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Gerhard F. Hasel
Brasília - Outubro 1981
v/.
fc-x . TH
Gerhard F. Hasel
BIBLIOTECA
DO
E N A
Í N D I C E , CONT.
P I A G R A M A S
111
CAPITULO I
ESTUDOS SOBRE EXPIAÇÃO
t BÍBLICA I! CONTÍNUO
S A C R I F Í C I O , CONTAMINAÇÃO/PURIFICAÇÃO E
SANTUÁRIO
INTRODUÇÃO
BIBLIOTECA
00
E N A
como um estado de ser ou uma atitude^ mas uma força ativa magica-demòm-
ca com base na qual o ritual do Dia da Expiação deve ser reinterpretadoJO
As duas posições há pouco_examinedasindicam que aspectos-chave
do culto hebraico e o Dia da Expiação estão inter-relacionados e não po-
dem ser adequadamente investigados isoladamente um do outro. Sendo este o
caso, precisamos estudar os aspectos básicos no_culto hebraico como uma
preparação para investigação do propósito, função e significado do Dia da
Expiação. Dentro do limitado espaço disponTvel os seguintes aspectos da
liturgia do antigo Israel serão investigados: (1) a origem e significado
de sacrifTcio; (2) a conexão de contaminaçao//purificação por meio de sa_
crifTcio e em relação ao santuário; (3) o significado do rito de imposi-
ção de mãos na vitima sacrificaV; (4) o rito da manipulação do sangue s^
crifical como relacionado com vários tipos de sacrifTcio; e (5) oritode
comer carne sacrificai. Espera-se que tal investigação lance luz sobre as
várias teorias e hipóteses propostas e que conceda a evidência bTblica,
vale dizer, textual para o ponto de vista do VT quanto a relação do pec£
dor e sacrifTcio, purificação e contaminação, e os serviços do santuário
antes do Dia da Expiação. Sobre este fundamento uma segunda parte de nos^
sã investigação pode tratar_do propósito, função, e significado dos ritos
de Lev. 16 no Dia da Expiação, o grande dia anual de purificação.
A Relação de Contaminaçao//Purificação
Terminologia de Contaminação
N A
Parece ser apropriado investigar vários termos hebraicolfprTrr—-
cipais" para contaminação Estamos aqui lidando com as ideias de _çpjit.a_^
mi nação/ /purifTca^ão, l im]x)//imundo, e 1 impeza//imundTcie na Bíblia, que
raramente se relacionam a meras questões de higiene física mas são sobre
tudo profundos conceitos religiosos. O prinrTpin dp limpeza e Dureza, ou
seu opost^L^r^Jjiiuu££Z^£Qll aspecto da v_i
da, DOi s a dicotomia entre o espiritual e Q material e alheia a Bíblia,
QUE anrespnta um pnntn c|p p1PPafPPntp hnH^t.-jr.n em que o S aspectos
reliiosos cobrem todo aspecto da vida.
1. O termo ".£ã/ne'."_ O verbo .fome' aparece no VT não menos do
que 160 vezes, e o adjetivo íõme'" aparece outras 89 vezes. A raiz ver-
bal básica {QaJL} significa tornar-se impuro". Em suas várias raTzes i usa_
da com respeito a homens^4 e coisas 25 f particularmente a terra (Lev.18:
25, 27) e o templo (Jer. 2:7; 7:30; 32:34; Sal. 79:1; Eze. 9:7; II Crõn.
36:14) e o altar (II Reis 23:16). Nessa conexão e particularmente digno
de nota que Lev. 15:31 .assinala.. j^ja_iL^antijãr-ií)..-(mJ tabernáculo) poderia..
?.6r...çontaminad_o_ppr. Israel-
2. A raiz "çz. Esta raiz hebraica aparece 45 vezes no VT. Na
forma Piei e conhecida somente ses vezes, como , com o significa-
do de "abominar /como culticamente impuroj7" (Lev. 11:11, 13: Deut.7:26;
Sal. 22:25). Significa também "tornar alguém abominável /como culticamen
te impuro/" (Lev. 11:43; 20:25).26 Q substantivo Zíqtz aparece 11 vezes
com o sentido de "coisa detestável,"27 e o substantivo Z^qquz e emprega-
do 28 vezes com o sentido de "Tdolo abominável" (II Re. 23:24; I Re, 11:5,
etc.) ou "imundTcias" /ho que se relaciona com o cul to pagaoj" (Na. 3:6)."
Em Lev. 11:43 esta relacionado com .Cm1 e refere-se a algo que e totalmer^
te separado de Deus.
3. O substantivo "niddah" . O substantivo yUddak aparece no VT
um total de 30 vezes, das quais, 13 vezes em LevTtico. Significa "polui;
çao" com referência a "terra contaminada" (Eze. 9:11 )z ou "algo destest£
vel" no que concerne ao culto de Tdolos, e refere-se a poluição causada
pela menstruação (lev. 12:2; etc.).29
4. A raiz "g '-C II." Este verbo aparece somente 11 vezes no VT,
e significa "tornar-se contaminado-^ ou impuro"^ (Isa. 59:3; Sof. 3:1 ;
* Lam. 4^14) onde a forma Ni f ai e empregada. Na forma Piei de Mal .1 :7 ^
fica "contaminar, tornar /cuTticamenteJ impuro-^2 ou imundo. "33 A ideia
de "tornar-se /culticamente7 imundo ou impuro" e atestada pela forma Pua]
(Mal. 1:7, 12; Eze. 2:62; Nee. 7:64). A forma Hifil significa "poluir71^
ou "manchar"35 em Isa. 63:3, enquanto a forma Hitpael em Dan. 1:8 signi-
fica "fazer-se a si próprio /cul ticamentej impuro. "^6 o único emprego do
substantivo go'&t no VT significa "contaminação" {Nee, 13:29). Nos casos
do verbo invariavelmente significa um transitivo "tornar-se contaminado
ou impuro."37
5. A raiz "fi££." A__raiz ktt é um termo fecundo no VT, e apare
cê em suas formas verbais^S não menos do que 134 vezes.39 Uma das cono-*
tacões semânticas ê a de profanar/profanação ou injuriar/injúria.40 E em
pregado com respeito a profanar ou injuriar o "nome de Deus"41 ou ao pro_
prio Deus.42 Aparece com referência ã profanação da terra.4-> A profana
cão/violação do sábado desempenha um papel especial.4'
Do ponto de vista litúrgico é importante observar que o altar
pode ser profanado/desonrado mediante a utilização de uma ferramenta de
ferro.45 Em Ezequiel a profanação/desonra do templo Í realçada sete ve-
zes. 4° o fato de que o santuário pode ser profanado/desonrado já e ex-
plicitamente afirmado em Lev. 21:12, 23; Sal. 74:7; Mal. 2:11). 0_direto
envolvimento de Israel na profanação/desonra do santuário/templo é desta_
cada várias vezes {Lev. 21:12, 23; Mal. 2:11; Eze. 23:39; 44:7).
Esta breve investigação da terminologia de contaminação e seus
alcances semânticos revela algumas concepções fundamentais. E^eviden^g
VP? apns VPZ qup ha grande rpticência no VT no que se refere a contamina_
ção/impureza/profanação/ do santuário/templo. As razões pajecem múltiplas,
mas o emprego dos vários termos esta associado com rebelião, desobediên-
cia,, idolatria, perversão, etc., e assim, de um modo ou de outro, com a
quebra da relação da aliança. A conexão leva os escritores bíblicos a utj_
lizarem esta terminologia espaçadamente a legTtima contaminação do santua_
rio/tempo como uma parte apropriada do culto de VahuxLk. Isto também ex-
plica porque nenhum desses, ou outros termos fala explicitamente com res^
peito as funções do sangue em relação ao santuário/templo.
Hã_somente algumas poucas passagens que explicitamente afirmam
a contaminação do santuário no VT. LevTtico 15:31 surge no final de deta_
lhadas instruções concernentes a sacrifícios e seus propósitos de operar
purificação para o sacrificante, que se inicia em Lev. Como tal, Lev.15:
31 é parte da conclusão de todas as regulamentaçoes_sacrificais dos ser-
viços durante o ano litúrgico completo. Essa situação contextuai de Lev.
15:31 parece indicar algo de seu peso em sua posição atual. Se compreen-
dido dentro dessa instrução, o conselho conclusivo de VcLhwzk reveja que
nada ha de casual,ou opcional na exigência por pureza. E uma questão de
vida ou morte para o indivíduo e a comunidade da aliança. A necessidade
vital e declarada como segue em Lev. 15:3~i: "Assim separareis os filhos
de Israel das suas impurezas, para que não morram nelas, ao contaminar o
meu tabernáculo, que está no meio deles." n ^antuáHn/t.empln pnde_ser CQJI
laminado pelo israelita que toca num cadáver e não se purifica ffljjip. 19:
13), por sacrifício de crianças a Maloque (LevJÍÍJ-^U—Ez£l_23^29J.,.por .sejuir
as abominações das nações (II Cron.36:14), por colocar coisas abomináveis
t
no templo (Jer. 7:30) e pelos sacerdotes (Sof. 3:4).47
Tendo observado a reticência do VT no tratar explicitamente da
contaminação jurTdica do santuário/templo nos regulamentos determinados
da liturgia, temos que assinalar, contudo, que está implicitamente sublj^
nhado que o santuãrio/templo foi contaminado durante os serviços antes do
Dia da Expiação. Q ritual do Dia da Expiação afirma £xplid Umente - que ..A
expiação é efetuada pelo santuãrjn_mpclianfp n P^pargir do sangue devido
as contaminaões ou impurezas f j H g . 1 dos Israelitas Lev. 16:16, 1 9 .
Contaminação//Purificação e Sangue
Resultado Resultado
Puro Contaminado
Limpo Imundo
Q Rito da Imposição de Mãos
Terminologia
Q Significado do Rito
10
•*V A hipótese doj^^iUii^áífi sustenta que o possuidor do animal sã
crifical o entrega a Deus mediante o rito da imposição de mãos. 75 Isso"
significa que o ofertante abandona a vTtima a Deus com a intenção de sa-
crifica-lo. Esta hipótese deixa de explicar por que o ofertante trazavT
tima ao santuario/templo^em primeiro lugar. Ele traz a vítima sacrificaT
para ser sacrificada e não para ser entregue a Deus. A fim de realizar
uma mera entrega, a vTtima não precisa ser morta. Contudo, em vista de
que é sacrificada, o rito de imposição de mãos deve ter algum outro sen-
tido.
r . Alguns estudiosos sugerem uma interpretação__arnmista para a im
posição cfe mãos; ou seja, este rito permeia a alma do ofertante córnea aT
ma da vTtima sacrificai. Quando o sangue da vTtima e derramado, então tam
bem a alma do ofertante e sacrificada. Conquanto a ideia de substituição
aqui esteja na linha de frente, a transferência animTstica da alma não
acha qualquer apoio no VT onde a pessoa não e imbuTda com uma alma, mas e_
uma alma (Gen. 2:7). Esse tipo de misticismo aninnstico e alheio ao teor
geral de todo o VT.
-i A hipótese da ^onsa^rji^ãp sustenta que ao impor as mãos sobre
a vTtima o ofertante a consagra "a seu^sagrado propósito. "76 Esta^hipÕ-
tese falha porque confunde a consagração dos sacerdotes com a função da
vTtima no processo de expiação. Estas e outras hipóteses buscam uma res-
posta que somente a própria passagem pode prover.
-•V1 Ha uma passagem em que a liturgia fala de imposição de mãos e de
confissão, qual seja, Lev^ 16 sobre o Dia_da Expiação. O texto especifi-
ca a seqíJencia da imposição de ambas as mãos, a confissão dos pecados, e
assim a transferência deles ao bode. "Arão porá ambas as mãos sobre a ca
beça do bode vivo, e sobre ele confessara todas as iniqtiidades dos filhos
de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados: e os po-
rã sobre a cabeça do bode" (Lev. 16:21). O ritual do Dia da Expiaçao_com
respeito ao bode expiatório e excepcional porque o bode expiatório não è"
sacrificado, mas enviado ao deserto. Não obstante, e a chave ã" ideia de
transferência. 77
Deve-se ter em mente que a transferência do pecado e culpa ao
animal sacrificai não torna o animal desqualificado para sacrifTcio. Pelo
contrario, o animal sacrificai fisicamente imaculado ou perfeito torna-se
o portador do pecado por meio da imposição de mãos e assim expia ^m figu^
rã os pecados cometidos pelo ofertante quando e sacrificado. Ha passagens,
que claramente indicam que a "carne" da oferta pelo pecado (ka£ta'£} e j
"coisa santíssima" [Lev. 6:29; 10:17), conquanto seja essa carne aquele^
vá o pecado. ' —"
A ideia de transferir algo por meio da imposição de mãos esta
também presente no uso nào-sacrifical . Moisés pôs as mãos sobre Josué, e
este ultimo recebeu o "espirito de sabedoria" (Deu t. 34:9; cf. Num. 27:
18). A ideia de transferencia e somada a de substituição em Num. 27:15-17.
Os levitas eram também dedicados pela imposição de mãos, e eles substi-
tuTam todos os "primogénitos entre o povo de Israel" (Núí,>.-&:18). - -Além
B
11 DO
E N A
disso, os levitas transferiram sobre si a função de primogénito em minis^
trar no santuário. As ideias de transferencia estão também presentes nes_
sés textos não sacrificais.
Estamos agora numa posição para tirar certas conclusões. A se-
qflência do rito e como segue -- imposição de a_mbas_as mãos, confissãodos
pecados e morte da vítima. O significado do ritual também "tem sido eluci_
dado. A imposição de mãos sobre a cabeça da vTtima simboliza, juntamente
com a confissão dos pecados, uma transferencia do pecado do ofertante ã
vítima. A vítima "leva" o pecado do ofertante» e é seu substituto, como o
sacrifício que toma o lugar do sacrificante.
' Podemos dizer que o rito de imposição de mãos tem dois lados.
No que respeita ao ofertante, remove o pecado exculpa da pessoa ou grupo
'imundo ou pecador, operando limpeza e purificação. No que concerne ao an^_
jmal sacrificai, ele agora "carrega" {nOitan} o pecado e culpa do ofertan-
te como seu substituto e transfere a imundícia ou contaminação associada
;com o pecado ao santuário. E o' último processo que carece de elucidação
'adicional.
Terminologia
12
do carneiro seria espargido iztiq] pela pessoa oficiante "sobreo altar ao
redor" (v. 16). O sangue do outro carneiro era para ser usado na ponta da
orelha direita e polegar das mãos direitas e pés direitos, enquanto o rés
tante deveria ser lançado em aspersão [zncj "sobre o altar ao redor (v.2CF).
Parte do sangue também e para ser "espargido" (nzk) sobre as vestes do sã
cerdote e sumo-sacerdote a fim de consagra-lo (v. 21; Lev. 8^30). Nesse?
eventos a consagração de Israel e do sacerdócio aronico estão em foco,
respectivamente. Isso também se aplica a dedicação do santuário (Lev. 8:
19, 24; 9:12, 18).
—
As leis concernentes aos vários sacrifTcios contêm explTcita
instrução referente as manipulações do sangue. A lei da "oferta queimada"
[ otàn] especifica que os sacerdotes "apresentarão o sangue, e o espargj_
rao ao redor sobre o altar que esta diante da porta da tenda da coTí
gregação" (Lev. 1:5; cf. v 11). Isto também era feito do mesmo modo com
a oferta pacifica [Je£õm2m Lev. 3:2, 8, 13; 9:18) e a oferta de culpa
(Lev. 7:2).
A manipulação do sangue com respeito ã oferta pelo pecado
) é significativamente diferente. Aqui estamos particularmente
interessados na oferta pelo pecado que tinha intenção de expiar ou com-
pensar certos pecados dos israleitas.82
A prescrição legal em Lev. 4 descreve o "pecado por -ignorância
/hão intencional, acidental/" (4:22) do indivíduo (4: 2-12), da comunida
de (4: 13-21), do "líder" (4: 22-26), e do israelita comum (4: 27-35). '
Os elementos comuns nessas quatro prescrições são (1) a natureza de ign£
rancia ou não intenção do pecado, e (2) que uma "oferta pelo pecado "
(JiaÊfãVt) seja trazida para fazer "expiação" e assim operar o perdão £4:
20, 26, 31). As diferenças jazem no fato de que o kcutÇ5.'t úo ^rKnc^E
(4: 22-26} e do \Jsrae !JitâaXflmLJm](^; 27-35) fl) não descreve a queima de
partes do sacrifício fora do acampamento (4:26, 31; cf. 4:12, 20), e (2).
não prescreve o trazer sangue para dentro do santuário para aspersão pe-
rante o véu e sobre o altar do incenso (4: 6-7, 17-18; 4:25, 30). No úl-
timo caso, Í dada instrução de quej'o sacerdote com o dedo tomara do saji
gue da oferta pelo pecado, e o porá sobre os chifres do altar do holo-
causto; e todo o restante do sangue derramara ã base do altar do holocaus
to" (4:25, 30).
Ha assim evidência interna de que ha dois tipos de "ofertas pe_
Io pecado." Um tipo não e inteiramente queimado, e a manipulação de san-
gue limita-se ao altar de oferta queimada perante o santuário. EmLev.10:
16-20 luz adicionai e lançada sobre essa {taifa 'í porque quando Moisés e^s
tava preocupado com a vitima, ele inquiriu de Arao e seus filhos; "Poj^
que não comeste a oferta pelo pecado no lugar santo? pois coisasantissi-
ma e: e o Senhor a deu a vos outros, para levardes a iniquidade da con-
gregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor. _Eis que des-
ta oferta não foi trazido o seu sangue para dentro do santuário; certa-
mente devTeis ti-la comido no santuário, como tinha ordenado" (Lev. 10:
17, 18). Deveria ser notado que, no caso desta oferta pelo pecado, a car-
ne era "coisa santíssima." O sacerdote, por consumi-la no santuário, trans^
13
ferja__aj'cu1pa da congregação," que esta levava ao santuário, mediante a
imposi^aò""cíe" mãos sobre a vitima (Lev. 4: 24, 29). Assim, 'a "culpa da con_
gregaçao," seu dirigente e/ou povo comum, era removida deles (10:17), me_
diante a transferência da culpa (ou iniquidade) ao_santuario onde os sa-
cerdotes comiam a carne da vitima. A mesma instrução de Lev. 4: 22-35 e
10:16-20 é repetida em fornia muito menos detalhada em Num. 15:22-29.
Deveria destacar-se, contudo, que a expiação feita pelo sacer-
dote nesse tipo de sacrifício (Í^LC£ã'í} e operada por três aspectos, uma
vez que a vitima e imolada: (1) o'rito de sangue, por colocar algum san-
gue sobre os chifres do altar da oferta queimada e derramar o restante a
base do altar (Lev. 4: 25-30); (2) a queima da gordura sobre o altar, co-
mo uma oferta^pacif iça (Lev. 4:26, 31); e (3) o comer da carne pelosace_r
dote no santuário -- dá maior importância para a transferencia do pecado
pois "não foi trazido o seu sangue para dentro do- santuário" (Lev .10:18).
O secundo tipo de ll.oferta_ptlo__pec_adp " para pecados
involuntSr-i£s_edescrito claramente £m_Lay. 4:1-21 pecado involunta-
rio ) ouC^sacerdote ungido^>(4:3)°3 evtõda a "cõmunlda
israel (4Tl3-21 )requer^ulna^vlTilTÍã^lTã^fõrma de um n o v hoo s e m e f -
to" ). A vTtima será morta apôs a imposição de mãos. Então segue-se '
a descrição do rito da manipulação de sangue: "Então o sacerdote ungido (
tomara do sangue do novilho, e o trará ã tenda da congregação; e molhan-
do o dedo no sangue espargira dele sete vezes perante o Senhor, diante *
do véu do santuário. Também daguele sangue porá o sacerdote sobre os^chi- (
fres do altar do incenso aromático, perante o Senhor, altar que esta ^na *
tenda da congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramará ã
base do altar do holocausto" (4:5-7; cg. 4:16-18). t i
t evidente que o rito do sangue ê diferente do outro tipo ^de -
"oferta pelo pecado" porque (1) uma parte é espargida em frente do véu "
no santuário; e (2) uma parte e posta nos chifres do altar de incenso no Q
Lugar Santo do santuário. O sangue neste caso e o meio de transferir o pe_ ^
cado e a imundícia para dentro do santuário.8^ Neste caso, o sangue não '
t- o "detergente ritual para purificar o santuário.llti E explicitamente •
declarado que "expiação /btpp?A7 e feita "por eles" (4:20) e nãopelosar^ 4
tuãrio. Em contraste, no Dia da Expiação, expiação ê feita para purifica _
çao do santuário (16:16) bem como para o altar de holocausto (16:18,19). •
Assim, sangue tem a função dupla de contaminar e purificar. A função do Q
purificação ou expiação e dirigida ao ofertante, cujo pecado e. culpa to- ^
rp.m transferidos para a vítima que morre como seu substituto. O sangue ~
simboliza a pureza e limpeza concedidas ao ofertante, e , vice-versa , trans_0
porta seu pecado e culpa ao santuário. Levitico 6: 24-30 empresta seu pró £
prio apoio a "isto. Se qualquer parte de tal sangue alcança a veste saceV
dotal, esta será ritualmente lavada (v, 27). Pode-se concluir sereste o •
caso porque e o sangue transportador de pecado da íuttCã'^ que e levado ao Q
santuário para aspersão. Neste exemplo o sangue é o agente transferidor ^
do pecado e imundicie//contaminaçao para dentro do santuário, e,_portan~™
to, a carne de "nenhuma oferta pel.o_ pecado, _ç_ujo sangue se^traz a tenda %
jja_ congregação, para" f azer" expiação no santuário" se comerá; "no fogo se_^
.rã queimada" (Lev. 6:30 <fv. 23 em hebraicoj). ""^
14
O processo de transferência da contaminaçao//purificação86 no
rito de sangue, que envolve a oferta pelo pecado para pecados involuntá-
rios no qual sangue é aspergido dentro do santuário, pode ser tornado cla^
ro pelo seguinte diagrama:
Pecados Involuntã
rios Individuais
Lev. 4: 2-13.
Pecados Involuntá
rios da Comunida-
de Lev. 4: 13-21.
15
desta oferta não foi trazido o seu sangue para dentro do santuário; cer-
tamente devíeis tê-la comido no santuário, como tinha ordenado" (Lev.10:
18). A referência à ordem anterior parece remontar a Lev. 6:24-30, e es-
pecificamente as palavras: "Q_sacerdote que a oferecer pelo pecado, a co
mera; no lugar santo se comera" (v. 26). O propósito do rito de comer e
explicito: "O Senhor a deu a vós outros, para lavardes a iniqíiidade da
congregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor" (Lev. 10:
j 17). A "iniquidade," isto e, o pecado (cõu)on)9^ e transferida da vitima
imolada para o sacerdote pelo comer da carne sacrificai, e assim e carre_
gado por ele. O paradoxo e uma vez mais evidente; o efeito e que os con-
taminados (pecadores) são purificados, e o puro (sacerdote) é contamina-
do. 91 Permanece a pergunta: "Como o pecado, carregado figurativaniente
pelo sacerdote,_ e levado para dentro do santuário? Como o_ processo de
transferencia e efetuado?" Antes de volvermos a esta questão, outro as-
pecto chama a atenção,
E freqílentemente^subentendido que somente pecados involuntários,
inconscientes ou por ignorância podiam ser expiados com sacrifícios ani-
mais na liturgia israelita e que pecados conscientes, deiiberadose inten_
cionais não podiam ser expiados.°^ O texto geralmente associado com es-
ta opinião é Num. 15:30, 31: "Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevj_
damente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor:
tal pessoa será eliminada do meio do^povo, pois desprezou a palavra do Se
nhor, e violou o seu mandamento: será eliminada essa pessoa, e-a sua inT
qtlidade será sobre ela." O pecador ousado e um que "blasfema a Valouje.fi" e
desafiâdoramente mantém uma atitude pecaminosa. Contudo,_a expiação . sa-
crificai não e excluída ao pecador premeditado ou intencional que se arr^
pende. Quando a atitude intencional/deliberada do pecador "muda para um_a
de arrependimento, a situação global ê alterada."93 A natureza arbitra-_
ria do pecador refere-se a seu decidido estado de desafio e não arrepen-
dimento, 94 "mas não ao
ao do deliberado pecador que mitigou sua ofensa por
seu arrependimento. '95
Na realidade, ha vários exemplos em que pecados deliberados po_
dem ser expiados mediante uma "oferta pela culpa" (<a6òmj . Os pecados de
agir enganosamente^6 com respeito a um depósito ou um valor a alguém con_
fiado, ou roubo (vs. 2, 3) podem ser perdoados e expiados mediante uma
"oferta de culpa" (Lev. 6:1-7 £B:20-26 em hebraico7). Este ritual requer
que o ofensor faça restituições (Lev. 6:5), se arrependa e confesse seus
pecados (Lev. 26:40; Num. 5:6, 7), e traga um carneiro para sua oferta p£
Ia culpa (Lev. 6:6, 7). Deveria ser realçado que a insistência dos profe_
tas quanto ao arrependimento não é" um fim em si mesmo mas deve conduzir
a açao pela qual o malfeitor é ratificado (Isa, 1:13-17; 58:6-12; Miq.6:
6-8). Esta é uma articulação da lei mosaica concernente ao pecado delibe_
rado.
16
tato com^uma coisa imunda, ou seja, um cadáver (5:2) ou imundície humana
(5:3), dão a impressão de intencionalidade; e (3) a enunciação de um juí^
zo temerário (5:4) parece também ser deiiberado,97
O rito de sangue associado com os pecados deiiberadosmas fruto
de arrependimento e confessados e o espargir do altar de holocaustos com
o restante sendo derramado ã sua base (Lev. 5:9). Pode-se entender que
sendo que nenhum sangue foi levado ao santuário, a carne, no caso de sa-
crifício trazido por pecados deliberados, pode também ser comida pelos sa_
cerdotes, como no caso do sacrifTcio tipo ka^tã't do qual nenhum sangue
era levado ao santuário (Lev, 6:24-30; 10:16-20).
O processo de transferência de contaminação//purificação envoj_
vida^no rito do comer a carne da oferta pelo pecado, e presumivelmente
também da oferta pela culpa, para pecados deliberados pode ser tornado
claro no seguinte diagrama:
PECADOS INTENCIONAIS
Lev. 5: 1-5; 6: 1-7
(Heb. 5: 20-26)
17
comida pelo sacerdote.^Por meio do sacrifício pelo sacerdote ungido ou
pela inteira congregaçao_(Lev. 4:3,13},_o pecado por fim penetrava o san_
tuario mediante a aspersão ou manipulação do sangue no Lugar Santo do
Santuário (Lev. 4:7). No caso do príncipe ou alguém do povo comum a ma-
nipulação do sangue ocasionava a colocação do sangue "sobre os chifres
do altar do incenso aromãtico_... na tenda da congregação" (Lev. 4_^ 7).
Desse modo, o pecado involuntário, bem como os intencionais, do prínci-
pe ou alguém do povo comum eram por fim transferidos em figura ao pró-
prio santuário. O diagrama seguinte pode servir para indicar como o(s)
pecado(s) e culpa levados pelo sacerdote eram finalmente transferidos ao
santuário:
ransferência
ado-imundície
urificaçao
***** ****
19
REFERÊNCIAS E NOTAS
?
0. Milgrom, "Israel 's Sanctuary: The Priestly 'Picture of Do-
rian Gray,"1 ~~
RB (19760:393.
7 Ibid., p. 74.
20
D. M. Urie, "Sacrifice Among the West Semites," PEQ 81
(1949):67~82; A. L. Oppenhein, Anclent Mesopotamia (Chicago,~HÍ64), pp.
183-198, 206-227; B. A. Levine and W. W. Mal Io, "0'fferings to the Temple
Gates at Ur," HUCA 38 (1967):17-58; A. F. Rainey, "Sacrifice and Offerin^
gs," Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible (Grand Rapids, Mich.,
1975 )7^:19S-199. ' '
iQ
0. Gray, "Cultic Affinities Between Israel Rãs Shamra," ZAW
62 (1949/50):207-220; A. Gugliemo, "Sacrifice in the Ugaritic Texts,""
CBQ 17 (1955):196-216; B. A. Levine, "Ugaritic Descriptive Rituais," JSS
T7~(1963):105-m, etc.
dl Hecht, p. 77.
22
Ver o estudo por W. Paschen, Rein and Unrein (Munich, 1970).
21
24
"Ver Lev. 5:3; 11:24-40; 12:2, 5; 13:14, 46; 14:46; 15:2-27;
17:15; 2 2 : 6 ; Num. 19:7-22; etc.
28 CHAL , p. 382.
?Q
"CHAL, pp. 228-229; P a s c h e n , pp. 2 7 - 2 3 . '
?n
HAL, p. 162, "unrefn werden."
32 HA_L, p. 162.
' P- 53-
34HAL, p. 163.
35CHAL, p. 53.
i . 13:19.
22
43Jer. 16:18; Eze. 7:22.
44Ex. 31:14; Isa. 52:2, 6; Eze. 20:13, 16, 21, 24; 22:8; 23:38;
Neem. 13:17-18.
45Exo. 20:25.
46Maass, THAT, 1:573; cf. Eze. 22:26; 7:21-22, 24; 23:39; 25:3;
24:21; 28:18; 44:7.
50 Ibid., p. 205.
51K. Koch, "Der Spruch 'Sein Blut bleibe auf seinem Haupt,"1
VT 12 (1962):414.
52Lev. 20:9, 11, 13, 16, 27: Jos. 2:19; I Reis 2:37; Eze. 18:
13; 33:4-5.
23
representa purificação (ver também seu Cu H and Consclence /Leiden,197Ç7,
pp. 3-12) e infundada segundo otexto.
63Lev. 1:4.
65Lev. 3:2.
72B. J. van der Merwe, "The Laying on of Hands in the Old Tes
tament," OuTWP 5 (1962):34-43, esp. 37-38; cf. Deut. 17:6; I Reis 21:111,
13; Num. TTTZtf; Deut. 31:7 e seguintes.
24
73 Stolz, THAT, 11:162.
74
J. M. P. Smith, "The Idea of Atonement in the OT,11 Biblical
Ideas of Atonement (Chicago, 1909), p. 57.
THAL, p. 93.
79 KL3, p. 269.
80Exo. 24:6, 8; 29:16, 20; Lev. 1:5, 11; 3:3, 8, 13; 7:2, 14;
8:19, 24; 9:12, 18; 17:6; Num. 13:17; II Reis 16:13 , 15; II Crôn. 30:16;
35:11 29:22; Eze. 43:18.
81 CHAL, p. 232; cf KLB, p. 604.
op __
As discussões sobre os vários tipos de sacrifTcio ka££Õ.'t p£
dem ser estudadas em B. A. Levine, In the Presence of the Lord. A Study
of_the Cult and Some Cultic Terms in AncTont Israel (Leiden, 1974), pp.
101-l 14; J. Milgrom "Sin Offering or Purification Offering," VT 21
(1971):237-233; idem, "The Function of the Ho^S^," Tarbiz 40 (T^70/71):
1-8; idem, Cult and Conscience, pp. 74-88. Levine esta errado em alegar_
(Presence, pp. 101-108 que somente um tipo de hat£ã't tem função purj_
ficadora. Ver Milgrom, "Israel 's Sanctuary," pp'. 350-391.
no ^_
Este "sacerdote ungido" é as vezes interpretado como referiin
do-se ao sumo-sacerdote {cf. Keil and Delitzsch, "The Third Book of Mo-
ses," p. 303). J. Milgrom ("Sacrifices and Offering, OT," I PB S /l 97 67»
25
p. 767) alega que o sumo-sacerdote /estaj levando o povo a errar" em Lev.
4:2-21, mas o texto não oferece qualquer apoio a tal interpretação.
84L. E. Toombs, "Cleam and Unclean," IDB I: 647, "A lei levTtj_
ca freqíJentemente emprega 'pecado' e 'imundície1 como sinónimos (Lev. 5:
3, 4)."
QC
Milgrom, "Sacrifice and Qfferings, QT," p. 766^ Ele apresen-
tou a alegação de que o sangue neste caso purifica o santuário.
Tem sido enfatizado que a alegação de que "o iaatfã1^ nunca p_u
rifica seu ofertante" (Milgrom, "Israel 's Sanctuary," pp.*391; cf. idem,
"Sacrifices and Offerings, OT," p. 766), apoiado com Lev. 8:15, perde o
rumo porque Lev. 8:15 não esta tratando com o serviço diário de modo al-
gum, mas a declaração de que o sangue "purificou /útt(/efi<z£í£ 'J o altar" re_
fere-se no contexto de Lev. 8:14-17 ã consagração ritual do sacerdócio
arõnico.
88Versão NASB.
89 -
Tradução de Milgrom, "Israel s Sanctuary," p. 390; idem, Cult
and Conscience, pp. 3-12.
90 - f
O termo hebraico ÕWÕK e um termo típico para pecado consci-
ente, intencional e a culpa do pecado {ver S. Porúbcan, Sin i n the OT
/l 9637; R. Knierim, Pie Hauptbegriffe f Ur Sunde i m AT ZNeukirchen-Vluyn,
1965J, pp. 185ff; idem, '^yc-Mm Verkehrtheit," THAT, 1:243-249).
qi
Este paradoxo da purificação do contaminado e da contamina-
ção do limpo esta também presente com as cinzas da novilha vermelha (Num.
19:8-21) que deixa imundo/contaminado aquele que reúne as cinzas (v. 10)
ou as esparge (v. 21) mas deixa puro/limpo aquele que era imundo (vs.12,
13, '16-19). Este paradoxo de purificaçao//contaminaçao e já reconhecido
pelos antigos rabinos (Tanh. Hullot 4.26; cf. M. Par. 4.4).
qo
Por exemplo, Keil and Delitzschen, "The Fourth Book of Moses,"
p. 103, "Mas eram apenas os pecados cometidos por engano que podiam ser
expiados pelas ofertas pelo pecado." R. de Vaux, Ancient Israel: Its Life
and Institutions (Londres, 1962), p. 420, "Se o pecado ê^êTTBeraao, sa-
crificio não pode expiar a culpa e nenhum perdão é possível (Num. 15:30,
31)," G. Nagel , Vocabulary of the Bible, ed. J. J. von Allmen (Londres,
1958), p. 397; H. H. Rowley, WorshipTn Ancient Israel, p. 134, "pecado
26
deliberado, premeditado, não pode ser apagado por qualquer sacrifTcio."
Também Medebielle, col. 74.
n-5
* L. Morris, "Asham," Evangelical Quarterly 30 (1968):201, so-
bre Num. 15:30-31.
Q4
yHJ. Milgrom, ("Atonement in the OT," _IDBS Z1976J, p. 80) es-
creve de modo bem preciso: "Uma assertiva mais corre ta seria de queosis^
tema sacerdotal proTbe expiação sacrificai para o pecador impenitente, ~
aquele que age 'atrevidamente, ... £que assim? injuria ao Senhor' (Num.
15:30)."
96 Ibid., p. 85.
97Mesmo que os dois -últimos não se concebessem como intencio-
nais, não ha dúvida a respeito do primeiro que implica que a pessoa esta
vá numa posição de oferecer evidência mas não a fez conhecida. Este e um
caso de pecado intencional de omissão.
*********
27
- . IT;
CAPÍTULO II
29
siçao de roâps ou confissão de pecado sobre o bode para a oferta pelo pé-
" O '
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gado. "^ A razão" pode bem ser achada no fato de que o bode para o Se-"
nhor era empregado para purificar o santuário dos pecados acumulados do
povo, ali depositados. Se essa sugestão for correta, o bode não parece
ter servido como uma vTtima transferidora do pecado para o santuário. A
funçHo_aqui e evidentemente diferente da que se passa no ritual sacrifi-
cai diário.
'A manipulação de sangue no caso do bode e a mesma que no caso
do -novilho, O sumo sacerdote entrava no santuário uma vez mais, levando
sangue do bode para o. Santo dos Santos, espargindo-o "no propiciatório,
e também diante dele"/* (v. 15). Também utilizava um pouco do sangue do bo
de, juntamente com o sangue do novilho, e punha-o "sobre os chifres do aT
tar ao redor" (v. 18). 24
O propósito do sacrifício e da manipulação de sangue do bode m£
cho e explicitamente declarado em Lev . 16:16. "Assim fará expiação pelo
santuário £qodi^J por causa dus impurezas £tum'õ£7 dos filhos de Israel
e das suas transgressões /pcáê^emj e de todos os seus pecados [ka,tto * £aj\\] .. "
Expiação também será feita com respeito ao "altar que está diante do Se-
nhor. "25 A manipulação de sangue e aplicada a ele também. O altar e b<yr
rifado com o sangue sete vezes, a fim de o santificar "das impurezas
õ£7 dos filhos de Israel" (v. 19).
Ha varias observações significativas a serem feitas com respei_
to ao propósito declarado em Lev». 16j 16, 19. Volvemos nossa atenção
primeiro ao verbo do v. 16, Este verbo e íu.ppêA. Aparece 16 vezes^S em
Lev. 16. No v. 16 a preposição co£f' vem apôs o verbo -- kÁ.pp&i caJL -- e
aparece seis vezes neste capítulo. 28 O verbo kippeA mesmo e uma forma
Piei que sempre destaca o resultado a ser conseguido. 29 Na verdade, tem
primeiramente um sentido funcional^O com respeito ao resultado a ser al-
cançado.
Em contextos liturgicos a seqdencia sintatica ktpp&i alternou ' « — f1
'um sentido relacional , "fazer expiação com respeito a" pessoas, lugares,
'etc., ou sentido espacial > "fazer expiação por" pessoas, lugares, etc. 31
O sentido relacionTl e evidente em Lev. 16:30, "Porque naquele dia se fa_
rã expiaçãlTl^F^vÕsT'1 ou, melhor traduzido, com respeito a vos > isto e,
em relação aos israelitas. Significa que esses ritos, que purificam tan-
to o santuário e o altar, são relacionais com respeito aos efeitos que
tem para os israelitas. O resultado, da purificação do santuário no que
respeita aos israelitas e que a purificação deles e agora final perante
.o Senhor (v. 30). Isto e enfatizado também de outro modo no v. 33, onds
temos dois usos de í^pp^A seguidos por objetos^diretos (santuário, tenda
da congregação, e altar). 32 Depois a construção í^ppe/t cat se^segue pa-
ra indicar que os israelitas são os beneficiários finais: "Fará expiação
[hsippoA. + abjecto cltAeíq/SS pelo santuário: pela tenda da congregação e pe_
Io altar; também a fará /bcppcA •*• ob j &to dMiçJioJ '^ pelo altar e £kÁ.pp&i£ajJ
pelos sacerdotes e todo o povo da congregação" (Lev. 16:33).
Assim vemos que não ha qualquer tensão entre os serviços regu-
"Á - , 30
lares do ritual sacrificai diário que "expia" tanto os pecados acidentais
como involuntários dos israelitas. Nos serviços diários eles são transferj_
dos ao santuário. O ritual do Dia da Expiação nesse sentido purifica o sa_n
tuario no que respeita ã impureza dos israelitas.
O sentido espacial da construção de k^pp&i ^pJi e evidente em Lev.
16:16, "Assim fará expiação pelo [\iLpp&i ca/735 santuário por causadas im
purezas dos filhos de Israel e daT~suãs transgressões e de todos os seus
pecados." A força direta aqui é com respeito ao resultado alcançado em te_r
mós do espaço que havia sido contaminado mas agora é purificado. Os atos
litúrgicos da manipulação de sangue no santuário resultava na limpeza, ou
purificação do santuário. Nesse exemplo a construção kÃppõA CÍL£, expres-
sando um processo espacial, é idêntica a íe^ppéA + ob/dío fícteío do v.33.36
A segunda observação relaciona-se com o termo para "lugar san-
to" em Lev. 16. O termo qõdiu,^' g utilizado por todo o caoTtulo 16 de Le-
vítico para santuario38 ou SantTssimo,39 exceto no v. 33, onde m^qdcu apa
rece.
Nem sempre é inteiramente certo em que extensão \qõd&> \m Ley^16
se refere ao santuário como um todo ou a uma área mais especifica dentro
_do__santuárío, .quaT~seja, o SantTssimo. Este problema e refletido nas tra-
duções _da_s__yersoes bTblicas em inglês.40 O substantivo q$dç2 pode refe-
rir-se ao santuário em sua inteireza (Exo. 38:24; Lev. 10:4). Pode também
referir-se ao pjítio ej<^erijar_j chamado Lugar Santo (Exo. 26:33) e o compar_
timento interior~Tfíãmado ^SantTssimo (Lev. 4:6), que também e designado co
mo qõdçJZ Íiaqqadãl2m (Exo *.~~Zb:3'3, 3Í; I CrÔn. 6:49 /v. 34 em hebraicoj) .^T
Evidentemente o sentido de SantTssimo parece_ter__relaçao com Lev. 16:2.
Os outros .empregos de gudd em Lev. 16 não são tão especTficos, exceto nos
vs. '(20..'e^3J/j onde qGd?A outra vez refere-se aparentemente ao^ántissimo .
em contraste com "a tenda da congregação" e "o altar." Mesmo que o senti-
do dç Içi5|£e4/em Lev. 16 não seja, em todos os'casos, claro, alem de,qualquer
dúvida,'refere-se em vários lugares ao SantTsslma (vs.T_2_s\_2Ò^^3"), e em ou_
tros l_ugares no mesmo capTtulo e evidente que o ritual do Dia da Expiação
incluTa o SantTssimo, a tenda da con^rejgação, e o altar (v. 33). Neste po_n
to^podemos observar que em Dan.8:14|g5cfoJ ji o mesmo termo usado para "san_
tuario". LovTtico 16 e Dan. 8:14 esfeõ~-termi no l ogi camente, conceptualmen"
e e
A manipulação de sangue dentro do J^ntTss.im, ^o Lugar Santo
e sobre o jiltaji^ -> tem o proposito^de purifica-los das impurezas do povo~~de
Israel. A evidencia apresentada não apoia a teoria de que esse rito anual
cê purificação do santuário apenas se refere a "pecados presunçosos e imun_
dTçies /que7 não podem ser expurgados pela própria hci&tã.'t /oferta pelo_pe_
cadoj do ofertante" (Num. 15: 3Q,3_1 j_.4o LevTtico 16:16 fala da expiação
sendo feita por !jtGdf05"_pè "s~êus pecadojsj," o que m i l i t a contra essa teoria
de limitada purificação. "A" expressão inclusiva "/:todos os7 seus pecados"
aparece novamente no v. 34 de Lev. 16. Parece que os pecados qup eram de-
positados no santuário eram "todos os pecados" que os serviços diários
(regulares) traziam ao santuário, isto é, os pecados acumulados de Israel
que haviam sido confessados e pelos quais sacrifTcios haviam sido feitos
31
nos serviços diários (regulares).
Uma ênfase de destaque em Lev. 16 é a purificação do santuário.
A função dos serviços diários (regulares) era livrar o ofansor de seus pé
cados, impurezas, e culpa porque Deus não pode continuar habitando coni "ã
pessoa que interrompeu o relacionamento Deus-homem.'• Assim o pecado, imundí-
cie^ e culpa são transferidos ao^santuario onde permenecerão e se acumu-
larão ate o grande Dia da Expiação. Sendo que o pecado e imundície se açu
mu Iam no santuário até que Deus não mai_s é capaz de habitar no santuari^,
Ele ordenou que uma vez ao ano o santuário seja purificado de suas trans
gressoes, pecados e imundícies acumulados, ou Ele o abandonará e deixar¥
o povo entregue a sua própria sorte.. Desse modo, o pecado e o mal jamais
sa'o relevados por Deus, mesmo quando o pecador individual ou ofensor não
e imediatamente punido. O pecador, ou ofensor, traz urn sacrifTcio para o
s;.,, pecado ou ofensa, transferindo assim mediante a vítima seu pecado, ou
ofensa. Esse K to sacrificai não Í inteiramente eficaz, ex opero operator.
Semelhantemente-, "o rito não é um arranjo para contrabalançar os "iTaTtõs"
de magica. ..."47 t dependente da atitude de remorso do ofensor.
E apropriado recordar aqui que a legislação mosaica torna bem
c.l aro que o pecador deveria ^empenhar-se numa confissão do pecado ai em de
trazer um sacrifício. Isto não é só verdadeiro no caso de um pecado inteia
cional (Num. 5:8.10) mas também nos casos da oferta pelo pecado para pe-
cados não-premeditados (Lev. 5:1-6). Isso significa, entre outras coisas,
que com a atitude apropriada de arrependimento e confissão de quaisquer
pecados, mesmo os pecados intencionais e premeditados podem ser perdoados.
n perdão dificilmente pode ser tido como consequência automã.ti
ca do rito de sacrifício diário. Porque ê sempre referido na voz p.assiva.
"e ele será /se7ão487 perdoado (s)."49 Q perdão ..e. depe.ndente de Deus.
Não é nem automático riem algo a ser adquirido.50 o sacrifTcio^não ê unia
transação de permuta na qual Deus perdoa por alguma consideração.51 O sa_ t
crificio ê eficaz porque Deus decide em Sua misericórdia aceitar a ofer- ,
ta como o substituto do ofensor por Sua própria vida.52 Deus concede o
perdão por conta de Sua graça.'Assim como Q^rito sacrificai diário | a (
primeira fase do processo de expiação, também a purificação do santuário,!
no Dia da Expiação, no que respe.ita aos pecados do povo, e necessariamen
-te .a fase objotiva e final do processo de expiação. on_de_o_gecjdp e e "l i 7
_minadcTe_ removido53 do santuário e o santuário é purificado. SuDjetiva- \, o c
a fase segunda e final do processo de expiação. Assim a__total idade co^pr£
cesso de expiação e operado finalmente dum modo irrevogável em benefício í
do pecador, ou ofensor. Então a comunidade se apresenta diante de Deus 4
numa condição que torna possível Q comunhão completa.
«
O Rito do Bode Expiatório l
33
cão de mãos, eram transferidos ao bode vivo para sua eliminação do meio
da comunidade israelita. O envio do bode vjvo para o deserto'"pela mão
dum homem ã disposição para isso" (v. 21) e um ritual de eliminação que
simboliza a remoção de todos os pecados acumulados de Israel para o deser
to (vs. 10, 22).
O que significa Azazel? Os estudiosos tem debatido a origem e
s^gr.jficado do termo cazci' z\LÍ frequentemente sem chegarem a um consenso.68
Há* várias hipóteses principais: (1) O termo ctlzã.'zê.t e o norr.e próprio do
próprio bode v i v o , significando "o bode enviado para foro. /que parte/."
Este fato tem levado ã tradução "bode expiatório" nas versões inglesas,
e remonta as antigas versões gregas e latinas.69 Contudo, o bode vivo es
ta sendo reservado "para Azazel" (Lev. 16:8) segundo o texto hebraico. Ã
simetria na expressão "para V'a/ii'jc/i" e "para Azazel" não parece favorecer
esta hipótese. (2} O termo CLi£ã'zêf. e um substantivo comum com o sentido
de "precipício," o lugar onde o bode vivo era despachado.70 ^ste ponto
de vista e também sustentado pela teoria dos exegetas rabínicos^l e pre-
ferido pela versão árabe de Saadya, que reza, jult CJ.ZG.Z , irionte Azaz."72
Independentemente do valor filológico, ter-se objetado que "não se enqua
dra no texto. ... A versão 'para o Precipício' /N E B/ não parece suficien"
te para verdadeiro paralelismo, que requer que o segundo nome-, comooprT
meiro,fosse o nome do uma pessoa."73 (3) o termo ca^ã'zê^ ê nome de um
demónio/4 que no livro de Enoque e o dirigente dos anjos rebeldes.75 Al
guns tem identificado o demónio com um dos íe^tõi, "sátiros" (RSV)76 0]J
"personagens semelhantes a bodes,"77 mencionados em Lev. 17:7, a cujo cul
to Israel se havia prostituído, e sugerem que se trata do "deus-bode Aza"
zel."78
*********
37
REFERENCIAS E NOTAS
_ ~
Estudos significativos sobre o Dia da Expiação de varias pers
pectivas eruditas são os de A. Edersheim, The Templ_e: Its Mlnistries ancT
Services (london, 1874), pp. 263-88; S. LandêirscfõFfer ," Studien zurn bi-
FTTsTFen VersÇhnungstag (MUnster, 1924); M. Ltihr, Das Ritual _ vpn_''Lev .Ha
"(Berlin, l 975); G. Orhun, Das Sundenbekenntnis des~VersõhnImgTtã^?s
(Frankfurt, 1934); I. Schur. VeFsBhnungstag uncT Stlndenbõck" (HêTs~ingfors/
Leipzig, 1934); L. L. Morris ,~TrT)ãy of Atonement and" Work" o f Christ," Re-
formed Thepl ogic^l Reviow 14 (1955}:9-10; J. Morgenstern, "Two Prophe-
cies from "theFõíirtlTTêntury B.C. and the Evolution of Yom Kippur," HUCA_
23 (1952/53};l-74; E. Auerbach, "Neujahrs- und Versoehnungfest in leh
biblischen Quellen," VT 3 (1953) :337-43; Y. Kaufmann, Tho_Re1igion of
Israel (Chicago, 1960), pp. 302-309; R. de Vaux, Studies in ÕTdTestament
^ãcrTflce (Cardiff, 1964), pp.' 95-97; M. North, Leviticus (PHTT^clelpma T
T965), pp. 115-22; K. Hruby, "Lê yom ha-kippurim ou Jour de 1'espiation,"
L'0rient Syrlen 10 ( 1965) :41-74, 161-92, 413-42; S. Lyonnet and L. Sabou
rTnTTTnTll ' êcf^m p t i o n , a_n d Sacrifices (Rome, 1970), pp. 182-84, 269-89; B.
A. Levine, In the Presènce ofTnê~Lord (Leiden, 1974), pp. 53-114; J.Mil
grom, Cul t ^nTTÕnsclence (Leiden, 1976), pp. 127-38; idem, "Atonement,
D a yo f 7 ' '
n _
Para as edições sobre os serviços sacrificais que purificavam
o ofertante/pecador e contaminavam o santuário/templo, ver nosso estudo
prõvio "Estudos Sobre. Expiação BTblica I: O Continuo Sacrifício, Contami-
naç'áo//Purificação e Santuário," em capitulo precedente neste volume.
Mergenstern, p, 48.
15
Ver n° 2 acima.
-
Tem sido demonstrado que os santuários pagãos podem ser con-
taminados/poluTdos por incursões demoníacasJMilgrom, Cult and Conscien-
ce, p^ 128). Em Israel ha" uma'aguda distinção sobre esta noção, porque o
santuário de Israel somente pode ser_contaminado pelos pecados dos seres
humanos. Assim a fonte de contaminação do santuário nas concepções israe_
lita e paga* é vastamente diferente. Cf. J. Milgrom "Israel's Sanctuary:
The Priestly 'Picture of Dorian Gray, 1 " ^B 48 (1976):392.
39
20
Pará detalhes do ritual em tempos posteriores, ver os deta-
lhes no tratado Mishnah Yoma em H. Danby, The Mishnah (London, 1933), pp.
162-72. £ metodologicamente incorreto ler "3o Yoma paTa o Velho Testamen-
to como è" as vezes feito.
22Morris, p. 14.
23 -
" No Mishnah (ver Yoma 3.8; 4.2; 6.2) também não ha qualquer
menção feita a respeito de uma confissão de pecado sobre o bode que era
imolado.
24
Ver n9 21 acima.
25Ver n° 21 acima.
26 Lev. 16:6, 10, 11, 16, 17a, b, 18, 20, 24 , 27, 30, 32, 33a, b,
c, 34.
?7 - -
Quatro vezes a preposição òeco.cí, "por," segue a ICcppeA, vs.
6, 11, 17, 24. Entre outros usos da mesma sequência, ver ÈXO. 32:30;
Lev. 9:7; Eze. 45:17; II Crôn. 30:18, 19. Ver J. Milgrom, J'K^.ppéA co£/
L^ad," Leshonenu 35 (1970): 16, 17, mas suas conclusões são criticadas
por Levine, p. 64, n. 29. O ultimo sugere que fe^pp£A b^ad significa
"assegurar/realizar expiação em beneficio de " (p. 66).
40
.
30,Levine, ,
p. c64.
- ideias de "relacional" e "espacial".
31 Ibid., p. 65, quanto as
33J. Milgrom, "Atonement in the VT," JBDS (1976), pp. 78, 79,
alega que kipp&i em textos litúrgicos significa "Expurgar." Concordamos
que a "oferta pelo pecado ((iattà'£) __purif iça aquilo sobre que | aplicada
mas restringe isso ao Dia da Expiação somente. Nos serviços diários o
ofertante e "purificado," porque faz confissão do pecado, e a manipula-
ção do sangue contamina o que e tocado pelo sangue sacrificai . No Dia da
Exp i ação . n^njiuma._m_ão_ era referida como sendo imposta sobre .o_noy i l hq ou
bode e assim., a, "oferta pelo_.peça.d5_!L.tem. uma funçãç>._purificadora.
34 Levine, p. 65, traduz corretamente como "purificar". A ideia
é claramente de uma purificaça"o (assim também Ligrom, Cul t and Conscience,
p. 127).
-
35A ideia de "purificar/limpar" e novamente destacada. Ver n.
34 acima.
•^ r
A construção fe^pp&t^aí em Le. 16:20 na sentença "Havendo,
pois, acabado de fazer expiação £iiíkka.ppê..ti* ctj pelo santuário, pela ten
da da congregação, e pelo altar" é idêntica ao lú.ppcn ca£ e ao í^ppêA^dt
no v. 33. Na verdade os únicos empregos no VT de lu,ppcA. + oò/c/c dÁAdto
com dt estão em Lev. 16:20, 33.
") "7
Sobre a etimologia de qõdeJ, ver N, H. Snaith, The Distinc-
tive Ideas of the Old Testament (New" York, 1964), pp. 24-32.
oo
JO Lev. 16:2, 3, 16, 17, 20, 23, 27.
39 Este e evidentemente o sentido em Lev. 16:2.
43lev. 16:14-16.
44 -
Lev. 16:16, 17 onde e possível tomar "tenda da congregação"
no sentido de "Lugar Santo," isto e, o pavimento exterior no santuário.
45Exo. 30:10.
42
Contra Ladersdorfer, pp. 14-20, com Lflhr, pp. 10-12; Levine,
pp. 80, 81 e muitos outros.
56,'Com Maass, col. 849.
57
Com Líihr, p. 10, contra Landersdorfer, p. 14.
Morris, p. 12.
64 -
Como em textos nao-1iturgicos, t a i j como Gen.48:18; Isa. 44:3.
de Vaux, p. 509.
74 Ver T. K. Cheyne, "Azazel," Encyclopedia Bibl iça (London,
1899), 1:397; E. Konig, Theologie dês Alten Testaments (Stuttgart, 1923),
p. 230; E. Jacob, Theology of "the 01 d Testament TloncTõn, 1958), p. 70;
W. Eichrodt, Theology of the 01 d Testament PTnTadelfia, 1967), 11:225,
e muitos outros .
44
01
m Eichrodt, p. 2 2 5 .
00
L Ver n. 74 acima e H. Bietenhard, "Demon," Dictionary of NT
Theology (Grand Rapids, M i c h i g a n , 1975), 1:451; Kaufmarm, p. 114.
83
' K. G a l l i n g em Rei igion in Geschjchte und Gegenwart ( Z d a . e d . ;
TObingen, 1928), 11:964; como também 1*L "CTIdwêlTT^The Doctn"ne of Satan
in the Old Testament,' 1 The B i b l i c a l World ( 1 9 1 3 ) :30; Kaupel , pp.91, 123-
124; de V a u x , p. 5 0 9 , fal a de '"um demónio." Para alguns dos comentaris-
tas mais velhos que identificam Azazel com Satanás, ver Questions on Doe-
t r i n e ( W a s h i n g t o n , D . C . , 1 9 5 7 ) , p p . 393-95.
S4
Keil , p. 393.
P5
J W. Baumgartner, Hebraisches und Aramaisches L e x i k o n zun Alten
Testament II ( L e i d e n , 1 9 7 4 ) , "p. TBT-" ~cf 7 ~WT HõTTalfãy, A'Toncfs'e Hebrew
anOiTariific Lexicon of the Old Testament {Grand RapidsT Mich. » 1971),""p.
45
93
Kaufmann, p. 210, n. 17.
94
y4Ibid., p. 178.
95
A. M e d e b i e l l e , " E x p i a t i o n , " D i c t i o n n a i r e de Ia B í b l i a : Sup-
pléincnt ( P a r i s , 1 9 3 8 ) , I V : 6 1 .
96
Ver n. 87 a c i m a .
*-*r * * * * * **
46
CAPITULO III
A "PONTA PEQUENA," os SANTOS, E
O SANTUÁRIO EM DANIEL 8
Visao-audição em Dan. 8
•
celestial. Uma Investigação exegética e esperada para derramar mais luz
sobre os movimentos da terra ao céu em Dan. 8. Parece relacionar-se aos
movimentos de Dan. 7, com suas mudanças do terreno ao celeste onde o juT
zo tem lugar na presença e por meio do Ancião de Dias.
Interpretação em Dan. 8
M\C^V-
49 \x - V>0
""_• z, •;..„':_%• c..-*
Estrutura de Dan. 8
I. Introdução, 8:1-2
A. Tempo, Ia
B. Vidente, Ib
C. Lugar, 2
50
3. Local , l 6a
4. Gabriel, 16b
5. Vidente sendo abordado, I7a-b
6. Tema do tempo do fim, 17c-19
B. Visão, 20-26
1. Animais indentificados, 20, 21
a. Carneiro: Medo-Pérsia, 20
b. Bode: Grécia, 21
2. Chifre Pequeno, 23-25
a. Tempo de origem, 23
b. Poder, 24a
c. Atividade, 24b~25
(1) Destruição de poderosos e santos , 24b-d
(2) Auto-engrandecimento, 25a-b
(3) Destruição de muitos, 25c
(4) Oposição ao príncipe dos prTncipes , 25d
(5) Fim do chifre pequeno, 25c
C. Audição, 26
1. Verdade, 26a
2. Selamento, 26b
3. Ênfase ao tempo do fim, 26c
51
de interesse entre os estudantes de Dan. 8. Deriva o "chifre pequeno" de
um dos quatro chifres? Ou» o "chifre pequeno" procede de uma das direções
dos pontos cardeais (um dos quatro ventos do céu)? Tais questões suscitam
o problema do antecedente gramatical no texto hebraico e suas possibili-
dades sintaticas. £ vantajoso realizar tal pesquisa para descobrir a di-
reção a que o texto hebraico aponta.
As palavras de abertura de Dan. 8:9 com géneros indicados em pá
renteses rezam literalmente: "E procedente de uma (feminino) deles (masT
culino) um chifre (feminino) cresceu a partir de um diminuto tamanho."
Na língua hebraica os sufixos pronominais bem como os substantivos e nu-
merais tem géneros (ou femininos, ou masculinos). Um dos dois anteceden-
tes sugeridos em Dan. 8:8 ê o que melhor se traduz novamente num sentido
literal com os géneros indicados entre parêntese; "e cresceu o mais cons
pTcuo dos quatro (masc.) em seu lugar" (njata.^atdnôLk (uizot 'o/ibac &ifate.ykc[}.
Nesta sentença o numeral "quatro" é masculino, o que é" tTpico por sua as-
sociaçãg com um substantivo feminino que e omitido por elipse. Os grama-
ticos tem chamado a isto "harmonia quiãstica," onde um numeral masculino
é usado com substantivos femininos ou um numeral feminino e empregado com
substantivos masculinos." 12 Assim, enquanto o numeral "quatro" e masculj^
no em forma, age como um feminino. Isso nos conduz a questão de haver ou
não harmonia em género entre "o mais conspícuo dos quatro /chifresj," uma
frase difícil geralmente vertida "quatro chifres notáveis," e o "chifre
pequeno" que é referido como saindo de "um ( fom inino) deles (masculino)."
• E claramente evidente que com base na sintaxe do numeral "um," uma forma
feminina não se alinha corn o numeral masculino "quatro." A falta de tal
harmonia gramatical entre a frase de abertura de Dan. 8:9 onde o "pequeno
chifre" ê descrito como procedente "de um deles" e "o mais conspícuo dos
quatro £chifres.7" implica insuperáveis problemas sintaticos. As implica-
coes desses problemas sintatico-gramaticais são agudas e põem em duvida,
realmente desqualifica, interpretações como a seguinte: "D pequeno chi-
fre é descrito como brotando de um dos quatro 'notáveis' do^bode, isto é",
representa /7\ntíocoJ Epifanio como um renovo da dinastia seleucida, .. ."13
Em outras palavras, a sintaxe hebraica não pode ser posta em harmonia com
o_ponto de vista de que o "chifre pequeno" procede de um dos "quatro no-
taveis (^chifres)," a^menos que a redaçao de Dan. 8:9 seja mudada no te_x
to hebraico."14 Este e um grande problema na interpretação de Antíoco
Epifanio como descrito em Dan. 8.
Isto apela a um detalhado exame do segundo e mais próximo ante
cedente em Dan. 8:8, qual seja, o de que o_"chifre pequeno" procede dos
"quatro (masculino) ventos (feminino) do céu (masculino). Ocorre aqui uma
verdadeira "harmonia quiastica" de género entre o numeral "quatro" (rnas-
culino) e o substantivo "ventos" (siukôt) no feminino. 15 Recentemente foi
feita uma sugestão que explica completamente a sequência dos géneros na
frase de abertura, "e de um dos chifres (masc^)," tornando claro que nao
ha confusão de género aqui, de modo al_gum. A ultima linha em Dan.8:8 tem
uma seqfjéncia feminina-mascul ina de genereo que correspondo perfeitomen-
te a seqUência de género na primeira linha do v. 9, que Õ novamente femi_
nino-masculino. Assim ha um paralelismo sintático de género que segue o
padrão A + B/A + B." 1 6 Essa perfeita harmonia de género pode ser facilmen
te reconhecida na seguinte apresentação:
f em. masc.
lA
Dan. 8:9
A
na rã os Quatro ventos do céu
f em. masc.
A
B
e de um deles
to" í-rua/i! é uma daquelas palavras hebraicas que tanto podem ser femini-
n r . comfmasr.iil i
53
tos" seja morfoloc-icamente feminina no v. 8, ela funciona como um mascu-
lino porque e usada metaforicamente para os pontos cardeais quando liga-
da a céus,22 de modo que a tradução correta da frase "para os quatro ven
tos do céu" seria "para os quatro pontos cardeais."23 £ por essa raza~o
que o sufixo plural masculino kem, "eles," pode referir-se a ela também
de acordo com o emprego no sentido metafórico dá palavra "ventos." Deve-
-se lembrar também que ''iiiedliiii.t^Ji-JinfranueíLlmeRtD. dcL_d.isLinção de cjene-
ro sufixos^jH^cLtòúla^jesDecialmente no plural) não são poucas vezes
utilizados para referir-se a substantivos femininos."24 Assim o sufixo
masculino plural íion, "el_es", pode referir-se em retorno ao substantivo
feminino "ventos," mas não a palavra "chifres" que não esta presente no
texto hebraico, ela própria, sendo frequentemente suprida nas traduções.
E suprida nas traduções porque a ela se fazem alusões mediante elipses.
E duvidoso que alguém possa falar de um substantivo antecendente como um
antecedente sintãtico apropriado quando não é exprc: ,so. Um antecedente
elíptico não é suficiente para a construção gramatical. Isso nos deixa com
somente duas possibilidades para o antecedente do masculino plural, "De um
dos ...," ou seja, "dos céus" (masc. plural) ou "ventos" (fem. plural em
forma, mas masculino em função). Qualquer dos casos é possível; o_primei_
ro é sintaticamente menos complexo, provendo um paralelismo sintãtico
harmonizado em género. Qualquer dessas possibilidades sintaticas demons-
tra que o "chifre peoueno" partiu de um dos pontos cardeais e não de um
dos quatro chifres 25 Assim, a sintaxe hebraica de Dan. 8 8, 9 torna i m
possível que o "chifre pequeno" de Dan. 8 seja derivado de um chifre e
identificado com Antioco Epifanio, que surgiu de um chifre selêucida. E_s
ta conclusão é confirmada em dois alicerces; (1) O^emprego do v.
9 e (2) a conexão contextuai das referencias geográficas no v. 9. Ambos
merecem agora breve atenção.
O verbo na frase de abertura do v. 9 é.í/ôóa^, cujo sentido bá-
sico é ^sajjr" ou nx^djx.- "26 ,Não_e. a._palavra típica para o crescimen-
.to de um chif re em Dan. 8. Duas vezes em Dan. S a ideia de crescimento de
um chifre ou chifres é realçada. A ideia jie crescimento é. utilizada no v.
^ 3 onde um particTpio do verbo ^ãZnk, "sair/^' ' aparece.. Esta palavra de-
^ clara que o chifre mais elevado "surgiu por último," isto é, cresceu por
último. No v. S o verbo c'dtak aparece^ com o sentido de os quatro chi-
fres vindo ou erguendo-se em lugar do grande chifre que foi quebrado. Em
contraste com a ideia de crescimento expressa nos vs. 3 e 8, a ideia_.ex-
pressa com respeito ao "pequeno chifre" e a de que se trata de um,(/ãóã3
movimento ou simplesmente um ir, mover-se ou vi/ no sentido de um movime_n
to a partir dum ponto cardeal para outra direçao tal. O que se temem vi_s
ta é urna ex.pansao horizontal e não um crescimento vertical. Isto_ é coe-
rente com o emprego do verbo f/õAã3 no VT no livro de Daniel. No último el_e
expressa coerentemente um movimento de um ponto cardeal ou de uma posição
fixa para outra {ver Dan. 9:22, 23; 10:20; 11:11, 44). A isto se_ deve
acrescentar o fato de que í/ãóa5 no VT e usado num número de ocasiões para
^4iia.v_lmejitos_. militares, de vários tipos (Deut. 20:1; I Crõn. íi: 18; 20:1 :_ Prov .
30:27; Amos 5:3) ou umrei saindo com seu exercito (I Sam. 8:20; li Cron. 1:
10). Em resumo, a .i dai a de_.Dan._.3: 9a. não ê a de que o "pequeno chifre"
brota de um dos ventos do céu, mas que avança a partir de um dos pontos
cardeais num plano horizontal e se expande para outras direçoes, ou outros
54
pontos cardeais. A ideia de expansão militar parece estar presente também
Esse movimento horizonta]_-geograf iço da parte do "chi, : re peque
no" na primeira parte de Dan. 8:9 G elaborado na segunda parte deste ver
só onde as direçòes da expansão são__indicadas pela frase "para o "su~T, pã"
rã o 'oriente] empara a terra gloriosa^" A antiga versão Septuaginta reza"
para a expressão "a terra gloriosa" (/lo-viebl! as palavras "o norte" (o
equivalente em hebraico deste termo sendo haA&a.p5n] Se a Septuaginta é
uma "confirmação do TM /"texto massoréticoj, "29 então o ponto cardeal do
qual o "pequeno chifre" deriva somente pode ser o oeste. Seguindo a inter
pretaçao historicista , Roma veio do oeste\o ponto de vista da Palesti"
na, enquanto AntToco Epifânio, sendo o oitavo rei da linha seleucida , não
veio de modo algum do oeste. O reino seleucida cobria o território da S^
ria-BabilÕnia, de modo que .AntToco procedeu do norte. Estes são fatores"
adicionais que apoiam a interpretação de que na parte inicial^da descri-
ção do "pequeno chifre" em Dan. 8:9-12 Roma em suas fases pagã e papal e£
ta sendo focal izada. ~
55
ê a de ir/mover-se/vir,3? com um numero de exemplos de empresas mi l i ta-
entre os muitos empregos e contextos.
O segundo verbo em Dan. 8:9 variadamente traduzido como "tornou-
se excessivamente grande" (KJV), "cresceu sobremaneira" (RSV, NEB, NASB),
e "cresceu em poder" 'NIV). A expressão hebraica étfxitLQdaJi-ittáw..EU con
tem a forma verbal^ de gâdat (tornar-se grande/forte/rico/importante( .45
L. KíJhler sugere para Dan. 8:9 o sentido de "tornar-se grande. "41 Se es-
ta for a ênfase, então a ideia de crescimento em aHura dificilmente serja
a dominante. Trata-se novamente da noção de expansão horizontal . A direção
da expansão o indicada pelas varias esferas horizontais que contribuem pa_
rã a extraordonaria grandeza do chifre, bem como sua grande força» e ri-
queza ao estender sua influência mais e mais.
56
estende seu poder.
_Q._]a.nçar..po_íi_ter_ra_e espisotear " alguns do exercito e das estre
.^s" e interpretado no v. 24 como a destrui ção dos "poderosos e (d)o povo"
santo." Em Dan..7-27 o."povo dos santos do ÁntTssimo" sáo os seguidores
fieis do Senhor.^9 g rnesmo parece aplicar- se a 8:24 e 3:10. O ataque con
tra os "poderosos e o povo santo" é uma das perseguições do povo de DeusT
En resumo, a atividade do poder do "chifre pequeno" e (1) um de expansão
horizontal {possivelmente também tentando tornar-se forte mediante cul-
to idolatrico}, G (2) perseguição dos santo s de Deus sobre a Terra.
Em Dan. 8:9, 10 nada e explicitamente declarado sobre o envolvi
rcento do "chifre pequeno" com o santuário. Contudo, o envolvimento do "chT
fre pequeno" com o povo de Deus numa maneira ou noutra envolve imediata-"
rcente, se não por fim, o santuário. Não_.admira que-o santuãrjip cn tre em cê
w nos vs. 11 e 12, que representam "a passagem de curta extensão mais dT
f r ci1 do livro." 50
Ha uma importante mudança em sintaxe entre Dan. 8:9, 10, 11, 12
que não deve escapar a nossa atenção. As formas verba-Js pm D^pr...8:Q.a. 1Q
são femininas com somente uma exceção na primeira clausula do v.9 que é f a^
cilmente explicada com base na falta de concordância (harmonia) do sujei-
to e verbo quando o verbo precede o sujeito e o sujeito é inanimado ou ani
mal. O sujeito neste caso e animal, ou seja, "chifre peoueno", e no femi~
mno e o verbo precedente e uma terceira forma singular [ijciòõ.) . Todos os
demais verbos nos_ys . 9 » 10 são femininos, dependendo do gerienone
,dendo_do gérienaiLe, cjrrfre"
í f e m . }. Nos._v^JTlTÍ£J21d.ep.anâai05....cQ!]i.,uo_ia ^n.gva s ituaçao. Qigênero/de|TQdos
os verbos hebraicos nestes versos éjnasçulino. Pode-se 'ode-se sugeri
suqerir ai/e esta mu_
dança em género de formas femininas para masculinas dos verbos refletem.
una, mudança mais profunda. Indica, por outro 1ado r que a metáforaJ'c:hifré"
í abandonada e .que a..realidade do poder representado .pelo chifre e focalj_
2ada^JndJià^.^par_OUlro lado, que a mudança de género assinala uma mudan;-
ca para Roma em suas exclusivas fases papais.
O verso 11 contém três clausulas que estão interligadas. Aten-
ção deve agora ser dada a cada uma. Uma tradução literal do v. 11 assim
rezaria: "e ele fez-se a si mesmo grande /ate mesmqj ao PrTncipe do exer-
cito.' 1 ^ O verbo52 é masculino,53 uma mudança das formas anteriores femj_
'nnas, indicando que a metáfora "chifre" é abandonada e que o poder repre-
sentado pelo chifre esta sendo focalizado. O verbo expressa a noção de que
o DOder do "chifre pequeno" arroga-se prerrogativas que não pertencem a
qualquer outro senão ao "PrTncipe do exército."
A tentativa para identificar J'o PrTncipe do e x e r c i t o "
bíi^J tem levado a diferentes opiniões. Certos interpretes aplicam
3: 9-U a AntToco E p i f ã n i o e sugerem que o príncipe (ÓOA) f a z refe-
"õncia ao sumo-sacerdote O n i a s III, que foi morto em 171 A . C . S 4 Q subs-
*antivo "príncipe" (ííi/í) por si pode referir-se ao sumo sacerdote n c V T . 5 5
V 'is a combinação de "Príncipe do. exerci to"^nunca se refere a um sumo sa-
c e r d o t e no U T _ A r x p rp_ ç r. a n " P r í n c i p e do e x e r c i t o " apareço em J o s . S : H a 1 5
onde n "PrTnripp Hn^ pyprrit.ns de Vakan)C.kn (Ãasi~'c.bã VHWH] fala com Josué
57
dizendo-lhe qu,e rgtirasse suas sandálias gorque elejazia sobre terra sãn_
ta. n "Ppínripp rins t^êrçitos de Vfl.Jucafi" e um ser nao-terreno. Pode sua
identidade ser mais precisamente assinalada?
Mn livro dg Daniel a palavra "príncipe" UO/LÍ geralmente
na uir. bç.r angéliço.J° Seria, pois, coerente que aqui em Dan_._8: 11 o
"príncipe" igualmente se referisse a um ser celestial. Em Dan7 10:13 Mi -
guel é chamado "um dos primeiros príncipes," e o v. 21 fala de "Miguel,
vosso príncipe, isto é, o Príncipe do povo de Deus. O levantamento de "Mi_
guel, o grande príncipe" ocorre em benefício de seu povo em^Dan, 12:1-3.
O termo "príncipe" aparece também em Dan. 9:25, na combinação "Messias,
o Príncipe" (NASB), aparentemente um contexto messiânico. Esta^pesquisa
do material Daniêlico parece apontar na direção de identificação do "Prvn
cipe do exército" com Miguel 67 e o "Messias, o Príncipe." E geralmente
mantido que o "Príncipe dos príncipes," contra quem o chifre se levanta
na interpretação da visao-audição em 8:25, é idêntico com o "Príncipe do
Exército." Segundo Daniel 12:l-32 o nome, do Príncipe e Miguel, que e "o
grande príncipe" (v. 1). Miguel e uma figura do juízo em Dan.12:1-3, te_n_
do íntima associação com o personagem do juízo, o Filho do Homem, de Da-
niel 7.58 O motivo do juízo aparece também em Dan. 8:25 onde o erguer-
se contra "o Príncipe dos príncipes" da parte doj'chifre pequeno" leva
por fim a destruição HO chifre "sem esforço de mãos humanas" (v. 25d).
Nesta conexão não se pode deixar de recordar que no MT a figura de Miguel
é identificada com Cristo.59
Desloquemo-nos para uma consideração da segunda clausula em Dan.
8:11. Uma tradução literal desta segunda clausula assim reza: "Edelefoi
retirada a contaminação.11 Cada parte desta clausula apresento dificulda-
des. As palavras (dele) ím.únmenml)60 suscita a questão do antecedente de
"ele." O antecedente gramatical mais próximo é "o Prí-ncipe do exercito."6"!
Se isto for correto, surge a questão concernente ao significado do verbo.
Alguns comentaristas alteram o texto hebraico62 porque a formo verbal he
braica /tuAay-ún e difícil. 63 O sentido "foi retirada" tem melhor suporte"
contextuai do que as outras sugestões e emendas.
A expressão tULttãnld è" traduzida "o contínio ,"°4 "sacrifício
tamid,"66 e geralmente como "sacrifício(s) diário(s)" (KJV, NAB, TEV, NIV),
yir']ou semelhantemente.66 Trata-se de uma palavra enigmática porque tànZd
."^ i. aparece no VT 103 vezes,67 mas em parte alguma no seu^sentido quando pe_r
manece por si mesma, como ocorre aqui, "sacrifício diário /regular/."
Umi_porçaQ_de estudiosos têm reconhecido isto apontando ao fato de que
jtmZcTé empregada corao um terao. ..técnico, .para "sacrifício diário" somente
"secuTos apôs o Talmude.6^ E justificável ler no livro_de Daniel er.i retro_
cesso o sentido de um termo técnico de um período de séculos posteriores
ao daquele, num emprego não-canonico do termo?
O termo -íãmld em Dan. 8:11 tem o artigo definido e assim deve
ser tomado substantivamente69 como um substantivo adjetival. 70 O signi-
ficado "diário" não e um significado dasta palavra no hebraico maseviden_
temente deriva daquela com que está associada, ou seja, "sacrifício,"71
58
suprida nas traduções. A palavra tmld significa por si mesma "continuida
cie"'^ quando se apresenta independentemente, como se da nesta passagem. ~
Entre as principais interpretações de tãníd neste texto, as se-
nuintes duas são citadas: primeiro, a interpretação do "chifre pequeno"
COTO AntToco toma este termo para refcrir-se tanto Mao(s) sacrifício(s)
diário (tarde e manhã)" 73 ou menos restritivamente a tudo quanto e de uso
permanente nos serviços sagrados do culto divino.74 Sugere que o "chifre
pequeno", isto é, Antíoco Epifãnio, "exaltou-se a si mesmo por abolir o
culto a Wi/iíoo/i no templo de Jerusalém" 7 ^ e desonrou o "santuário de Deus
sobre a Terra."76 Os aspectos que não se enquadram nessa interpretação,
tais como a__origem do "chifre pequeno" como um reino e não um rei,7<Ve as
especificações de tempo 7 ^ são geralmente desconsiderados. Sem querer ser
injusto com essa posição, deve-se reconhecer, contudo, que normalmente os
exegetas que a favorecem tomam o modelo da perseguição de AntToco e emen-
^i, traduzem, e interpretam o texto de modo a trazc-lo mais ou menos em
Amónia com o modelo histórico selecionadq. Um típico e bom exe-^lo é" o
comentário recente sobre Daniel na Serie Bíblica Anchor.
kenundo, a interpretação historicista do "chifre pequeno" comprei
oncie-so o chifre cciro_sendo Romai imperial ,30 Ou Roma em sua carreira tor
tal de suas fases paga e papal. tí ' A remoção da "continuidade" tem sidoen
tendida como_.a_._^estrui..çao_.dp .temD]_g_em_7_Q._ A,D...a.._pu., como a remoção do "con~
tínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial (Heb. 7:25;""
I Jo. 2:1} e a verdadeira adoração de Cristo na era evanqéliça,"82 ou uma
"forma de perversão e blasfémia /quej se choca coma ideia central da obra
de Cristo como mediador, entre o pecador e seu Deu_s_."83 Isso inclui a usur
Pitçao de prerrogativas pertencentes ao "Príncipe do exercito" em termos dê"
:>erviço, atividades mediatorias, e um alcançar até a glória e honra que
pertencem a Deus no plano de salvação. Com toda devida cautela apropriada
3 UTia passagem textual e exegeticamente difícil, nada ha de declarado ai_n
da que impljque uma contaminação do santuário pelo poder do "chifre pe~
'(upno". (Não e corrc-to em bases conte.x_tu.9l^..e_gxegi_tlcas falar de um ato
cfo dir^ta rnntnminaçãQ pelo poder do "chifre pequeno .) O que se destaca
o^uniíi "remoção11 no sentido de terminar ou tornar ineficaz o serviço con-
tínuo para salvação com uma implícita usurpação de prerrogativas divinas
r-elo poder do "chifre pequeno."
Em nossa opjnião a interpretação historicista não depara os ti-
ícs de problemas históricos e exegéticos que a interpretação preteriste e
sobre Antíoco enfrentam, Em harmonia com a mudança de género do feminino
C3**a Q masculino nns vs. 11. 1.2j ,s_u_g.e.r.inio.3. .que .Q__p_oder do "chifre pequeno"
f ncalizado nãn mn i <; inclui nesses vor^ns a fase paga do Roma. Nesse senti
cio, a remoção da "continuidade" não se refere a destruição do Temp1oem7(J
'"-.D. o que não seria tanto um ato anti-Deus cm vista de que o Templo e
seus serviços perderam seu sentido com a morte de Cristo, de qualquer fo_r
"a. A_mnaçáaL-da "^continuidade^1, referfir.se. i.-terooção .das..e_fi.ç.ãc^
nstério celestial de"Cristo por Roma mediante a "introdução de serviços
substi tuintes, assim tornando ineficaz o contínuo serviço de Cristo em be_
n -eficin do<; serps humanos.
Antes de volvermos nossa atenção a terceira _e última clausula
de Dan. 8:1_1, pode ser de auxílio dedicar alguma atenção a relação entre
as três clausulas do v. 11. A ultima cláusula no v. 11 e uma cláusula ve£
bal^4 que p0de ser compreendida como definindo adicionalmente a primeira
cláusula deste verso. 8$ Igualmente, a segunda clausula do v. 11 pode fim
cionar do mesmo modo porque as clausulas tanto de llb e lie contemos pró
nomes pessoais "ele" c "seu" que fazem referencias em retrocesso ao "Prin_
cipe do exercito." Nessa base a primeira cláusula parece ser explicada
adicionalmente mediante as atividades do pouer do "chifre pequeno" des-
crito nas segunda e terceira clausulas.
Volvamos agora nossa atenção a última clausula do v. 11. Pode
ser de auxilio também prover uma tradução literal dessa clausula no v. llc
. Ha expositores e/ou
"e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo."
soes que abreviam a sentença para "o santuário Í derrubado""^ e mudam o
verbo para "contaminado, "88 ou "profanado1"89 Essas tentativas refletem
a harmonização do texto com a interpretação sobre Antíoco por (1) uma nw
dança do sujeito, substituindo ."lugar" por "santuário," e (2) a introdu-
ção de um novo verbo. Contudo, o texto hebraico e bem preservado ,90 e de_
ve-se sempre ser cautelosos quanto a alterações textuais^ particularmen-
te quando estas se destinam a incentivar uma interpretação particular.
A fornia verbal hebraica no v. llc e KuXtak <je uma raiz q ue
significa "lançar (longe, abaixo, atrãs)"93 com emprego Iiteral94 e meta_
fõrico95. £ni cerca de 75 por cento dos empregos, os seres humanos são os
agentes empenhados na atividade expressa; no restante dos casos o sujei-
to e Deus (Vaii^dk} .9» Nos últimos casos referência freqílente e feita _a
atividade não salvadora ou punitiva de Deus com respeito a Israel. ^ Nao_
há exemplo entre os 125 usos deste verbo no VT que sugira ou insinua, se
já num sentido literal ou metafórico, que seu significado tenha algo que
,ver com contaminação, profanação ou algo semelhante. Nunca e demais reaj_
çar este fato., Um "lançar por terra" dificilmente comunica um ato de cor^
taminaçao mas, sim, um ato de destruição num cenário concreto, literal.
Em Dan. 8:11 o verbo luu£ak tem o sentido de "lançar por ter-
ra. "98 As vezes há uma fusão
c\
de ambas as ênfases,
—*
literal e metafórica,
nos empregos deste verbo.yy Se a dimensão cósmica esta aqui_focalizôda,
a qual se enquadra com a ênfase nas clausulas anteriores , então o lançar
por terra o lugar do seu santuário refere-se a um tornar ineficaz o que
quer que tenha lugar no lugar do santuário na esfera celestial.
O tema da última clausula em Dan. 8:11 e "lugar, "^00 não Santu
ãrio.'0' Não há base para a interpretação de que a palavra "lugar" (mãkÔnT
signifique "posição" dos sacrifícios diários, isto e, "o altar de sacri-
' fício," '02 porque o termo hebraico nunca carrega esse significado na Bí-
blia hebraica. O temio "lugar" e utilizado mais frequentemente no VT pa-
ra o "lugar" da habitação de Vahwe.ii, seja no cêulQ3 ou sobre ajterra. "^
No último caso pode ser em Sua montanha'05 ou sobre o Monte Si ao. 1 06 po-
de ter referencia específica ao "lugar" do trono de Deus^0^ ou ao lu-
gar,"108 ou fundamento, 109 onde jazia o templo.
60
A combinação genitiva, "o lugar do seu santuário," aparecenoVT
somente ern Dan. 3: l í , com o termo míqdaA. tendo o sentido de "santuário, "110
como no restante do l i v r o de Daniel.!11 Deve-se notar que modal pode ré
ferir-se ao santuário/templo de Deus sobre a Terra o também ao santuário
de Deus no céuj!2 ou tanto ao terreno quanto ao celestial no mesmo tex-
to . 1 1 3
Com base nessas considerações filológicas e terminolõgicas, o in
tento do v. l l c demonstra que ha toda razão por que a dimensão cósmica pÕ~
deria ter sua ênfase especial . O poder do "chifre pequeno" indica novame~n
te sua atividade anti-Deus que torna ineficaz o lugar celestial do santua
rioH4 onde Cristo ministra em benefício de Seu povo. AjL!nlÇJliãp^£SQlÍca
da derrocada do lugar celestial _do SãntuJrio_co;Tiunj_c3 _a__real idade do to r-
.na.r ineficaz o ministério celestial de'Cristo mediante .o estabelecimento
de um siste ma mediatorio rival que desvia a atenção dos homens da obra su-
mo-sacerdotal da intercessão de Cristo e assim os priva .das bênçãos de Seu
ministério nas cortes celestiais.
As principais linhas mestras que tem aparecido com respeito ã
atividade do "chifre pequeno" nos vs. 9-11 poder:: agora ser sumariadas. En_
tre essas atividades estão (1) a expansão horizontal de um pequeno início
para vastas proporções (vs. 9b, 24a), possivelmente obtendo força median-
te o culto idolatrico (vs 10a, 24a); (2) perseguição dos santos de Deus
(vs. 10 bc, 24 bc); (3 o arrogar-se para si mesmo prerrogativas d i v i n a s
por atingir o Príncipe do exercito_(vs. l i a , 25ab); (4) remoção do servi-
ço contínuo (divino) para a salvação do homem (vs. l l b , 25c); o (5) lança_
mento por terra ou tornar ineficaz o benéfico ministério de Cristo no lu-
gar do santuário celeste vs. llc). £ de fato correto sustentar que um ata
que ao lugar do santuário onde as atividades mediatórias e salvadoras prol
seguem "e um ataque ao próprio D e u s . " l i j
O ataque pelo poder do "chifre pequeno" e realçado novamente
através da recapitu lação da atividade do chifre no v. 12. A frase central
enfatiza que o "chifre pequeno"!!6 lança "a verdade por terra ."l!?__ A ati-
vidade outra vez e um "lançar por terra, "l 18 A palavra "verdade" e inte_r
pretada como "Verdadeira Religião como incorporada nas Escrituras."l 19 ou
num sentido mais limitado, o TorahJ20 ou simplesmente "Verdade"121 num
sentido abstrato. A falta do artigo é típica do termo "verdade"122 e não
é demais enfatiza-lo. Em quatro dentre seis empregos no livro de "'" Daniel,
o termo " refere-se
" ã~ revelação
" que~ procede
J * de Deus (Dan. 8:26; 10:1,
25; 11:2) que é verdade. Esses exemplos referem-se ã autoridade da verda-
de revelada em termos de certeza do seu cumprimento no^futuro. O quin_
to emprego revela que a calamidade que atingiu Israel Õ um cumprimento do"
que "esta escrito na lei de Moisés" (Dan. 9:13a), contudo nenhum arrepen-
d-* me n to ocorreu e nenhuma atenção é dada a "verdade" de Deus (v. 13b).
Com base nesses empregos, "verdade" pode ser compreendida como
referindo-se a revelação de Deus em seu sentido abrangente, incluindo "a
lei de Moisés" 12 ^ e ,a revelação profctico-apocaliptica contida no próprio
livro de Daniel. Este contexto Danielicojspoia a sugestão de que_"verd£
de aqui em Dan. 8:12 p um termo referente a verdade divina da revelação
61
que o "chifre pequeno" lançara por terra. Essa verdade revelatoria contém
as instruções sobre culto, salvação, etc., incluindo o plano de Deus para
estabelecer Seus reinos de graça e gloria. A última parte do v. 12 infor-
ma o leitor que o "pequeno chifre" tem êxito em seus esforços. Mas a con-
clusão do v. 25 afirma que será quebrado, bem como se deu com todos os rei_
nos em Dan. 2, "sem esforço de mãos humanas."
Esta investigação de palavras, frases, e clausulas de Dan. 8:9-12
tem sido procedida vagarosa e pacientemente. Foram revelados muitos deta-
lhes a respeito da natureza, expansão, e atividade do "chifre pequeno."
Torna-se evidente vez apôs vez que ja^a_JLd4tQ_sabre. umjL_C-QJXkam_naçãQ do
santuário, ou de seu lugar como tal. Os termos típicos para contaminação.
nnimV^Q^ e semelhantes não aparecem.'" Q gue aparece e um ataque em dj_
formas sobre o povo de Deus, o lugar de Deus do Seu santuari.cu_e
snbre.p próprio Deus. Prerrogativas^gue pertencem a Deus são usurpa_
das, e o serviço continuo., divino, mediatorio entornado ineficaz. Ha tona
l idades cósmicas e universais que recebem atenção adicional no dialogo co_n
tido nos vs. 13, 14 a que atenção será a seguir dirigida.
62
_vnformaçao temporal)^ 3 na parte final do v. 14. £ bom recordar neste pon
to"que a "ênfase íxpíTcLta na vi sào-audiçao de Dan. 8 focaliza o tempo do"
fim. O anjo-intêrprete informa a Daniel em termos explícitos que a "visão
se refere ao tempo do fim" (v. 17) e novamente que "a visão da tarde e da
nanhã . . . é verdadeira," mas "se refere a d i a s ainda mui distantes" (v. 26) .134
No v. 19 surge o encorajamento de que a visão "se refere ao tempo deter-
minado do fim." Esta ênfase ao tempo do fim em Dan. 8 corrobora a signi-
ficação do__tejTipo do fim do diálogo de pergunta-resposta nos vs. 13 e 14.
63
mas o dia inteiro. ... Precisamos, portanto, tomar as palavras tais como
se apresentam, isto ê, compreendê-las como 2.300 dias inteiros. "144 j s _
to é correto. Quando os hebreus tentavam designar o dia e noite separada_
mente, eles mencionavam o numero de ambos, como em "quarenta dias e qua-
renta noites""145 ou "três dias e três noites."'46 Mesmo nesses casos
contudo, 40 dias e 40 noites não representam 20 dias completos. Assim, ou_
tros estudiosos tem corretamente concluído que "em lugar de 'dia'_diz-se
também ' tarde-manhã ' (Dan. 8:14}"147 e que em "Dan. 8:14 o 'dia' e desi£
nado como ccA.£b bõçeA, 'tarde-manha'. '"148
4. Uma consideração final merece antenção. Sejam as "2.300 tar_
des-manhãs" corretamente compreendidas como 2.300 dias inteiros, ou incor;
retamente como 1.150 dias completos -- em qualquer dos casos, sejam eles
tidos como 6 anos, 4 meses, e 20 dias; ou como 3 anos, 2 meses , e 10 dias ,
respectivamente (com base num ano de 360 dias) -- não ha época histórica
mencionada nos livros dos Macabeus ou em Josefo concernente a Antíoco IV
Epifânio^que corresponda a qualquer desses números. '3' Por exemplo, a
profanação do templo por Antíoco IV Epifania durou três anos exatamente, 150
o que corresponde a somente 1080 dias e fica aquém dos supostos l .1 50 dias ,
para não falar de 2.300 dias. Parece, portanto, exegeticamente seguro to-
mar as "2.300 tarde-manhás" como sendo 2.300 dias completos e vê-los como
um período de tempo profético com o auxilio do princípio dia-ano conheci-
do de outras predições proféticas de tempo simbólico.^1
O temãiQÃ a q ao (ponto de partida) e o ^e/unxju^ 04 quem (ponto
encerramento) do per indo de tempo das "2.3QQ tardes-manha.s" em termos
um ang pfirfrjrular não e provido em Dan. 8. Ênfase é situada primaria-
mente sobre o que tem lugar ap fim do período, de tempp_e alenujios. v.s . 13 ,
14. Parece certo que em harmonia com o conteúdo da visao-audiçao e sua in_
terpretação em Dan. 8, ação ou atividade tem ênfase especial. A pista pa-
ra o aspecto de tempo entra em cena na ação que tem lugar no tempo do fim,
Em outras palavras, em Dan. 8 o enfoque e posto sobre um ponto de tempo ao
final das 2.300 "tardes-manhas" e não sobre o completo período de tempo
ou seu início. Nesse respeito, a expectativa de que o ponto de partida do
inteiro período de tempo deva ser encontrado em outra parte é segura. Es-
sa expectativa acha se:u apoio contextuai em 8:26, onde o ange£uò -óite/t-p-te.
íeó retorna a visão "da tarde-manhã" sem ter ainda explicado o elemento
de tempo.
0 não-expl içado elemento de tempo de^Dan. 8:13, 14. 26 é apanha_
do no capítulo seguinte que tem definida ligação com Dan. 8.152 Entre os
elos de ligação entre Dan. 8 e 9 estão os seguintes.
1 • Terminologia semelhante. A designação para "visão"! ^ na fo_r
ma do termo mo/iVeíil 54 aparece em Dan. 8:16, 26, 27. Na ú ti ima seçao refe-
re-se especificamente a mo/i^efi das "tardes-manhas." Este termo aparece no_
vãmente em Dan. 9:23, "entende a visão ^"a/^cíi/. " Diferentes estudiosos
têm reconhecido um elo entro Dan. 8 e 9 devido ao emprego desse termo. '^J
Um segund: elo terminologico entre Dan. 8 e 9^é a frase "ao princípio" em
9:21, que se refere a 8:16 onde a interpretação que Gabriel faz da visão
é introduzida. O terceiro elo teminolÕgico e encontrado no eaipre_
64
—
é
é
go de uiiia variedade de formas do verbo bZn (compreender) em Dan. 8:15, 16,
17, 23, 27; 9:1, 22, 23. A mesma forma imperativa "compreender" [liãbln] ,
que aparece em 8:17 onde Gabriel introduz sua resposta ã ênfase do tempo
do fim nas 2.300 "tardes-manhãs," reaparece em 9:23 pelo mesmo anjo na i_n
terpretaçáo da profecia das 70 semanas. l" ~~
2. Perspectivas 1 iturgicas. Dan. 8:13, 14 contem uma perspecti-
vá com respeito ao santuário. Dan, 9:24-27 contém igualmente uma perspec-
tiva litúrgica em termos de expiação (fcp-t) , unção tó/t), "Santos dos Sa_n
tos," morte do Ungido, cessação do sacrifício e oferta.^? ~
3 - Mesmo anjo- intérprete. O anjo-intérprete Gabriel é primeiro
introduzido em 8:16 e encarregado de interpretar a visão para Daniel (vs.
17, 19j. Em Dan. 9:21-23, "Gabriel, que eu tinha presenciado na minha vi-
são ao princTpio, veio rapidamente ..., falou comigo, e disse: ... enten-
de a visão '
4. Revelação auditoria. Não se pode passar por ai to o fato de que
em Dan. 8: 26, ""27 o elemento "de tempo da revelação auditoria permanece obs
cura para Daniel ("não havia quem a entendesse"). Daniel 9:24-27 não con-
tén qualquer visão, mas ha uma revelação auditoria em que o elemento de
'fínpo comparece do modo mais destacado. Tanto Dan. \8jl3 e 14 j:omo Dan. 9:
2'} a_ZZJsao revelações auditorias. A ultima prove o inicio do período de
tempo de Dan. 8.
5. Elo conceptual . Daniel 9 tem seu auge na unção do santuãno
,'.'{?dc çodaZun, v. 24) e Dan. 8 na purif i cação__dp_ santuário. Se a primei-
ra revelação auditoria em~8TTT7~P aponta ao fim do longo período de tem-
po de 2.300 "tardes-manhãs," então pareceria que a segunda revelação aud_i_
tôria das 70 semanas em Dan. 9:24-27 forneceria seu ponto de inicio^ Com
base nisso, seu ponto de conclusão poderia ser determinado. A omissão des_
te dado em Dan. 8 tinha deixado Daniel sem entendimento [mZbZn, v. 27).
Se a revelação auditoria de Dan. 9:24-27 tem seu ponto de partida com a
e:nissão do primeiro decreto de Artaxerxes em seu sétimo ano (Esd.7:7, 8),
ou 458/457 A.C. com o retorno de Esdras " e,, 457 A.C.J istojnarcaria o
ponto inicial das 2.300 "tardes-manhãs""! 59 de Dan. 8:14 Então o ponto de
conclusão da profecia dos 2.300 dias-anos^ 60 ca - no ano ^e 1844 A. D. Esse
ponto do tempo e mais alem ocupa o centro de atenção em Dan. 8. Quanto
isso, é mesmo o ponto central de todo o l i v r o de Daniel.
65
de fazer-se apropriada. Palavras supridas são registradas entre parênteses:
"Até quando [Q para serj a visão, ^sobrej a continuidade e a transgressão
causadora de horror, fazer tanto do santuário e exército um espisotear?"
. I o leitor deveria estar ciente primeiro jque tudo de que a pergun_
[ta "ate quando" (ccuí"mãíay) não enfatiza a duração de tempo. A duração de
[tempo seria o enfoque da pergunta "ate quando." A pergunta "até quando"
jtem um enfoque no ponto de terminação do período de tempo indicado. Isso é
jcontextualmente realçado na resposta do v. 14, Quando o ponto de termina-
jgão e atingido, algo concernente ao santuário tomará lugar.J
Quando o ponto de terminação é ressaltado a questão inevitável
do inicio do período de tempo também entra em cena. Em outras palavras*
principio e fim vem juntos e implicitamente também o que tem lugar duran-
te a visão. Perguntas de considerável importância 'emergem nesta altura. Co_
meça o período de tempo da visão durante o principio da visão inteira que
cobre os períodos do carneiro, do bode» e do "chifre pequeno"? Ou, e o pé
riodo de tempo da visão limitado a somente o período do "chifre pequeno"?"
Felizmente o texto prove uma resposta a estas perguntas. Tem sido assina-
lado que a própria pergunta segundo a sintaxe hebraica se encerra com a
clausula: "ate quando durara a visao?""1^ Aqueles que desejam limitar o
intento cia pergunta ao período do "chifre pequeno"l°4 são insensíveis ao
substantivo hebraico para "visão" que é íiàzon no v. 13. Este termo apare-
ce não menos que seis vezes no oitavo capitulo de Daniel (vs, 2 /"duas ve-
zesj, 13, 15, 17, 26b). Um estudo desse termo aqui e no restante do texto
hebraico do livro de Daniel (cf..9:23, 10:14) revela que se distingue da
palavra moA^eA, "aparência" (Dan. 8:lb, 26a, 27), frequentemente traduzi-
da como "visão11 também. A palavra hãzõn, "visão", em Dan. 8:13 contextua^
mente se refere a visão do carneiro, bode, e ao "chifre pequeno" como seus
primeiros empregos no vs. 2 claramente indicam. A moA. e.íi, "aparência,"
mais estreitamente se refere também em Dan. 8^16, 26$, 27 I "aparência dos
seres celestiais que se empenham na conversação. Em outras palavras, _a
é a "aparência" onde o profeta se empenha na audição enquanto .a
iiazcm leva-o a estar em "visão" em que se pòe a ver o carneiro, o bode com
e o "chifre pequeno" de Dan. 8:3-12. A evidencia textual dês
te vocabulário técnico e essencial para responder a pergunta sobre o
do de tempo coberto pela visão.[Em resumo, o período de tempo Acoberto pe-
la íoãzou, "visão," na pergunta de Dan. 13 cobre a inteira visão dos vs.3-
12.' Contextualmente e terminologicamente não está limitada só ao .perTodo_
do "pequeno chifre.
Esta conclusão não é negada pelas breves expressões que seguema
palavra hãzon no v. 13, tais como "a continuidade e a transgressão que cau_ ^
sã horror, para fazer tanto o santuário e exercito um espisoteio." A sin- 4)
taxe e direção do texto hebraico não permite que essas expressões sejam^ A
uma construção genitiva ampliada, em cadeia, que limite "a visão 11 [íiejiâzíw]
às expressões seguintes. Demos uma breve olhada na sintaxe hebraica e o_que •
e intencionado se a palavra "visão" estivesse numa relação de construção ^
genitiva com o que se segue. Se íuízcm, "visão," estivesse numa tal constru_
çao, este substantivo (1) não poderia ter um artigo, como acontece, isto ^
e, hehàzôn, "a visão," e (2) deveria revelar uma redução de vogais, isto •
66
os massoretas deveriam ter assinalado hãzÔn com um Pathak em lugar de
O fato de que o texto consonantal traz o artigo desfaz uma por.sT-
vel^relação de construção genitiva. O termo hebraico^ítcíiãzÔn, "a visão,"
esta no estado absoluto e não num estado de construção gramatical. Ade-
mais, conquanto seja possTvel que o segundo elemento de uma estrutura gra
matical, que e geralmente um nomen tecXum possa ser uma clausula substarT
tive, ainda assim requer o substantivo nomen itgen-ò que esta" estruturado"
com a clausula substantiva para que esteja num estado de construção gra-
matical. A sintaxe de Dan. 3:13b não permite uma interpretação da "visão"
cue a limite a expressões subsequentes. Isso conduz a sugestão, do ponto
de vista da sintaxe hebraica, que a pergunta "até quando" {c.ad~mcUay} se-
ja omitida por elipse antes das expressões que se seguem. O intentodaúl
tima parte de Dan. 8:13 com as respectivas elipses pode ser entendido_õJ
no segue, indicando-se as elipses entre parênteses: "Até quando a visãoT
(até quando) a continuidade e a transgressão que causa horror, (atéquan
do) tornar tanto o santuário e o exercito um espisoteio?" -Contudo , a dês"
criçao do v. 13 cobreia visão completa dos vs. 3-12» indicando n-je as~
2.300 tardes (e) manhas cobrem o perTodo completo desde o carneiro e o bo
de, passando pelas atividades do "chifre pequeno" até o fim do tempo (vsT
17, 19). Isto torna claro alem de qualquer sombra de dúvida que o princ_T
pio dia-ano esta agindo em Dan. 8. As 2.300 tardes (e) manhas devem COT
brir o perTodo. corapleto desde alguma parte durante _p .perlado do. carneiro
ate o. fim do teoip_Q_. Uma compreensão das 2.300 tardes-manhas como dias lj_
terais não se enquadra no contexto da pergunta. O profeta com issodemoril
tra que as expressões singulares "tardes (e) manhas," que não tem artigoT
no plural, e sem conjunção, representa simbolicamente anos. O próprio pro_
feta prove a chave para o principio dia-ano que funciona com base em re-
lacionamento contextuai, linguistico, filológico e sintãtico em Dan. 8:
13, 14.
67
J V B p^c Aparece na frase "dar fim ã transgressão." Israel teve concessaode
- v um tempo em particular durante o qual a "transgressão" pode ser termina-
da para a nação. Em Lev. 16:16,^21, o termo pela^ também aparece, íempre
gado em conexão com a purificação do santuário no Dia da Expiação. Tanto
em Dan.9: 24 e Lev. 16: 16, 21, o termo refere-se ao povo de Deus. No ca
só de Lev. 16 a ênfase l i turgico-judicial e inegável. 173 o cenário cul~
tico e também evidente em Dan. 8:11-14.
Tendo abordado a ênfase l i turgico-judicial associada com
no VTJ74 seríamos descuidados se^otni tíssemos o fato de que esse termo ex
pressa a totalidade da transgressão de uma época, um povo, ou uma pessoa"
que vem a juízo. ^5 Evidentemente ideias l i turgicas^e de julgamento fa-
zem parte bastaste Obvia do termo "transgressão" e são também focalizadas
nesta parte de De. n. 8. t evidente aqui que há elos terminolõgicos , concej_
tuais, e teológicos com Lev. 16.
As palavras "que causam horror" constituem uma tradução do
mo 'ioim_'jn.177 As vezes Zom&n e -vertida como "desolação" e esta associada
com a frase "abominação da desolação" (Dan. 9:27; 11:31; 12:11). Na rea-
lidade dos fatos,, "nem duas das expressões são idênticas,"^ 78 e somente
o termo iamejfi se relaciona com as outras três passagens.
O significado do termo íomejn pode ser determinado por uma inves_
tigaçao de seu enprego no livro de Daniel. Cm Oan. 8:27 o vidente Daniel
"enfraquece""179 ou fica em "consternação"180 quanto ao Tjnpacto da visão
sobre si. O sentido de enfraquecer, ficar em consternação ou em horror p_a_
rece estar em destaque aqui. Vários empregos de_palavras_que derivam da
raiz JomcjH expressa três ideias: (1) uma condição psicolõgica^de um hor-
ror chocante dentro de uma pessoa;^"1 (2) a ideia de devastação/desolação
em referência ao santuário/templo;"182 e (3) a ideia de julgamento que e
divinamente decretado J8^ r.nm hasp neste pano de fundo, a frase "a trans
gressãn gup r.au<;a hnrrnr" parpr.p expressar horror que faz enfermar, cau-
pnr í-.rnnçrv^ãn rnl i - j n - r n l t.i rã a ue Q "chifre Pequeno" deu .
mediante uni sistema d& ministério e mediação Que rivaliza coni os que_fun-
cionam no santuário.
Volvamos nossa atenção agora ã ultima frase de Dan. 8:13, "fa-
zer tanto o santuário e exercito serem pisados." Alguns exegetas também
se intrometeram com o texto hebraico mediante emendas."184 Como antes, __ o
objetivo dessas tentativas foi o de reconstruir um texto que favoreça a i_n
terpretaçao sob^ Antíoco. Os manuscritos hebraicos conhecidos não em-
prestam apoio a tais tentativas.
Um dos fatos significativos na frase sob consideração é a mu-
dança de terminologia de miqdcu (santuário) nos vs. 11 e 12 para çõr/íM
(santuário) nos vs. 13 e 14. E essa mudança acidental ou proposital? Su-
gerimos que ê proposital por razoes que se tornarão claras. Uns POUCOS
exegetas verteram o termo _^õ^£ como "Heiliges" ("coisa santa")1^ re-
fcrorindo-se ao santuário com o altar de holocaustos"185 O u mais amplamen-
te a "todos os arranjos e instituições rei igiosas ,"137 ou mesmo como uma
referência aos "santos" ensinos a serem restaurados ao final dás 2.300
68
"tardes-manhas. " Assim, uma cuidadosa investigação deste termo se faz mi_s
ter.
O VT emprega o termo qõdcà em suas formas singular e plural não
menos que 469 vezes J88 £ utilizada no singular em Dan. 8:13, 14e assim
aparece no VT outras 326 vezes. Quando o^termo qõd&Z é empregado como um
substantivo abstrato^9 pode referir-se a santidade_de Deus. '90 Como tal
e também frequentemente empregado como uma designação para o santuário
terrestre 19 ' e varias vezes para o santuário celestiaj ' 92. Dentro do san-
tuário qôdel pode as vezes significar o Lugar Santo1 93ou0 Santíssimo. l 94
Em suas^formas adjetivas esta associada com sacerdotes"! 95 e levitas' 96
que serão santos juntamente com suas vestes. 197 O emprego adjetivo apa-
rece também com referencia ao "santo povo" de Deus (Isa. 62: 12; 63: 13;
Dan. 12:7} e Sua "semente santa," isto é, o remanescente santo (I sa - 6:
13). 198 um texto problemático pode ser vertido, "Judã se tornou o seu
santuário" (Sal. 114:2). 199 Não e inteiramente claro se "santuário" ou
"santidade" está subentendido no último caso. E evidente, contudo, que em
nenhuma única ocasião no VT o termo qodel significa coletivamente arran-
jos e instituições religiosas, especialmente ensinos, ou algo semelhante.
Estas interpretações não se recomendam a si próprias sobre bases termine^
lógicas e f i lologicas .
A investigação de çírfei no VT lança luz sobre seu emprego em Dan.
3:13 e também 3:14 a que atenção será dedicada brevemente. O livro de Da_
niol pode lançar luz a d i c i o n a l sobre este termo em seus vários empregos
tanto nas partes hebraica como na aramaica. Começando dentro do contexto
do Dan. 3 o termo r/tVel pertence aos termos e frases que recapitulam
ideias expressas nos vs. 10-12. Nos vs. 11 e 12 o termo miqda,t> (santuá-
rio) aparece, e parece claro que qõdeX recapitula este termo. Contudo,
seu aparecimento na audição parece sugerir que nuances de sentido adicic)
nais estão entrando em ação.
Uma das nuances ou associações está inegavelmente na frase "o
santíssimo /lugarj" [gude.* Qod^lir,} , isto e, o santuárioT^00 em Dan. 9 :
24. A unção do santuário no ceu..j?_. Q.p_reludi_o.__pa_ra_g_ posl.udig.. da "purifi-
cação" do santuário a que Dan. 8:13, 14 aponta .
Outra associação tem que ver com o povo de Deus, ou os "santos",
e os respectivos termos e ambientes contextuais usados para eles nas vá-
rias partes do livro de Daniel. Várias vezes Dan. 7 menciona "os' santos
do Altíssimo" [qcidd-M Cc'-í1(/ônln, vs. 18, 22, 25), que também podem ser
chamados de "santos" (qaddLlln, vs, 21, 22] ou ^inegavelmente designados
como "o povo dos^santos do Altíssimo" ÍCOIM qa.ddl.lc. ce.£yôtt,tn, v._27).zul
Esses "santos" são pereseguidos pelo "chifre pequeno," e o A n c i a o d e d i a s
leva os "santos" a um julgamento celestial antes da mudança das eras.^
Esse juTzo e "em benefício dos santos do Altíssimo" (vs. 2]-22a); então
os santos recebem o reino do F i l h o do homem.203 O quadro é" bastante cla_
ro. Os "santos" tinham estado sob ataque por um poder anti-Deus represen
tado pelo "chifre pequeno" mas são v i n d i c a d o s no juízo. Vindicaçao dos
santos implica condenação do poder do "chifre pequeno".
69
Em Dan. 8 o "chifre" que surge da pequenez também ataca ou per
segue "o povo dos santos" (COJM qedo£lm, v. 24J . Finalmente, contudo, vi~
rã um fim a "destruição do poder do povo santo (caw oõrfel)" (Dan. 12:7).
Essas associações terminologicas e conceituais no livro de Daniel de qõdo2
com santuário, santos e^juTzo dificilmente poderiam ser acidentais. Evi-
dentemente o termo qõdeà em Dan. 8:13 *^ por meta trazer ã mente elos
terminolõgicos e conceituais que representam chaves para os pontos altos
das visões de Dan. 7, 8 e 9, 11 e 12.
Tendo examinado as associações de qõríeJò (santuário) no livro tíe
Daniel precisamos agora retornar a Dan. 8:13. Na frase "santuário e exér
cito ... pisados" não podemos senão notar que sintaticamente o termo "saH
tuario" (qõd&Z) esta relacionado com o termo "exército" Uâbã3) .204 o ~
termo "exercito" recapitula aparentemente o que o mesmo termo expressa ain
tes nos vs. 10 e 12. Conquanto "santuário" (qõd&Z}. e "exército" Uãbõrl oj_
tejam relacionados, não são indenticos.
Tanto "'santuário" e "exercito" são entregues para serem "pisa-
dos" (m-ctroõá] .205 o substantivo nuA/nãó aparece no VT em somente duas cp_
nexòes: (1) o "pisar" do solo pelos animais;206 e (2) o "pisar" do povo
por um inimigo.207 Uma forma verbal radical de que m&jncti, 5 derivada c_s_
ta sendo empregada num contexto litúrgico. "Pisar" nos átrios do templo
de Jerusalém (Isa. 1:12) seja pelos_adoradores ou pelos animais não e a]_
go requerido. Não ha qualquer sugestão em qualquer das formas verbais ou
-nominais da raiz "/unV que implique contaminação ou profanação. O "espi_-
sotear" parece envolver tornar ineficaz ou destruir o santuário e o exe_r_
cito, respectivamente.
Temos procedido com cautela e deliberado cuidado em nossa inve_s_
tigação da questão de Dan, 8:13 a fim de permitir que o texto produza seu
próprio significado dentro do contexto do capitulo e no livro de Daniel,
bem como em todo o VT. "[orna-se evidente oue a terminologia da pergunta
fnrnliza atenção quanto ao que terá lugar no final da visão. As'expres-
sões temporais de Dan.^8:13 não focaliza.gi $obre o que ocorre durante o
t.pmpn rnhprt.n ppla vi sãoT mas dirige atenção a seu ponto de encerramento
e além. Assim, a audição muda da visão -- sua descrição dos impérios e a
atividade do "chifre pequeno" — ao acontecimento máximo que se passa ao
termino das 2.300_"tardes-manhãs" e daí em diante. Isto agora requer cu^i_
dadosa consideração.
70
í tina 209 e às mais antigas versões gregas de tempos pre-cristaos. 2 ^ A
^ m a i o r i a das versões modernas não reflete o sentido tradicional de
yX I nádaq.Zll Recentemente a NAB traduziu iiíádaq como "serã purificado."
K." Ha vários comentaristas que argumentam que' ''purif icado/limpo"2l2 g a ve_r
i sáo correta de Hx^ócíaç213 porque "será j u s t i f i c a d o " ou coisa semelhante""
' dificilmente poderia ser aplicado ao santuário." 2 " 5 4 Precisamos investi-
gar o significado da palavra tu^daq, que aparece no VT somente em Dan,8:
: H.
72
-- assim o santuário celestial é referido como sendo "purificado" d.os pé
cados acumulados da época precedente que chega a um fim quando as 2.30D"
"tardes-manhas" terminam {Dan. 8:13, 14).
As atividades^judiciais-redentivas do Dia da Expiação no santu
ário terrestre em benefício do antigo Israel têm sua correspondente tipo"
lógica na atividade judicial-redentiva do santuário c&Fest^Tio- tempo do"
fim. Temos observado vários elos terminologicos diretos entre Dan. 8 e Lev.
16 que associam intimamente esses capítulos. A ênfase cúHica-judicial do
termo pz%a.c [transgressão) une Lev. 16, Dan. 8 e Dan. 9."° A expressão
(santuário) em Dan. 8:14 tem uma profunda analogia em Lev. 16. A
nnr riUdao (purificado) cem suas ricas ênfases semânticas
traz imediatamente à lembrança o aspecto de "purificação" do povcdeDeus
e;n Lev. 16:16, 19, 30.23? _Esses inegáveis elos tsrminolÕgicos são pode-
rosos indicadores das conexões conceituais e teológicas entre Lev. 16 e
Dan. 8. O que Lev. 16 descreve como o grande clímax de purificação, acer_
to, justificação, e vindicaçao para o antigo Israel no Dia da Expiação,
ao final do ano litúrgico, Dan. 8 descreve como o grande clímax para to-
do o povo de Deus numa escala cósmica, universal ao final desta era ~ a
introdução de uma nova era quando o reino de Deus somente existira.
Também temos repetidamente notado que ha vários elos terminolci
GIGOS e conceituais, bem como associações entre Dan. 8:13, 14 e outras ~
partes do livro de Daniel (Dan. 7:9-10; 13, 14, 21, 22; 9: 24-27; 12: 1-
4)238 e a liturgia hebraica (Lev. 16). No que concerne ao livro de Daniel ,
fizemos notar que o cap. 7 descrevo um "chifre pequeno" fazendo guerra
contra "os santos" ate que o Ancião de dias veio (v. 22a) e "assentou-se
o tribunal" (v. 26)239 em favor dos "santos do Altíssimo" (v, 22b).OsGj_
timos são vindicados no julgamento do tempo do fim e então chega "o tem-
po em^que os santos" possuem "o reino". Daniel 8:13, 14 completa a cena
do juízo de Dan 7.
A atividade judicial-redentiva descrita em Dan. 8:14 assinala
precisamente o início desses eventos que devem começar ao final das 2.300
"tardes-manhas" no "santuário" celestial e os compara com as atividades
do Dia da Expiação antitípico (Lev. 16) — a purificação, acerto, justi-
ficação, e vindicaçao tanto do santuário quanto dos santos. Essa ^
de .iudicial-redentiva do tempo do fim diante das inteligências do univer.
só (Dan^ 7:9-101 restaura o santuário a sua eficácia. (Dan. 9:24), tendo
o santuário sido atacado pelo sistema rival^do "chifre pequeno." Com ba-
se na atividade judicial-redentiva no santuário para o povo de Deus, Mi-
guel, "o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo" (Dan. 12:1;
cf. 10:12, 13, 21; 9:25; 8: 11), écapazde sair vitoriosamente no tempo
de angústia e livrar fisicamente 03 santos, "todo aquele que for achado
escrito no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns
para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno" (Dan. '12:lb-
2). ^u Evidentemente, o grande clímax^da atividade judicial-redentiva do
tempo do fim — purificação e vindicaçao, restauração e justificação —
afeta tanto o santuário cclcstiaKquanto os santos terrenos.
£ bom recordar que o tema de toda visão apocalíptica no livro
73
de Daniel dirigie-se ao mesmo grande clímax. Em Dan. 2 o grande clímax ^
atingido pela vinda da pedra "cortada sem auxílio de mãos" (vs. 34, 35),
que quebra a estatua inteira em pedaços e enche toda â Terra (v. 35), Eiff
tão o próprio Deus estabelece um reino que "não será jamais destruído; eJt
te reino não passará a outro povo" (v. 44). Sua magnitude e de proporções^
universais e o desígnio é de dimensões cósmicas. Em Dan. 7 as mesmas priP
porções universais e cósmicas são realçadas. O ataque do "chifre pequeno^
sobre o povo de Deus Ó interrompido ou seguido por um juízo celestial qu^
ocorre em favor dos santos^ Estes então se tornam herdeiros de "seu rei-
no" (v. 14) o qual possuirão "de eternidade em eternidade" (v. 18). Conft
quanto o juízo seja em favor dos santos (v. 22), seu subproduto e final A
mente o fim do domínio do "chifre pequeno" (vs. 26, 27).
Em Dan. 8 transferimo-nos novamente dos impérios mundiais par
focalizar o "tempo do fim" (v. 17). Apôs a visão do poder do "chifre pe
queno" (vs. 9-12), o enfoque central e atribuído ao grande clímax do te
pó do fim da atividade judicial -redentiva que se inicia aofinal das2.3(
"tardes-manhas" no santuário celestial (v. 14). Essa atividade envolve
tanto o santuário celestial quanto os santos terrestres em purificação,
acerto, justificação, e vindicaçao. •
Como na visão apocalíptica prévia, esta atividade tem_um
to sobre o "chifre pequeno" que será quebrado "sem esforço de mãos
nas" (v. 25). O enfoque da atividade cósmica de Deus ê sempre o mesmo. •
por Seu povo que ira possuir o reino eterno, mas tem também implicaçoe^
para as forças opositoras. Numa escala maior reconhecemos frequentemente
o grande conflito entre Deus e as forcas opositoras. Em seu sentido der*
rafeiro isto envolve vida e morte. Nesse sentido, a última grande sequ^£
cia apocalíptica de Dan. 10-12 novamente passa de impérios mundiais ao^
fim do tempo. Dessa vez, contudo, os resultados redentivos das cenas jtF
diciais-redentivas previas (Dan. 7:9-14; 8:13, 14) tornam-se evidentes^
mediante vitoria sobre o problema do pecado pela ressurreição dos santm
para a vida eterna (Dan. 12:1-4).
O livro de Daniel inteiro, com o cap. 8 ocupando uma
central, encontra seu clímax final na ressurreição do povo fiel de
Nesse momento uma ordem de existência inteiramente nova começa para o
vo de Deus. A morte e tudo quanto esta envolve e vencida de uma vez \f
todas. A neva era se inicia, e conhece somente o indestrutivo e eternc^
reino dos santos. Finalmente, o que é velho passou e o novo se introdu?.
Vida, realmente vida eterna, e assegurada ao homem. Deus demonstrou Ai
controle sobre o cosmos. *
** ** *-te **
74
REFERENCIAS E NOTAS
2 Dan. 2:28.
3
B. Hasslberger, Hoffnung i n der Bedrdngnis. Eine form-kritische
Untersuchung zu Dan. 8 und 10-l2~7"St. Qttlllen, 1977), p. 14, sugere que
í)an, 8^1 e o começo do capitulo. Isso dificilmente seria assim porque a in
formação geográfica de 8:2 está ligada a informação cronológica (cf. Dan.9~l
l, 2; 10:1, 2).
75
College Annual 23/1 (1950/51 ) :233-273, provê uma critica dessas tenta t i
vás de divisão. A un.idade Dan. 8 ê também apoiada por F. Dexinger, Das
B itch Daniel u_nd__seine^ Problema (Stuttgart, 1969), pp. 27-29; F . Ntít
^IFTF^T^^r-TfBen^Fzíurrg, 1948), p. 6; E. W. Heaton, The Book
Daniel (Lon^cm, T9HF)7 p. 48; N. N. W. Porteous, Daniel A CotnmeTTfary
ladelphia, 1965), p. 120; Balswin, Daniel e outros.
-
Assim também Porteous, p. 120.
12
'Ver P. Jotion, Grammaire de l 'Hebrew b b l ique (Rome: Pontifi<m"
Biblical Institute, 1 9 7 4 ) , pp7~Tb27~5T; C. Bróckelmann , Hebraische Synt^
(Neukirchen: Neukirchner V e r l a g , 1 9 6 5 ) , pp. 75, 76; W. R. Harper, Elerne.W-
of Hebrew by an Inductive Method, rev. por J. M. P L Srnith (ChicagoT nTS
of Chicago Press, "l9"68), p. T7T7 M. Lambert, Tralte de Grainniaire H é b r a i u e
(Hildesheim: H. A. Gerstenberg, 1 9 7 2 ) , pp. 21T712T^~J7TmTTãrns7
Syntax: An Outline (Toronto: Univ. of Toronto Press; 1967), pp.21, 2'Z^l
13 '
Hartman e Di Lella, p. 2 3 5 . Cf. K e i l , p. 2 9 5 ; Pltíger, p. 12Ç
e muitos outros, l surpreendente que^esses estudiosos passem por alto qu<
problemas sintãtico-gramaticais. '
14Ha- alguns poucos manuscritos hebraicos que rezam m(mt um su
xo feminino, em lugar da redação masculina mhm na tradição massorética.
Neste caso a frase de abertura do v. 9 poderia referir-se tanto aos "qua^
tro conspícuos" quanto "os quatro ventos do céu." Sinteticamente a que
tão do antecedente seria neutro.
15
Ver nota 12 acima e R. Meyer, Hebr^ische Grammatik (terceira
ed.; Nerlim: W. de Gruyter, 1 9 6 9 ) , 11:86 # 5 9 . 1 .
Shea, p. 66.
29
Lacocque, p. 159.
77
E da Vulgata mocUcwn que as versões inglesas obtém a
tradicional "chifre pequeno"." Ver Montgomery, pp. 383-84. ' f
37
E. Jenni, ">#i/a hlnausgehen, 1 1 T h e o l o g i s c h e s _H£navjçirterb<
zuni Alten Testament, eds. E.'Jenni e C. Westermann (Zurich," T$Ti), 1:7^
Fí; W. Baumgartner, Hebr^isches und aramáisches Lexikon zum Al te_n_Test]
_errt (Leiden, 1 9 7 4 ) , TITTOb-^QS (daqui em~dian'te citado como TiT/\T~e __
respectivamente.
39
O verbo e novamente um QaJL como nos casos anteriores.
4QHAL, 1:171.
41
L. Kflhler e W. Baumgartner, Lexicon in Veteri Testamenti
bros (Leiden, 1958), p. 171 (daqui em diãrTte citado como ÍBL).
78 •
fl
«
i
4?
Keil, p. 269; Meihold, p. 303; Bevan, p. 132; Behrmann, p. 53;
G. F. Moore, "Daniel 8:9-14," JBL 15 (1896):194; Hartman e Di Lella, 236.
47Ver n9 24 acima.
Montgomery, p. 335.
79
57 - •
Lacocque, p. 162, esta correto ao assinalar a identidade d<^
Miguel com o Príncipe do exército, mas a inclusão do Sumo Sacerdote OniaP
III e infundada, pelo material. 0
62 •
Hartman e Di L e l l a , p. 2 2 2 , sugerem .£ã/uJn, "ele removeu." Vq*
nQ 42 ercima para a mudança adicional do texto que realizaram.
r "i ^^
A forma huAcujÁm (o qeAe.) é um hofal (Hontegcmery,Daniel , p.
340). O sentido ê "retirar" (KJ3L, p. 881) ou "ser removido" (l^TTp.3350
O Kíiíkíb e /icvuJn, um hifil da mesma raiz, com o significado de "retirar'W
(KBL, p. 881; CHAL, p. 335), conquanto um número de manuscritos hebraicS
apoiem a redaçao /íú/u-wi, um hofal com redação de todas as letras. £ a re0
dação que seguimos. A
Young, p. 172 _
°5Plí)ger, p. 120. *
r i: ^^
"SacrifTcio regular" (NASB) , "oferta regular" (NEB), ou al^P
semelhante. ' 0
67 _KBL, p. 1031. -
76
PlíJger, p. 126.
S24 BC S43. . 4
J j Prict:, p. 1 7 3 . (
84
E. K a u t ^ s c h e A. E. C o w l e y , G e s e n i u s ' Hebrew Grampo r, 2ua. M
ed. (Oxford, 1970), p. 455. *
;- 5 tf
Assim também Aalders, p. 175; Hasslberger, p. 98. '
O^
NAS, B£S, T E V: "e arruinou o Templo." f
- sÍQ|
87 PlÔger, p. 120, Ele na verdade admite, porém, que o verbo «
nifica literalmente, "e foi lançado abaixo" {p. 122).
88 tfl
^Hartman e Di L e l l a , p. 222, altera o texto hebraico por rem^
ver inteiramente o verbo i^íioí&i:; e inserindo em seu lugar i^-tÕHõ-ó, "cojp
taminado." Essa enienda foi primeiro sugerida por Ginsberg, pp. 52-54. Taj^
to Ginsberg como Hartman e Oi Lella trabalham coni a hipótese de diferen-
tes fontes por trás de Dan. 3 e seguem comentaristas anteriores que ti-w
nham pouco respeito pelo texto hebraico. O desrespeito pelo texto hebrajjj
co não pode mais ser mantido com base nos materiais de texto sobre Da-
niel encontrados entre os Rolos do Mar Morto. Gs fragmentos de Daniel p^P
blicados apoiam seguramente o texto hebraico. Ver Ba;dwin, pp. 44, 45; £
G. F. Hasel , "Daniel Survives the Critics' Den," Minlstry 52/1 {Jan., _
1979):8:11; idem, "Is the Arama i c of Daniel Early or Late?" Ministry ^
53/1 (Jan. , 1980):12, 13. •
82
bliçado também da suporte ao texto massoretico; ver S. Morag, The Bookof
Daniel: A Babylonian-Yémenite Manuscript (Jerusalém, 1973J, p. 127.
91 Uma forma hofal no terceiro masculino perfeito singular
(BDB, p. 1021).
92A raiz trilateral e &tk que aparece no VT somente no Hifil
(112 vezes) e no hofal (13 vezes). Ver F, Stolz, " ^wltk hi. werfen,"
THAT, 11:916-919.
Q3
* Stolz, col. 916.
- (Exo. 4:3; 7:9, 10, 12), uma peça de madei-
94A vara de Moisés
ra {Exo. 15:15), tábuas de pedra (Exo. 32:19), uma linha de medir (Miq.
2:5), seres humanos mortos (Jos. 8:29; 10:27), etc. e vivos (Gen. 37:20,
22, 24; Exo. 1:22), etc.
qc
y°0s ídolos (Isa. 2:20; Eze. 20:7, 8), a lei (Torah) de Va.hiae.k
(I Re. 14:9; Eze. 23:35; Nee. 9:26), o pecado do hoi,:em (Eze. 18:31).
97Ver Sal. 71:9; 102:11; Jon. 2:4; Lam. 2:1; Nee. 9:11; II Re.
13:23; 17:20; 24:20; Jer. 52:3; 7:15; II Crôn. 7:20.
Qft
Assim também BDB, p. 1021; KBL, p. 978; HAP, p. 286. CHAL,
p. 373, oferece "ser derribado, tombado."
99Ha certos empregos no VT onde se pode distinguir entre senti_
dos literais e metafóricos; ver Isa. 2:20; Eze. 20:7,.8. Cf. Stolz, colT
917.
103Ver I Reis 8:39, 43, 49; II Crõn. 6:30, 33, 39; Isa. 18:4;
Sal. 33:14.
83
104I Re. 8:13; II Cron. 6:2.
106Isa.
r A4:5.
c
108Esd. 2:68.
109
O significado de fundamento aparece na frase "fundamentos da
terra" no Sal. 104:5.
11 2
Ver particularmente Sal. 68:35 (36); 96:6; e possivelmente
também Sal. 78:69; Jer. 17:12. Cf. M. Metzger, "Himmllsche und irdische
Wohnstatt Jahwehs," Ugarit-Forschungen (Kevelaer, 1970), 11:140; M. Da-
hood, Psalms (Garden CTtyTH.J., 196^70), 11:192.
113
Sal. 96: 6 e assim entendido por D. Kidner, Psalms 73-150
(London, 1975), p. 348.
114 De tempos em tempos e admitido por expositores que se abs-
têm de alterar o texto hebraico do v. l l c que "aparentemente AntToco não
derribou na realidade o tempo, ..." (Young, p. 172, cf. J. F. Wavoord,
Daniel , The Key to Prophetic Reypiatipn /'Chicago, 1971J, p. 187. Wood,
p. 2TS, também observa: "Conquanto falte evidencia de que AntToco real-
mente destruiu o_Templo como uma edificação, ele o profanou terrivelmen
te, ..." Estas são admissões tácitas de que a interpretação sobre Antio
co deixa a desejar quanto ã cumprir as especificações do livro de DanieT.
Ver n<? 59 a 61 acima e ter em mente as freqílentes tentativas de emendar
(alterar) o texto para fazê-lo ajustar-se.
1 1 5 Balclwin, p. 157.
84
O género dos verbos no v. 12 e novamente feminino. Isto sig-
nifica que "exercito" poderia ser o sujeito uma vez que as vezes e feminj_
no; ver Isa. 40:'2. Por outro lado, nos vs. 9, 10 o sujeito e "chifre"
(q&Lzn] que é feminino, e podo ser mais natural tomar "chifre" como sujej[
to por causa dos vs. 24, 25 onde ele apenas esta em vista, como concorda
Mcntgomery, p. 337; Lacocque, p. 163; Plííger, p. 122. Os que desejam to-
rnar ^aba3 , "exercito," como sujeito fazem-no devido a tentativa de harmp_
nizã-lo com a interpretação sobre Antíoco. Ver Hasslberger, pp. 102, 103.
1 9Q
Mk> P- 68°-
129
Meyer, p. 15.
l 30
BDB, p. 607; HAL, p. 613; CHAL, p. 222.
131 Mi» P- 630: " B1s wann? " HAL > P- 618; B D B, p. 607. Dever-se-
ia notar que no VT o adverbio interrogãTTvo de tempo e somente usado qua^n
to a tempo futuro. Cf. Hartman e Di Lella, p. 226: "Literalmente, 'Ate
quando a visão? '"
139Exo. 29:39; Lev. 6:13; Num. 28:4; II Re. 11:15; I Crôn, 16:
40; 23:30; II Crõn. 2:4; 13:11; 31:3; Esd. 3:3.
86
_ 2G.en. 1:5, 3, 13, 19, 23, 31; cf. Exo. 20:3-11; 31:15, 17. Pa_
rã a evidencia bTblica de que o dia era contado a partir da tarde» ver H.
?., Stroes, "Does the Day Beqin in the 'Evening or Horning?" Vetus Testanen
tum 16 (1965):460-475. " "
144Keil, p. 304.
1 ZA
IDH Dan. 8:15, 16, 26, 27; 9:23; 10:1, 6, 7 [duas v e z e s ) , 8:16,
18 onde mo^díi ou maJidk é empregada. A ultima palavra e utilizada somente
87
em Dan. 3:16, 26, 27; 9:23; 10:1.
161A seqiiencia cad ... uww "até ... então." Cf. JuT. 1_6:2, J3DB,
p. 724. Pldger, p. 120, verte esta seqílência temporal como "apôs ... en-
tão."
°MontgoHiery, p. 341.
fí8
Bevan,j>. 135, sugeriu que o particTpio de fum na formo de
(BHK. BHS), "e removido" (KBL, p. 831; CHAL, p. 335; HAD, p. 257)
deveria vir a seguir de fiaííamZcfTTle e acompInKãdo por vorTEa~T], p. 52,
e outros. Plflger, p. 122; Lacocque, p. 158, e outros não seguem es ta emen_
cia, Hartman
•i e Di Lella, p. 226, supre. o infinitivo /uW.i ou /t&s5A, "remo
_
ver.
l
Ver também Hassl berger, p. 105; PlÕger, p. 122.
169
Williams, pp. 10-11, 82 #489; Kautzsch e Cowley, pp. 247-
48.
174 -
Ver também os empregos em passagens culticas ou cultico-ju-
diciais como £xo. 34:7; Num. 14:18; Miq. 7:18-20; Sal. 32:1; I Re. 8:50;
Sal. 2 5 : 7 ; 51:3; Isa. 53:5; 59:12; etc.
1 7 5 Ver fixo. 3 4 : 7 ; Lev. 16:16; Num. 14:18; ! Re. 8:50; Isa. 43:
25; 44:22; Miq. 7:18; Sal. 32:1 .
89
179A forma hitpael e empregada.
l fil
Daniel 8 : 2 7 com uma forma hitpael. Ver um emprego semelhante
no aramaico de Dan. 4 : 1 6 . Também Dan. 9 : 2 6 .
l ?,9
Daniel 9:17 com uma forma qat. Ver também "devastaçaV do san_
tuario que foi predita como punição para desobediência em Lev. 26:31.
l R^
Sobre a ameaça de juTzo, ver Eze. 20:36; 32:10; Isa. 6:11;
Jer. 4 : 2 7 ; 1 0 : 2 2 . F. S t o l z , "orái ímm tíde liegen," THAT, 11:970-974.
l
O infinitivo Qal £eí de na£&n foi emendado para v\ÁJMui (Ni-
fal), "foi estabelecido" (cf. BHS) , e tem sido associado com os termos
prévios para ter a redaçao "e uma abominação de desolação foi estabeleci-
da" (como von Gall, p. 52; seguido por Marti, p. 59; Bentzen, p. 56; BHS) .
Montgomery, p. 341, emenda para -teto e verte "o fazer ele o santuário. . . ."
Plttger, p. 122, sugere uAtaí, "e exposição de santidade." A tradução de
"a contaminação do" por Hartman e Di Lella, pp. 222, 226, para -tcí perma-
nece sem suporte lexicográfico (cf. KBL, pp. 642-643; CHAL, pp. 249, 250;
BDB, pp. 678-81). ~~
90
l 9?
'^Ver S a l . 60:6 ( 8 ) ; 6 8 : 2 ( 3 ) ; 102:19; 150:1; cf. a "santa ha-
bitação" de Deus no céu, Deu t. 2 6 : 1 5 ; II Crõn. 3 0 : 2 7 ; Sal. 68:6 ( 5 ) ; Jer.
2 5 : 3 0 ; Z a c . 2 : 1 3 . BDB, p. 871.
l Q "í
'^Exo. 2 6 : 3 3 , 34; 28:29, 35, 43; 29:30; 31:11; 35:19; 39:1,41;
I Re. 8 : 4 , 8, 10.
l 94
y Lev. 1 6 : 2 ; cf. Eze. 41 :21 , 23.
1 9 5 Lev. 21:6.
l 98
G. F. Hasel , The Remmant (2d. ed.; Berrien Springs, Mich.,
1974), pp. 232-248.
l 99
M. Dahood, Psalms I H (Garden City, 1970), p. 134, sugere
que a rima poética "seu santuário ... seu domínio" expressa "uma iauia
composta, 'santuário de domínio,' ..." sem nenhuma preferencia para Juda
sobre Israel .
91
207Isa. 10:6; 28:18; Miq. 7:10.
208 - -
O termo "purificado" e encontrado em traduções prévias a King
James como a BTblia do Bispo (1568 A. D.), BTblia de Genebra (1560 A. D.)»
Bíblia de Taverner (1551 A. D), Grande Bíblia (1539 A. D. } , Bíbliade Matthew
(1537 A. D), Coverdale (1537 A. D.), e Wycliffe (1382 A. D.).
209
A tradução latina na Vulgata reza mu.nda.b^tu/i, "purificado."
21 0
Tanto a Septuaginta como a versão de Teodocio rezam «aôapco-3
noíTQL "será purificado." Rahlfs, 11:918.
211
Para uma pesquisa das traduções em varias línguas, ver "On
Daniel 8:14" em Problems in Bible Translation (Washington, D.C. 1954), pp.
174-175.
92
999
BDB, p. 842, da "ser justificado" para Dan. 8:14.
93
o Dia da Expiação "o dia anual de expurgação.
73
" e v . 16:16, 1 9 , 3 0 .
235 -
I Cron. 23:28. Os levitas são encarregados da "limpeza de tu
do quanto e santo (ou de todo o s a n t u á r i o ) . " *~
*********
94
envolve sangue se beneficiara de uma breve pesquisa de termos hebraicos
que descrevem a contaminação em suas varias conotações semânticas."" Isso
provera o contexto mais amplo no interesse específico daquelas passagens
que declaram explicitamente que sangue contamina.
A. Terminologia de Contaminação do VT
95
CAPITULO IV
SANGUE E SACRIFÍCIO! PURIFICAÇÃO
*
E CONTAMINAÇÃO
> POR SANGUE
I . INTRODUÇÃO
97
bem a reticência do VT em empregar terminologia sobre contaminação direta
mente para a função de sangue sacrificai e a contaminação legal do santuã"
rio ou templo.\ sangue desempenhava um papel fundamental na contaminação"
legal do^santuario/templo porque sangue é o agente que transporta~o peca-
_ do/culpa"do ofertante que o havia transferido ao animal sacrificai median-
te a" imposição de mãos. A necessidade vital de pureza e separação da imun
dície e declarada como segue em Lev. 15:31: "Assim separareis os filhos dê
Israel da sua imundícia, para^que não morram na sua imundícia, contaminan
do o meu tabernáculo, que esta no meio deles." ~~
Tendo feito notaria reticência do VT em falar explicitamente da
contaminação legal do santuário/templo nas regulamentações designadas da
liturgia, temos a destacar, contudo, que esta implicitamente realçado que
o santuário/templo foi contaminado durante os serviços prévios ao.DiadaEx
pi'ação.\ ritual _do Dia da_ Expiação afirma diretamente e de modo inequTvõ"
"co que expiação e efetuada pelo santuano que foi contaminado pelo esparr
gir de sangue, por.causa.das...contaminações e impurezas (tãm£*) dos israe-
l_itas_(Lev. 16:16, ;9).
99
r,-<s
dície será causada por um fluxo de sangue corporal fora do período regu-
lar da mulher ou não durante seu período (Lev. 15:°5-30). Contextualmente
essa imundície afeta o culto, como o v. 31 indica.^ 0 Tal contaminação é
como o pecado, mas ^ainda não equiparada a pecado. Uma pessoa assim conta
minada por^sangue não e aceitável para uma cerimonia religiosa até que ã"
contaminação e'imundície sejam removidas. Novamente a contaminação por sa_n
gue relaciona-se com a liturgia e a atividade religiosa. Isto e evidente"
na instrução sobre a imundície da mulher apôs o parto (Lev. 12:1-5).' A no_
vá mãe não vira ao santuário durante o tempo em que devera "purificar-se
do seu sangue" (v. 5). Durante esse período pos-natal a mãe permanece
imunda. "A'escolha de termos £em Lev. 12:1-57 Í claramente determinada me
diante os eventos durante e apôs o nascimento nos quais sangue é concebi-
do como o agente contaminador. "47 .- Esses são exemplos de contaminação^em
questões de contaminação por sangue que não envolve atos de pecado. Há ca_
sós de contaminação l itúrgica.^8 " ~
Resta-nos apontar dois exemplos que implicitamente afirmama_fun_
cão cpn_ta_nnnador_a de sangue .no_.x;ul to israelita. A ordenança da novilha ve_r
malha em Num. Í9H-10 é particularmente instrutiva. O estatuto ordena que"
o sacerdote tomaraj'do sangue com o dedo, e dele espargira para a frenteda
tenda da congregação sete vezes" (v. 4). "Mediante o espargir.do sangue a
imolação tornava-se um sacrifício, sendo assim trazido a uma relação com
Vahnjc.il e o santuário. "49 Nesta oferta, o sangue, que era geralmente der-
ramado ao pê do altar do holocausto, era queimado juntamente com o restar^
te (v. 5), de modo que as cinzas a serem obtidas fossem impregnadas com
sua substancia. O sacerdote que assistia a queima (vs._6, 7) e o homem l im
pó que reunia as cinzas (vs. 9, 10) seriam imundos "ate a tarde" (v. 10).
Haveria aqui indicação de que a pessoa que lidava com a substância impre£
nada de sangue ou o sacerdote que lidava com sangue aspergindo-o tornavam
se contaminados por sangue?
Um exemplo mais claro vem de Lev.^6:24-30 que envolve "a lei da
oferta pelo pecado" (v. 25) que "se comera no lugar santo, no pãtiodaten_
da da congregação" (v. 26). Concernente a sangue o seguinte e declarado:
""Se espargir ajquern do _seu sanaue_...SQbre a sua veste, lavara aquilo., sobre
que caiu, no. lugar ..santo"-(v. 27). Conquanto não seja explicitamente de-
clarado que o_sangue contamine ou torne imundo, a intenção segue nessa dji_
reção. A menção explícita da lavagem ritual num lugar santo parece dar
apoio a isso.
Tais exemplos de contexto e implicação cúlticos aproximam-se
bastante da sugestão de que o sangue do sacrifício realmente contamina.
Em Lev. 6:30 e explicitamente declarado que o sangue da "oferta pelo peca_
do" e levada ã tenda da congregação "para fazer expiação no santuário."
Temos descoberto novamente, como invariavelmente nas regulamentações cúl-
ticas, que o sangue afeta a expiação ou purificação para o pecador porque
parece servir como o agente que transfere o pecado ao santuário.
100
fTcios do VT. Durante os serviços diários outros que o Dia da Expiação, ma
nipulaçòes de sangue eram praticadas em conexão com a oferta pelo pecado'
(íiattã^íi) , oferta pela culpa (^oíaw), e holocausto (cctãk] .
Não será" necessário recordar aqui os procedimentos do rito da i m
posição de mãos que transferia pecado/impureza e culpa ao animal sacrifi"
cal (cf. Lê. 16:21) a carne do qual é daT portadora do pecado (Lev. 10:16-
18). O animal sacrificai substituTa o ofertante ao ser sacrificada como
seu/sua substituto (a). O animal sacrificai substituía o pecado, ponalida
dês e punição do ofortante. Sacrificado o animal sobre o altar, seu san~
gue era então recolhido pelo sacerdote que, por seu turno, empenhava-se
nos ritos de manipulação de sangue. Isso deve merecer agora nossa aten-
ção a fim de determinar sua função e significado.
' Terminoogia
l . Q Firmar da Al iança
f~
Dentro do contexto do firmar aliança Moisés tomou metade do san
gue de holocaustos e ofertas pacíficas e "espargiu (znq) sobre o altar""
(Exo. 24:6) e então a outra metade ele "aspergiu (ZA.Q) sobre o povo" (v.
3). Esta e a única ocasião em que o povo foi aspergido com sangue.
101
(nzíi) sobre as vestes do sacerdote e sumo sacerdote para consagrá-los (v
21; Lev. 8:30-) .;' Nesses acontecimentos a consagração de Israel e o sacer-
dÕcio^arõnico estão respectivamente em foco. Isso também se aplica a de-
dicação do santuário (Lev. 8:19, 24; 9:12, 18). '<
102
para dentro do santuário; certamente devíeis tê-la comido no santuário,
como tinha ordenado" (Lev. 10:17, 18). Dever-se-ia notar que no caso des-
sa oferta pelo pecado a carne era "coisa santíssima." O sacerdote por con-
sumir a carne no santuário transferia "a iniquidade da congregação" que es_
ta .transportava ao santuário. Assim a "iniquidade da congregação" , seu di r
rigente e/ou povo comum, era removida deles (10:17) e expiação feita 'por
eles (10:17). A mesma instrução de Lev. 4:22-35 e 10: 16-20 e repetida em
forma muito menos detalhada em Num. 15:22-29.
Deve-se destacar, contudo, que a expiação feita pelo sacerdote
nesse tipo de k&tJtft sacrifício e operada por três aspectos uma vez era
a vTtima imolada: (1) o rito de sangue em colocar parte do sangue sobre os
chifres do altar de holocausto e derramar o resto a base do altar (Lev. 4:
25, 30); (2) a queima da gordura sobre o altar como um sacrifício pacífi-
co (Lev. 4:26, 31); e (3) o comer da carne pelo sacerdote no santuário.
Esse último aspecto ê da maior importância para a transferência do pecado
uma vez que "não foi trazido o seu sangue p^ra dentro do santuário" {Lev.
10:18).
O segundo Lipo de "oferta pelo pecado" (íiattâ*^) para pecados in_
voluntários e descrito claramente em Lev. 4:1-21. Ò pecado involuntário ~
do indivíduo (4:1) ou "sacerdote ungido" (4:3)55 e toda a comunidade isra
e l i t a (4:13-21) reguer uma vítima na forma de um "novilho sem defeito"(4T
3). A vítima devera ser imolada apôs a imposição de mãos. Segue-se depois
a descrição do rito da manipulação de sangue: "Então o sacerdote ungido
tomará do sangue do novilho, e o trará a tenda da congregação; e molhando
o dedo no sangue, espargira dele sete vezes perante o Senhor diantedovéu
do santuário. Também daquele sangue porá o sacerdote sobre os chifres do
altar do 2ncenso aromático, perante o Senhor, altar que está na tenda da
congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramara ã basedoal
tar do holocausto, que está a porta da tenda da congregação" (4:5-7; cf.~
4:16-18). £ evidente que o rito do sangue e diferente do outro tipo de
"oferta pelo pecado" porque (1) uma parte e espargida na frente do véu no
santuário, e (2) uma parte e posta nos chifres do altar de incenso no Lu-
gar Santo do santuário. O sangue e neste caso o meio de transferência do
pecado e imundície para dentro do santuário. 56 Nesse exemplo o sangue não
é o "ritual purificador para expurgar o santuário, "57 porque é explicita-
mente declarado que "por eles /sej fará expiação (tippeA)" (4:20)^ ou se-
ja, pelo povo, e não pelo santuário .cpmo__no caso do_ Dia. da. .Expiação onde
expiação c feita pelo santuário .(16:16) beriLcomo pel.o altar de holocausto
(16:13, 19). Assim, sangue tem a dupla função de contaminar e purificar.
À função de purificação ou expiação e d i r i g i d a ao ofertante cujo pecado e
culpa são transferidos para a vítima que mcrrc como seu substituto. O s&n_
gue simboliza a pureza e purificação dadas ao ofertante e por contraste
transporta seu pecado/contaminação e culpa ao santuário. Lev. 6:24-30 em-
presta seu apoio a isto. Se qualquer deste sangue atinge a vestimenta sa-
cerdotal , esta será ritualmente lavada (v. 27). Pode-se concluir ser es-
se o caso porque e o sangue transportador do pecado da ha£ta.*t que é leva_
do ao interior do santuário para ser espargido. Nesse caso o sangue Í o
agente transferidor do pecado e imundície/contaminação ao santuário e, por
tanto, "não se comerá nenhuma oferta pelo pecado, Cujo sangue se traz a
103
' "
DIAGRAMA A
PECADOS INVOLUNTÁRIOS
<*^3
V* \&&"
INDIVIDUAIS
Lev. 4: 2-13
v
Santo
s i mo PECADOS INVOLUNTÁRIOS
O*_Con±am_ DA COMUNIDADE
Lev. 4: 13-21
104
è
è
è
coisa atrevidamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria
ao Senhor; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou
a palavra do Senhor, e violou o seu mandamento: será eliminada essa pes-
soa , e a sua iniqilidade será" sobre ela" (RSV). O pecador "atrevido" e al-
guém que "injuria /a/itueíi," agindo desafiadoramente e mantendo uma atitude
em que não ocorre arrependimento. Expiação sacrificai não Õ assim impedi-
da ao pecador premeditado ou intencional que se arrepende, porque quando
a atitude intencional/deliberada do pecador "muda para uma de arrependi-
mento a situação toda- e alterada. "62 A natureza atrevida do__pecador refe
re-se a seu decidido estado de desafio e impiedade, 63 "mas não ao pecador
deliberado que mitigou sua ofensa por seu arrependimento. "64
Na realidade há varias ocasiões em que pecados deliberados po-
dem ser expiados mediante uma "oferta pela culpa" píuõin). A "oferta pela
culpa" em Lev . 6:1-7 {Heb. 5:20-26) pelos pecados de agir enganosamente
em relação a um deposito ou um valor confiado ou roubo ou extorsão sobre
que este "negar ao seu próximo" "com falso juramento" (vs. 2, 3), isto e,
negá-lo sob juramento,50 pode ser perdoado e expiado desde que o ofensor
(1) faça restituição (v. 5), (2) se arrependa e confesse seus pecados (Lev.
26:40; Num. 5:6, 7), e (3) traz um carneiro por sua oferta pela culpa
(Lev. 6:6, 7). Deve-se realçar que a insistência dos profetas sobre arre-
pendimento não é um fim em si mesmo mas é para levar a ação pela gual o
malfeitor e retificado (Isa. 1:-13-17; 58:6-12; Miq. 6:6-8). Esta e uma
articulação da lei mosaica concernente ao pecado deliberado.
Em Lev. 5:1-5 a lei da oferta *cu>ãm G promulgada. Os pecados enu_
merados as distinguem de Lev. 4 onde os pecados não intencionais são enu-
merados com a oferta ka££ã*£ em gue os pecados são deliberados: (1) A so-
negação de evidência (Lev. 5:1) e intencional; (2) o contato com uma coi-
sa imunda, como seja um cadáver (5:2) ou imundTcie humana (5:3) da a im-
pressão de ser intencional ; e (3) o proferimento de um juTzo temerário
(5:4) parece também dei iberado.^6
105
DIAGRAMA B
106
nipulaçao de sangue no santuário para esse santuário ou.por meio do comer
o sacerdote da carne sacrificai no santuário ou no" pãtio dá tenda da con-
gregação. Assim, mediante esses ritos e serviços ao longo do ano, o santu_
ãrio era contaminado e poluído mediante os pecados acumulados que o arre"
pendido Israel_ confessava. Este processo de transferencia e intercâmbio
da _. ÇQntamrnacao/Durificação não parece conceder qualquer suporte as hipó-
teses dinâmica e/ou magica/demoníaca _ da transferencia.. do_ pecado. Sangue
é visto como agente de contaminação no santuário porque e o veiculo de pe_
cado e culpa. O Dia da Expiação é o dia anual designado para a purifica-
ção do santuário de todos os acumulados pecados de Israel.
********
107
REFERÊNCIAS E NOTAS
Acima, nota 5.
108
W. Paschen, Rei n und Unrein (Munich: Kflsel, 1970).
16 CHAL, p. 382.
20 HAL, p. 162.
21 CHAL, p. 53.
22 HAL, p. 163.
23CHAL, p. 53.
?d
H HAL, p. 163; CHAL, p. 53.
109
27F. Maass, " y?n b 11 pi. entweihen," THAT, 1:570-75.
28
Observe-se o alemão "entweihen" em HAL, pp. 306-307, e Mass,
THAT, I: 572-574.
?Q
Lev. 1B:21; 19:12; 20:3; 22:2, 32; Jer. 34:16; Eze. 20:39;
36:20-23; Amos 2:7.
30Eze. 13:19.
32Exo. 31:14; Isa. 52:2, 6; Eze. 20:13, 16, 21, 24; 22:8; 23:
38; Nee. 13:17-18.
33Exo. 20:25.
14
J Maass, THAT, 1:573. Cf. Eze. 22:26; 7:21-22, 24; 23:39; 25:3;
24:21; 28:18; 44:7.
35Deve-se observar os textos onde o inimigo ou Deus e referido
como contaminando o santuário por destrin-lo (Isa. 43:28; 47-6; Sal 74-
7; 79:1; Eze. 7:21, 22, 24; 24:21; 25:3; Lam. 2:2; Dan. 11:31).
39Lev. 20:9, 11, 12, 13, 16, 27; Jos. 2:19; I Re. 2:37; Eze.
18:13; 33:4, 5.
4 0 Kedar-Kopfstein, "cíãjii," p. 2 4 2 .
42
Ver aparato de BHK, BHS. O hebraico emprega a forma nifal
aqui.
43 Paschen, Rei n un Unrein, p. 28, observe-se que "o verbo, cp_
110
mo também o substantivo, devem ser compreendidos em toda a extensão com
base na linguagem cúltica."
5 1 KBL. D. 2 6 9 . l .liJi
54
A discussão sobre os vários tipos de sacrifício íy^ttã^t pode
sor estudada em B. A. Levine, In the Presence of the Lord. A Study of the
Cult and Some Cultic Tcrnis in Ancient Israel, pp. 101-114; J. Mi Igrom,
"Sin Offering or Purification Offering," VT 21 (l 971):237-38; idem, "The
Function of the Hattã?t Sacrifice," TarbTz 40 (1970/71) :1-8; idem, Cult
and Conscience» pp. 74-38. Levine esta errado ao alegar (Presence, pp.
TOl-108) que somente um tipo de ka£tã?£ tem uma função purificadora. Ver
Milgrom, "Israel's Sanctuary," pp. 390-91.
55 Este "sacerdote ungido" -e -as vezes interpretado como referin_
do-se ao sumo-sacerdote (cf. Keil and Delitzsch, "The Third Book of Mo-
ses," p. 303). J. Milgrom ("Sacrif ices__and Offering, OT," IDB Sup./19767,
p. 767) alega que o^sumo-sacerdote esta" levando o povo a errar" em Lev.4:
2-21, mas o texto não concede qualquer apoio a tal interpretação.
RA
D L. E. Toombs, "Clean und Unclean," I PB, 1:647: "A lei levTtj_
111
ca frenqílentemente emprega 'pecado e 'imundície' como sinónimos (Lev 5-
3 -+;.
j, 41 " • •
57Milgrom, "Sacrifico and Offering, OT," p. 766. Elo apresentou
a alegação de que o sangue neste caso purifica o santuário.
112
65 Ibid., p. 85.
*********
113
CAPITULO V
AS SETENTA SEMANAS DE DAN. 9: 24-27
I. INTERPRETAÇÕES SIMBÓLICAS
¥-0 terminus a quo para as "setenta hebdÕmadas" que não devem ser
tidas como exatamente computações cronológicas mas "em termos de perTodos
gerais da atividade d i v i n a " 6 o edito de Ciro de^53S A.C, o qual decre-
tou gue os judeus retornassem a Jerusalém (II Cron. 36:22, 23; Esd. 1:2-
«).'^ N P s t. P spnr.idn a primeira era (ou "hohdÔmada") começa em 538 e ter-
mina com a vinda de _Cr .I
116
v i s ã o da ultima "semana" em 3 1 / 2 + 3 1/2 é também totalmente não-simbÕli
ca. ~~
Quinto, a interpretação simbólico "erra em ter as setenta sema-
nas terminando com a derrota do anticristo, enquanto o hebraico requer
que seja marcado_pela completa derrocada de Jerusalém."2" Mesmo que se en
tendesse Jerusalém como um símbolo da igreja visível e o "sacrifício e ~~
oferta de manjares" representando "a totalidad n de liturgia" no sentido de
"todo culto,"29 ainda se enfrentaria o problema de como o anticristo se-
ria capaz de por a um fim tanto a igreja e o culto quando de fato o povo
dos santos recebem o reino eterno (Dan, 7:13, 14, 27; 12:1-3).
Sexto, a interpretação simbólica é "sujeita_a acusação de espi-
ritual izaçao. "^ Há, por exemplo, total falta de evidencia exegética em
apoio da posição de que em qualquer parte do livro de Daniel Jerusalém te
nhã o significado de qualquer outra^entidade que não seja a cidade de JeT
rusal^ém propriamente dita. A sugestão de que Jerusalém e símbolo da igre-
ja não conta com uma base exegética. A Jerusalém de Dan. 9:2 e__a capital
literal dos israelitas. Os "habitantes de Jerusalém" no v. 7 são israeli-
tas físicos. A Jerusalém e o "monte santo" bem como o "santuário" referi-
dos nos vs. 16 e 17, juntamente com a "cidade" no v. 18 somente pode sig-
nificar a cidade física do antigo^Israel. Nesse sentido a "cidade santa"
do v. 24 e a Jerusalém do v. 25 não podem referir-se a nada diferente do
que aquilo a que o leitor tem sido constantemente referido.
2. Interpretação semi-simbÕIiça. A interpretação semi-simbõliça
e também conhecida como dispensacionalista^l ou parentetica32 t Q a inter-
pretação padrão dos autores dispensacionalistas.33 Conquanto o método dis_
pensacional ista alegue estar estabelecido sobre o "método literal deinte^r
pretação de profecia, "34 ha justificativa para classifica-lo comosemi-sim
boi iço como se tornara evidente na discussão seguinte.
Contrariamente à interpretação simbólica coerente acima referida,
os autores dispensacionalistas concordam de forma unânime que o termo
%ã$u.c-4m cm 9:24 tem o sentido de "semanas" de anos"-*3 total izando 490 anos.
Intérpretes de todas as escolas (pre-milenistas, liberais, historicistas)
concordam quanto a isso, exceto aqueles amilenistas cujos pontos de vista
foram anteriormente considerados.
O terminus a quo deste período profético de "setenta semanas" ou
490 anos ê normalmente o decreto de Artaxerxes (Esd. 7:7} datado unanime-
mente como em 445 A.C.36 Sir Robert Anderson desenvolveu a cronologia exa_
ta desde a lua nova da Páscoa de 445 A.C. até a sexagésima nona ou 483
anos depois. Ele sugeriu que "69 semanas de anos proféticos ou 360 dias
(ou 69x7x360):173, 830 dias" 37 que cobre o período de tempo "entre 14 de
março £\Q de Nisã7 de 445 A.C., e o dia 6 de abril /IO de Nisã7 de 32 A.
C."^8 As sessenta e nove semanas "terminaram com a entrada triunfal em
Jerusalém no domingo da semana da morte do Senhor."39 Conquanto nunero-
sos futuristas pre-milenistas sustentem a data do decreto de Artaxerxes
dado para Noemi as em 445 A.C., duvidas tem sido suscitadas com respeito
aos dados de Anderson porque seu esquema só pode sor sustentado "se a da-
117
ta 32 A.D. pudesse ser substanciada como o ano correto da Entrada Triun-
fal de Jesus."^O Sendo que a maior parte dos estudiosos do NT se inclinam
por uma data anterior para a Entrada Triunfal, L. Wood, um futurista pré-
milenista, sugere que a "melhor solução" para um terminus a quo "e o de-
creto anterior de Ar^axerxes, dado a Esdras em 458 A.C. Calculandocom ba-
se nos anos solares, o período de 483 anos termina agora em 26 A.D. e es-
ta é a data aceita para o batismo de Jesus."41 Outros futuristas pre-mi-
lenistas ainda são favoráveis a 445 A.C. e buscam uma solução para a difj_
culdade permitindo uma variação de poucos meses em seu cumprimento42ou su
gerindo que uma "semana" representa_um "Ciclo de Ano_Sabatico" e "o 69<7
ciclo é 27-34 A.D." que "põe em parêntese a crucifixão de Jesus Cristo; de
fato, estende-se pela maior parte de Seu ministério público também."43 E£
sãs tentativas ficam muito aquém de proverem uma solução como será demons_
trado abaixo:
O pom:o singular da interpretação dispensacional ista ousemi-sini
bolica e uma negação de cronologia profética consecutiva. O ultimo perío-
do de "uma semana" ou sete anos "e separado dos outros sessenta e nove /ou
482 anosj por um período de tempo indefinido."44 H. A. Ironside explica:
"Entre a sexagésima nona e septuagesima semanas temos um Grande Parêntese
que tem agora durado mais de rnil e novecentos anos."45 Essa interpreta-
ção requer que Dan. 9:26, 27 não seja entendido como contemporâneo, mas
consecutivo.46 Em resumo, a última semana esta ainda no futuro. A "inte_r
pretaçao futurística com um intervalo entre a septuagesima e sexagésima
nona semanas1^7 é característica especial do dispensacionalismo. O "prTn-
cipe" de 9:27 é um PrTncipe Romano ou Anticristo do futuro4^ e o terminus
j , t- l L. iJiu l l l 1 1 ^ > pi_ (\WHIUIIU u<J ruibiwi i j t. u ui_i i u tu l u t u i_i_ J l ii i 11 u J
118
melro, o terminus a quo de 445 A.C para o decreto mencionado em Nee. 2: l
deve agora ser catado para 444 A.C. com base nas melhores fontes para com
putações cronológicas.kl Isso significa que a data 32 A. D. se torna 33~
A. D. e revel_a-se muito tardia para a Entrada Triunfal de Cristo ou Sua
morte. Não ha meio por que os cálculos de Sir Robert Anderson possam ser
poupados nesta base somente. Ademais, não ha evidência em Neemias 2:1 que
apoie a escolha arbitraria de 19 de Nisã como o ponto inicial p a i " o cal-
culo de Anderson. "Mas começar ele mesmo uma semana depois tornaria impôs
sTvel terminar o período profético antes da crucifixão, ainda gue conce-~
dendo a validade dos 'anos proféticos 1 e o ano 32 A. D."52 Al^em disso, de
ve-se notar que Anderson esta equivocado em seu cálculo por vários dias em"
vista de desconsiderar a diferença entre os calendários Juliano e Grego-
riano.5^ O recente ajuste realizado por R. C. Nev/man com aux'1 io do Ciclo
do Ano Sabático não e convincente porque subentende que Cristo foi cruci-
ficado durante o 699 ciclo54 enquanto o texto claramente indica que "apôs
as sessenta e duas semanas o Messias será tirado" (9:26). Este "apôs" ex-
plicito não pode ser reinterpretado para significar "dentro de". Aqui e
ressaltada a contagem consecutiva e não a inclusiva. Em resumo» nenhum ca]_
culo cronológico e capaz de apoiar seja a terminus a quo ou terminus ad"
quem das sessenta e nove semanas na interpretação dispensacicfnalista.
Segundo, a Teoria do Parêntese alega que ha um longo intervalo
de tempo__entre as sessenta e nove semanas e a septuagesima semana. Mas se_n
do que não ocorre qualquer intervalo entre as sete semanas e as seguinte?
sessenta e duas semanas, torna-se uma surpresa total um intervalo tão ex-
traordinariamente longo existindo entre as duas primeiras subdivisões (7+
62 semanas) e a terceira subdivisão de 490 anos. Esse longo intervalo, ou
parêntese, "interrompe a continuidade da profecia."55 Vitringa advertiu
há muito tempo atrás "que o perTodo de setenta hebdômadas, ou 490 anos, é
aqui predito, como um que continuara sem interrupção desde seu começo ate
seu encerramento ou complementaçáo, tanto no que respeita ao inteiro perTp_
do de setenta hebdômadas, como também as varias partes (7, 62 e 1) em que
as setenta estio divididas."56 p0de surgir a pergunta -- "como se pode
imaginar que haja um intervalo entre as sessenta e nove e mais uma, quando
elas juntas formam as setenta?"5' A razão explicita para a interpretação
futurTst^ca da última semana e a tentativa de escapar a dificuldade de a
destruição de Jerusalém não ter caído dentro dessa uma semana. Em outras
palavras, a interpretação futurTstica dos dispensacionalistas deriva de
uma comparação da profecia com seu cumprimento e não de uma exegese impar;
ciai do texto. Concordamos com E. J. Young que esta "questão deve finalmer^
te ser resolvida a base somente de exegese."5"
Terceiro, tem sido sugerido por H. A. Ironside e A. J. McClain
entre outros5'-1 que ha outros intervalos ou parênteses em profecias biblT-
cas com base no que o suposto parêntese de Dan. 9:27 encontra sua justifj_
cativa. Mesmo que as passagens a que os autores dispensacionalistas ape-
lam tenham intervalos, contudo num exame cuidadoso elas não os contêm a me-
nos que se aplique um esquema dispensacional ista sobre elas a partirdefct
rã,5(J e mesmo assim isto não seria prova de que ocorre um intervalo ou pa_
réntese semelhante em Dan. 9:24-27. Neste contexto a observação de P. Mau^
ro é significativa porque ele demonstrou que ha "uma regra absoluta, que
119
não admite cxceções, segundo a qual quando uma medida de tempo definida e
especificada pelo numero de unidades que a compõe, dentro da qual um ce_r
to acontecimento deve ocorrer ou certo fato deve ser encontrado, as uni-
dades de tempo ou espaço que compõem essa medida devem ser compreendidas
como ocorrendo contínua e sucessivamente."61 Isto e baseado na observa-
ção de que os 430 anos de Gên. 15:13; Êxo. 12:40; Gal. 3:17, os 40 anos
de vagueação pelo deserto de Num. 14:34, os sete anos de abundância c cie
fome de Gen. 45:6 foram respectivamente anos consecutivos. Os três dias
após os quais Jesus deveria erguer-Se dos mortos foram também cgnsecuti-
vos. Portanto, a expectativa natural e que em Dan. 9:24-27 a referencia
seja a setenta semanas consecutivas.
Quarto, o argumento de que os eventos de 9:27 ocorrem apôs os
de 9:26 jaz raramente sobre urna suposição, í verdade quedos acontecimen-
tos de 9:26, ou seja, a retirada do Messias e a destruição da cidade e do
santuário,^são referidos como tendo lugar após as sessenta e duas sema-
nas, mas não e declarado que os eventos do v. 27 ocorram apôs aqueles do
v. 26.62 Não ha evidência contextuai alguma que apoie a hipótese de que
9:26, 27 deva ser compreendido de qualquer outro modo do que como refe-
rindo-se a eventos contemporâneos. Exegese detalhada indica que o v. 27
apresenta uma pedra de tropeço significativa a interpretação futurística
dos dispensacionalistas, porque se trata de uma explanação do v. 26enao
pode ser dele separada e atribuída a ocorrências a ele subsequentes.
Quinto, outro sério problema diz respeito a hipótese de um fir
mar de aliança sem precedentes pelo Anticristo,63 quando o VT (e o NT) ~
"não contém qualquer indício de tal aliança, em absoluto, e muito menos
uma anterior que pudesse confirmar neste ponto de Dan. 9."64 o ponto bá-
sico nessa hipótese e que toma urna figura menos importante, ou seja, "o
príncipe que ha de vir" como o antecedente do "ele," em lugar de ser a
figura dominante, ou seja, o "Messias", A palavra "príncipe" e um perso-
nagem subordinado no verso anterior (9:26) onde nem mesmo é" o sujeito da
clausula.
Sexto, a interpretação futurista transforma o "príncipe" num
"futuro delegaao do diabo,"65 um "futuro inimigo do povo de Israel."66
Essa interpretação deixa de levar em conta o fato de que a ênfase no v.
26 não esta no "príncipe" mas no "povo do príncipe." Young assinala: "E_s
te príncipe, portanto, deve ser um que rege sobre esse DOVO, ...devesa?
seu contemporâneo, estar vivo quando eles estão vivos. "°' Um príncipe vj_
vendo 1900 anos depois do povo é bem contrario ao teor do texto. A res-
posta de L. WoodõS de que a frase "há de vir" supostamente significa "de
quem ha de vir," o que representa uma redação completo da frase co."io "o
povo de quem ha de vir o príncipe," não tem suporte no texto hebraico.
120
XVII e XVIII, com a premissa de que o objetivo das 70 semanas é a era rria
cabeia e que a "profecia" nesse sentido é um vaticinium ex eventu."69 A
segunda interpretação e messiânica e considera as setenta semanas como
uma genuTna profecia que se estende por 490 anos no futuro. O denominador
comum dessas^duas interpretações históricas e a posição de que as seten-
ta semanas são 490 anos consecutivos; noutro sentido essas interpretações
diferem vastamente como os sumários seguintes indicam,
l - ^terpretacão histõrico-crTtica. Esta interpretação desenvoj_
veu-se a partir da época do Iluminismo e foi primeiro adotada por dói s i_n
gleses. Tanto John Marsham^O em 1697 e Anthony Col_l ins7^ em l726 adotaram
a sugestão do pagão neo-platonista Porfírio (2do. século A.D) que alegava
serem as profecias de Daniel yaticinia ex eventu e descreverem os aconte
cimentos do tempo de Antíoco E p i f a n i o . ^ A interpretação histÕrica-cn-
tica tem-se tornado a posição padrão dos estudiosos liberais ate nossos
dias. A premissa básica sobre que se apoia é a convicção de que o livro
de Daniel foi reunido na forma final em algum í;empo entre 167-164 A.C. e
que suas "profecias" são yaticinia ex eventu/0 Nesse aspecto, Dan. 9:
24-27 è" também um vaticimum ex eventu.^
As "setenta semanas" de 9:24 são consideradas como uma "inter-
pretação secundária da profecia de Jeremias" 7 ^ a que e feita referencia
em 9:2 e supostamente revela o modo em que os livros proféticos eram li-
dos na época."76 Contudo, podendo isso assim ser, as "setenta semanas"
são semanas de anos que se estendem de 587 (586) A.C. a 164 A.C.
O terminus a guo dos 490 anos neste esquema | a queda de Jeru-
salém em 587~òu 586 A.C. respectivamente.77 A conclusão das "sete sema-
nas" ou 490 anos e tida como caindo no ano 539 A.C. "Foram exatamente 49
anos (7x7) entre a queda de Jerusalém e'a queda de Babilónia," escreve
N. W. Porteous.7^ Montgomery, por outro lado, começa com a queda de Jeru_
salém datada para 586 A.C e sugere a data terminal dos 49 anos como cer-
ca de 538 A.C. e se apressa em assinalar que "neste caso deve ser admitj_
(H) que a datação não e exatamente 'da saTda do decreto, 1 isto e, o anún-
cio de Jor. 25:2 no primeiro ano de Nabucodonosor. "7íí Em vista destes
problemas 0. Pl^ger meramente sugere que o ponto inicial do período to-
tal é "a emissão do anúncio" de Jeremias, mas recusa-se^a sugerir uma da_
ta definida.80 Este pode parecer um seguro curso de açao mas não solve o
problema cronológico.
As sessenta e duas semanas ou 434 anos_do período do meio são
referidas como iniciando-se com a queda de Babilónia em 539 A.C.8"1 ou com
538 A.C. e o decreto de Ciro82 e e dito terminar com a morte do sumo-sa--
cerdote Onias III em 171 ou 170 respectivamente. A grave dificuldade de£
sã cronologia jaz no fato de que o perTodo de 539/538 a 171/170 e muito
curto, 70 anos aquém. Mais sobre isso vira a seguir.
A divisão final de "uma semana" ou sete anos, caindo em duas
partes iguais de 3 1/2 e 3 1/2 anos, e computada desde a morte de Onias
III em 171/170 ate o terminus ad quem do Templo por Judas Macabeu em 164
A.C. O meio da última~semana testemunha a profanação do templo por Antío
121
co Epifanio que durou 3 1/2 desde "o fim^de 168^ateo início de 64. ..."83
Tendo rapidamente esboçado a interpretação histÕrico-crTtica, esta pode
ser representada pelo diagrama seguinte:
122
mente estabelecida . 93 Se for_, realmente, correto gue a destruição de Je
rusalem teve lugar em 586 e não em 587 como a evidencia parece apoiar, 93"
então a única possibilidade de uma computação exata dos 49 anos está ex-
cluída. Isso significa que os estudiosos que apoiam a interpretação his-
torico-crTtica não podem evitar o fato de que a primeira divisão dos 490
anos se harmoniza apenas de modo aproximado com as datas sugeridas. Se i_s
só faz ou não justiça à designação dos 49 anos cada um tem que decidir ~~
por si mesmo.
Segundo, o 'grave problema, reconhecido na interpretação histo-
rico-crítica , relaciona-se com o fato de que a segunda divisão dos 490
anos, ou seja, o período de 434 anos (62x7), que é referido como iniciar^
do-se em 539 ou 538 e terminando em 171 ou 170 e demasiado curto em cer~
ca de 67 anos. Esta questão crucial tem recebido atenção dos estudiosos
que apoiam a interpretação sob discussão. Uma variedade de sugestões tem
sido apresentadas visando ã" solução deste problema.
G. Behrmann sugeriu que o terminus a quo das 62 semanas ou 434
anos o o primeiro ano de_Nabucodonosor ou 604 A.C. 95 que 5 agora conhecj_
do com base em nova evidencia como sendo 605 A. C. 96 /\a e defendida
na base de que 605 (604) é a data do anuncio dos 70 anos de exTlioemJer.
25:1, 11. Esta data menos "uma semana" ou 49 anos nos traz I data de as-
censão de Ciro, cerca de 559 A. C., o que faria Ciro "o Ungido, o Prínci-
pe" (Dan. 9:25). 97 Esta data de 605 tem sido apoiada por E. Ktínig e M.
Thilo.93 A principal atraçao para esta sugestão repousa no fato de que o
período de tempo de 605 a 171 é de exatamente 434 anos ou 62 semanas. As
dificuldades da hipótese de Behrmann são as seguintes: (1) Se Jeremias^
{25:1, 11) fosse seguido cxatamente, "teria havido um período de 70, não
49, _anos, sendo esses 70 anos descritos como anos de serviço ao rei de Ba_
bilonia."99 (2) Nenhuma ordem foi emitida em 605 quanto ao fato de que
Jerusalém deveria ser restaurada ou reconstruída como 9:25 especifica J 00
(3) A primeira divisão dos 49 anos transporta o tempo de 605 para 556 mas
a ascensão de Ciro é datada em cerca de 559 A.C. Isto significa^que a prj_
meira divisão de tempo e novamente inexata ou aproximada. (4) Não ha abso_
lutamente qualquer justificativa exegética ou cronológica, ou de qualquer
outra forma, para iniciar a primeira semana e as 62 semanas na mesma da-
ta J 01 K. Marti objeta corretamente que se trata de "truque engenhoso"
deixar as primeiras duas divisões (7+62) dentre as três (7+62+1) seguirem
paralelas uma a outra em lugar de estarem em sequência. Nada ha em seu
apoio. 102 w. Baumqartner alia-se a outros ao declarar que esse ajustedos
490 anos em 441 é um "injustificado ato de força." A tentativa de_Behrmann
para resolver este problema da interpretação historico-crítica não e con-
vincente e pode ser rejeitada com justiça.
A outra importante sugestão para uma solução deste grave ^
ma é o reconhecimento de que ha uma seria discrepância de calculo. Montgo^
mery escreve: "Podemos somente enfrentar esta objeçao subentendendo um er-
ro de cálculo da parte do autor. "104 B. Duhm sugere que "neste exemplo o
anjo Gabriel não se revela bem familiarizado com cronologia." 105 _Marti ,
por seu turno, fala de "um erro da parte do autor.""106 Porteous e um pou_
co mais cuidadoso: "Fosso ou não o autor ciente desta discrepância, e im-
123
1P 7 - -
possível dizer, ... Numa analise final a avaliação de C .J". Francisco
parece ir ao ponto, ou seja, que os apoiadores da interpretação histórico-
crítica "preferem dizer que ele /J5 autor/ esta equivocado antes que
eles."108
A suposição de que "o que temos aqui e puramente um numero es-
quemático11^ parece ter algum apelo ã" primeira vista. C, contudo, difí-
cil aceitar a opinião de que um numero tão pouco convencional de 434 anos
de 62 semanas seja "esquemático." A suposiça"o mais vastamente sustentada
ê de que a memória histórica dos judeus ao tempo da redação de Daniel era
muito vaga no que respeita a fatos e espaços de tempo. E. SchíJrer indica
que datas de historiadores judeus helenistas tais como Josefo e Demétrio
são indignas de atenção quanto a sua cronologia, Demétrio (antes de 200
A.C.), por exemplo, deve ter calculado o intervalo entre 722 A.C. e 222
A.C. em 73 anos a mais e Josefo também calculou mal datas numa extensão
de 30 a 40 anos.HO Dessas observações SchíJrer conclui que^Daniel esta s_e
guindo a cronologia prevalecente em sua época. Esta suposição tem sido va_s
tamente aceita como provendo uma solução a esta discrepéncia computacio-
nal, m Behrmamm, contudo, tem criticado o dado alegado por Demétrio com
base no fato de que o texto em Clemente de Alexandria (Strom. I.xxúl41) é
incerto. ^ Portanto, parece pouco seguro armar uma tese sobre Demétrio.
Discrepancias cronológicas em Josefo são evidentes,113 mas ele viveu s è" eu
los depois de Daniel 1 ' e dificilmente pode servir como um guia para um a_u
tor apocalíptico. Dever-se-ia notar que Daniel na verdade contém informa-
ções históricas bem exatas bem pouco conhecidas durante séculos pre-cristaos
anteriores. O autor de Daniel esta correto em sua descrição de que Nabuco-
donosor ê o edificador de Babilónia (Dan. 4:30; Heb. 4:27).^ "l5 Mesmo R.H.
Pfeiffer foi compelido a conceder:_"Presumivelmente nunca saberemos como
nosso autor soube que a nova Babilónia foi criação de Nabucodonosor (4:30
/Tí. 4;27_7, como as escavações provaram. ..."116 O autor também estavaco£
reto em seu conhecimento de que Belsazar, mencionado somente em Daniel 117
e nos registros cuneiformes, estava atuando como rei quando Ciro conquis-
tou Babilónia em 539 A.C.118 Com base em nova evidencia cuneiforme o com
plexo problema cronológico entre Dan. 1:1 e Jer. 25:1, 49; 46:2 pode ser
resolvido sem qualquer discrepância.119 Estes exemplos indicam cue o au-
tor de Daniel conhecia historia muito bem. A sugestão de SchíJrer feita uns
100 anos atrã"s na'o mais pode ser apoiada em vista da nova evidencia cunej_
forme.
Finalmente, podemos tentar considerar brevemente a ultima divi-
são de uma semana ou 7 anos. O terminus ad quem dos 490 anos e neste esqu_e
ma de interpretação 14 de dezembro dê~TB4, lZfl~b dia da rededicaçao do Tem
pio. Esta data também assinala o fim da "metade da semana" ou 3 1/2 anos
que começaram em junho de 167. Contudo, o período de profanação do templo
não durou 3 anos e meio como a especificação de tempo em 9:26, 27 indica,
mas somente 3 anos. O "sacrilégio desolador" foi erigido em 15 de Kislev
ou 4 de dezembro de 167 (I Mac. 1:54) e o primeiro sacrifício foi oferecj_
do sobre ele em 25 de Kislev ou 14 de dezembro de 167 (I Mac. 1:59) e'exa_
tamente no mesmo dia em que o altar havia sido profanado, por sacrifício
pagão, três anos depois, em 25 de Kislev ou 14 de dezembro, ocorreu a re-
dedicaçao do Templo (I Mac. 4:52).121 Há" assim uma discrepância de cal eu
124
Io também neste caso. Um segundo problema existe com respeito ao irucio
da última semana ou 7 anos, porque de acordo com as melhores fontes o su-
mo-sacerdote Onias III morreu provavelmente em 170 A.C. e não em 171 A.C. l22
Se isto for correto, então 'o período se estende por somente 6 anos em vez
dos requeridos 7 anos de Dan. 9:26, 27. E evidente que a interpretação hi_s
tÓrico-crTtica se choca com problemas bem sérios de calculo em todos os~
três perTodos alem de numerosas questões exegeticas, o que não a apresen-
ta como uma posição aceitável.
2. Interpretação Histõrico-Messianica. Esta e a interpretação
tradicional dos expositores cristãos. Documentos pré-cristãos tais como a
Septuaginta,123 e o testemunho dos Doze Patriarcas (ca. 100 A.C.)124 con-
tem uma interpretação messiânica. A_EpTstol_a de Barnabe (ca. de 130)125
parece conter a interpretação crista messiânica mais primitiva. Clemente
de Alexandria (?-ca. 215), '26 Tertuliano (ca. 150-225),127 Hipúnto de Ro_
ma (1707-235) ,'28 OrTgenes, e Eusébio,'30 entre outros realizaram cál-
culos e interpretações cronológicas messiânicas. Esta linha de interpreta
çao histõrico-messiânica com cálculos cronológicos continua ate o presente.
A interpretação messiânica de Dan. 9 tem-se eclipsado quase com
pletamente entre estudiosos liberais que seguem a interpretação. Há ainda"
alguns entre eles que apoiam uma interpretação messiânica mas a restrin-
gem ao v. 24. '31 por outro lado, ha ainda firmes apoiadores da interpre-
tação messiânica ate o presente tanto entre estudiosos católicos como prp_
testantes em ambos os lados do Atlântico. '^2 ~~
O terminus a quo das "setenta semanas" segundo a interpretação
histÕrico-messianica e a "saída da ordem para restaurar e para edificar
Jerusalém" (v. 25) que teve lugar no sétimo ano de Artaxerxes (Esd. 7:7, 8)
quando ele emitiu seu decreto (vs. 11-26), isto e, 457 A.C.'^3 O sétimo
ano de Artaxerxes I a agora firmemente estabelecido como 457 A.C. e não
458 A.C. porque a ascensão de Ar^axerxes I teve lugar em dezembro de 465
e seu primeiro ano de reinado na contagem judaica começou em 19 de Tisri
de 464 A.CJ34 çom base em f-jrme apoio histórico para esta data para as
primeiras duas divisões do perTodo de setenta semanas (7+62 semanas: 483
anos) o terminus ad quem dos 483 anos e 27 A. D. quando do batismo de Je-
sus,^5 q ue marca a inauguração do ministério público do Senhor Jesus Cri_s_
to.
Ha pelo menos duas razoes principais para a escolha do primeiro
decreto de Artaxerxes I em 457 A^C. (Esd._7) como o terminus a quodos 490
anos. A primeira e principal razão ê" exegética e histórica^ Dan. 9:25a es_
pecificarnente identifica "a ordem" concernente ã restauração e reedifica-
çáo da cidade de Jerusalém como o inTcio do perTodo de setenta semanas. A
emissão da "ordem" não deve ser entendida como referindo-se a um decreto
de origem divina^6 mas a um decreto real de um soberano, tal como em 2
13, 15 ocorre o "decreto real" (dãtk)/ ^^/ p ara ma tar os sábios. Sendo
que este decreto real deve lidar com a restauração e reedificaçao da cida_
de de Jerusalém, o decreto de Ciro emitido no ano 538/37 A.C. (Esd . ]_: l -4~)
que instava os exilados e edificarem "a casa de Deus" (v. 4), isto é\re-
construTrem o templo, '39 nao p0de estar sendo mencionado. Não uma n-
125
ca palavra no decreto de Ciro indicando a restauração e reedificação da
cidade, como cidade. O decreto real de Dario I (Esd. 6:1-12), confirmou
o decreto de seu predecessor e uma vez mais relacionava-se com a "recons
truçao^desta casa de Deus" (vs. 8,12). Este decreto novamente dizia resr
peito Í edificação do templo e nada tinha a ver com a cidade.
O terceiro decreto é aquele emitido por Artaxerxes I no seu "sé
timo ano" (Esd. 7:7, 8),140 isto e, 457 A.C. Tal decreto não pode ter rc
laçáo com a reconstrução do templo, porque o templo foi concluído e dedT
cado em março de 515 A.C. (Esd. 6:13-18).^1 Qs acontecimentos registrl
dos numa passagem mal situada cm Esd, 4:7-23 nos fala de uma queixa dos
samaritanos de que os judeus estavam "reedificando aquela rebelde e mal-
vada cidade, e vão restaurando os seus muros, e reparando os seus funda-
mentos" (v. 12; cf. vs. 13, 16, 2]). Se este relatório vem do período pôs
terior^ao decreto do sétimo ano de Artaxerxes I, ou seja, um perTodo de"
condições polTticas incertas para o monarca persa apôs a revolta egípcia
de 448'42 então pode-se concluir que o decreto emitido em 457 A.C. rela-
ciona-se com a restauração e reedificação de Jerusalém. Deve-se notarque
os "tempos angustiosos" (Dan. 9:25) durante os quais seria novamente con_s
truído reflete-se claramente nos eventos registrados em Esd. 4:7-23. Con"
quanto a redaçao real do decreto de Artaxerxes í de 457 A.C. não façamén^
cão explítica de qualquer ordem para edificar a cidade de Jerusalém, isto
é realmente o que parece ter sido a intençã*o no entendimento dos judeus
aos quais foi dada. Treze anos depois da emissão do decreto de Artaxerxes
.1, isto e, o vigésimo ano de seu reinado (444 A.C.), ocorre o relato de Ne
emias, recebido de Hanani, de que "os rnuror Vu1 Jerusalém estão derribados,
e as suas portas queimadas a fogo" (Nee. 1;J;. Isto implica em que a cida_
de estava sendo reedificada, o que dificilmente poderia ter começado an-
tes de 457 por que tanto os decretos^de Ciro, como o de Dario referem-sa
somente ã" edificação do templo. O próprio Esdras confessa que a permissão
havia sido concedida por Deus mediante os reis persas "para levantar a ca_
sã de nosso Deus, para__restaurar as suas ruínas e para que nos desse um m_u
ro de segurança em Juda e em Jerusalém" (Esd. 9:9). Esdras considerou o
terceiro decreto como a culminação dos três decretos, como e tornado evi-
dente por sua referencia ao "decreto de Ciro, de Dario, e de Artaxerxes,
rei da Pérsia" (6:14).
Dever-se-ia notar também que dos quatro decretos conhecidos, $o_
mente dois são decretos principais e determinantes. O decreto de Ciro fi-
gura como um decreto principal, enquanto o de Dario confirmou o de Ciro J43
O outro decreto principal foi o do sétimo ano de Artaxerxes^ enquanto o do
vigésimo ano de Artaxerxes e apenas uma aplicação e renovação de seu pri-
meiro decreto. "Os decretos de Ciro e Dario relacionam-se com a edifica-
ção do templo: os de Artaxerxes ã" condição de Juda e Jerusalém. "^44
A segunda razão para a escolha do primeiro decreto de Artaxer-
xes I de 457 A.C. jaz no cálculo dos 490 anos. £ somente o ano de 457A.C.
que se enquadra na interpretação historico-messiãnica de Dan. 9:24-27.-
Aqui o princípio de reconhecer o cumprimento da profecia entra em jogo.
O terminus ad quem das 7 semanas e 408 A.C. 146 A primeira divj_
126
são de 49 anos e atribuída a restauração e edificação de Jerusalém. A es
cassez de informação que rodeia o período de 400 A.C. inevitavelmente im
pede qualquer verificação da exatidaó da data 408 A.C para a restauração
da cidade de Jerusalém.
A segunda divisão das 62 semanas, 434 anos, completa o perTodo
até o tempo do Messias em 27 A.D.'46 A interpretação histÕrico-messiâni
ca segue^a pontuação da LXX, TeodÕcio, Vulgata e Sirlaca que foi adotadã"
nas versões inglesas do presente (KJV, ASV, ERVmg, MLB, NASB). Isto sig-
nifica que a clausula reza: "ate Messias, o Príncipe, haverá sete semanas
e sessenta e duas semanas; será edificado novamente. ..." (9:25NASB). Ha
muitas versões inglesas gue seguem a pontuação de MT (ERV, ARV,NEG, NAB)
que tem um at/mac/i, o principio disjuntivo divisor dentro de um verso,
apôs as palavras "sete semanas." Os sinais de pontuação nos manuscritos
hebraicos não vieram a uso geral até um florescimento da atividade mass£
retica entre 600 A.D. e 930 e prosseguiu em pequenas questões também _de~
acentuação no século XIV. 147 Evidencia contemporânea aponta na direção
de que os acentos em versões gregas são anteriores aos MSS hebraicos dos
massoretas.148 Ha também considerações contextuais que favorecem a pon-
tuação mais antiga"149 e parece haver razões para a crença de que a pontij
ação massorética mais recente reflete um preconceito anti-cristao.^0 Pa_
rece que a pontuação tradicional pode ser mantida sem injustiça ao texto"
e contexto hebraicos.
A terceira divisão de uma semana, 7 anos, começa em sucessão
cronológica a partir da 69 semanas ou 483 anos com o batismo e o inicio
do ministério publico de Jesus Cristo. "Na metade da semana" (9:27)151
to e, 3 1/2 anos depois de 31 A.D., o Messias poria um paradeiro ao sa-
criflcio mediante a terminação do Seu ministério por Sua morte sobre a
cruz J 5 2 /\a metade da semana vem a_um fim com (1) a morte de Este_
vão (Atos 8:1), (2) a dispersão dos cristãos de Jerusalém, (3) a trans-
missão do evangelho aos gentios,153 e possivelmente (4) a conversão de
Paulo.l54
31 A.D.
7 semanas 62 semanas
49 anos 434 anos 3 1/2*3 1/2
127
A distinta superioridade da interpretação histõrico-messianica
e o perfeito sincronismo dos cálculos dos 490 anos desde seu início em
457 A.C. ate sua conclusão em 34 A.C. Tem-se que admitir que se nos vol-
vemos a historia, dentre todas as atuais interpretações nao-simboliças,
históricas a interpretação histõrico-messianica dos historiadores é, com
base em seus cálculos cronológicos, a única interpretação que pode rein-
vjndicar ocorrer total harmonia entre a profecia de Dan. 9:24-27 e a hi_s
toria^ mesmo quanto a um único ano. £ muito possível que esta precisa cor
relação entre profecia e historia seja uma importante pedra de tropeçopa_
rã a moderna mente racionalista.
E apropriado agora discutir várias objeções importantesaprese£
tadas contra a interpretação histõrico-messianica. H, Junker objeta que o
decreto referido pela "saTda da ordem" (9:25) não poderia ser o 79 ano de
Artaxerxes (Esd. 7:7,8) porque deve ser o decreto de Ciro, un;a vez que d£
vê relacionar-se, com base em Dan. 9:1, 2, a edificação de Jerusalém.155
Junker está correto em sua ênfase de gue o decreto deveria de fato rela-
cionar-se com a edificação de Jerusalém, mas seu argumento não pode ser
sustentado porque o decreto de Ciro e o de apoio, de Dârio (Esd.1:1-4; 6:
l-12)^relacionavam-se somente com a edificação do templo e não com a edi-
ficação da cidade propriamente dita. O primeiro decreto que poderia ter-
se relacionado com a edificação de Jerusalém como uma cidade foi o emiti-
do no 79 ano de Artaxerxes I, isto e, em 457 A.C.
Uma "objeção de peso contra o_considerâr 458 /45£7 como o termi-
nus a quo das sessenta e nove semanas"^6 £ levantada por H. J. Gruentha_
ner e diz respeito a teoria primeiramente apresentada em detalhe por A.
van HoonackeH57 e amplamente aceitais de que Esdras não veio a Jerusa-
lém ate depois de Neemias e sob Artaxerxes II (404-358 A.C.]. Gruenthaner
escreve: "Se isto e verdadeiro, então a interpretação messiânica dos vs.
25-27 torna-se totalmente impossível."159 £sta e na verdade uma "cbjeçao
de peso" mas tem algum somente se esta tese puder ser sustentada. Este não
e o lugar para avaliar os méritos e deméritos da tese de van Hoonacker.
Ha, contudo, objeções muito serias contra a tese de van Hoonacker ã cheg_a_
da de Esdras apos_Neemias que desautorizam seus argumentos e tornam sua
posição insustentável. ^0 Nesse respeito, esta "objeção de peso" e neu-
tralizada; poderia ter peso somente com base em aceitar-se uma hipótese
bem recente cujos fundamentos estão longe de serem seguros.
J. A. Montgomery sugere que a interpretação histÕrico-messiãni-
ca "foi tristemente confundida pelo erro original de somar as '7 semanas'
com as seguintes '62 semanas,1 como se as 69 semanas fossem a primeira fi-
gura intencionada."161 Esta^questao da pontuação no MT de 9:25a e uma
"objeção principal" na opinião de Francisco.162 Em vista do fato de que
a pontuação provida no MT é de origem mais recente do que a de Teodocio,
a LXX, e a Vulgata, e irracional falar^de "erro original" de Teodocio. C£
mo indicado acima a pontuação das versões gregas e mais antiga do que a _do
MT. Parece possível somente falar-se de um "erro original," se se tem, nu_
ma base apriorística, concluído que uma interpretação particular deste te_x
to seja superior. A exegese correta procede c um meticuloso estudo do tex
128
to sem recorrer a declarações dogmáticas quanto ao que seja ou não um su-
posto "erro original. "163 Permanece o fato de que qualquer pontuaçãoése
cundaria e não original, mas reflete a tradição dos massoretas e seus pré"
conceitos J64 i$to em si mesmo indica que nenhum argumento de importan-"
cia pode ser sobre ele edificado.
_ objeção um tanto mais substancial parece dizer respeitoain
terpretaçao de que a destruição de Jerusalém teve lugar em 70 A.C. equeõ"
"príncipe" de 9:27 que esta para vir e Tito. Isto não pode ser trazido em
harmonia cronológica com as "setenta semanas" que terminam em 34 A.Cj^o
E devido a esta dificuldade que Young e levado a sugerir que a destruição
de Jerusalém e do templo "trata-se de um detalhe de informação que e acres-
centado, indicando que os judeus podem saber o que sobrevirá a sua cidade
ern consequência da morte do Messias. Dois acontecimentos, portanto, são
mencionados no v. 26. Um desses, como o v^ 27 revela, pertence ao septua-
gésimo sete; o outro nao."^ Esta opinião pode ser considerada como es-
tando em harmonia com a sugestão de que o efeito da morte de Cristo foi
simbolizado no momento de Sua morte pelo rasgar do véu no templo (Mat.27:
51; Marc. 15:18) J67 /\ueda de Jerusalém com o incêndio do templo é a r a_
tificação exterior da falta de significação dos sacrifTcios apôs a morte
de Cristo, a consequente manifestação do estado de coisas como já exis-
tiam. 168 Conquanto com a morte de Jesus Cristo os sacrifTcios judaicos
não cessassem, esses sacrifTcios oferecidos após Sua morte não mais pode-
riam ser considerados como legítimos e validos a vista de Deus (Heb.7:U;
8:13; 9:25, 26; 10:8, 9). Em resumo, a queda de Jerusalém e a destruição
do templo em 70 A. D. não devem sor considerados como terminando as "seten
ta semanas"169 ^as sim como manifestações exteriores dependentes da atua-"
cão do Messias em causar a interrupção dos sacrifTcios e oferta de manja-
res e a ela subsequentes.
E evidente que cada uma das principais correntes de interpreta-
ção de Dan. 9:24-27 tem suas fraquezas. Terá que ser admitido que uma com
paração dos pontos fortes e fraquezas exegeticos, históricos e cronológi-
cos de cada uma indica que a interpretação historico-messiãnica e maisunj_
ficada e não parece sujeita a dificuldades crono"!Ógicas.l ?° Nesse senti-
do a interpretação historico-messiânica^recomenda-se_como a mais adequada
dentre as quatro principais interpretações contemporâneas.
***** ****
129
REFERENCIAS E NOTAS
50. Zoeckler, Daniel (New York, 1876), pp. 205-213; Matthew Po-
lê, Synopsis Criticorum "(Frankfurt, 1694).
—
fiAs únicas - conhecidas são C. Wieseler, Pie 70 i-Jochen
exceçoes
und die 63 Jahrwochen dês Propheten Daniel (Gottingen, 1339), q~ue sugerem
que em 9:24 semanas literais são subentendidas mas nos vs. 25-29 semanas
de anos. J, Slader,, The Seventy Weeks of Daniel's P^_Ç.P£|^cy (mimeografado;
Londres, 1925), advoga que semanas literais são suHentencffdas.
130
11 Leupold, Daniel, p. 409.
12
Apoiadores desta opinião são T. Kliefoth, Das Buch Daniel
(1868) que e creditado como sendo o primeiro entre interpretes a ter ten
tado estabelecer exegeticamente
-j a interpretação simbólica. Ele é seguido"
em grande medida por C. F. Keil. The Book of Daniel," Commentary on the
Old Testament, ed, C. F. Keil and F. Delitzsch (Edimburgo, 1891), pp.399-
402; LeupoldT Daniel, pp. 403-410 P. Grelot, "Soixante-dix semaines d 1
annees," Bi b, W(l 969),169-186), também toma as 70 semanas como um nume
ro simbólico mas aplica-o diferentemente do anterior.
13 Keil
Daniel, p. 352; Kliefoth, Daniel, s.v.; E. J. Young,
The Prophecy of Daniel (Grand Rapids, Mich., 1949), p. 203; Leupold, Da-
pp. 418-420; cf. B. H. H a l l , "The Book of Daniel, 1 1 The '.'esleyan
'e Conmentary, ed. C. W. Cárter (Grand Rapids, Mich., 1969 ,
1
Leupold, Daniel , pp. 420, 421: "O primeiro desses dois peru)
dos construtivos é aquele que culmina na vinda de um importante persona-
gem, tão importante, de fato, que precisa somente ser mencionado por si£
nificativos nomes dCle, e imediatamente se reconheço quem está sendo re"^
ferido." Keil , Daniel , p. 355.
15
Leupold, Daniel, p. 421
)
"Montgomery, Daniel , p. 376
131
23 Hengstenberg, Christology, II, 808.
?4
R. H. Charles, The Sook of Daniel, (Edinburgh, 1913), p. 104;
Montgomery, Daniel , p. 373; etc.
25Sanh.5.1.
"3 n
JU Francisco, RevExp 57 (1960), 136.
31
Também por J. C. Payrie, Encyclopedia of Biblical Prophecy (New
Y o r k , 1 9 7 3 ) , pp. 384f.
39
Assim chamado segundo o famoso estudo pelo dispensacionalista
H. A. Ironside, The Great Parenthesis (Grand Rapids, Mich., 1943).
33
Entre os muitos expositores os seguintes são representativos:
J. A. Seiss, Voices from Babylgn (Philadelphia, 1879); Robert Andreson,
The Corning Prince (TÕhdon, 1909); C. I. Scofield, ed., The Scofield Refe-
rence BT5Tê~T^GW York, 1909); A. C. Gaebelein, The PropKêTT)ãTne1 (New
"?ork, 1911); L. S. Chafer, The Kingdom in History and Prophecy (Chicago,
1936); A. J. McClain, Daniei 's Prophecy of the Seventy UcTêTs^Gr and Rapids,
Mich., 1940); H. A. Ironside, The Great Parenthesis (Grand Rapids, Mich.,
1943); J. D. Pentecost, Things~tcTCome T^ãrían^pT^s, Mich., 1958); J. F.
Walvoord, Daniel the Key ^o Prophetic Revelation (Chicago, 1971); L. Wood,
A Commentary on Daniel (Grand~Rap"idS) RTch., T973).
34
Pnntecost, Things to come, p. 239; cf. J. F. Walvoord, "Is Da-
nieTs Seventieth Week Future?" B^ 101 (1944), 30; McClain, Seventy
Weeks, p. 5; etc.
35
Por exemplo, McClain, Seventy WoQks, pp, 12-15; Pentecost,
Things To Come, pp. 242-244; hlal voord7DãTnêT7~PP. 217-220; Wood, Daniel ,
pp. 247s.
o,c _
iiiings To Come, pp. 244f.; Walvoord, Daniel , p,225.
132
37
Anderson, The Corning Pr ince, p. 128.
38 Ibid.
4 1 Ibid.
4?
R. D. Culver, Daniel and the Latter Days (Chicago, 1954), p
145.
43 R. C. Newman, "Daniel 's Seventy Weeks and the Old Testament
Sabbath-Year Cycle," Journal of the Evangélica! Theological Society 16
[1973), 233.
Lá
' 'Pentecost, Things To Come, p. 247.
45
Ironside, The Great Parenthesis, quoted by Young, Daniel , p
194.
133
m
*
54Newman, JETS, 16 (1973), 233s.
134
(3rd, ed.; Darmstadt, 1964), I, 308-315; J. M. Schmidt, Pie jddische Apo-
kalyptik 'Neukirchen-Vluyn, 1969), pp. 36$.
72
Ver a discussçao informativa por Young, Daniel , pp. 317-320.
73
Ver as introduçoes-padroes por 0. Eissfeldt (1965), G. Fohrer
(1968), 0. Kaiser (1969), etc.
87
Kei l , D a n i e l , p. 351.
op
Russel , Jewish Appcalyptic, p. 197. Curiosamente esta suges-
tão não foi repetida em sua obra mais recente, The Jews from Alexander
to Herod (London, 1967), p. 239, conquanto os dois textos em Jer. sejam
referidos.
39
Ver a discussão por J. Bright, Jeremiah (AB; Garden City,
N.Y., 1965), pp. 284s.
91
E. J, Bickerman, "The Edict of Cyrus in Ezra l," JBL 65
(1946), 244-275; J. M. Myers, Ezra-Nehemiah (AB; Garden City,1TY. 1965),
p. 6; J. Bright, A History of Israel '(2nd ed.; Phi ladelphia, 1972),p. 361
94A. Ma l ama t, "A New Record of Nebucnadnezzar's Palestinian
Campaign," IEJ 6 (1956), 246-256; E. Vogt, "Die neubabylonische Crhonik
(Jber die Schlacht bei Karkemisch und die Einnahme von Jerusalém," VTS 4
(1957), 67-96; S. J. De Vries, "Chronology of the OT," J_DB (NashviTTe,
1962), I, 597s.; S. H. Horn, "The Babylonian Chronicle ancí the Ancient
Calendar of the Kingdorn of Judah," AUSS 5 (1967), 12-27; E. R. Thiele,
The Mysterious Nuinbers of the Hebrew Kings (2nd ed.; Grand Rapids, Mich.,
196b), pp. I65-I7Í!; A. Malamat, IEJ Ifí (T368), 137-156; K. S. Freedy e
D, B. Redford, JAÓS 90 (1970), ÍFZ-485.
9S
G. Behrmann, Das Buch Daniel (Gôttingen, 1894), ^d_I_0£.
96 Esta data e sugerida por J. M. Myers, The World of the Resto-
ration (Englewood Cliffs, ^J.J., 1968), p. 43.
-
97M. J. Dresden, "Cyrus," ID3, I, 755, também pensa que Ciro "e
talvez o 'ungido'" de 9:25.
98 Kíinig, Messiani sche Weissagunqen, p. 311; M. Tnilo, Pie Chro-
logie dês Daniel-BucTie"! (Bonn, 1926), p. 147
99Montgornery, Daniel, p. 392.
136
100 Young, DajvkK p, 202. '
1 Q j Baumgartner, TR 11 ( 1 9 3 9 ) , 2 2 4 .
l 04
Montgomery, Djmje^, p. 393. Cf. Baumgartner , TR 11 (1939),
l OS
B. Duhm, Israel s Propheten (2nd ed . ; Tubingen, 1922), p. 416.
i nr
M a r t i , .Dajv[ej[, P - 73.
l 07
Porteous, Daniel , p. 141.
i no
Francisco, RevExp 57 (1960), 134.
l 09"'Russell, Jews from Alexander to Herod, p. 239. Isto e dito
ter-se originado com F. TTTruce, cf. R u s s e l l , Jewish Apocalyptic, pp.!97s.
-] l n
1 E. SchíJrer, A History o f t h e Jewish People in the of Jesus
Christ (Edinburgh, 1390),~31V. H, vol. I I I , pp. £Ts .
137
rr.imi.T3am
I 1 fi
R. P. Doughterty, Nabonidus and Belshazzar (New Haven, 1929),
pp, 59ss.; Pfeiffer, Introduction, p. 759.
I1 9 D. J. Wiseman, "Some Histórica! Problems in the Book of Da-
niel," in Notes on Some Problems in the Book of Daniel, eds. D. J. Wise-
man, T. C.~flitchell , et ai.' Çlondon, 1965), pp. 16-187
120
I M a c . 4 : 5 2 25 de quesleu, no ano seleucida 148: 14 de de-
zembro de 164 A . C . Ver agora o novo E. SchfJrer, The History of the Jewish
People in the Age of Jesus Christ, ed. M. B l a c k , G. Vermes, e F. Millar
"["Edimburgo, 1573), I, 163 ;""Del cor, Daniel , p. 203.
12D^PG, II, 72; cf. Fraidl, Siebzig hlochen Daniels, pp, 26s.
128MPG, V I I , IX, X.
1?9
MPG, XIII, 1656ss.
130 Demonstr. Evang. Lib. V I I I , Ch. 2.
133 Em Esdr. 7:26 o mesmo termo aramaico dn.tk aparece com refe-
rência a lei real ou decreto de Artaxerxes.
T OQ
Um número de estudiosos demonstraram que esse edito não se
139
refere ã edificação de Jerusalém, mas a edificação do templo: K. Galling,
"Von Nabozid zu Darius," ZDPV 70 (1954), 11-32; J. Liver, The Return from
Babylon: Its Time and Scope," Eretz Israel 5 (1958), 114-119; Myers,Ezra-
Nehemiah, p. 7; M. Noth, The History of Israel (2da. ed.; New York, 1960),
p. 308.
- atuado com a ideia
140Alguns eruditos tem - de que o 'sétimo ano
(Esdras 7 : 7 s ) e um erro quando se intencionava outro numero, muito plausj_
vãmente o 'trigésimo sétimo a n o . " Assim estão A. F. A l b r i g h t , Tne Bibl içai
Period from Abraham to Ezra (New York, 1963), pp. 93, 112s. nQ~T3T- T.
Bright, irThe Date of E z r a ' s Mission to Jerusalém," Yehezkel Kaufinann Jubi-
lee Volume (Jerusalém, 1960) pp. 70-87; idem, A History of Israel , p. 4(J27
Para os argumentos contra essa emenda que carece ae qualquer sUpõrte tex-
tual ou em v e r s õ e s , ver A. Emerton, "Did' Ezra Go to Jerusalém in 428 A.
C . ? 1 1 m 17 (1956), 1-12.
l 41
Pusey, D a n i e l , p. 189.
146
_
Hengstenborg , Cnnstology, II, o93; Pusey, ^a_njel , p. 189;
Price, Greatest of tho PropTTets, p. 2lJ3. Boutflower, In and Around the
Book of Daniel , p. T~o5, fnd~ica o ano como 26 A. D. A dãTa~~clo batismo de
Jesus esta intimamente ligada com a de Sua morte que é datada de 30 a 33
A, D. Uma discussão dessa questão é provida no Seventh-day Adventist Bible
^.....luradry, V. 235-2C6; G. Amadon, "Ancient Jewish CaTê n da t f o n , " JBT ÇT~
T1^T2")T^^7-280; idem, "The Crucifixion Calendar," 63 (1944), 177^!"9"0;
Finegan, Handbook of Biblical Chronology, pp. 264s.
140
l 50
Pusey, Daniel, p. 190 nQ l, cita Rashi segundo o qual "por
causa dos heréticos, isto e, Cristãos" a clausula foi dividida por um
l 51
A tradução de IULA*. como "meio" é encontrada em TeodÕcio, Vul-
gata e muitas EVV (KJV, ASV', NASB, MALB). Cf. o trabalho não assinado,
"On Daniel 9:27," Probletns in Bible Translation, pp. 184-187.
152 - ~
Esta e a opinião unanime de todos os enumerados no n9 132 e
tem sido a interpretação dominante desde a Reforma. Entre exegetas da pre-
Reforma, Í sustentada por J ú l i o Africano, Eusebio, Policronio, Teodoreto,
Alberto Magno, Nicolau de Lira, DionTsio Cartusiano; ver Fraidl , Siebzig
Wochen Daniels, pp. 156-158. Segundo Jerônimo mesmo os judeus parecem ter
a d m i t i d o u m a referencia a Jesus Cristo na morte do Ungido, mas sugeriram
que o reino dos judeus não será dEle, ver Commentary on Daniel, de JerÕnj_
mo, trad. de G. L. Archer, Jr. (Grand Rapids, Mich., 1958), pp. 108s.;
Montgomery D a n i e l , p. 397.
Montgomery, D a n i e l , p. 392.
Assim já' tinha Teodoreto (morto ca. de 460) que prove o pri-
mei ro comentário grego preservado sobre Daniel (MPG, LXXX I, 1469ss.). Cf.
Fraidl, Siebzig Wochen Daniels, pp. 94-97.
A * * ir
* * x *
142
CAPITULO VI
O S A N T U Á R I O C E L E S T I A L NA ESCRITURA
•-'., '-./
sés divinamente instruído, quando estava para construir o taber_
naculo; pois diz ele: Vê que faças todas as'coisas de acordo com
o modelo que te foi mostrado no monte" (Heb. 8:5, citando Êxo.
25:40).
Cremos que a avaliação do Prof. Bruce é correta quando ele declara: "O s_u_
mo sacerdote da linha de Arao ministrava no santuário terrestre; Jesus
exerce Seu ministério sumo sacerdotal no santuário celeste, do qual o te_r
reno era somente uma replica."13 Em harmonia com a tipologia bíblica e
sua resultante correspondência a tipologia vertical do esquema do celes-
tial e terreno^ concede-nos uma mais profunda compreensão da esfera ou l_u
gar do ministério de Cristo no céu.
Como conceberemos o santuário celestial onde o exaltado e entr£
nizado Cristo, instalado como Sacerdote e Surno Sacerdote a dextra de Deus,
ministra em benefício de Seu povo? Não devemos subentender que nossa era e
o século XX seja^o primeiro período na historia a experimentar tentativas
de reinterpretaçao e demitolog^zaçao. Conquanto haja alguns hoje que ten-
tem conceber o celestial e o nao-terreno em termos da filosofia platónica,
isto não e essencialmente nada novo porque em alguns círculos judaicos do
tonipo de Cristo também se concebia a realidade celestial em termos plató-
nicos. Por exemplo, o famoso teÕlogo-filõsofo judeu Filo de Alexandria^
sugeriu com base em concepções derivadas do filosofo grego Platão'^ que o
tabernáculo do deserto edificado por Moisés era meramente o arquétipo do
mundo celestia] das ideias.'' Conquanto ná'o seja este o lugar para deba-
ter essa. questão em detalhe, pode ser sugerido que segundo pesquisa mais
recente a epístola aos.Hebreus não revela o tipo de influencia do plato-
nismo e filonismo que anteriormente se supunha.'^ Realmente, podemos acorn
panhar L. Goppelt, e caracterizar o "ministério sacerdotal celeste de Cri_s_
to como um equivalente real ao ministério do Vl\s dentro dessa ti-
pologia deduz de Êxo. 25:40 que há para o santuário terrestre (9:11), ou
seja, o tabernáculo como o àvrÓTUírov /antituponj 'figura 1 (9:24) e IITTO'-
SeiYHa/hupodeigmaJ ''copia' (8:5; 9:23) um 'original 1 celestial r\h:os /"tu
posj (8:5; Êxo. 25:40)."19 £m outras palavras, a fonte explícita da ti-
pologia vertical do esquema do santuário terreno-santuario celestial em
Hebreus 8:5 e o VT. O autor inspirado de Hebreus recusa para sua descri-
ção da esfera e lugar do ministério celestial de Cristo a Êxo. 25:40 on-
de Moisés foi instruído a edificar o tabernáculo "em cada detalhe, segun
do o modelo ou padrão que lhe foi mostrado no Monte Sinai, ..."^0
Uma vez que o autor de Hebreus explicitamente liga o "santuá-
rio" celestial e "verdadeiro tabernáculo" (8:2) em que Jesus entrou com o
"modelo" (tupos) que foi mostrado a Moisés (8:5) segundo Êxo. 25:40, pa-
rece imperativo volver a ideia do santuário celeste no VT. Mas antes que
volvamos ao VT convém refrescar a memória com respeito ao fato de que ÊXO.
25:40, além de Heb. 8:5, é referido uma vez mais em Atos 7:44. Em ambos
os textos o "original celeste"^! do tabernáculo terreno é designado com a
palavra grega tupos (TUTTO<,-) que Í tomada por empréstimo da tradução Sep-
tuaginta.22 A referencia em Atos aparece no discurso de Estevão em que
ele faz menção ao "tabernáculo do testemunho no deserto" que Koisés foi
144
instruído a fazer "segundo o modelo que tinha visto" (7:44).23 Estevão
realça o ponto decisivo de que "há" um original celeste, um TVÍTTOÇ /lupos_7,
mesmo acima do tabernáculo, que era o lugar da graciosa auto-oferta de
Deus na era exemplar da salvação (7:17 "24
2. O Santuário Celestial no VT
rã II Re. 16:10; Sal. 144:12, I Cron. 2 8 : 1 1 , 12, 18, 19; (4) "imagem"
(Bild)34 para o Sal. 106:20; Isa. 44:13; Eze. 8:10 (isto e,"pintados na
pãrêHe"35); (5) "forma de uma mao"36 (etwas wie eine Hand)-37 em Eze.i
10:8; e (6) "planta (de arquiteto]" (Bauplan)Jã em I Cron. 28:19. Em ou-
trás palavras, em passagens que não tratam com o santuário ou templo o
termo tcibnLt pode referir-se a "forma" de ídolos (Det. 4:16-18), ou ao "m£
delo" ou"forma de um altar (II Re. 16:10; Jos. 22:28); ou a "figura" ou
"simulacro" de um novilho (Sal. 106:20), ou a "estrutura"39 ou modelo
de um palácio (Sal. 144:12). Com base nessa utilização parece seguro con-
siderar o sentido de tabnlt cm Exo. 25:40 como sendo o de um "padrão"
145
(Urbild) no sentido de um "modelo" (Model1)40 que foi relevado a Moisés
em visão segundo o qual ele havia edTficado o santuário terrestre.41 O
"modelo" que Moisés viu era unia espécia de maqueta. Não se tratava de uma
planta arquitetânica, que à parte da visão, não tinha qualquer existência
real.43 g santuário terrestre segundo Heb. 8:5 é a "sombra" (&lúa) ou "co
P"*3" (nupodeigma) de unia substancia celestial (epourania), "mas não a som
bra de outra sombra."44 Assim, deve ter uma realidade. Em resumo, parece"
que -tafanZí em Êxo. 25:9, 40 refere-se ao "modelo" (Urbild) no sentido de
uma miniatura real do "modelo" (Model1)45 celestial que parece ter sido_
uma maqueta do santuário celeste. Moisés viu o "grande original" em visão
também. (Ver nota 20, ao final do capTtulo).4°"Existencia^real deve ser atrj_
buTda aos modelos celestes, porque correspondem ã revelação de Deus. "47 P£
demos aqui notar a seguinte declaração de E. G. White:
"Ele /DeusJ7 apresentou perante Moisés um modelo em miniatura
do santuário celestial, e ordenou-lhe que fizesse todas as coi-
sas segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte" (4SG, 5).43
Ha evidencia adicional do VT para a existência de um santuário
celestial ã parte__do livro de Daniel? Ha varias passagens nos Salmos que
falam de um santuário celestial. Davi confessa que "Falou Deus na Sua san
tidade" (Sal. 60;6/B/)49 e que "assim eu te contemplo no santuário" (SaT.
63:2/37).50 No Sal. 68:35 /367 Davi fala da solenidade de Deus "nos teus
santuários".51 A combinação de "santuário"52 com a palavra "nuvens"53 ou
"ceus"54 no verso anterior deixa pouca dúvida quanto ã" intenção do salmis_
ta. Parece referir-se ao santuário celestial. No Sal. 96:6 a mesma corre_s
pondencia entre "céus ("nuvens") e "santuário"-?5 aparece novamente e tem,
portanto, sido sugerido que aqui também o santuário celestial esta em fo-
co. 56 o "santuario"57 mencionado no Sal. 150:1 refere-se ao santuário C£
lestial.58
As vezes o lugar celestial de habitação e designado como o "tem
pio" (klkall (Sal. 11:4; 13:6; e possivelmente 27:4; 29:9). Em sua majes-
tosa experiência de seu chamado o profeta IsaTas viu "o Senhor assentado
sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo"
(Isa. 6:1). O "templo" (lilhat) refere-se aqui ao lugar celestial divino
de habitação ou santuario59 dentro do qual a divindade Se assenta sobre
Seu trono.60 o contexto de__Miq. 1:2, 3 indica que o "santo templo" men-
cionado por Miqueias e também o do céu. O mesmo e verdade' quanto a Hab.2:
20: "O Senhor esta" em Seu santo templo." Quando Jonas confessa; ."Subiu a
Ti a minha oração, no Teu santo templo" (2:7^/37), o "santo templo" pare-
ce referir-se ao santuário cejeste de Deus.6"! Estas passagens dos livros
proféticos e do salmista provêem abundante evidencia quanto ã existência
de um santuário celestial ou templo onde o regente do Universo esta entr£
nizado e é adorado.
3. O Santuário Celestial no NT
a. Apocalipse
Vários estudiosos chamam atenção ao fato de que no NT o tema do
146
santuário celeste ocorre mais concretamente na epistola aos Hebreus e no
Apocalipse de Joio.°^ Ha series de textos no livro de Apocalipse que fa
Iam do santuário ou templo celestiais (Apõe. 7:15; 8:3; 11:19; 14:15,171
15_j_ 5, 6, 8; 16:1, _17). Ao receber a grande visão registrada em Apõe. 4",
João tem a permissão de olhar através de uma porta que esta" aberta no céu
(4:1) e vê Alguém sentado sobre o trono no céu (v. 2). Deveria ser nota-
do que uma única^oorta permanece aberta e não o céu inteiro de modo qu e
João tem permissão de ver o trono celestial e Aquele que Se assenta so-
bre o trono. No cap. 7:15 esse trono é localizado no templo celestial de
Deus (nãos). °3 Isso é reafirmado em Apõe. 16:17; "saiu grande voz do san
tuárloT^õ" lado do trono." A localização do templo com seu trono e explT
citamente situado "no céu" em Apõe, 11:19: "Abriu-se, então, o santuário
de Deus, que se_acha no céu," e 15:5: "e abriu-se no céu o_santuario do
tabernáculo fiklnU do testemunho."6^ Alem da identificação do trono de
Deus no templo celestial, João também vê que o templo celeste contem "a
arca da aliança" (11:19) gue foi localizada no Santo dos Santos ou segun_
do compartimento do santuário terrestre. O altar de incenso estava loca-
lizado no primeiro compartimento do santuário terrestre. Parece chocante
que somente um altar esta associado com o templo celestial^ e_que e o aj_
tar de incenso também chamado "altar dourado" em Apõe. 8:5. "Não haveria
qualquer propósito ou sentido num altar de holocausto no céu; o sacrifí-
cio de Cristo foi oferecido sobre a Terra"66 e dificilmente haveria quaj_
quer coisa no céu que correspondesse ao altar de holocausto que ficava
localizado no pátio externo do santuário terrestre diante do primeiro com
partimento. t claro por estas passagens que o templo/santuário celestiaF
aparece como o grande original do qual o santuário terrestre que Moisés
construiu era uma copia.6/ i
O templo celestial ou santuário em Apõe. è~ também o lugar de
significativa atividade e lugar de onde se originam as açoes de abalar a
Terra. H_que .acontece.. n.o. templo, j^saniujri o .celes.tiaLa.feta alistaria
do mundo. £...do .templo_.ou sa_nt.U.ãrio__ce..les.tial /que os sete anjos emergem
com as sete últimas pragas com as quais estej mundo será castigado^ (Apqc/
15:5-8) . Finalmente vários anjos emergem do templo celestial segundo Apõe.
14:15-20 e um deles e portador de uma aguda foice para recolher a colhej_
ta terrena.6^
Deveria também ser observado que a atividade ao redor do trono
de Deus e do Cordeiro no templo ou santuário celestial e levada a efeito
pelos vastos números de seres celestiais. "Vi, e ouvi uma voz de jmuitos
anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número
era de milhões de milhões e milhares de milhares" (Apõe. 5:11). A preseri
ca dess^.-THil tidòes inumeráveis em volta do trono do templo celestial de_
veria servir como um indicador de que não deveríamos transferir as dimen
soes do santuário terrestre, que é meramente a "sombra" (Heb. 3:5^9:23j,
ao santuário celestial, porque, para empregar palavras de^E. G. Wh i te,
"nenhuma estrutura terrestre poderia representar a vastidão e gloria"
(PP, pãg. 370).
Em resumo, João, o Revelador, vê em visão o templo do santuário.
147 v •>,
\\
no céu l 1:19; 1 5 : 5 ) . Ele também vê o "trono" de Deus e do Cordeiro no
templo ou santuário celestial (4:1, 2; 7 : 1 5 ) . "A arca da aliança" (11:19)
e vista dentro do templo celestial o que implica que ele havia visto o
compartimento chamado Santo dos Santos. 7 0 João ademais vê "sete tochas
de fogo," que ardem "diante do trono" (8:3). Ambos^esses elementos esta-
vam localizados no prirnejro compartimento do santuário terrestre. Com ba
se na tipologia do santuário terrestre para com o celestial João vê tan"
to o primeiro?] como o segundo compartimentosjdo templo ou santuário ceies
Uai. Ele também testemunha a gloria e vastidão da habitação de Deus nó~
céu. 72 £ie torna conhecido que o templo ou santuário celestial e o lu-
gar de onde o destino dos homens sobre a terra e decidido e de onde deri
vá o julgamento.
b. Hebreus
148
contraste com os sacerdotes levTticos que serviam no santuário terrestre
que era meramente uma "figura (hupodeigma) e sombra (skia)""da realidade
celestial (8:5).
Em Hebr. 9:1-5 a epTstola aos Hebreus descreve o santuário ter
restre sob a primeira aliança: "Ora, a primeira aliança também tinha pré"
ceitos de serviço sagrado, e o seu santuário terrestre."^ A palavra ~~
"terrestre" (fco-im-uccm)^ deve ser contrastada com "coisas celestes"
"7 f ' —~ ", •—
(epouranio5) /b de 8:5 e a expressão "não feita com maos"(ou cheTropo i etos)
d e~9:11 , ffi. ? ? Nos vs. 2-5 o santuário do VT edificado por Moisés e de_s_
crito com ambas as suas partes mediante o emprego de expressões incomuns"
"o primeiro tabernáculo" (kc. p-iõte. -4ke.no.) nos versos 2, 6, 8 e "o segun-
do tabernáculo" (cícaícAa -4/:£n<I) nos vs. 3 e 7.73 £ssa ,'ormulaçÍo inco-
mum do v. 2 tem levado alguns exegetas a sugerirem que tais expressões
na"o só referem aos dois compartimentos de um único santuário edificado
por Moisés mas a duas tendas separadas^ a primeira das quais com refe-
rencia ã terra e a segunda, ao céu.80 Contudo, foi mostrado por 0. Ho-
fius que esta formulação incomum de 9:2-5 tem correspondência direta em
Josefo que designou todo o complexo do templo (Tempelanlagc) comotí icpoM (to
/Í./CAC-H)^ e "a primeira parte do Templo" c orno TO n poro ^ ícpdv (to pnõton
,Vr/íoi?)^ e "a segunda parte do templo" como TO ícutcpov if-poo (,fc, d cometo n
liÁ.QAo\\J de modo que e agora f i lologicamente seguro que o autor da epT_s_
tola aos Hebreus não fala de duas tendas separadas por uma cortina, mas
tem em vista dois compartimentos de uma única tenda"84 Essa evidencia fi
lologica^ mi l i ta contra a interpretação de que em Heb. 9:2-5_a separa-"
cão da "primeira tenda" e "segunda tenda" implica uma separação do univer^
só em termos cia Ter^a, isto e, "primeira tenda," e ceu^ isto é, "segunda"
tenda."00 Os exegetas que rejeitaram essa interpretação cosmolÕgica tem
agora solido apoio filológico para a interpretação espacial. 8 ? Em outras
palavras, Heb. 9:2-5 discute os dois compartimentos do santuário terres-
tre na tentativa^de trazer em foco o mais evidentemente possível a disti_n
cão e significação independente dos dois compartimentos.^ ~~
Tendo d i s t i n g u i d o de modo claro entre os doi_s compartimentos do
santuário do tempo de Moisés, Heb. 9:6 fala do ministério diário ou contT
nuo do sacerdote na "primeira tenda" ( rrív irp^rn^rfxrivfw) ou o "lugar sarí
to" do santuário e 9:7 explica que dentro do "segundo" ( rfiv 5euTÉÍpcw) ou
"santo dos^santos" o sumo sacerdote entrava sozinho "uma vez no ano." Es-
ta descrição do ministério continuo ou d i á r i o do sacerdote no "lugar san-
to" do santuário para cuidar do candelabro {Exo. 27:20, 21) e queimar in-
censo do altar de incenso {Exo. 30:7, 8) e semana apôs semana mudarospães
sobre a mesa dos pães da preposição (Lev. 24:8, 9) bem como o ministério
anual do sumo sacerdote, entrando para alem do véu ao "santo dos santos"
no Dia da Expiação (Lev. 16) para levar o sangue para si mesmo (Lev. 16:2,
H) e .para o povo (Lev. 16:15-17), esta em total harmonia com as instru-
ções do Pentateuco.39
Começando com Heb. 9:8 o autor de Hebreus relaciona com base'em
analogias tipologicas as vários ênfases do lugar e ministério do sacerdo-
te celestial e sumo sacerdote Jesus Cristo. Em Heb. 9:1-7 a divisão do sart
tuario terrestre e seus serviços em primeiro compartimento ("primeira te ri
149
da") e segundo compartimento ("segunda tenda") tem sido a divisão espaci
aí em/santo" e "santíssimo." Em 9:8 a epTstola toma o que foi dito do~
santuário da velha aliança (9:1) e o emprega como uma tipologia.e parlbo
Ia (9:9) das novas realidades da salvação do novo concerto. E difícil e?
capar a conclusão de que em 9:8 o "primeiro tabernáculo" é o santuário "
terrestre da velha aliança em sua inteireza, incluindo os dois comparti-
mentos do santuário, e o segundo tabernáculo, "o santuário" (cf. RSV,_NEB,
NAB,90 para tá oyLa )_tambem chamado "o maior e mais perfeito tabernácu-
lo" em 9:11 e o santuário celestial^! com seus dois compartimentos.
O acesso ao santuário celestial e o ministério nele efetuado
não estava historicamente disponível "enquanto o primeiro tabernáculo
ZcontinuavaJ erguido" (9:8) ou retinha seu status5^ sob o velho concerto.
"Quando o santuário terrestre cumpriu seu propósito por ocasião da morte
de Cristo, o meio de acesso foi historicamente provido para o santuário
celeste."9- o rasgar do véu no templo de Jerusalém no momento da morte
de Cristo (Mat. 27:51; Mar.'15:38; Luc. 23:45), que expôs o santo dos
santos, simbolizava que a estrutura e serviço haviam perdido seu status
de santuário.
Temos visto que em Heb. 8:2 o "santuário e verdadeiro taberná-
culo" refere-se ao santuário celestial. Também parece cxegeticamente se-
guro que como em 8:2, também se dá 9:8, para usar as palavras de W. Mi-
chaelis, "um único conceito parece abranger a totalidade do santuário c_e
.lestial, ou seja,TG Syta-11" Em 9:1-7 es dois compartimentos do santu_a
rio terrestre foram claramente distinguidos e seus significados indepen-
dentes realçados e também o ministério em cada um desses compartimentos
de modo que pareceria que essa distinção com sua significação do ministe
rio contTnuo e anual deve desempenhar um importante papel na tipologia
vertical do esquema do terreno-celestial e original-copia. Com base nes-
sa evidente tipologia, G. Theissen sugeriu recentemente que em^Heb.9 "c£
mo resultado de uma aplicação coerente do esquema de original-copia deve
existir no céu, bem como sobre a Terra, um santuário de duas partes."95
Na mesma linha de pensamento, W. Michaelis e bem especifico em sua avali^a
çao de 9:11: "Em 9:11 pareceria então que o santuário celestial_ e também
dividido em duas partes."96 Estas conclusões seguem a aplicação coeren-
te e a correção de uma tipologia vertical como manifestada na epTstola
aos Hebreus. A realidade de um santuário celestial com dois compartimen-
tos também concorda com a evidencia provida no VT e no livro de Apocalip
se.97
Talvez este seja o lugar para fazer alguma digressão e volver
nossa atenção ao termQjiaQ-ion./a. ( a^aov, dr^a) na epTstola aos Hebreus.98
Aparece como uma referência para o "santuário" ou uma parte dele em dez
passagens no NT e todas elas em Hebreus (8:2; 9:1, 2, 3, 8, 12. 24, 25;
10:19; 11:13)99 Em Hebr. 8:2, segundo a maioria dos exegetas,11 J Cristo
e descrito como um "ministro do santuário" ( TWV àytojv) e do "verdadeiro
tabernáculo" (tns anafis ^ns àAn^vns) J01 ambos os termos referindo-s-e
ao mesmo lugar, isto e, ao santuário celestialJ02 ^a unanime acordo que
em 9:1 s a única vez que o singular to ha.Q.ion aparece na epTstola, refere^
150
se ao santuário do deserto. Em 9:2 o OMO&£ta0u4 (único em Hebreus, exceto
9:24) hagúi refere-se como indica o contexto (ho. px.ot& AklniL) ao primeiro
compartimento, chamado o "lugar santo." Em 9:3 as duas palavaras kagÍA ka
QÂjovi (ambas plural neutro) reflete um semit1smo'fti e refere-se ao segundo
compartimento, chamado o "santo dos santos. "104 Começando com 9:8 a esfe
rã celestial novamente e focalizada, esfera em que ta h&Q-ia. ou "o santuã17
rio" foi colocado em 8:2. Nesta base, ã parte das considerações acima apre
sentadas, pareceria lógico esperar o mesmo significado para "o santuário71"
no céu encontrado uma vez antes. 105. Q articular ta. kagúi aparece em 9:12
e parece novamente referir-se ao santuário celestial e a totalidade de
seus serviços. F. F. Bruce explica o relacionamento tipologico nas seguin
tes palavras: "Enquanto Arao e seus sucessores iam ao santo dos santos no"
Dia da Expiação ... Cristo entrou no santuário celestial . "106 Outro es-
critor recentemente concluiu: "Assim Cristo Í o ministro tanto do lugar
santo como do santíssimo. "107 se em 9:12 ta. hag-La se refere ao santuário
celestial como um todo, então o mesmo local e descrito com hag^a. em 9:
24108 e 9:25. l 1 O mesmo tem sido sugerido para
/» 10:19 e 13:11 J00
Volvamos a duas passagens em Hebreus que apelam a nossa atenção.
Um dos textos-chaves' ' na seçao central (8:1-10:19) da epistola aos He-
breus é 9:11:
"Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens g ã
realizados, mediante o maior e mais perfei to tabernáculo /&*nvn7,
não foi feito por mãos, quer dizer, não desta criação. 11
A identidade do "maior e mais perfeito tabernáculo" é um assunto de inter
minavel debate entre estudiosos. Parece apropriado esboçar o mais abrevia
. damente possível as várias opiniões principais com seus respectivos pon-~
l\tos fracos__e fortes. Uma velha opinião, que podemos chamar a "interpreta-
;o eclesiástica" e que tem ainda defensores até o presente, sugere que o
*" tabernáculo onde Cristo ministra deve ser identificado como a igreja, H2
ou seja, "a comunhão dos santos. "H3 A ideia e que no VT "um maior tabe_r
nãculo" relaciona isto com a nova Jerusalém (Isa. 54:2, 3) e que Paulo
aplica isto Í Jerusalém no céu (Gãl . 4:27). Estevão e Paulo também insis-
tem em que nenhuma edificação "feita com mãos" poderia acomodar a Deus
(Atos 7:48; 17:24) e que Deus prefere fazer Seu lugar de habitação com o
povo (Isa. 57:15). Mas como poderia Cristo, que "penetrou os céus" (Heb.
4:14) para alcançar Seu trono e o Pai, ter passado através da igreja cons
tituTda de crentes?!!^ "E, antes, a igreja que deve passar mediante Cris_
to, seu mediador (cf. Heb. 8:6; 9:15; 10:19, 20; 13:15)."! > Esta opinião
vai de encontro ao contexto imediato de Heb. 9:11 e o contexto mais am-
plo da epistola. Ademais, a igreja não e chamada em parte alguma de "tabe_r
nãculo" (.6feÊn£) no NT.
A interpretação cristolõgica de Heb. 9:11 sustenta que o ^
nãculo" através (dia no sentido instrumental) do qual Cristo penetrou o
céu é o próprio corpo terrestre de Cristo.' Entre os textos citados em
seu apoio estão :isa. 38:12; II Cor. 5:1, 4; II Ped. 1:13. Em Heb. 10:20 a
crucificada "carne" (AO/IX) de Cristo é comparada ao "véu" mediante o qual
W- v *
\
Jesus inaugurou um novo e v i v o caminho cie acesso a Deus. Segundo esta opi
niao Cristo é o verdadeiro "ministro do santuário" em vista de que median"
te Sua morte sobre a cruz ele passou deste mundo e entrou para o Pai e mT
nistra no "verdadeiro tabernáculo" de Sua glorificada hamanidade diante dê~
Deus. "CHsto é o único caminho e meio de nossa aproximação a Deus em sa£
ta adoração, como o tabernáculo o era^no passado. "H? "A natureza humana
de Cristo é o único verdadeiro tabernáculo onde Deus habitaria pessoal e
substancialmente."l l° As seguintes objeçòesl l 9 têm sido oferecidas: (l) in-
terpretar 9:11 "como significando que nosso Senhor passara através de Sua
glorificada humanidade ã esfera da natureza divina, constitui uma figura
impossível, ou sugere um pensamento inadmissível."'20 (2) £ inconsisten-
te com Heb._S:5 (cf. Ates 7:44) onde o santuário terrestre do tempo de Moj_
sés e uma copia do original celestial de que um "modelo" foi mostrado a
Moisés no Monte Sinai. Dificilmente se pode conceber que o "modelo" mos-
trado a Moisés consistisse de qualquer representação ideal da futura hum_a_
nidade do Cristo encarnado. "^ (3) Este tabernáculo maior dificilmente
poderia ser^o corpo e humanidade de Cristo uma vez que as palavras "ndo
desta criação" (9:1J) não se aplicariam neste caso.'22 "^as edifTcil pe_n
sar que um autor tão antimoncfisita como o nosso fosse capaz de negar que
o corpo de Cristo pertencesse a nossa Criação."123 Na realidade, "oautcr
de Hebreus da constante ênfase ao fato de que Jesus foi verdadeiro hoi::0i:í' 124
como vários textos indicar; £Heb. 2:14, 13; 4:15; b:7, S; 9:15, 10:19). h_e
breus não e tocado pelo docetismo.125 (4) J. Moffat alegou firmemente que
a preposição dia ("através") antes da palavra "tabernáculo" em 9:11 tem
contextualmente um sentido local e não instrumental .126 Essas dificulda-
des principais não parecem recomendar tal interpretação.
Ha uma^interpretação de Heb. 9:11 que unifica os dois métodos
de interpretar ha pouco mencionados e combina-se com outra ideia. E chama
da de interpretação "complexus"!-'7 segundo a qual "o maior e mais perfei-
to tabernáculo" e tanto o corpo terreno de Cristo e o corop.de Cristo em
termos da igreja e também da comunidade final de eleitos.126 £ S ta inter-
pretação, uma combinação de três ideias, tenta superar as deficiências de
cada uma.129 Não obstante essa suposta vantagem e também sua falha. "A
mais obvia falha desta opinião e que e tão todo-abrangente que se torna
mal definida, enquanto o tabernáculo de Heb. 9:11 é definido com muita
precisão. "130 Tais interpretações complexasl31 deixam de ter a precisão
requerida pelo texto.
A interpretação do "glorificado Cristo e eucaristia" foi recen-
temente apresentada por dois jesuTtas. A. Vanhoye interpreta a expressão
"o maior e mais perfeito tabernáculo" em Heb. 9:11 sugerindo que se o co_r
pó de Cristo é visto como o "véu (Heb. 10:19, 20) pode-se,identificar "g
tabernáculo" (9:11) com o "glorificado corpo de Cristo. "132 j. Swctnarn133
acompanha-o, mas interpreta o corpo glorificado de Cristo no sentido^euca-
rístico. No que concerne a Heb. 8:2 o último cré que "a interpretação eu-
carTsfica oferece excelente sentido: Cristo e o ministro sacerdotal de Seu
corpo eucarístico. "134 o "tabernáculo" de Heb. 9:11 e "o corpo eucarT-stj_
co de Cristo considerado sob o aspecto de sacrif?cio/'135 £ssa interpre-
tação tem sido fortemente criticada pelo exegeta católico P. Andriessem
que solapa os argumentos de Vanhoye com base no que também a opinião am-
152
pliada de Swetnam se torna insustentável. Ele questiona a interpretação
de "sua carne" em 10:20 como referindo-se ao "véu" e apoia os exegetas (P.
Delatte, A. Seeberg, C. Spicq) que ligam "carne" com o "caminho" de modo
a_que se possa traduzir: "... um novo e vivo caminho que Ele abriu para
nos mediante o véu, ou seja, o caminho de Sua carne."136 Qbjeta-se tam-
bém que dia ("mediante") é entendido como polivalente," 1 3 7 ou seja, e tan-
to local como instrumental ao mesmo tempo J 38 Sendo entendido como tendo
somente um sentido em ambos os casos, então a interpretação do "glorifica
do Cristo-eucarístico" não pode suster-se. Em terceiro lugar, em 9:11 r\ao
ocorre ênfase sobre carne, meramente sobre sangue. A parte de "seu pró-
prio sangue" em 9:12 ter-se-ia que esperar "mediante o tabernáculo de seu
pr5prio corpo.""139 Estas são dificuldades de peso contra esta nova hipó-
tese que parece bem remota.
A interpretação "cosmolõgica" tem muitos apoiadores modernos e
'aparece numa quantidade de variantes relacionadas. John Brown escreveu
mais de 100 anos atras: "... e tendo oferecido Seu sacrifício sobre a Ter
rã, Ele /triadorj passou através dos céus visíveis, como eles /sumo saceF
dotcsj7 passavam através do tabernáculo exterior para o céu dos céus, de~
que o lugar santíssimo era um emblema."140 0. Michel explica que três céus
são distinguidos em Hebreus: (1) Ha os céus (1:10-12) desta criação que
são perecíveis. (2) Ha o céu (4:14; 9:10-12} mediante o qual Jesus passou
quando de Sua ascensão; constitui a primeira parte do santuário celestial
(9:11). (3) Ha um "céu" que e o real lugar de habitação de Deus (9:24) a
cuja região Cristo ascendeu para levar Seu sacrifício.141 j. Hering apoia
este ponto de vista: "Ele passa através do Santo (o celestial) identifica-
do com o céu, a fim de entrar no Santíssimo. "142 c. Spicq diz: "E, pois,
necessário compreender que Jesus, apôs Sua ressurreição e ascensão, pas-
sou através dos céus /lugar santo/ a fim de chegar a presença de Deus /Tlu_
gar santíssimoj."143 Ha muitos outros comentaristas que se expressam de
modo semelhante.144 Recentemente P. Andriessen defendeu fortemente esta
interpretação comum mas acrescentou uma ligeira modificação. Ele sugere
que o "tabernáculo" em 9:11 "não deve simplesmente ser equiparado com os
cius mais elevados mas com "o céu dos anjos."145
A interpretação "cosmolõgica" não tem escapado a crítica sev_e.
rã.146 Antes de nos volvermos a aspectos negativos convém realçar que a
analogia tipolõgica do santuário terrestre com dois compartimentos e recp_
nhecida como aplicável as esferas espaciais (xRumJU.ck). A relação tipolõ-
gica entre o santuário terrestre e o santuário celestial, sendo o último
rião de edificação por mãos humanas e não desta criação, ê corretamente re_
conhecido por 0. Michel que assinala: "Ao compreender 9:11 tem-se que re-
cordar 9:3 -- o santuário celestial consiste, como seu correspondente te_r
reno, de 'dois tabernáculos'. O primeiro /compartimento^ é também celesti-
a l , portanto, maior, mais perfeito e não feito por mãos,"W Conquanto o
reconhecimento de dois compartimentos para o santuário celestial por Mi-
chel e outros148 seja correto, uma interpretação espacial (tL&wnti.c.'n} par-
ticular segue urna aplicação simbólica e não uma l i t e r a l . Em outras pala-
vras, os dois compartimentos são tidos como símbolos de du.^s esferas ce-
lestiais. E neste ponto que a coerência da interpretação "ar>mo lógica" se
desmorona.
153
Em segundo lugar, se "o maior e mais perfeito tabernáculo" de
9:11 é simbolicamente restrito a uma passagem através das regiões celestj_
a i s pelo Senhor em ascensão a fim de chegar ao Santo dos Santos, então
existe uma contradição na frase: "o verdadeiro tabernáculo" f-ttló &k<LnèA
f£ó aJ&tkui&ò} de 8:2 que coloca o santuário inteiro no céu.149 parece,
pois, imperativo considerar o "tabernáculo" de 9:11 como indêntico ao "ta
bernãculo" de 8:2, isto é, o santuário celestial como um todo e não sÕ õ~
primeiro compartimento J 50 £ S ta sugestão encontra apoio no fato de que só
mente em 8:2 e 9:11 o "tabernáculo" e definido com adjetivos que realçam
sua natureza superior (como seja, "verdadeiro" em 8:2 e "maior e mais per
feito" em 9:11).
Em terceiro lugar, a palavra "tabernáculo" é nove vezes empreg£
da em Hebreus com referência ao santuário ou uma parte dele (8:2, 5; 9:2,
3, 6, 8, 11, 21; 13:10). Contudo, guando é empregado cm conexão com o rei_
no celestial (8:2; 9:21; /13:10?7^') sempre se refere ao santuário celej_
tia! como um todo. Uma vez que, portanto, em 9:11 o "tabernáculo" não ter-
restre está também posto ern foco. parece inevitável que se refira ao san-
tuário celestial como um todo.'52
Em quarto lugar, a equação de "tabernáculo" com regiões celesti
ais ou "céus" não faz justiça ã ênfase em Hebreus em que os céus são desi£
nados duas vezes como sendo uma parte desta criação (1:10-12; 12;2£>, 27)^"
enquanto "o tabernáculo" de 9:11 claramente não é_desta criação.'" ^re^
posta a esta objeção é que há vários diferentes céus mencionados em He-
breus e que somente os céus mais baixos são desta criação. Parece, então,
artificial argumentar ,que Cristo entrou através das regiões celestiais acj_
ma dos céus feitos com mãos e desta criação a fim de chegar ao céu que e
o lugar de habitação de Deus. Estes três tipos de céus são uma curiosida-
de exegética criada a fim de apoiar a interpretação "cosmolÕgica", mas não
tem base nos textos. Na realidade existe uma significativa distinção en-
tre o emprego singular e plural da palavra para céu que não deve ser pas-
sada por alto. Mais sobre isto brevemente. Estes graves problemas tornam
a interpretação "cosmolÕgica" inadequada.
As interpretações de Heb. 9:11 ate aqui consideradas (isto é,
eclesiástica, cristolõgica, complexus, Cristo-eucarístico glorificado, e
cosrnolõgica) têm um denominador comum: Tomam o termo "tabernáculo" (-ifeene)
na sentença, "o maior e mais perfeito tabernáculo" (9:11) como um sTrnbolo
que se apresenta para outra realidade. E mister assinalar-se, contudo, que
o termo "tabernáculo" nunca e usado como um_sTmbolo no VT grego quando
aparece num contexto do santuário. O mesmo e verdade quanto ao NT. Em Atos
7:42-44 e Apõe. 15:5 o "tabernáculo" (atois) e empregado também num con-
texto de santuário e outra vez se refere ao próprio santuário e não a ou-
tra realidade. Na verdade, em Apõe. ]õ:5 e explicitamente declarado que
"o templo do tabernáculo" esta "no céu" (ew íõ oatowS).'^5 isso indica
que o "tabernáculo" não_pode ser entendido simbolicamente como referindo-
se ao céu. Céu e tabernáculo são distinguidos um do outro. O santuário- de
Deus é imaginado como estando no céu e não é equiparado com o céu. E cho-
cante que em Hab. 8:1, 2 "o santuário e o verdadeiro tabernáculo" seja as_
sociado com o trono de Deus que está "nos céus" (eu to<iò oujuuw<it>). Em 8:
154
2 "santuário" e "tabernáculo" devem ser equiparados, como demonstrado aci
ma. Isto é apoiado pelo fato de que o pronome relativo ke.n ( r\v ) na clãiT
sula seguinte esta no singular e toma tanto "santuário" como "tabernáculo11
como sendo uma única ideia.
A
í^« As deficiências evidentes das interpretações simbólicas junta-
mente com corretas considerações exegeticas provêem a base para uma com-
preensão náo-simbõliça do termo "tabernáculo" em Heb, 9:11 e do santuário
de modo geral, isso significa que o "tabernáculo" de 9:11 e o santuário
não terrestre em Hebreus referem-se a uma indiscutível realidade no céu.
Não poderia ocorrer como uma surpresa que esta interpretação esteja em ha_r
monia com a evidencia para um santuário celestial tanto no VT como no NTT
Não deve'ria também ser de surpreender que estudiosos que adotam uma inter
oretaçáo simbólica de passagens sobre o santuário em Hebreus tenham tido"
que admitir francamente que "esta interpretação £não-simbõl icaj obviamente
concorda com a letra do texto, ..."^6 Os adventistas que têm entendido
historicamente que ha um santuário real com dois compartimentos no céu não
estão sós em sua compreensão dos textos bTblicos respectivos. Por exemplo,
O Prof. W. Michaelis, escrevendo em seu altamente reputadoTheological Dic-
tionary of the NT declara: "Em 9:11 parecerja portanto que o santuarioce-
ITstial e também"dividido em^duas partes. ^ Ele prossegue assinalando
que esse tabernáculo maior não e nem o corpo, nem a humanidade de Cristo,
nem as regiões celestiais (cf. 4:14) em contraste com o santíssimo como o
lugar de habitação de Deus."^8 /\a posição e essencialmente apoiada
pelo Prof. Joahnes Schneider independentemente da anterior. Ele declara
que em 9:11 "a entrada de Cristo no santuário celestial é descri ta em grar^
dês detalhes ... o autor de Hebreus tem formas bem definidas de pensamen-
to que lhe foram interpostas mediante o santuário terreno, o r/al, como te_
mós visto, e-le considera_como sendo a sombra do santuário celestial. E ele
assim distingue no santuário celestial entreum Lugar Santo e um Santo dos
Santos.l 59 O mesmo ponto de vista e mantido pelo comentarista H. Win-
disch.l^O Ha também outros estudiosos que tem sugerido com base na tipo-
logia de Hebreus que há um santuário dividido em duas partes.1°' A epis-
tola aos Hebreus concorda com o resto da Escritura em descrever um santua_
rio real com dois compartimentos no ccu. £ esta realidade celestial que
constitui o lugar onde Cristo, nosso Sumo Sacerdote, leva a efeito Seu nri_
nistcrio em benefício da humanidade.
A única objeção^de peso que alguns apresentam contra a opinião
de uma realidade de santuário no céu é a passagem de^Heb. 9:24. Este tex-
to traz-nos ã segunda passagem que chama nossa atenção. O ambiente contex_
tual de 9:24 esta na seção de 9:23-28 que trata do sacrifício de'Cri s to
uma vez por todas (c.-òwiatúj(Z,i) e seu ministério celestial que é precedido
pela seçáo de 9:15-22, que^ trata do Mediador de uma nova aliança^ E fre-
qtientemente suposto que Heb. 9:24 retrata o santuário como "os céus pro-
priamente ditos."" 162 Hebreus 9:24 assim reza:
"Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figu-
ra do verdadeiro, porem no mesmo céu, para comparecer, agora,
por nos, diante de Deus."
Ao considerar este importante texto é mister nào ler nele o que não coná-
155
ta e não deixar de ler o que nele ha. Este texto não declara que o santuá-
rio celestial tem somente um compartimento, ou seja, o Santo dos Santos J °
O que Heb. 9:24 realmente afirma? Temos que recordar que todo o
parágrafo dos vs. 13-28 constitui um desenvolvimento do tema exposto nos
vs, 11 e 12. A primeira seçao (vs. 13, 14) e uma expansão sobre a frase
"pelo Seu próprio sangue" do v. 12; a segunda seçao (vs. 15-22) e o dese_n
volvimento da frase"sumo sacerdote dos bens já realizados" do v. 11; e a
terceira seçao (vs. 23-28) expõe a frase "entrou no Santo dos Santos, uma
vez por todas" do vs. 12. O Santuário celestial permeneceu em necessidade
de sacrifícios mais sublimes do que seu correspondente terrestre. Cristo,
nosso sacrifício, entrou rto santuário celestial que não e feito com mãos
como o de Moisés, mas "no próprio céu" a fim de aparecer na presença de
Deus em nosso beneficio.
Este contexto é importante para uma correta compreensão do v. 24.
Este verso afirma positivamente que Cristo "entrou ... no mesmo céu." Se
se tivesse que identificar "céu" com o "santuário" ou "santíssimo" do sa_n
tuário,"Í64 então a tipologia inteira do santuário de Hebreus se desmorona_
ria. A razão e como segue. Sendo que o santuário terrestre construído por
Moisés é uma "figura e sombra" (8:5) do original celeste, mas se localiza
sobre a Terra, conclui-se que o santuário e verdadeiro tabernáculo gueoS£
nhor erigiu, não o homem (8:2), estaria "nos céus" (8:1) onde também se e_n
contra o trono de Deus, e não o céu inteiro. Ou^ para expressa-lo em ou-
tras palavras, se todo o céu ê o santuário, então toda a terra teria tam-
bém que ser o santuãVio. Desse modo, a tipologia do santuário de Hebreus
aponta a um santuário no céu.
Alguns exegetas têm notado que o uso singular da palavra "céu"
em 9:24 deve ter algum significado especial.'°5 Admitindo que essa suge_s
tão tenha validade, e chocante que a esfera onde o trono de Deus existe e
em Hebreus designado'com o plural. Em Heb. 8:1 Cristo e referido como ten
do tomado assento I dextra do trono de Deus "nos céus" (e.n to^iò ouAanoiáJ
onde o.santuário esta localizado e no qual ministra (8:2). Se é na esfera
dos "céus" superiores que estão localizados, o trono de Deus e o santuá-
rio, e esta frase "nos céus" (plural) é" especialmente a esfera da existen
ci_a de coisas de que as terrenas são "figuras" (hapodc^gmcUa.) em 9:23, e_n
tão o "céu" (singular) no qual Cristo entrou deve ter outro significado.
Tem sido sugerido que "céu" em 9:24 contrasta-se com terra, 166 porque na_
da ha declarado ou implícito aqui sobre Cristo ter penetrado "os céus"
(Heb. 4:14; cf-. Efe. 4:10). A própria palavra "mesmo" _parece oferecer
apoio a isto, porque ela não parece distinguir este "céu" das outras esfe
rãs celestiais mas contrasta-o com a Terra. 167 /\o de CHsto co
mo expressa em 9:24 pode ser indicada como segue: Cristo não veio a Terra
para entrar no "equivalente" (Gng&nbiJLd), o aYití&iponlbQ (v. 24a) do ver-
dadeiro santuário no céu, OJ seja, o santuário feito pelo homem, mas em
vez disso ele entrou "no mesmo céu," ou _seja, a_ esfera suprqterreno
(tth&UtuLit>c.hz) onde o "verdadeiro" santuário esta (v. 24b)J6y- £ no '"me_s
mo céu" e nío sobre a Terra que ele "agora" aparece na presença de Deus
por nos.
156
O advérbio "agora" (ctuw) em 9:24,17° seguido por um infinitivo
epexegético de intenção no aoristo (cf. também Mat. 20:28; Luc. 1:17),
não expressa "qualquer ponto isolado de tempo no passado, mas o começo de
uma série de ligações longas"!?! ou atos mediatorios. O "novo" põe aten-
ção sobre o fato de que nosso Sumo Sacerdote celestial se empenha numa i n
cessante apresentação de Seu sangue em benefTcio de Seu povo. Como tal,~
da especial atenção ao segundo aspecto do ministério expiatório de Cristo
que e o especial enfoque da seção central da epTstola aos Hebreus.
Sumariemos brevemente os pensamentos de Heb. 9:24. Este texto
afirma que Cristo entrou no próprio céu para começar seu ministério celej;
tial contTnuo na presença de Deus em benefTcio dos fieis. O termo singu-~
lar "céu" parece representar a totalidade do reino supramundano (llb&ujL-
diòck} onde o santuário celestial se localiza. Isto e comparado com seu
santuário antitTpico. Assim como os sacerdotes do sistema levítico leva-
vam avante seu ministério no santuário terrestre sobre a Terra, também
Cristo exerce Seu sacerdócio e ministério num santuário celestial (8:2,5;
9:8, ]1, 12; 9:24; 10:19), o "verdadeiro" (8:2; 9:11, 24), no mesmo céu
por nos.
£ possTvel que este ponto seja tão bom como qualquer outro para
lembrar-nos que a chave para o argumento todo da epTstola aos Hebreus é a
central idade do ministério expiatório de Cristo. Heb. 9:24 demonstra uma
vez mais que a entrada de Cristo no céu cumpre outro aspecto da totalida-
de de Sua obra expiatória e redentora. Ha três aspectos fundamentais da
obra expiatória de Cristo na redenção: O centro do primeiro aspecto e c
ato passado do auto-sacrifTcio expiatório de Cristo que teve lugarumavez
para sempre (ap/iapux). Seu sacrifTcio expiatório sobre a cruz e o funda-
mento^e base para o presente ministério de mediação, intercessão, e puri-
ficação levado a cabo por nosso exaltado Senhor e entronizado Sumo Sacer-
dote no santuário celestial continuamente (QÀA to ctónefeen, 7:3; 10:12,
14). Quando este segundo aspecto da obra expiatória de Cristo na redenção
e completado, então o terceiro aspecto de Sua obra redentiva se desdobra-
rá no ato futuro de Sua vinda outra vez (efe d&wt<Mnt 9:28) para a salva-
ção daqueles que ansiosamente aguardam por Ele. Estes três aspectos da
obra expiatória de Cristo na redenção correspondem a ser Cristo o mesmo
"onte, hoje, e para sempre" (Heb. 13:8).
Iniciamos esta seção perguntando: Em que santuário nosso Sumo
Sacerdote leva a efeito Seu ministério? Tornou-se evidente que o VT testj_
fica de um santuário celestial do qual o edificado por Moisés foi uma me-
ra cópia (Exo. 25:9, 40; cf. I Crôn. 28:11, 12, 18, 19; Atos 7:44; Heb.8:
5). O Saltério fala de um santuário (Sal. 60:6; 63:2; 68:35; 96:6;150:1)
ou templo (Sal. 1_!:4; 18:6; possivelmente 27:4; 29:9) no céu. Vários pro-
fetas do VT também testemunham quanto a um templo celestial (Isa. 6:1;
Miq. 1:2, 3; Hab. 2:20; Jon. 2:7 /8J. No NT João vê o templo celestial
(Apõe. 11:19; 15:5) e o trono nele localizado (4:1, 2; 7:15), mais o mo.bi_
liãrio do Santo dos Santos (11:19) e o Santo (4:5; 8:3). A tipologia ver-
tical da epTstola aos Hebreus revela que um santuário dividido em duas
partes (Heb. 8:2, 5; 9:8, 1 1 , 24) existe no céu (8:1) e corresponde em sua
157
existência aos dois compartimentos (9:1-5:11) do santuário terrestre do VT
(8:5). Hetx 9:2-5 traz em foco o mais fortemente possível a distinção e
significação independente dos dois compartimentos do santuário eosvs. 6,
7 o ministério diário ou contTnuo no Santo, bem como o ministério anual no
Santo dos Santos. Sobre o fundamento da tipologia vertical do esquema do
terreno-celestial que indicava um santuário com duas repartições no céu,
resta-nos investigar a tipologia horizontal do serviço sacerdotal/sumo-sa
cerdotal do sacerdócio terreno no que corresponde ao sacerdócio celestial
de Cristo no santuário do céu.
* * **
158
REFERÊNCIAS E NOTAS
159
gensburg, 1966), p. 107; "Hier wird auch unter dem ' Z e l t ' das ganze him-
mlische Hellingtum zu verstehen sein, ... só dass die beiden Grõssen
'Heiligtum' und 'Zelt 1 ais identisch anzusehen sind."; E. Riggenbach,
Der Brief an die Hebrfler (Leipzig, 1913), p. 218; Weiss, Hebr^ierbrief , p.
198; J. Hering,' The Epistle to the Hebrews (London, 1970), p. 66 : " . . . a-
qui um sinónimo para ^ktLnH' ( :tabernãculo) . " £ argumentado por H. Koes-
ter, "'Fora do Acampamento 1 : Heb. 13:9-14," Harvard Theological Review 55
(1962), 299-315, esp. 309 e T, Hewitt, The^EpiTtTirto the Hebrews (Grãhd
Rapids, Mich., 1960), p. 135, que "santuário" e "tabernáculo" não se ref£
rem a mesma coisa. Á posição deles não e fortemente apoiada com base no
fato de (1) haver evidentes hendíadis com o emprego sinónimo de "*r^" e
"<jxn\J«'u(2) o emprego do explicativo KCK' (Weiss, Hebríier, p. 198); e^(3) a
evidência da LXX ondeayca e usada em seu sentido primário do santuário co
mo um todo (Salom, AUSS 5 (1967), 66).
160
H. Schlier, "ÚTrrfíftrua," TDNT, II, 32,33)_indica a correspondência com o
grego ático irap^ífuua g termo no grego ático refere-se aos próprios exem
piares celestiais, enquanto aqui trata-se de uma "figura" terrestre da rê_
alidade celeste (como corretamente declara Bruce, Hebrews, p. 165 n° l;~
cf. T. F. Torrance, Royal Priesthood /Fdinburgh, I9bb/, pp. 20s.). Em
3:5 e 9:23 o tenr,o0rrosí{,i/ja significa "copia, imitação" (Bauer-Arndt-Gin-
9 r1cn » Lexicon, p. 851; Michel, Hebraerbrief, p. 290 n9 3: "Nachbildung,
Schattenbild.") em contraste com o significado deste termo em 4:11 onde
significa "exemplo, modelo (Beispiel, Vorbild}."
O termo grego^xúa è" usado em Heb. 8:5; 10:1, isto é", somente
na seção 8:1-10:18 (Michel, Hebr3erbrief, p. 290), o coração da carta aos
Hebreus. O significado é de "sombra" em contraste com a realidade fTsica
que lança uma sombra (Riggenbach, Hebráer, p. 222). "Sombra tem sentido
paralelo ao de "figura" (S. Schulz, TWa," TDNT, (1971), V I I , 398) e foi
utilizado filosoficamente e de outro modo para descrever uma silhueta,
esboço, ou reflexo" (Buchanan, Hebrews, p. 134).
12 -
Os termos "figura e sombra" tem dado margem a moderna tendên-
cia de interpretar Hebreus em termos da filosofia platónica (W. F. Howard,
The Fourth Gospel in Recont Criticism and Interpretation /Uòndon, 19557,
p. 11 S; T. W. Manson, The tipi st l e to the Hebrev/s /London,n95l7» PP- T24-
-126; J. Moffatt, A criticai and Exegetical Comiiientary on the~Epistle to
the Hebrews /Edimburgo, I9Z4/, pp. PlUs., e outros)._0ma forte reaçao con_
tra essa hipótese de um plaTonismo por toda a extensão deriva de R. Wil-
liamson, "Platonism and Hebrews," Scottish Journal of Theology 16 (1963),
fllSss.; idem, Philo and the Epistle to the Hebrews (Leiden, 1970), p.
557; Buchanan, Hebrews, pp. 134s. Bruce, Hebrews, p. 166; "Ha realmente
alguma afinidade com o idealismo platónico aqui /8:57 mas trata-se da
linguagem do autor, e não seu pensamento essencial, que revela tal afini-
dade."
13Bruce, Hebrews, p. 166. R. E. Clements, God and Temple (Ox-
ford, 1965), p. 68: "A habitação terrestre era um equivalente da habita-
çao celestial de Yahweh."
161
15
Posições mais recentes sobre Filo são investigadas por H.
Thyen," Die Probleme der neuren Philo-Foschung," Theologische Rundschau
23 (1955), 230-246; J. Danie}ou, Philon d'Alexandrie "(Paris, Í958), pp.
57-75, examina o mundo filosófico dè^TFi i l o.
17 Por exemplo, Philo, Leg. Ali. III, 101, 102;JMt. Mós. 11,74.
Sobre a totalidade, ver C. Spicq, "Lê philonisme de 1'Epítre aux Hebreux,"
Reyue Biblique 56 (1949), 542-572; 57 (1950), 212-242, para o santuário
celestial, esp. 222-227'. Para se ter uma posição bem contrária a de Spicq,
ver Cody, Heavenly Sanctuary and 1iturgy in the Epistle to the Hebrews,
pp. 26-36. Cf. U. FrucFitel, Ule kgsmQlogischêh Vprstellungen bei PhifQ
von Alexandrien ( d i s s . Hamburg, 1962), pp. T03-Í14.
lp
Cf. Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy in the Epistle to
the Hebrews, p. 36, conclui que Hebreus esta em seu tema do santuário mais
próximo da literatura palestina rabTnica e aos apocalipses judaicos do que
da alegorizaçáo do templo filonica. S. Nomoto, "Herkunft und Struktur der
Hohenpriestervorstellung i m Hebrílerbrief," Novum Testamcntum 10 (1968), •
10-25, esp, 21 against S. G. Sowers, The Hermeneutics of Phflo and Hebrews
{Zurich, 196C), pp. 101-103; Uilliamson, Philo and the Epistle to the He-
brews, pp. 529-538, 557-570 on Heb. 8:5.
19
Assim corretamente expõe L. Goppelt, "TUTTO^" TDNT ( 1 9 7 2 ) ,
VIII, 257s. Contudo, Goppelt reinterpreta a "tipologia vertical" em termos
da "tipologia horizontal " da historia da salvação: "Acima de tudo a tipol£
gia vertical ... e em Heb. meramente uma ajuda para a apresentação e cara£
terizaçao da horizontal O ministério sumo sacerdotal no santuário ce-
lestial e uma metáfora da historia da salvação para interpretar interces-
sio como o resultado da obra escatológica da salvação; . . . " (p. 758). Orna
reinterpretação semelhante é encontrada por outros estudiosos contemporâ-
neos. Nomoto, Ni 10 (1968), 17s., sugere com base em Heb. 9:24: "dass
sich der Verfasser das himmlische Heiligtum nicht etwa objektiv ais einen
Teil in der himmlischen Topofraphie vorstellt, die durch den unwetlichen
vertikalen Entsprechungsgedanken spekulativ entworfen wurde, sonder es sa_
chlich lediglich ais Ausdruck fíir die Stel l vertretung Christi zur Rechten
Gottes verwertet." Mais sobre isto abaixo.
20F. F. Bruce, "The Kerygma of Hebrews," Interpretation 23
(1969), 10. E. G. White: "Deus apresentou perante Moisés no monte uma vi-
são do sóntuario celestial, •.? ordenou-lhe que fizesse todas as coisas se-
fundo o modelo que "ii.e foi mostrado" (PP, 343).
162
"O tabernáculo foi feito segundo o mandamento de Deus. ... O próprio Deus
planejou a estrutura e a indicou a Moisés, com instruções especiais quan-
to ao tamanho e forma, e os materiais a serem empregados, e especificou
cada artigo do mobiliário que deveria haver nele. Ele apresentou perante
Moisés um modelo em miniatura do santuário celestial, ordenando-lhe fazer
todas as coisas conforme o modelo que lhe foi mostrado no monte" (4SG,5).
"Aquele santuário, em que Jesus ministra em nosso benefTcio, é o grande
original, de que o santuário edificado por Moisés era uma cópia" (PP,
357).
21 - -
Esta designação e usada por Goppelt, TDNT , V I I I , 256. E. G.
White denomina o santuário celeste de o "grande original" (SR, 377; CS,
414, PP, 357).
22
A LXX verteu o hebraico í^jtinde Ex. 2 5 : 4 0 comoTutros mas tra-
duz o mesmo termo hebraico em Ex. 2 5 : 9 ; I CrÓn. 28:11, 12, 19 com v&çâ&tL
ip.a.Ver nota 10, acima.
28Ex 25:9, 9, 40; Deut 4:16, 17, 17, 13, 18; Josh 22:28;
2 Ki 16:10; Ps 106:20; 144:12; l Chr 28:11, 12, 18, 19; Isa 44:13;
Ezk 8:3, 10; 10:8.
on
Heb.rm, see A. R. Hulst, "OTbnh bauen," Theologisches ^Hand-
worterbuch zum Alten Testament, ed . E. Jenni and C. Westcrmahn (Munich,
1971), col. 325.
163
KB, p. 1018; W. L. Holladay, Jr., A Concise Hebrew and Arama-
ic Lexicon of^the OT (Grand Rapids, Mich., 197T), p. 3 ci-
ted as CHAL); GTTõfTrer, et a i . , Hebrew and Arama i c Dictionary of the OT
(New York, 1973), p. 297; BDB, p.~TZ5~.
31 KB, p. 1018.
32
CHAL, p. 386; BDB, p. 125.
35 CHAL, p. 386.
36 CHAL, p. 386.
39
Só M. Dahood, Psalms Hl (AB, 17a; GardenCity, 1970), p. 333.
i r\a tradução de -toòciZí é apoiada por Ex. 25:9, 40; (cf.
2 6 : 3 0 ; 2 7 : 8 ) entre outros por S. R. Driver, The book of Exodus (Cambridge
1 9 1 1 ) , p. 2 6 7 ; A. H. .McNeile, The Book of Exodus (London, T3T7), p. 195;
G. von Rad, Pie Priesterschrift im HexateuchT~pT 215; K. Galling, in G.
Beer, Exodus (HAT, 3; G"otTíngen, 1939), p. 130; M. Noth, Exodus (Gâttin-
gen, l"5^yTd loc,; R. G. Hatnilton-Kel ly, "The Temple and the Õrlgins of
Jewish Apocalyptic," Vestus Testamentum 20 (1970), 6.
164
43
Esta e a opinião de alguns durante os séculos passados, tais
como Faber Stapulensis, Rivet, Schlichting, Limborch, Storr, von Gerlach,
e Ebrand. Ver F. Delitzsch, Cgmm_entary on t h e Epistle to the Hebrews (re-
impressão; Grand Rapids, MicPi. , ~1952}, II, 33. Esta opinião aproxima-se
da do platonismo de F i l o , De vita Mós. II, 71-76, onde ele especula com
base em Ex. 25:40 que Moisés viu um modelo imaterial, não fTsico, nao-cor
poreo. Spicq, L'EpTtre aux Hebreux, I, 73s., sugere que tais ideias filcP
nicas tiveram uma influencia sobre Hebr., mas vê as reservas por Michel ,
Hebríierbrief, p. 291 n9 2, e outros citados acima.
44 Delitszch, Hebrews, II, 34.
49 RSVmg, NEGmg tem "Ou por sua santidade" (também NASB, MLB)
nias RSV, NAB, NEB, JB (Alemã), Lutero rev., etc. vertem o hebraico cfid<?
correntamente como "santuário." Ver M. Dahood, Psalms II (AB 17; Garaen
City, 1968), p. 79.
50W. Beyerl i n , Die^e_tt^n^de_r__Bedrãngten in den Fcindpsalmen
165
der íinzelnen auf institutionelle Zusammehflnge untersucht (Gíittingen,
1970), p. 137, segue o método de critica de forma e reconstrui um "Sitz
im Leben" do Ktínigszeit onde alguém perseguido experimenta uma teofania
no templo de Jerusalém. Dahood, Psalms II, p. 96, por outro lado, sugere
um diferente "Sitz im Leben," isíõ e, o desolado rei, "prejudicado por i-
ninigos (v. 12) e ameaçado por adversários (v.10), ... ora pela liberta-
ção das vicissitudes da vida a fim de repousar I sombra das asas de Deus
(v. 8). "Nesse sentido qõdtá designa a habitação celestial de Deus."
51 Jerusalemer Bibel tem aqui "heilige Stcftte," Elberfelder:
"aus deinen Heiligtumern her." Mas Lutero rev. esta carreto com "in sei-
nem Heiligtum" como esta Hamp: "von sei nem Heiligtum her."
r r\T reza wúfínuqdcilídka, que é o plural de rtúqdãi, mas deveria
166
pp. 2 4 5 s . , que também refere-se a Fischer e Kflnig; I. Engnell, The Call
of Isaiah, (lund, 1 9 4 9 ) , pp. 2 7 s . _
E. G. VJhite: "Ali surgiu ante ele a v i s ã o de Jeová assentado em
Seu trono a l t o e sublime, enquanto o séquito de Sua gloria enchia o tem-
plo. ... Em pé, por assim dizer, na plena luz da divina ^presença do santu
ario, ele sentiu que se deixado a sua própria imperfeição e ineficienciaV
seria inteiramente incapaz de levar a êxito a missão para a qual h a v i a
sido chamado." ( P R , 307, 308).
60
E. G. White explica que Isaias teve permissão de "olhar para
dentro, sobre o santo dos s a n t o s , " (PR, 307), isto e, "dentro do interior
do santuário" ( P R , 308).
65
O templo c e l e s t i a l parece ter somente um a l t a r , porque Apõe.
sempre fala somente de um altar ( A p õ e . 6:9; 8:3, 5; 9 : 1 3 ; 14:18; 1 6 : 7 ) .
167
249s., sugere que Apõe, 14:15, 18 se refere ao templo terreno e sou altar
em contraste com o templo e altar no v. 18, Em sua opinião a igreja sobre
a Terra com suas orações e os anjos acima da igreja terrestre teriam sua
parte em determinar os decretos de Deus na historia. Mas essa opinião,
que reflete um fundamento católico romano, 5 rejeitada com bons argumen-
tos pelo católico romano Cody, The Heavenly Sanctuary and Liturgy in the
Epistle to the Hebrews, p. 43.
69 _ »
A preposição gregas como usada em Apõe. 4:1 deve ser compre-
endida no estrito sentido íocal e não significa que a porta abriu "para
o" céu como alguns tem suposto.
70 E. G. W h i t e :
"Novamente, 'o templo de Deus foi aberto 1 (Apõe.
11:19), e ele olhou para dentro do véu interior,
no santo dos santos. Ali viu a "arca do Seu con-
certo," representada pelo escrTnio sagrado cons-
truído por Moisés a fim de conter a lei de Deus"
(PP, 356; CS, 415).
71 E. G. White:
"Com isto pemiitiu^-se ao profeta ver o primeiro
compartimento do santuário c e l e s t i a l " (PP, 356;
cf. GC, 414).
72E. G. White:
"No templo do céu, o lugar de habitação de Deus,
Seu trono e estabelecido em justiça e juízo"
(GC, 4 1 5 ) .
70 „
/0 Isto e corretamente observado por O, Moe, "Das irdische und
das himmlische Heiligtum. Zur Auslegung von Hebr, 9, 4 f ( > " Theologische
Zeitschrlft 9 (1953), 27: "Denn an mehreren Stellen in der "Apokalypse
wTrd rieutlich swischen dem Himmel dberhaupt und dem Tempel Gottes unters-
aneden, vgl. 11, 19 /Ti,5; 14, 15.177."
168
p. 4 4 6 ) .
69
8 6 Hofius, ZNW 61 ( 1 9 7 0 ) , 2 7 5 .
oy
B. F. Delitzsch, Commentar zuni Brief an die Hebrfler (Leipzig,
1857), p. 354; idem, Commentary on lhe Epistle to the Hebrews ("reprint;
Grand Rapids, Mich., TO7]TTI7^0 :: 52r3pTcq , Hebreux, II, ZÍ9; F. W.
Groscheide, De Brief an de Hebreeén (2nd ed.; Kampen , 1955), p. 198;
Riggenbach, Hebrfler, ,j. 240; H. Montefiore, A Commentary on the Epistle
to the Hebrews (London, 1964), pp. 144ff.; KTcfíaelis", TIWrrVTT7376T7r
Tclêm, "itpuT<wr," TWNT, VI, 867; Bruce, Hebrews, pp. iSZfTTTaubach, HebrJ_-
er, p. 171; Herlng, Hebrews, p. 71; Buchanan, Hebrews , pp. 139f.; Scfinei-
oe"r, Hebrews, p. 75.
QO __
Jã o expunha Riggenbach, Hebraerbrief, p. 238; e agora também
Hofius, ZNW 61 (1970), 275; "In v. 2-5 hat der Verfasser den Aufbau dcs
stuftszeTtes geschildert und dabei dessen Aufteilung in zwei voneinander
gaschiedene Rãume betorit herausgestell t. "
DQ _ -
Assim expõe corretamente Hering, Hebrews, p. 73.
90
In Jerusalemer Bibel s Elberfelder, e Hamp-Kíirzinger "das Hei.
l igtum. "
O1
Cody, Heavenly Sanctuary, pp. 147s. comentando sobre 9:8 ex-
plica perceptivelmente: "O primeira tabernáculo torna-se o tabernáculo
antigo e terreno em sua inteireza, incluindo tanto o Santo e o SantTssimo
e o segundo tabernáculo, o 'melhor e mais perfeito 1 do v, 11, torna-se o
santuário c e l e s t i a l . " Esta opinião ê virtualmente idêntica com a assumida
por intérpretes adventistas no passado. Ver M. L. Andreasen, The Book of
Hebrews (Washington, D. C . , 1948), pp. 327f.; "Hebrews," SOA BTFTè~CblP~
mentary, Vol . 7, pp. 450: "O contexto torna claro que ta fiagx^i aqui se re_
fere àquele 'maior e mais perfeito 1 tabernáculo (cap. "9:11), ou seja, o
santuário celestial ( c f . vs. 24, 25).
Q9 -
Bruce, Hebrews, p. 192 n9 48, sugere "retendo sua posição"
como o sentido apropr"iTdõ~para È^oJo^s aráoLv em 9;8.
170
H. Biethard, Pie himmllsche VJelt iro Urchrlstentum und Spãtju-
dentum (Tdbingen, 1951), pp. 130-132', on Rev,
no _
^°Um importante artigo sobre este termo e provido por A. P. Sa-
lom, "TA HAGIA in the Epistle to the Hebrews," Andrews University Semina-
ry Studies 5 (1967), 59-70. Ver também J. Swetnam, S. J., "On the Imagery
and Significance of Heb. 9:9, 10," Cathollc B i b l i c a l Quarterly 28 (1966),
160-162; i dom, "Hebrews 9:2 and the Uses of Consistence, " Catholic B i b l i -
cal Quarterly 32 (1970), 2Q6s., que defende sua própria posição singula.
171
As variantes textuais não necessitam ser tratadas aqui.
105
Buchanan, fíebrews, p. 144, comenta sobre Hebr. 9:8: " ' O ca-
minho para o santos^/recinto/^num contexto de templo provavelmente signi-
fica o caminho do pátio através da primeira cortina, para o santo, depois
através da segunda cortina, para o santíssimo."
172
114
A. Vanhoye, '"Par Ia tente plus grande et plus parfaite ...'
( 9, li)/ B í b l i c a 46 (1965), pp. 13-15; Swetnam, CBQ 47 (1966), 93.
~ as de
119 Entre as crTticas mais elaboradas e detalhadas estão
Delitzsch, Hebrews, II, 21-25, 78-22; Vanhoye, Biblica 46 (1965), 10-13;
Andriessen," S7"TT~(1971}, 77-83; Hughes, Bibliotheca '?acra 130 305-309.
120 Delitzsch, Hebrews, II, 22.
173
carnação, expiação e ressurreição.
174
133 Andriessen, BZ 15 (1971), 81-83.
1 3 9 Ibid., p. 82.
140
John Brown, An Exposition of the Epistle of the Apostle Paul
to the Hebrews, ed. D. Smith, (N. Y . , 1 8 6 2 ) , I, OT~
142
Hering, Hebrews, pp. 76f.
175
duas partes."
149
Hughes, Blbllotheca Sacra 130 (1973), 313: "A descrição de
n d«nvn 4m 8:2 comoà^i.^'," o verdadeiro tabernáculo, "bem define o san-
tuário do qual Cristo é agora ministro, mas e bem pouco apropriada como
uma descrição das regiões celestiais mediante as quais o assunto Senhor
passou."
i ^n
1 "Hebrews," SOA Bible Commentary, VII, 452: "Mas ha razão
insuficiente para adotar um significado diferente para 'tabernáculo1 a-
qui do dado a ele no cap. 8:2."
151
O termoaniv-n "tabernáculo" em 13:10 refere-se ao santuário
celestial segundo Windisch, Hebr^erbrief, p. 118; Moffatt, Hebrews, ad
T o e . ; 0. M. Creed, "Hebrews xiii.10," Expository Times l (1138/39), 13ss.,
mas a maioria dos comentaristas tomam-no como referencia ao santuário
terreno.
l 52 - -
O termo -i K e n e como empregado para santuário pelo Septuagin-
ta sempre se refere ao santuário como um todo, e não a uma parte dele.
i cg
Johannes Schneider, Der Hebrâerbrief ( K a s s e l : Oncken, 1938)
traduzido por W. A. Mueller sob o titulo Tne Letter to the Hebrews
(Grand Rapids, Mich. 1 9 5 7 ) , p. 82.
176
'°'por exemplo, Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy, p, 150:
"A divisão do santuário celestial em duas partes tem seu papel a desempe-
nhar somente em 9 : 1 1 . " "Mas no v. 8 ... o 'primeiro tabernáculo 1 torna-se
o velho tabernáculo terreno em sua inteireza, incluindo tanto o Santo,
como o Santíssimo, e o segundo tabernã"culo, o melhor mais perfeito taber-
náculo, do v. 11, torna-se o santuário c e l e s t i a l " (pp. 1 4 7 s . ) . "PoderTa -
mós mesmo ser inclinados a ver o melhor e mais perfeito tabernáculo
/"santuário celestial_7 de 9 : 1 1 como o estrito equivalente do velho taber-
ríãculo /Tantuari^o tê~rrestre_7 em 9:8, que certamente representa a velha
ordem de~salvaçao integral7 - . . " (p. 1 6 0 ) .
Theissen, Untersuchungen zum Hebrà*erbrief, p. 105: "Ais Foi gê
einer konsequenten DurchfuTirung dos UrbiTcTSchemas gibt es sowohl im Him-
mel wie auf Erden eine zwiegetelte Stiftshutte."
, NT 6 ( 1 9 6 3 ) , 2 0 7 ; e anteriormente já o expunha W e i s s ,
Hebrflerbrief, p. 239 n.
1 6 7 Riggenbach, Hebríierbrief, p. 2 8 3 .
177
O termo àvri/T urro.- e um adjetivo substantivado (subst. A d j . )
do substantivo àvn'Tu-noí (Michel, Hebrãerbrief^, p. 324). Significa "equi-
valente" em I Ped. 3:21 (Bauer-Arndt-Gingricn", j_exicon, p. 75) onde e a
realidade_ do NT, enquanto em Hebreus e o santuário do"~VT que recebe tal
designação. A realidade do VT contudo e, cm si mesmo umTvAios , "modelo,"
em 8:5 do verdadeiro santuário celestial. Parece, pois, certo compreender
o termo à^TL'Tuitoícomo "figura, antitipo, representação" (Bauer-Arndt-Gin-
grich, Lexicon, p. 75) no sentido de "modelo equivalente" (Gegenbidl),
"modelo equivalente" (cf. Bruce, Hebrews, p. 220 n9 1 5 6 ) , ou "equivalen-
178
CAPITULO VII
O SENTIDO DE "SANTUÁRIO" E "DENTRO DO
VÉU" EM HEBREUS
180
o verso 8 nesse capitulo. Ele destaca dois pontos. (1) O termo ta liag^La e
o SantTssimo e (2) o termo p-tõ-fe. àklnc. e o Santo. Isto significa que "o
que o primeiro compartimento foi para o segundo, assim o tabernáculo ter-
restre foi para o celestial, e que, portanto, o primeiro compartimento re_
presentava o sistema mosaico, e o segundo a era crista"" (p. 144). Esta té"
se não e nova, porque o Dr. Ford está seguindo aqui uma tradição particur
lar entre os comentaristas, tradição, contudo, que é insistentemente con-
tradita por outros comentaristas igualmente capazes. Citemos somente um,
ou seja, F. F. Bruce, sob a direçao de quem Dr. Ford obteve seu tTtulodou
toral na Inglaterra: ~~
"Deve-se notar adicionalmente que, conquanto até aqui nosso au-
tor tenha usado 'o primeiro tabernáculo' para o compartimento
exterior do santuário, aqui /"em 9:87 ele o emprega com referen-
cia ao santuário da 'primeira a l i a n ç a * /5:1_7, i n c l u i n d o o lugar
santo e o santíssimo juntos" (F. F. Bruce, Hebreus /H9647, pp.
VJ4-95).
Dediquemos breve atenção ao termo pnoto. òfcêuê., "primeiro tabernáculo," em
Heb. 9:8. O termo -ikõiíi aparece pela primeira vez em Heb. 8:2 onde e uma
referência ao "tabernáculo" que o próprio Deus erigiu. Trata-se do "verda
deiro" {aí'e-tíw.tte) e "celestial" (8:1). O "tabernáculo" terrestre é uma "fT
gura e sombra"^das coisas celestiais (8:5). A ideia dupla de "figura" e"
"sombra" aqui e significativa. Evidentemente, a analogia original /copia é
aplicada em Heb. 8:5. O esquema original /copia sugere que o santuário ter
restre de dois compartimentos reflete o santuário original de dois compaF
timentos no céu. O termo .iíe?íi& refere-se ao santuário inteiro. Isto esta"
em harmonia com o emprego coerente na LXX.
Em Heb. 9:1-7 encontramos um emprego lingfJTstico incomum onde a
estrutura do "santuário terrestre" (to liag-ion koAm-ikon) é descrito como o
"primeiro /exterior/ tabernáculo (p-iõ-te. àkíLnõ,) e o "segundo /"interiorj ta
bernaculo (dc-u.-t.cAon -i/cena), respectivamente o Lugar Santo e o Santo dos
Santos. Esta linguagem e conhecida nos escritos de Josefo (Jewish Wars V
184, 186, 193, 194, 195) mas _não.^na LXX^ A referência a
"primeiro" e "segundo") e espaciaPe não tem análogo na LXX.
Em Heb. 9:8 encontramos a expressão p-iote. ifeênã uma vez mais. A
mesma expressão apareceu por último no v. 6 onde e contextualmente o Lugar
Santo do Santuário. Poderia parecer com isso que o escritor teve -a mesma
ideia em mente outra vez no v. 8. Mas este pode não ser o caso porque o
contexto {como no v. 6} deve prover a orientação.
O contexto de 9:8 indica que o escritor se desloca da primeira
aliança com seu santuário de dois compartimentos e suas limitações para
a nova aliança com seu ta íiag^a, "santuário" ao^qual há agora acesso. Em
ouTrli? palavras, nos vs. l-?'é dada uma descrição do primeiro santuário
de aliança sobre a Terra, onde o termo piote "primeiro" em 9:1 tem um sen
tido temporal e não espacial, contrastando a "primeira" aliança com a no-
va" aTiança. A "primeTrlf^aTiança tern um "primeiro" (pio ti) tabernáculo
(9:8). Rtfi-te aqui e temporal e refere-se ao tabernáculo todo com dois com
131
partiinentQs . A expressão "pto-te em 9:8 nesse sentido é uma desig-
nação de santuario.de úqjs compartimentos integral da primeira aliança.
Novamente, o termo ^"p/u^te") em 9;8_nao e uma designação espacial mas sini_
i.temporajj Incidentalmerite, de um ponto de vista filológico um contemporâ-
neo do autor de Hebreus emprega p/iõ-íe ^feênê. para o "primeiro tabernáculo,"
isto e, o santuário completo que_precedeu ao templo salomonico (Josefo,
Contra Apion 11.12) Aqui ha também um emprego temporal. O contexto de He-
breus 9:1-7 gue fala da "primeira" aliança e sumariado em 9:8 com seu "pri_
meiro tabernáculo" chamado "santuário terrestre" em 9:1.
Em resumo, o "primeiro tabernáculo" em 9:8 e o santuário de dois
compartimentos da "primeira" (antiga) aliança. Correspondentemente, o "me_
lhor e mais perfeito tabernáculo" de 9:11 do novo concerto é o santuário
terrestre como um todo. Podemos citar A. Cody que resumiu a questão como
segue:
"O primeiro tabernáculo /"de 9:8_7 torna-se o velho, tabernáculo
terrestre em sua inteireza, incluindo tanto o Santo como o San-
tTssimo, e ... o 'melhor e mais perfeito tabernáculo' do v. 1 1 ,
se torna o santuário celestial" (The Heavenly Sanctuary and Li -
turgy i n the Epistle to the Hebrews/St. Meinard, 196£7, p.
182
i ice m", em 9:8 se refere ao tabernáculo terreno total, também ia hag-ia se ré
Leu. a totalidade do santuário celeste. As observações na seçao seguinte
indicarão e evidência contextuai para isto com base na argumentação do au
tor de Hebreus. ~~
III
84
as realidades de Cristo também merecem reflexão. Dr. Ford sugere que "Heb.
9:13 oferece uma fusão de ideias, porque simplesmente não é verdade que o
sangue de bodes e bezerros /sicj fosse aspergido sobre pessoas para santi
ficá-las. ... Aqui temos um elo de ligação do Dia da Expiação com o ceri~
monial da novilha vermelha" (p. 148). Isto conduz Dr. Ford a conclusão de
que o autor de Hebreus realça "uma expiação completa junto ao altar do Cal
vario que daT em diante provê purificação para toda pessoa que crer" (p.~
148).
o "sangue de bodes e touros" em Heb. 9:13 realmente uma refe-
rencia ao Dia da Expiação? O contexto e que deve decidir novamente. Se o
"aspergir zciLAa.) devesse referir-se também ao sangue (a parte das
cinzas da nov a vermelha), que náo Í necessariamente assim em bases sin
taticas então não podeser uma referincia ao Di^ da Expiação, porque a a?"
persao no Dia da Expiação era realizada no santuário e no altar mas não só"
bre o povo. Contudo, ocorre uma aspersão do povo com sangue em somente uma
ocasião no sistema do VT, ou seja, em conexão com a cerimonia de estabele_
cimento do concerto. _Em Exo. 24;8encontramos que "Moisés tomou o sangue"
e" aspergiu-o sobre o povo." Em vista desta conexão e em vista do contexto
de concerto em Heb. 8e9 e o contraste entre Heb. 9:13 e vs. 14ss. onde
Cristo Q o "mediador da nova a l i a n ç a " (v. 15), parece que "o sangue de b^
dês e touros" e uma referência ao estabelecimento do concerto. Isto é cor
roborado pelo v 9 em 9. Assim Heb. 9:13 não se enquadra na cerimo-
nia do Dia da Expiação. Em vez disso, ^enquadra-se na cerimonia de estabe-
_l_ecin_ento do _concert£. Podemos notar nesse respeito que (1) uma "fusão de
ideias" não e uma necessidade se o contexto mais amplo de Hebreus 9 e
considerado,_(2) "o sangue de bodes e touros" no v. 13 pode ser visto co-
mo uma referencia ao estabelecimento do concerto que se enquadra nos vs.
14ss., e (3) a referência as cinzas da n o v i l h a vermelha (v.13) esta nova-
mente assinalando em direçoes outras que ao Dia da Expiação. Heb. 9:13 p_p_
de ser entendido como referindo-se a dois tipos de contaminação: uma que
foi removida do povo que entrava no relacionamento da aliança no qual sa_n
gue estava envolvido (Èxo. 24:7, 8)_e outra quando o povo era ritualmente
contaminado pelo contato com um cadáver e aspergido com a mistura conten-
do "as cinzas do n o v i l h o vermelho." Essas açoes operavam somente a "puri-
ficaçao do carne
As provisões dos ritos diário, mensal, anual cuidavam da conta-
minação moral (Heb. 3:12). Os rituais de Heb. _9-u\ parecem referir-se aos
ritos de e.stajjej_ec_imento do co.ncerto. e do novilho vermelha. 1~odaS essas
coisas são contrastadas com a superioridade do sacrifício e sangue de Cri_s
to (vs. 12, 14) que tem a capacidade de purificar "a nossa consciência de
obras mortas para servirmos ao Deus v i v o A superioridade do san
gue de Cristo ê todo-inclusivá e abrangente. .0 .contraste é_entre^s prov_í
_soes__d_a v£lha aliança em sua inteireza e as da nova aliança de que Cristo
.é o mediador (v. 15}. Uma restrição das atividades de Cristo cm Heb. 8:8-
22 ao Dia da Expiação não parece enquadrar-se adequadamente na argumenta-
ção do autor de' Hebreus. Ele esta contrastante as provisões da velha (prj_
meira) aliança (Heb. 9:1, 13; cf. 8:1-13) com as da aliança "superior"
(8:6) e "nova aliança" (9:15).
185
f»"'
\• * "O"
*
Uma restrição de Heb. 9:12-22 ao Dia da Expiação passa por al-
to os seguintes fatos: (1) O cenário da aliança e a comparação da "pri-
meira" (velha) e "melhor" (nova) alianças; (2) a referencia abrangenteao
sistema levítivo de sacrifício diário, mensal e anual que envolve sangue
como é expresso pela frase "o sangue de bodes e bezerros" em Heb. 9:12; (3)
a cerimonia de estabelecimento do concerto onde sangue era aplicado ao
povo como expresso na frase "o sangue de bodes e touros" em Heb. 9:13a;
(4) a cerimonia de purificação da contaminação ritual com a aspersão da
mistura de cinzas da novilha vermelha em Hebreus 9:13b; (5) a referencia
aos "dons" e "sacrifícios" em Heb. 9:9. Estes aspectos dentro dos argu-
mentos do velho e novo concertos indicam que o autor de Hebreus tinha uma
comparação abrangente e todo-inclusiva em mente. A superioridade do san-
gue e sacrifício de Cristo e contrastada abrangente e todo-iriclusivamen-
te com os sistemas e provisões da velha aliança. A eficácia do sacrifí-
cio e sangue de Cristc apresenta-se in totó para a ratificação da nova
aliança (Heb. 9:15-22, e_ o ministério do santuário da nova aliança no céu
onde o acesso ã presença de Deus é tornado possTvel . Substitui e cum-
pre de modo abrangente e todo-inclusive o sistema levTtico que cobria tari
to a contaminação moral/interior e ri tual /exterior.
IV
186
37:5 /MT 36:37J; 39:19 /MT 39:4Q7; 40:5;_NGm. 3:10, ou poAõfee-t, Lev. 21,
23; Num. 18:7 (KBL, 779). Em cinco ocasiões também traduz a "cortina na
entrada do pátio do santuário em Exo. 37:16 /MT 38:187; 39:19 /MT39:4Q7;
Num. 3:26; 4:32; III Re. 6:36b. Em resumo, A LXX emprega o termo
_ pá r a três "véus" ou "cortinas" e não meramente para duas.
Em literatura nã'o-bTb1 iça katapfLtama é empregada para três
"véus" ou "cortinas" no santuário/templo e pátio anterior. Josefo emprega
o termo para a "cortina" que da para o pátio anterior em Ant. V I I I . 75.90;
B e l l . 5.212 e para o Santo e Santíssimo em B e l l . V. 219; Ant. V I I I 75.90;
XII. 250. Filo emprega ka.tap<itaAma para a cortina de entrada ao Lugar San-
to (espec. leg. K 1 7 1 , 274) e ao SantTssimo (esp. leg. 1.231; Vit. Mós. II.
36). ííatapatíuma e também usado para a "cortina" de acesso ao Lugar Santo
em Sirach 50:5; I Mac. 4:51; Carta de Aristeas 86 e para a de acesso ao
SantTssimo em I Mac. 1:22; 4:51; Protev. Jas. 10:1.
Com base nesta evidencia filológica Í bem pouco válido sugerir
que í:a*cipç.tcii>ma como um termo sugere o "véu" diante do SantTssimo somente.
A evidencia filológica da LXX e outros autores helenistas permitem várias
possibilidades; a própria LXX para três diferentes "cortinas" ou "véus."
Em Hcb. 6:19 achamos a frase to fif-fcAon tou.fcatap£,taiHia,tc?,&. O
termo íMõ-íf.io-i é uma preposição inapropriada usada com o genitivo, signi-
ficando na presente conexão "o que está dentro (:atrãs) da cortina" (Bauer
Arndt-Gingrich, Greek-Engl. Lexicon, p. 314). A LXX emprega esta frase tam
bem em L*xo. 26:33; Lev. 16:2, 12, 15 onde parece referir-se a "cortina"
d i a n t e do SantTssimo. Em Num. 18:7 a LXX reza cndo-t/ten ton ka.ta.ptLtAAma.toA,
"além do véu," uma referencia que trata com mais probabilidade da cortina
ã entrada do Lugar Santo. Uma segunda passagem da LXX que se refere defi-
nidamente ao "véu" na entrada do Lugar Santo e Num. 3:10: c,io to u. kcvtape.-
ta,iírafí'i , "alem do véu." A evidência filológica na LXX indica que há seis
passagens que contem as palavras "alem do véu/cortina," todas as quais corç^
partilham ;;atapc,ta-4ma, mas variam pelo fato de empregarem tanto (1) a pré
posição inapropriada <L& ô t CA o n quando referindo-se ao véu diante do Santij.
simo ou (2) os advérbios endo-ííien e &>v quando é feita referência ao veu~
diante do Lugar Santo em Num. 18^7 e 3:10 respectivamente. Estritamente
falando, uma perfeita correspondência terminológica no grego de Heb. 6:19
ó encontrada somente em Êxo. 26:33 e Lev. 16:2» 12, 1 5 ,_enquanto a i d é i a d e
"alem do véu" do Lugar Santo aparece com advérbios em Num. 3:10 e 18:7.
Mas devemos ser cautelosos em extrair conclusões estritas e apressadas,
porque em Heb. 10:20 temos d i. a toa katap&ta.!>ma,toA , "pelo véu" e -em Heb. 9:
3 o autor de Hebreus refere-se ao SantTssimo como "por trás do segundo
véu," »ie.ta te d&u,tcn.on katapG.taAma . Assim temos dois meios de falar sobre
"atrás," um utilizando e-iõ-teAcn com genitivo tal como a LXX e o outro em-
pregando nidta com o acusativo não encontrado na LXX. O autor de Hebreus
mostra novamente um grau de independência em sun linguagem. Pode-se suberi
tender que o autor de Hebreus tinha o "segundo" véu do santuário em mente
quando empregou to eòo.teAõn to u katape.ta.imatoA . Se el e assim intencionava,
não está sendo coerente com o uso posterior em 9:3. Sendo_que ele não es-
tá empregando a sua linguagem para "por trás do segundo véu" como em 9:3,
seria possTvel ter ele em mente algo mais amplo do que simplesmente o "véu"
diante do SantTssimo?
187
Deixamos as considerações filológicas e nos transportamos is con
cernentes a Ideia de acesso no sistema levTtico e a presença da deidade,"
para uma possível resposta. Seria um erro entender que a presença de Deus
no santuário da dispensaçáo do VT estava restrita ao Santíssimo. Que Deus e_s
tava ali presente não precisa ser objeto de muita argumentação. Conquanto
a_arca simbolizasse o trono de Deus, o VT não "prende" Deus a ela e não
da a entender por um momento que Seu lugar e somente ali.__Não se deve ne-
gar que duas zonas especiais são formadas dentro do santuário, designadas
como o SantTssimo e, o maior, o Lugar Santo. A despeito desta diferença
dentro do santuário, é impossível ignorar a interligação entre os dois com
partimentos, que são realmente partes inseparáveis de uma sÕ estrutura.
Varias designações usadas para o tabernáculo no VT são antes ins_
trutivas para .; ideia da nresença de Deus no santuário como um todo. O mj
me Mcú:tt;i, "habitação," como uma designaça"o para o tabernáculo, indica quê
e seu "lugar de habitação" ou o lugar de sua presença tabernacular. í a de
signaçao para o santuário inteiro (Lev. 15:31; 17:4; Num. ló:9; 17:28; 19~
13; 31:30, 47; II Cron. 1:5; 29:6). Um nome comum para o santuário/taber-
náculo ê "a tenda aã congreoação" usado 130 vezes (£xo. 27:21-40; Lev.1:1-
19:21 /39 vezesj; Num. 1:1-31:54 /B5 vezesj; Deut. 31:14),__que ê o local
onde Deus revelou-Se a Seu povo. A "tenda da congregação" Í inteiramente
identificada com a presença do Senhor com Seu povo (Lev. 16:16). Esses i_n
dlcadores podem servir como um meio de ilustrar que Deus não deve ser vi?
10 como preso ao Santíssimo, que ha uma interligação entre as duas zonas_
no santuário e que Deus não estava bitolado dentro de uma delas no santua_
rio terrestre.
Transferir a noção da alegada presença de Deus num Santíssimo
sobre a Terra para o santuário celestial é errado em dois níveis: (a) so-
ure a Terra a presença de Deus não Se restringia ao Santíssimo e (b)eina
propriado raciocinar da figura sobre a Terra para o original no có',1. A vi-
são do trono de Ezequiel ajuda-nos em nossa apreciação de que o trono e
presença de n^us não se restringem a um local. O Prof. Menahem Haran es-
creve o seguinte quanto a I Cron. 28:18: "O termo m&iízàbj.h /carro/ impli-
cd um trono que pode estar em movimento, pois o trono de yahmvJi nos céus
; ^omo descritos na visão de Ezequiel) não se confina a um lugar" (Temple
and Temple-Service in Ancient Israel /Oxford, 19767, p. 253. O conceito
da presença de Deus é essencial para uma compreensão apropriada de acesso
a Deus.
A ideia de acesso que e tão central a Hebreus é unida ao cami-
nho (íiodo.s) que agora está aberto (cf. Heb. 9:8). No sistema terrestre ha
via apenas limitado acesso. Tanto homens como mulheres, o povo como um to
do não tinha meios de entrar no Santo que apenas estava aberto aos sacer-
dotes. O "véu" para o Santo impedia o acesso do povo. Os sacerdotes não ti_
nham entrada no Santíssimo que estava protegido por outro véu; somente o
sumo sacerdote tinha acesso e somente uma vez ao ano.
Em vista destas limitações de acesso tanto^para o Santo e o Sa_n
tíssimo, o que significa ter Cristo eru/ado para "alem do véu"? Pocfe ser
sugerido que o autor de Hebreus empregou o termo "véu," (íatóipe&uma) num
sentido coletiyo. Ele pode falar de kdtapdtaAma num" sentido que inclui co
1'etivamente o "véu" diante tanto^do Santo como do SantTssio. O emprego da
LXX e de escritores helenistas não-cristãos não se coloca no caminho de_s_
ta sugestão. A anatomia de restrições do povo tanto ao Lugar Santo quanr'
to ao Santíssimo parece requerer uma compreensão do "véu" como coletiva-
mente representando ambos.
A entrada de Cristo "alem do véu," véus coletivãmente separando
o povo do Santo e Santíssimo, não requer que Cristo tenha começado Seu mi
nistéYio em ambas as partes das divisões no santuário celestial .J\o. enT
trar para "alem do véu" Cristo empenhou-Se na dedicação do santuário..ce-
Vestial inteiro (cf. Dan. 9:24.).. Apôs a dedicação Ele aplica os benefí-
cios de Seu sangue e sacrifício como Sacerdote e Sumo Sacerdote celesti-
a l . Com Ele e mediante Ele somos capazes de entrar para alem do véu e ter
acesso a Deus que esta presente no santuário completo.
Estas considerações tem o desígnio de aprofundar a discussão só
breHeb. 9. O estímulo para renovado pensamento, reflexão, e estudo causa"
do pelas sugestões do Dr. Ford quanto a Heb. 9 tem, certamente, sido uteTs.
Seu ponto de vista sobre Heb. 9 deve ser avaliado com respeito ao próprio
texto e os contextos, imediato e mais amplo. Conquanto não me ache em con-
cordância com a tese central do Dr. Ford sobre Heb. 9, é de se esperar que
estes breves comentários concedam oportunidade para posterior reflexão e
estudo da parte de todos nos interessados no Dignificado da verdade da Pa_
lavra de Deus para nosso tempo.
***** ****
1S9
CAPÍTULO VIII
A NATUREZA DO MINISTÉRIO EXPIATÓRIO DE CRISTO
191
A -inauguração de Cristo em Seu ministério celestial teve um ré-
sultado duplo sobre a Terra: (1) A igreja foi sustida 1 7 mediante o dom do
Espirito Santo, e (2) os seguidores de Jesus foram vindicados diante de
seus inimigos (Atos 2:12-22). 18 o sinal terreno da inauguração do minis-
terio celestial de Cristo e um manifesto apoio aos seguidores do Senhor e
uma visível vindicaçao diante dos homens mediante a atividade do EspTrito
Santo. Jl neste ato inicial de Cristo no__ceu e claro que o crente sobre a
Terra colhe grandes benefícios do ministério de seu Senhor no céu.
Neste ponto precisamos uma vez mais volver-nos ao discurso de E£
tevão em Atos 7. A posição do Senhor "em pé" a destra de Deus em Atos 77
55, 56 descreve a função celestial do entronizado Senhor como testemunha
e advogadol9 de Estevão, bem como intercessor^e sustenedor. Aquele que é
condenado pelos homens experimenta a vindicaçao do céu. 20
192
como aquele que esta "a direita de Deus, e também intercede por nós." O
presente dos verbos em ambas estas clausulas relativas neste texto pare-
ce indicar que a intercessão começou com a instalação do Senhor (ScÁzang )
e continua desse momento em diante. 27
Em I Jo. 2:1 Jesus é descrito como um Advogado celestial que
trata com os pecados dos crentes. O pcvw.tzJLc.tcA com o Pai esta" atuando no
cou como intercessor do homem, cuidando dos pecados de Seus seguidores
194
A pergunta inevitável que vem a mente e: Com quem esta Cristo
intercedendo? Precisa Cristo pleitear perante um Pai irado a fim de con-
vence-Lo a perdoar onde ha relutância para fazê-lo? A ideia do apazigua-
mento de um Deus irado mediante intercessão e mediação tem sido deduzida
de uns poucos textos do NT. A palavra grega lú,taAtojiÁ.on em Rom. 3:25 e
Heb. 9^5 e vertido por "propiciação" em muitas versões.45 A mesma ideia
é também achada em Heb. 2:17 (íútaAkomcu.) e I Jo. 2:2; 4:10 (kliaAmoA} on
de palavras gregas são empregadas que derivam da mesma raiz verbal. No"
grego clássico o significado desta raiz e "propiciar" no sentido de "apa
ziguar".46 Todavia, nosso guia para o real significado da palavra deve"
•"ia ser a Septuaginta^? antes que "o emprego pagão clássico."48 NO vi
grego estas^palavras podem ser usadas sem a ideia de "apaziguamento." Não
ha i m p l i c a ç ã o de "propiciação" de um Deus irado no VT. Portanto, a ideia
de "expiação" como empregada em traduções mais recentes^ é preferível 50
A ideia pagã de que homens propiciam e apaziguam um Deus irado esta au-
c,ente da B T b l i a . O próprio Deus e o que atua mediante Cristo. Ele aceita
o sacrifício expiatório de Cristo e proclama a reconciliação do homem con_
sigo como operada em Seu f i l h o Jesus Cristo (Rom. 5:8-11; Col. 1:20-22;
!I Cor. 5:14-21; Efe. 2:12-17). £ Deus que efetua reconciliação mediante
Seu agente de reconciliação, Jesus Cristo.51
v
\v
cados que havia cometido (Eze. 18:24). Neste sentido o Dia da Expiação era
um dia de separação e decisão em que o destino do israelita se decidia.
O Dia da Expiação era também um dia de vindicação. O crente sob
o velho concerto obtinha perdão dos pecados durante o ano inteiro e se ti
vesse tomado cuidado de todos os seus pecados, e fosse purificado no Dia"
da Expiação (Lev. 16:30, ficava então vindicado perante o universo. Seus
pecados e culpa eram expiados mediante o sacrifício imolado em seu favor;
e os pecados assim transferidos ao santuário eram removidos pelo sumo sa-
cerdote e depositados sobre o bode "por Azazel. "°0 O bode expiatório de-
veria carregar os pecados do povo para o deserto (Lev. 16:10, 21, 22).61
Dever-se-ia notar que Azazel não tinha parte nenhuma nos servi-
ços do santuário no grande Dia da Expiação. Somente quando a obra de expj_
açáo havia sido concluída com o bode "para o Senhor" (Lev. 16:20) e que o
sumo sacerdote transferia os pecados acumulados do ano para o bode "para
Azazel" (vs. 21, 22). Uma vez que não ha qualquer remissão de pecados sem
derramamento de sangue e sendo que nem o sangue do bode "para Azazel" foi
derramado ou o bode "para Azazel" foi sacrificado (vs. 10, 20), conclui-
se que o bode "para Azazel" não faz qualquer expiação para pecados e não
e portador de pecados operando expiação.62 sua remoção para o deserto^ a
região de morte (cf. Miq. 7:19), representava a final e completa remoção
de pecado do universo. Quando o pecado e seu originador são finalmente des_
truídos, Deus Se porá ao lado de Seus redimidos vindicados perante as i_n
teligências do universo inteiro.
A esses momentosos eventos o NT designa "figura e sombra das
coisas celestiais" (Heb. 8:5). Como o ministério terrestre era o auge da
obra total de expiação com seus aspectos de purif icação_, eliminação do pe_
cado, juTzo, e vindicação, assim a fase final do ministério sumo sacerdo-
tal de Cristo, levado a efeito no santuário celestial, e o clímax de Sua
obra celestial , para a qual tudo em seu aspecto terrestre havia sido dirj_
gido. Assim como era necessário que o santuário terrestre do velho conce_r
to fosse purificado com sangue pelo sumo sacerdote aronico, agora o santu_
ãrio celestial, o "verdadeiro tabernáculo" (Heb. 8:2; cf. 9:24), o lugar
da salvação eterna, estaria sendo purificado (waaapLtíeo&ai,] com melhores
sacrifícios (Heb. 9:23).63 ^Assim como o sumo sacerdote aronico entrava
para a purificação do santuário inteiro, também o Santíssimo, o segundo
compartimento do santuário, agora o Sumo Sacerdote celestial entrava no
Santíssimo do santuário celestial.
Dois significativos conjuntos de perguntas merecem agora nossa
atenção: (1) Acaso o santuário celestial precisa de purificação? Caso sim,
significa isto que tem havido contaminação no céu que torne tal purifica-
ção necessária? (2) Quando o Sumo Sacerdote celestial começa com o minis-
tério de purificação do santuário celestial? Quando este grande Dia da E_x
piação do santuário celestial, que cobre o povo^de Deus e todas as eras,
se inicia? Ambos estes conjuntos de perguntas são altamente importantes e
requerem cuidadosas respostas da Escritura.
Nossa primeira atenção deveria ser dirigida ao primeiro conjun-
196
to de perguntas que trata com a^necessidade e natureza da purificação do
santuário celestial. A purificação do santuário no céu e afirmada tanto no
VT como no NT. Em Dan. 8:14 e declarado que o santuário será purificado.
Que este texto se refere ao santuário celestial é evidente pelo contexto
e a declaração: "Entende, filho do homem, pois esta visão se refereaotem
pó do fim" (Dan. 8:17). A_epístola aos Hebreus com sua tipologia do santu"
ario e x p l i c a : "Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se"
acham nos céus ^i.sto é, o santuário terrestre/ se purificassem comtais_S£
orifícios /~isto e, atos de aspersão de sangue, vs. 21, 227, mas as prõ-~
prias coisas celestiais com sacrifícios a eles superiores" (Heb. 9:23).
A ideia de limpeza ou purificação das coisas celestiais tem in_s
pirado uma variedade de sugestões entre os estudiosos. Alguns dos pais d¥
igreja identificaram "as coisas celestiais" em Heb. 9:23 não com o santu^
rio celestial mas com a igreja ou a vida dentro dela.64 f,]as 0 contexto ~~
de Hebreus 8 e 9 fala do santuário celestial. O contexto imediato também
argumenta contra identificação das "coisas celestiais com os bens celesti
ais a serem dados ao crente mediante__o sangue de Cristo.65 fv|ais recende"
mente tem-se pensado que a purificação do céu e necessária porque poderes
hostis se haviam ali instalado. 66 Esta opinião, contudo, é alheia ao ar-
gumento do autor,D/ porque isto destruiria a ligação entre a purificação
das coisas celestiais com a purificação da consciência dos homens.68 Uma
explicação muito comum refere a purificação não quanto ao santuário ceies
tia! , mas à dedicação ou inauguração do santuário.69 o santuário do VT, ~
contudo, não era dedicado somente com sacrifícios, mas também com óleo
(Lev. 8:10, 11, 15).70 O novo concerto é inaugurado com sangue (Heb. 9:
18-20).?! E mais coerente compreender tipol ogicamente que o santuário cele_s_
tia! foi contaminado mediante os pecados do povo de Deus e permanece em ne_
cessidade de ser purificado mediante melhores sacrifícios.72 Em Heb. 9:
23 a comparação e superioridade e entre o santuário terrestre, chamado "fi_
guras das coisas que se acham nos céus," e os atos terrenos de purifica-
ção por sangue, "que se purificassem com tais sacrifícios," por um lado,
e o santuário c e l e s t i a l , chamado "as próprias coisas celestiais," que de-
vem ser correspondentemente purificadas^ com sacrifícios melhores, Eí as-
sinalado corretamente que os "sacrifícios ... superiores" (um plural de
categqria)74 "sao evidentemente um assinalador ao sangue de Cristo (8:
3). "75
Antes de volver-nos a outros aspectos da ideia de purificação
do santuário terrestre, precisamos dedicar-nos ao segundo conjunto de per_
guntas que tratam com o começo (£&un<Lnm> a que] da segunda fase do minis-
tério celestial de Cristo, isto é, o tempo em que Cristo entrou no Santís_
simo no santuário celestial. No santuário terrestre o sumo sacerdote en-
trava no santuário e no Santíssimo ao final do ano litúrgico apôs os peca
dos terem sido transferidos_mediante a oferta diária pelo pecado. Com ba-
se na correspondência tipolõgica do serviço simbólico sob o__ve1ho concer-
to, pode-se concluir que o início da segunda fase do ministério de Cristo
no céu, precisava ter ^ugar pela ú l t i m a parte de Seu ministério celestial.
A purificação do santuário celestial deve ter lugar antes do Segundo Adve£
to de Cristo, quando Ele vem para salvação daqueles que ansiosamente espe-
ram por Ele (Heb. 9:28). O juízo deve ser empreendido antes de Cristo vir
para determinar quem deve ser contado por digno de herdar as glorias éter
nas do céu e subsequentemente ter morada permanente na nova Terra. "~
A passagem de Heb. 12:22-24 une a ideia da aspersão de sangue
(v^ 24), que e ligada a ideia do Dia da Expiação. 7 6 da purificação do san-
tuário no capitulo 9:23, 24, com as ideias escatologicas 77 tais como Deus,
o juTz (12:23, 29; Tiago 4:12; 5:9), a escatologica "Jerusalém celestial"
(12:22; cf. GÍ1 . 4:25, 26; Apõe. 3:21 ;2), a assembleia de mirTades de an-
jos (12:22; cf. Dan. 7:10; Apõe. 5:11; 9:16), e os crentes73 que estãoins_
critos ou matriculados 7 ^ nos livros do céu [12:23; cf. Isa. 4:2, 3; Dan.
7:10). As ideias de Deus^ o juTz, a assembleia de mirTades de anjos assi_s_
tentes, e os livros do céu são aspectos essenciais da cena de juTzo apoc¥
iTptica de Dan. 7:9, 10, 13,J4, 22, 26.__0s adventistas não são os único?
que têm reconhecido que o juTzo de Dan. e um juTzo do tempo do fim tendo
lugar antes do reino eterno de Deus ser dado aos santos do AltTssimo (7:
22, 27), isto e, trata-se de um julgamento prè"-Adventoso ou, como é comu-
mente chamado, juízo investigativo.°^
Dan. 7 indica entre outros aspectos que o começo do juTzo celes_
tial que determina a sorte dos crentes de todas as eras, mortos e vivos,"
teria lugar apôs a__perseguiçao dos santos do Altíssimo^ pelo poderdochi.
fre pequeno, isto e, apôs os 1260 anos, ou apôs 1798, e antes do tempo em
que os santos receberam o reino eterno, ou o segundo Advento de Cristo. A
sequência cronológica de eventos em Dan. 7:21, 22 indica o seguinte: Pri-
meiro o chifre pequeno lança-se em guerra contra os santos e os vence, en
tão ("até" que o Ancião de Dias vem (cf. 7:9): "fez justiça aos santos"
(7:22]. E apôs este juTzo ter-se concluído "veio o tempo em quedos santos
possuTram o reino" (v. 22; cf. 2:44, 45). Esta sequência cronológica pare
cê conduzir a conclusão de que este é um juTzo pré-Advento numa corte ce-
lestial no santuário celestial. Os indicadores de tempo em Dan. 7 revelam
que este juTzo não começou ^om a ascensão de Cristo, mas apôs a guerra do
poder do chifre pequeno ter terminado; náo começou com o segundo Advento
de Cristo porque o recebimento do reino eterno pelos santos do AltTssimo
é resultado deste juTzo. Alem disso, os santos não participaram no juTzo.
O juTzo foi "em favor dos" (N_EB, NASB, NAB)83 santos enquanto os próprios
crentes são participantes no ul timo julgamento.
O tempo do juTzo do pré-Advento (investigativo) é mais precisa-
mente determinado na terceira visão do livro de Dan. no cap. 8 e sua in-
terpretação concludente no cap. 9. A visão de Dan. 7 anunciava q.ue no fim
do tempo dá historia do mundo uma obra de julgamento prossegue na corte
celestial; em Dan. 8 a questão de quanto ternpo a obra contTnua ou diária 84
prosseguira" é respondida: "Até duas mil e trezentas tardes e manhas; e o
santuário será purificado" (8:14). O verbo hebraico yu,^daq na última fra-
se deste verso e usado nesta forma nvfal somente uma vez no VT (ha.pa.-x.
liiQome.non). Seu exato sentido é d i f í c i l de determinar .85 As antigas ver-
sões gregas (Septuaginta, Teodõcio) usavam a versão "purificado" (koí/ia-_
Si-LÀ£ke.à(>,tcU.) que deriva do mesmo verbo grego usado em Heb. 9:23 quanto 5
purificação (fcat/ui/u.^cii.L/ia.c) das coisas celestiais num contexto de santu£
rio. Não e de pouco interesse notar que o mesmo verbo grego e empregado
também em Lev. 16:19 que fala da purificação {fe£L£fWUex.)So do santuário no
198
Dia da Expiação. A partir disto è" sugerido que a ideia de purificação faz
parte do significado do termo hebraico nLòdciq em Dan. 8:14. Isto encontra
forte apoio de empregos paralelos dos termos para "limpo, puro" para ou-
tros empregos derivativos da mesma raiz hebraica irfr/87 e seus cognatos ara
ma i cos. 83 Ao mesmo tempo o termo nÁ&daq parece ter o nuance de sentido ~~
de "ser posto em ordem ','89 "Ser justificado,"90 e "ser vindicado. "91 Pode
se ver facilmente como aqui em Dan. 7 e 8 as ideias do grande Dia da Exr
piaçao, ou seja, juTzo, purificação, incluindo eliminação do pecado e vin^
dicaçáo estão unidas e postas no contexto da obra final no santuário ce~
l es ti ai .
O ponto de partida das 2.300 "tardes-manhãs"^^ proféticas e en-
contrado em Dan. 9:24, 25 que continua a interpretação do elemento de tem
pó não explicado de Dan. 8:14, 26.93 A profecia dos 490 anos, que aponta"
adiante ao Messias, Jesus Cristo, e Sua obra na historia, 94 é determinada
para Israel e Jerusâiém (9:24) no sentido de "tirar" (ac.àc.nttai co-
mo o liapax. •izgomíLncn hebraico (loíafe pode ser vertido,995 a partir da pro-
fecia previa dos 2300 dias-anos. 96 £ t pois, evidente que as 70 semanas
ou 490 anos constituem a primeira parte da visão da profecia dos 2.300
dias-anos. Sendo que o "decreto para edificar e restaurar Jerusalém" (Dan.
9:25) foi emitido no 79 ano de Artaxerxes que começou no outuno de 457 A.
C.^ x e assim marca o começo da profecia dos 2.300 dias-anos, a obra de pu_
rificaçao e vindicação do santuário celestial com o julgamento dos fiei?
de todas as eras começou em 1844. O ano 1844 marca então o inTcio da se-
gunda fase do ministério celestial de Cristo que corresponde tipologica-
mente ao grande Dia da Expiação, um dia de purificação, eliminação de pe-
cados, de juízo e de vindicaçao em que o sumo sacerdote entrava no SantTs
s i mo. ~~
O l i v r o de Daniel não somente revela o inTcio da "purificação"
do santuário c e l e s t i a l , a segunda fase do ministério de Cristo no santuá-
rio c e l e s t i a l , como também revela o inTcio da primeira fase do ministério
celestial de Cristo. Dan. 9:24-27 começa com uma declaração geral da ex-
tensão do^perTodo de graça atribuTdo ã nação judaica (v. 24) e então por-
menores são realçados no que respeita ao modo de cumprimento. As sete se-
manas iniciais e as sessenta e duas no
semanas são— consideradas como um perTo
•"
do ininterrupto de tempo (v. 25)^_que conduz a unção de Jesus como Mes-
sias pelo EspTrito Santo por ocasião de Seu batismo (Mar. 1 : 1 4 ; Luc.4;18;
Atos 10:38- Heb. 9:12), isto e, 27 A. D." Apôs as 69 semanas , ou 483 anos ,
"no meio^O da semana" {Dan. 9:26, 27), isto é, apôs 3 anos e meio terem-
se passado desde Seu batismo, o Messias foi "tirado"' 1 -" (v. 26) por uma
morte violenta, substi tuinte. Isto assinalou o fim do significado dos sa-
crifTcios tTpicos do sacerdócio levTtico como indicado no rasgar sobrena-
tural do véu do templo de Jerusalém (Mat. 27:50, 51). Marcava também o tem
pó em que, apôs os eventos da ressurreição-ascensao-exa l tacão "o Santodos
Santos" (qcdejí^qcdaíun} do santuário celestial J 02 foi "ungido" (Dan. 9:
24). Isto, então, significa que a visão e interpretação de^Dan. 8 e 9 ma_r
ca os i n í c i o s da (a) primeira fase do ministério intercessÕrio de Cristo
no santuário celestial e o fim da primeira sequência do perTodo de 490
anos com a unção do santuário celestial tal como o tipo terrestre foi un-
gido (Exo. 30:26-23; 40:9) apôs o que Cristo começou Seu ministério sumo
199
sacerdotal e (b) a segunda fase do ministério celestial de Cristo ao final
do período de 2.300 anos em 1844 com a purificação do santuário celestial,
exatamente como o santuário terrestre era purificado (Lev. 16), o que en-
volve juTzo, eliminação de nosso pecado, e vindicação.
O escopo mais amplo da purificação do santuário celestial que en
volve e julgamento pré-Advento, a eliminação do pecado, e a vindicação de
Deus perante o universo, sua verdade, e Seu povo, e visto mediante as res_
pectivas passagens nos livros de Dan. e Apõe. ~~
Uma investigação de Dan. 7-9 revela vários conceitos-chave: (1)
O grande inimigo de Deus, de Sua verdade e de Seu povo são os poderes sim
bolizados pelo chifre pequeno em seus diferentes aspectos (Dan.7, 8). (27
O tema culminante nestes capítulos e o santuário celestial: Dan. 9:24 re-
vela a unção do santuário celestial que torna possível ao Sumo Sacerdote
empenhar-Se na primeira fase ("diário" ou "contínuo", cf. Dan. 8:11, 13)
de Seu ministério intercessõrio; Dan. 3:11-13 falando lançar por terra o
santuário; Da n. 7: 9-10. 13, 14j 8:14 revela a purificação e vindicação do santu
ario celestial. (3) Devido a centralidade do santuário celestial em seu mT
nisterio de duas fases no grande conflito entre Cristo e Satanás, este se
torna o alvo específico de ataque pelos poderes simbolizados pelo chifre
pequeno,
O ataque dos poderes do chifre pequeno são múltiplos: (1) O chj_
.fre pequeno ataca os santos do Altíssimo, de modo que somente uns poucos
são deixados como um remanescente (Dan. 7:21, 22; 25-27; 8:24; 12:7). To-
das as circunstancias parecem estar contra os santos fiéis. Como podem
aqueles assim esmagados por tal força ser verdadeiros santos e um santo ré
manescente de Deus? Como o status deles será determinado? Somente por uma
investigação dos registros "fDa n. 7:10, 12:1) mediante a obra do juízo pré
Advento (investigativo). (2) O ataque e sobre a verdade de Deus, porque
mudanças quanto ao tempo e a lei de Deus (Dan. 7:25; 8:12) são introduzi-
das .
>
Na compreensão do ministério celestial de Cristo em duas fases
.'.o santuário celestial um quadro claro é obtido no que concerne as altera
coes do tempo e da lei^pelo chifre pequeno. (3) O ataque é contra o pró-
prio santuário quando e dito que os poderes do chifre pequeno removem o
"contínuo" (Dan. 3 ; l l a ) e lança abaixo o lugar do santuário de Deus (S:
llb). (4) Finalmente, temos que manter claramente diante de nos que a usu_r
paçao das divinas prerrogativas pelos poderes do chifre pequeno é um ata_
que contra o próprio Deus, particularmente a obra intercessoria de Cris-
to como o único e exclusivo Mediador entre Deus e o homem (Dan. 7:20, 25;
8:11-13). Os poderes do chifre pequeno introduziram um mediador falsifica^
do, um falso sistema mediatorio e um sacrifício falsificado. A reivindica
cão para determinar a sorte futura dos santos é apresentada, uma decisão
que pertence somente a Deus. Novamente uma clara compreensão da obra sumo
sacerdotal de Cristo no santuário celestial remove esta poluição e purifj_
ca as consciências dos homens. (Heb. 9:14).
***
* *
200
REFERÊNCIAS E NOTAS
201
°V\a dos modernos estudiosos parece permitir somente uma
tipologia horizontal com exclusão de uma tipologia vertical em Hebreus.
Um exemplo t í p i c o e L. Goppelt, "TUTTOS," Theological Dictionary of the NT
( 1 9 7 2 ) , VIII, 253: "Acima de tudo a_tipolõgia vertical, ... e em Heb. me-
ramente uma ajuda para a apresentaçao_e caracterização da horizontal. ...
O ministério sumo sacerdotal no santuário celestial é uma metáfora da his
tõria da salvação para interpretar intercessio como o_resultado da obra ~
escatologica de salvação; não e parte de uma mundividencia apocalíptica
ou f i l o s ó f i c a . " Goppelt está correto em sua ênfase de que Hebreus não
compartilha a mundividencia de Filo como falsamente alegado entre outros
por J. Hering, The Epistle to the Hebrews (London,_1970), p. vii, "Como
Filo, nosso autor aceita um tipo de estrutura f i l o s ó f i c a e cosmologica
gue é mais platónica que bíblica." Essa atribuição de filonismo a Hebreus
e severamente criticada por R. Williamson, "Platonism and Hebrews,"
Scottish Journal of Theology 16 (1963), 418ss.; e seu Philo and the Epis-
"tle 1Õ~Thê~ Hebrews (Lei dei n, 1970). Por outro lado, GoppITt argumenta de~-
mais qualíHõ sugere" que o ministério de Cristo no santuário c e l e s t i a l não
é nada mais que uma "metáfora" da historia da salvação, A tipologia
vertical e mais do que uma mera "metáfora^ tal como a realidade de Cristo
como Sumo Sacerdote é mais do que uma metáfora.
9
Os três aspectos da obra de Cristo correspondente ao esquema
temporal de passado-presente-futuro são realçados especialmente por C.
Cullmann, Christulogy of the NT (Philadelphia, 1959), pp. 103s.
12 - -
E. G. W h i t e : "Não somente o próprio santuário, mas a ministra
çao dos sacerdotes deviam servir de 'figura e sombra das c o i s a s celestes"."'
Hebreus 3:5. Assim ele era de grande importância; . . . " ( P P , 3 5 1 s . )
l3
P. A n d r i e s s e n , O . S . B . , "Das Grôssere und vol l kommenere Z e l t
(Heb 9, 11)," Biblische Zeitschrift 15 (1971), 79-92, esp. 91: "Der Li-
turcjische Dienst, den Chnstus im H'immel e r f c l l l t , hat einen doppelten
Aspect, der der Einteilung dês Zeltes in das Heilige und das Allerheili-
202
gste entspricht."
14
Neste aspecto M. Dibelius, "Der himmlische Kultus nach dem
Hebrderbrief," Botschaft und Geschichte II (TíJbingen, 1956), p. 169,
tem dado um precioso resumo: "Das~l/erhàTtnis zwischen ai ttestamentl ichem
Kult und himmlischem Kult wird im Hebrclerbrief bald im Sinn der Uber-
bietung dês Alten durch das Neue, bald im Sinn einer Pararlleiisierung
beider dargestel11."
l 5 E. G. White: "O derramamento pentecostal foi uma comunicação
do céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De conformidade
com Sua promessa, Jesus enviara do Céu o EspTrito Santo sobre Seus segui-
dores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder
no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo." (AÃ, 39).
19 De vários textos do VT (Sal. 109:6, 31; Zac. 3:1) pode ser in_
ferido que era costumeiro nos julgamentos israelitas que o advogado per-
manecesse em pé a destra da pessoa sendo julgada. Cf. R. de Vaux, Ancient
Israel: Its Life and Institutipns (London, 1960), p. 156; H.-J. Kraus,
Psalmen Il (Neukerchen-VIuyn, 1965), pp. 743, 750.
?? ^**^
B. F. Westcott, The Epistle to the Hebrews, (reimpresso;
Grand Rapids, Mich., 1955), p. 218.
203
tos que^falam da "nova aliança" de que Jesus é mediador. Em Heb. 9:15 a
expressão é<5<.aOi'xr]? xaLu^s mas em 12:24 eòLa&n'xoí »e'0.5 . A distinção con
vencional entre os dois adjetivos para "novo" i que xa.\.vós é "novo em cará"
ter" e \>tos é "novo em termos de tempo." E possível que o autor de HeT
breus desejasse dizer em 9:15 que a natureza da aliança de que Jesus é me
diador o nova e em 12:24 que a nova aliança só recentemente foi ratifica r
da (Michel, Hebraer, p. 468, n9 3).
25 Note que__o uso instrumental da preposição t\> aqui e usado (co
mo em 13:20) o qual e, praticamente, o mesmo como aàia' na frase semelhai
te de 9:12.
oç
O termo para "novo é irpo^aro^, um termo usado somente aqui
no NT e significa "novo" no sentido dê "recente." Este adjetivo pode tam-
Dêm significar "novo" no sentido de "não existente antes." Cf. Bauer-Arn-
dt-Gingrich, Lexicon , p, 726.
97 .
O tempo verbal de <fc"rii; e £^T&j'xa^£c__ e o presente e indica as___
sim açao contínua. Vários estudiosos recentes tem sugerido que o tempo da
intercessão parece ser o juízo final porque a seção toda de Rom. 8:31-39
está basicamente preocupado com o futuro (0. Michel, Der Brief an die Rò1-
mer /J2a. ed.; Gottingen, l 963/ , p. 216; L. Mattern, Das Verstãndnis de"s~
Gericntes bei Paulus /^tuttgart, 196^7, p. 95 n9 210; K. Kertelge. "Recht-
fertigung" bei Paulus (MíJnster, 1967), pp. 125-134; Hay, Glory at the Ri-
gnOTand, pp. 59s.). Todavia, não e certo se o tempo futuro no v. 3"3 se
refere a um julgamento futuro ou se tem puramente um sentido lógico
(Blass-Debrunner-Funk, A Greek Grammar of the NT, íjí-366; Michel, RíJmer,
p. 216, n9 2). Hay, Glory at the Right Hand, p. 59, admite que Cristo es-
tá ali e intercede agora, isto e, durante toda a carreira da igreja; ..." V
Cremos que e exegeticamente seguro considerar a seqOencia morte-ressurreji_
cao-sessao-intercessao no v. 34 juntamente com os tempos verbais u t i l i z a -
dos para indicar intercessão contTnua começando com a. tomada de assento
de Jesus no céu. •
90 ' T
t V J Hay,
Gjo_ry at the_Ri_gh_t Hand, p. 1 3 2 : "A i n t e r c e s s ã o Ale Heb. f
7:2_5/ parece ser concéFícfa~cbmo continuando ao longo do período entre a i
ascençao e a parousia ( c f . 9 : 2 4 ) . " 9
35
S. G. Sowers, The Hermeneutics of Philo and Hebrews (Richmond
V á . , 1 9 6 5 ) , p. 111, assinala: "O sentido tipologico e ainda retido quando
Heb. fala de figuras terrestres, úiro6eL'2fZjaTa, da liturgia celestial
(8:5; 9^23) ... os^elementos da_ liturgia terrena são para Heb. impressões
de protótipos no céu ... ele /o autor/ também arranja as duas /^a liturgi
gia celestial e a terrena_V" no paralelo tipologico das duas dispensaçõesT 1
q/-
Neste respeito Barrett em The Background of the NT and Its
Eschatology, p_._ 385^ declara acertadamente: "O tabernáculo celestial e
suas minisTraçoes são de um ponto de vista eternos arquétipos, de outro,
são eventos escatolõgicos. "
37
Sowers, The Hermeneutics of Philo and Hebrews, p. 111.
•DO
O verbo grego e IMOLL^L^UÍ aparece no NT somente em Heb. 9:18 e
10:20. Pode significar "renovar" (eAmuicAu) , assim utilizado na LXX para
o hebraico imnem Sal. 50:12 (51:10), ou "inaugurar, dedicar", assim em-
pregado na LXX para o hebraico ^3 n em Deut. 20:5; II CrÔn. 7 : 5 .
205
diosos recentemente e com razão. A. M. Stibbs, The Meaning of the Word
"Blood" In Scripture (London, 1947); F. J. Taylor,"BTõõd," A theologlcal
Word Bgok of the BilTIe, (London, 1950), pp. 33s.": "£ a morte de Cristo
e não Sua vida entregue que efetuou uma reconciliação universal mediante
o ato do sofrimento realizado na história (Col. 1:20)." Uma das mais po-
derosas reaçoes ã opinião de que o derramamento de sangue significa "vida
cedida" procede de L. Morris, "The Biblical Use of the Terni 'Blood 1 ,"
Journal of Theologlcal Studies 3 (1952), 216-227; 6 1955), 77-82; idem.
"The Vocabulary of Atonement IV: The Blood," Themelios 3 (1567), 23-28.
Ele argumenta sobre uma base estatTstica que "dos 362~~("Gerleinan conta so-
mente 360 em THAT, I, 448 com 288 no singular e 72 no plural)_empregos
do termo dam (sangue) no VT, "203 se referem a morte com violência. So-
mente sete passagens ligam vida e sangue /£en. 9:4; Lev. 17:11, 14;
Peut. 12: 23; etc.7." (L. Morris, "Blood,v New Bible Dictionary /_7da. ed.;
London, 196_5/» P-^160. Ele prossegue; "E evidente que o caso deve" firmar-
-se em devermos ou não interpretar as 7 passagens que ligam vida com san-
gue em termos das 203 que falam de morte_violenta, ou se estas devem ser
entendidas Í luz das 7." (Themelios 3 Al96/7, P- 24). E conclui: "Esta-
tisticamente, pois, a evidencia faía fortemente contra a nova teoria. Os
números revelam que os pensamentos que mais provavelmente percorreriam a
mente de um hebreu nos tempos antigos quando o termo 'sangue1 era usado
eram pensamentos de morte violenta" (p. 25). Ele e agora secundado por P.
E. Hughes, "The Elood of Jesus and His Heavenly Priesthood in Hebrews."
Bi piiotheca Sacra 130 (1973), 108 que concluiu: "E totalmente irrealista
faiar do derramamento do sangue de uma vTtima em termos da 1iberaçao__ da
vida que é assim tornada disponTvel para o beneficio de outros -- e e bi-
b.l icamente irrealista, uma vez que por toda Escritura o derramamento cíê~
sangue na morte não significa 1iberar vida, mas perda de vida"
(grifos dele).
206
em pé diante do Pai, pleiteando como nosso Intercessor" (SDABC, VII, 933),
"Cristo esta hoje em pé como nosso Advogado diante do Pai. Ele è" o Media-
dor entre Deus e o homem. Trazendo as marcas de Sua crucifixão, Ele plei-
teia as causas de nossas almas" (Carta 35, 1894).
42
E. G. White sobre os méritos do sangue de Cristo: "Precisamos
conservar sempre diante de nos a eficácia do sangue de Jesus. Este sangue
sustenedor e purificador da vida, apropriado por viva fé, e a nossa espe-
rança" (Carta 37, 1894).
"Devemos tornar-nos expoentes da eficácia do sangue de Cristo, pelo qual
nossos próprios pecados foram perdoados" (6T, 82).
"... o sangue de Cristo que purifica de todo pecado ê" eficaz em benefício
daqueles somente que crêem em seu mérito" (GW, 162).
44
English versions (KJV, ERV, ASV, NASB; etc.); German versions
Van Ess, (SOhnopfer), Luther (Gnadenstuhl } , JB (SUhnmal), Rosch (Sílhnop-
fer), von A l l i o l i (SOhnopfer) , Elberfelder (Gnadestuhl ) , rev. Luther (Sfl-
hnopfer); French versions: Osterwald (une victime propitiatore) Segond
(Victime propritiatoire) .
4P '
Contra L. Morris, "The Meaning of u X a o T n p i o o em Rom. 3 : 2 5 "
New Testament Studies 2 ( 1 9 5 5 ) , 33-55; idem, "The vocabulary of Atonement
III: Prõpitlation," Themelios 2 ( 1 9 6 6 ) , 24-29, que sugere que "propicia-
ção e uma ideia mais bibl iça do que expiação" (p. 28).
207
dern weil Jahwe es zum Stihnemittel bestimmt hat (Lev 17, 11, ...)."
57 ~ -
A ideia de purificação do santuário e claramente reconhecida
208
por estudiosos de peso. Ver Kraus, Worship in Israel, p. 69 nÇ m ; G.
Fohrer,Geschichte der israelitischen Religion (T3ér1in» 1969), pp. 394s.;
Th. C. Vriezen, The Religion of Ancient Israel (Philadelphia, 1967), p.
256: "... aquele dia era uma solene' purifícaçao do santuário."
58Este destaque e dado por Vriezen, An Outline of OT Theology,
p. 262, n9 1.
59
Ver F. W. Farrar, The Early Days of Christianity, pp. 2 3 7 s . ;
P. I. Hershon, Treasures of th"e Talmud (1882), p. 97.
209
67 Bruce, Hebrews, p. 219 nÇ 152.
69
F. W. Farrar, The Epistle of Paul the Apostle to the Hebrews
(Cambridge, 1888), p. 145;~^J. Riggenback, D e r B r i e f an die HebTa^
(Leipzig, 1913), pp. 279s,; J. Bonsirven, St. Paul:" Epftre'aux HêFreus
(4th ed.; Paris, 1943), pp. 410s.; Spicq, Hebreux II, p. 267; ^ffcliêT7"He_-
bríier, p. 323.
70 Moraldi, Espiazione sacrificale, p. 248.
71
0. Kuss, Der Brief an die Hebráer (2nd ed.; Regensburg, 1966)
p. 125.
73
Isto seria então uma causa de elipse onde o leitor supre uma
palavra evidente que foi omitida. Ver Blass-Debrunner-Funk, A greek Grani-
ma r of the NT (Chicago, 1961), p. 253 § 479 (1).
210
e recentemente Hering, Hebrews, p. 117) ou aos Apóstolos (cf. Haino, e
outros) mas refere-se a crentes em geral (cf. recentemente outra vez.Rig-
genbach, HebrSer, p. 415; Westcott, Hebrews, p. 377; Michel, Hebr^er, p.
464 e outros). Uma vez que o livro celestial contem os nomes daqueles
destinados ã vida (Ex. 32:32, 33; Sal. 69:29; Isa. 4:3; Dan. 12:1;
Fil. 4:3; Apõe. 3:5; 13:18; "17:8; 20:12, 15; 21:7) a última opinião pre-
cisa ser adotada.
90 BDB, p. 842.
Q? ~ —
A conjunção "e" não e empregada nesta expressão que revela
ser um termo técnico para " d i a " e não poder ser dividida em dois meios-
d i a s . Ver C. F. Keil, "Daniel," Commentary on the OT (Edinburgh, 1891),
p. 302, que corretamente segue Berthold, Havernick, von Lengerke, Maurer,
H i t z i g , von Hofmann, e e seguido recentemente entre outros por E. J. Yo-
ung, The Prophecy of Daniel ( 1 9 4 9 ) , p. 174, e W. H. Schmidt, Pie Schflp-
fungsgeschichte der Priesterschrlft (2nd e d . ; Neukirchen, 1967), p. 6^
nQ 3: "SfTtt ' T a g ' sagr man auch ' Abend-Morgen ' (Dan. u: 1 4 ) . "
Q7
Para varias razoes de apoio a este ponto de vista, ver G. F.
H,-'sel, "Revelation and Interpretation in Daniel," Ministry 47:10 (Outubro
1974), 20-23.
94
Para uma avaliação das principais interpretações de Dan.
9:24-27, ver G. F. Hasel , "The Seventy Weeks of Dan 9:24-27," a ser pu-
blicado em The Archaeology of Jordan and Other Studies. Presented to
Prof. S. H. Horn, ed. L. Gêraty (Berrien íprings, Mich.: Andrêí/s Universi_
ty Press, 1981).
95 Com base no hebraico fíúAknaicc (médio) o significado de h a ta k
e cortar, eliminar, decidir (schneiden, abschneiden, entscheideno, ver
B PB, p, 367; KG, p. 343. O cognato a rama iço litk tem o mesmo significado.
Sobre a tradução deste termo, ver Questlons on Doctrine pp. 273-276,
e E. W. Hengstenberg, The Christolygy of the OT (reimpresso; MeDill AFB,
Fl., 1974), p. 810 (ChrTstologie dês AT /Berlin, 19567, III, 24).
212
96
Que os 490 anos foram cortados dos 2300 dias foi claramente
reconhecido por W i l l i a m Males, A New Analysis of Chronology (1883), II,
517: "Esta profecia cronológica ... foi evidentemente designada a expli-
car a visão anterior /Ho cap. 87, especialmente em sua parte cronoloqi-
ca dos 2300 dias."
97 Esta data e arqueológica e historicamente apoiada de forma
indiscutTvel , cf. Julia Neuffer, "The Acdession Year of Artaxerxer I,"
AUSS 5 (1968), 66-87; S. H. Horn e L. H. Wood, The Chronology of Ezra 7
T2BF. ed., Washington, D. C., 1970). .
9P ~ - ~
A tradicional interpretação histõrico-messianica de Dan.
9:24-27 segue a pontuação do v. 25 como provido nas versões mais antigas
(LXX, Teodocio, Vulgata, SirTaca) e seguida em muitas traduções inglesas
KJV, ASV, MLB, NASB, ERVmg). Outras versões seguem a pontuação do Texto
Massoretico que tem um at.lnia.ch, normalmente o princTpio divisor desjunti-
vo dentro desuni verso, apôs as palavras "sete semanas." As marcas de pon-
tuação não são originais aos manuscritos hebraicos, mas foram cristaliza-
das em sua forma presente apenas__nos séculos IX e X A. D. enquanto eram
ajustadas a pequenas questões até o século XIV A. D. (E. WUrthwein, Der
Text dês Al ten Testaments /'4"a. ed.; Stuttgart, 19737» p. 29), Evidencia
presente aponta na direçao de serem os acentos nas versões gregas ante-
riores aos dos manuscritos hebraicos dos massoretas (E. Werner, "Maso-
retic Accents," Interpreter' s Dictionary of the Bible, ed. G. A. Buttrick
/Fíaschville, 1962/, III, 297). O rabi medieval Rashi è citado quanto ao
Tato de ter dito: "que devido a heréticos, isto e, cristãos" a clausula
foi dividida por um atiinach (cf. E. B. Pusey, Daniel the Prophet /?da. ed.
New York, 18857» P- T90 nÇ~l ) . Isto parece implicar que a pontuação massp_
retica anterior reflete um preconceito anticristao e não pode ser conside_
rada como refletindo uma antiga tradição sem preconceitos. JerÔnimo rela-
ta em seu comentário sobre Daniel_que em seus dias exegetas judaicos con-
sideravam Dan. 9:24-27 como messiânico.
213
com H. Hontheim, "Das Todesjahr Christi und die Danielsche Wochenpro-
phetie," Katholik 7 (1906) 98, 115, 284 a tradução "in der Mitte /meio/
der Woche" esta correta.
* * * * *
* * * *
é
é
i
é
214
SUMÁRIO E CONCLUSÕES
216 - •
é
cio público de que Seu Filho havia sido "exaltado acima dos céus" (Heb •• 7 •
26; cf. Atos 2:36).
A superioridade do sumo sacerdócio de Cristo é assinalada ao lon
go de Sua eterna natureza (Heb. 6:20; 7:17; 24, 25; cf. 5:6; Sal. 104:T-OJ.
O meio de acesso a Deus esta sempre aberto mediante o "misericordioso"
(Heb. 2:17},__"fiel" (2:17; 3:2), "grande" (4:14), e "santo" (7:26]SumoSa
cerdote no céu. O sumo sacerdócio de Cristo e perfeito porque Ele e "perfel
to" (2:10), "santo, inculpável, sem macula, separado dos pecadores" (7 :26~J~,
"sem pecado" (4:15; 5:1-3), e proveu o sacrifício próprio (7:25) suficie^
te e de uma vez por^todas. O sacrifício expiatório de Cristo sobre a cruz"
torna o sistema lev^tico desnecessário. Sua irrepetTvel morte na cruz foi
o preço da redenção (1SM, 343) e tem eficácia meritória (SC, 74) com base
no que Cristo atua como oferta e ofertante, como supremo Sumo Sacerdote,
que aplica em Seu ministério celestial os benefTcios da expiação sobre a
cruz (EW, 260; GC, 422).
A confirmação do sumo sacerdócio superior celestial, todo-sufi-
ciente e oerfeito vem mediante um juramento d i v i n o (Heb. 7:20-22; Sal.110:
<1). Jesus, ao contrario do sacerdócio levTtivo do velho concerto (Êxo. 28:
]_} foi apontado por juramento e Seu sacerdócio e, pois, mais glorioso e o
único capaz de mediar salvaça"o plena sob a nova aliança. Em Jesus Cristo
temos um "grande" Sacerdote (heb. 10:21) e Sumo Sacerdote (4:K) sobre a Ca
sã de Deus. ~
217
pendimento, e conversão, sejamos capacitados a tornar-nos participantes da
natureza divina, ..." (E.G. White, MS, ]_906)_._ Mediante a constante media-
ção e intercessão de Cristo todos os fieis são sustentados e apoiados e
tem a chave para o crescimento espiritual e a perfeição cristã.
218
tuário como o lugar a partir do qual o destino dos homens e decidido e o
juízo se desenvolve; faz d i s t i n ç ã o entre o céu como céu e um santuário de
dois compartimentos nci céu ( 1 1 : 1 9 ; 14:15, 17; 15757-
O segundo documento do NT no qual o tema do santuário celestial
ocorre mais^concretamente é a epTstola aos Hebreus. O Sumo Sacerdote Je-
sus Cristo G um "ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o
Senhor e r i g i u , não o homem" (Heb. 8:2), isto e, o santuário celestial co-
mo um todo. O santuário "verdadeiro" (9:24; 3:2) existe no céu. O santuá-
rio terrestre era apenas "figura e sombra" (8:5) desta real idade celestial .
Em heb. 9:1-5 o santuário terrestre com seus dois compartimen-
tos, "o primeiro tabernáculo" e o "segundo tabernáculo," é descrito de mo
do tal a DÔr em foco o m a i s destacadamente possível a distinção e signifT
cãcao independente tanto do Lugar Santo ("primeiro tabernáculo") e Santfs
."segundo tabernáculo"). Os vs. 6, 7 falam sobre o ministério "dia-"
c" ou f-ontTnuo e o "anual" levados a cabo em cada compartimento respec-
V ?r
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carTstica" toma o tabernáculo como referindo-se ao corpo glorificado do
qual se participa sacramentalmente na eucaristia. Esta^nova opinião cajto
lico-romana não tem apoio no texto. (4) A "interpretação cosmológica"e_ a
mais proeminente hoje. Alega que Jesus, apôs Sua ressurreição e ascensão,
penetrou os céus, que são identificados como o Lugar Santo, a fim de ene
gar a presença de Deus, o Santíssimo, que alguns identificam como os céus
mais elevados ou o céu dos anjos. Muitos apoiadores desta interpretação
reconhecem uma parte da analogia tipolÕgica, ou seja, que o equivalente
celestial do santuário terrestre consiste também de dois compartimentos.
Mas estes são interpretados simbolicamente como duas esferas mediante a
qual Cristo passa. Critica incisiva tem sido apresentada contra esta opj_
nião: (a) Se o tabernáculo de 9:11 é simbolicamente interpretado como pas_
sando através das regiões celestiais pelo assunto Senhor em Seu caminho
ao Santíssimo, então uma contradição é criada com respeito ao "verdadei-
ro tabernáculo" de 3:2 que contem o trono de Deus no céu. Portanto,os ta
berniculos mencionados em 8:2 e 9:11 devem ser considerados idênticos.
Ambos levam adjetivos que definem sua realidade superior, e ambos referem_
se ao santuário celestial como um todo. (b) A equação de "tabernáculo"
com regiões celestiais ou o próprio céu não faz justiça ao emprego de He_
breus onde 05 céus são duas vezes designados como parte__desta criação
("hlO-12; 12:26, 27), enquanto o "tabernáculo" de 9:11 e referido como
"não desta criação." (c) Quando o termo "tabernáculo" e empregado para
uma realiade não-terrena, a epístola aos Hebreus tem sempre o santuário
celestial como um todo em mente, (d) A interpretação cosmológica e inco-
erente. Reconnece tipologia literal mas aplica-a simbolicamente, (e) A
interpretação cosmológica cria uma contradição. O VT e NT testemunham
quanto I realidade de um santuário de dois compartimentos no céu, majs a
interpretação cosmológica de Hebreus somente concede que o próprio céu se_
já o santuário.
Evitando-as armadilhas dessas interpretações simbólicas e rec£
nhecendo a coerência da tipologia e contexto bíblico os adventistas, júri
tamente com muitos exegetas, tem reconhecido que a epístola aos Hebreus
testemunha de um santuário de dois compartimentos no céu (3:1, 2, 5; 9^8,
1 1 , 12, 24, 25; 10:19; cf. 13:11} onde Cristo leva a efeito Seu ministé-
rio sumo sacerdotal de duas fases. Os estudiosos que adotaram uma inter-
pretação simbólica, não-1iterai do santuário em Hebreus admitem franca-
mente que a interpretação não-simbóliça "obviamente concorda com a letra
do texto." Sem demorar-se sobre este ponto pode-se notar que a posição de
de que a epístola aos Hebreus fala de um santuário de_dois compartimentos
no céu, sustentada pelos adventistas em geral, e também mantida pelos pro-
fessores_H. Windisch, J. Schneider, W. Michaelis, 0. Hofius e outros em
nosso próprio tempo.
Em Heb. 9:24 e afirmado que Cristo entrou no próprio céu. Este
texto não equipara o céu com o santuário, mas enfatiza que Cristo entrou
na esfera celestial em que o santuário esta localizado, onde Seu ministe_
rio sumo sacerdotal é levado a efeito. Esta passagem demonstra uma vez
mais que a entrada de Cristo no céu marca o inicio do segundo aspecto do
ministério expiatório que continua {7:3; 10:12, 14) ate que Ele retorna
a segunda vez (9:28).
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C
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III. A NATUREZA DO MINISTÉRIO CELESTIAL DE CRISÍO
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é
povo ao santuário, como resultado precisava ser purificado no Dia da Expia- ^
cão (Lev. 16:19). A 'ideia de purificação e predominante no termo hebrai-
co knpt "fazer expiação," que e empregado 16 vezes em Lev. 16. Expiação
envolve purificação e eliminação do pecado (Jer. ]_8:35). O Dia da Expia-
ção, alem de ser^um dia de purificação e eliminação do pecado, era tam-
bém um dia de juTzo (Lev. 23:29; cf. Eze. 18:24) e assim de separação e
decisão e, portanto, também um dia de vindicaçao. O crente era vindicado
quando achado não culpado (Lev. 23:29) e Deus era vindicado conforme a
justiça prevalecia.
Esses momentosos eventos associados com o santuário terrestre
fazem parte do que o NT designa como "figura e sombra das coisas celestj_
ais" (Heb. 8:5). Assim como o ministério terrestre tinha culminância no
ministério sumo sacerdotal no Dia da Expiação com seus__aspectos de puri-
ficação e eliminação do pecado, julgamento, e vindicação, assim a segun-
da e final fase do ministério sumo sacerdotal de Cristo é o clTmax de Sua
obra celestia} no santuário no Santíssimo, ^onde, de igual modo, purifica
çao, eliminação de pecado e vindicaçao estão envolvidos. O santuário ce-
lestial precisa ser purificado (ka£kasU,z&>tlvU) com melhores sacrifícios
(Heb. 9:23, 24). Isto também é afirmado em Dan. 8:14.
Assim como no santuário terrestre o sumo sacerdote entrava no
lugar santo ao final do ano ritual apôs os pecados terem sido transferi-
dos para o santuário,_tambem é de se esperar que Cristo iniciasse a segim
da fase de Seu ministério no santuário celestial pela última parte de Sua
mediação celestial. Em Heb. 12:22-24 o espargir de sangue é ligado a
ideias escatolÕgicas tais como Deus, o juTz (12:23, 29; Tiago 4:12;_5:9),
a assembleia de miríades de anjos (Heb. 12:22) e os crentes que estão ins_
critos nos livros do céu (v. 23) sendo tudo isso aspectos essenciais das
cenas de juízo apocalíptico de Dan. 7:9-10, 13, 14, 22, 26. Os adventis-
tas não estão sós em seu reconhecimento de gue estas passagens em Dan. 7
se referem a um julgamento pre-Advento também chamado juízo investigati-
vo. Este juízo é realizado apôs o poder do chifre pequeno perseguir os
santos_, e antes que o reino eterno seja entregue a eles como a seqtiencia
cronológica de Dan. 7:21, 22 claramente indica, isto e, apôs 1798a antes
do segundo Advento. O início do juízo pre-Advento e precisamente determj_
nado na visão de Dan. 8 e sua interpretação concludente de Dan. 9. O pon_
to de início da profecia dos 2.300 dias de Dan. 8:14 é encontrado no pri-
meiro decreto de Artaxerxes de 457 A.C. segundo Dan. 9:24-27, e sua con-
clusão deve então cair no ano 1844 A. D., marcando o início da segunda fa_
se do ministério celestial de^Cristo. Esta fase corresponde tipologica-
mente ao grande Dia da Expiação com seus aspectos de purificação, elimi-
nação de pecado, juízo e vindicaçao.
Em Dan. 8 a indagação sobre quanto tempo a obra contínua (v . 13)
prosseguira ê respondida: "Ate duas mil e trezentas tardes e manhas; e o
santuário será purificado" (v. 14). A forma nifal hebraica YiL^daq apare-
ce somente aqui no VT e tem recebido muitas diferentes versões. As anti-
gas versões gregas (LXX, Teod.) traduziam "purificado" usando^uma forma
do mesmo verbo empregado novamente em Lev. 16:19 da^purificaçao do santu
ãrio no Dia da Expiação e em Heb. 9:23 da purificação das coisas ceies-
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tiais. A ideia de purificação e parte do sentido do termo hebraico de Dan.
3:14 mas as conotações de por em ordem, j u s t i f i c a r e vindicar parecem tam
bem ser parte de suas nuances de sinnificeoj. Este escopo mais amplo de""
"purificar" o ronttj-irio f; realçado pelo contexto do Dan. 7-9.
Entre as revelações-chave de Dan. 7-9 estão os ataques do c h i -
fre pequeno contra os santos de Deus (7:22s., 25-27; 8:24), a divina tabe
Ia de tempo e a lei (7:25; 8:12), e o santuário com seu sistema mediato-""
rio e mediador (7:20, 25; 8:11-13). A fase eclesiástica do poder do chi-
fre pequeno introzudiu um mediador falso, um falso sistema mediatõrio, e
um sacrifício blasfemo (8:11, 12). Esta interferência nas prerrogativas
divinas e limitada a um período definido de tempo. Começando com o fin do
período de 2.300 dias cm 1844 Cristo iniciou a segunda e final fase cê Seu
ministério mediatõrio no santuário celestial e a partir desse tempo a re-
velação progressiva do ministério celestial de nosso Sumo Sacerdote en
duas fases é proclamada em sua plenitude sobre a Terra. Desde 1344 o ete^
no destino do santos de todas as eras está sendo determinado com "rrevo-
gãvel finalidade no julgamento pre-Advento (Dan. 7:9, 10, 13, 14; 8:14;
Apõe. 11:1-3) por meio de um exame ou investigação dos livros (Dan. 7:10;
u eb. 12:2: ; Apõe. 1J :l-3); cf. I sã. 4:2, 3). Parte desta fase final é a pu
í-1'icaçao do santunrio celestial (Dan. 8:14; Heb. 9:23, 24; cf. Lev. 16:
19) da contaminação acumulada dos pecados dos santos e a purificação de
"nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo.'" (Heb. 9:
K). Mr-diante todos estes aspectos da fase final do ministério celestial
do Cristo, o santuário celestial com o trono de Deus e vindicado diante do
univorso e o povo de Deus é igualmente vindicado.
As profecias de Daniel e Apocalipse juntas com a revelação da
obra de Cristo no céu, como contida tanto no VI como no NT apontam repeti
darnente a segunda e f i n a l fase do m i n i s t é r i o suno sacerdotal cie Cristo no
santuário c e l e s t i a l . Esta obra envolve os aspectos de purificação, e l i m i -
nação ao pecado, juTzo e a vindicaçao de Deus, de Sua verdade e Seu povo
sobre a Terra. Esta obra sumo sacerdotal f i n a i de mediação, intercessão,
juízo e vindicaçao constitui uma importante parte na resolução da luta mi
lenar do pecado contra a salvação. Satanás contra Cristo, a que todos os
homens são atraTdos. O que está se passando no céu hoje, nessas horas fi-
n a i s d,i historia humana, e da mais absoluta importância para a preparação
cia Segunda Vinda de Cristo e, portanto, do terceiro aspecto da obra de
Cristo. L também de v i t a l significação para as questões finais no triunfo
da igreja remanscente de Deus.
Entender, pregar, e ensinar a plenitude do ministério mediatõ-
rio de Cristo em duas fases no santuário celestial significa (1) ingres-
sar numa mais profunda e rica experiência com nosso Salvador, (2) procla-
mar um evangelho completo, e não parciel , (3) trazer homens e mulheres
perdidos a plena luz do plano de redenção de Deus com a parte transmisso-
ra de vida da verdade do santuário, (4) criar uma consciência da signifi-
cação da nrando hora do juízo de Deus (Apõe. 14:8-12), e (5) realizar pré
paraçlo para enfrenta-lo mediante nosso Senhor Jesus Cristo. Maranata (i
Cor. 15:22; Apõe. 22:20):
• -n- í- -K -K • <i * A B -n K -K -K Te •* -K*-**-*'*******:
+
TRADUÇÃO: A^íiiw^íu G. .o-i-tíc/
^c.£o S. A. L. T..
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** 1931
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