consequente obsessão por dinheiro e riquezas que
começou a haver interesse em controlar o tempo de uma forma precisa, com o
objetivo de maximizar a produtividade e os lucros. Foi, aliás, o desenvolvimento
do relógio mecânico por parte da Igreja (ainda na Idade Média), que levou a
que esta instituição perdesse a sua hegemonia já que deixou a sociedade mais
ligada à ideia da produtividade. (COTRIM, 1999). Estes primeiros relógios
mecânicos eram grandes e pesados, mas a sua utilidade criou a necessidade
de os tornar transportáveis: “Muitas das classes médias não tardaram a
perceber que tempo é dinheiro, devendo portanto ser cuidadosamente regulado
e usado com economia” (WHITROW, 1993). Para atingir esse objetivo, no
início do século XV, os pesos foram substituídos por molas como fonte de força
motora. Foi esta evolução que levou à criação dos primeiros relógios de bolso.
(Quartieri, 2013) Este avanço influenciou de uma maneira poucas vezes antes
vista a sociedade e permitiu estimular a produtividade individual. No entanto,
como acontece com todas as inovações tecnológicas, este era um instrumento

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caro, por isso ficou, durante muito tempo, limitado ao acesso por parte dos
ricos, o que impediu uma difusão imediata dos relógios por toda a população.
(WHITROW, 1993).

Figura 1: Relógio de Bolso

O próximo grande evento histórico que deu uma nova importância ao


tempo e aos relógios foi a 1ª Revolução Industrial em Inglaterra no Séc. XVIII.
Foi a partir daqui que os operários passaram a ter hora de entrada e de saída
estipulada. Como os trabalhadores não confiavam no relógio dos
empregadores, pois receavam ser enganados a trabalhar mais, começaram a
adquirir os seus próprios relógio. Este aumento de vendas, permitiu que a
industrial dos relógios crescesse. Este crescimento permitiu o início da
produção em série dos relógios e consequente redução dos preços. Pode-se,
assim, dizer que os relógios tiveram um papel chave na revolução industrial (e
em tudo o que esta revolução trouxe). (WHITROW, 1993) “A popularização dos
relógios acentuou a tendência à regularização cronométrica de funções vitais
básicas, como a hora de dormir, de acordar, das refeições etc.” (Quartieri,
2013).
Esta popularidade dos relógios manteve-se até ao presente e,
atualmente, o homem civilizado vive num mundo sincronizado e controlado
pelo tempo. Se é verdade que o relógio permitiu ao homem ter muitos avanços,
também é verdade que o homem moderno vive escravizado pelo movimento

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dos seus ponteiros. São eles que controlam as suas ações e as suas rotinas.
“O relógio transformou o tempo, transformando-o de um processo natural em
uma mercadoria que pode ser comprada, vendida e medida como um sabonete
ou um punhado de passas de uvas.” (Woodcock, 1972)

Figura 2: Ilustração/sátira sobre o papel do relógio na sociedade

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4. Tipos de Relógio

4.1. Relógio de Sol

O primeiro relógio de Sol conhecido foi


construído em meados de 1500 AC no Egito.
Desde muito cedo o homem entendeu que a
posição e o comprimento das sombras variava
durante o dia, daí resultou este instrumento
que delimita as partes do dia através do

movimento da sombra projetada por um Figura 1:


Figura 3: Relógio
Relógio de
de Sol
Sol
objeto. A base desde dispositivo baseia-se em
razões trigonométricas entre os ângulos e os lados.

Para entender o seu funcionamento temos de considerar a Terra como


uma superfície esférica cujo eixo passa exatamente no seu centro e que se
encontra imóvel enquanto o Sol se move de Este para Oeste. Ao longo do
movimento solar, a sombra do eixo de rotação da Terra projeta-se no plano do
equador e move-se a 15º por hora. Ao considerar os ângulos múltiplos de 15º a
partir da sombra criada pelo ponteiro no momento em que o Sol alinha com o
meridiano, resulta a marca das horas do dia. Um relógio solar não é mais do
que um modelo da Terra e do seu eixo.
As horas marcadas num relógio solar raramente coincidem com as horas
dadas por um relógio mecânico. Um dia marcado pelo Sol é o tempo que
decorre entre dois meios-dias solares. Como a Terra tem movimento de
rotação e de translação, o dia (rotação inteira do “Planeta Azul” sobre o seu
eixo) é ligeiramente inferior ao marcado pela Estrela. A duração dos dias
solares também é condicionada pela altura do ano, por isso é que se adianta e
atrasa os relógios mecânicos em dias estratégicos. Deve então adicionar-se ou
retirar-se uma hora na marcada pela invenção solar.

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4.2. Relógio de Água

O relógio de água, também conhecido como


clepsidra, é um instrumento que usa o movimento da
água por gravidade para medir o tempo. O princípio de
funcionamento é semelhante ao da ampulheta.
O relógio solar apresentava desvantagens:
durante o período nocturno e em dias nublados e
chuvosos era completamente inútil. As populações não

Figura 4: Clepsidra
podiam depender de um instrumento com um
funcionamento tão restrito. Deste modo, a necessidade de ter outro instrumento
mais eficaz levou ao aparecimento do relógio de água.
Não se conhece ao certo a verdadeira origem deste tipo de relógio. A
clepsidra mais antiga foi descoberta em “Karnak” no Egipto. Atualmente,
encontra-se exposta no Museu Egípcio do Cairo e remete para a data de 1400
a.C. No entanto, sabe-se com base em documentos que no ano 2679 a.C.
durante o reinado do Imperador Hoang-Ti já se usava a clepsidra na China. Na
Grécia Antiga foram encontrados outros exemplares deste relógio (500 a.C.).
(Passareli, 2015).

A clepsidra era utilizada nos tribunais de Atenas para cronometrar o


discurso dos advogados (defesa, acusação). Posteriormente, em Roma, era
utilizada para medir a duração dos turnos de guarda das legiões. Este relógio
teve, ainda, importância noutras áreas de estudo, nomeadamente na
astronomia e na medicina. Herófilo, um grande anatómico da antiguidade, foi o
primeiro médico a medir a pulsação usando a clepsidra. Esta nova aplicação
permitiu a fundação de escolas de medicina, o que contribuiu para o
aperfeiçoamento deste instrumento, tornando-os assim em relógios de grande
precisão para a época. Em 729, Y. Hang, um astrónomo chinês, construiu uma
clepsidra mecânica que indicava o movimento dos astros. Mais tarde, em 1610,
Galileu Galilei utilizou estes relógios em experimentos para o estudo da queda
de corpos.

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Apesar de tudo, as clepsidras também tinham algumas desvantagens.


Por exemplo, nos países que atingem baixas temperaturas, a água congelava
tornando a clepsidra um simples objecto decorativo.
Inicialmente, os relógios de água limitavam-se a dois recipientes
situados a alturas diferentes. O funcionamento baseava-se em escoar a água
do recipiente a altura superior, gota a gota, por um orifício, para o recipiente
inicialmente vazio. A medição do tempo consistia em criar uma escala com
base no tempo que o recipiente inicialmente cheio demoraria até ficar vazio.
(Grunkraut, 2015)
No entanto, a água não escoava à mesma velocidade, dependendo da
altura. À medida que o caudal (volume da água) diminui no recipiente superior,
a pressão também diminui e, consequentemente, a velocidade com que a água
escoa diminui. De modo a resolver o problema, o egípcio Amontons construiu
uma clepsidra com uma escala, marcando nos recipientes traços a diferentes
distâncias consoante a altura, isto é, quanto maior a altura maior a distancia
entre estes traços. Apesar de esta alternativa ter melhorado a precisão deste
instrumento, este ainda não era completamente preciso. Com o
desenvolvimento da ciência surgiram novas formas de resolver o mesmo
problema. Recorrendo a cálculos matemáticos, verificou-se que a inclinação de
70o das paredes do recipiente permitia que a água
escoasse a um ritmo uniforme e,
consequentemente, que a distancia entre os traços
fosse igual. [2]
No entanto, nenhum destes métodos era
totalmente eficaz e os relógios continuavam
imprecisos. Ktesibio, mecânico de Alexandria (285
a.C. - 220 a.C.), desenvolveu um novo modelo da
clepsidra. “Um fluxo constante de água fluía para
uma válvula reguladora flutuante com o formato de
um cone e, conforme o nível de água aumentava,

esse cone era empurrado para cima, para dentro


Figura 5: Clepsidra
do funil que deixava a água entrar e a bloqueava desenvolvida por Ktesibio
(mais precisa)
parcialmente. Isso diminuía o fluxo e baixava o

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nível, a válvula descia e mais água entrava. Assim, a válvula encontrava uma
posição que deixava entrar apenas a quantidade de água para mante-la nessa
posição. Sem a válvula, o fluxo de água diminuiria, haveria menos pressão e o
relógio andaria mais devagar. Os relógios sem essa regulação precisavam ser
reabastecidos manualmente”. (McDermott, 2014). Esta inovação viria a ser
determinante na construção de relógios exclusivamente mecânicos.

Apesar de todas as melhorias, estes relógios continuaram imprecisos


devido a vários factores que influenciam o fluxo da água entre eles a
temperatura, a presença de impurezas e a variação da pressão atmosférica.
A clepsidra foi o mecanismo mais exacto e preciso até à invenção do
relógio de pêndulo.

4.3. Relógio de Areia

O relógio de areia, também conhecido como


ampulheta, é um dos relógios mais antigos tendo sido
criado no século VIII. Inicialmente, era constituída por
duas ampolas de vidro unidas pelo gargalo de modo a
deixar passar a areia de uma para outra num
determinado intervalo de tempo através de um orifício,
tendo, mais tarde começado a ser produzidas de uma
só peça de vidro com um orifício para a passagem da
areia. Este tipo de relógio era muito utilizado em navios
e igrejas. [3]
As ampulhetas medem o tempo já que a areia
demora um tempo aproximadamente constante a

passar de um lado, para o outro do relógio, através do Figura 6: Ampulheta


orifício (passagem esta que é impulsionada pela força
gravítica). Este tempo varia de relógio para relógio e é influenciado por fatores
como a quantidade de areia, o tipo de areia e a largura do orifício.
No entanto, os relógios de areia tinham falhas, nomeadamente,
irregularidades na precisão, já que, com o uso, o orifício começava a ser

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desgastado pela areia, o que causava uma diferença no tempo que a areia
demorava a passar de um lado para o outro da ampulheta.

4.4. Relógio Mecânico

Em 850 surgiu o primeiro


relógio mecânico baseado em
engrenagens e pêndulos, Apesar da
existência de algumas controvérsias,
há quem considere o monge francês
Gebert, posteriormente Papa Silvestre
II, o primeiro construtor de relógios
mecânicos.
Outros grandes construtores e Figura 7: Mecanismo básico de um
aperfeiçoadores dos relógios relógio mecânico

mecânicos, foram, Ricardo de Walinfard e Santiago de Dondis em 1344, e o


seu filho João de Dondis e Henrique de Vick em 1370 (Vicente, 2012).
O relógio mecânico é constituído por 5 componentes principais: energia,
rodas, escapamento, controlador, e indicador de tempo (Radeck, 2012).
Estes relógios possuem uma corda que gera energia, a engrenagem das
rodas que transporta a energia e o escapamento que é o órgão regulador,
sendo como tal o que marca o tempo. O escapamento é a parte mais precisa
do relógio sendo como tal extremamente delicado.
Existem dois tipos de relógio mecânico de pulso, o relógio de corda
manual, e o relógio automático. O relógio de corda manual é aquele em que é
necessário dar corda para que funcione, o relógio automático não é nada mais
que um relógio a corda manual mas, que se carrega com o movimento do pulso
não sendo por isso necessário dar corda.
A base do relógio mecânico é a platina, pois é aqui que se colocam
todos os outros componentes como as pontes.
A platina e as pontes têm rubis sintéticos, pois para além de mais
económicos, não possuem imperfeiçoes e porosidades como os verdadeiros.

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Os rubis são utilizados com a finalidade de reduzir o atrito e o desgaste no eixo


das engrenagens.

Figura 8: Principais constituintes do relógio mecânico

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O relógio possui uma corda que não é mais do que uma mola em forma
de espiral, que ao ser enrolada armazena energia. A corda vai tentar libertar
energia para retomar a forma original devido às suas características elásticas.
Num relógio manual, a corda tem limite de carga pois está presa à parte
interna do tambor, num relógio automático como se carrega com o movimento,
não tem limite de carga para não danificar o relógio, logo “o ponto de contacto
entre a corda e o tambor não é totalmente fixo” (Passarelli, 2005).

Figura 9: Constituição da corda

O contacto entre a corda e o tambor é feito por uma brida deslizante, a


brida vai deslizando de modo a que a corda não exceda o seu limite de
resistência mecânica. O atrito da brida com a paredes do tambor tem que ser
bem calculado, de modo a que a corda possa ser totalmente enrolada sem que
a brida deslize e, ao mesmo tempo, que deslize antes da corda atingir o limite
da sua resistência mecânica (Passarelli, 2005).
Apesar disto, a maioria dos relógios automáticos possui um sistema
auxiliar de corda e coroa, sendo importante entender que este sistema é
somente auxiliar, não tendo sido idealizado a fim de ser usado diariamente.
Nestes relógios, este sistema só é usado quando o relógio está completamente
parado, e se dá corda total. A partir desse momento, basta colocar o relógio no
pulso e usá-lo normalmente, e o movimento do pulso irá carregá-lo
constantemente.

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O sistema de engrenagens tem como função transportar a energia da


corda para o escapamento. Este é constituído por 4 rodas, sendo a quarta
chamada de roda dos segundos, e tendo esta a função de impelir para diante o
escapamento.

Figura 10: Sistema de engrenagens e escapamento

O escapamento tem como função regular a velocidade, se não fosse o


seu funcionamento a corda iria ser desenrolada muito rapidamente, pois o
escapamento bloqueia e liberta o desenrolamento da corda algumas vezes por
segundo.
O escapamento é composto por uma roda de escape, uma âncora e um
balanço.
A roda de escape é
composta por dentes que têm
como objetivo impulsionar a
âncora, enquanto esta, é feita
para bloquear os dentes da roda

de escape. O balanço é o Figura 11: Escapamento


responsável por coordenar este
ciclo de bloqueio e libertação.
Este ciclo resulta da força que é exercida na corda que passa desde a
roda central até chegar ao balanço e impulsioná-lo. Após o impulso ser
recebido, o balanço gira numa direção até que a força da sua mola o obrigue a

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rodar no sentido contrário. Este movimento suscita o desbloqueio da âncora e


promove a recepção de outro impulso, até que a mola resista e o balanço
comece a rodar no outro sentido.
Este ciclo permanece até que não haja mais energia na corda para o
impulsionar. Nesse momento, o relógio pára e requer que se dê corda
novamente.
Concluindo, este ciclo controla a velocidade de rotação de todas as
rodas de modo a que o tempo marcado seja o correto (Passarelli, 2005).

4.5. Relógio de Pêndulo

O relógio de pêndulo é um caso particular do relógio


mecânico e usa um peso que oscila em torno de um ponto
fixo, o pêndulo.
No século XVI, Galileu Galilei estudou a regularidade
no movimento de um pêndulo, no entanto, a invenção do
relógio de pendulo é atribuída a Christiaan Huygens.
Em 1583, Galileu assistia a uma missa na Catedral
de Pisa quando reparou no movimento dos candeeiros da
Catedral. No entanto, só em 1602, concluiu que o período -
tempo em que o pendulo oscila para frente e para trás -
Figura 12:
é independente da amplitude, introduzindo assim o Movimento de um
pêndulo
conceito de isocronismo. Por esta mesma razão,
verificou-se que o pêndulo pode ser utilizado como temporizador de um relógio.
Mas os relógios de pendulo só podem ser utilizados estacionariamente visto
que qualquer movimento ou aceleração afectará o movimento do pendulo.
Além disto, Galileu descobriu que o quadrado do período é proporcional ao
comprimento do fio do pendulo. [4] , (Heldon, 1995)
Em 1637, Galileu teve uma ideia para a construção do relógio de
pendulo que foi parcialmente construído em 1649 pelo seu filho Vincenzo. No
entanto viria a falecer antes de a finalizar. Em 1656, Huygens, inspirado pelos
feitos de Galileu, inventou o relógio de pendulo e patenteou-o no ano seguinte.

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No entanto, contratou o relojoeiro Salomon Coster para o construir. Nas suas


investigações, Huygens descobriu que oscilações de grandes amplitudes
tornavam o relógio impreciso devido às alterações inevitáveis de forças no
movimento que fazem variar o período oscilatório e, consequentemente,
atrasam ou adiantam o relógio. Deste modo, concluiu que um pendulo é
isócrono apenas com oscilações de pequenas amplitudes. Esta descoberta
possibilitou a invenção de mecanismos mais desenvolvidos. (Leite, 2011)
A introdução do pêndulo, reduzindo as amplitudes para 4º-6º, aumentou
a precisão dos relógios enormemente, de cerca de 15 minutos por dia para 15
segundos por dia. Devido ao relojoeiro William Clement e ao cientista Robert
Hook, a âncora tornou-se o escapamento padrão no qual a roda dentada,
puxada pelo peso, actuava sobre o pendulo. (Woodford, 2014)
Desde a sua invenção até ao século XX, o relógio de pendulo foi o
relógio mais usado e mais preciso. O relógio de pendulo foi apenas
ultrapassado pelo relógio de quartzo e pelo relógio atómico mas continua a ser
dos mais importantes devido ao seu valor artístico.
O relógio de pendulo é constituído por
cinco elementos principais:
 a face e os ponteiros do relógio para indicar o
tempo;
 um peso que contem energia potencial e
libera-a para o mecanismo do relógio,
enquanto cai gradualmente;
 um conjunto de engrenagens que aproveita a
energia da queda do peso para dirigir o
mecanismo do relógio à velocidade correta;
 um conjunto de engrenagens de Figura 13: Mecanismo
básico de um relógio de
cronometragem que impulsionam pêndulo
correctamente os diferentes ponteiros às
diferentes velocidades;
 o pendulo e o escape que regulam a passagem do tempo, controlando a
velocidade do relógio e fornecendo a energia para que continue a girar;
(Woodford, 2014)

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O mecanismo de escape é o elemento indispensável no funcionamento


do relógio uma vez que regula a passagem do tempo, controlando a velocidade
com que a corda do relógio é desenrolada. Este mecanismo é composto por:
roda de escape (roda dentada), ancora e balanço. A roda dentada precisa de
fornecer a energia necessária para que o pendulo continue a oscilar. Para tal,
os dentes da roda libertam-se e o pendulo é impulsionado pela âncora na
direcção correta.

4.6. Relógio de Quartzo

O relógio de quartzo, desenvolvido em


1969, revolucionou a relojoaria convencional.
[5]
Na grande maioria dos relógios
produzidos hoje, a contagem do tempo é feita
através das vibrações de um minúsculo cristal
de quartzo.

Tudo começou em 1880 com a Figura 14: Principais


descoberta dos irmãos Pierre e Jacques componentes de um relógio
de quartzo
Curie de uma propriedade singular de certos
cristais como o quartzo, o topázio, a turmalina, entre outros que lhes permite
gerar pulsos elétricos quando submetidos a uma pressão física e vibrar
fisicamente quando atravessados por uma corrente elétrica - propriedade
piezoelétrica.
Deste modo, o cristal de quartzo, cortado na forma de um garfo de
diapasão, é alimentado por uma carga elétrica e, posteriormente produz
exatamente 32 768 vibrações por segundo. [6]
Estes pulsos são transmitidos a um processador, um circuito eletrónico
que recebe os pulsos emitidos pelo cristal e os divide em centésimos,
segundos e minutos. No caso de o relógio ser digital, estes pulsos são

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transmitidos ao mostrador digital. Se o relógio for analógico esses impulsos


regulam um pequeno motor que move as engrenagens dos ponteiros.
Em 1927, o engenheiro de telecomunicações Warren Marrison
transpondo o princípio da piezoeletricidade para a prática, construiu um relógio.
Surgiu então o primeiro relógio de quartzo.
Embora o mecanismo por detrás dos relógios de quartzo seja
extremamente preciso há algum atrito ou arrasto, o que provoca um desajuste
de 1 milésimo de segundo por dia. Contudo, este fator é minimizado quando o
relógio é mantido na temperatura mais desejável.
Os relógios de quartzo apresentam vantagens em relação aos outros
tipos de relógios, por isso é que são, atualmente, muito utilizados. Entre elas
destacam-se:

 Alimentação por uma pilha e não por corda, o que o torna mais prático;

 Precisão e estabilidade (uma pequena peça de quartzo oscila a 32.768


vibrações por segundo para garantir a precisão do tempo, que explica o
facto destes relógios se atrasarem, por dia, apenas cerca 10 milésimos
de segundo);
 O facto de ter uma bateria duradoura, que necessita de ser trocada
apenas ao fim de um ou dois anos.

Figura 15: Relógios de Quartzo

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 21


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4.7. Relógio Digital

O primeiro relógio digital foi inventado em 1883 pelo engenheiro


austríaco Josef Pallweber. A maioria dos relógios digitais funcionam através de
meios eletrónicos, no entanto, também podem funcionar através de meios
mecânicos (neste último caso, são ainda chamados digitais devido ao visor
digital, no qual se vêm as horas).
Para estes tipos de relógio funcionarem, é necessária uma fonte de
energia (como por exemplo uma bateria, uma pilha ou corrente elétrica
transmitida pela tomada), um mecanismo digital que está encarregue do
funcionamento do relógio e um visor, geralmente LED (light emitting diodes) ou
LCD (liquid crystal display). (HowStuffWorks, 1998-2015). O mecanismo é
composto por algo que gera impulsos elétricos com uma frequência constante
(estes impulsos podem ser gerados por cristais, como por exemplo um cristal
piezoelétrico ou, até mesmo pela corrente elétrica). Posteriormente, no divisor
de frequência, o número de impulsos é dividido pela frequência do impulso e é
obtido o número de pulsos por segundo, controlando assim o tempo. A
contagem dos minutos e das horas é feita através de contadores
especializados para esse efeito. (Instituto Newton C Braga, 2014)
Este tipo de relógio é, atualmente, muito utilizado, já que são dispositivos
pequenos, baratos e precisos. Por esta razão, podem ser encontrados em
todos os tipos de dispositivos eletrónicos como televisões, eletrodomésticos,
telemóveis…

Figura 16: Esquema sobre o funcionamento básico


de um relógio digital

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 22


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4.8. Relógio Atómico

O primeiro relógio
atómico apareceu em 1949
nos Estados Unidos.
Uma versão primária,
baseada na transição do
átomo de césio-133 foi
construída por Louis Essen
em 1955 no Reino Unido.
Comparado ao relógio
de quartzo, o relógio atómico

tem a diferença de ser Figura 17: Relógio Atómico


acertado constantemente por
átomos de césio 133 (que explicação mais à frente), por isso, estes relógios
praticamente não se atrasam ou adiantam. À medida que os de quartzo erram,
por dia, aproximadamente 10 milésimos de segundo, os atómicos precisariam
de 138 milhões de anos para falhar num segundo, e mesmo essas pequenas
incorreções são eliminadas.
Para que os acertos sejam feitos, os átomos de césio são estimulados
por ondas magnéticas e microondas para que se passem a mover
agitadamente e atravessem um tubo de alto vácuo.
Primeiramente, entram num
campo magnético que seleciona os
átomos que absorveram as radiações
com 9 192 631 770 hertz. A frequência
é emitida em valores superiores e
inferiores ao desejado, contudo, devido
à continuidade da radiação, está
assegurado o lançamento do valor
pretendido.
Figura 18: Relógio Atómico em
Um oscilador de quartzo que Miniatura

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 23


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serve de pendulo para marcar o tempo, absorve energia, sendo impossível


perder velocidade e assim ajusta o mecanismo. Na extremidade do tubo, um
íman separa os átomos que se encontram num estado excitado dos que não
estão. Depois de identificada a frequência pretendida proporcional ao número
de partículas de césio que ali chegaram, esse valor é dividido por ele próprio
para resultar um pulso por segundo que é marcado pelo relógio com precisão.
O processo é repetido sempre.

Figura 19: Campo magnético aplicado ao Cécio

4.8.1. Cécio 133:

Elemento químico que se localiza no grupo 1 da Tabela Periódica, metal


alcalino dúctil e muito reativo. Foi descoberto por Robert Bunsen e Gustav
Kirchhoff em 1860 por análise espectral.
Símbolo Químico: Cs
Número Atómico: 55
Massa atómica: 132,905 g mol-1
Configuração eletrónica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 5s2
5p6 6s1

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 24


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É um metal muito usado em células fotoelétricas, catalisadores, medicina


oncológica, propulsão iónica, etc…
Isótopos: Este elemento possui diversos isótopos. Todavia, apenas
referiremos o 133Cs, com 78 neutrões cujas transições são usadas como
padrão científico de tempo.

4.8.2. Método de Aplicação (GPS):

O sistema GPS é o “Sistema que usa ondas de rádio para nos permitir
descobrir a nossa localização onde quer que estejamos. Foi desenvolvido
originalmente pelo departamento de defesa para guiar aviões quando
sobrevoam o mar. Atualmente qualquer indivíduo possui um recetor que o
permite localizar-se.” (Kevin, 2006)
O Sistema de Posicionamento Global é baseado em 24 satélites que
orbitam a Terra. Um recetor usa a posição de quatro, um para acertar os
relógios e os outros três para definirem a sua posição.
O primeiro satélite emite um sinal com a sua posição e a hora a que este
foi emitido. O GPS multiplica o tempo decorrido na viagem pela velocidade da
luz e descobre assim a distância percorrida. Assim traça-se uma esfera
imaginária à volta do emissor que delimita onde o recetor se pode encontrar.
Repetindo o processo para mais dois satélites próximos, as esferas intersetar-
se-ão em apenas um ponto, extraindo, assim, com alguma precisão onde o
recetor se encontra – Método da trilateração.
Os relógios usados são atómicos pois estes são os que repercutem
menor erro, que neste dispositivo implicaria quilómetros de imperfeição.

Figura 20: Método da trilateração

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 25


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5. A Utilização do Relógio em Casa

Atualmente, devido à grande sincronização do mundo, o Homem vive,


constantemente, apressado e pressionado com o tempo, logo, tem
necessidade de o controlar, esteja onde estiver, incluindo em casa (precisa de
saber as horas para poder, por exemplo, saber quando sair de casa para
chegar a um compromisso no tempo certo). É aqui que entram os relógios, uma
vez que permitem ao Homem controlar o tempo de um modo sincronizado com
o resto do Mundo. No entanto, nem todos os relógios são adequados para
todas as situações, já que as suas características básicas como preço,
tamanho e precisão variam muito mediante o tipo de relógio. Devido à
necessidade do Homem de controlar o tempo de um modo preciso, alguns
tipos de relógio (principalmente os mecanismos mais antigos e menos
desenvolvidos, como o relógio de sol, de água e de areia) praticamente já não
são utilizados devido à falta de precisão que estes relógios têm.
Este capítulo estará mais focado nos tipos de relógios que são, ou não,
adequados para utilizar em casa. Para serem adequados para este uso, e não
precisando de ser os melhores nestas categorias, os relógios necessitam de
ser precisos, baratos e de reduzidas dimensões.
No que toca à precisão, os relógios já referidos anteriormente não são
adequados pois são muito pouco precisos e, por isso, não são fiáveis (no caso
do relógio de sol, ainda é impossível a sua utilização devido à inexistência de
luz solar direta na maioria das casas).
Avaliando a precisão, seria de esperar que o relógio atómico fosse uma
boa alternativa devido à sua grande precisão (é o tipo de relógio mais preciso
que existe atualmente), no entanto, as suas grandes dimensões e,
principalmente o seu elevado custo (já que atualmente começam a ser
desenvolvidos relógios atómicos de dimensões muito mais reduzidas)
inviabilizam a sua utilização nas casas.
Depois de pormos de lado estes relógios, aqueles que sobram são o
mecânico, o de pêndulo (caso particular do relógio mecânico), o de quartzo e o
digital. Todos estes são alternativas possíveis e exemplares destes tipos de
relógios estão espalhados por casas de todo o mundo, uma vez que são

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 26


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bastante precisos, baratos e de tamanho


muito reduzido, ou, pelo menos, razoável.
Estes relógios podem estar em vários locais
da casa, como por exemplo, numa parede,
mas, atualmente, o tipo de relógio
encontrado, de um modo mais comum nas
casas é o relógio digital, uma vez que quase
todos os electrodomésticos e dispositivos
produzidos hoje em dia possuem um relógio
digital.
De referir ainda que, muitas vezes, os
relógios cumprem mais funções do que
Figura 21: Relógio de pêndulo
simplesmente permitir marcar as horas, como com efeito decorativo
é o caso de muitos relógios, nomeadamente
os de pêndulo, que podem ter uma dimensão
artística e decorativa.

Tabela 1: Principais características de relógios e a sua adequação no uso


doméstico

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 27


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6. Conclusão

A relojoaria sofreu grandes transformações que vieram a responder às


diferentes necessidades dos povos de cada época.
Cada vez possuímos relógios mais precisos e com designs mais
modernos. Os relógios evoluíram, de instrumentos pouco rigorosos para
mecanismos muitíssimo precisos. Hoje em dia, têm, não só a função de
controlar o tempo, mas, muitas vezes, também um objetivo artístico e
estilístico. Contrariamente à ideia de que os relógios, como pequenos objetos,
não possuem qualquer tipo de processo complexo, estes são portadores de
uma brilhante mecânica e merecem toda a nossa admiração.
Certos mecanismos não são adequados a determinados espaços, ou
utilizações. Mas nenhuma casa funcional se rege sem um relógio, e
consequentemente, sem o trabalho da engenharia mecânica.
Tão ou mais importante que a melhor compreensão do funcionamento,
história e importância dos relógios, foi desenvolver técnicas de redação de
relatórios, capacidades de entreajuda, autonomia, trabalho de equipa e de
cumprir prazos que, certamente, serão úteis para o nosso futuro académico e
profissional.

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 28


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Referências Bibliográficas

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[18] URL: http://electronics.howstuffworks.com/gadgets/clocks-
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[19] URL: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3901-
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Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 29


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[21] Melanie Grunkraut. URL:
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[22]URL:
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[30] Adriano R. Passarelli, 2005, Artigo publicado na revista “Pulso
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[35] Vídeo: “Global Positioning System, Canal: Federation of Galaxy
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a 11 de Outubro de 2015.

Engenharia Mecânica em Casa - Relógios Pág. 30


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Referências Bibliográficas das Imagens:

Figura 1: Retirada de http://renataquartieri.blogspot.pt/. Acedido a 15 de


Outubro de 2015
Figura 2: Retirada de http://www.laparola.com.br/a-ditadura-do-relogio.
Acedido a 15 de Outubro de 2015
Figura 3: Retirada de http://www.fashionbubbles.com/. Acedido a 15 de
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Acedida a 23 de Outubro de 2015
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Figura 19: Retirada do vídeo: “How an atomic clock works, and its use in
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Figura 20: Retirada de https://www.oficinadanet.com.br. Acedido a 15 de
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Figura 21: Retirada de pt.wikipedia.org/wiki/Relógio_de_pêndulo.
Acedido a 28 de Outubro de 2015

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