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Seminário Adveotista Latino-Americano de Teologia

REDEN DIVINA HOJE


Estudos sobre -a Doutrina do Santuário

Gerhard F. Hasel
Brasília - Outubro 1981

v/.
fc-x . TH

SEMINÁRIO ADVErJTISTA LATINO-/WERICANO DE


TEOLOGIA

REDENÇÃO DIVINA HOJE


v

ESTUDOS SOBRE A DOUTRINA DO SANTUÁRIO

Gerhard F. Hasel

Brasília - Outubro 1981


ÍNDICE

CAPITULO TITULO PAGINA


Estudos sobre Expiaçao_BTbliça I: ContTnuo
SacrifTcio, Contaminação/Purificação e Santuário l
Introdução l
A Origem e Significado de SacrifTcio . . . . 2
A Relação de Contaminação//Purificação . . . 5
Terminologia de Contaminação 5
Contaminação//Purificação e Sangue ... 7
Transferencia pelo Sangue do SacrifTcio. . . 9
O Rito da Imposição de Mãos 10
Terminologia 10
O Rito Antes do SarifTcio 10
O Significado do Rito 10
O Rito da Manipulação do Sangue Sacrificai . 12
Terminologia 12
O Rito da Manipulação de Sangue . . . . 12
O Rito de Comer Carne Sacrificai 15
Introdução '. 15
O Rito de Comer a Carne Sacrificai . . 15
Referências e Notas 20
II Estudos em Expiação BTblica II: O Dia da Expiação 28
O SacrifTcio do Novilho e Sua Manipulação de
Sangue __ 29
O SacrifTcio do Bode e a Manipulação de Seu
Sangue ^ 29
O Rito do Bode Expiatório 32
Referencias e Notas . 38
III A "Ponta Pequena," os Santos, e o Santuário em
Daniel 8 47
A Estrutura Literária de Daniel 8 . . .. 47
Principio e Fim de Daniel 8 47
Visão-Audiçao em Daniel 8 48
Interpretação em Daniel 8 49
Estrutura de Daniel 8 50
Natureza, Expansão e Atividade do "Pequeno
Chifre" 51
A Origem do "Chifre Pequeno" 51
A Natureza do "Chifre Pequeno" 55
A Expansão pelo "Chifre Pequeno" 55
A Atividade do "Chifre Pequeno" 56
A Audição Sobre o Santuário . . . . 62
Elemento de Tempo de Dan. 8 13, 14 62
Conteúdo da Pergunta de Dan 8:13 65
Conteúdo da Resposta de Dan 8:14 70
Referencias e Notas 75

BIBLIOTECA
DO
E N A
Í N D I C E , CONT.

CAPITULO TTTULO PAGINA


IV Sangue e SacrifTcio: Purificação e Contaminação
por Sangue 95
I. Introdução^ 95
II. Contaminação por Sangue na Bíblia . . . . 95
A. Terminologia de Contaminação do
VT . . . ! .. . 96
B. Contaminação e Purificação por
Sangue 98
III. O Rito da Manipulação do Sangue Sacrificai 100
A. Terminologia . . . . ^ 101
B. Os Ritos de Manipulação de Sangue 101
O Firmar da Aliança 101
Consagração do Sacerdócio e Dedj_
cação do Santuário 101
Manipulação^de Sangue em Sacrifí
' cios Expiatórios 102
Referências e Notas 108
As Setenta Semanas de Dan. 9:24-27 114
Interpretações Simbólicas 114
Interpretação Simbólica Coerente . . . . 114
Interpretação Semi-Simbólica 117
Interpretações HistÕticas 120
Interpretação Histõrico-Crítica . . . . 121
Interpretação HistÕrico-Messiãnica . . . 125
Referências e Notas 130
VI O Santuário Celestial na Escritura 143
Tipologia do Santuário Terrestre e do Santuá-
rio Celestial 143
O Santuário Celestial no VT 145
O Santuário Celestial no NT 146
Apocalipse 146
Hebreus 148
Referencias e Notas 159
VII O Sentido de "Santuário" e "Dentro do Véu" em He-
breus 179
Parte I 179
Parte II 180
Velho Concerto 182
Novo Concerto 182
Parte III 183
Hebreus 9:13 * 184
Parte IV ^ . 186
VIII A Natureza do Ministério Expiatório de Cristo . . 190
A Tipologia do Ministério Celestial de Cristo 190
A Primeira Fase do Ministério Celestial de
Cristo 191
Cristo Inaugura Seu Ministério Celeste . 191
Cristo como Mediador Celestial 192
Cristo como Intercessor Celestial 192
Í N D I C E . CONT,

CAPITULO TITULO PAGINA

A Segunda Fase do Ministério Celestial de Cri s


to T 195
Referencias e Notas 201
SUMARIO E CONCLUSÕES 215
A Função do Ministério Celestial de Cristo . 215
A Entronização e Instalação de Seu Minis
tério Celestial 7 215
Cristo como Sacerdote Celestial e Sumo
Sacerdote 216
Cristo como Sacerdote Celestial . . 216
Cristo como Sumo Sacerdote Celestial 216
Cristo como Mediador e Intercessor Celes-
tial 217
A Esfera do Ministério Celestial de Cristo . 218
A Tipologia do Santuário Terrestre e Ce-
lestval 218
O Santuário Celestial no VT 218
O Santuário Celestial no NT 218
A Natureza do Ministério Celestial de Cristo 221
A Tipologia do Ministério Celestial de
Cristo ; 221
A Primeira Fase do Ministério Celestial
de Cristo ^ 221
A Segunda Fase do Ministério Celestial
de Cristo . 221

P I A G R A M A S

1 , . , . , . . , Jfw.y\A ^iô.\\cÀ£L ptLÍo Sangue do Sac/u^oóo 9


O R*,£o da. Manipulação cie Sancjue 15
Õ &Lto de ComeA Ca-ine SacAx,|$X-ca£ 17
Pecacio-i T4an-6j$e>u.do.6 paAa o San.tuáVw.0 1&
111 E^-f/íu-ftjAA .cie Pafu,e.£ S . 50
llaJimonLa az Género em Pan. &'•&, 9 53
IV ívó£o-i cie Manipulação de Sangue - A 104
\Hto& cie MatttpaCação de Sangue - B T 06
V PeA^ocio da Igreja H6
Tn-íeip-YC-tacão VJ&pe.nAacÁ.on(it<i&tcL HS
122
127
t/71 Vdtho ConccAto - Mc-vo Conec-tto H2

111
CAPITULO I
ESTUDOS SOBRE EXPIAÇÃO
t BÍBLICA I! CONTÍNUO

S A C R I F Í C I O , CONTAMINAÇÃO/PURIFICAÇÃO E

SANTUÁRIO

INTRODUÇÃO

O Dia da Expiação [yôm ka.klú.ppusujn) é o dia da purificação _do


santuário/templo. A opinião dos investigadores não e plenamente unânime
com respeito aos pecados pelos quais o santuário/templo deve ser purifi-
cado.
Recentemente que no dia da Expiação somervte
(N"m- 30-
0-31) pelos QUAIS.. exp.ia.ç_a_p
não. do santuário. ' Esta opinião e formulada
sobre a hipótese de que o pecado/contaminação tem uma "qualidade dinâmi-
ca, aérea."2 Esta hipótese sugere que todos os pprarin^nan riplibérados e
deliberados são automaticamente atraídos para o santuário^ que, desse mo
do, faz-se automaticamente contaminado. Os sacrifícios diários durante o
ano ritual são vistos como purificadores ou_expurgadores do santuário,
livrando-o desses pecados. Jln.Difl dfl Fvpiaçan sQmen±e_.QS. pecados não ar:
rependidpsj ofensivos ou extremamente ousados que tivessem penetrado ate
o Santo doY/SantQsJM/^d^^ atfinçãfl.- DS rUos
do Dia da Expiação prescritos em Lev. 16 removem esses pecados ofensivos
ou ousados do Santo dos Santos (adytum) .3
Outro estudioso recentemente aceitou não somente a hipótese
dinâmica, aérea da natureza do pecado/contaminaçao/impureza mas também a
alterou alegando que alem de ser dinâmico e aéreo, o complexo contamina-
ção/impureza é também demoníaco;5 dai, o Deus da Bíblia Hebraica não po^
der ser considerado onipotente.6 Nesse sentido £_aug£r.ido. que o ritual
de_sangue do Dia da Expiação e apotropaico, protegendo..."a. deidade e suas.
^circunvizinhanças das jucucsoes. jda_-i mp u ré zA-.gue -penetra r i a .0... _$_a_ntuaru>
mediante um roteiro que conduziria desde o pátio externo, fora da tenda,
penetrando-o por..5ua
.. entr^a,, paççandn pelo altar de incenso, através do
[véu], aberto para deixar o sacerdote entrar, e ao^proprio lu-
gar onde se assentava a divindade. ... O que observamos aqui e a proteçao
de um roteiro ou canal de contaminação."7 Aqui o nexo do^ritual e muda-
do de polaridade de contaminação//purif icaçao para proteçao//contamina-
çao.8 Essa hipótese mãgica-demõnica não considera contaminação/impureza

BIBLIOTECA
00
E N A
como um estado de ser ou uma atitude^ mas uma força ativa magica-demòm-
ca com base na qual o ritual do Dia da Expiação deve ser reinterpretadoJO
As duas posições há pouco_examinedasindicam que aspectos-chave
do culto hebraico e o Dia da Expiação estão inter-relacionados e não po-
dem ser adequadamente investigados isoladamente um do outro. Sendo este o
caso, precisamos estudar os aspectos básicos no_culto hebraico como uma
preparação para investigação do propósito, função e significado do Dia da
Expiação. Dentro do limitado espaço disponTvel os seguintes aspectos da
liturgia do antigo Israel serão investigados: (1) a origem e significado
de sacrifTcio; (2) a conexão de contaminaçao//purificação por meio de sa_
crifTcio e em relação ao santuário; (3) o significado do rito de imposi-
ção de mãos na vitima sacrificaV; (4) o rito da manipulação do sangue s^
crifical como relacionado com vários tipos de sacrifTcio; e (5) oritode
comer carne sacrificai. Espera-se que tal investigação lance luz sobre as
várias teorias e hipóteses propostas e que conceda a evidência bTblica,
vale dizer, textual para o ponto de vista do VT quanto a relação do pec£
dor e sacrifTcio, purificação e contaminação, e os serviços do santuário
antes do Dia da Expiação. Sobre este fundamento uma segunda parte de nos^
sã investigação pode tratar_do propósito, função, e significado dos ritos
de Lev. 16 no Dia da Expiação, o grande dia anual de purificação.

A Origem e Significado de SacrifTcio

Por algum tempo tem sido costumeiro investigar o fenómeno rel^


gioso do sacrifTcio e seus rituais como parte do conceito de progresso
cultural. Esta prática e baseada na aceitação tácita de que as bases pa-
ra os sacrifTcios rituais apresentam-se nas sociedades primitivas; para o
Oriente Próximo de outrora isso representava particularmente os beduTnos.
As praticas mais ou menos atuais dos beduTnos são tidas por normativas do
/desenvolvimento do sacrifTcio bTblico e seus rituais.H Conquanto uma
tendência importante no liberalismo clássico haja mantido que as leis ce_
rimoniais e rituais sacrificais do tronco pentateuco derivem do período
pos-exTlico, é agora evidente, com base em descobertas arqueológicas en-
tre as culturas da Mesopotâmia,12 sTria-Palestina,13 e AnatoliaJ^ que
r "i tua i ç -rnmplp._x_ps_ eyi sj.j agi no FÍr.tÍ-1 ,Cre^CeJlte__JDUJÍJ^-Aníe^_.jÍD__J.ÊinpO de,
MOÍSPS . Çnpi rAçpp-itn ã nrigpm Hn ÇflCrifTqjn, n yi mantém que
rprpnnta à pr^Pirfl fãJTlTl ífr í-P-r-fg-SfoP (fípn.. 4* 3*5:] p p
flpiiç nara Q . prnpnsi tn HP re-sfc^irflr fl interrompida
entre Deus e o homem.

Em nossa,,op_inj_ao uma_. noçãmq_jnui to básica, se não for a mais fun


'i damental, associada. cpm_SAçrl.fíÇ_1JLJia..Àib1j_a.,.e a ideia de um relaciona-
) mento partido entre Deus e. o homem que necessita ser superado e restaura
-' do raediante o sacrifTcio e aejjs ritos de modo a que Deus e o homem nova-
mente .experimentem comunhão imperturbada. Como tal, o sacrifTcio deve ba-
sicamente ter a intenção de nnprar rpstauracjp pntre Deus, como Criador
e Senhor do homem, e o homem como aquele que caiu em pecado e trouxe cuj^
pá sobre si mesmo. O sacrifTcio, com seus ritos, e o meio apontado e coji
cedido por_Deus para operar purificação do pecado e impureza, isto é, fa
zer expiação pelo pecado do homem e sua culpa. Ao reconhecer isto como ã"
preocupação fundamental do sacrifício na Bíblia, também desejamos fazer
notar que o sacrifício igualmente expressa a dpvnçãn dn hnmpm P arjoraçãn
a Deus, bem, como a apreciação do homem a Deus por Seu dom .de
Nunca se deve passar por alto o fato de que a Bíblia não provê
uma explicação- explicita sobre o significado do sacrifício, como tal . Apj?
sar. dessa omissão, parece evidente que o significado de sacrifício e der
terminado afinal e de modo abrangente pela concepção divina de Deus. Deus
e descrito como o Criador (Gen. 1-2) e iniciador de uma comunhão pessoal
entre Ele próprio e o homem, o qual foi feito ã Sua imagem (Gên.l :26-28).
A comunhão face a face entre Deus e o homem foi interrompida pela rebe-
lião do pecado (Gên. 3). Sacrifícios substitutivos foram então estabele-
cidos a fim de purificar o pecador e restabelecer. comunhão com o Deus
pessoal que permanece como o Senhor salvador e não permite o culto a ne-
nhum outro deus (Êxo. 20: 2:5; 34: 11:16). Esses sacrifícios tinham Dig-
nificação profética (Heb. 10:4) -- a morte de animais irracionais pelo pe_
cado cometido pelo homem, feito a_imagem de Deus, expiando a culpa que
trouxe sobre si mesmo por suas ações pecaminosas.
Com base no estudo de religiões primitivas e os métodos de re-
ligiões comparativas os estudiosos tem feito varias sugestões concernen-
tes ao significado e instituição do sacrifício na liturgia hebraica. En-
tre as principais sugestões concernentes ao propósito subjacente ã insti_
tuição do sacrifício estão as seguintes:
- '> ' '
• l . Sacrifício e o "meio pelo qual a divindade prove-se de nu t rj_
mento e rfeftOvada força. "15 Esta opinião sustenta que Deus Se prove de
alimento por meio do sacrifício. Esta concepção de sacrifício é evidente
entre os antigos babilónicos, egípcios e outros. Conquanto seja verdade
que as vezes ocorram certas expressões, tais como "manjar de oferta quej_
mada ao Senhor" (Lev. 3:11), "manjar de oferta qiraimada, de aroma agrada_
vel" {Lev. 3:16), e "pão de seu Deus" (Lev. 21:6, 8, 17, 22; 22:25; cf.
Num. 28:2), e o sacerdote, e não Deus, oue o come (Lev. 21:22). Tais fra_
sés não devem ser forçadas no sentido do conceito de que Deus realmente
Se alimente de sacrifícios, conceito este alheio e irreconciliável com a
concepção hebraica quanto a Deus. .Yíihí^fh h^ via pxiçt-irin p demonstrado Seu.
r muito ante?; dp n hnmpm nu Tsrqpl rfializarpm sarrif ícios . l °
2, Sacrifício é oferecido a fim de que o ofertante possa a s s i -
milar a fjfça vital do sacrifício animal. J 7 Esta interpretação de sacrj_
fício não requer que nos detenhamos por muito tempo uma vez que não mais
merece amplo apoio. Aparentemente tal ponto de vista era apresentado em
religiões animistas. Não se pode demonstrar que tal opinião se fizesse
presente na religião hebraica ou que referência ela se faça no VT.
«Í Sacrifício e uma dadiva ã divindade para assegurar o seu a£
xílio.18 731 posição tem ampla aceitação em círculos eruditos. £ certa-
mente correto que o sacrifício m-ói/ia/i é mencionado cedo na Bíbl ia (Gen.4:
4-5), mas representa ir muito longe entender que a expressão original de
BIBLIOTECA
sacrifTcio seja no sentido de^oferecer urna dádiva que tenha força de uma
obrigação. A teoria do sacrifTcio como uma dadiva feita pelo homem a di-
vindade pode ser criticada em três níveis, como foi demonstrado recente-
mente -- a hipÕtese-dádiva não pode ser sustentada como um meio predomi-
nante de interpretar o sacrifTcio por registros etnológicos;
PSpprTf iras rri t iram a rpHuran Ha carrifTrin fl uma dadiva; e
a S-antixjas-tradiçoeÃ-. ronrprnpntPT^a. qarrifTrin nãn apn-iam a hipótese da
dõdJVfl rnmo uma ripsrr-içãn Haç fnrmaç mais intensas dp sacrifTcio. 1 9 £
por demais ténue reduzir a imagem bTblica de sacrifTcio e sua origem ao
de uma dadiva a Deus' para induzir Seu auxTlio.
SacrifTcio opera uma união mTstica entre o homem e a divin-
dade porque esta aceitado sacrifTcio, assim efetuando comunhão entre Deus
e homem. ^0 Embora a ideia de restaurar um relacionamento interrompido
entre Deus_e homem seja um pensamento-chave na religião bíblica, a...teoria
de Jima-Unifln mTstirfl nnPraria ppLa-&a£j?-ifig-ii> constitui uma rnnrppran que
dificilmente.. pode .s_e_r_.,d£ii)onstrada pelo VT.
O denominador comum de .todas essas hipóteses e teorias e a su-
posta origem monogenética de sacrifTcio. Mas essas teorias monogenéticas
concernentes ã origem do sacrifTcio parecem deixar a desejar já no come-
ço porque subentendem Ç^ um desenvolvimento evolucionário2! do queépri
mitivo ao que e avançado; (2) uma linha discernTvel de todos os sacrifT^
cios conhecidos^a um simol es' denominador ao longo de um método de histo-
rias das religiões; e p) uma definição de sacrifTcio no VT que desconsi
dera seus múltiplos aspectos. Parece seguro sugerir que sacrifTcio e inT
cialmente um ato com múltiplos aspectos.
Entre os múltiplos aspectos da origem, propósito e funçãodos^
crificio, os seguintes parecem essenciais: (l) SacrifTcio é a institui-
ção divinamente apontada para restabelecer uma relação entre Deus e o ho_
mem interrompida pelo ato do último ao pecar. (2) SacrifTcio age como uma
substituição para o ofensor. Um exemplo primitivo do processo de substi-
tuição acha-se na narrativa de Abraão sacrificando Isaque (Gên. 22), on-
de o sacrifTcio animal toma o lugar da pessoa a ser sacrificada (Êxo.32:
30-32; Isa. 53: 6-10). (3} SacrifTcio assiste o ofertante a modificarseu
status, por seu ato de sacrifTcio, de um s tatus de culpado e pecadcrdian^
te de Deus a um de inocente e perdoado. (4) Sacrifício serve a dupla fun
çao de purificação e remoção de contaminação. PnHfira n çarr-íf-iraní-p e
fl fl Contaminação an lugar ãn carHfTHn. n santuário n o c u l t Q Í £
(5) SacrifTcio e profético, pelo que a forma de um animal não pt)
de, por si mesma, expiar o pecado e a culpa (Isa. 53; cf. Os. 6:6; Sal.
50:8-15; 51:18, 19): O autor de Hebreus declara em sua própria linguagem:
'E impossTvel que sangue de touros e de bodes Jrê^vã] pecados" JHeb.10:4).
Desse modo, o sacrifTcio animal no VT e apenas uma prefiguração prolépti_
ca do Servo de Deus, que morreria uma morte substitutiva pela transgres-
são de outros (Isa. 53).
As complexas concepções concernentes a sacrifTcio estão longe
de^ser simples. Em cada sacrifTcio ha invariavelmente um agregado de
ideias com relações multivariadas. Algumas delas concentram-se nas conse_
qtíencias para o pecador/ofertante o oferecer seu sacrifTcio; outras con-
centram-se nas consequências para o animal/sacrifício -- e suas funções
com relação ao ofertante e ao santuário -*• e finalmente para o próprio
Deus.

A Relação de Contaminaçao//Purificação

Terminologia de Contaminação
N A
Parece ser apropriado investigar vários termos hebraicolfprTrr—-
cipais" para contaminação Estamos aqui lidando com as ideias de _çpjit.a_^
mi nação/ /purifTca^ão, l im]x)//imundo, e 1 impeza//imundTcie na Bíblia, que
raramente se relacionam a meras questões de higiene física mas são sobre
tudo profundos conceitos religiosos. O prinrTpin dp limpeza e Dureza, ou
seu opost^L^r^Jjiiuu££Z^£Qll aspecto da v_i
da, DOi s a dicotomia entre o espiritual e Q material e alheia a Bíblia,
QUE anrespnta um pnntn c|p p1PPafPPntp hnH^t.-jr.n em que o S aspectos
reliiosos cobrem todo aspecto da vida.
1. O termo ".£ã/ne'."_ O verbo .fome' aparece no VT não menos do
que 160 vezes, e o adjetivo íõme'" aparece outras 89 vezes. A raiz ver-
bal básica {QaJL} significa tornar-se impuro". Em suas várias raTzes i usa_
da com respeito a homens^4 e coisas 25 f particularmente a terra (Lev.18:
25, 27) e o templo (Jer. 2:7; 7:30; 32:34; Sal. 79:1; Eze. 9:7; II Crõn.
36:14) e o altar (II Reis 23:16). Nessa conexão e particularmente digno
de nota que Lev. 15:31 .assinala.. j^ja_iL^antijãr-ií)..-(mJ tabernáculo) poderia..
?.6r...çontaminad_o_ppr. Israel-
2. A raiz "çz. Esta raiz hebraica aparece 45 vezes no VT. Na
forma Piei e conhecida somente ses vezes, como , com o significa-
do de "abominar /como culticamente impuroj7" (Lev. 11:11, 13: Deut.7:26;
Sal. 22:25). Significa também "tornar alguém abominável /como culticamen
te impuro/" (Lev. 11:43; 20:25).26 Q substantivo Zíqtz aparece 11 vezes
com o sentido de "coisa detestável,"27 e o substantivo Z^qquz e emprega-
do 28 vezes com o sentido de "Tdolo abominável" (II Re. 23:24; I Re, 11:5,
etc.) ou "imundTcias" /ho que se relaciona com o cul to pagaoj" (Na. 3:6)."
Em Lev. 11:43 esta relacionado com .Cm1 e refere-se a algo que e totalmer^
te separado de Deus.
3. O substantivo "niddah" . O substantivo yUddak aparece no VT
um total de 30 vezes, das quais, 13 vezes em LevTtico. Significa "polui;
çao" com referência a "terra contaminada" (Eze. 9:11 )z ou "algo destest£
vel" no que concerne ao culto de Tdolos, e refere-se a poluição causada
pela menstruação (lev. 12:2; etc.).29
4. A raiz "g '-C II." Este verbo aparece somente 11 vezes no VT,
e significa "tornar-se contaminado-^ ou impuro"^ (Isa. 59:3; Sof. 3:1 ;
* Lam. 4^14) onde a forma Ni f ai e empregada. Na forma Piei de Mal .1 :7 ^
fica "contaminar, tornar /cuTticamenteJ impuro-^2 ou imundo. "33 A ideia
de "tornar-se /culticamente7 imundo ou impuro" e atestada pela forma Pua]
(Mal. 1:7, 12; Eze. 2:62; Nee. 7:64). A forma Hifil significa "poluir71^
ou "manchar"35 em Isa. 63:3, enquanto a forma Hitpael em Dan. 1:8 signi-
fica "fazer-se a si próprio /cul ticamentej impuro. "^6 o único emprego do
substantivo go'&t no VT significa "contaminação" {Nee, 13:29). Nos casos
do verbo invariavelmente significa um transitivo "tornar-se contaminado
ou impuro."37
5. A raiz "fi££." A__raiz ktt é um termo fecundo no VT, e apare
cê em suas formas verbais^S não menos do que 134 vezes.39 Uma das cono-*
tacões semânticas ê a de profanar/profanação ou injuriar/injúria.40 E em
pregado com respeito a profanar ou injuriar o "nome de Deus"41 ou ao pro_
prio Deus.42 Aparece com referência ã profanação da terra.4-> A profana
cão/violação do sábado desempenha um papel especial.4'
Do ponto de vista litúrgico é importante observar que o altar
pode ser profanado/desonrado mediante a utilização de uma ferramenta de
ferro.45 Em Ezequiel a profanação/desonra do templo Í realçada sete ve-
zes. 4° o fato de que o santuário pode ser profanado/desonrado já e ex-
plicitamente afirmado em Lev. 21:12, 23; Sal. 74:7; Mal. 2:11). 0_direto
envolvimento de Israel na profanação/desonra do santuário/templo é desta_
cada várias vezes {Lev. 21:12, 23; Mal. 2:11; Eze. 23:39; 44:7).
Esta breve investigação da terminologia de contaminação e seus
alcances semânticos revela algumas concepções fundamentais. E^eviden^g
VP? apns VPZ qup ha grande rpticência no VT no que se refere a contamina_
ção/impureza/profanação/ do santuário/templo. As razões pajecem múltiplas,
mas o emprego dos vários termos esta associado com rebelião, desobediên-
cia,, idolatria, perversão, etc., e assim, de um modo ou de outro, com a
quebra da relação da aliança. A conexão leva os escritores bíblicos a utj_
lizarem esta terminologia espaçadamente a legTtima contaminação do santua_
rio/tempo como uma parte apropriada do culto de VahuxLk. Isto também ex-
plica porque nenhum desses, ou outros termos fala explicitamente com res^
peito as funções do sangue em relação ao santuário/templo.
Hã_somente algumas poucas passagens que explicitamente afirmam
a contaminação do santuário no VT. LevTtico 15:31 surge no final de deta_
lhadas instruções concernentes a sacrifícios e seus propósitos de operar
purificação para o sacrificante, que se inicia em Lev. Como tal, Lev.15:
31 é parte da conclusão de todas as regulamentaçoes_sacrificais dos ser-
viços durante o ano litúrgico completo. Essa situação contextuai de Lev.
15:31 parece indicar algo de seu peso em sua posição atual. Se compreen-
dido dentro dessa instrução, o conselho conclusivo de VcLhwzk reveja que
nada ha de casual,ou opcional na exigência por pureza. E uma questão de
vida ou morte para o indivíduo e a comunidade da aliança. A necessidade
vital e declarada como segue em Lev. 15:3~i: "Assim separareis os filhos
de Israel das suas impurezas, para que não morram nelas, ao contaminar o
meu tabernáculo, que está no meio deles." n ^antuáHn/t.empln pnde_ser CQJI
laminado pelo israelita que toca num cadáver e não se purifica ffljjip. 19:
13), por sacrifício de crianças a Maloque (LevJÍÍJ-^U—Ez£l_23^29J.,.por .sejuir
as abominações das nações (II Cron.36:14), por colocar coisas abomináveis

t
no templo (Jer. 7:30) e pelos sacerdotes (Sof. 3:4).47
Tendo observado a reticência do VT no tratar explicitamente da
contaminação jurTdica do santuário/templo nos regulamentos determinados
da liturgia, temos que assinalar, contudo, que está implicitamente sublj^
nhado que o santuãrio/templo foi contaminado durante os serviços antes do
Dia da Expiação. Q ritual do Dia da Expiação afirma £xplid Umente - que ..A
expiação é efetuada pelo santuãrjn_mpclianfp n P^pargir do sangue devido
as contaminaões ou impurezas f j H g . 1 dos Israelitas Lev. 16:16, 1 9 .

Contaminação//Purificação e Sangue

E! evidente que sangue (ciam) tem significativas releçoes no VT. 48


Não e necessário para os propósitos desta dissertação estudar o sentido e
função ritual do sangue no antigo Oriente Próximo em geral. Um recente es_
tudo dessa natureza conclui que "a atitude hebraica para com p sangue a_
exclusiva. "4"
No VT e ambTguo.^0 A concepção imensamente positiva de sangue
no ritual israelita não necessita ser muito discutida. _LevTtico p: 1 1 atrj_
bui significado especifico ao sangue em termos da função expiatória que
tem "em virtude da vida." "A vida da carne esta no sangue. Eu vo-lo te-
nho__dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: po_rquan-
to e o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lev. 17:11 ). Não admj_
rã, pois, que o sangue desempenha um papel central no ritual sacrificai
do VT para purificação/limpeza e santificação/consagração (Êxo.29:19-21 ;
Lev. 8:22-30). Aqui devemos observar uma regra muito básica no^VT, e tam-
bém no NT, tratando-se de sangue em termos de seus efeitos purificadores.
No ritual sacrificai do VT. o sangue sempre tem uma função purificadora
sobre as pessoas ou obietos contaminados pelo pecado. Tem um poder puri-
ficador sobre o sacrificante nos serviços sacrificais diários porque o s_a
crificante estava contaminado pelo pecado.
f Tem o sangue também uma função (contaminadora? Uã assinalamos
que no VT sangue ê ambíguo. O sangue pode ter uma "fupçqQdB Sfínfignj_Çao-
como é evidente pela frase "seu sangue esteja sobre sua própria cabeça/
sobre ele/sobre eles. "52 $em dúvida o VT conhece o "simbolismo mais ne-
gro de sangue. "53
Em II Sam. 1:21, 22 é declarado que "foi /g'£547 o escudo dos
valentes . . ./peloj sangue dos feridos." Este texto afirma, como parte do
"Cântico do Arco," que o sangue derramado na guerra contamina os escudos
dos guerreiros. Noutro exemplo do lado mais negro de sangue, o profeta
afirma: "as vossas mãos estão contaminadas /g'-47 de sangue, e os vossos
dedos.de iniquidade" (Isa. 59:3). AJinguagem reflete quase palavra por^
palavra Isa. 1:15: "Vossas mãos estão cheias de sangue." E quase imposs_T
vel separar os aspectos moral e litúrgico em Isa. 59. No v, 2 e apresen-
tada a acusação contra Israel de que "vossas iniqtiidades fazem separação
entre vos e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vos,
para que vos não ouça. " O.sangue aparentemente refere-se
(v. 7), mas isto não elimina o_fato de que v sao
uanto cGltica. t por essa razão que qu as .ao ass m «pessoas
"contaminadas" com o sangue derramado. , assag
assag MM Q m _
bo "contaminado" Í3'£) e e m r e a d o em W"6*"'™"" sorte que

HS mais duas passagens em gue o sangue|


mais especificamente, "poluir, «m 35 ^33 3 4 sangue
' "Assim não profanareis #n£ W a terra em que est ,1 H c
profana /h«£ ftt* J a terra; nenhuma «^^•»n^f daguele que o
sã do sangue que nela f"" derramado, senão com o iwifu ^habitais>
L>y\f/) derramou. Não contaminareis ftoi J, pois, a Lerr° ^ i dos filhos
no meio da qua! Eu habito;_pois Eu, o Senhor habito no me
de Israel." Esta passagem « importante porque 1) " a f unç5o ex
mSntica de "contaminar (*n'l e profanar^
piatória do sangue no caso de um crime max
O mesmo termo para poluir com
"E a terra foi contaminada com san gue. O s.
te caso, refere-se ao derramamento de sanguí
crificadas aos ídolos de Canaã."
Temos observado que sangue e
gro de sangue vem a expressar-se mediante termos
e" "profanar" (fw£) onde, em cada caso, e o (Isa. 59:3;
foram mortos na guerra (II Sam, i:Zli "J» olos Sal. 1 06: 38 .
1:15; Lam. 4:14; Num. 35:33, 34), ou sac por sangue 1),
Essas =orque ha
afirmam Hu^ .^..a»» — — - ?... . .. - do santuS-
uma virtual falta de emoção explicita <
rio/templo na liturgia sacrificai.
NEo obstante, precisamos indicar ^exemplos
^plicitamente a função contaminadora de san&U| ^cularmen"te" instruti-
1 denança da novilha vermelha em Num IU e Pd^ com odedo ; edele
vá. A ordenança requer que o sacerdote tome do sangue Me _
espargira para a frente da tenda da congregação ^ifício, sendo in
dlSnte o aspergir do sangue a imolação torna-se um s|cnfl%°> ^
troduzido com isso a uma relação com Itetuefc e o «ntuano da Qf
recimento o sangue, que era geralmente Arramado ao pé sacerdote que
"ta queimada, era queimado juntamente com sua substanc^a 1nzas(vs.g,
assistia 5 queima (vs. 6. 7). e o homem limpo ue reúne a pes _
10) serão imundos (AnM ate a tarde, l ^ ""* J '^ o sacerdote que
soa que lidou com a substancia impregnada de sangu<
aspergiu sangue tornaram-se contaminados.
Um exemplo mais declarado temos em Lev. 6:24-30 que envolve
"a lei da oferta pelo pecado" (v. 25) que "no lugar santo se comera, no p£
tio da tenda da congregação" (v. 26). No que respeita ao sangue da ofer-
ta pelo pecado, o vê. 27 declara: "Se espargir alguém do seu sangue^ so-
bre a sua veste, lavaras aquilo, sobre que caiu, no lugar santo." Não é"
declarado que o sangue contamina ou torna imundo, mas a menção explícita
a lavagem ritual num lugar santo parece assinalar nessa direção.
Estes__exemplos de contexto cúltico e sentido aproximam-se bas-
tante da sugestão de que o sangue sacrificai realmente contamina. Levítj_
co 6:30 explicitamente declara que o sangue da oferta pelo pecado e tra-
zido ã tenda da congregação "para fazer expiação no santuário." Aqui,
mais uma vez, descobrimos, como invariavelmente nas regulações litúrgi-
cas, que sangue tem que ver com expiação, ou purificação, para o pecador.
A questão é -- "A quem ou o que o sangue purifica?" O sangue da oferta
pelo pecado (h&tfa'£} purifica ou limpa o ofertante,56 ou o altar, que
tem necessidade de purificação ao tempo da consagração do santuário e dos
sacerdotes,^' ou o santuário no Dia da Expiação.^° Tendo observado que
as declarações concernentes ao'sangue tem referencia aos be.ne.&Z(U.oA que
este traz a pessoas ou coisas contaminadas, e tendo observado quão reser
vada a teminologia e com respeito aos aspectos de profanação/contamina-
ção/poluição do santuário devido as associações com essa linguagem no res^
tante do VT, temos, não obstante, notado que sangue pode contaminar no
reino profano tanto quanto no cúltico. Conquanto sangue seja o elemento
expurgador e agente purificador, concedendo os benefícios expiatórios ao
ofertante contaminado pelo pecado, ou a coisa assim contaminada, nesse
exemplo tem referencia a pessoa ou coisa que necessita de purificação, í,
ao mesmo tempo, um elemento e agente que transfere a contaminação do pe-
cado aquilo que e tocado por ele. O diagrama que se segue pode servir pa^
rã ilustrar a função recíproca do sangue sacrificai:

Transferencia pelo Sangue do Sacrifício

Ofertante Coisa Santa

Pecaminoso Pecado-Impureza > Puro


Impuro

Resultado Resultado

Puro Contaminado

Limpo Imundo
Q Rito da Imposição de Mãos

Terminologia

A ideia de "imposição de mãos sobre a cabeça" do animal_sacri-


fical expressa-se na frase ^a^çikjj^da.^m[(jado c-aZ-io 'X. O verbo ^ama.k^
significa "reclinar-se" e envolve certa pressão", como no caso do homem
que se reclina contra a parede (Amos 5:19).6'

O Rito Antes do Sacrifício

Em várias ocasiões, a "imposição de mãos foi praticada ã _par-


te da apresentação de um sacrifício,52 mas seu emprego mais pronunciado
é em conexão com o animal sacrificai. Uma parte da consagração do sacer-
dócio arõnico era a instrução de que "Arao e seus filhos porão asmaosso_
bre a cabeça dele /"do novilho/" (Éxo. 29:10; Lev. 8:14} e do carneiro
(Exo. 29:15; Lev. 8:Í8) e do segundo carneiro (Exo. 29:19; Lev.8:22) co-
mo uma oferta pelo pecado, oferta queimada, e sacrifício de consagração,
respectivamente.
O rito da "imposição de mãos sobre a cabeça;t do animal sacrifj_
cal é particularmente pronuncia_do no fato de ser explicitamente prescri-
to para a "oferta queimada" i^olãk} ,53 a "oferta pelespecado" (hatta'ãt} nos
casos do indivíduo5^ e da comunidade55 e a oferta pacífica [ze.ba.h %e.tãmZftl™
O ritual da "oferta pela culpa" {'õíõmj não é descrita, de modo que se pp_
de entender que a imposição de mãos pode ter aplicaçao_aqui do mesmo mo-
do.57 Esta sugestão acha seu apoio mediante a confissão sacrificai fei-
ta pelo ofertante penitente como parte integral do ritual (Lev.5_:5,6).b
Tem sido sugerido que a confissão sacrificai foi uma condição previa pa-
ra todo sacrifício,69 o que também é" refletido na literatura do antigo
Oriente Próximo.?0 £ forçar a evidência limitar a confissão somente _ao
pecado voluntário. 7 ! A palavra falada associada com a imposição de mãos
no uso nào sacrificai apoia a posição de que fazia parte do rito mesmo.IC
0 rito de imposição de mãos sobre a cabeça da^oferta, e a con-
fissão de pecado, indica que um intenso relacionamento e estabelecido er^
tre o ofertante e a oferta.73 A interpretação do significado desse rito
segue em varias direçoes.

Q Significado do Rito

1: Varias hipóteses tem sido desenvolvidas na busca de explicar o


significado da imposição de mãos. Tem sido sugerido que "a imposição de
mãos parece ter sido o método do sacrificânte apresentar sua dadiva, a ma_
neira em que ele indica que esta dele procedeu."'^ A_jteoria da dadiva^
no que concerne ã imposição de mãos, não tem atraído rnuiTÕs^seguidores.

10
•*V A hipótese doj^^iUii^áífi sustenta que o possuidor do animal sã
crifical o entrega a Deus mediante o rito da imposição de mãos. 75 Isso"
significa que o ofertante abandona a vTtima a Deus com a intenção de sa-
crifica-lo. Esta hipótese deixa de explicar por que o ofertante trazavT
tima ao santuario/templo^em primeiro lugar. Ele traz a vítima sacrificaT
para ser sacrificada e não para ser entregue a Deus. A fim de realizar
uma mera entrega, a vTtima não precisa ser morta. Contudo, em vista de
que é sacrificada, o rito de imposição de mãos deve ter algum outro sen-
tido.
r . Alguns estudiosos sugerem uma interpretação__arnmista para a im
posição cfe mãos; ou seja, este rito permeia a alma do ofertante córnea aT
ma da vTtima sacrificai. Quando o sangue da vTtima e derramado, então tam
bem a alma do ofertante e sacrificada. Conquanto a ideia de substituição
aqui esteja na linha de frente, a transferência animTstica da alma não
acha qualquer apoio no VT onde a pessoa não e imbuTda com uma alma, mas e_
uma alma (Gen. 2:7). Esse tipo de misticismo aninnstico e alheio ao teor
geral de todo o VT.
-i A hipótese da ^onsa^rji^ãp sustenta que ao impor as mãos sobre
a vTtima o ofertante a consagra "a seu^sagrado propósito. "76 Esta^hipÕ-
tese falha porque confunde a consagração dos sacerdotes com a função da
vTtima no processo de expiação. Estas e outras hipóteses buscam uma res-
posta que somente a própria passagem pode prover.
-•V1 Ha uma passagem em que a liturgia fala de imposição de mãos e de
confissão, qual seja, Lev^ 16 sobre o Dia_da Expiação. O texto especifi-
ca a seqíJencia da imposição de ambas as mãos, a confissão dos pecados, e
assim a transferência deles ao bode. "Arão porá ambas as mãos sobre a ca
beça do bode vivo, e sobre ele confessara todas as iniqtiidades dos filhos
de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados: e os po-
rã sobre a cabeça do bode" (Lev. 16:21). O ritual do Dia da Expiaçao_com
respeito ao bode expiatório e excepcional porque o bode expiatório não è"
sacrificado, mas enviado ao deserto. Não obstante, e a chave ã" ideia de
transferência. 77
Deve-se ter em mente que a transferência do pecado e culpa ao
animal sacrificai não torna o animal desqualificado para sacrifTcio. Pelo
contrario, o animal sacrificai fisicamente imaculado ou perfeito torna-se
o portador do pecado por meio da imposição de mãos e assim expia ^m figu^
rã os pecados cometidos pelo ofertante quando e sacrificado. Ha passagens,
que claramente indicam que a "carne" da oferta pelo pecado (ka£ta'£} e j
"coisa santíssima" [Lev. 6:29; 10:17), conquanto seja essa carne aquele^
vá o pecado. ' —"
A ideia de transferir algo por meio da imposição de mãos esta
também presente no uso nào-sacrifical . Moisés pôs as mãos sobre Josué, e
este ultimo recebeu o "espirito de sabedoria" (Deu t. 34:9; cf. Num. 27:
18). A ideia de transferencia e somada a de substituição em Num. 27:15-17.
Os levitas eram também dedicados pela imposição de mãos, e eles substi-
tuTam todos os "primogénitos entre o povo de Israel" (Núí,>.-&:18). - -Além
B
11 DO
E N A
disso, os levitas transferiram sobre si a função de primogénito em minis^
trar no santuário. As ideias de transferencia estão também presentes nes_
sés textos não sacrificais.
Estamos agora numa posição para tirar certas conclusões. A se-
qflência do rito e como segue -- imposição de a_mbas_as mãos, confissãodos
pecados e morte da vítima. O significado do ritual também "tem sido eluci_
dado. A imposição de mãos sobre a cabeça da vTtima simboliza, juntamente
com a confissão dos pecados, uma transferencia do pecado do ofertante ã
vítima. A vítima "leva" o pecado do ofertante» e é seu substituto, como o
sacrifício que toma o lugar do sacrificante.
' Podemos dizer que o rito de imposição de mãos tem dois lados.
No que respeita ao ofertante, remove o pecado exculpa da pessoa ou grupo
'imundo ou pecador, operando limpeza e purificação. No que concerne ao an^_
jmal sacrificai, ele agora "carrega" {nOitan} o pecado e culpa do ofertan-
te como seu substituto e transfere a imundícia ou contaminação associada
;com o pecado ao santuário. E o' último processo que carece de elucidação
'adicional.

Q Rito da Manipulação do Sangue Sacrificai

Tentamos investigar nesta seçao o rito da manipulação do san


gue com respeito ao sangue do animal sacrificai.

Terminologia

A língua hebraica tem dois termos principais que são emprega-


dos para expressar a manipulação do sangue sacrificai na liturgia. O ver
bo 2*4 T aparece no VT 31 vezes e leva o sentido básico de !Les£a.lhãr"?8~
ou "lançar". 79 Um emprego bem destacado em 23 casos e a aspersão cúlti-
ca de sangue sobre o altar.80 O segundo verbo é nzíi, que aparece 22 ve_
zes, com o 'sentido de "ser espargido, borrifado /"intransitivoj- "^ Pode
ser digno de nota QUG o primeiro termo é usado somente no sentido geral
de aspersão» ou lançamento, de sangue sobre o aUar enquanto o último ter
mo (nzk]_ é utilizado para as detalhadas descrições do rito de sangue nas
.descrições sacrificais.

Q Rito da Manipulação de Sangue

Dentro do contexto de estabelecimento do concerto, Moisés to-


mou metade do sangue de ofertas^queimadas e ofertas de paz e "espargiu S£
bra o altar" (Êxo. 24:6), e então a outra metade ele "espargiu sobre o po_
vo" (v. 8). Quando do consagração dos sacerdotes, parte do sangue do no-
vilho seria p_osto "sobre os chifres do altar; e o restante do sangue" de_r
ramado ... "a base do altar" (Exo. 29:12), enquanto um pouco de sangue

12
do carneiro seria espargido iztiq] pela pessoa oficiante "sobreo altar ao
redor" (v. 16). O sangue do outro carneiro era para ser usado na ponta da
orelha direita e polegar das mãos direitas e pés direitos, enquanto o rés
tante deveria ser lançado em aspersão [zncj "sobre o altar ao redor (v.2CF).
Parte do sangue também e para ser "espargido" (nzk) sobre as vestes do sã
cerdote e sumo-sacerdote a fim de consagra-lo (v. 21; Lev. 8^30). Nesse?
eventos a consagração de Israel e do sacerdócio aronico estão em foco,
respectivamente. Isso também se aplica a dedicação do santuário (Lev. 8:
19, 24; 9:12, 18).

As leis concernentes aos vários sacrifTcios contêm explTcita
instrução referente as manipulações do sangue. A lei da "oferta queimada"
[ otàn] especifica que os sacerdotes "apresentarão o sangue, e o espargj_
rao ao redor sobre o altar que esta diante da porta da tenda da coTí
gregação" (Lev. 1:5; cf. v 11). Isto também era feito do mesmo modo com
a oferta pacifica [Je£õm2m Lev. 3:2, 8, 13; 9:18) e a oferta de culpa
(Lev. 7:2).
A manipulação do sangue com respeito ã oferta pelo pecado
) é significativamente diferente. Aqui estamos particularmente
interessados na oferta pelo pecado que tinha intenção de expiar ou com-
pensar certos pecados dos israleitas.82
A prescrição legal em Lev. 4 descreve o "pecado por -ignorância
/hão intencional, acidental/" (4:22) do indivíduo (4: 2-12), da comunida
de (4: 13-21), do "líder" (4: 22-26), e do israelita comum (4: 27-35). '
Os elementos comuns nessas quatro prescrições são (1) a natureza de ign£
rancia ou não intenção do pecado, e (2) que uma "oferta pelo pecado "
(JiaÊfãVt) seja trazida para fazer "expiação" e assim operar o perdão £4:
20, 26, 31). As diferenças jazem no fato de que o kcutÇ5.'t úo ^rKnc^E
(4: 22-26} e do \Jsrae !JitâaXflmLJm](^; 27-35) fl) não descreve a queima de
partes do sacrifício fora do acampamento (4:26, 31; cf. 4:12, 20), e (2).
não prescreve o trazer sangue para dentro do santuário para aspersão pe-
rante o véu e sobre o altar do incenso (4: 6-7, 17-18; 4:25, 30). No úl-
timo caso, Í dada instrução de quej'o sacerdote com o dedo tomara do saji
gue da oferta pelo pecado, e o porá sobre os chifres do altar do holo-
causto; e todo o restante do sangue derramara ã base do altar do holocaus
to" (4:25, 30).
Ha assim evidência interna de que ha dois tipos de "ofertas pe_
Io pecado." Um tipo não e inteiramente queimado, e a manipulação de san-
gue limita-se ao altar de oferta queimada perante o santuário. EmLev.10:
16-20 luz adicionai e lançada sobre essa {taifa 'í porque quando Moisés e^s
tava preocupado com a vitima, ele inquiriu de Arao e seus filhos; "Poj^
que não comeste a oferta pelo pecado no lugar santo? pois coisasantissi-
ma e: e o Senhor a deu a vos outros, para levardes a iniquidade da con-
gregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor. _Eis que des-
ta oferta não foi trazido o seu sangue para dentro do santuário; certa-
mente devTeis ti-la comido no santuário, como tinha ordenado" (Lev. 10:
17, 18). Deveria ser notado que, no caso desta oferta pelo pecado, a car-
ne era "coisa santíssima." O sacerdote, por consumi-la no santuário, trans^

13
ferja__aj'cu1pa da congregação," que esta levava ao santuário, mediante a
imposi^aò""cíe" mãos sobre a vitima (Lev. 4: 24, 29). Assim, 'a "culpa da con_
gregaçao," seu dirigente e/ou povo comum, era removida deles (10:17), me_
diante a transferência da culpa (ou iniquidade) ao_santuario onde os sa-
cerdotes comiam a carne da vitima. A mesma instrução de Lev. 4: 22-35 e
10:16-20 é repetida em fornia muito menos detalhada em Num. 15:22-29.
Deveria destacar-se, contudo, que a expiação feita pelo sacer-
dote nesse tipo de sacrifício (Í^LC£ã'í} e operada por três aspectos, uma
vez que a vitima e imolada: (1) o'rito de sangue, por colocar algum san-
gue sobre os chifres do altar da oferta queimada e derramar o restante a
base do altar (Lev. 4: 25-30); (2) a queima da gordura sobre o altar, co-
mo uma oferta^pacif iça (Lev. 4:26, 31); e (3) o comer da carne pelosace_r
dote no santuário -- dá maior importância para a transferencia do pecado
pois "não foi trazido o seu sangue para dentro do- santuário" (Lev .10:18).
O secundo tipo de ll.oferta_ptlo__pec_adp " para pecados
involuntSr-i£s_edescrito claramente £m_Lay. 4:1-21 pecado involunta-
rio ) ouC^sacerdote ungido^>(4:3)°3 evtõda a "cõmunlda
israel (4Tl3-21 )requer^ulna^vlTilTÍã^lTã^fõrma de um n o v hoo s e m e f -
to" ). A vTtima será morta apôs a imposição de mãos. Então segue-se '
a descrição do rito da manipulação de sangue: "Então o sacerdote ungido (
tomara do sangue do novilho, e o trará ã tenda da congregação; e molhan-
do o dedo no sangue espargira dele sete vezes perante o Senhor, diante *
do véu do santuário. Também daguele sangue porá o sacerdote sobre os^chi- (
fres do altar do incenso aromático, perante o Senhor, altar que esta ^na *
tenda da congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramará ã
base do altar do holocausto" (4:5-7; cg. 4:16-18). t i
t evidente que o rito do sangue ê diferente do outro tipo ^de -
"oferta pelo pecado" porque (1) uma parte é espargida em frente do véu "
no santuário; e (2) uma parte e posta nos chifres do altar de incenso no Q
Lugar Santo do santuário. O sangue neste caso e o meio de transferir o pe_ ^
cado e a imundícia para dentro do santuário.8^ Neste caso, o sangue não '
t- o "detergente ritual para purificar o santuário.llti E explicitamente •
declarado que "expiação /btpp?A7 e feita "por eles" (4:20) e nãopelosar^ 4
tuãrio. Em contraste, no Dia da Expiação, expiação ê feita para purifica _
çao do santuário (16:16) bem como para o altar de holocausto (16:18,19). •
Assim, sangue tem a função dupla de contaminar e purificar. A função do Q
purificação ou expiação e dirigida ao ofertante, cujo pecado e. culpa to- ^
rp.m transferidos para a vítima que morre como seu substituto. O sangue ~
simboliza a pureza e limpeza concedidas ao ofertante, e , vice-versa , trans_0
porta seu pecado e culpa ao santuário. Levitico 6: 24-30 empresta seu pró £
prio apoio a "isto. Se qualquer parte de tal sangue alcança a veste saceV
dotal, esta será ritualmente lavada (v, 27). Pode-se concluir sereste o •
caso porque e o sangue transportador de pecado da íuttCã'^ que e levado ao Q
santuário para aspersão. Neste exemplo o sangue é o agente transferidor ^
do pecado e imundicie//contaminaçao para dentro do santuário, e,_portan~™
to, a carne de "nenhuma oferta pel.o_ pecado, _ç_ujo sangue se^traz a tenda %
jja_ congregação, para" f azer" expiação no santuário" se comerá; "no fogo se_^
.rã queimada" (Lev. 6:30 <fv. 23 em hebraicoj). ""^

14
O processo de transferência da contaminaçao//purificação86 no
rito de sangue, que envolve a oferta pelo pecado para pecados involuntá-
rios no qual sangue é aspergido dentro do santuário, pode ser tornado cla^
ro pelo seguinte diagrama:

Rito de Sangue SacrifTcio

Pecados Involuntã
rios Individuais
Lev. 4: 2-13.

Pecados Involuntá
rios da Comunida-
de Lev. 4: 13-21.

-> T r: .' '• (",


O Rito de Comer Carne Sacrificai
DO
Introdução E N A

Uma diferente manipulação de sangue era usada, como tem sido


indicado, para os pecados involuntários dos prTncipes {neÁZ'2m> Lev.4:
22-26) e o israeli ta comum (4:27-35). O pecado involuntário e uma yiola^
çao de um mandamento proibitivo do Senj iqr (Lev. 4:2, 13, 22, 27), não uma
omissão de um mandamento realizativo. Arrependimento.e^confissao consti_
tuem condições previas para este tipo de kcuUã'£, como é indicado (l) p£
Ia frase "se o pecado, em que ele caiu, lhe for notificado" (4:23), que
é precedida pela frase "e se tornar /torna-se°°, sente-se^?/ culpado"
(4:22, ARA); e (2) a imposição de mãos (Lev. 4:24, 33) que envolve, co-
mo temos notado, a ideia de transferencia de pecado/imundície e de sub_s
ti tuiçao. JJma__ye_z__que nenhum .sangue foi levado ao santuário nesSe tipo
de oferta pelo pecado 1/uLtíá'í} , os sacerodtes deveriam comer a carne no
santuário (Lev. 10:16-20;*Num. 15:22-29).

O Rito de Comer a Carne Sacrificai

Como slo os pecados involuntários tanto do dirigente em Israel


e o_povo comum transferidos ao santuário? Já foi assinalado, emnossadis_
cuçao dos dois tipos de ofertas pelo pecado mencionado em Lev. 4, que o
processo_de transferencia da oferta pelo pecado, em que a manipulação de
sangue não envolvia^a parte mais interior do próprio santuário, mas res-
tringia-se a aspersão do altar de holocausto somente, envolve o comer a
carne no santuário pelo sacerdote. Moisés afirma de modo claro: "Eis que

15
desta oferta não foi trazido o seu sangue para dentro do santuário; cer-
tamente devíeis tê-la comido no santuário, como tinha ordenado" (Lev.10:
18). A referência à ordem anterior parece remontar a Lev. 6:24-30, e es-
pecificamente as palavras: "Q_sacerdote que a oferecer pelo pecado, a co
mera; no lugar santo se comera" (v. 26). O propósito do rito de comer e
explicito: "O Senhor a deu a vós outros, para lavardes a iniqíiidade da
congregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor" (Lev. 10:
j 17). A "iniquidade," isto e, o pecado (cõu)on)9^ e transferida da vitima
imolada para o sacerdote pelo comer da carne sacrificai, e assim e carre_
gado por ele. O paradoxo e uma vez mais evidente; o efeito e que os con-
taminados (pecadores) são purificados, e o puro (sacerdote) é contamina-
do. 91 Permanece a pergunta: "Como o pecado, carregado figurativaniente
pelo sacerdote,_ e levado para dentro do santuário? Como o_ processo de
transferencia e efetuado?" Antes de volvermos a esta questão, outro as-
pecto chama a atenção,
E freqílentemente^subentendido que somente pecados involuntários,
inconscientes ou por ignorância podiam ser expiados com sacrifícios ani-
mais na liturgia israelita e que pecados conscientes, deiiberadose inten_
cionais não podiam ser expiados.°^ O texto geralmente associado com es-
ta opinião é Num. 15:30, 31: "Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevj_
damente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor:
tal pessoa será eliminada do meio do^povo, pois desprezou a palavra do Se
nhor, e violou o seu mandamento: será eliminada essa pessoa, e-a sua inT
qtlidade será sobre ela." O pecador ousado e um que "blasfema a Valouje.fi" e
desafiâdoramente mantém uma atitude pecaminosa. Contudo,_a expiação . sa-
crificai não e excluída ao pecador premeditado ou intencional que se arr^
pende. Quando a atitude intencional/deliberada do pecador "muda para um_a
de arrependimento, a situação global ê alterada."93 A natureza arbitra-_
ria do pecador refere-se a seu decidido estado de desafio e não arrepen-
dimento, 94 "mas não ao
ao do deliberado pecador que mitigou sua ofensa por
seu arrependimento. '95
Na realidade, ha vários exemplos em que pecados deliberados po_
dem ser expiados mediante uma "oferta pela culpa" (<a6òmj . Os pecados de
agir enganosamente^6 com respeito a um depósito ou um valor a alguém con_
fiado, ou roubo (vs. 2, 3) podem ser perdoados e expiados mediante uma
"oferta de culpa" (Lev. 6:1-7 £B:20-26 em hebraico7). Este ritual requer
que o ofensor faça restituições (Lev. 6:5), se arrependa e confesse seus
pecados (Lev. 26:40; Num. 5:6, 7), e traga um carneiro para sua oferta p£
Ia culpa (Lev. 6:6, 7). Deveria ser realçado que a insistência dos profe_
tas quanto ao arrependimento não é" um fim em si mesmo mas deve conduzir
a açao pela qual o malfeitor é ratificado (Isa, 1:13-17; 58:6-12; Miq.6:
6-8). Esta é uma articulação da lei mosaica concernente ao pecado delibe_
rado.

Em Lev.5:1-5 a lei da oferta de 'ajam é promulgada. Os pecados


enumerados distinguem-nos de Lev. 4, onde os pecados nao-intencionais es_
tão enumerados com a oferta dejutttã1^ em que os pecados são deliberados:
quando (1) a sonegação de evidencia (Lev. 5:1) Í intencional; (2) o con-

16
tato com^uma coisa imunda, ou seja, um cadáver (5:2) ou imundície humana
(5:3), dão a impressão de intencionalidade; e (3) a enunciação de um juí^
zo temerário (5:4) parece também ser deiiberado,97
O rito de sangue associado com os pecados deiiberadosmas fruto
de arrependimento e confessados e o espargir do altar de holocaustos com
o restante sendo derramado ã sua base (Lev. 5:9). Pode-se entender que
sendo que nenhum sangue foi levado ao santuário, a carne, no caso de sa-
crifício trazido por pecados deliberados, pode também ser comida pelos sa_
cerdotes, como no caso do sacrifTcio tipo ka^tã't do qual nenhum sangue
era levado ao santuário (Lev, 6:24-30; 10:16-20).
O processo de transferência de contaminação//purificação envoj_
vida^no rito do comer a carne da oferta pelo pecado, e presumivelmente
também da oferta pela culpa, para pecados deliberados pode ser tornado
claro no seguinte diagrama:

Sacerdote comendo Rito de


carne sacrificai carne sacrificai
PECADOS INVOLUNTÁRIOS
Dirigentes Lev.4:22-26
Povo Comum Lev.4:27-35

PECADOS INTENCIONAIS
Lev. 5: 1-5; 6: 1-7
(Heb. 5: 20-26)

O sacerdote que come a carne sacrificai, seja "no santuário"


(Lev. 10:18) ou"nolugar santo ..., no pátio da tenda da congregação"
(Lev. 6:26), torna-se assim o portador dofs) pecado(s) e contaminação/
imundície, que havia sido transferido em figura do pecador para a'vítima
sacrificai. O sacerdote oficiante, contudo, que agora leva o(s) pecado(s)
e culpa pelo comer a carne sacrificai não podia tornar-se, ele mesmo, um
sacrifício pelo(s) pecado(s) ou culpa que portava nem fazer "expiação por
eles diante do Senhor" (Lev. 10:17). J3 próprio sacerdote era.um .pecador
e não poderia expiar pecados com sua própria vida. Nesse respeito, o sa-
cerdote necessitava apresentar o tipo de sacrifício tyittã.'^ que provesse
a transferência de pecado e culpa a vítima cujo sangue era então espargi^
do no santuário (Lev, 4:6). No sacrifico pelo pecado involuntário do_ pri_n
cipe ou alguém do povo comum (Lev. 4:22, 27), bem como pelo pecado inten-
cional, voluntário de um desafiante individual (Lev. 6:1-7), a carne era

17
comida pelo sacerdote.^Por meio do sacrifício pelo sacerdote ungido ou
pela inteira congregaçao_(Lev. 4:3,13},_o pecado por fim penetrava o san_
tuario mediante a aspersão ou manipulação do sangue no Lugar Santo do
Santuário (Lev. 4:7). No caso do príncipe ou alguém do povo comum a ma-
nipulação do sangue ocasionava a colocação do sangue "sobre os chifres
do altar do incenso aromãtico_... na tenda da congregação" (Lev. 4_^ 7).
Desse modo, o pecado involuntário, bem como os intencionais, do prínci-
pe ou alguém do povo comum eram por fim transferidos em figura ao pró-
prio santuário. O diagrama seguinte pode servir para indicar como o(s)
pecado(s) e culpa levados pelo sacerdote eram finalmente transferidos ao
santuário:

Rito de Sangue Sacrifício Sacerdote


Lev. 4:2-13 PortãcTor do pecado
mediante o comer
carne sacrificai

ransferência
ado-imundície
urificaçao

Podemos agora extrair algumas conclusões. Todo pecado dos is-


raelitas --.fossem involuntários, por ignorância ou nao-intencionais --
podia ser expiado mediante a oferta pelo pecado (íux££ã'£) ou oferta pe-
la culpa ('o&õmj, exceto o pecado de que não houve arrependimento, o pe_
cado desafiador e arbitrário (Num. 15:30, 31), pelo qual o ofensordevia
morrer.
Todos os pecados de que se arrependeu e se confessou são trans_
feridos ao sacrifício pela imposição de mãos. Mediante a imolação da vT1
tima e os ritos sacrificais com isto associados, o pecador é purificado
e tornado puro novamente. Os pecados que a vitima sacrificai porta ^sao
tranferidos por meio do rito da manipulação de sangue no santuário aque_
lê santuário ou por meio do sacerdote que come a carne sacrificai no san_
tuario ou na corte da tenda da congregação.
Por me-io çiesses ritos e serviços o santuário é contaminado e
maculado pelos pecados que os filhos dejsrael confesg.a.ram.e._de_gue _se
Arrependeram. Este jarocesso de_ tcaDsf£r^nciaL^-ÍDl£r.c.ajnblg__d_e.. çpntamina,
.çàOLtouriíifiiliy&J^^ siar.,.QUãlqyer_..apj3lci_asj)i,poteses^ dinâmica
e/ou mágica/demoniça.
O Dia da Expiação é o dia anual designado de purificação do
santuário de todos os pecados acumulados de^Israel. Os rituais e servi-
ços desse dia anual de purificação do santuário serão revistos na ségun
da parte de nossa investigação.

***** ****

19
REFERÊNCIAS E NOTAS

1 J. Milgrom, "Atonement, Day of," I DBS (1976):83.


— :• -._ —._.

?
0. Milgrom, "Israel 's Sanctuary: The Priestly 'Picture of Do-
rian Gray,"1 ~~
RB (19760:393.

3 Milgrom, "Atonement, Day of ," pp. 82-83; idem, "Atonement in


the QT," IDBS (1976) :78-79; idem, "Sacrifices and Offerings, OT," IDBS
(1976):76?F7£8; idem, Cult and Conscience (Leiden, 1976), pp. 127-lIBT"

B. A. Levine, In the Presence of the lord. A Study of Cult


and Some Cultic Terms in "RncTent Israel JCêlden, 1974), pp. 77-108.
5
Ibid., pp. 77-91. ,

6 Ibid., p. 79, nQ 65.

7 Ibid., p. 74.

8 Ibid, pp. 75, 80.


9
Assim alegado vigorosamente por Y. Kaufmann, The Religion of
Anclent Israel (Chicago, 1960), pp. 21-121, 301-316).

Levine, In the Presence of the Lord, pp. 79-94. Ver a anali-


se crTtica da tese da natureza demonica da impureza e sua ideia de pró-
teçao da divindade e santuário por Milgrom, "Israel 's Sanctuary," pp.
396-399.

ns. A. Cook, "The Theory of Sacrifice," JTS 22 (1921): 327-


347; S. I. Curtiss, "TheOrigin of Sacrifice Amonglfie Semites as- Dedu-
ced from Facts Gathered Among Syrians and Arabs," Expositor 10 (1904):
461-472; idem, Primitive Semi ti c Religion Today (Chicago, 1902); W. R.
Smith, lectures on the Religion of "the Semites (London, 1894), pp. 213-
440; J. Wellhausen, Reste Arabischen Heidentums (2d ed.: Berlin, 1897);
E. 0. James, Qrigins Qf~SacrTTTcê~! A Study In Compara t i vê Religion
(London, 1933ynT~^ê~Va"ux , StudTes Tn the 01 d Testament Sacrif TcF"(Car_
diff, 1964), pp. 1-45; H. J."Rrauss, VJorshipjnTsrael (Richmond, 1966) ,
1-25; H. H. Rowley, VJorship i n AncienTTsrFel "(1-ondo'"^' 1967), pp. 111-
143; G. B. Gray, SacrTfTcê in the 01 d Testament (London, 1925).

20
D. M. Urie, "Sacrifice Among the West Semites," PEQ 81
(1949):67~82; A. L. Oppenhein, Anclent Mesopotamia (Chicago,~HÍ64), pp.
183-198, 206-227; B. A. Levine and W. W. Mal Io, "0'fferings to the Temple
Gates at Ur," HUCA 38 (1967):17-58; A. F. Rainey, "Sacrifice and Offerin^
gs," Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible (Grand Rapids, Mich.,
1975 )7^:19S-199. ' '
iQ
0. Gray, "Cultic Affinities Between Israel Rãs Shamra," ZAW
62 (1949/50):207-220; A. Gugliemo, "Sacrifice in the Ugaritic Texts,""
CBQ 17 (1955):196-216; B. A. Levine, "Ugaritic Descriptive Rituais," JSS
T7~(1963):105-m, etc.

H. M. Ktimmel, Ersatzrituale f Ur den het.hitischen Kflnlg (Ber-


lin, 1967).
l5
W. Eichrodt, Theology of the Old Testament (Edinburgh, 1961),
1:142; cf. R. H. PfeifferT Reiigion in the 01 (New York, 1941), p. 35.

Ver também J. Milgrom, "Sacrifices and Offerings, OT," I DBS


(1976), p. 764. '

170. R. James, "Aspects of Sacrifice in the OT," ET 50 (1938/


39):151-155; idem, Origins os Sacrifice^ p. 256.

18F. B. Taylor, Primitive Culture (th Ed.: 1929), p. 376;S. I.


Curtiss, Primitive Semitic^TTel igion TodayTChicago. 1902), pp. 221-222;
Milgrom, "Sacrifices and Offerings, OT," p. 764.
19 Ver a extensa critica de R. D. Hecht, Sacrifice, Comparatiye
Study and Interpretation (unpubl. Ph. diss.- Univ. of Califórnia, 1976),
PP- 106-150).
20W. Robertson Smith, Religion of the Semites (3d ed.; London,
1927), p. 245; F. B. Jevons, Introduction to the H1stõ?y of Religions
(9th ed.; London, 1927), p. 285; C. F. Burney. Out!Ines of Old TesTãment
Theology (3d ed.: New York, 1930), pp. 55-56.

dl Hecht, p. 77.
22
Ver o estudo por W. Paschen, Rein and Unrein (Munich, 1970).

23F. Maass, "KDtf.f»,1 unrein sein," THAT. 1:665.

21
24
"Ver Lev. 5:3; 11:24-40; 12:2, 5; 13:14, 46; 14:46; 15:2-27;
17:15; 2 2 : 6 ; Num. 19:7-22; etc.

25 Lev. 11:32-38; 14:36; 15:4, 9, 20, 24.

26 Ver W. L. Holladay, CHAL, p. 383.

27 KBL, p. 1009; Lev. 7:21; 11-10-42; Isa. 66:17; Eze. 8:10.

28 CHAL , p. 382.

?Q
"CHAL, pp. 228-229; P a s c h e n , pp. 2 7 - 2 3 . '

?n
HAL, p. 162, "unrefn werden."

3 1 HCAL, p. 53, "tornar-se impuro."

32 HA_L, p. 162.

' P- 53-
34HAL, p. 163.

35CHAL, p. 53.

36HAL, p. 163; CHAL, p. 53.

37Maass, THAT » 1:665.


38Piei 56 vezes, Hifil 56 vezes, Nifal 10 vezes, Pual l vez,
Hofal l vez.

39 F. Maass, ">>n MJ pi. entweihen," THAT, 1:570-575.

Notar o termo germânico "entwehen" em MAL, pp. 306-307, e


Maass, THAT, 1:572-572.

4 1 Lev. 18:21; 19:12; 20:3; 2 2 : 2 , 32; Jer. 34:16; Eze. 20:39;


36:20-23; Amos 2:7.

i . 13:19.

22
43Jer. 16:18; Eze. 7:22.

44Ex. 31:14; Isa. 52:2, 6; Eze. 20:13, 16, 21, 24; 22:8; 23:38;
Neem. 13:17-18.

45Exo. 20:25.

46Maass, THAT, 1:573; cf. Eze. 22:26; 7:21-22, 24; 23:39; 25:3;
24:21; 28:18; 44:7.

Dever-se-ia notar os textos onde o inimigo de Deus e referi-


do como contaminando o santuário e destruindo-o (Isa. 43:28; 47:6; Sal.
74:7; 79:1; Eze. 7:21,22, 24; 24:21; 25:3; Lam. 2:2; Dan. 11:31).

48Ver G. Gerleman, "b-T dcw Blut," THAT, 1:448-451; D. J.McCar


thy, "The Symbolism of Blood and Sacrifice," JBL 88 (1969):166-176; idem,
"Further Notes on the Symbolism of Blood and Sacrifice/ JBL 92 (1973):
205-210; idem, "Blood," IDBS (1976), pp. 114-117; L. MorrTsT "The Bibli-
cal Use of the Term 'BloõãT^1 JTS 3 (1952):216-227; 6 (1955):77-82; A.
Grad, Studies in B i b l i ç a i Uses of the Word DAM (unpubl. Ph. D. diss.,
Brandeis University, 1976).

49McCarthy, "Further Notes," p. 210.

50 Ibid., p. 205.

51K. Koch, "Der Spruch 'Sein Blut bleibe auf seinem Haupt,"1
VT 12 (1962):414.

52Lev. 20:9, 11, 13, 16, 27: Jos. 2:19; I Reis 2:37; Eze. 18:
13; 33:4-5.

53McCarthy, "Further Notes," p. 205.

54Ver aparato de BHK, BHS.

55C. F. Keil and F. Delitzsch, "The Fourth Book of Moses,"


Biblical Commêntary on the QT (Grand Rapids, Mich., 1948), 111:123.

560 oposto ê alegado por J. Milgrom, "Israel's Sanctuary: The


Priestly 'Picture of Dorian Gray, 1 " RB_48 (1976): 390-391, que argumen-
ta que o pecador "procedeu a purificação interior" e não mais carece de
qualquer purificação. Mas sua interpretação de que o sentir-se culpado

23
representa purificação (ver também seu Cu H and Consclence /Leiden,197Ç7,
pp. 3-12) e infundada segundo otexto.

67Lev. 8:14-15; Exo. 29:19-25.

58Lev. 16:16-17, 20.

59 l)sada 23 vezes no VT: Exo. 29:10, 15, 19; Lev. 1 : 4 ; 3:2, 8,


13; 4:4, 15, 24, 29, 33; 8:14, 18, 22; 16:21; 2 4 : 1 4 ; Num. 8:10, 12; 27:
18, 23; Deut. 34:9; II Crôn. 2 9 : 2 3 .

6 0 Ver F. S t o l z , "7/DO ^mfi sttltzen," THAT, 11:160-162.

6 1 KBI_, p. 661; CHAL, p. 257; BDB, pp. 7C1-702.


r n __
As ocasiões envolvidas (!) a dedicação dos levitas (Num. 8:
10), (2) a consagração de Josué (Num. 27:18, 23; Deut. 34:9), e (3) o
apredejamento do balsfemador (Lev. 24:14).

63Lev. 1:4.

64Lev. 4:4, 24, 29, 33.

Lev. 4:15. Aqui os anciãos devem impor as mãos sobre o ani-


mal. -

65Lev. 3:2.

67Keil and Delitzsch, "The Third Book of Moses," 11:282-283.

63I Reis 8:33-43; Esd. 10:1; Ne. 1:6; 9:2-3.

E. G. White, Patriarchs and Prophets (Mountain View,' CA,


1958), p 354; idem, The Great Controversyp-lountain View, CA, 1911), p.
418. Ver também A. Medebielle, "tTxpíãtion," DBS (Paris, 1938), 111:78.

Milgrom, Cult and Consclence, pp. 76-80.

7 1 Ibid, pp. 108-109.

72B. J. van der Merwe, "The Laying on of Hands in the Old Tes
tament," OuTWP 5 (1962):34-43, esp. 37-38; cf. Deut. 17:6; I Reis 21:111,
13; Num. TTTZtf; Deut. 31:7 e seguintes.

24
73 Stolz, THAT, 11:162.

74
J. M. P. Smith, "The Idea of Atonement in the OT,11 Biblical
Ideas of Atonement (Chicago, 1909), p. 57.

75Ver K. C. W. F. Bíihr, Symbol i k dês Hosaischen Kultes II


(Heidelberg, 1893), p. 341; T. C. Vriezen, An Outl fnê~õ~f OT Theology (2d
ed.; Oxford, 1970), p'. 263; Merwe, p. 40.

76M. H. Shepherd, "Hands, Laying on of," IDB 11:251; C. Maurer,


TDNT, V1II:160.

O fato da transferencia de pecado é" universalmente reconheci^


do em Lev. 16:21. Entre os que se apegam ã ideia cie transferencia numa
forma ou noutra estão os seguintes: P. Voltz, "Die Handauflegung bein
Opfer," ZAW 21 (l 901):93-100, esp. 95; Medebielle, col. 79; T. H. Gaster,
"Sacrifices," IDB, IV:152; C. F. Pfeiffer, The Book of Leviticus: A Stu-
dy Manual (GramTRapids, Mich., 1963), p. 1TT~I Adler, "Imposicion
Manos'" Enciclopédia de Ia B i b l i a (Barcelone, 1963), IV:131; J. E. Stein_
mueller, "Sacrificcial Blood írTthe Bible," Bíblica 40 (1959):561; R.
Youngblood, The Heart of the Old Testament (UFanTÍ Ilapids, Mich., 1971),
pp. 82-83; etc.

THAL, p. 93.
79 KL3, p. 269.

80Exo. 24:6, 8; 29:16, 20; Lev. 1:5, 11; 3:3, 8, 13; 7:2, 14;
8:19, 24; 9:12, 18; 17:6; Num. 13:17; II Reis 16:13 , 15; II Crôn. 30:16;
35:11 29:22; Eze. 43:18.
81 CHAL, p. 232; cf KLB, p. 604.

op __
As discussões sobre os vários tipos de sacrifTcio ka££Õ.'t p£
dem ser estudadas em B. A. Levine, In the Presence of the Lord. A Study
of_the Cult and Some Cultic Terms in AncTont Israel (Leiden, 1974), pp.
101-l 14; J. Milgrom "Sin Offering or Purification Offering," VT 21
(1971):237-233; idem, "The Function of the Ho^S^," Tarbiz 40 (T^70/71):
1-8; idem, Cult and Conscience, pp. 74-88. Levine esta errado em alegar_
(Presence, pp. 101-108 que somente um tipo de hat£ã't tem função purj_
ficadora. Ver Milgrom, "Israel 's Sanctuary," pp'. 350-391.
no ^_
Este "sacerdote ungido" é as vezes interpretado como referiin
do-se ao sumo-sacerdote {cf. Keil and Delitzsch, "The Third Book of Mo-
ses," p. 303). J. Milgrom ("Sacrifices and Offering, OT," I PB S /l 97 67»

25
p. 767) alega que o sumo-sacerdote /estaj levando o povo a errar" em Lev.
4:2-21, mas o texto não oferece qualquer apoio a tal interpretação.

84L. E. Toombs, "Cleam and Unclean," IDB I: 647, "A lei levTtj_
ca freqíJentemente emprega 'pecado' e 'imundície1 como sinónimos (Lev. 5:
3, 4)."
QC
Milgrom, "Sacrifice and Qfferings, QT," p. 766^ Ele apresen-
tou a alegação de que o sangue neste caso purifica o santuário.

Tem sido enfatizado que a alegação de que "o iaatfã1^ nunca p_u
rifica seu ofertante" (Milgrom, "Israel 's Sanctuary," pp.*391; cf. idem,
"Sacrifices and Offerings, OT," p. 766), apoiado com Lev. 8:15, perde o
rumo porque Lev. 8:15 não esta tratando com o serviço diário de modo al-
gum, mas a declaração de que o sangue "purificou /útt(/efi<z£í£ 'J o altar" re_
fere-se no contexto de Lev. 8:14-17 ã consagração ritual do sacerdócio
arõnico.

Milgrom, "Sacrifices and Offerings, OT,"^p. 767, alega que


"jmpureza pode resultar somente de uma violação, e não de um ato de orm
são.

88Versão NASB.
89 -
Tradução de Milgrom, "Israel s Sanctuary," p. 390; idem, Cult
and Conscience, pp. 3-12.
90 - f
O termo hebraico ÕWÕK e um termo típico para pecado consci-
ente, intencional e a culpa do pecado {ver S. Porúbcan, Sin i n the OT
/l 9637; R. Knierim, Pie Hauptbegriffe f Ur Sunde i m AT ZNeukirchen-Vluyn,
1965J, pp. 185ff; idem, '^yc-Mm Verkehrtheit," THAT, 1:243-249).
qi
Este paradoxo da purificação do contaminado e da contamina-
ção do limpo esta também presente com as cinzas da novilha vermelha (Num.
19:8-21) que deixa imundo/contaminado aquele que reúne as cinzas (v. 10)
ou as esparge (v. 21) mas deixa puro/limpo aquele que era imundo (vs.12,
13, '16-19). Este paradoxo de purificaçao//contaminaçao e já reconhecido
pelos antigos rabinos (Tanh. Hullot 4.26; cf. M. Par. 4.4).
qo
Por exemplo, Keil and Delitzschen, "The Fourth Book of Moses,"
p. 103, "Mas eram apenas os pecados cometidos por engano que podiam ser
expiados pelas ofertas pelo pecado." R. de Vaux, Ancient Israel: Its Life
and Institutions (Londres, 1962), p. 420, "Se o pecado ê^êTTBeraao, sa-
crificio não pode expiar a culpa e nenhum perdão é possível (Num. 15:30,
31)," G. Nagel , Vocabulary of the Bible, ed. J. J. von Allmen (Londres,
1958), p. 397; H. H. Rowley, WorshipTn Ancient Israel, p. 134, "pecado

26
deliberado, premeditado, não pode ser apagado por qualquer sacrifTcio."
Também Medebielle, col. 74.
n-5
* L. Morris, "Asham," Evangelical Quarterly 30 (1968):201, so-
bre Num. 15:30-31.
Q4
yHJ. Milgrom, ("Atonement in the OT," _IDBS Z1976J, p. 80) es-
creve de modo bem preciso: "Uma assertiva mais corre ta seria de queosis^
tema sacerdotal proTbe expiação sacrificai para o pecador impenitente, ~
aquele que age 'atrevidamente, ... £que assim? injuria ao Senhor' (Num.
15:30)."

Milgrom, Cult and Conscience, p. 110.

96 Ibid., p. 85.
97Mesmo que os dois -últimos não se concebessem como intencio-
nais, não ha dúvida a respeito do primeiro que implica que a pessoa esta
vá numa posição de oferecer evidência mas não a fez conhecida. Este e um
caso de pecado intencional de omissão.

*********

27
- . IT;

CAPÍTULO II

ESTUDOS EM EXPIAÇÃO BÍBLICA II í


O DIA DA EXPIAÇÃO

O Dia da Expiação [yÔm hak.iti.ppuAãm) e o grandioso clímax da 1J_


turgia anual do antigo Israel, que envolve a limpeza/purificação do sanT
tuário/templo.2 Q nome hebraico distintivo yôm hak\iippuA2m é geralmente
traduzido como "dia da expiação."^ Alguns estudiosos tem vertido a ex-
pressão como "o Dia das Purificações,"4 ou ele tem sido designado como "o
'dia da expurgação' anual.'"5 Recentemente e de modo carreto tom sido
realçado que o Dia da Expiação tinha como seu "ob.ietivo a purificação do
santuário, e não a purificação do povo."fa.» Era celebrado cada ano no dêci_
mo dia de Tisri (o sétimo m ê s ) . / Ê digno de nota que este dia de limpe-
za/purificação e um "sábado de descanso solene" [2obba£ 2abbã£pn] e uma
)r)A"santa convocação" (nvú^K-gôcíeJS}9 no qual__todo israelita deveria restrin_
glr-se do trabalholO e afligir-se,H isto e, dedicar-se ao jejum,12 ou
ser cortado de_seu povo.13 Os ritos e significado desse dia anual de lim_
peza/purificação torna-o um dia de juízo. 14 Estipulações detalhadas são
expostas em Lev. 16, com regulamentações suplementares providas em Lev.
23:26-32 e Num. 29:7-11.
O pano de fundo dos três ritos especiais do Diajia Expiação é
a anterior contaminação/poluição do santuário. Chegamos a conclusão, em
nosso estudo anterior^ que ^santuário de Israel pode ser cpntam.ina.dQ
por^somente uma fonte --t ojicmem pecador., Este fato contrasta-se comias
noções pagãs de contaminação do santuário.16 o processo de transferên-
cia que livra o indivíduo de seu pecado antes do Dia da Expiação^ é a fa-
se da primeira expiação^ com seus serviços religiosos rituais diários que
traziam alTvio a consciência opressa pela culpa/pecado de cada israelita.
Assim o pecador era purificado de seu mal.
Mediante rituais prescritos que, por um lado, traziam purifica^
cão ao ofertante mas, por outro, contaminavam o santuário por meiodospe_
- cados confessados para os quais sacrifícios eram apresentados, o pecado
do israelita era depositado no santuário^7 até que os ritos do Dia da E,x
piação pudessem purificar o santuário dos pecados acumulados do povo de
Deus. Esses pecados eram então removidos do meio de Israel mediante o bp_
de para Azazel. Consideremos, pois, os principais ritos do Dia da Expia-
ção e suas implicações para o relacionamento entre Deus e Seu povo.
O Sacrifício do Novilho e Sua Manipulação a5"^ngue—^^__ j

. Os ritos prescritos em Lev. 16 fazem uma clara distinção entre


o sacrifício do sumo-sacerdote na forma de "um novilho para oferta pelo
pecado" (Lev. 16:3) que deve fazer expiação "por si e pela sua casa"'(Lev.
16:6, 11) e o "bode da oferta pelo pecado que será para o povo"; (Lev.16:
15). Esses ritos sacrificais com suas manipulações de sangue fazem expia
çao pelo santuário (Lev. 16:16). , ~
A preparação pela personagem central no ritual do Dia da Expi_a
çao,era intensa. O sumo-sacerdote devia banhar-se na manha do Grande Di¥
(Lev. 16:4) e então vestir suas vestes santas de linho (v^ 4). J) "holo-
-caiis.tp__qu_e_4ir_ecedi_a a oferta pelo .pecado, do Dia da Expiação era particu-
larmente elaborado nesse dia (Num. 29:8-11), e funcionava do mesmo modo.
o..sa.crjfTcio diário.
• r
j" "V Tendo concluído o sacrifício regular do holocausto, o^sumo sa-
• cerdote empenhava-se no primeiro rito distinto do Dia da Expiação. Ele
? ^trazia um'novilho como uma "oferta pelo pecado pelas expiações" (kattã.^t
• ' /iafeí^cpu/u>fl). ^8 J! idêntico a "oferta pelo pecado" particular (ka£tã.'i) do
\ sacerdote mencionã"dã~"antes em~L"ev. "4: "3-T2.
l A manipulação do sangue do novilho, contudo, e única no Dia da
j Expiação. Conquanto durante os serviços diários o sacerdote molhasse "o
\o no sangue" e espargisse-o "sete vezes perante o Senhor, diante do véu
j do santuário (Lev. 4:6) e também pusesse algo do sangue "sobre os chifres
. do altar do i_ncenso aromático, perante o_Senhor, altar que está na tenda
da congregação" (v. 7), no Dia da Expiação o sumo-sacerdote entrava no
santuário com incenso (Lev. 16:12, 13) e um pouco do sangue do novilho e
• entrava no Santíssimo, espargindo o sangue com o dedo "sobre a frente do
propiciatório [h.appon.&t] > '9 e diante do propiciatório espargira sete ve-
zes do sangue com o decfo" (Lev. 16:14). ^
Parte do sangue do novilho, .juntamente com parte do sangue do
ser pnst.n "çohrp nq chifres do altar" ^ que está diante_jdo_S£-
nhor (v. 18).' O propósito HPÇÇR manipulação de sangue era "purificar"
l o .al.t.Qr...e_..Q_._santi.f.iC-ar._"das.. impurezas dos, fi.l.hos de. Israel," (v
19).

O Sacrifício do Bode e a Manipulação de Seu Sangue

"í A segunda "oferta pelo pecado" consistia de um bode macho tira


do da congregação do povo de Israel; escolhido por sorte dentre dois es-
pécimes idênticos, sendo chamado "o bode sobre o qual cair a sorte para
o Senhor" (Lev. 16:5, 9).
Q sumo-sacerdote devia matar "o bodega oferta Delonecado. oue
(v. ,1.5.) .„.£....c.uLi.Q_s.Q,,ay.e_.nào ha qualq.uer .menção de impo,-

29
siçao de roâps ou confissão de pecado sobre o bode para a oferta pelo pé-
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gado. "^ A razão" pode bem ser achada no fato de que o bode para o Se-"
nhor era empregado para purificar o santuário dos pecados acumulados do
povo, ali depositados. Se essa sugestão for correta, o bode não parece
ter servido como uma vTtima transferidora do pecado para o santuário. A
funçHo_aqui e evidentemente diferente da que se passa no ritual sacrifi-
cai diário.
'A manipulação de sangue no caso do bode e a mesma que no caso
do -novilho, O sumo sacerdote entrava no santuário uma vez mais, levando
sangue do bode para o. Santo dos Santos, espargindo-o "no propiciatório,
e também diante dele"/* (v. 15). Também utilizava um pouco do sangue do bo
de, juntamente com o sangue do novilho, e punha-o "sobre os chifres do aT
tar ao redor" (v. 18). 24
O propósito do sacrifício e da manipulação de sangue do bode m£
cho e explicitamente declarado em Lev . 16:16. "Assim fará expiação pelo
santuário £qodi^J por causa dus impurezas £tum'õ£7 dos filhos de Israel
e das suas transgressões /pcáê^emj e de todos os seus pecados [ka,tto * £aj\\] .. "
Expiação também será feita com respeito ao "altar que está diante do Se-
nhor. "25 A manipulação de sangue e aplicada a ele também. O altar e b<yr
rifado com o sangue sete vezes, a fim de o santificar "das impurezas
õ£7 dos filhos de Israel" (v. 19).
Ha varias observações significativas a serem feitas com respei_
to ao propósito declarado em Lev». 16j 16, 19. Volvemos nossa atenção
primeiro ao verbo do v. 16, Este verbo e íu.ppêA. Aparece 16 vezes^S em
Lev. 16. No v. 16 a preposição co£f' vem apôs o verbo -- kÁ.pp&i caJL -- e
aparece seis vezes neste capítulo. 28 O verbo kippeA mesmo e uma forma
Piei que sempre destaca o resultado a ser conseguido. 29 Na verdade, tem
primeiramente um sentido funcional^O com respeito ao resultado a ser al-
cançado.
Em contextos liturgicos a seqdencia sintatica ktpp&i alternou ' « — f1

'um sentido relacional , "fazer expiação com respeito a" pessoas, lugares,
'etc., ou sentido espacial > "fazer expiação por" pessoas, lugares, etc. 31
O sentido relacionTl e evidente em Lev. 16:30, "Porque naquele dia se fa_
rã expiaçãlTl^F^vÕsT'1 ou, melhor traduzido, com respeito a vos > isto e,
em relação aos israelitas. Significa que esses ritos, que purificam tan-
to o santuário e o altar, são relacionais com respeito aos efeitos que
tem para os israelitas. O resultado, da purificação do santuário no que
respeita aos israelitas e que a purificação deles e agora final perante
.o Senhor (v. 30). Isto e enfatizado também de outro modo no v. 33, onds
temos dois usos de í^pp^A seguidos por objetos^diretos (santuário, tenda
da congregação, e altar). 32 Depois a construção í^ppe/t cat se^segue pa-
ra indicar que os israelitas são os beneficiários finais: "Fará expiação
[hsippoA. + abjecto cltAeíq/SS pelo santuário: pela tenda da congregação e pe_
Io altar; também a fará /bcppcA •*• ob j &to dMiçJioJ '^ pelo altar e £kÁ.pp&i£ajJ
pelos sacerdotes e todo o povo da congregação" (Lev. 16:33).
Assim vemos que não ha qualquer tensão entre os serviços regu-

"Á - , 30
lares do ritual sacrificai diário que "expia" tanto os pecados acidentais
como involuntários dos israelitas. Nos serviços diários eles são transferj_
dos ao santuário. O ritual do Dia da Expiação nesse sentido purifica o sa_n
tuario no que respeita ã impureza dos israelitas.
O sentido espacial da construção de k^pp&i ^pJi e evidente em Lev.
16:16, "Assim fará expiação pelo [\iLpp&i ca/735 santuário por causadas im
purezas dos filhos de Israel e daT~suãs transgressões e de todos os seus
pecados." A força direta aqui é com respeito ao resultado alcançado em te_r
mós do espaço que havia sido contaminado mas agora é purificado. Os atos
litúrgicos da manipulação de sangue no santuário resultava na limpeza, ou
purificação do santuário. Nesse exemplo a construção kÃppõA CÍL£, expres-
sando um processo espacial, é idêntica a íe^ppéA + ob/dío fícteío do v.33.36
A segunda observação relaciona-se com o termo para "lugar san-
to" em Lev. 16. O termo qõdiu,^' g utilizado por todo o caoTtulo 16 de Le-
vítico para santuario38 ou SantTssimo,39 exceto no v. 33, onde m^qdcu apa
rece.
Nem sempre é inteiramente certo em que extensão \qõd&> \m Ley^16
se refere ao santuário como um todo ou a uma área mais especifica dentro
_do__santuárío, .quaT~seja, o SantTssimo. Este problema e refletido nas tra-
duções _da_s__yersoes bTblicas em inglês.40 O substantivo q$dç2 pode refe-
rir-se ao santuário em sua inteireza (Exo. 38:24; Lev. 10:4). Pode também
referir-se ao pjítio ej<^erijar_j chamado Lugar Santo (Exo. 26:33) e o compar_
timento interior~Tfíãmado ^SantTssimo (Lev. 4:6), que também e designado co
mo qõdçJZ Íiaqqadãl2m (Exo *.~~Zb:3'3, 3Í; I CrÔn. 6:49 /v. 34 em hebraicoj) .^T
Evidentemente o sentido de SantTssimo parece_ter__relaçao com Lev. 16:2.
Os outros .empregos de gudd em Lev. 16 não são tão especTficos, exceto nos
vs. '(20..'e^3J/j onde qGd?A outra vez refere-se aparentemente ao^ántissimo .
em contraste com "a tenda da congregação" e "o altar." Mesmo que o senti-
do dç Içi5|£e4/em Lev. 16 não seja, em todos os'casos, claro, alem de,qualquer
dúvida,'refere-se em vários lugares ao SantTsslma (vs.T_2_s\_2Ò^^3"), e em ou_
tros l_ugares no mesmo capTtulo e evidente que o ritual do Dia da Expiação
incluTa o SantTssimo, a tenda da con^rejgação, e o altar (v. 33). Neste po_n
to^podemos observar que em Dan.8:14|g5cfoJ ji o mesmo termo usado para "san_
tuario". LovTtico 16 e Dan. 8:14 esfeõ~-termi no l ogi camente, conceptualmen"
e e
A manipulação de sangue dentro do J^ntTss.im, ^o Lugar Santo
e sobre o jiltaji^ -> tem o proposito^de purifica-los das impurezas do povo~~de
Israel. A evidencia apresentada não apoia a teoria de que esse rito anual
cê purificação do santuário apenas se refere a "pecados presunçosos e imun_
dTçies /que7 não podem ser expurgados pela própria hci&tã.'t /oferta pelo_pe_
cadoj do ofertante" (Num. 15: 3Q,3_1 j_.4o LevTtico 16:16 fala da expiação
sendo feita por !jtGdf05"_pè "s~êus pecadojsj," o que m i l i t a contra essa teoria
de limitada purificação. "A" expressão inclusiva "/:todos os7 seus pecados"
aparece novamente no v. 34 de Lev. 16. Parece que os pecados qup eram de-
positados no santuário eram "todos os pecados" que os serviços diários
(regulares) traziam ao santuário, isto é, os pecados acumulados de Israel
que haviam sido confessados e pelos quais sacrifTcios haviam sido feitos

31
nos serviços diários (regulares).
Uma ênfase de destaque em Lev. 16 é a purificação do santuário.
A função dos serviços diários (regulares) era livrar o ofansor de seus pé
cados, impurezas, e culpa porque Deus não pode continuar habitando coni "ã
pessoa que interrompeu o relacionamento Deus-homem.'• Assim o pecado, imundí-
cie^ e culpa são transferidos ao^santuario onde permenecerão e se acumu-
larão ate o grande Dia da Expiação. Sendo que o pecado e imundície se açu
mu Iam no santuário até que Deus não mai_s é capaz de habitar no santuari^,
Ele ordenou que uma vez ao ano o santuário seja purificado de suas trans
gressoes, pecados e imundícies acumulados, ou Ele o abandonará e deixar¥
o povo entregue a sua própria sorte.. Desse modo, o pecado e o mal jamais
sa'o relevados por Deus, mesmo quando o pecador individual ou ofensor não
e imediatamente punido. O pecador, ou ofensor, traz urn sacrifTcio para o
s;.,, pecado ou ofensa, transferindo assim mediante a vítima seu pecado, ou
ofensa. Esse K to sacrificai não Í inteiramente eficaz, ex opero operator.
Semelhantemente-, "o rito não é um arranjo para contrabalançar os "iTaTtõs"
de magica. ..."47 t dependente da atitude de remorso do ofensor.
E apropriado recordar aqui que a legislação mosaica torna bem
c.l aro que o pecador deveria ^empenhar-se numa confissão do pecado ai em de
trazer um sacrifício. Isto não é só verdadeiro no caso de um pecado inteia
cional (Num. 5:8.10) mas também nos casos da oferta pelo pecado para pe-
cados não-premeditados (Lev. 5:1-6). Isso significa, entre outras coisas,
que com a atitude apropriada de arrependimento e confissão de quaisquer
pecados, mesmo os pecados intencionais e premeditados podem ser perdoados.
n perdão dificilmente pode ser tido como consequência automã.ti
ca do rito de sacrifício diário. Porque ê sempre referido na voz p.assiva.
"e ele será /se7ão487 perdoado (s)."49 Q perdão ..e. depe.ndente de Deus.
Não é nem automático riem algo a ser adquirido.50 o sacrifTcio^não ê unia
transação de permuta na qual Deus perdoa por alguma consideração.51 O sa_ t
crificio ê eficaz porque Deus decide em Sua misericórdia aceitar a ofer- ,
ta como o substituto do ofensor por Sua própria vida.52 Deus concede o
perdão por conta de Sua graça.'Assim como Q^rito sacrificai diário | a (
primeira fase do processo de expiação, também a purificação do santuário,!
no Dia da Expiação, no que respe.ita aos pecados do povo, e necessariamen
-te .a fase objotiva e final do processo de expiação. on_de_o_gecjdp e e "l i 7
_minadcTe_ removido53 do santuário e o santuário é purificado. SuDjetiva- \, o c
a fase segunda e final do processo de expiação. Assim a__total idade co^pr£
cesso de expiação e operado finalmente dum modo irrevogável em benefício í
do pecador, ou ofensor. Então a comunidade se apresenta diante de Deus 4
numa condição que torna possível Q comunhão completa.
«
O Rito do Bode Expiatório l

'^ O terceiro rito distinto no Dia da Expiação eumque envolve o


"bode expiatório.54 se os sacrifícios do novilho e do bode efetuam a pu-*
l
32 *
rificação do santuário das impurezas e trangressões de Israel, o bode ex
piatÓrio e o veiculo que leva os acumulados pecados de Israel para o de~
serto . ' £ Importante nota_r j^ue o rito de Azazel tem lugar [apos| a expiação
ter sido feita com respeito ao POVQ.
Em contraste com os ritos relacionados com o novilho e o bode,
o bode/ expiatÕnLoNnao era moladfl.55 e seu \sangue...não eraderramado.'
__ Não
haviaffnani.pulaçaode sangue] e /"assim, nenhuma £zp-iac-ao . Po~rTã~nTo~T~3 i f i-
cilmente se pode^sugerir que o envio para longe do bode expiatório seja
um ato de expiação substi tuinte .5t>
Nesta conexão, a clausula, "Da congregação dos filhos de Israel
tomará dois bodes para a oferta pelo pecado" (Lev. 16:5), merece atenção.
Esta sentença pode ser considerada uma frase constituindo-se num abrevia
do sumario, como os vs. 9, 10 e 21 parecem indicar. 5 ' E explicitamente"
declarado que o bode para Azazel "será apresentado vivo perante o Senhor,
para fazer expiação por meio dele fiivpp&i + ca7" v. 10). A última par-
te desse texto certamente não e uma interpolação. A expressão "fazer
exp i a Ç.Q.Q por meio dele / cã.£au-'7" oode ser considerada como siani _
ficando "realizar ritos de expiação ao lado dele " Oy em proximidade
con e1e. bu C claro também pelo v. 21 quo nenhum ritual ....de expi açao __ era
executado no bode expiatório. C rito do bode expiatório é um rito de eli
r r r í n a ã o f a l de pecado e imundície.'
O exato tempo do rito de eliminação do bode^expiatorio e partj_
cularmente s i g n i f i c a t i v o . Tendo realizado a purificação do santuário com
c sa/ique do bode "para o Senhor" (Lev. l_6:9),_o sumo sacerdote "fará che_
gar^6<7 o bode vivo" (v. 20): "Arão porá as mãos sobre a cabeça do bode"
vivo, e sobre ele confessara todas as iniqfJidades dos filhos de Israel,
todas as suas trangressões e todos os seus pecados: e os porá sobre a ca
beça do bode, e envia-lo-a ao deserto, pela mão dum homem a disposição ~~
para isto. Assim aquele bode levará sobre sT todas as iniqdidades deles
para a terra solitária; e o homem soltara o bode no deserto"'{Lev.16:21,
22).
Esta e a única vez nos três ritos únicos do Dia da Expiação em
que as mãos são postas sobre o animal. _tja.o._ha dúvida sobre o rito da im-
posição de mãos sobre o bode vivo. ''signifiçava a deposição de todos os pé
cados do povo, que se haviam acumulado no .santuário, sobre o animal de m^
.do que eles sejam Cevados para .o deserto.63 Não ^e trata de um ato de
bênção,64 consagração,65 ou instalação,66 mas é a transferencia do peca-
do, em figura, para o bode expiatório.67 LevTtico 16:21 faz notar, em
particular, que "Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo, e
sobre ele confessará todas as iniquidades do povo de Israel, e todas as
suas transgressões, todos os seus pecados."
O que é de particular significação aqui è" que a imposição de
nãos Õ acompanhada por uma confissão oral da totalidade dos pecados do
povo de Deus sobre o bode vivo. Assim todos os pecados do povo, dos quais
o santuário havia sido purificado mediante a confissão oral

33
cão de mãos, eram transferidos ao bode vivo para sua eliminação do meio
da comunidade israelita. O envio do bode vjvo para o deserto'"pela mão
dum homem ã disposição para isso" (v. 21) e um ritual de eliminação que
simboliza a remoção de todos os pecados acumulados de Israel para o deser
to (vs. 10, 22).
O que significa Azazel? Os estudiosos tem debatido a origem e
s^gr.jficado do termo cazci' z\LÍ frequentemente sem chegarem a um consenso.68
Há* várias hipóteses principais: (1) O termo ctlzã.'zê.t e o norr.e próprio do
próprio bode v i v o , significando "o bode enviado para foro. /que parte/."
Este fato tem levado ã tradução "bode expiatório" nas versões inglesas,
e remonta as antigas versões gregas e latinas.69 Contudo, o bode vivo es
ta sendo reservado "para Azazel" (Lev. 16:8) segundo o texto hebraico. Ã
simetria na expressão "para V'a/ii'jc/i" e "para Azazel" não parece favorecer
esta hipótese. (2} O termo CLi£ã'zêf. e um substantivo comum com o sentido
de "precipício," o lugar onde o bode vivo era despachado.70 ^ste ponto
de vista e também sustentado pela teoria dos exegetas rabínicos^l e pre-
ferido pela versão árabe de Saadya, que reza, jult CJ.ZG.Z , irionte Azaz."72
Independentemente do valor filológico, ter-se objetado que "não se enqua
dra no texto. ... A versão 'para o Precipício' /N E B/ não parece suficien"
te para verdadeiro paralelismo, que requer que o segundo nome-, comooprT
meiro,fosse o nome do uma pessoa."73 (3) o termo ca^ã'zê^ ê nome de um
demónio/4 que no livro de Enoque e o dirigente dos anjos rebeldes.75 Al
guns tem identificado o demónio com um dos íe^tõi, "sátiros" (RSV)76 0]J
"personagens semelhantes a bodes,"77 mencionados em Lev. 17:7, a cujo cul
to Israel se havia prostituído, e sugerem que se trata do "deus-bode Aza"
zel."78

Mas lingílisticaniente'7Q e contextualmente ha base insuficiente


para a última sugestão e a identificação com um dos iec-t-^òíi.80 Não obs-
tante, o parelelismo entre "paro yaíw.li" e "para Azazel" (Lev. 16:8) su-
gere o nome de um ser' sobrenatural, "um ser oposto a /n/ui^/i. "81 Nesse sen
tido, Azazel parece ser um ser demoníaco.°^ "
No passado e presente Azazel tem sido chamado "o adversário de
Deus, uma figura correspondente a Sata."^^ Tem siau alegado que nenhum
ser maligno subordinado poderia ser posto em antítese a /a.V.^/L, mas somen
te "u próprio diabo, cabeça dos anjos caídos, que foi posteriormente chá
mado Satanás. "84 Pode-se sugerir c OITI base no contexto, com as expressões
paralelas envolvendo ValiwJ-i e Azazel (Icv. 16:8), que o ultimo pode ser
verdadeiramente unia designação para o maligno, o oponente de yt
Ha uma questão exegética que agora merece atenção. A frase "pa_
rã Azazel" na sentença, "envia-lo ao deserto como bode emissário" (Lev.
16:10b), dá" a impressão de que o bode é enviado ao deserto onde Azazel re_
side, ou tem seu domínio. Pode-se sugerir, contudo, que o exato sentido
da preposição hebraica^J^-^Tia frase .aicarã 'e.< tem uma função diferente.
A- £jlt.re_Qs. variegados usos da preposição ".-Cc" em hebraico ha o sentido de
* "no interesse de"35 ou "em favor de."86 Utilizando o ultimo significado
da preposição e seguindo a ordem de palavras na frase heDraica, •pode ser
traduzida literalmente, "envia-lo em favor de Azazel para o deserto."8?
A expressão preposicional "em favor de" tem sido tomada oo sentido "'em
lugar de A?a?r-l ' nu se ia', como um substituto para ele."5Q Se se compre
ende a preposição no_verso lOb corno tendo a força de "em favor de," ou
algo semelhante, então a antítese entre Va.luw.li e Azazel e mantida e tam
bem a dos respectivos bodes -- um imolado num rito expiatório e um dei-
xado vivo mas levado para o deserto num ritual de eliminação. O signifi_
cado tipologico dos dois bodes também se ajusta em seus lugres. O pri-
rceiro bode e tido como t:Tpico de Cristo,&9 e o segundo, o bode expiató-
rio, é tido como típico do oponente de Cristo > t Satanás.^ O contraste
entre as funções dos dois bodes é bem s i g n i f i c a t i v o e dificilmente se p£
deria exagerar a respeito.
Podemos sumariar aspectos-chave do ritual de^Azazel: (1) O ri_
de Azaze]_ é o ultimo dos rituais do Dia da Expiação, tendo lugar
e expiação ter sido feita pelo santuário e os pecados ali acumula-
dos. (2) O bode vivo^não é imolado e não funciona como um sacrifício,
;3) O bode vivo não e envolvido em qualquer rito expiatório mas è" o ve_í
culo no ritual de eliminação que livra a Israel da presença do pecado.
(4) A imposição de mãos e a confissão do pecado sobre o bode expiatório
pelo sumo sacerdote é o ato de transferencia simbólico de todos os peca
dos de Israel que se haviam acumulado no santuário. (5) O levar o bode
para o deserto a fim de que morra ali indica a remoção permanente de pe_
cado. (6) O bode vivo é um tipo de Satã', e o primeiro bode e um tipo de
Cristo.
Resta-nos reunir as principais correntes de pensamento conce_r
nentes ao Dia da Expiação. Esse grandioso dia, celebrado apenas uma vez
oo ano no final do ano litúrgico, era o grande clímax do sistema de cu]_
to do antigo Israel. Deus havia instituído os vários rituais sacrifi-
cais de que os israelitas podiam fazer uso se houvessem incorrido num pe_
cado involuntário ou premeditado. Aquele que era culpado de uma ofensa
podia assim fazer uso da forma prescrita para livrar-se do pecado, cul-
pa e imundície/impureza. Se o ri to respectivo fosse seguido, dependendo
da oferta, então o ofensor podia esperar perdão de Deus e tinha o conhe_
cimento de novamente estar na correta^relação de aliança com yatuv&k. As_
sim o ofensor experimentava purificação, remoção do pecado e da culpa,
e estar legitimamente na comunidade israelita da aliança. Desse modo^ o
pecado e culpa do ofensor eram, figuradamente, transferidos ao santuá-
rio.
Os ritos do Dia da Expiação constituem a segunda e final fase
da limpeza/purificação do santuário com respeito a todos os pecados acu_
r.ulados do povo.''Tratam-se da fase concludente do processo de expiação.
"ara Israel o Dia da Expiação era um dia de juízo. Significava vida pa-
ra todos aqueles que, durante o ano litúrgico, haviam apropriadamente-
seguido, as instruções de livrar-se do pecado e contaminação; representa^
vá morte para todos quantos, durante o ano l i t ú r g i c o tinham recusado v_a
ler-se dos H tos divinamente apontados que produziriam livramento do_p^
Cíido e purificação da contaminação (Lev. 22:25-32). A pessoa que não
<".fiigisse sua alma no Dia da Expiação seria "el iminada do seu povo" (v.29)
Issa implica que Deus esperava que a comunidade da aliança fosse total-
mente unida a Ele.
Os ritos sacrificais para o sumc-sacerdote e sua casa (Lev. 16;
6, 11) fazem expiação pelo santuário (v. 16). A manipulação de sangue no
primeiro rito e diferente da do serviço diário (regular) porque uni pouco
do sangue do novilho deve ser borrifado em frente do propiciatório
( kappo^KLt ]_ sete vezes (v.J4), Essa manipulação de sangue tinha clarame_n
te o propósito de purifica-lo e santificá-lo (v. 19).
Os ritos sacrificais pela congregação do povo de Israel (Lev.
16:5) envolvem um bode sacrificai, e a manipulação de sangue é a mesma
que no caso do novilho (vs. 16, 19).__E_sses dois ritos sacrificais , que pu_
rjjji^nijtajií^.._o._s_antyario.._cpnio_o _al tar, tem um sentido relacional pelo fa_ .
to de que expiam o santuário e o..altar no que, respeita aos israelitas -
(vs. 30, 33). A expiação de sacerdotes e povo é agora final. .
Grande ênfase e posta no fato de que os ritos sacrificais do
Dia da Expiação envolvem a totalidade dos pecados confessados dos incíiví
duos na comunidade israelita. LevTtico 16:16 faz referencia a "todos os
seus pecados." A expressão "todos os seus /fdelesj pecados" é realçada vã
rias vezes em Ley. 16 (cf. vs. 16, 30, 34). A mesma linguagem abrangente
aparece em ligação com especado que o bode vivo leva para o deserto (v.
22). Evidentemente essa ênfase destaca que os pecados e ofensas com que
se tratou no Dia da Expiação são os pecados acumulados de todo o israel
pelos quais sacrifícios haviam sido oferecidos com confissão durante o
ano litúYgico precedente ao Dia da Expiação. l Qualquer coisa que envolves_
se menos do que isso, tal^como unia limitação a "pecados presunçosos e
imundTcies,"91 "pecados não reconhecidos,"92 "pecados e Impurezas diá-
rias»"^ "principalmente impurezas rituais, "94 ou simplesmente "uma nove
consagração"95^ do santuário não pode fazer justiça a repetida ênfase quan
to a "todos os pecados" em Lev. 16. Qualquer coisa que seja parcial ou If"
mitada não pode ser fiel as reivindicações do texto.
O rito não-sacrifical do bode v i v o » geralmente chamado bode ex_
piatÕrio, tem lugar após a expiação ser completada pelo sar.tuãVio com
respeito aos pecados do povo^ O ritual do bode vivo não era somente
nao-sacrif içai como também nao-expiatório. A frase de que o bode_ para
Azazel "será apresentado vivo perante o Senhor, para fazer expiação por
meio dele /ykappêA Cõt0uj7" (v. 10) e melhor compre£^S&a como ihdican-
.da.iQU£_Ji^rllaa--£la.-expiaçao são. realizados ao Íado.|pêTe^) ou na proximid_a
de. ..del_£. .como mostrado acima. ^**r * f, • ÍA -„
"-v - ' . '' -M-1^ o
Desse modo, om_ contara s te _.c_qmj?s_ ritos sacrificais do novilho e
do bode para Jsacê^rdõTéj" e^p_pj/oj^spectivQmênTgp o rito do bode vivo e um
de eliminação do pecado nàrõgiab desértica onde não há vida.
Mediante a imposição de mãos e confissão, "todos os pecados"
(v. 22} são transferidos pelo surno sacerdote ao bode vivo para "envia-lo
ao deserto como bode emissário" [v. IO).96 O bode vivo para Azazel cor-
responde tipologicamente a Satanás enquanto o bode sacrificai tipifica a
Cristo.
No antigo Israel o Dia da Expiação, com sua ênfase em purifica^
cão e juTzo, em pecado e expiação, em jejum e solene repouso, era o dia
supremo durante todo o ano, o clTmax do processo de expiação para sacer-
dote e povo. Trazia a lembrança a seriedade do pecado e os benefícios
transmissores de vida do plano^divinó de redenção que reunia j homem e
Cotjs mediante a diária confissão e sacrifício, 9 tinha seu auge no encer
ranento do processo de expiação que concluía o divino desTgnio para a saT
vaçao. Os rituais dos serviços diários (regulares) achavam sua comp.lemeji
tacão nos ritos do Dia da Expiação. Ambos eram grandes tipos prefiguran-
do a obra expiatória antitTpica de Cristo na realidade (Heb. 8:1), ou o
:naior e mais perfeito tabernáculo (Heb. 9:11), o santuário celestial.

*********

37
REFERENCIAS E NOTAS

_ ~
Estudos significativos sobre o Dia da Expiação de varias pers
pectivas eruditas são os de A. Edersheim, The Templ_e: Its Mlnistries ancT
Services (london, 1874), pp. 263-88; S. LandêirscfõFfer ," Studien zurn bi-
FTTsTFen VersÇhnungstag (MUnster, 1924); M. Ltihr, Das Ritual _ vpn_''Lev .Ha
"(Berlin, l 975); G. Orhun, Das Sundenbekenntnis des~VersõhnImgTtã^?s
(Frankfurt, 1934); I. Schur. VeFsBhnungstag uncT Stlndenbõck" (HêTs~ingfors/
Leipzig, 1934); L. L. Morris ,~TrT)ãy of Atonement and" Work" o f Christ," Re-
formed Thepl ogic^l Reviow 14 (1955}:9-10; J. Morgenstern, "Two Prophe-
cies from "theFõíirtlTTêntury B.C. and the Evolution of Yom Kippur," HUCA_
23 (1952/53};l-74; E. Auerbach, "Neujahrs- und Versoehnungfest in leh
biblischen Quellen," VT 3 (1953) :337-43; Y. Kaufmann, Tho_Re1igion of
Israel (Chicago, 1960), pp. 302-309; R. de Vaux, Studies in ÕTdTestament
^ãcrTflce (Cardiff, 1964), pp.' 95-97; M. North, Leviticus (PHTT^clelpma T
T965), pp. 115-22; K. Hruby, "Lê yom ha-kippurim ou Jour de 1'espiation,"
L'0rient Syrlen 10 ( 1965) :41-74, 161-92, 413-42; S. Lyonnet and L. Sabou
rTnTTTnTll ' êcf^m p t i o n , a_n d Sacrifices (Rome, 1970), pp. 182-84, 269-89; B.
A. Levine, In the Presènce ofTnê~Lord (Leiden, 1974), pp. 53-114; J.Mil
grom, Cul t ^nTTÕnsclence (Leiden, 1976), pp. 127-38; idem, "Atonement,
D a yo f 7 ' '
n _
Para as edições sobre os serviços sacrificais que purificavam
o ofertante/pecador e contaminavam o santuário/templo, ver nosso estudo
prõvio "Estudos Sobre. Expiação BTblica I: O Continuo Sacrifício, Contami-
naç'áo//Purificação e Santuário," em capitulo precedente neste volume.

3Ver Lev. 23:27-28; 25;9.

Mergenstern, p, 48.

5 Milgrom, "Atonement, Day of," p. 82.

Levine, p. 76. '


i
7 Lev. 16:29; 23:27. ,
atíLev. 16:31; 23:32. ^
<

9 Lev. 23:27; Num. 29:7. *

10Lev. 23:28; Num. 29:7. - <


11 Lev. 16:29; 23:27, 29; Num. 29:7.

12 J. C. Rylaardsdam, "Atonement, Day of," IDB, 1:313; C. L.


Feinberg, "Atonement, Day of," ZPEB, 1:414; Schur, pp. 32-39.
13 Lev. 23:29.

Milgrom, Cult and Consclence, p. 128, sugere que o Dia da Ex_


piação era um "dia de~Te~tribuiçacT

15
Ver n° 2 acima.

-
Tem sido demonstrado que os santuários pagãos podem ser con-
taminados/poluTdos por incursões demoníacasJMilgrom, Cult and Conscien-
ce, p^ 128). Em Israel ha" uma'aguda distinção sobre esta noção, porque o
santuário de Israel somente pode ser_contaminado pelos pecados dos seres
humanos. Assim a fonte de contaminação do santuário nas concepções israe_
lita e paga* é vastamente diferente. Cf. J. Milgrom "Israel's Sanctuary:
The Priestly 'Picture of Dorian Gray, 1 " ^B 48 (1976):392.

Milgrom, Cult and Conscience. p. 128: "Mantendo a doutrina


da responsabilidade coTêTtiva, afirma que a malignidade do indivíduo não
é ignorada por Deus^ mesmo que o malfeitor nao^seja imediatamente punido,
colhendo-a no santuário até o dia da retribuição para a inteira comunida_
de."

18 Núm. 29:11 ; Exo. 30:10. Em Lev. 16 é simplesmente chamado


uma "oferta pelo pecado" (ha£fâ'tt vs. 6, U).
19
O termo Izappon.eJ. e um termo técnico no VT para a tampa doura_
da com os dois querubins que cobriam a arca do SantTssimo. Especulações
concernentes ao kappõi&t como um substituto para a arca em tempos pos-
exTlicos foram levantadas (como R. de Vaux, Ancient Israel: Its Li fes
and Institutions /London, 19617 •> P- 300). É também desnecessário entrar
"n5~He~&ate 'filológico sobre a derivação deste termo; ver M. GÔrg ,• "Nach-
trag zu írappõi.&t," Biblische Notizen 5 (l 978): 12-27. M. Haran, Temples
and Temple-Servlce 'in Ancient Israel (Oxford, 1978), pp. 246-57~Talega
que llo*liãppõ^'êí~cbm seus querubins~ê" o trono de Deus, a própria arca e
o estrado do trono." H. J. Zobel , ">a/ion," Theological Dictionary of
the Old Testament, eds. G. J. Botterweck e TTT~Ringgren ^Grand Rapids_,
Ifích.» 1^74~JT~r^l63-374, sugere por outro lado que a própria "arca" e
uma "caixa" ou "container." Deve-se também notar que Wr/uoc/i esta entro-
nizado "sobre" os querubins e não "entre" eles. Ver G. von Rad, "Zelt
und Lade," Neue Kirchliche Zeitschrift 42 (1931):483.

39
20
Pará detalhes do ritual em tempos posteriores, ver os deta-
lhes no tratado Mishnah Yoma em H. Danby, The Mishnah (London, 1933), pp.
162-72. £ metodologicamente incorreto ler "3o Yoma paTa o Velho Testamen-
to como è" as vezes feito.

21C. F. Keil, "The Third Book of Moses," Pentateuch (Grand Ra-


pids, Mich., 1949), 11:401, fala de uma aspersão de sangue sobre "os chi_
fres dos dois altares," isto e,_o altar de incenso no santuário eo altar
dos holocaustos diante do santuário. O texto hebraico, contudo, fala de
"altar" no singular. Não è" plenamente certo qual altar se tem em vista
em Lev. 16:18, 19. A distinção entre "tenda da congregação" e "o altar"
no v. 20 e no 33 pode sugerir que o altar em vista e o do holocausto em
frente do santuário (ver F. Maass» "7£&ícpt. pi. sUhnen," Theglogisches
Handworterbuch zun Al t, e n Testament /Munich, 1971J, 1 :849) . Dever-se-ia
notar, contudo, que~èm Lev. 4:7, Í8 onde a "oferta pelo pecado" é apre-
sentada no serviço diário g único altar que ê espargido e o "altar que
esta na tenda da congregação perante o Senhor". Assim o "altar que esta
perante o Senhor" em Lev. 16:18 pode ser visto como uma abreviação do
"altar que está perante o Senhor na tenda da congregação," isto e, o al-
tar dentro do santuário. Em Exo. 30:10 o altar de incenso Í referido co_
mo sendo purificado no Dia da Expiação.

22Morris, p. 14.
23 -
" No Mishnah (ver Yoma 3.8; 4.2; 6.2) também não ha qualquer
menção feita a respeito de uma confissão de pecado sobre o bode que era
imolado.
24
Ver n9 21 acima.

25Ver n° 21 acima.

26 Lev. 16:6, 10, 11, 16, 17a, b, 18, 20, 24 , 27, 30, 32, 33a, b,
c, 34.
?7 - -
Quatro vezes a preposição òeco.cí, "por," segue a ICcppeA, vs.
6, 11, 17, 24. Entre outros usos da mesma sequência, ver ÈXO. 32:30;
Lev. 9:7; Eze. 45:17; II Crôn. 30:18, 19. Ver J. Milgrom, J'K^.ppéA co£/
L^ad," Leshonenu 35 (1970): 16, 17, mas suas conclusões são criticadas
por Levine, p. 64, n. 29. O ultimo sugere que fe^pp£A b^ad significa
"assegurar/realizar expiação em beneficio de " (p. 66).

28Lev. 16:10, 16, 18, 30, 33, 34.


29 E. Jenni , Das hebrflische Picel (Zurich, 1968), p. 241.

40
.
30,Levine, ,
p. c64.
- ideias de "relacional" e "espacial".
31 Ibid., p. 65, quanto as

32Ver também kÃpp&i + objdto CÍÍA.CÁO em Lev. 16:20.

33J. Milgrom, "Atonement in the VT," JBDS (1976), pp. 78, 79,
alega que kipp&i em textos litúrgicos significa "Expurgar." Concordamos
que a "oferta pelo pecado ((iattà'£) __purif iça aquilo sobre que | aplicada
mas restringe isso ao Dia da Expiação somente. Nos serviços diários o
ofertante e "purificado," porque faz confissão do pecado, e a manipula-
ção do sangue contamina o que e tocado pelo sangue sacrificai . No Dia da
Exp i ação . n^njiuma._m_ão_ era referida como sendo imposta sobre .o_noy i l hq ou
bode e assim., a, "oferta pelo_.peça.d5_!L.tem. uma funçãç>._purificadora.
34 Levine, p. 65, traduz corretamente como "purificar". A ideia
é claramente de uma purificaça"o (assim também Ligrom, Cul t and Conscience,
p. 127).
-
35A ideia de "purificar/limpar" e novamente destacada. Ver n.
34 acima.
•^ r
A construção fe^pp&t^aí em Le. 16:20 na sentença "Havendo,
pois, acabado de fazer expiação £iiíkka.ppê..ti* ctj pelo santuário, pela ten
da da congregação, e pelo altar" é idêntica ao lú.ppcn ca£ e ao í^ppêA^dt
no v. 33. Na verdade os únicos empregos no VT de lu,ppcA. + oò/c/c dÁAdto
com dt estão em Lev. 16:20, 33.
") "7
Sobre a etimologia de qõdeJ, ver N, H. Snaith, The Distinc-
tive Ideas of the Old Testament (New" York, 1964), pp. 24-32.
oo
JO Lev. 16:2, 3, 16, 17, 20, 23, 27.
39 Este e evidentemente o sentido em Lev. 16:2.

Um numero de versões traduz qõdcX em Lev. 16 coerentemente


como "santo lugar" (KJV,RSV, NASB), "Santuário" (NEB, NAB), ou "nicho
sagrado" (NJV) enquanto a NIV verte como "Lugar SantTssimo."

Ver F. Brown, S. R. Driver, e C. A. Briggs, A Hebrew and


English Lexicon of the Old Testament (Oxford, 1974), p. 871 . Em v^sTa
3ê~sse conjunto, de fatos as referencias são^incorretas na declaração de
0. Procksch, "«XKLÍV TDNT, 1:90, "Em relação com o templo WTP fqõdclj
chega a significar santuário, antes que santidade, e dentro dele uma
distinção ê feita entre o santuário (Exo. 26:33; Lev. 4:6, haqqõdel e o
santíssimo (Êxo. 26:34; Num. 18:10)."-
49
Ver o estudo deste autor, "O 'Chifre Pequeno,' os Santos e o
Santuário em Daniel 8," no presente volume.

43lev. 16:14-16.
44 -
Lev. 16:16, 17 onde e possível tomar "tenda da congregação"
no sentido de "Lugar Santo," isto e, o pavimento exterior no santuário.

45Exo. 30:10.

46 Milgroni, "Atonement in the CT," p. 79.

Idem contra Levine, pp. 77-91.

48Var RSV, NJV, NASB.

O termo hebraico ui^-yuA^al} é típico; ver Lev. 4:20, 26, 31,


35; 5:10, 13, 16, 18; Num. 15:25, 26,' 28.
50H. Thyen, Studien zur Sundervengcrbung (GÕttingen, 1970), Q
pp. 34, 35. ' A
51 -- •
W. A. Quanbeck, "Perdão," _IDB, 2:316, "Sacrifício não e_a aqujT
siçao de perdão mas a reivindicação da promessa divina de misericÕrdiaT^
cp _
A dissertação por A. RodrTguez, Substitution in the Qld Tes0
tament Cultus and In Cultic-Related Texts (Dissertação doutoral, Andrew^
Un"iversity, 1979) aborda enTprofundidade a ideia de substituição.
r "j
Particularmente chocante é o uso paralelo em passagens
ticas de fix^ppeA, "expiar", e ma/ta/L, "apagar, eliminar," em Jer. 18:23
( c f . S a l . 51: 11 /97; Isa. 4 3 : 2 5 ; 4 4 : 2 2 ) . Observe-se o paralelo de
e /iLò^t, "remover," em Isa. 2 7 : 9 .
54 _
A literatura sobre o bode expiatório e rica. Seguem-se
guns exemplos representativos: C. L. Feinberg, "The Scapegoat of Lev .1 6 J^
Bibliotheca Sacra 115 (1958) :320-33; N. Micklem, "Leviticus," Interpre-
Ter 's Bible 2 (Rashville. 1953):77-34; L. Louf, "Caper emissarTús ut
Ttedemptoris apud Padres," Verbum Domini 38 (1960) :262-77 ; R, de Vaux,
Ancient Israel , pp. 507-10; J. A. Gladson, The Enigma of "Azazel " in
TrõvTtTcus" "Ten^M.A. thesis, Vanderbilt UniveFsTty, 1973~); Lyonnet anã1
Sabourin, pp. 182-84.

42
Contra Ladersdorfer, pp. 14-20, com Lflhr, pp. 10-12; Levine,
pp. 80, 81 e muitos outros.
56,'Com Maass, col. 849.

57
Com Líihr, p. 10, contra Landersdorfer, p. 14.

58Ver M. Noth, Leviticus (Philadelphia, 1962), p. 121 e muitos


outros exegetas.
RQ
^Levine, p. 80.
-
60 i b i r i . , "Q bode expiatório era meramente estacionado próximo
aj2..aJ.-taji_£nau_anjLo_._p ..sacerdote ..tQrn.a.yji_algp do , sangue .sacri ficai /do outro
Í>ode7_para...uti1 í.zar nos ritos expiatórios ."

Maass, col. 849; Levine, p. 81; e outros.


62
'D termo hebraico e realmente íiUf-iU'. que significa l i tera.1 -
mente "causara o aproximar-se." uma forma H i f i l de gcuiab. A jtz.a_duçao da.
LXX prosagein.^"trazer para. ad.ia.nte% e ..correta (.-VfiJl-tanibiniJiAB» .NOV,
NIV). A TrãBUçan "oferecerá" fVulgata offeraj:: NASB) é incorreta.

Morris, p. 12.
64 -
Como em textos nao-1iturgicos, t a i j como Gen.48:18; Isa. 44:3.

65Vcr Num. 8:10.

66Ver Num. 27:18, 23; Deut. 34:9.

H.-G. SchfJtz, "Hand," Dictionary of New Testament Theology


{Grand Rapids, Michigan, 1976), I I : l b l ; M. H. ShepTierd, JrT, "Hands,~~
Laying on of," IDB, 11:521; R. K. Harrisson, "Hands, Imposition of
(Laying on of) ,""~7gndervan Pictorial Encyclopedia of the B i b l e (Grand
Rapids, Mich., 1977), 11:29. Levine, p. 82, sugere que "a enunciação do
confessional também concede alguma evidencia do conflito com as forças
malignas, tornadas reais nos pecados de Israel." Isso não parece incor-
reto, mas ha uma falta de evidência bTblica para sua hipótese de um "obj_e
tivo mã"gico" tanto para o confessional e imposição de mãos: "O confessio_
nal apreende os pecados, e a imposição de mãos impele o bode expiatorioT
que os leva para longe" [p. 83). O confessional e a imposição de mãos são
procedimentos de trasferencia mas nÕo de retenção e propulsão. O bode vj_
vo não Õ "impulsionado." Ele tem que ser conduzido por um homem ao deser
to "pela máo dum homem a disposição para isso" (Lev. 16:21).

Ver o estudo de Gladson (n. 54 acima) para detalhes.


69
A LXX tou apopompaion, "o enviado," e Vulgata tem caprum
eiiiissariuni,"bode emTssãrio. "~Cerfas sugestões con respeito a varias raT-
zes íczZ, "levar para longe," ou^-C, "retirar, partir") tem sido empre-
gadas (ver W. Gesenius-E. Kautzsch, Hebrew Grammar /Oxford, 1898/,p.l02;
Lyonnet and Sabourin, p. 271).

G. R. Driver, "There Technical Terms in the Pentateuch,"


Journal of Semitic Studies l (l 956) : 97-98.

1 T. H. Gaster, "Azazel," JD_B, 1:326; H. Kaupel , Pie D^imonen


im Alten Testarr.ent (Augsburg, Ir930), pp. 82-83. '

Gaster, p. 326, verte o árabe como "uma colina escarpada,"


enquanto outros vertem "monte Azaz." Ver Landersdorfer, pp. 22-25.

de Vaux, p. 509.
74 Ver T. K. Cheyne, "Azazel," Encyclopedia Bibl iça (London,
1899), 1:397; E. Konig, Theologie dês Alten Testaments (Stuttgart, 1923),
p. 230; E. Jacob, Theology of "the 01 d Testament TloncTõn, 1958), p. 70;
W. Eichrodt, Theology of the 01 d Testament PTnTadelfia, 1967), 11:225,
e muitos outros .

75 Enoch 6:7; 8:1; 9:6; 10:4; 13:1; 54:5; 55:4; 69:2.

Entre os primeiros a achar uma relação está H. Grimme, "Das


Al ter dês Israel i tischen Versohnungstages," A r c h i v fdr Rei igions-wissen-
schaft 14 (1911 ):130-42.

Este é o sentido dos sátiros da mitologia grega segundo M.


P. Nielsson, Ge^chichte der Griechischen Religion (2da. ed. Munich,1955),
1:233. ~~

Lyonnet e Sabourin, p. 272.

Para os problemas em estabelecer


estabe uma etimologia, ver H. Ca
zelles, Lê Levitlque (Paris, 1951), p. 80.

Cf. Kaupel, p. 89; Kaufmann, p. 114; e outros.

44
01
m Eichrodt, p. 2 2 5 .
00
L Ver n. 74 acima e H. Bietenhard, "Demon," Dictionary of NT
Theology (Grand Rapids, M i c h i g a n , 1975), 1:451; Kaufmarm, p. 114.
83
' K. G a l l i n g em Rei igion in Geschjchte und Gegenwart ( Z d a . e d . ;
TObingen, 1928), 11:964; como também 1*L "CTIdwêlTT^The Doctn"ne of Satan
in the Old Testament,' 1 The B i b l i c a l World ( 1 9 1 3 ) :30; Kaupel , pp.91, 123-
124; de V a u x , p. 5 0 9 , fal a de '"um demónio." Para alguns dos comentaris-
tas mais velhos que identificam Azazel com Satanás, ver Questions on Doe-
t r i n e ( W a s h i n g t o n , D . C . , 1 9 5 7 ) , p p . 393-95.

S4
Keil , p. 393.

P5
J W. Baumgartner, Hebraisches und Aramaisches L e x i k o n zun Alten
Testament II ( L e i d e n , 1 9 7 4 ) , "p. TBT-" ~cf 7 ~WT HõTTalfãy, A'Toncfs'e Hebrew
anOiTariific Lexicon of the Old Testament {Grand RapidsT Mich. » 1971),""p.

r . Brown, S. R. Driver, and C. A. Briggs, A Hebrew and Eng-


ish Lexicon of the Cld Testament (Oxford, 1974), p. 5TY!
O"7
Hebraico: ^^iíUlcai ^ot.ô
o. £aa-zãr.ç
c-ci dbM.a.k . A tradução
2 apoiada pela frase paralela no v. 21.

JU N. Wyatt, "Atonement Theology in Ugarit and Israel," Ugari t-


Forschungen 8, eds. K. Bergerhof, M. Dietrich, e 0. Loretz (Kevel"aer7
^eLjkircíiêTíTVluyn) 1976), p. 429.
89
Por exemplo, M. L. Andreasen, The Sanctuary Service ( 2 d a .
ed.; Washington, D . C . , 1 9 7 ^ } , p. 206; Q u e s t i o n s "orTDoctrThe, p. 3 9 7 ; E.
Heppenstall , Our High P r i e s t ( W a s h i n g t o n , D . C . , TOTJ, p. 79; " L e v i t i -
c u s , " 1BC: 7 7 5 .

90Ver n. 94 acima e E. G. White, The Great Controversy (Moun-


tain View, CA, 1911), p. 422. O bode expiatório não tfpTFica T~tristo;
ver Lyonnet e Sabourin, pp. 273-37; A Schlatter, Kflmpfende Kirche, fase.
22, como citado por Lyonnet e Sabourin, p. 284; F. Rienecker7 Lexicon
:un Bi bei (2da. ed. Wuppertal , 1973), p. 122.
91...
Milgrom, "Atonement in the OT," p. 79.
92 K e i l , p. 395.

45
93
Kaufmann, p. 210, n. 17.

94
y4Ibid., p. 178.

95
A. M e d e b i e l l e , " E x p i a t i o n , " D i c t i o n n a i r e de Ia B í b l i a : Sup-
pléincnt ( P a r i s , 1 9 3 8 ) , I V : 6 1 .

96
Ver n. 87 a c i m a .

*-*r * * * * * **

46
CAPITULO III
A "PONTA PEQUENA," os SANTOS, E
O SANTUÁRIO EM DANIEL 8

O livro de Daniel contém muitos temas teológicos, proféticos, e


escatolõgicos-apocalTpticos inter-relacionados. Tem-se reconhecido repe-
tidas vezes que Dan. 8 ocupa uni lugar estratégico no livro como um todo.
Esse capTtulodeve ser visto em relação com a visão de Dan. 71 como tam-
bém com o sonho de Dan. 2, fornecendo o primeiro lampejo dos dias de Da-
niel para "os últimos dias" 2 e igualmente com o que se segue em Dan. 9 e
11, 12.
As limitações de espaço neste capTtulotornam impossTvel prover
um estudo estilístico, exegetico e teológico detalhado de Dan. 8. Em lu-
gar disso, este estudo busca investigar o tema do santuário e suas rela-
ções com Dan. 8. O estudo envolvera pelo menos três aspectos: (Ij) Um exa_
•me da estrutura literária do capTtulo no interesse_de reconhecer a dinâ-
mica interna do texto hebraico; f2} uma investigação da atividadedj "pon
ta pequena" tanto na visão (8:9-12) e interpretação (8:23-25); e [3j um
estudo da andirao (8:13, 14) e sua função dentro de Dan. 8,

A Estrutura Literária de Dan. 8

Cada leitor cuidadoso observara que Dan. 8 tem parâmetros cla-


ramente definidos e divisões internas com marcadores externos e indicado
rés de conteúdo que_revelam sua estrutura literária. O desígnio tia estru_
tura literária prove pistas sobre os movimentos e mudanças no pensamento
e ênfase em Dan. 8.

PrincTpio e Fim de Dan.


— -,—8
1. PrincTpio. Dan. 8:1, 2 contém^claramente marcado^oinTcio do
capTtulo.3 Esta introdução provê informação historico-cronologica sobre
a data da visão: o terceiro ano do Rei Belsazar. Por meio derecente in-
formação arqueológica pode agora ser indicado ser este oanoj^S/T? A.C
O autor liga Dan. 8 a Dan. 7 com a frase, "depois daquela que
eu tivera a principio" (3^1).5 Esta cláusula e um explTcito marcador ex^
terno com respeito a seqtlencia das visões de Dan. 7 e 8, bem como a liga
çao das duas visões com animais e chifres que representam os impérios mun_
diais e seus sucessores. Abrange a história desde o período do exílio ba-
bilõnico até o fim do tempo» incluindo os temas do juízo e vindicação.
Dan. 8: 2 muda para um relatório' de primeira pessoa e identifica a local i
zação geográfica da visão. ~
Os primeiros dois versos de Dan. S provêem informação introduto
ria concernente a (1) o vidente (Daniel), (2} cronologia e historia ("ter*
ceiro ano ... do rei Belsazar," "depois daquela que eu tivera a princí-~~
pio"), e (3) geografia ("cidadela de Susa, que e província de Elão, e vi
que^estava junto ao rio Ulai"), detalhes que são preliminares a própria
visão.
2. Fim. O encerramento da unidade aparece em Dan. 8:27. Isto e
apoiado pelo Ta to de que em Dan. 9:1 nova informação histõrico-cronolõgi-
ca aparece. As palavras finais, "espantava-me com a visão" (v. 27) tem si^
do corretamcnte compreendidas como representando que "o autor faz uma traTi
sição ... com o capitulo 9."° "Esta observação e ilustrativa do elodeDa"n.
8 com Dan. 7 e Dan. 9. Certos elementos da visão permanecem inexpl içados
pelo anjo-intérprete, e assim a visão corno um todo não ê compreendida , con_
quanto a maior parte dela seja explicada pelo anjo-intérprete.

Visao-audição em Dan. 8

A frase, "levantei os olhos» e vi 11 (v. 3), introduz a


visão (vs. 3-T7) , que é dividida numa descrição de animais e suas ativida_
dês, isto e, o carneiro (vs, 3, 4) e o bode (vs. 5-8). Isso é seguido pe-
Ia descrição do "chifre pequeno," sua origem (v. 9a), expan^ap (v. 9b), e
impressionante atividade (vs. 10-12).
2. Audição. Uma parte da visão, embora separada dela por uma
dança sutil mas importante, e a audição (vs. 13, 14). A audição e introck
zida pelas palavras, "Depois ouvi" (v. 13a)_, indicando que dentro da vi saòw
um novo aspecto aparece. Trata-se de um dialogo entre seres celestiais, â)
Quebra o fluxo do que apareceu anteriormente em visão e introduz algo no-
vo. A pergunta (v. 13b) se relaciona com um ponto de tempo e depois ; a
posta (v. 14) revela a extensão de tempo e os momentosos eventos que co-
meçam a ter lugar quando as 2300 "tardes e manhãs" transcorrem. •
Neste ponto podemos tao-sÓ notar um significativo movimento na
visão-audição. A visão se inicia com o simbólico carneiro de dois
(Medo-Pérsia, v. 20) e o bode de um chifre {Grécia, v. 21), cujo chifre e^
quebrado e em cujo lugar quatro chifres (reinos, v. 22) aparecem. Aqui JP
descrição é limitada a eventos na esfera hori zontal-terrena. A segunda paj^
te da visão contem a descrição do poder do "chifre pequeno", na qual as-^
pectos verticais-celestiai s são acrescentados aos horizontais-terrestres™
em termos de ativid-^es que alcançam a escala^celeste. Tais atividades t
têm influencia sobre a terra e o céu. A audição introduz seres celestiais £
em dialogo entre si. O ouvinte é, por assim dizer, transportado ao reincj


celestial. Uma Investigação exegética e esperada para derramar mais luz
sobre os movimentos da terra ao céu em Dan. 8. Parece relacionar-se aos
movimentos de Dan. 7, com suas mudanças do terreno ao celeste onde o juT
zo tem lugar na presença e por meio do Ancião de Dias.

Interpretação em Dan. 8

O livro de Daniel contém revelação mediante sonhos (Dan.2e4),


.vjsões (Dan. 7, 8, 10-12), e escrita sobre a parede (Dan. 5). A interpre
tacão provida tem também uma origem supratemporal. Quando ^uma revelação
ocorre a monarcas pagãos, Daniel e o agente da interpretação (Dan. 2, 4,
5); quando a revelação ocorre a Daniel, o anjo-intérprete (c
provê a interpretação (Dan. 7, 8, 9, 10-12).7
A interpretação angélica de Dan. 8 i encontrada nos vs. 15-26.
Uma interessante seção introdutória menciona Daniel (v. 15) e sua tenta-
tiva de compreender a visão. Isto aproxima-se bastante da tentativa de Da_
niel em conhecer a verdade (7:15, 16) da visão de Dan. 7. O anjo-inter-
prete recebe a ordem: "Gabriel, da a entender a este a visão" (8:16). Por
SGU turno, ele se dirige a Daniel: "Entende, filho do homem,-pois esta vj_
são se refere ao tempo do fim" (v. 17).
O ponto central de Dan. 8 (e do livro de Daniel como um todo)
entra em foco aqui: "A visão é para o tempo do fim." Sendo que o enfoque
dt_P.ajL 8 e sobre o^tempo d_o fim, não ha necessidade de determinarão pon_
to de inicio da visão. Daniel 9: 20-27 funciona para o último propósito.
O tema do "tempo do fim" aparece repetidas vezes. Em Dan. 8: 19 Gabriel
dirige-se a Daniel uma segunda vez, e a ênfase sobre o tempo do fim e
ainda mais pronunciada: "Eis que te farei saber o que ha de acontecer- no
último tempo da ira; porque esta visão se refere ao tempo determinado do
fim" (8: 19). Esta inequívoca ênfase sobre o tempo do fim Í particular-
mente concentrada no que respeita à "visão da tarde e da manhã" que "se
refere a dias ainda mui distantes" (v. 26).8 A expressão "tarde e ...
manhã" (v. 26) aponta em retorno ã audição (vs. 13, 14) e particularmente
às ?300 "tardes e manhãs" do v. 14. Desse^modo as definidas associações
?ntre a ênfase ao tempo do fim para a visão e o enfoque das .-:JOO "tardes
e manhas" são inegáveis. De um ponto de vista literário, o tema do tempo
do fim é como um parêntese em torno da interpretação, indicando que a vji_
são completa tem sua projeção nos acontecimentos do tempo do fim.
A própria interpretação (8: 20-25) consiste da interpretação
dos animais (vs. 20-22) e do "chifre pequeno" (vs. 23-25), ou seja,o tem
PO do sou surgimento, sua atividade, e seu fim: "Será quebrado sem esfojr
i;c de mãos humanas" í v. 25). A alusão a frase: "sem auxílio de mãos" em
Dan. 2:34, 45 é inegável. Em Dan. 2 a pedra cortada "sem auxTlio de mãos"
traz a um fim todos os reinos do mundo. DaT somente o eterno reino de Deus
existira sobre a terra.

M\C^V-
49 \x - V>0
""_• z, •;..„':_%• c..-*

Estrutura de Dan. 8

Tendo discutido a estrutura literária de Dan. 8 em termos amplos,


permanece a necessidade de apresenta-la segundo sua forma interna.A diver
sidade de opinião com respeito a supostos elementos redacionais ou secun™
darios não podem deter-nos.9 Tais tentativas não conduziram a um consen-
soJO O peso da prova repousa sobre aqueles que negam a unidade da auto-
ria. 11 A seguinte estrutura literária revela a relação interna da visão
dos animais, do "chifre pequeno," e do santuário de Dan. 8.

I. Introdução, 8:1-2
A. Tempo, Ia
B. Vidente, Ib
C. Lugar, 2

II. Apresentação da Visão-Audiçao, 8:3-14


A. Visão, 3-12
1. Animais, 3-8
a. Carneiro, 3, 4
b. Bode, 5-8
2. Pequeno Chifre, 9-12
a. Origem^ 9a
b. Expansão, 9b
c. Atividade, 10-12
(1) Ataque sobre a hoste, 10
(2) Auto-glorificação, lia
(3) Remoção do contTnuo, 11 b
(4) Destruição do_local do santuário, l l c
(5) Entrega do exército, 12a
(6) Entrega do continuo, 12b
(7) Lançamento da verdade por terra, 12c
(8) Êxito do chifre pequeno, 12d
B. Audição, 13, 14
1. Dialogo dos seres celestiais, 13a
2. Pergunta d i r i g i d a , 13b
3. Pergunta respondida 14

I I I . Interpretação da Visão-Audição, ^26


A. Introdução, 15-19
l . Vidente, 15a
2. Aparência de homem, 15b

50
3. Local , l 6a
4. Gabriel, 16b
5. Vidente sendo abordado, I7a-b
6. Tema do tempo do fim, 17c-19
B. Visão, 20-26
1. Animais indentificados, 20, 21
a. Carneiro: Medo-Pérsia, 20
b. Bode: Grécia, 21
2. Chifre Pequeno, 23-25
a. Tempo de origem, 23
b. Poder, 24a
c. Atividade, 24b~25
(1) Destruição de poderosos e santos , 24b-d
(2) Auto-engrandecimento, 25a-b
(3) Destruição de muitos, 25c
(4) Oposição ao príncipe dos prTncipes , 25d
(5) Fim do chifre pequeno, 25c
C. Audição, 26
1. Verdade, 26a
2. Selamento, 26b
3. Ênfase ao tempo do fim, 26c

IV. Conclusão, 8:27


A. Exaustão do vidente, 27a
B. Recuperação do vidente, 27b
C. Perplexidade do vidente quanto a visão, 27c

Natureza, Expansão e Atividade do


"Pequeno Chifre"

A estrutura literária precedente de Dan. 8 indica que o "chifre


oequeno" e um dos maiores enfoques do capitulo. Uma investigação em pro-
fundidade de todas as questões relacionadas com o "chifre pequeno" não po_
de ser realizada nesta oportunidade. Antes, deve ter nosso maior destaque
una seleção de questões quanto a origem, natureza, expansão, e atividade
do "chifre pequeno" no que têm que ver com nosso tópico.

A Origem do "Chifre Pequeno"


A questão da origem do "chifre pequeno" tem sido assunto de grari

51
de interesse entre os estudantes de Dan. 8. Deriva o "chifre pequeno" de
um dos quatro chifres? Ou» o "chifre pequeno" procede de uma das direções
dos pontos cardeais (um dos quatro ventos do céu)? Tais questões suscitam
o problema do antecedente gramatical no texto hebraico e suas possibili-
dades sintaticas. £ vantajoso realizar tal pesquisa para descobrir a di-
reção a que o texto hebraico aponta.
As palavras de abertura de Dan. 8:9 com géneros indicados em pá
renteses rezam literalmente: "E procedente de uma (feminino) deles (masT
culino) um chifre (feminino) cresceu a partir de um diminuto tamanho."
Na língua hebraica os sufixos pronominais bem como os substantivos e nu-
merais tem géneros (ou femininos, ou masculinos). Um dos dois anteceden-
tes sugeridos em Dan. 8:8 ê o que melhor se traduz novamente num sentido
literal com os géneros indicados entre parêntese; "e cresceu o mais cons
pTcuo dos quatro (masc.) em seu lugar" (njata.^atdnôLk (uizot 'o/ibac &ifate.ykc[}.
Nesta sentença o numeral "quatro" é masculino, o que é" tTpico por sua as-
sociaçãg com um substantivo feminino que e omitido por elipse. Os grama-
ticos tem chamado a isto "harmonia quiãstica," onde um numeral masculino
é usado com substantivos femininos ou um numeral feminino e empregado com
substantivos masculinos." 12 Assim, enquanto o numeral "quatro" e masculj^
no em forma, age como um feminino. Isso nos conduz a questão de haver ou
não harmonia em género entre "o mais conspícuo dos quatro /chifresj," uma
frase difícil geralmente vertida "quatro chifres notáveis," e o "chifre
pequeno" que é referido como saindo de "um ( fom inino) deles (masculino)."
• E claramente evidente que com base na sintaxe do numeral "um," uma forma
feminina não se alinha corn o numeral masculino "quatro." A falta de tal
harmonia gramatical entre a frase de abertura de Dan. 8:9 onde o "pequeno
chifre" ê descrito como procedente "de um deles" e "o mais conspícuo dos
quatro £chifres.7" implica insuperáveis problemas sintaticos. As implica-
coes desses problemas sintatico-gramaticais são agudas e põem em duvida,
realmente desqualifica, interpretações como a seguinte: "D pequeno chi-
fre é descrito como brotando de um dos quatro 'notáveis' do^bode, isto é",
representa /7\ntíocoJ Epifanio como um renovo da dinastia seleucida, .. ."13
Em outras palavras, a sintaxe hebraica não pode ser posta em harmonia com
o_ponto de vista de que o "chifre pequeno" procede de um dos "quatro no-
taveis (^chifres)," a^menos que a redaçao de Dan. 8:9 seja mudada no te_x
to hebraico."14 Este e um grande problema na interpretação de Antíoco
Epifanio como descrito em Dan. 8.
Isto apela a um detalhado exame do segundo e mais próximo ante
cedente em Dan. 8:8, qual seja, o de que o_"chifre pequeno" procede dos
"quatro (masculino) ventos (feminino) do céu (masculino). Ocorre aqui uma
verdadeira "harmonia quiastica" de género entre o numeral "quatro" (rnas-
culino) e o substantivo "ventos" (siukôt) no feminino. 15 Recentemente foi
feita uma sugestão que explica completamente a sequência dos géneros na
frase de abertura, "e de um dos chifres (masc^)," tornando claro que nao
ha confusão de género aqui, de modo al_gum. A ultima linha em Dan.8:8 tem
uma seqfjéncia feminina-mascul ina de genereo que correspondo perfeitomen-
te a seqUência de género na primeira linha do v. 9, que Õ novamente femi_
nino-masculino. Assim ha um paralelismo sintático de género que segue o
padrão A + B/A + B." 1 6 Essa perfeita harmonia de género pode ser facilmen
te reconhecida na seguinte apresentação:

f em. masc.
lA
Dan. 8:9
A
na rã os Quatro ventos do céu

f em. masc.
A
B
e de um deles

inquanto a sequência feminino-masculino de género e mantida, ha mesmo a


'.amónia em numero entre os plurais dos substantivos masculinos "céu(s)"
l e o sufixo prenominal masculino íiem, "eles." O numeral femini-
no um (3a(m,£) e usado no v. 9 para que combine com a forma feminina
"ventos" ['tÍMO-tl no v. 8. Esta construção sinta"tica Í perfeitamente cor-
ré ta com base na gramática hebraica. Conduz a conclusão que temos para1e_
lismo combinado em género dentro de linhas sintãticas que é" conhecido a
partir do paralelismo sinónimo combinado em género como fem. + masc./fem.
+ masc. na poesia hebraica.^ Em resumo, a sintaxe é combinada em género
e_ identifica a origem do "pequeno chifre" como surgindo de um dos .p_on_tos.
cardeais (de um dos quatro ventos do céu). Isto significa "que o chifre pé
iueno entrou em cona na v i s ã o de D a n . 8 vindo de um dos quatro ventos do
céu"18 e não do chifre s e l é u c i d a ou qualquer outro dos^tres c h i f r e s . A_s_
sirc com base na s i n t a x e , o "chifre pequeno" de D a n . 8 não brota 4e um dos
quatro c h i f r e s . l 9

Ha outra forma mais complicada de explicar a sintaxe hebraica,


l ga a frase "os quatro ventos do céu" em Dan. 8:8 com a fra-
se seguinte 'De um dos chifres" no v. 9. Como pbservado antes, a palavra
para "ventos 1 é Julkôtt um morfológico femihino^ para o qual o numeral fe_
^.imno um , *a.ba£\o v. 9 aponta em retorno. £ certo que a palavra "veg
II U

to" í-rua/i! é uma daquelas palavras hebraicas que tanto podem ser femini-
n r . comfmasr.iil i

Conquanto em sua forma presente a palrwra h e b r a i c a para "ven-

53
tos" seja morfoloc-icamente feminina no v. 8, ela funciona como um mascu-
lino porque e usada metaforicamente para os pontos cardeais quando liga-
da a céus,22 de modo que a tradução correta da frase "para os quatro ven
tos do céu" seria "para os quatro pontos cardeais."23 £ por essa raza~o
que o sufixo plural masculino kem, "eles," pode referir-se a ela também
de acordo com o emprego no sentido metafórico dá palavra "ventos." Deve-
-se lembrar também que ''iiiedliiii.t^Ji-JinfranueíLlmeRtD. dcL_d.isLinção de cjene-
ro sufixos^jH^cLtòúla^jesDecialmente no plural) não são poucas vezes
utilizados para referir-se a substantivos femininos."24 Assim o sufixo
masculino plural íion, "el_es", pode referir-se em retorno ao substantivo
feminino "ventos," mas não a palavra "chifres" que não esta presente no
texto hebraico, ela própria, sendo frequentemente suprida nas traduções.
E suprida nas traduções porque a ela se fazem alusões mediante elipses.
E duvidoso que alguém possa falar de um substantivo antecendente como um
antecedente sintãtico apropriado quando não é exprc: ,so. Um antecedente
elíptico não é suficiente para a construção gramatical. Isso nos deixa com
somente duas possibilidades para o antecedente do masculino plural, "De um
dos ...," ou seja, "dos céus" (masc. plural) ou "ventos" (fem. plural em
forma, mas masculino em função). Qualquer dos casos é possível; o_primei_
ro é sintaticamente menos complexo, provendo um paralelismo sintãtico
harmonizado em género. Qualquer dessas possibilidades sintaticas demons-
tra que o "chifre peoueno" partiu de um dos pontos cardeais e não de um
dos quatro chifres 25 Assim, a sintaxe hebraica de Dan. 8 8, 9 torna i m
possível que o "chifre pequeno" de Dan. 8 seja derivado de um chifre e
identificado com Antioco Epifanio, que surgiu de um chifre selêucida. E_s
ta conclusão é confirmada em dois alicerces; (1) O^emprego do v.
9 e (2) a conexão contextuai das referencias geográficas no v. 9. Ambos
merecem agora breve atenção.
O verbo na frase de abertura do v. 9 é.í/ôóa^, cujo sentido bá-
sico é ^sajjr" ou nx^djx.- "26 ,Não_e. a._palavra típica para o crescimen-
.to de um chif re em Dan. 8. Duas vezes em Dan. S a ideia de crescimento de
um chifre ou chifres é realçada. A ideia jie crescimento é. utilizada no v.
^ 3 onde um particTpio do verbo ^ãZnk, "sair/^' ' aparece.. Esta palavra de-
^ clara que o chifre mais elevado "surgiu por último," isto é, cresceu por
último. No v. S o verbo c'dtak aparece^ com o sentido de os quatro chi-
fres vindo ou erguendo-se em lugar do grande chifre que foi quebrado. Em
contraste com a ideia de crescimento expressa nos vs. 3 e 8, a ideia_.ex-
pressa com respeito ao "pequeno chifre" e a de que se trata de um,(/ãóã3
movimento ou simplesmente um ir, mover-se ou vi/ no sentido de um movime_n
to a partir dum ponto cardeal para outra direçao tal. O que se temem vi_s
ta é urna ex.pansao horizontal e não um crescimento vertical. Isto_ é coe-
rente com o emprego do verbo f/õAã3 no VT no livro de Daniel. No último el_e
expressa coerentemente um movimento de um ponto cardeal ou de uma posição
fixa para outra {ver Dan. 9:22, 23; 10:20; 11:11, 44). A isto se_ deve
acrescentar o fato de que í/ãóa5 no VT e usado num número de ocasiões para
^4iia.v_lmejitos_. militares, de vários tipos (Deut. 20:1; I Crõn. íi: 18; 20:1 :_ Prov .
30:27; Amos 5:3) ou umrei saindo com seu exercito (I Sam. 8:20; li Cron. 1:
10). Em resumo, a .i dai a de_.Dan._.3: 9a. não ê a de que o "pequeno chifre"
brota de um dos ventos do céu, mas que avança a partir de um dos pontos
cardeais num plano horizontal e se expande para outras direçoes, ou outros

54
pontos cardeais. A ideia de expansão militar parece estar presente também
Esse movimento horizonta]_-geograf iço da parte do "chi, : re peque
no" na primeira parte de Dan. 8:9 G elaborado na segunda parte deste ver
só onde as direçòes da expansão são__indicadas pela frase "para o "su~T, pã"
rã o 'oriente] empara a terra gloriosa^" A antiga versão Septuaginta reza"
para a expressão "a terra gloriosa" (/lo-viebl! as palavras "o norte" (o
equivalente em hebraico deste termo sendo haA&a.p5n] Se a Septuaginta é
uma "confirmação do TM /"texto massoréticoj, "29 então o ponto cardeal do
qual o "pequeno chifre" deriva somente pode ser o oeste. Seguindo a inter
pretaçao historicista , Roma veio do oeste\o ponto de vista da Palesti"
na, enquanto AntToco Epifânio, sendo o oitavo rei da linha seleucida , não
veio de modo algum do oeste. O reino seleucida cobria o território da S^
ria-BabilÕnia, de modo que .AntToco procedeu do norte. Estes são fatores"
adicionais que apoiam a interpretação de que na parte inicial^da descri-
ção do "pequeno chifre" em Dan. 8:9-12 Roma em suas fases pagã e papal e£
ta sendo focal izada. ~

A Natureza do "Chifre Pequeno"

E costumeiro que as traduções falem do chifre que surge em Dan.


3:9 como o "chifre pequeno" (KJV, ARV, RSV, NAB , TEV, NEB, NASB). A N I V é
uma recente exceção com sua versão "chifre, que começou pequeno." As an-
tigas versões gregas (LXX, Teodocio) rezam um "forte /poderosoj chifre,"30
enquanto a SirTaca e a Vulgata têm "pequeno chifre. "31
Essas traduções constituem versões da frase hebraica
que não tem variante textual. 22 (jma tradução l iterai desta f ra_
se fica assim: "um chifre veio da pequenez. "33 A sintaxe sugere que esse
novo chifrn surgiu de pequenos princípios e des.envol veu-se em várias dire
coes» obtendo imensa força.
A linguagem 5 decididamente diferente da descrição do chifre em
Dan. 7:8. Os comentaristas que têm desejado identificar o "chifre pequeno"
de Dan. 7 com o "chifre /quej veio da pequenez" em Dan. 8, tentando fazer
ambos referirem-se a AntToco IV Epifanio alteraram o texto hebraico em
dois lugares para suporte de seus argumentos .34 Mas outros tem correta-
rnente objetado que esta alteração e arbitraria e sem apoio textual de qua]_
quer manuscrito hebrajco conhecido...35 permanecendo com o texto hebraico,
a frase declara que "um chifre veio da pequenez"'1 e desenvolveu-se em va-
rias direções (cf . v. 9) .

A Expansão pelo "Chifre Pequeno"


A ideia de expansão horizontal é expressa pelo verbo tjã^a * na
primeira parte do v. 9. Todo emprego no livro de. Daniel de uma ^forma de.
iú!>ay expressa um movimento de urn^ponto cardeal o u _ d e gma posição fixa pa_
rã outra. 36 Nn restante do VT a ideia mais predominante do verbo

55
ê a de ir/mover-se/vir,3? com um numero de exemplos de empresas mi l i ta-
entre os muitos empregos e contextos.
O segundo verbo em Dan. 8:9 variadamente traduzido como "tornou-
se excessivamente grande" (KJV), "cresceu sobremaneira" (RSV, NEB, NASB),
e "cresceu em poder" 'NIV). A expressão hebraica étfxitLQdaJi-ittáw..EU con
tem a forma verbal^ de gâdat (tornar-se grande/forte/rico/importante( .45
L. KíJhler sugere para Dan. 8:9 o sentido de "tornar-se grande. "41 Se es-
ta for a ênfase, então a ideia de crescimento em aHura dificilmente serja
a dominante. Trata-se novamente da noção de expansão horizontal . A direção
da expansão o indicada pelas varias esferas horizontais que contribuem pa_
rã a extraordonaria grandeza do chifre, bem como sua grande força» e ri-
queza ao estender sua influência mais e mais.

A Atividade do "Chifre Pequeno"

No v. 10 grandeza adicional e trazida em foco na cláusula "Crés-


céu ate atingir o exercito_dos céus." O verbo é idêntico ao último dov,9.
Se está aqui em vista a idéida de expansão, ^movimentando-se a partir dos
pontos cardeais gerais (v. 9b) para dominação de um povo específico, a_ex_
pansao vertical, ou ambas, dependera do significado da expressão "o exer-
cito dos céus" í^efaã íi^^Õmâ.í/úri] , v. 10.
Alguns exegetas vêem a frase, "o 'exerci to dos céus" com um para_
leio de "o exercito das estrelas," tomando a conjunção (toou;) diante da fra
se "alguns do exército ... de estrelas" num sentido explicativo (epexege-
tico). 42
Uma investigação da expressão "o exercito dos céus" revela que
em treze casos43 dentre dezessete44 empregos dela, aparecem em contextos
de cultos idolãtricos de seitas astrais. 45 Qs quatro textos remanescen-
tes indicam que "o exercito do céu" pode também referir-se a seres ceies-
ai s .
"pxfrnito dos céus" e desassociada de "exercito , . .
~ d£.,.estr£lasVl...Qu .seja.^,.à,£.o.aiun5ao.j^iw seja compreendida como tendo uma
função coordenativa, 4o então .as duas expressões^podem ser tidas como pos_
suindn diferentes significados. Nesse caso e ideia da clausula, "Cresceu
ate atingir o exercito dos céus," poderia significar quej) chifre pegue-
no tornou-se _forte__em razão de urna aproximação com "o exercito dos céus"
em culto idolãtrico. Nesse caso a expressão "o exercito dos céus" pode rc
ferir-se tanto a constelações celestiais, seres celestiais, ou a ambos,
venerados que são em adoração para propósitos de obtenção de maior poder.
J2' Uma interpretação diferente apoia-se primariamente sobre a pá-
^ lavra "exército." íia,n_!l£xárJÚÍQ±J^.fex^^sqt entregou trás., coisas, a "mj-
nhãs hostes Ado Senhor?, o Meu POVO, os filhos de Israel" (Exo. 7: 4).
Nesse caso pode-se compreender também que tem unia força explicativa, 47
referindo-se ao povo de Deus48 na terra sobre o qual o "chifre pequeno"

56
estende seu poder.
_Q._]a.nçar..po_íi_ter_ra_e espisotear " alguns do exercito e das estre
.^s" e interpretado no v. 24 como a destrui ção dos "poderosos e (d)o povo"
santo." Em Dan..7-27 o."povo dos santos do ÁntTssimo" sáo os seguidores
fieis do Senhor.^9 g rnesmo parece aplicar- se a 8:24 e 3:10. O ataque con
tra os "poderosos e o povo santo" é uma das perseguições do povo de DeusT
En resumo, a atividade do poder do "chifre pequeno" e (1) um de expansão
horizontal {possivelmente também tentando tornar-se forte mediante cul-
to idolatrico}, G (2) perseguição dos santo s de Deus sobre a Terra.
Em Dan. 8:9, 10 nada e explicitamente declarado sobre o envolvi
rcento do "chifre pequeno" com o santuário. Contudo, o envolvimento do "chT
fre pequeno" com o povo de Deus numa maneira ou noutra envolve imediata-"
rcente, se não por fim, o santuário. Não_.admira que-o santuãrjip cn tre em cê
w nos vs. 11 e 12, que representam "a passagem de curta extensão mais dT
f r ci1 do livro." 50
Ha uma importante mudança em sintaxe entre Dan. 8:9, 10, 11, 12
que não deve escapar a nossa atenção. As formas verba-Js pm D^pr...8:Q.a. 1Q
são femininas com somente uma exceção na primeira clausula do v.9 que é f a^
cilmente explicada com base na falta de concordância (harmonia) do sujei-
to e verbo quando o verbo precede o sujeito e o sujeito é inanimado ou ani
mal. O sujeito neste caso e animal, ou seja, "chifre peoueno", e no femi~
mno e o verbo precedente e uma terceira forma singular [ijciòõ.) . Todos os
demais verbos nos_ys . 9 » 10 são femininos, dependendo do gerienone
,dendo_do gérienaiLe, cjrrfre"
í f e m . }. Nos._v^JTlTÍ£J21d.ep.anâai05....cQ!]i.,uo_ia ^n.gva s ituaçao. Qigênero/de|TQdos
os verbos hebraicos nestes versos éjnasçulino. Pode-se 'ode-se sugeri
suqerir ai/e esta mu_
dança em género de formas femininas para masculinas dos verbos refletem.
una, mudança mais profunda. Indica, por outro 1ado r que a metáforaJ'c:hifré"
í abandonada e .que a..realidade do poder representado .pelo chifre e focalj_
2ada^JndJià^.^par_OUlro lado, que a mudança de género assinala uma mudan;-
ca para Roma em suas exclusivas fases papais.
O verso 11 contém três clausulas que estão interligadas. Aten-
ção deve agora ser dada a cada uma. Uma tradução literal do v. 11 assim
rezaria: "e ele fez-se a si mesmo grande /ate mesmqj ao PrTncipe do exer-
cito.' 1 ^ O verbo52 é masculino,53 uma mudança das formas anteriores femj_
'nnas, indicando que a metáfora "chifre" é abandonada e que o poder repre-
sentado pelo chifre esta sendo focalizado. O verbo expressa a noção de que
o DOder do "chifre pequeno" arroga-se prerrogativas que não pertencem a
qualquer outro senão ao "PrTncipe do exército."
A tentativa para identificar J'o PrTncipe do e x e r c i t o "
bíi^J tem levado a diferentes opiniões. Certos interpretes aplicam
3: 9-U a AntToco E p i f ã n i o e sugerem que o príncipe (ÓOA) f a z refe-
"õncia ao sumo-sacerdote O n i a s III, que foi morto em 171 A . C . S 4 Q subs-
*antivo "príncipe" (ííi/í) por si pode referir-se ao sumo sacerdote n c V T . 5 5
V 'is a combinação de "Príncipe do. exerci to"^nunca se refere a um sumo sa-
c e r d o t e no U T _ A r x p rp_ ç r. a n " P r í n c i p e do e x e r c i t o " apareço em J o s . S : H a 1 5
onde n "PrTnripp Hn^ pyprrit.ns de Vakan)C.kn (Ãasi~'c.bã VHWH] fala com Josué

57
dizendo-lhe qu,e rgtirasse suas sandálias gorque elejazia sobre terra sãn_
ta. n "Ppínripp rins t^êrçitos de Vfl.Jucafi" e um ser nao-terreno. Pode sua
identidade ser mais precisamente assinalada?
Mn livro dg Daniel a palavra "príncipe" UO/LÍ geralmente
na uir. bç.r angéliço.J° Seria, pois, coerente que aqui em Dan_._8: 11 o
"príncipe" igualmente se referisse a um ser celestial. Em Dan7 10:13 Mi -
guel é chamado "um dos primeiros príncipes," e o v. 21 fala de "Miguel,
vosso príncipe, isto é, o Príncipe do povo de Deus. O levantamento de "Mi_
guel, o grande príncipe" ocorre em benefício de seu povo em^Dan, 12:1-3.
O termo "príncipe" aparece também em Dan. 9:25, na combinação "Messias,
o Príncipe" (NASB), aparentemente um contexto messiânico. Esta^pesquisa
do material Daniêlico parece apontar na direção de identificação do "Prvn
cipe do exército" com Miguel 67 e o "Messias, o Príncipe." E geralmente
mantido que o "Príncipe dos príncipes," contra quem o chifre se levanta
na interpretação da visao-audição em 8:25, é idêntico com o "Príncipe do
Exército." Segundo Daniel 12:l-32 o nome, do Príncipe e Miguel, que e "o
grande príncipe" (v. 1). Miguel e uma figura do juízo em Dan.12:1-3, te_n_
do íntima associação com o personagem do juízo, o Filho do Homem, de Da-
niel 7.58 O motivo do juízo aparece também em Dan. 8:25 onde o erguer-
se contra "o Príncipe dos príncipes" da parte doj'chifre pequeno" leva
por fim a destruição HO chifre "sem esforço de mãos humanas" (v. 25d).
Nesta conexão não se pode deixar de recordar que no MT a figura de Miguel
é identificada com Cristo.59
Desloquemo-nos para uma consideração da segunda clausula em Dan.
8:11. Uma tradução literal desta segunda clausula assim reza: "Edelefoi
retirada a contaminação.11 Cada parte desta clausula apresento dificulda-
des. As palavras (dele) ím.únmenml)60 suscita a questão do antecedente de
"ele." O antecedente gramatical mais próximo é "o Prí-ncipe do exercito."6"!
Se isto for correto, surge a questão concernente ao significado do verbo.
Alguns comentaristas alteram o texto hebraico62 porque a formo verbal he
braica /tuAay-ún e difícil. 63 O sentido "foi retirada" tem melhor suporte"
contextuai do que as outras sugestões e emendas.
A expressão tULttãnld è" traduzida "o contínio ,"°4 "sacrifício
tamid,"66 e geralmente como "sacrifício(s) diário(s)" (KJV, NAB, TEV, NIV),
yir']ou semelhantemente.66 Trata-se de uma palavra enigmática porque tànZd
."^ i. aparece no VT 103 vezes,67 mas em parte alguma no seu^sentido quando pe_r
manece por si mesma, como ocorre aqui, "sacrifício diário /regular/."
Umi_porçaQ_de estudiosos têm reconhecido isto apontando ao fato de que
jtmZcTé empregada corao um terao. ..técnico, .para "sacrifício diário" somente
"secuTos apôs o Talmude.6^ E justificável ler no livro_de Daniel er.i retro_
cesso o sentido de um termo técnico de um período de séculos posteriores
ao daquele, num emprego não-canonico do termo?
O termo -íãmld em Dan. 8:11 tem o artigo definido e assim deve
ser tomado substantivamente69 como um substantivo adjetival. 70 O signi-
ficado "diário" não e um significado dasta palavra no hebraico maseviden_
temente deriva daquela com que está associada, ou seja, "sacrifício,"71

58
suprida nas traduções. A palavra tmld significa por si mesma "continuida
cie"'^ quando se apresenta independentemente, como se da nesta passagem. ~
Entre as principais interpretações de tãníd neste texto, as se-
nuintes duas são citadas: primeiro, a interpretação do "chifre pequeno"
COTO AntToco toma este termo para refcrir-se tanto Mao(s) sacrifício(s)
diário (tarde e manhã)" 73 ou menos restritivamente a tudo quanto e de uso
permanente nos serviços sagrados do culto divino.74 Sugere que o "chifre
pequeno", isto é, Antíoco Epifãnio, "exaltou-se a si mesmo por abolir o
culto a Wi/iíoo/i no templo de Jerusalém" 7 ^ e desonrou o "santuário de Deus
sobre a Terra."76 Os aspectos que não se enquadram nessa interpretação,
tais como a__origem do "chifre pequeno" como um reino e não um rei,7<Ve as
especificações de tempo 7 ^ são geralmente desconsiderados. Sem querer ser
injusto com essa posição, deve-se reconhecer, contudo, que normalmente os
exegetas que a favorecem tomam o modelo da perseguição de AntToco e emen-
^i, traduzem, e interpretam o texto de modo a trazc-lo mais ou menos em
Amónia com o modelo histórico selecionadq. Um típico e bom exe-^lo é" o
comentário recente sobre Daniel na Serie Bíblica Anchor.
kenundo, a interpretação historicista do "chifre pequeno" comprei
oncie-so o chifre cciro_sendo Romai imperial ,30 Ou Roma em sua carreira tor
tal de suas fases paga e papal. tí ' A remoção da "continuidade" tem sidoen
tendida como_.a_._^estrui..çao_.dp .temD]_g_em_7_Q._ A,D...a.._pu., como a remoção do "con~
tínuo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial (Heb. 7:25;""
I Jo. 2:1} e a verdadeira adoração de Cristo na era evanqéliça,"82 ou uma
"forma de perversão e blasfémia /quej se choca coma ideia central da obra
de Cristo como mediador, entre o pecador e seu Deu_s_."83 Isso inclui a usur
Pitçao de prerrogativas pertencentes ao "Príncipe do exercito" em termos dê"
:>erviço, atividades mediatorias, e um alcançar até a glória e honra que
pertencem a Deus no plano de salvação. Com toda devida cautela apropriada
3 UTia passagem textual e exegeticamente difícil, nada ha de declarado ai_n
da que impljque uma contaminação do santuário pelo poder do "chifre pe~
'(upno". (Não e corrc-to em bases conte.x_tu.9l^..e_gxegi_tlcas falar de um ato
cfo dir^ta rnntnminaçãQ pelo poder do "chifre pequeno .) O que se destaca
o^uniíi "remoção11 no sentido de terminar ou tornar ineficaz o serviço con-
tínuo para salvação com uma implícita usurpação de prerrogativas divinas
r-elo poder do "chifre pequeno."
Em nossa opjnião a interpretação historicista não depara os ti-
ícs de problemas históricos e exegéticos que a interpretação preteriste e
sobre Antíoco enfrentam, Em harmonia com a mudança de género do feminino
C3**a Q masculino nns vs. 11. 1.2j ,s_u_g.e.r.inio.3. .que .Q__p_oder do "chifre pequeno"
f ncalizado nãn mn i <; inclui nesses vor^ns a fase paga do Roma. Nesse senti
cio, a remoção da "continuidade" não se refere a destruição do Temp1oem7(J
'"-.D. o que não seria tanto um ato anti-Deus cm vista de que o Templo e
seus serviços perderam seu sentido com a morte de Cristo, de qualquer fo_r
"a. A_mnaçáaL-da "^continuidade^1, referfir.se. i.-terooção .das..e_fi.ç.ãc^
nstério celestial de"Cristo por Roma mediante a "introdução de serviços
substi tuintes, assim tornando ineficaz o contínuo serviço de Cristo em be_
n -eficin do<; serps humanos.
Antes de volvermos nossa atenção a terceira _e última clausula
de Dan. 8:1_1, pode ser de auxílio dedicar alguma atenção a relação entre
as três clausulas do v. 11. A ultima cláusula no v. 11 e uma cláusula ve£
bal^4 que p0de ser compreendida como definindo adicionalmente a primeira
cláusula deste verso. 8$ Igualmente, a segunda clausula do v. 11 pode fim
cionar do mesmo modo porque as clausulas tanto de llb e lie contemos pró
nomes pessoais "ele" c "seu" que fazem referencias em retrocesso ao "Prin_
cipe do exercito." Nessa base a primeira cláusula parece ser explicada
adicionalmente mediante as atividades do pouer do "chifre pequeno" des-
crito nas segunda e terceira clausulas.
Volvamos agora nossa atenção a última clausula do v. 11. Pode
ser de auxilio também prover uma tradução literal dessa clausula no v. llc
. Ha expositores e/ou
"e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo."
soes que abreviam a sentença para "o santuário Í derrubado""^ e mudam o
verbo para "contaminado, "88 ou "profanado1"89 Essas tentativas refletem
a harmonização do texto com a interpretação sobre Antíoco por (1) uma nw
dança do sujeito, substituindo ."lugar" por "santuário," e (2) a introdu-
ção de um novo verbo. Contudo, o texto hebraico e bem preservado ,90 e de_
ve-se sempre ser cautelosos quanto a alterações textuais^ particularmen-
te quando estas se destinam a incentivar uma interpretação particular.
A fornia verbal hebraica no v. llc e KuXtak <je uma raiz q ue
significa "lançar (longe, abaixo, atrãs)"93 com emprego Iiteral94 e meta_
fõrico95. £ni cerca de 75 por cento dos empregos, os seres humanos são os
agentes empenhados na atividade expressa; no restante dos casos o sujei-
to e Deus (Vaii^dk} .9» Nos últimos casos referência freqílente e feita _a
atividade não salvadora ou punitiva de Deus com respeito a Israel. ^ Nao_
há exemplo entre os 125 usos deste verbo no VT que sugira ou insinua, se
já num sentido literal ou metafórico, que seu significado tenha algo que
,ver com contaminação, profanação ou algo semelhante. Nunca e demais reaj_
çar este fato., Um "lançar por terra" dificilmente comunica um ato de cor^
taminaçao mas, sim, um ato de destruição num cenário concreto, literal.
Em Dan. 8:11 o verbo luu£ak tem o sentido de "lançar por ter-
ra. "98 As vezes há uma fusão
c\
de ambas as ênfases,
—*
literal e metafórica,
nos empregos deste verbo.yy Se a dimensão cósmica esta aqui_focalizôda,
a qual se enquadra com a ênfase nas clausulas anteriores , então o lançar
por terra o lugar do seu santuário refere-se a um tornar ineficaz o que
quer que tenha lugar no lugar do santuário na esfera celestial.
O tema da última clausula em Dan. 8:11 e "lugar, "^00 não Santu
ãrio.'0' Não há base para a interpretação de que a palavra "lugar" (mãkÔnT
signifique "posição" dos sacrifícios diários, isto e, "o altar de sacri-
' fício," '02 porque o termo hebraico nunca carrega esse significado na Bí-
blia hebraica. O temio "lugar" e utilizado mais frequentemente no VT pa-
ra o "lugar" da habitação de Vahwe.ii, seja no cêulQ3 ou sobre ajterra. "^
No último caso pode ser em Sua montanha'05 ou sobre o Monte Si ao. 1 06 po-
de ter referencia específica ao "lugar" do trono de Deus^0^ ou ao lu-
gar,"108 ou fundamento, 109 onde jazia o templo.

60
A combinação genitiva, "o lugar do seu santuário," aparecenoVT
somente ern Dan. 3: l í , com o termo míqdaA. tendo o sentido de "santuário, "110
como no restante do l i v r o de Daniel.!11 Deve-se notar que modal pode ré
ferir-se ao santuário/templo de Deus sobre a Terra o também ao santuário
de Deus no céuj!2 ou tanto ao terreno quanto ao celestial no mesmo tex-
to . 1 1 3
Com base nessas considerações filológicas e terminolõgicas, o in
tento do v. l l c demonstra que ha toda razão por que a dimensão cósmica pÕ~
deria ter sua ênfase especial . O poder do "chifre pequeno" indica novame~n
te sua atividade anti-Deus que torna ineficaz o lugar celestial do santua
rioH4 onde Cristo ministra em benefício de Seu povo. AjL!nlÇJliãp^£SQlÍca
da derrocada do lugar celestial _do SãntuJrio_co;Tiunj_c3 _a__real idade do to r-
.na.r ineficaz o ministério celestial de'Cristo mediante .o estabelecimento
de um siste ma mediatorio rival que desvia a atenção dos homens da obra su-
mo-sacerdotal da intercessão de Cristo e assim os priva .das bênçãos de Seu
ministério nas cortes celestiais.
As principais linhas mestras que tem aparecido com respeito ã
atividade do "chifre pequeno" nos vs. 9-11 poder:: agora ser sumariadas. En_
tre essas atividades estão (1) a expansão horizontal de um pequeno início
para vastas proporções (vs. 9b, 24a), possivelmente obtendo força median-
te o culto idolatrico (vs 10a, 24a); (2) perseguição dos santos de Deus
(vs. 10 bc, 24 bc); (3 o arrogar-se para si mesmo prerrogativas d i v i n a s
por atingir o Príncipe do exercito_(vs. l i a , 25ab); (4) remoção do servi-
ço contínuo (divino) para a salvação do homem (vs. l l b , 25c); o (5) lança_
mento por terra ou tornar ineficaz o benéfico ministério de Cristo no lu-
gar do santuário celeste vs. llc). £ de fato correto sustentar que um ata
que ao lugar do santuário onde as atividades mediatórias e salvadoras prol
seguem "e um ataque ao próprio D e u s . " l i j
O ataque pelo poder do "chifre pequeno" e realçado novamente
através da recapitu lação da atividade do chifre no v. 12. A frase central
enfatiza que o "chifre pequeno"!!6 lança "a verdade por terra ."l!?__ A ati-
vidade outra vez e um "lançar por terra, "l 18 A palavra "verdade" e inte_r
pretada como "Verdadeira Religião como incorporada nas Escrituras."l 19 ou
num sentido mais limitado, o TorahJ20 ou simplesmente "Verdade"121 num
sentido abstrato. A falta do artigo é típica do termo "verdade"122 e não
é demais enfatiza-lo. Em quatro dentre seis empregos no livro de "'" Daniel,
o termo " refere-se
" ã~ revelação
" que~ procede
J * de Deus (Dan. 8:26; 10:1,
25; 11:2) que é verdade. Esses exemplos referem-se ã autoridade da verda-
de revelada em termos de certeza do seu cumprimento no^futuro. O quin_
to emprego revela que a calamidade que atingiu Israel Õ um cumprimento do"
que "esta escrito na lei de Moisés" (Dan. 9:13a), contudo nenhum arrepen-
d-* me n to ocorreu e nenhuma atenção é dada a "verdade" de Deus (v. 13b).
Com base nesses empregos, "verdade" pode ser compreendida como
referindo-se a revelação de Deus em seu sentido abrangente, incluindo "a
lei de Moisés" 12 ^ e ,a revelação profctico-apocaliptica contida no próprio
livro de Daniel. Este contexto Danielicojspoia a sugestão de que_"verd£
de aqui em Dan. 8:12 p um termo referente a verdade divina da revelação

61
que o "chifre pequeno" lançara por terra. Essa verdade revelatoria contém
as instruções sobre culto, salvação, etc., incluindo o plano de Deus para
estabelecer Seus reinos de graça e gloria. A última parte do v. 12 infor-
ma o leitor que o "pequeno chifre" tem êxito em seus esforços. Mas a con-
clusão do v. 25 afirma que será quebrado, bem como se deu com todos os rei_
nos em Dan. 2, "sem esforço de mãos humanas."
Esta investigação de palavras, frases, e clausulas de Dan. 8:9-12
tem sido procedida vagarosa e pacientemente. Foram revelados muitos deta-
lhes a respeito da natureza, expansão, e atividade do "chifre pequeno."
Torna-se evidente vez apôs vez que ja^a_JLd4tQ_sabre. umjL_C-QJXkam_naçãQ do
santuário, ou de seu lugar como tal. Os termos típicos para contaminação.
nnimV^Q^ e semelhantes não aparecem.'" Q gue aparece e um ataque em dj_
formas sobre o povo de Deus, o lugar de Deus do Seu santuari.cu_e
snbre.p próprio Deus. Prerrogativas^gue pertencem a Deus são usurpa_
das, e o serviço continuo., divino, mediatorio entornado ineficaz. Ha tona
l idades cósmicas e universais que recebem atenção adicional no dialogo co_n
tido nos vs. 13, 14 a que atenção será a seguir dirigida.

A Audição Sobre o Santuário

A audição de Dan. 8:13, 14 introduz um número de novos elemen-


tos. O vidente ouve o dialogo dos seres celestiais (santos). A visão pas-
sa do que e visto ao que e ouvido: "Depois ouvi um santo que falava; e dis!
se outro santo aquele que falava" (v. 13a). A audição tem um numero de a_s_
pectos que merece especial atenção.

O Elemento de Tempo de Dan. 8:13, 14

A pergunta de Dan. 8:13 se inicia com as palavras hebraicas


Larí"mõíaí/. São costumeiramente vertidas em inglês como "Até quando" (KJV,
RSV, NÃSB, TEV). Contudo, vários comentaristas observam que a terminolo-
gia do hebraico deveria ser vertida de modo diferente. Esta observação e
importante porque "o ponto da pergunta é achado nas primeiras palavras ,"'26
Garí~mã£aí/. O que significam estas palavras? A primeira ^cí e uma preposi-
ção temporal^? a Ser vertida como "ate. "128 £ unida ao adverbio .interro
gativo temporal niõíat/,129 "quando. "130 Alguns lexicografos destacados tra_
duzem a expressão composta Ca4~mõ£ai/ como "até quando."l31 Estas palavras
introduzem uma "verdadeira pertunta por informação para a qual^ uma respo_s
ta real e provida."132 A força das palavras "até guando" esta sobre o Que
deve ton^ar lujja.r ao_ final do parÍQ^jo dg tempo e. alem.. Assim, bem ao con-
trario de uma noção comum, mas equivocada, qual seja, a de que a ênfase
está sobre o inteiro período de tempo das 2.300 tardes e manhas, a^ênfase
da pergunta do v. 13 realmente cai sobre o encerramento das 2.300 tardes
e manhãs e sobre o que tem lugar desse ponto em diante.
Este lampejo exegetico encontra apoio contextuai no t empo r a_]
"até" (cací) na resposta do v. 14a, que e seguida por "então" |(ioou) ~~ã~pBs

62
_vnformaçao temporal)^ 3 na parte final do v. 14. £ bom recordar neste pon
to"que a "ênfase íxpíTcLta na vi sào-audiçao de Dan. 8 focaliza o tempo do"
fim. O anjo-intêrprete informa a Daniel em termos explícitos que a "visão
se refere ao tempo do fim" (v. 17) e novamente que "a visão da tarde e da
nanhã . . . é verdadeira," mas "se refere a d i a s ainda mui distantes" (v. 26) .134
No v. 19 surge o encorajamento de que a visão "se refere ao tempo deter-
minado do fim." Esta ênfase ao tempo do fim em Dan. 8 corrobora a signi-
ficação do__tejTipo do fim do diálogo de pergunta-resposta nos vs. 13 e 14.

E necessário discutir brevemente a expressão têmpora"* "2.300 tar


dês e manhãs" em Dan. 8:14. Os estudiosos tem sugerido por mui to tempo que"
"2.300 ' tardes-manhas ' , i_sto é, 1.150 dias, i a única forma de uma deter
ninação que e x p l i c a os números totais dos sacrifícios tímZd omitidos. Sen
cio que na manha e tarde de cada dia um sacrifício tãm^d era oferecido, a"
omissão de 2.300 s a c r i f T c i o s s i g n i f i c a 1.150 d i a s . "134 uma recente ver-
são inglesa realmente traduz a resposta do v. 14 como segue: "Continuara
por 1.150 dias, durante os quais o^sacrifTcio da tarde e manha não _serl
oferecido" ( T E V ) . Esta interpretação comum requer análise e a v a l i a ç ã o .
O texto hebraico no v. 14 contem a relevante frase cad
bcqw. :o?paí/úii tâiol mo^ct, que e facilmente traduzida num sentido lite-
ral como "ate 2.300 tardes (e) manhãs. "136 A LXX traduz a frase interpre
tendo "tardes-manhas" como "dias" como segue: "ate tardes e manhãs, 2.30CT
d i a s . "137

Várias observações convincentes mil i ta contra a interpretação


de que a frase " 2 . 3 0 0 tardes-manhas" sejam 1.150 dias e que "tardes-ma-
nhas" signifique s a c r i f T c i o s
1. O sacrifício .tamZd ritual no VT emprega o termo cõ£a,t tãmZd
como designação do holocausto duplo da manhã e tarde e nâfa como uma ofer-
ta trazida na manhã e novamente uma trazida a tarde. 138 A combinação da
oferta da manhã e da tarde é coerentemente chamada ^õtcit -tiwt-cd. Portanto,
uma divisão de 2.300 por dois é infundada.
2. A sequência de "tardes-manhas" com tardes antes de manhãs
dificilmente se refere a sacrifTcios tãínZd. Os sacrifTcios t.ãmíd são sem-
pre designados na seqiUência de manha antes de tarde: "holocausto pela ma-
nha e a tarde. "139 Nenhuma excecao a esta seqtlència aparece no VT. O pe-
ríodo pÓs-bíblico perpetua a sequência do "manhãs e tardes" com respeito
aos sacrifTcios tÕmZcf.^O Assim a expressão "tardes-manhas" não se refe-
re aos sacrifTcios .tãn\Zd mas a uma medida de tempo.
3. Falta inteiramente apoio exegético para contar as "2.300 tar
des-manhãs" separadamente a fim de alcançar os 1.150 dias completos .141 E
sequência de tardes e manhãs como uma expressão para um dia inteiro apare_
cê pela primeira vez no relato da criação de Gen. "1,142 linguagem essa que
é aqui rcfletida em Dan. 8:14, 26.1^3 C. F. Kei l apropriadamente comentou:
"Um leitor hebreu possivelmente não poderia entender o período de tempo jfdej
2.300 tardes-manhas £como sendoj • - • 2.300 meios-dias ou K 1 50 dias comple
tos, porque tarde e manha por ocasião da criação constituiu não o m e i o d i a ,

63
mas o dia inteiro. ... Precisamos, portanto, tomar as palavras tais como
se apresentam, isto ê, compreendê-las como 2.300 dias inteiros. "144 j s _
to é correto. Quando os hebreus tentavam designar o dia e noite separada_
mente, eles mencionavam o numero de ambos, como em "quarenta dias e qua-
renta noites""145 ou "três dias e três noites."'46 Mesmo nesses casos
contudo, 40 dias e 40 noites não representam 20 dias completos. Assim, ou_
tros estudiosos tem corretamente concluído que "em lugar de 'dia'_diz-se
também ' tarde-manhã ' (Dan. 8:14}"147 e que em "Dan. 8:14 o 'dia' e desi£
nado como ccA.£b bõçeA, 'tarde-manha'. '"148
4. Uma consideração final merece antenção. Sejam as "2.300 tar_
des-manhãs" corretamente compreendidas como 2.300 dias inteiros, ou incor;
retamente como 1.150 dias completos -- em qualquer dos casos, sejam eles
tidos como 6 anos, 4 meses, e 20 dias; ou como 3 anos, 2 meses , e 10 dias ,
respectivamente (com base num ano de 360 dias) -- não ha época histórica
mencionada nos livros dos Macabeus ou em Josefo concernente a Antíoco IV
Epifânio^que corresponda a qualquer desses números. '3' Por exemplo, a
profanação do templo por Antíoco IV Epifania durou três anos exatamente, 150
o que corresponde a somente 1080 dias e fica aquém dos supostos l .1 50 dias ,
para não falar de 2.300 dias. Parece, portanto, exegeticamente seguro to-
mar as "2.300 tarde-manhás" como sendo 2.300 dias completos e vê-los como
um período de tempo profético com o auxilio do princípio dia-ano conheci-
do de outras predições proféticas de tempo simbólico.^1
O temãiQÃ a q ao (ponto de partida) e o ^e/unxju^ 04 quem (ponto
encerramento) do per indo de tempo das "2.3QQ tardes-manha.s" em termos
um ang pfirfrjrular não e provido em Dan. 8. Ênfase é situada primaria-
mente sobre o que tem lugar ap fim do período, de tempp_e alenujios. v.s . 13 ,
14. Parece certo que em harmonia com o conteúdo da visao-audiçao e sua in_
terpretação em Dan. 8, ação ou atividade tem ênfase especial. A pista pa-
ra o aspecto de tempo entra em cena na ação que tem lugar no tempo do fim,
Em outras palavras, em Dan. 8 o enfoque e posto sobre um ponto de tempo ao
final das 2.300 "tardes-manhas" e não sobre o completo período de tempo
ou seu início. Nesse respeito, a expectativa de que o ponto de partida do
inteiro período de tempo deva ser encontrado em outra parte é segura. Es-
sa expectativa acha se:u apoio contextuai em 8:26, onde o ange£uò -óite/t-p-te.
íeó retorna a visão "da tarde-manhã" sem ter ainda explicado o elemento
de tempo.
0 não-expl içado elemento de tempo de^Dan. 8:13, 14. 26 é apanha_
do no capítulo seguinte que tem definida ligação com Dan. 8.152 Entre os
elos de ligação entre Dan. 8 e 9 estão os seguintes.
1 • Terminologia semelhante. A designação para "visão"! ^ na fo_r
ma do termo mo/iVeíil 54 aparece em Dan. 8:16, 26, 27. Na ú ti ima seçao refe-
re-se especificamente a mo/i^efi das "tardes-manhas." Este termo aparece no_
vãmente em Dan. 9:23, "entende a visão ^"a/^cíi/. " Diferentes estudiosos
têm reconhecido um elo entro Dan. 8 e 9 devido ao emprego desse termo. '^J
Um segund: elo terminologico entre Dan. 8 e 9^é a frase "ao princípio" em
9:21, que se refere a 8:16 onde a interpretação que Gabriel faz da visão
é introduzida. O terceiro elo teminolÕgico e encontrado no eaipre_

64

é
é
go de uiiia variedade de formas do verbo bZn (compreender) em Dan. 8:15, 16,
17, 23, 27; 9:1, 22, 23. A mesma forma imperativa "compreender" [liãbln] ,
que aparece em 8:17 onde Gabriel introduz sua resposta ã ênfase do tempo
do fim nas 2.300 "tardes-manhãs," reaparece em 9:23 pelo mesmo anjo na i_n
terpretaçáo da profecia das 70 semanas. l" ~~
2. Perspectivas 1 iturgicas. Dan. 8:13, 14 contem uma perspecti-
vá com respeito ao santuário. Dan, 9:24-27 contém igualmente uma perspec-
tiva litúrgica em termos de expiação (fcp-t) , unção tó/t), "Santos dos Sa_n
tos," morte do Ungido, cessação do sacrifício e oferta.^? ~
3 - Mesmo anjo- intérprete. O anjo-intérprete Gabriel é primeiro
introduzido em 8:16 e encarregado de interpretar a visão para Daniel (vs.
17, 19j. Em Dan. 9:21-23, "Gabriel, que eu tinha presenciado na minha vi-
são ao princTpio, veio rapidamente ..., falou comigo, e disse: ... enten-
de a visão '
4. Revelação auditoria. Não se pode passar por ai to o fato de que
em Dan. 8: 26, ""27 o elemento "de tempo da revelação auditoria permanece obs
cura para Daniel ("não havia quem a entendesse"). Daniel 9:24-27 não con-
tén qualquer visão, mas ha uma revelação auditoria em que o elemento de
'fínpo comparece do modo mais destacado. Tanto Dan. \8jl3 e 14 j:omo Dan. 9:
2'} a_ZZJsao revelações auditorias. A ultima prove o inicio do período de
tempo de Dan. 8.
5. Elo conceptual . Daniel 9 tem seu auge na unção do santuãno
,'.'{?dc çodaZun, v. 24) e Dan. 8 na purif i cação__dp_ santuário. Se a primei-
ra revelação auditoria em~8TTT7~P aponta ao fim do longo período de tem-
po de 2.300 "tardes-manhãs," então pareceria que a segunda revelação aud_i_
tôria das 70 semanas em Dan. 9:24-27 forneceria seu ponto de inicio^ Com
base nisso, seu ponto de conclusão poderia ser determinado. A omissão des_
te dado em Dan. 8 tinha deixado Daniel sem entendimento [mZbZn, v. 27).
Se a revelação auditoria de Dan. 9:24-27 tem seu ponto de partida com a
e:nissão do primeiro decreto de Artaxerxes em seu sétimo ano (Esd.7:7, 8),
ou 458/457 A.C. com o retorno de Esdras " e,, 457 A.C.J istojnarcaria o
ponto inicial das 2.300 "tardes-manhãs""! 59 de Dan. 8:14 Então o ponto de
conclusão da profecia dos 2.300 dias-anos^ 60 ca - no ano ^e 1844 A. D. Esse
ponto do tempo e mais alem ocupa o centro de atenção em Dan. 8. Quanto
isso, é mesmo o ponto central de todo o l i v r o de Daniel.

j_Conteúdo da Pergunta de Dan. 8:13

Acabamos de observar que a pergunta de Dan. 8:13 se i n i c i a c o m o


elemento de tempo "ate quando ..." que é respondido no v. 14 com "ate fcad7
2.300 tardes-manhãs, então /To^7 ...""'61 ^Transportemo-nos do aspecto tem-
perai da pergunta para questões de conteúdo nela expressas.
A gramática na pergunta é singular^" e tem conduzido a nuniero-
r^s emendas textuais. Cautela ê, pois, necessária. Uma transi i teraçao po-_.

65
de fazer-se apropriada. Palavras supridas são registradas entre parênteses:
"Até quando [Q para serj a visão, ^sobrej a continuidade e a transgressão
causadora de horror, fazer tanto do santuário e exército um espisotear?"
. I o leitor deveria estar ciente primeiro jque tudo de que a pergun_
[ta "ate quando" (ccuí"mãíay) não enfatiza a duração de tempo. A duração de
[tempo seria o enfoque da pergunta "ate quando." A pergunta "até quando"
jtem um enfoque no ponto de terminação do período de tempo indicado. Isso é
jcontextualmente realçado na resposta do v. 14, Quando o ponto de termina-
jgão e atingido, algo concernente ao santuário tomará lugar.J
Quando o ponto de terminação é ressaltado a questão inevitável
do inicio do período de tempo também entra em cena. Em outras palavras*
principio e fim vem juntos e implicitamente também o que tem lugar duran-
te a visão. Perguntas de considerável importância 'emergem nesta altura. Co_
meça o período de tempo da visão durante o principio da visão inteira que
cobre os períodos do carneiro, do bode» e do "chifre pequeno"? Ou, e o pé
riodo de tempo da visão limitado a somente o período do "chifre pequeno"?"
Felizmente o texto prove uma resposta a estas perguntas. Tem sido assina-
lado que a própria pergunta segundo a sintaxe hebraica se encerra com a
clausula: "ate quando durara a visao?""1^ Aqueles que desejam limitar o
intento cia pergunta ao período do "chifre pequeno"l°4 são insensíveis ao
substantivo hebraico para "visão" que é íiàzon no v. 13. Este termo apare-
ce não menos que seis vezes no oitavo capitulo de Daniel (vs, 2 /"duas ve-
zesj, 13, 15, 17, 26b). Um estudo desse termo aqui e no restante do texto
hebraico do livro de Daniel (cf..9:23, 10:14) revela que se distingue da
palavra moA^eA, "aparência" (Dan. 8:lb, 26a, 27), frequentemente traduzi-
da como "visão11 também. A palavra hãzõn, "visão", em Dan. 8:13 contextua^
mente se refere a visão do carneiro, bode, e ao "chifre pequeno" como seus
primeiros empregos no vs. 2 claramente indicam. A moA. e.íi, "aparência,"
mais estreitamente se refere também em Dan. 8^16, 26$, 27 I "aparência dos
seres celestiais que se empenham na conversação. Em outras palavras, _a
é a "aparência" onde o profeta se empenha na audição enquanto .a
iiazcm leva-o a estar em "visão" em que se pòe a ver o carneiro, o bode com
e o "chifre pequeno" de Dan. 8:3-12. A evidencia textual dês
te vocabulário técnico e essencial para responder a pergunta sobre o
do de tempo coberto pela visão.[Em resumo, o período de tempo Acoberto pe-
la íoãzou, "visão," na pergunta de Dan. 13 cobre a inteira visão dos vs.3-
12.' Contextualmente e terminologicamente não está limitada só ao .perTodo_
do "pequeno chifre.
Esta conclusão não é negada pelas breves expressões que seguema
palavra hãzon no v. 13, tais como "a continuidade e a transgressão que cau_ ^
sã horror, para fazer tanto o santuário e exercito um espisoteio." A sin- 4)
taxe e direção do texto hebraico não permite que essas expressões sejam^ A
uma construção genitiva ampliada, em cadeia, que limite "a visão 11 [íiejiâzíw]
às expressões seguintes. Demos uma breve olhada na sintaxe hebraica e o_que •
e intencionado se a palavra "visão" estivesse numa relação de construção ^
genitiva com o que se segue. Se íuízcm, "visão," estivesse numa tal constru_
çao, este substantivo (1) não poderia ter um artigo, como acontece, isto ^
e, hehàzôn, "a visão," e (2) deveria revelar uma redução de vogais, isto •
66
os massoretas deveriam ter assinalado hãzÔn com um Pathak em lugar de
O fato de que o texto consonantal traz o artigo desfaz uma por.sT-
vel^relação de construção genitiva. O termo hebraico^ítcíiãzÔn, "a visão,"
esta no estado absoluto e não num estado de construção gramatical. Ade-
mais, conquanto seja possTvel que o segundo elemento de uma estrutura gra
matical, que e geralmente um nomen tecXum possa ser uma clausula substarT
tive, ainda assim requer o substantivo nomen itgen-ò que esta" estruturado"
com a clausula substantiva para que esteja num estado de construção gra-
matical. A sintaxe de Dan. 3:13b não permite uma interpretação da "visão"
cue a limite a expressões subsequentes. Isso conduz a sugestão, do ponto
de vista da sintaxe hebraica, que a pergunta "até quando" {c.ad~mcUay} se-
ja omitida por elipse antes das expressões que se seguem. O intentodaúl
tima parte de Dan. 8:13 com as respectivas elipses pode ser entendido_õJ
no segue, indicando-se as elipses entre parênteses: "Até quando a visãoT
(até quando) a continuidade e a transgressão que causa horror, (atéquan
do) tornar tanto o santuário e o exercito um espisoteio?" -Contudo , a dês"
criçao do v. 13 cobreia visão completa dos vs. 3-12» indicando n-je as~
2.300 tardes (e) manhas cobrem o perTodo completo desde o carneiro e o bo
de, passando pelas atividades do "chifre pequeno" até o fim do tempo (vsT
17, 19). Isto torna claro alem de qualquer sombra de dúvida que o princ_T
pio dia-ano esta agindo em Dan. 8. As 2.300 tardes (e) manhas devem COT
brir o perTodo. corapleto desde alguma parte durante _p .perlado do. carneiro
ate o. fim do teoip_Q_. Uma compreensão das 2.300 tardes-manhas como dias lj_
terais não se enquadra no contexto da pergunta. O profeta com issodemoril
tra que as expressões singulares "tardes (e) manhas," que não tem artigoT
no plural, e sem conjunção, representa simbolicamente anos. O próprio pro_
feta prove a chave para o principio dia-ano que funciona com base em re-
lacionamento contextuai, linguistico, filológico e sintãtico em Dan. 8:
13, 14.

O primeiro termo que requer atenção Í "a continuidade, "^S


ika,tt5mZd) que é idêntico ao termo nos vs. 11, 12. Conquanto seja costu-
Teiro suprir aqui a pajavra "sacrifTcio," neste caso a evidencia contex-
tua! e de manuscrito não a apoia J 66 j_eva 0 mesmo sentido como nos empre-
nos anteriores dos vs. 11 e 12. Esta expressão não Õ qualificada por ou-
tra palavra no texto hebraico, conquanto os estudiosos tenham sugerido
que uma palavra deveria ser acrescentada ao texto^'^' Novamente não ha
qualquer apoio de manuscritos para isso. O mais sábio parece ser evitar
enendas e considerar o texto hebraico adequado para a identificação do coji
teudo da visão J68
í A frase u£íiapp£&tc Jomcm,^^ » e a transgressão que causa horror"
^ não tem variante textual nos manuscritos hebraicos conhecidos. O termo
;. "transgressões" (íJC,Aac) e "a palavra mais profunda no VT para pecado. " ' '®
Siginifica mais basicamente uma rebelião ou revolta^"' nó sentTBo de a to s
e<n que "alguém rompe ..c.om_D.eus por tirar o que e Seu, roubando, se apossa^n
: do ou retendo o que e dEle_. "172 Aqui é expresso o peso da atividade do
-. poder do "chifre pequeno".
Neste ponto precisamos fazer uma pausa para refletir sobre os
elos terminológicos com outras partes da Escritura. Em Dan. 9:24 o termo

67
J V B p^c Aparece na frase "dar fim ã transgressão." Israel teve concessaode
- v um tempo em particular durante o qual a "transgressão" pode ser termina-
da para a nação. Em Lev. 16:16,^21, o termo pela^ também aparece, íempre
gado em conexão com a purificação do santuário no Dia da Expiação. Tanto
em Dan.9: 24 e Lev. 16: 16, 21, o termo refere-se ao povo de Deus. No ca
só de Lev. 16 a ênfase l i turgico-judicial e inegável. 173 o cenário cul~
tico e também evidente em Dan. 8:11-14.
Tendo abordado a ênfase l i turgico-judicial associada com
no VTJ74 seríamos descuidados se^otni tíssemos o fato de que esse termo ex
pressa a totalidade da transgressão de uma época, um povo, ou uma pessoa"
que vem a juízo. ^5 Evidentemente ideias l i turgicas^e de julgamento fa-
zem parte bastaste Obvia do termo "transgressão" e são também focalizadas
nesta parte de De. n. 8. t evidente aqui que há elos terminolõgicos , concej_
tuais, e teológicos com Lev. 16.
As palavras "que causam horror" constituem uma tradução do
mo 'ioim_'jn.177 As vezes Zom&n e -vertida como "desolação" e esta associada
com a frase "abominação da desolação" (Dan. 9:27; 11:31; 12:11). Na rea-
lidade dos fatos,, "nem duas das expressões são idênticas,"^ 78 e somente
o termo iamejfi se relaciona com as outras três passagens.
O significado do termo íomejn pode ser determinado por uma inves_
tigaçao de seu enprego no livro de Daniel. Cm Oan. 8:27 o vidente Daniel
"enfraquece""179 ou fica em "consternação"180 quanto ao Tjnpacto da visão
sobre si. O sentido de enfraquecer, ficar em consternação ou em horror p_a_
rece estar em destaque aqui. Vários empregos de_palavras_que derivam da
raiz JomcjH expressa três ideias: (1) uma condição psicolõgica^de um hor-
ror chocante dentro de uma pessoa;^"1 (2) a ideia de devastação/desolação
em referência ao santuário/templo;"182 e (3) a ideia de julgamento que e
divinamente decretado J8^ r.nm hasp neste pano de fundo, a frase "a trans
gressãn gup r.au<;a hnrrnr" parpr.p expressar horror que faz enfermar, cau-
pnr í-.rnnçrv^ãn rnl i - j n - r n l t.i rã a ue Q "chifre Pequeno" deu .
mediante uni sistema d& ministério e mediação Que rivaliza coni os que_fun-
cionam no santuário.
Volvamos nossa atenção agora ã ultima frase de Dan. 8:13, "fa-
zer tanto o santuário e exercito serem pisados." Alguns exegetas também
se intrometeram com o texto hebraico mediante emendas."184 Como antes, __ o
objetivo dessas tentativas foi o de reconstruir um texto que favoreça a i_n
terpretaçao sob^ Antíoco. Os manuscritos hebraicos conhecidos não em-
prestam apoio a tais tentativas.
Um dos fatos significativos na frase sob consideração é a mu-
dança de terminologia de miqdcu (santuário) nos vs. 11 e 12 para çõr/íM
(santuário) nos vs. 13 e 14. E essa mudança acidental ou proposital? Su-
gerimos que ê proposital por razoes que se tornarão claras. Uns POUCOS
exegetas verteram o termo _^õ^£ como "Heiliges" ("coisa santa")1^ re-
fcrorindo-se ao santuário com o altar de holocaustos"185 O u mais amplamen-
te a "todos os arranjos e instituições rei igiosas ,"137 ou mesmo como uma
referência aos "santos" ensinos a serem restaurados ao final dás 2.300

68
"tardes-manhas. " Assim, uma cuidadosa investigação deste termo se faz mi_s
ter.
O VT emprega o termo qõdcà em suas formas singular e plural não
menos que 469 vezes J88 £ utilizada no singular em Dan. 8:13, 14e assim
aparece no VT outras 326 vezes. Quando o^termo qõd&Z é empregado como um
substantivo abstrato^9 pode referir-se a santidade_de Deus. '90 Como tal
e também frequentemente empregado como uma designação para o santuário
terrestre 19 ' e varias vezes para o santuário celestiaj ' 92. Dentro do san-
tuário qôdel pode as vezes significar o Lugar Santo1 93ou0 Santíssimo. l 94
Em suas^formas adjetivas esta associada com sacerdotes"! 95 e levitas' 96
que serão santos juntamente com suas vestes. 197 O emprego adjetivo apa-
rece também com referencia ao "santo povo" de Deus (Isa. 62: 12; 63: 13;
Dan. 12:7} e Sua "semente santa," isto é, o remanescente santo (I sa - 6:
13). 198 um texto problemático pode ser vertido, "Judã se tornou o seu
santuário" (Sal. 114:2). 199 Não e inteiramente claro se "santuário" ou
"santidade" está subentendido no último caso. E evidente, contudo, que em
nenhuma única ocasião no VT o termo qodel significa coletivamente arran-
jos e instituições religiosas, especialmente ensinos, ou algo semelhante.
Estas interpretações não se recomendam a si próprias sobre bases termine^
lógicas e f i lologicas .
A investigação de çírfei no VT lança luz sobre seu emprego em Dan.
3:13 e também 3:14 a que atenção será dedicada brevemente. O livro de Da_
niol pode lançar luz a d i c i o n a l sobre este termo em seus vários empregos
tanto nas partes hebraica como na aramaica. Começando dentro do contexto
do Dan. 3 o termo r/tVel pertence aos termos e frases que recapitulam
ideias expressas nos vs. 10-12. Nos vs. 11 e 12 o termo miqda,t> (santuá-
rio) aparece, e parece claro que qõdeX recapitula este termo. Contudo,
seu aparecimento na audição parece sugerir que nuances de sentido adicic)
nais estão entrando em ação.
Uma das nuances ou associações está inegavelmente na frase "o
santíssimo /lugarj" [gude.* Qod^lir,} , isto e, o santuárioT^00 em Dan. 9 :
24. A unção do santuário no ceu..j?_. Q.p_reludi_o.__pa_ra_g_ posl.udig.. da "purifi-
cação" do santuário a que Dan. 8:13, 14 aponta .
Outra associação tem que ver com o povo de Deus, ou os "santos",
e os respectivos termos e ambientes contextuais usados para eles nas vá-
rias partes do livro de Daniel. Várias vezes Dan. 7 menciona "os' santos
do Altíssimo" [qcidd-M Cc'-í1(/ônln, vs. 18, 22, 25), que também podem ser
chamados de "santos" (qaddLlln, vs, 21, 22] ou ^inegavelmente designados
como "o povo dos^santos do Altíssimo" ÍCOIM qa.ddl.lc. ce.£yôtt,tn, v._27).zul
Esses "santos" são pereseguidos pelo "chifre pequeno," e o A n c i a o d e d i a s
leva os "santos" a um julgamento celestial antes da mudança das eras.^
Esse juTzo e "em benefício dos santos do Altíssimo" (vs. 2]-22a); então
os santos recebem o reino do F i l h o do homem.203 O quadro é" bastante cla_
ro. Os "santos" tinham estado sob ataque por um poder anti-Deus represen
tado pelo "chifre pequeno" mas são v i n d i c a d o s no juízo. Vindicaçao dos
santos implica condenação do poder do "chifre pequeno".

69
Em Dan. 8 o "chifre" que surge da pequenez também ataca ou per
segue "o povo dos santos" (COJM qedo£lm, v. 24J . Finalmente, contudo, vi~
rã um fim a "destruição do poder do povo santo (caw oõrfel)" (Dan. 12:7).
Essas associações terminologicas e conceituais no livro de Daniel de qõdo2
com santuário, santos e^juTzo dificilmente poderiam ser acidentais. Evi-
dentemente o termo qõdeà em Dan. 8:13 *^ por meta trazer ã mente elos
terminolõgicos e conceituais que representam chaves para os pontos altos
das visões de Dan. 7, 8 e 9, 11 e 12.
Tendo examinado as associações de qõríeJò (santuário) no livro tíe
Daniel precisamos agora retornar a Dan. 8:13. Na frase "santuário e exér
cito ... pisados" não podemos senão notar que sintaticamente o termo "saH
tuario" (qõd&Z) esta relacionado com o termo "exército" Uâbã3) .204 o ~
termo "exercito" recapitula aparentemente o que o mesmo termo expressa ain
tes nos vs. 10 e 12. Conquanto "santuário" (qõd&Z}. e "exército" Uãbõrl oj_
tejam relacionados, não são indenticos.
Tanto "'santuário" e "exercito" são entregues para serem "pisa-
dos" (m-ctroõá] .205 o substantivo nuA/nãó aparece no VT em somente duas cp_
nexòes: (1) o "pisar" do solo pelos animais;206 e (2) o "pisar" do povo
por um inimigo.207 Uma forma verbal radical de que m&jncti, 5 derivada c_s_
ta sendo empregada num contexto litúrgico. "Pisar" nos átrios do templo
de Jerusalém (Isa. 1:12) seja pelos_adoradores ou pelos animais não e a]_
go requerido. Não ha qualquer sugestão em qualquer das formas verbais ou
-nominais da raiz "/unV que implique contaminação ou profanação. O "espi_-
sotear" parece envolver tornar ineficaz ou destruir o santuário e o exe_r_
cito, respectivamente.
Temos procedido com cautela e deliberado cuidado em nossa inve_s_
tigação da questão de Dan, 8:13 a fim de permitir que o texto produza seu
próprio significado dentro do contexto do capitulo e no livro de Daniel,
bem como em todo o VT. "[orna-se evidente oue a terminologia da pergunta
fnrnliza atenção quanto ao que terá lugar no final da visão. As'expres-
sões temporais de Dan.^8:13 não focaliza.gi $obre o que ocorre durante o
t.pmpn rnhprt.n ppla vi sãoT mas dirige atenção a seu ponto de encerramento
e além. Assim, a audição muda da visão -- sua descrição dos impérios e a
atividade do "chifre pequeno" — ao acontecimento máximo que se passa ao
termino das 2.300_"tardes-manhãs" e daí em diante. Isto agora requer cu^i_
dadosa consideração.

O Conteúdo da Resposta de Dan. 8:14

A resposta contém o elemento de tempo e o significado da frase,


"então o santuário serã purificado" (KJV). Já discutimos o elemento de
tempo; agora precisamos clarificar o sentido da frase, "e o santuário se?
rã purificado." "
Os tradutores da KJV verteram o termo hebraico ru^d^iq ,--lllsera
purificado." Esta tradução tem uma histõria^OS q ue remonta-a Vulgata la-

70
í tina 209 e às mais antigas versões gregas de tempos pre-cristaos. 2 ^ A
^ m a i o r i a das versões modernas não reflete o sentido tradicional de
yX I nádaq.Zll Recentemente a NAB traduziu iiíádaq como "serã purificado."
K." Ha vários comentaristas que argumentam que' ''purif icado/limpo"2l2 g a ve_r
i sáo correta de Hx^ócíaç213 porque "será j u s t i f i c a d o " ou coisa semelhante""
' dificilmente poderia ser aplicado ao santuário." 2 " 5 4 Precisamos investi-
gar o significado da palavra tu^daq, que aparece no VT somente em Dan,8:
: H.

A palavra hebraica cu-ócfaq e um derivativo verbal (forma nifal)


da raiz &dq da qual o VT conhece 40 empregos em quatro diferentes troncos
verbais e 482 empregos nas formas nominais. 215 uma detalhada investiga-
ção das varias formas não pode ser procedida. Entre os repetidos nuances
semânticos existem as ideias de ser justo, justificado, vindicado, e t c . 2 ' ^
Há evidencia de que òãdaq é empregada sinonimamente com tãkdi (ser limpo,
puro, Jo 4:17; 17:9), 217 com zãkãk (ser /moralmentej puro, limpo, JÓ 15:
K; 2 5 : 4 ) , 218 e com m-óipõí (julgamento, JÕ 8 : 3 ; _ S a l . 3 7 : 6 ) , 219 para men-
cionar somente uns poucos. O vasto espectro semântico de significados as
sociados com íãdciq parece apontar_em direçoes alem de certo, justo, jusr
t i f i c a d o , vindicado, para conotações tais como limpar, purificar, e t c . ,
como parte e parcela dos valores semânticos desta palavra. 220 A s s i m um
significado unilinear dificilmente pode ser subentendido de derivados da
raiz -sdq. A evidencia da gama semântica que acabamos de examinar parece
apontar em certas direçoes para o significado de conotações semânticas de
ni^daq. Aparentemente, as ideias de "purificação , "221 "justificação," 2 2 2
"o justamente, "223 e "v^ndicaçao,"224 são parte e parcela do termo nú>daq.
Infelizmente, _parece não haver uma única palavra no vernáculo que capte
essas conotações semânticas primarias. Tudo dito, isto significa que aj'pu_
rificaçao" do santuário deve ser vista num escopo mais amplo, incluindo
ideias de restauração para umfcestado_^stg. --^purificação,

Agora precisamos retornar uma vez mais ao termo "santuário"225


cm Dan. 8:14. O texto hebraico traz no verso precedente o termo QÕríeó.
ílcssa investigação desse termo tem indicado que ele nunca significa "al-
tar"226 ou algo "santo" (Heiliges) no sentido de verdades especiais que
devam ser vindicadas nos últimos dias. O termo qõdeà tem sido vertido
"santuário" desde as primeiras versões ate o presente. 227 isto é apoia-
do por frequentes empregos deste termo com referência ao santuário ter-
restre e celestial no VT.228

_ mudança de terminologia de m4.qdaZ (santuário) em Dan^ 8:11,


12 para'çõdai (santuário) nos vs. 13, 14 parece^refletir um desígnioque
segue a estrutura da visão { v s . 3-12) para audição ( v s . 13, 1 4 ) . A reca-
pituUção de aspectos da visão no v. 13 parece indicar que neste texto
oírfcí refere-se tanto aos santuários terrestre como ao celestial 2 2 ^ que
são atacados pelo poder do "chifre pequeno." Nesse sentido o v. 1 3 e u m a
transição do passado ao que ha de ter lugar no final Ho tempo quando as
300 "tardes-manhãs," como descrito no v. 14, chegou ao fim. No v. 14 o
_ . _ _ _ _ . o santuário terrestre porque o último
Havia sido fisicamente destruído em 70 A. D. N^sse sentido, o único santu
71
ário em existência no fim de tempo23^ e o santuário celestial.
- --—-* Nesta altura pode ser oportuno refletir sobre o aspecto cúltico
de qõde%, que explica adicionalmente o emprego deste termo, A mudança de
miqda% nos vs. 11-12 para qõçLzZ na audição parece servir a um propósito
adicional^ O propósito se torna evidente mediante uma investigação do Dia
da Expiação em Lev. 16. O termo qõdal é outro elo terminológico explícito
entre Dan. 8:14 e Lev. 16. Pode ser surpresa para um leitor casual .da Bí-
blia^que o tenno-chave para "purificação" do "santuário"23! no Dia da Ex-
piação em Lev. 16 seja o termo qõdeX.232 Parece, .que. qu&ndo um .hebreu, teji
4o—a-tr-âAíessado o ciclo ritual do ano litúrqico, que se concluía nos even-
tos supremos da purificação do .santuário233 no Dia da Expiação ouvia
n*Làda.q qõ&% (o santuario^sera purifica._d_Q...). associava essa função cem seu
conceito do Dia da Expiação.23^' Temos que notar também que o termo ^An^
e diretamente ligado com purificação i£ãk&i} em outro lugar."^ A língua
gem empregada eir, Dan. 8:14 sobre a "purificação" do "santuário" devia ev£
car associações litúrgicas, mais particularmente aquelas que tratam com "Õ
^a da Expiação^-- ou seja, as ideias de purificação, ajuste, justifica-
ção, e vindicaçao que envolvem tanto o santuário quanto o povo.
A questão da contaminação ou poluição do santuário não e expli-
citamente respondida em Dan. 8:9:12. Temos notado que o poder do "pequeno
chifre" em Dan. 8 em parte alguma é referida como tendo diretamente conta
minado ou poluído o santuário. Entre as atividades explícitas do "chifre
pequeno" não ha nenhuma que se relacione com uma contaminação/poluição do
santuário.
Os atos blasfemos do "chifre pequeno" incluem uma extensão de
seu poder sobre o povo de Deus na terra, o pisoteá-los mediante persegui-
ção (vs. 10, 24). O "chifre pequeno" ergue-se em exaltação própria ate o
Príncipe do exército e arroga-se as prerrogativas deste ultimo ao remover
dEle o serviço contínuo. O poder anti-Deus do "chifre pequeno" parece ser
capaz de fazer isso mais eficazmente mediante a introdução de um sistema
rival de serviço contínuo com todas as armadilhas mediatorias e- garantias
de salvação que apropriadamente pertencem ao Príncipe o em que Eleestaein
penhado no santuário celestial. Tendo introduzido tal contrafação, siste-
ma rival de serviço contínuo, e tudo quanto lhe pertence, os seres huma-
nos são atraídos a ele e assim não recorrem ao genuíno meio de salvação.
Dessa forma o "chifre pequeno" remove, no sentido de terminar o serviço
contínuo do Príncipe por aqueles que seguem o sistema nval de salvação,
e torna assim ineficaz o serviço contínuo para a salvação.
Pode-se possivelmente falar de uma contaminação indireta do san-
tuário celestial pelo "chifre pequeno" no sentado de que os pecados d a que
lês que uma vez confiaram no sistema de salvação falsificada são perdoa-
dos e confessados a Deus porque o genuíno serviço contínuo e reconhecido^
por seus méritos redentores. Esses pecados confessados contaminam o santu£
rio no céu tal como os confessados pecados dos antigos israelitas contami-
navam o santuário sobre a Terra^ Tal como o santuário terrestre^permane-
cia em necessidade de purificação dos pecados acumulados no período anual
precedente ao dia da expurgação/purificação -- o.Dia da Expiação (Lc-v.16)

72
-- assim o santuário celestial é referido como sendo "purificado" d.os pé
cados acumulados da época precedente que chega a um fim quando as 2.30D"
"tardes-manhas" terminam {Dan. 8:13, 14).
As atividades^judiciais-redentivas do Dia da Expiação no santu
ário terrestre em benefício do antigo Israel têm sua correspondente tipo"
lógica na atividade judicial-redentiva do santuário c&Fest^Tio- tempo do"
fim. Temos observado vários elos terminologicos diretos entre Dan. 8 e Lev.
16 que associam intimamente esses capítulos. A ênfase cúHica-judicial do
termo pz%a.c [transgressão) une Lev. 16, Dan. 8 e Dan. 9."° A expressão
(santuário) em Dan. 8:14 tem uma profunda analogia em Lev. 16. A
nnr riUdao (purificado) cem suas ricas ênfases semânticas
traz imediatamente à lembrança o aspecto de "purificação" do povcdeDeus
e;n Lev. 16:16, 19, 30.23? _Esses inegáveis elos tsrminolÕgicos são pode-
rosos indicadores das conexões conceituais e teológicas entre Lev. 16 e
Dan. 8. O que Lev. 16 descreve como o grande clímax de purificação, acer_
to, justificação, e vindicaçao para o antigo Israel no Dia da Expiação,
ao final do ano litúrgico, Dan. 8 descreve como o grande clímax para to-
do o povo de Deus numa escala cósmica, universal ao final desta era ~ a
introdução de uma nova era quando o reino de Deus somente existira.
Também temos repetidamente notado que ha vários elos terminolci
GIGOS e conceituais, bem como associações entre Dan. 8:13, 14 e outras ~
partes do livro de Daniel (Dan. 7:9-10; 13, 14, 21, 22; 9: 24-27; 12: 1-
4)238 e a liturgia hebraica (Lev. 16). No que concerne ao livro de Daniel ,
fizemos notar que o cap. 7 descrevo um "chifre pequeno" fazendo guerra
contra "os santos" ate que o Ancião de dias veio (v. 22a) e "assentou-se
o tribunal" (v. 26)239 em favor dos "santos do Altíssimo" (v, 22b).OsGj_
timos são vindicados no julgamento do tempo do fim e então chega "o tem-
po em^que os santos" possuem "o reino". Daniel 8:13, 14 completa a cena
do juízo de Dan 7.
A atividade judicial-redentiva descrita em Dan. 8:14 assinala
precisamente o início desses eventos que devem começar ao final das 2.300
"tardes-manhas" no "santuário" celestial e os compara com as atividades
do Dia da Expiação antitípico (Lev. 16) — a purificação, acerto, justi-
ficação, e vindicaçao tanto do santuário quanto dos santos. Essa ^
de .iudicial-redentiva do tempo do fim diante das inteligências do univer.
só (Dan^ 7:9-101 restaura o santuário a sua eficácia. (Dan. 9:24), tendo
o santuário sido atacado pelo sistema rival^do "chifre pequeno." Com ba-
se na atividade judicial-redentiva no santuário para o povo de Deus, Mi-
guel, "o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo" (Dan. 12:1;
cf. 10:12, 13, 21; 9:25; 8: 11), écapazde sair vitoriosamente no tempo
de angústia e livrar fisicamente 03 santos, "todo aquele que for achado
escrito no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns
para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno" (Dan. '12:lb-
2). ^u Evidentemente, o grande clímax^da atividade judicial-redentiva do
tempo do fim — purificação e vindicaçao, restauração e justificação —
afeta tanto o santuário cclcstiaKquanto os santos terrenos.
£ bom recordar que o tema de toda visão apocalíptica no livro

73
de Daniel dirigie-se ao mesmo grande clímax. Em Dan. 2 o grande clímax ^
atingido pela vinda da pedra "cortada sem auxílio de mãos" (vs. 34, 35),
que quebra a estatua inteira em pedaços e enche toda â Terra (v. 35), Eiff
tão o próprio Deus estabelece um reino que "não será jamais destruído; eJt
te reino não passará a outro povo" (v. 44). Sua magnitude e de proporções^
universais e o desígnio é de dimensões cósmicas. Em Dan. 7 as mesmas priP
porções universais e cósmicas são realçadas. O ataque do "chifre pequeno^
sobre o povo de Deus Ó interrompido ou seguido por um juízo celestial qu^
ocorre em favor dos santos^ Estes então se tornam herdeiros de "seu rei-
no" (v. 14) o qual possuirão "de eternidade em eternidade" (v. 18). Conft
quanto o juízo seja em favor dos santos (v. 22), seu subproduto e final A
mente o fim do domínio do "chifre pequeno" (vs. 26, 27).
Em Dan. 8 transferimo-nos novamente dos impérios mundiais par
focalizar o "tempo do fim" (v. 17). Apôs a visão do poder do "chifre pe
queno" (vs. 9-12), o enfoque central e atribuído ao grande clímax do te
pó do fim da atividade judicial -redentiva que se inicia aofinal das2.3(
"tardes-manhas" no santuário celestial (v. 14). Essa atividade envolve
tanto o santuário celestial quanto os santos terrestres em purificação,
acerto, justificação, e vindicaçao. •
Como na visão apocalíptica prévia, esta atividade tem_um
to sobre o "chifre pequeno" que será quebrado "sem esforço de mãos
nas" (v. 25). O enfoque da atividade cósmica de Deus ê sempre o mesmo. •
por Seu povo que ira possuir o reino eterno, mas tem também implicaçoe^
para as forças opositoras. Numa escala maior reconhecemos frequentemente
o grande conflito entre Deus e as forcas opositoras. Em seu sentido der*
rafeiro isto envolve vida e morte. Nesse sentido, a última grande sequ^£
cia apocalíptica de Dan. 10-12 novamente passa de impérios mundiais ao^
fim do tempo. Dessa vez, contudo, os resultados redentivos das cenas jtF
diciais-redentivas previas (Dan. 7:9-14; 8:13, 14) tornam-se evidentes^
mediante vitoria sobre o problema do pecado pela ressurreição dos santm
para a vida eterna (Dan. 12:1-4).
O livro de Daniel inteiro, com o cap. 8 ocupando uma
central, encontra seu clímax final na ressurreição do povo fiel de
Nesse momento uma ordem de existência inteiramente nova começa para o
vo de Deus. A morte e tudo quanto esta envolve e vencida de uma vez \f
todas. A neva era se inicia, e conhece somente o indestrutivo e eternc^
reino dos santos. Finalmente, o que é velho passou e o novo se introdu?.
Vida, realmente vida eterna, e assegurada ao homem. Deus demonstrou Ai
controle sobre o cosmos. *

** ** *-te **

74
REFERENCIAS E NOTAS

A. Lacocque, The Book of Daniel (Atlanta, 1979), p. 156: "To-


do mundo concorda que ha numerosos paralelos específicos com o capítulo
7 no capítulo 8.."

2 Dan. 2:28.

3
B. Hasslberger, Hoffnung i n der Bedrdngnis. Eine form-kritische
Untersuchung zu Dan. 8 und 10-l2~7"St. Qttlllen, 1977), p. 14, sugere que
í)an, 8^1 e o começo do capitulo. Isso dificilmente seria assim porque a in
formação geográfica de 8:2 está ligada a informação cronológica (cf. Dan.9~l
l, 2; 10:1, 2).

4G. F. Hasel, "The First and Third Years of Belshazzar (Dan.7:1;


8:1)," AUSS 15 (l 977):153-168. A sugestão de J. Baldwin, Daniel (Leicester,
1978), p. 155, de 550/549 A.C. deve agora ser transferida para menos dois
anos.
5
A única outra vez em que aparece em Dan. 8 e no v. 15 onde ou-
tra divisão começa.

K. Marti, Das Buch Daniel (TfJbingen, 1901), p. 63. Com a mesma


ênfase H. W. Obbink, Daniel (Grflningen/The Hague/Batavia, 1932), p. 115.

Ver G. F. Hasel, "Revelation and Interpretation in the Book of


Daniel," Ministry (Oct. 1974):20-23.

0. Pltíger, Das Buch^Daniel (GUtersloh, 1 9 6 5 ) , p. T_29 faz notar


que a frase "se refere a dias ainda mui distantes" refere-se á "ideia do
fim do tempo dos vs. 17, 19." A relação dos vs. 13, 14 com o v. 26 e real-
çada por J. Meinhold, Das Buch Daniel (NOrdl ingen , 1889), p. 311; J. A.
.'•iontgomery, The Book of Daniel (Edlnburgh, 1 9 2 7 ) , p. 352; J.Linder, Cpjmjen-
tarius in 1ibrum Daniel ( P a r i s , 1939), p. 350; A. Jeffery, "The Book of
niel," Interpreter' HTble (Nashville, 1956), VI:475, 483; etc.

Entre os proeminentes estão H. L. Ginsberg, Studies in Daniel


(New York, 1948), pp. 32-37; Lacocque pp. 156, 1 5 7 ) ; L. F. Hartman e A . A .
Di Lella, The Book of Daniel (Garden City, 1978), pp. 230-232. O último
segue Ginsberg, enquanto Hasslberger, Hoffnung in der Bedrflngnis, pp.17-
22, discorda e sugere que Dan. 8:11-14, 26a são secundários. Lacocque di_s_
corda de Ginsberg e outros alegando que 8:13, 14 5 genuíno.

10H. H. Rowley, "The Unity of the Book of Daniel, "Hebrew Union

75
College Annual 23/1 (1950/51 ) :233-273, provê uma critica dessas tenta t i
vás de divisão. A un.idade Dan. 8 ê também apoiada por F. Dexinger, Das
B itch Daniel u_nd__seine^ Problema (Stuttgart, 1969), pp. 27-29; F . Ntít
^IFTF^T^^r-TfBen^Fzíurrg, 1948), p. 6; E. W. Heaton, The Book
Daniel (Lon^cm, T9HF)7 p. 48; N. N. W. Porteous, Daniel A CotnmeTTfary
ladelphia, 1965), p. 120; Balswin, Daniel e outros.
-
Assim também Porteous, p. 120.
12
'Ver P. Jotion, Grammaire de l 'Hebrew b b l ique (Rome: Pontifi<m"
Biblical Institute, 1 9 7 4 ) , pp7~Tb27~5T; C. Bróckelmann , Hebraische Synt^
(Neukirchen: Neukirchner V e r l a g , 1 9 6 5 ) , pp. 75, 76; W. R. Harper, Elerne.W-
of Hebrew by an Inductive Method, rev. por J. M. P L Srnith (ChicagoT nTS
of Chicago Press, "l9"68), p. T7T7 M. Lambert, Tralte de Grainniaire H é b r a i u e
(Hildesheim: H. A. Gerstenberg, 1 9 7 2 ) , pp. 21T712T^~J7TmTTãrns7
Syntax: An Outline (Toronto: Univ. of Toronto Press; 1967), pp.21, 2'Z^l

13 '
Hartman e Di Lella, p. 2 3 5 . Cf. K e i l , p. 2 9 5 ; Pltíger, p. 12Ç
e muitos outros, l surpreendente que^esses estudiosos passem por alto qu<
problemas sintãtico-gramaticais. '
14Ha- alguns poucos manuscritos hebraicos que rezam m(mt um su
xo feminino, em lugar da redação masculina mhm na tradição massorética.
Neste caso a frase de abertura do v. 9 poderia referir-se tanto aos "qua^
tro conspícuos" quanto "os quatro ventos do céu." Sinteticamente a que
tão do antecedente seria neutro.
15
Ver nota 12 acima e R. Meyer, Hebr^ische Grammatik (terceira
ed.; Nerlim: W. de Gruyter, 1 9 6 9 ) , 11:86 # 5 9 . 1 .

W. H. Shea, Daniel and the Judgment (Washington, D . C . : Bibli


cal Research Institute, n.d. /TTDITÚTV P - 65.

1 7 Ver Isa. 62: Ib; 28:15; 4 2 : 4 ; 4 4 : 3 b ; S a l . 5 7 : 6 , 12; 108:6;


Jo 5 : 9 ; 18:10; Prov. 5 : 5 ; 2 9 : 3 . Cf. W. G. E. Watson, "Gender-Matched Sy-
nonimous P a r a l l e l i s m in the OT," JBL 99 (l 980):321-41 , e s p . 339 onde os
exemplos citados são mencionados.

Shea, p. 66.

Ibid.: " A s s i m e sinteticamente impossível que o chifre pequ£


no de Dan. 8 represente Antloco Epifânio.

M. SíJring, Horn-Motifs in the Hebrev/ Bj_b_le and Related Anci-


ent Near Eastern Literatura and~Iconography (dissertação ciou tora! , An-
clrews"OrTiversíty, Í980), p. 4fÕ.
76
?1
L. Kílhler and W. Baumgartner, Lexlcon i n Veteris Testamenti
libros (Leiden: B r i l l , 1958), p. 877. Daqui para a frente citado como KBL
22 W. L. Holladay, A Cgncise Hebrew and Aramaic Lexicon of the
01 d Testament (Leiden: B r i l l , 1971), p. 334. Daqui para a frente citado
como CHAUI

23R.Albertz e C. Westermann, "t Geist," THAT, 11:729;


cf. Holladay, p. 334.
24
E. Kautzsch e A. E. Cowley, Gesenius ' Hebrew Gramnar(2a .ed. ;
Oxford: Clarendon P r e s s , 1 9 7 0 ) , p. 440 (grifos d e l e ) .
2 1;
O leitor deveria observar que em Dan. 8:8 o numeral "quatro"
na frase "a notoriedade de quatro" (/iázô£ > oAbac) com a palavra "chifre"
omitida por elipse e masculino. O numeral feminino "um" (^atoií) no prin-
cípio do v 9 não pode referir-se ao numeral "quatro" por não ocorrer ha_r _
monia de género. Igualmente ^ahat "um," não pode referir-se em retroces-
so ao substantivo feminino hãzit, "notoriedade," porque sintatica e logj_
camente não faz sentido sugerir que o intento da frase de abertura do v.
9 e "do um," isto é, "da notoriedade de quatro (chifres) surge um chifre
da pequenez." Assim, permanecem os problemas: (1) Ambas as expressões, va_
lê dizer, "de um" (m-ór/iã^íi/iaÇ] e "precedente deles" [mS/iem) , sendo um f e_
mi n i no e o outro mascul ino, ' seriam forçadas a referir-se_aos "chifres"
que são somente termos femininos e nunca masculinos em género. Assim, ne
nhuma harmonia em género está vi^sta, excluindo-se isto como uma possibi-
lidade sintatica. (2) A repetição preposicional no v. 9 "de ... de" (nún
... m-tn) permanece sem explicação se se julga referir-se a frase "a noto_
riedade de guatro" mas adapta-se ã frase preposicional "para os quatro
ventos do céu." (3) E menos natural ter um antecedente que e omitido por
elipse como é a palavra "chifres" apôs a palavra "quatro." (4) E sinta ti
camente normal em hebraico que, o antecedente se.ia o mais próximo gramatT
cal . isto P "nç quatro . v entos do céu." e não algum mais distante, a me-
nos que a sintaxe ou sentido o requeiram

26 KBL, pp. 393, 94; CHAL, pp. 139-40.

27 K_BL, pp. 705-6.

28A forma c tacaílnãk, um hifil forma imp. do 39 f em. pi.

29
Lacocque, p. 159.

30 A LXX reza * c p a $ Ltíxwòv £ v "Um forte (poderoso) chifre," e


Teodocio tem somente uma diferente ordem de palavras

77
E da Vulgata mocUcwn que as versões inglesas obtém a
tradicional "chifre pequeno"." Ver Montgomery, pp. 383-84. ' f

32Ver R. Kittel, ed., Biblia Hebraica (3a. ed.; Stuttgart, 19g


e K. Elliger e W. Rudolph, eds., Bíblia Hebraica Stuttgartensia (StuttgP
1976) (daqui em diante citadas como BHK e BHS respectivamente). f
33 fl
Asssim corretamente concordam Meihold, p. 308; G. C. Aalder^
Daniel (Kampen, 1962), p. 174; E. J. Young, The Prophecy of Daniel (Grã™
Rapids, Mich., 1949), p. 170; PlíJger, p. 122; M. Delcor, Lê Ii7rè~de D3J
niel(Paris, 1971), p. 172; Hassleberger, p. 53. m
34A. Bevan, A Short Commentary on the Book of Daniel (CambricB
1892), p.131, argumentava que a preposição m-in em m-o6.óe-cx>àh. deveria M
abandonada para que -òecI/uiA, "pequeno, diminuto" possa ser lida. No nurfl
ral ^al-idt a letra "rfl deve ser inserida para que tenha a redaçao ^aíieA.
"outro" e a frase completa reze "outro chifre pequeno." Essa dupla eme
tem sido vastamente seguida: J. D. Prince, A Criticai Commentary on tfl
Book of Daniel (Leipzig, 1899), p. 241; R. TTTêssler, Das Buch D a n i e l *
"(ftien, 19KTJ, p. 72; Marti, p. 57; R. H. Charles, A Critica] and Exegetr
içai Commentary on the Book of Daniel (Oxford, 1929), p. 203; J. T. Nell
Daniel (Roemond-Maaseik, 1954), p. 95; Pltfger, p. 122; Hartman e Di Le^
"p7~2TT; Lacocque, p. 159; BHK e BHS. m
35Ver C. F Keil, Biblical Corr.mentary on the Book of Daniel Í
(Grand Rapids, Mich., 1949), p. 295; g7~5élírmTnn, Das BucTTDaniel"T^^tl
gen, 1894), p. 53; S. Tiefenthal, Daniel (Paderborn, 1895), p. 266; Yof
p. 170; Del cor, p. 174; Hasslberger, p. 8, vs. 22, 53.

3 6 Ver Dan. 9 : 22, 23; 10:20; 11:11, 14. '

37
E. Jenni, ">#i/a hlnausgehen, 1 1 T h e o l o g i s c h e s _H£navjçirterb<
zuni Alten Testament, eds. E.'Jenni e C. Westermann (Zurich," T$Ti), 1:7^
Fí; W. Baumgartner, Hebr^isches und aramáisches Lexikon zum Al te_n_Test]
_errt (Leiden, 1 9 7 4 ) , TITTOb-^QS (daqui em~dian'te citado como TiT/\T~e __
respectivamente.

38 Ver Deut. 20:1; I Crõn. 5:18; 2 0 : 1 ; Prov. 30:27; Amos 5:

39
O verbo e novamente um QaJL como nos casos anteriores.

4QHAL, 1:171.
41
L. Kflhler e W. Baumgartner, Lexicon in Veteri Testamenti
bros (Leiden, 1958), p. 171 (daqui em diãrTte citado como ÍBL).

78 •
fl
«
i
4?
Keil, p. 269; Meihold, p. 303; Bevan, p. 132; Behrmann, p. 53;
G. F. Moore, "Daniel 8:9-14," JBL 15 (1896):194; Hartman e Di Lella, 236.

43Deut.4:19; 17:3; II Re. 17:16; 21:3, 5; 23:4, 5; Jer. 8:2;


19:13; Sof. 1:5; II Crón. 33:3, 5; Isa. 34:4.

44I Re. 22:19; Nee. 9:6; II Crõn. 13:18; Jer. 33:22.


45 Ver M. Cogan, Imperial ism and Rellgion: Assyria, Udah and Is-
rael in the Eig_hth_and Seventh Centuries B.C7Er~[MTssoii1a', 19/4), pp. 84-
w. - - -
â f\m também Hasslberger, p. 55.

47Ver n9 24 acima.

48 Keil , p. 269; Young , p. 171.


49
3G. F. Hasel, "The Identity of 'The Saints of the Most High'
in Daniel 7," B i b l i c a 56/2 ( l 975) : l 73-1 92 .

Montgomery, p. 335.

Sintaticamente, as primeiras duas clausulas em 8:11 são clau


sulas verbais invertidas, o que significa que o objeto precede ao verboT
contrariamente ã ordem normal de palavras.
52 E o perfeito hifil de gàdcit que tem o sentido de "fazer-se
grande." Ver Hal , p, 172; W. L. Holladay, ed . , A Concise and Arama i c Le-
xicon of the TJTd' Testament (Grand Rapids, Mich.",~l"971 ) , p. 56" (daqui em
cíTãnte citado como
53Não ha necessidade de mudar a forma para o feminino
diz A. von G a l l , Pie Einhei tlichkei t dês Buches Danie] (Giessen, 1895),
p. 51; Moore, p. T97T Marti , p. 58!

Assim também H. Grotius, Annotationes in Vetus et Noyum Tes-


tamentum (London, 1727); Ephem, Conmentationos Daniel i i (174CT): Charles,
pT 204; Montgomery, p. 335; M. ATBeek, PãFlTanielT5ucTr(Leyden, 1935),
p. 80.

55I. Crõn. 16:15; 24:5; Esd. 8:24.

56Dan. 8:25; 10:13, 20, 21; 12:8.

79
57 - •
Lacocque, p. 162, esta correto ao assinalar a identidade d<^
Miguel com o Príncipe do exército, mas a inclusão do Sumo Sacerdote OniaP
III e infundada, pelo material. 0

Isso não significa que o "Príncipe do exército" seja uma figp


rã coletiva^que "designa a transcedente personificação do 'povo dos san-
tos'" como é sugerido por Lacocque, Daniel, p. 172. Não cremos que Dan. ^
se refira a uma figura coletiva, n9 Tl acima. 0
59
Ajudas 9, cf. I Tes, 4:16.
^
^

Hartman e Di L e l l a , _ p . 22, emenda sem^apoio de manuscritos ff


braicos para m4.kka.nno ou m-ómiefcõiio, "de sua posição," a fim de pÔ-lo erKP
harmonia com a interpretação de Antíoco. T a i s mudanças no texto são infiA
dadas.

Isto é apoiado pela LXX e Teodócio, ít' avròv e a Vulgata a*


tia tuJLit. ... •

62 •
Hartman e Di L e l l a , p. 2 2 2 , sugerem .£ã/uJn, "ele removeu." Vq*
nQ 42 ercima para a mudança adicional do texto que realizaram.

r "i ^^
A forma huAcujÁm (o qeAe.) é um hofal (Hontegcmery,Daniel , p.
340). O sentido ê "retirar" (KJ3L, p. 881) ou "ser removido" (l^TTp.3350
O Kíiíkíb e /icvuJn, um hifil da mesma raiz, com o significado de "retirar'W
(KBL, p. 881; CHAL, p. 335), conquanto um número de manuscritos hebraicS
apoiem a redaçao /íú/u-wi, um hofal com redação de todas as letras. £ a re0
dação que seguimos. A

Young, p. 172 _

°5Plí)ger, p. 120. *
r i: ^^
"SacrifTcio regular" (NASB) , "oferta regular" (NEB), ou al^P
semelhante. ' 0

67 _KBL, p. 1031. -

°Marti , p. 58; Montgomery, p. 336; A. Bentzen, Daniel_ (TíJbin™


gen, 1952), p. 70; Young, p. 172; Hasslberger, p. 100. Cf.~MTTÍã"strQw, •
Dictionary of the Targumim, the 7fl]_")ud Babl i and Yerushalmi ,. and Midrasjài
literatufe (N'ew York/1950), II: 1 $76-1677 . w~

F, Brow, S. R. Driver, e C. A. Briggs, A Hebrew and £/l2_i_iS'*


Lexicon of the OT {Oxford, 1974), p. 556 (daqui em diante citado como BTÍ%
Em seus empregos no VT tãirú.d e usado regularmente e setífexce-
ção tanto como um adverbio quanto como um adjetivo. \^-^

Ver Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, D.C.,


1955), 17:842. ~~

72BDB, p. 556: "continuidade." CHAL, p 391: "continuidade, não


cessação." G. Fohrer, ed. Hebrew and Aramaic Dictionary of the OT (Berlin/
New York, 1973), p. 302: ""continuidade, regularidade" (daqui em diante cj_
tado como HAD). ~
73 Por exemplo, Marti, p. 58; Montgomery, p. 336; Bentzen, p.70;
Clarles, p. 207; Porteous, p. 125; Plõger, p. 126; Hartman e Di Lella, p.
236; Lacocque, p. 159.
74 Entre os comentaristas mais antigos estão E. W. Hengstenberg
(1848), H. C. Haevernick (1832), R. Kranichfeld (1868)^ T. Kliefoth (1868)
e K e i l , p. 298. Entre os mais recentes expositores estão Young, p. 172;
H. C. Leupold, Exposition of Daniel (Grand Rapids, Mich., 1969), no. 347,
348; L. Wood, A Commentaryon Daniel (Grand Rapids, Mich., 1973), p. 215;
Baldwin, p. 157: "Por esta única palavra todo o sistema sacrificai esta
implicado." C. Boutflower, In and Around the Book of Daniel {London, 1923),
p. 17, n9 2.
75
Hartman e Di Lella, p. 236.

76
PlíJger, p. 126.

AntToco era apenas um dos 26 reis do quarto império sTrio, Ele


c parte de um dos quatro chifres, mas não um chifre separado e distinto.
Ver G. M. Price, The Greatest of the Prophets (Mountain View, Calif.1955),
PP- 166, 167.
78,AntToco e apenas um rei do chifre selêucida, enquanto os "chj_
fres" representam os "quatro reinos" (Dan. 8:22), o que implica qjje o no-
vo chifre que surge de modestos começos è" também um reino e não um simples
rei de um dos chifres-reinos. Para outras especificações em Dan. 8 sobre a
natureza do chifre que não se coaduna com AntToco, ver Seventh-day Adven-
tists Answer Questions on Doctrine (Washington, D. C., 1957"), pp. 327.

Não ha computação das 2.300 "tardes-manhas" que possa ser ha_r


monizada com os três anos de profanação do templo de Jerusalém (I. Mac.l:
54, 59; 4:52); somente dois anos são mencionados em II Mac. 10:2, ou a ex_
tensão total do reino de AntToco. Isso é inadvertidamente admitido; ver
Porteous, p. 127; Young, p. 174; Leupold, p. 335; Bentzen, p. 71;,Hartman
e Di Lella, p. 237. Cf. C.H.H. Wright, Daniel and His Prophecies (London, 1906),
p. 190.
81
80
Por exemplo, T. Newton, ^Ís_S£_rtations_on__th_e Prophecies
don, 1 8 3 3 ) » pp. 2 4 7 , 2 4 8 ; 1. B. P u s e y , DanJêTTFTe_PrpjíKeTT^yrnõutlí, ~
1804), p. 135; S. N. H a s k e l l , The Story of 'Daniel the Prophet (S. Lanças
ter, Mass., 1908), pp. 126, 127.

U. Smith, The Prophecies of Da_nieJ_ tind__Rove^U_tiqn (Nashville,


Tenn., 1944), pp. 159. Vo2; "P"ri"c7e, "pTTBT; S"0"A EitTle CommonYaTy, ;V:ii41; ^
D^ Ford, D_ajvi_eJ_ (Nasnville, 1973), pp. 172-T7í~cdmpartiTha da interpreta^
cão sobre Roma em suas fases paga e papal e ao mesmo tempo «firma uma .
aplicação i n i c i a l para AntToco e uma "apostasia final" no futuro. Ele e '
o único intérprete recente que indica as varias interpretações, isto é, 4
a preterista, historieista, e futurista pré-milenial as quais se posicio-
nam em, aparentemente, irreconciliável tensão umas em relação as outras.

S24 BC S43. . 4

J j Prict:, p. 1 7 3 . (

84
E. K a u t ^ s c h e A. E. C o w l e y , G e s e n i u s ' Hebrew Grampo r, 2ua. M
ed. (Oxford, 1970), p. 455. *
;- 5 tf
Assim também Aalders, p. 175; Hasslberger, p. 98. '
O^
NAS, B£S, T E V: "e arruinou o Templo." f
- sÍQ|
87 PlÔger, p. 120, Ele na verdade admite, porém, que o verbo «
nifica literalmente, "e foi lançado abaixo" {p. 122).
88 tfl
^Hartman e Di L e l l a , p. 222, altera o texto hebraico por rem^
ver inteiramente o verbo i^íioí&i:; e inserindo em seu lugar i^-tÕHõ-ó, "cojp
taminado." Essa enienda foi primeiro sugerida por Ginsberg, pp. 52-54. Taj^
to Ginsberg como Hartman e Oi Lella trabalham coni a hipótese de diferen-
tes fontes por trás de Dan. 3 e seguem comentaristas anteriores que ti-w
nham pouco respeito pelo texto hebraico. O desrespeito pelo texto hebrajjj
co não pode mais ser mantido com base nos materiais de texto sobre Da-
niel encontrados entre os Rolos do Mar Morto. Gs fragmentos de Daniel p^P
blicados apoiam seguramente o texto hebraico. Ver Ba;dwin, pp. 44, 45; £
G. F. Hasel , "Daniel Survives the Critics' Den," Minlstry 52/1 {Jan., _
1979):8:11; idem, "Is the Arama i c of Daniel Early or Late?" Ministry ^
53/1 (Jan. , 1980):12, 13. •

Ginsberg, p. 53, alega que sua emenda tutoiò que toma o


de io£/utó.£afc do texto hebraico significa "representa 'profanar" ..."
9"u[iHK e BHS. Um manuscrito babilonico-iemenita recentemente d

82
bliçado também da suporte ao texto massoretico; ver S. Morag, The Bookof
Daniel: A Babylonian-Yémenite Manuscript (Jerusalém, 1973J, p. 127.
91 Uma forma hofal no terceiro masculino perfeito singular
(BDB, p. 1021).
92A raiz trilateral e &tk que aparece no VT somente no Hifil
(112 vezes) e no hofal (13 vezes). Ver F, Stolz, " ^wltk hi. werfen,"
THAT, 11:916-919.
Q3
* Stolz, col. 916.
- (Exo. 4:3; 7:9, 10, 12), uma peça de madei-
94A vara de Moisés
ra {Exo. 15:15), tábuas de pedra (Exo. 32:19), uma linha de medir (Miq.
2:5), seres humanos mortos (Jos. 8:29; 10:27), etc. e vivos (Gen. 37:20,
22, 24; Exo. 1:22), etc.
qc
y°0s ídolos (Isa. 2:20; Eze. 20:7, 8), a lei (Torah) de Va.hiae.k
(I Re. 14:9; Eze. 23:35; Nee. 9:26), o pecado do hoi,:em (Eze. 18:31).

96Stolz, col. 918.

97Ver Sal. 71:9; 102:11; Jon. 2:4; Lam. 2:1; Nee. 9:11; II Re.
13:23; 17:20; 24:20; Jer. 52:3; 7:15; II Crôn. 7:20.
Qft
Assim também BDB, p. 1021; KBL, p. 978; HAP, p. 286. CHAL,
p. 373, oferece "ser derribado, tombado."
99Ha certos empregos no VT onde se pode distinguir entre senti_
dos literais e metafóricos; ver Isa. 2:20; Eze. 20:7,.8. Cf. Stolz, colT
917.

O hebraico mãhSn significa "lugar" em doze de seus treze em-


pregos no VT cora um emprego significando claramente "fundamento." Cf.
KBL, p. 521; HAL, p. 548.

A razão "para suprimir a palavra 71^ finãkõntf onde ela ocor-


re (v. llb )" (assim também Lacocque, p. 159, que segue Ginsberg.^p. 52)
jaz somente na tentativa de tornar posswel uma identificação próxima
com a atividada de AntToco.

102Hartman e Di Lella, p. 236.

103Ver I Reis 8:39, 43, 49; II Crõn. 6:30, 33, 39; Isa. 18:4;
Sal. 33:14.

83
104I Re. 8:13; II Cron. 6:2.

l° 5 eExo. 1ir5 : 1i?7 .

106Isa.
r A4:5.
c

1 0 7 Sal. 89:14 /15/; 97:2.

108Esd. 2:68.
109
O significado de fundamento aparece na frase "fundamentos da
terra" no Sal. 104:5.

Este ê o principal sentido deste termo no VT com seus 74 em


pregos (ver H . - P . Muller_, "lin? qdl heilig," THAT, 11:594). Mas restriti^
vãmente pode referir-se a cortina e altar (Lev. 2 1 : 2 3 ) , o SantTssimo den
tro do santuário (Lev. 1 6 : 3 3 ) , os utensílios sagrados (Nún. 10:21), ofe?
tas sagradas (Num. 18:29), o inteiro recinto ao redor e incluindo o sanr
tuario (Exo. 25:6; Lev. 12:4; 19:30; 20:3; 21:12; 26:2, 21; Num. 3:38;
18:1; 1 9 : 2 0 ) . Cf. KBL. p. 559'; HAL, pp. 591-92; BDB, p. 874.

Em Dan. 9 : 1 7 o santuário/templo terrestre esta em vista. Cf.


Dan. 11:31 .

11 2
Ver particularmente Sal. 68:35 (36); 96:6; e possivelmente
também Sal. 78:69; Jer. 17:12. Cf. M. Metzger, "Himmllsche und irdische
Wohnstatt Jahwehs," Ugarit-Forschungen (Kevelaer, 1970), 11:140; M. Da-
hood, Psalms (Garden CTtyTH.J., 196^70), 11:192.
113
Sal. 96: 6 e assim entendido por D. Kidner, Psalms 73-150
(London, 1975), p. 348.
114 De tempos em tempos e admitido por expositores que se abs-
têm de alterar o texto hebraico do v. l l c que "aparentemente AntToco não
derribou na realidade o tempo, ..." (Young, p. 172, cf. J. F. Wavoord,
Daniel , The Key to Prophetic Reypiatipn /'Chicago, 1971J, p. 187. Wood,
p. 2TS, também observa: "Conquanto falte evidencia de que AntToco real-
mente destruiu o_Templo como uma edificação, ele o profanou terrivelmen
te, ..." Estas são admissões tácitas de que a interpretação sobre Antio
co deixa a desejar quanto ã cumprir as especificações do livro de DanieT.
Ver n<? 59 a 61 acima e ter em mente as freqílentes tentativas de emendar
(alterar) o texto para fazê-lo ajustar-se.

1 1 5 Balclwin, p. 157.

84
O género dos verbos no v. 12 e novamente feminino. Isto sig-
nifica que "exercito" poderia ser o sujeito uma vez que as vezes e feminj_
no; ver Isa. 40:'2. Por outro lado, nos vs. 9, 10 o sujeito e "chifre"
(q&Lzn] que é feminino, e podo ser mais natural tomar "chifre" como sujej[
to por causa dos vs. 24, 25 onde ele apenas esta em vista, como concorda
Mcntgomery, p. 337; Lacocque, p. 163; Plííger, p. 122. Os que desejam to-
rnar ^aba3 , "exercito," como sujeito fazem-no devido a tentativa de harmp_
nizã-lo com a interpretação sobre Antíoco. Ver Hasslberger, pp. 102, 103.

O último substantivo é" ^eAe-ò que pode tanto representar "te£


rã" como "solo. "

A forma ZaXlc.k (hifil impf. fem. sing.) é alterada em dois


manuscritos hebraicos para talíak (hofal], um passivo (BHS) , uma harmoniza_
cão com o verbo no v. l i e , mas isto não e necessário.
1 19Montegmery, p. 338. Semelhantemente Meinhold, p. 309; Jeffe-
ry, p. 475; Leupold, p. 349; Aalders, p. 178; Delcor, p. 175; Hartman e
Di Lella, p. 226.
]2Q
Lacocque, p. 163.
19T
Marti, p. 59; Young, p. 173: "A VL. dade objetiva, manifesta-
da no culto de Deus. "
l 22O artigo diante de ^GDICÍ, "verdade," aparece em somente sete
empregos (Gên. 32:11; 42:16; Isa. 59:15; Zac. 8:3, 19; II Crôn. 31:20;
32:1) dos 127 no VT (H. Wildberger, " }DX mn fest, sicher," THAT, 1:182)
e em somente quatro de sete não e uma referencia a uma referencia anteri-
or (Gên. 42:16; Isa. 59L.5; Zac. 8:19; II Crôn. 31:20). Isto não signifi-
ca necessariamente que "verdade" e um termo abstrato (confirma Hasslber-
ger, p. 103) mas que deveria ser entendido em relação com o emprego desse
termo em Dan. 8:26; 9:13, 10:1, 21; 11:2.

A Jepsen, '^oman," Theological Dictionary of the VT (Granel


Rapids, Mich., 1974), 1:314; Wilberger, col . TUB^ '

Observe a associação próxima de "verdade" e totuik no Sal.


119:142, 151, 160 e também Dan. 9:13. Cf. Jeffery, p. 475; Hasslberger,
p. 104.
1 P1"!
Termos tais como .tórnê3, "ser imundo, contaminar" (CHAL» p.
124), çip&t II, "tornar (fazer) impuro, contaminar" (CHAL, p. 5JJTgo*al
"ooluição" (CHAL, p. 53) estão totalmente ausentes.
1 oc
Lacocque, p. 164.
85
127
R. Meyer, Hebraische Grammatik {Berlin/New York, 1966-72),
11:179; B PB. p. 724. ~ :™

1 9Q
Mk> P- 68°-
129
Meyer, p. 15.
l 30
BDB, p. 607; HAL, p. 613; CHAL, p. 222.

131 Mi» P- 630: " B1s wann? " HAL > P- 618; B D B, p. 607. Dever-se-
ia notar que no VT o adverbio interrogãTTvo de tempo e somente usado qua^n
to a tempo futuro. Cf. Hartman e Di Lella, p. 226: "Literalmente, 'Ate
quando a visão? '"

132 E. Jenni, "^ mata. j wann?" THAT 1:934.

133 HAL, pp. 248-249.

134 Ver n9 8 acima.


135
Bentzen, p. 71; semelhantemente Marti, p. 60; Montgomery, p.
343; Steinmann, p. 124; Porteous, pp. 126, 127; Plflger, p. 127; Delcor,
p. 177; Lacocque, p. 164: "A resposta no v. 14 é 2.300 tardes e manhas pe_
Io que deveríamos entender 2.300 duplos sacrifícios perpétuos diários, ou
1.150 dias"; Hartman e Di Lella, p. 227; Baldwin, p. 158.
l TC

O "e" e suprido em parênteses mas certamente entendido nessa


abreviada expressão "tarde-manhl" por causa de sua presença no v. 26.

137A. Rahlfs, Septuaginta (7ma. ed.,; Stuttgart, 1962), 11:918.

138£xo. 38-42; Mjm. 23:3-6; 29:1-6,16,19,22,25,28,31,34,38;


Esd. 3:3-5. Ver particularmente S. J. Schwantes, "C£REB ÍSÕQ.SR of Dan. 8:
14 Re-Examined," AUSS 14 (1978):375-386.

139Exo. 29:39; Lev. 6:13; Num. 28:4; II Re. 11:15; I Crôn, 16:
40; 23:30; II Crõn. 2:4; 13:11; 31:3; Esd. 3:3.

Esd. 3:3 -- "eles ofereceram ... holocaustos ao Senhor manha


e tarde." Cf. Schwantes, p. 381.

141Keil, pp. 302-305; Young, p. 174.

86
_ 2G.en. 1:5, 3, 13, 19, 23, 31; cf. Exo. 20:3-11; 31:15, 17. Pa_
rã a evidencia bTblica de que o dia era contado a partir da tarde» ver H.
?., Stroes, "Does the Day Beqin in the 'Evening or Horning?" Vetus Testanen
tum 16 (1965):460-475. " "

Keil, p. 303; Young, p. 174; Schwantes, pp. 384-385.

144Keil, p. 304.

14°Gên. 7:4, 12; Exo. 24:18; I Re. 19:S; etc.

146 João 1:17; Mateus 12:40.

V,!. H. Schmidt, Pie Schflpfungsgeschichte dor Priesterschrif b


(2d ed.: Neukirchen-VIuyn, 11T67) , p"7T8 , nO"T.

148E. Oenni, "jcm Tag," THAT, 1:710.

C. H. H. Wrigth, Daniel and His Prophocies (London, 1906),


Pp. 186, 187 declara: "Todos os esforços, todavia, para harmonizar o pe-
ríodo, seja apresentado como 2.300 dias ou como 1.150 dias, com qualquer
época histórica precisa mencionada nos livros de Macabeus ou em Josefo
tem-se revelado fúteis. ... O Prof. Driver e justificado ao declarar: 'Pa^
rece impossTvel encontrar dois eventos separados por 2.300 dias (6 anos e
4 meses) que corresponda, a descrição. 1 "

150Ver I Mac. 1:54, 59; 4:52.


151
Ver Eze. 4:6; Num. 14:34. Estas passagens indicam que um dia
em profecia simbólica representa um ano literal. Assim o perTodo de 2.300
dias, isto ê, dias proféticos, significa o mesmo tempo literal em anos.
Quanto Í aplicação histórica do princTpio dia-ano, ver L. E. Froom, Jhe
Prophetic Pai th of Our Fathers (Washingotn, D. C., 1954), IV:784-351.
152Ver a discussão do elo entre Dan. 8 e 9 em G- F. Hasel , "Re-
vslation and Inspiration in Daniel," Minsitry 47/10 (Out., !974):20-23.
153 -
A designação normal para " v i s ã o " em Daniel e o temui hazon,
wí possTvel palavra tomada por empréstimo do aramaico (M. Wagner,' Di_e_
lexikalischGn und gramrnatikalischen ~
Aramai smen" im ai tertostsment-1 icTíên
/Berlin/Mcw York, l5H^7~N9s. 91-98} ."que aparece em Dan. 1:17 ;
*rí, 2 (duas v e z e s ) , 13, 15, 17, 26; 9:21, 24; 10:14; 11:14.

1 ZA
IDH Dan. 8:15, 16, 26, 27; 9:23; 10:1, 6, 7 [duas v e z e s ) , 8:16,
18 onde mo^díi ou maJidk é empregada. A ultima palavra e utilizada somente

87
em Dan. 3:16, 26, 27; 9:23; 10:1.

155 Plíiger, p. 134, alega que "Dan. 9:23 e formulado dependendo-


se de 8^16." Semelhantemente Ginberg, p. 33: "Conseqiientemente 9:21/9:237
pressupõe o cap. B com v. 16 nele." Lacocque, p. 190: "O capítulo 9 pres-
supõe pelo menos_vs. '15, 16 do capitulo 8 que e um argu.Tionto de peso em fa
vor de um autor único para estes dois capítulos.

1^6 Ver J. Doukhan, "The Sevc-nty Weeks of Dan. 9: An Exegética!


Study," AUSS 17 (1979):4-G.

157 Ibid., pp. 10-13.

Ver L. H. Wood e S. H. Horn, The Chronology of Ezra 7 (2da.


ed.; Washington, D.C., 1970), pp. 91-116.
159
Ver n9 133 acima e n9 142 abaixo.

O principio diâ-ano de interpretação tem sido ligado a Dan.


4:16, 30 onde os "sete tempos" são compreendidos como "sete anos." Gera]_
mente Num. 14:34 e Eze. 4:5^6 são invocados para prover chaves para o mo_
-delo dia-ano de interpretação. Daniel 9:24-27 prove outra chave onde as
setenta semanas se tornam 490 dias literais ou anos proféticos. A prin-
cipal chave jaz dantro dos livros de Daniel e Apocalipse.

161A seqiiencia cad ... uww "até ... então." Cf. JuT. 1_6:2, J3DB,
p. 724. Pldger, p. 120, verte esta seqílência temporal como "apôs ... en-
tão."

_ 16^Ucocque, p. 164: "Os termos da pergunta apresentada pelo_vj[


dsntc não são reunidos dentro da gramática ortodoxa. Há artigos defini-
dos onde não deveriam estar, e estes estão ausentes onde deveriam compa-
recer."

°MontgoHiery, p. 341.

164Charles, p. 210; Leupold, p. 351; Young, p. 173; Hartman e


Di Lella, p. 226.

165Montgomeryi p. 341, traduz "o Constante." Young, p. 173, ve£


te o termo com "o ContTnuo."

°Ver também Schwantes, pp. 375-331.

fí8
Bevan,j>. 135, sugeriu que o particTpio de fum na formo de
(BHK. BHS), "e removido" (KBL, p. 831; CHAL, p. 335; HAD, p. 257)
deveria vir a seguir de fiaííamZcfTTle e acompInKãdo por vorTEa~T], p. 52,
e outros. Plflger, p. 122; Lacocque, p. 158, e outros não seguem es ta emen_
cia, Hartman
•i e Di Lella, p. 226, supre. o infinitivo /uW.i ou /t&s5A, "remo
_
ver.
l
Ver também Hassl berger, p. 105; PlÕger, p. 122.
169
Williams, pp. 10-11, 82 #489; Kautzsch e Cowley, pp. 247-
48.

170L. Kflhler, 01 d Testamenf Theology (Philadelphia, 1957), p.

171 KBU p. 785.

172R. Knierim, " Vtyopae^- Verbrechen," THAT, 11:493.

1 7 3 Ibid., col. 492.

174 -
Ver também os empregos em passagens culticas ou cultico-ju-
diciais como £xo. 34:7; Num. 14:18; Miq. 7:18-20; Sal. 32:1; I Re. 8:50;
Sal. 2 5 : 7 ; 51:3; Isa. 53:5; 59:12; etc.

1 7 5 Ver fixo. 3 4 : 7 ; Lev. 16:16; Num. 14:18; ! Re. 8:50; Isa. 43:
25; 44:22; Miq. 7:18; Sal. 32:1 .

176 Knierim, cols. 493-95.

O particTpio -óome^i tem sido tomado como um particTpio Polel


de m^orron (ver E. Ktínig, LohrgebMude der Hebrãischen Sprache /1831-1897/,
1:197; Behrmann, p. 55; MartTT?TT?rThar1es, p. 2lOT"CHÂL, p. 3 7 6 ) . Pa-
ra a versão "que causa horror," ver S. R. Driver, The Book of Daniel (Cam-
bridge, 1901), pp. 150, 151; BDC, p. 1031.
l 7R
H . H . Rowl ey , Darius the Mede and the Four Horld Empires in
^he Book of Daniel (Cardifí, 1964), p. 125. Observem-se as diferenças:
V -
Da n. 8:13 kapp(uac
11 9:27 lj.qq(L&2m
" 11:31 haX&<iqquA m^-í ornem
" 12:11

89
179A forma hitpael e empregada.

18Q CHAL, p. 376.

l fil
Daniel 8 : 2 7 com uma forma hitpael. Ver um emprego semelhante
no aramaico de Dan. 4 : 1 6 . Também Dan. 9 : 2 6 .

l ?,9
Daniel 9:17 com uma forma qat. Ver também "devastaçaV do san_
tuario que foi predita como punição para desobediência em Lev. 26:31.
l R^
Sobre a ameaça de juTzo, ver Eze. 20:36; 32:10; Isa. 6:11;
Jer. 4 : 2 7 ; 1 0 : 2 2 . F. S t o l z , "orái ímm tíde liegen," THAT, 11:970-974.
l
O infinitivo Qal £eí de na£&n foi emendado para v\ÁJMui (Ni-
fal), "foi estabelecido" (cf. BHS) , e tem sido associado com os termos
prévios para ter a redaçao "e uma abominação de desolação foi estabeleci-
da" (como von Gall, p. 52; seguido por Marti, p. 59; Bentzen, p. 56; BHS) .
Montgomery, p. 341, emenda para -teto e verte "o fazer ele o santuário. . . ."
Plttger, p. 122, sugere uAtaí, "e exposição de santidade." A tradução de
"a contaminação do" por Hartman e Di Lella, pp. 222, 226, para -tcí perma-
nece sem suporte lexicográfico (cf. KBL, pp. 642-643; CHAL, pp. 249, 250;
BDB, pp. 678-81). ~~

185 Marti, p. 59; Plíiger, p. 120; Hasslberger, pp. 106-107.

186 Marti, p. 59.


1 07
Hasslberger, p. 107.
l fí1^
'°°MUller, c o i . 594; KBL, p. 827.

189 Hailer, col. 592.


l QD
3 U Êxo. 15:11; Sal. 68:18; 77:14; cf. Isa. 52:10; Amos 4 : 2 ; Jer.
23:9; etc.

1 9 1 Êxo. 36:1, 3, 4, 6; Lev. 4:6, 12; 10:4, 17, 18 (2 vezes);


Num. 3:28, 31, 32, 4 7 , 50; 4 : 1 5 (3 v e z e s ) , 16; 8:19; 18:3, 5; 3 1 : 6 ; I C r o n .
22:19; 23:28, 32; 2 4 : 5 ; II Cron. 3 0 : 1 5 ; Isa. 43:28; 6 2 : 9 ; Mal. 2:12; Sal.
68:23 ( 2 4 ) ; 7 4 : 3 ; 2 0 : 3 ; 2 8 : 2 . Ver também £ x o . 30:13, 24; 38:24, 25, 26,
27; Lev. 5 : 1 5 ; 27:3, 25; Num. 7 : 1 3 , 19, 25, 31, 37, 43, 49, 55, 61, 67,
73, 79, 85, 86; 18:16. Observe em particular o emprego de qõdcJZ na passa^
gem do Dia da Expiação, L e v . 1 6 : 2 , 3, 4, 16, 17, 20, 23, 24, 27, 32, 33.

90
l 9?
'^Ver S a l . 60:6 ( 8 ) ; 6 8 : 2 ( 3 ) ; 102:19; 150:1; cf. a "santa ha-
bitação" de Deus no céu, Deu t. 2 6 : 1 5 ; II Crõn. 3 0 : 2 7 ; Sal. 68:6 ( 5 ) ; Jer.
2 5 : 3 0 ; Z a c . 2 : 1 3 . BDB, p. 871.

l Q "í
'^Exo. 2 6 : 3 3 , 34; 28:29, 35, 43; 29:30; 31:11; 35:19; 39:1,41;
I Re. 8 : 4 , 8, 10.

l 94
y Lev. 1 6 : 2 ; cf. Eze. 41 :21 , 23.

1 9 5 Lev. 21:6.

196 II Crõn. 2 3 : 6 ; 3 1 : 1 7 - 1 8 ; E z e . 8:28.

197Lev. 1 6 : 4 , 32; Exo. 28:2; Eze. 4 2 : 1 4 .

l 98
G. F. Hasel , The Remmant (2d. ed.; Berrien Springs, Mich.,
1974), pp. 232-248.
l 99
M. Dahood, Psalms I H (Garden City, 1970), p. 134, sugere
que a rima poética "seu santuário ... seu domínio" expressa "uma iauia
composta, 'santuário de domínio,' ..." sem nenhuma preferencia para Juda
sobre Israel .

2°°Cf- KBL' P- 82g; CHAL, p. 314.

Ver Hasel, "The Identity of 'The Saints of the Most High 1


in Daniel 7," pp. 176-185. Cf. R. Hanhart, "'Die Heiligen dês Hochsten 1
(Dan. 7, 21 , 25)," Vetus Testamentum Supplement 16 (1976) : 90: 101 ; V. S.
Poythress, "The Holy Ones of the Most High in Daniel VII," Vetus Testa-
mentun 26 (1976) :203-213.
?02 -
A designação comum e julgamento pre-advento.

A. Ferch, "The Judgment Scene in Daniel 7," publicado neste


volume.

O wow antes de qõdc* indica que é "correlativo ao 'e 1 seguir^


te (Montgomery,' p. 341; cf. HAL, p. 284; CHAL, p. 85: "a>£ . . .w£ ambos
. . . e") antes de ,

O substantivo miAtnãi», um denominativo de nm& , aparece no VT


em Isa. 5:5; 7:25; 10:6; 28:18; Miq. 7:10; Eze. 34:19.

91
207Isa. 10:6; 28:18; Miq. 7:10.
208 - -
O termo "purificado" e encontrado em traduções prévias a King
James como a BTblia do Bispo (1568 A. D.), BTblia de Genebra (1560 A. D.)»
Bíblia de Taverner (1551 A. D), Grande Bíblia (1539 A. D. } , Bíbliade Matthew
(1537 A. D), Coverdale (1537 A. D.), e Wycliffe (1382 A. D.).
209
A tradução latina na Vulgata reza mu.nda.b^tu/i, "purificado."
21 0
Tanto a Septuaginta como a versão de Teodocio rezam «aôapco-3
noíTQL "será purificado." Rahlfs, 11:918.
211
Para uma pesquisa das traduções em varias línguas, ver "On
Daniel 8:14" em Problems in Bible Translation (Washington, D.C. 1954), pp.
174-175.

Hartman e Di Lella, p. 222; Ginsberg, p. 52; F. Zitnmermann,


"The Aramaic Origin of Daniel 8:12," JBL 57 (1938):262.
213
Esta forma Nifal e um kapcut £e/)omenon; aparece somente uma
vez no VT.

214HartTian e Di Lella, p. 227.

2 l 5 Qal (22 vezes), Hifil (12 v e z e s ) , Piei (5 v e z e s ) , Hirpael


(l v e z ) . Ver K. Koch, "-piXàdq gemei nschaftstreu heilvoll sein," THAT,
11:507-530.

2 1 6 Ver KBL, pp. 794, 795.

217F. Maass, "Viati\*.rein sein," THAT, 1:646-652; J. Juste-


sen, "On the Meaning of Sãdaq'," AUSS 2 (1964JTKT

H. Ringgren, " Vna fãkoi, " Theologisches W^rtcrbuch- zun


Alten Testament (Stuttgart, 1978)', III:30"9, 313; Oustesen, p. 5^

219W. E. Read, "Further Observations on Sãçíaq," AUSS 4 (1966):


30.
220
Ver J. R. Zink, "Uncleanness and Sin," Vetus Testamentum 17
(1967):354-361 , esp. 361. ~~~
221
Ver n9s. 190-192 acima.

92
999
BDB, p. 842, da "ser justificado" para Dan. 8:14.

HAD, p. 232, tem "ser reintegrado a seu direito." KLB, p.


794; BDB, p. W.
224
CHAL, p. 303, tem "ser trazido (de volta) a seus direitos,
ser vindicadoT"
- -e universal com exceçao
225 Observe-se que o concenso do versão
de apenas uns poucos exegetas; ver nÇs 167-169 acima.
OOfT

Von Gall, p. 53, sugere o significado "altar" e aponta em


apoio de sua contenção Èxo. 29:37; 30:20, 29; 40:10. Deve, contudo, ser
observado com Hasslberger, p. 107, n9 53, que nessas passagens o aitar não
é designado com o termo qõd&>».mas com o termo m-ózbêa/i, "altar." O termo
no VT nunca tem o significado de "altar."
227
Assim jã a Septuaginta e TeodÓcio (TO õttov ), bem como to-
das as traduções antigas, ver n°s. 190-193 acima.

228Ver n9s. 173, 174 acima.


229 - - -
A ideia de que se refere ao santuário celestial não e total-
mente nova. Tinha sido sugerido no século dezessete por John Everard (ca.
1575-ca. 1650) (também chamado Ebrard) que os "contPMdos /"do v. 11 refe-
rem-se/ a acontecimentos celestiais, a uma remoção do sacrifTcio de dian-
te do trono de Deus e uma destruição de um santuário celestial" (cf. Keil,
p. 297). Isso parece será primeira identificação do "santuário" no v. 11
com o santuário celestial.
230Observe-se novamente a ênfase de que a visão tem que ver com
"o tempo do fim" (8:17), ou ao "deternnando tempo do fim" (8:19). Parti-
cular ênfase e dada ao aspecto da visão que trata das "tardes e manhas"
(8:26a) e que "se refere a dias mui distantes." Cf. Montgomery, p. 352;
Delcor p. 183.
9"3 1 __
As varias versões inglesas vertem qõdeX seja como "santo lu-
gar" (KJV, RSV, NASB),"lugar sagrado" (NJV), "Santíssimo" (TEV, MIV), ou
"santuãTToir71TAB71P , JB) em Lev. 16:2, 3, 16, 17, 20, 23,~Z7.
_

Uma vez a frase mi,qda% haqqodcZ aparece em Lev. 16:33 que e


vertida como "santuário sagrado" (KJV, NASB, N_AB), "lugar sagrado mais
interior" (NJV), "santuário" (RSV j", ou "TUgar SIntTssimo" (T£Vt NIV).
0-5O
J. Milgrom, "Atonement, Day of," IDBS (1976), p. 82, chama

93
o Dia da Expiação "o dia anual de expurgação.
73
" e v . 16:16, 1 9 , 3 0 .

235 -
I Cron. 23:28. Os levitas são encarregados da "limpeza de tu
do quanto e santo (ou de todo o s a n t u á r i o ) . " *~

2>;í6Lev. 16:16, 21; Dan. 8:13; 9:24.


237E impressionante que a Septuaginta empregue formas da pala-
vra grega kaMyV^izõ, "purificar," em Dan. 8:14 e Lev. 16, Uma^forma da me£
ma palavra é empregada em Heb. 9:23 onde se fala da purificação "das pró-
prias coisas celestiais."
OOQ
A. Feuillet, "Lê Fils de l 'homme de Daniel et Ia tradition
biblique," Revues Bibli que 60 (1953):197, 198, escreve: "Complementam os
três oráculos de 7:f3, 14; 3:14; e 9:24 cada outro e contribuem para ex-
plicar a mesma verdade? O inteiro santuário espiritual que Deus unge (9:
24) e assegurado da divina presença, graças à vinda nas nuvens do Filho
do homem (7:13, 14), e este e o modo em que Deus reivindica (8:14) o Tem
plojnaterial profanado por Antioco." Este autor sugere corretamente a re_
ilação essencial destas partes em Dan._7, 8, e 9, nas se perde em sua in-
terpretação espiritualizante do santuário em Dan. 9:24, e em sua inter-
pretação de Dan. 8:14, O problema parece ser o modelo de interpretação
com base em AntToco unido a uma exegese espiritualizada do santuário (co
mo povo) em Dan. 9:24.
239Baldwin, p, 149: "O cenário de Daniel 7 e julgamento."

Ver G. F. Hasel, "The Resurrection in the Theology of Old


Testament Apocalyptic,11 Zeitschrift f Ur ai ttestamentliche Uissonscnaft
92 (1980):267-284.

*********

94
envolve sangue se beneficiara de uma breve pesquisa de termos hebraicos
que descrevem a contaminação em suas varias conotações semânticas."" Isso
provera o contexto mais amplo no interesse específico daquelas passagens
que declaram explicitamente que sangue contamina.

A. Terminologia de Contaminação do VT

A língua hebraica emprega^ cinco termos específicos para contami_


nação. Os princípios de "contaminação" ou "poluição" ou "imundície", ou,
oposto a isso, os de "purificação" ou "limpeza" afetam virtualmente cada
aspecto da vida, pois a dicotomia entre o espiritual e o material e alheia
à Bíblia. O conceito holístico prevalece por toda a extensão e cobre cada
aspecto da vida, seja religiosa ou de outra natureza.
1. O Termo çõjíie,3 ( ÍSDU ).
O verbo -íojjie aparece no VT não menos do que 160 vezes. O adje-
tivo -tomep é usado outras 89 vezes.10 A forma verbal significa^ em . seu
tronco, básico (Q.&Í) ''tornar-se impuro." Em seus vários troncos e usado com
respeito a'seres humanos^''? coisas,^ particularmente a terra (Lev.l8:2õ5
27);\ templo. (Jer. 2:7; 7:30;*32:34; Sal. 79:1; Eze. 9:7; II Cron.36:14)
e_o aljtar (II Re. 23:16) ._Digno de nota nesta conexão é" o fato deque ! osa_n
tuário ( ou tabernáculo) e.referido como "contaminado" por Israel se eles
,-morrem em sua imundície sem trazerem um sacrifício (Lev. 15:31). Em outras
palavras, Lev. 15:31 realça que Israel deveria remover sua imundície por
sacrifício, "de modo que eles não morram em sua imundície e assim contami_
nem o meu tabernáculo que está no seu rneio."^
2. A raiz <içz ( y^â ).
Esta raiz habraica aparece 45 vezes no VT. Na forma Piei è" co-
nhecida somente seis vezes como ò-iqqaz com o sentido de "detestar, abomj_
nar,.,(como culticamente imundo)" em Lev. 1 1 : 1 1 , 13; Deut. 7:26; e Sal. 22:
25. Qu_5.ignif.i.ca "fazer-se, abom.inavel (como culticamente imundo)" em. Lev.
11:43 e 20:25.14 Q suostantivo $o.q<iz aparece 11 vezes com o sentido de
"coisa abominável "1 ^ e o substantivo ò^qqíiz, também derivado da mesma raiz,
e empregado 28 vezes com o sentido de "ídolo abominável" (II Re.^23:34; I
Re. 11:5; etc.) ou "coisa abominável (relacionada como culto pagão)" em
Na. 3:6.'6 Em Lev. 11:43 é relacionado com ún? e refere-se a algo que e_s_
ta totalmente separado de Deus.
3. O s u b s t a n t i v o túddãíi ( iTn ) .
"O substantivo túddãk aparece no VT um total de 30 vezes das quais
13 aparece em Lev. Significa "poluição" com referencia a "terra poluída"
(Esd. 9:11) ou "abominações" no que se aplica ao culto idolãtrico (Esd.9:
11) e tem que ver com a poluição ou contaminação causada pelo sangue no
parto (Lev. 12:2ss.) ou o sangue de menstruação (Lev. 15:19-30). 17

95
CAPITULO IV
SANGUE E SACRIFÍCIO! PURIFICAÇÃO
*
E CONTAMINAÇÃO
> POR SANGUE

I . INTRODUÇÃO

O tema do sangue na Bíblia é um que tem recebido muita atenção


segundo varias perspectivas J .Não e nosso propósito investigar os 360 em
pregos da palavra "sangue" (em hebraico dam] no VT.2 Mesmo umestudocom_
pleto dos 103 empregos do sangue sacrificai^ nos desviaria muito para o_u
tros campos de estudo. Nosso objetivo é mais modesto, contudo, não menos
significativo. Deveremos investigar (1) a questão dos aspectos de purifi_
cação e contaminação do sangue, (2) a ideia de sangue sendo o "veTculo"
que transfere pecado, culpa e contaminação do ofertante a área do santu£
rio e ao próprio santuário.
Podemos tentar trazer a questão em foco citando diferentes idéi_
as, cada uma das quais reflete alguma compreensão sobre a função do san-
gue. E. G. White^declaroude..modo inequívoco: "Por esta ^cerimonia, /o tra
zer sangue e espargi-lo diante^do. véuj mediante~o s"angue," o pecado era fT
guradamente. transferido para o santuário. Nalguns_.,casos_o sangue não era
lèva~cfo ao lugar santo; mas a carne deveria então ser comida pelo sacerdc)
te, ..."4 'A opinião de que sangue e um agente para a transferencia de pe_
cado ao santuário do sistema mosaico é.comum entre os adventistas do sé-
timo dia.-, Neste contexto, sangue e as vezes designado como "sangue ca_r
regado de pecados."6 Nem todos concordam sobre este ponto.
Ouve-se o &£oga.n: "O pecado contamina, o sangue purifica." As-
sim e dito que o sangue de um sacrifício nunca contamina,_ele e sempre
"apresentado como purificando, ..."7 A ultima alegação não é correta a_b
solutamente. O sangue não é sempre apresentado na Bíblia como tendo uma
função purificadora. O artigo recentemente publicado sobre "sangue" no
mundialmente famoso Theological Dictionary on the Old Testament declara:
"No VT sangue pode contaminar (Isa. 59:3; Lam. 4:14) ou purificar (Lev. .
i4:14,~49ss.}. Sangue que contamina linclui(particularmente o de menstrua
cão (Lev. 15: 19ss.; 18:19; Isa. 64:5 /B7) e do parto (Lev. 12:2ss.).ltír
Examinemos o aspecto de contaminação do sangue em maiores detalhes.

II. CONTAMINAÇÃO POR SANGUE NA BÍBLIA


Nossa discussão da ideia de contaminação no que se relaciona e
4. A raiz g 5 i II (II'?^' ).
O verbo §õ?oJt aparece somente 11 vezes no VT. Na forma Nifal
significa "tornar-se imundolS ou,..impuro"'9 em Isa. 59:3; Sof. 3:1 e Lam.
4:14. Em Mal. 1:7 é empregadora forma,PieLe_signi_f_i.ca -"contaminar, tor
_nar (culticamente) .imundo^O ou._impuro."21 ^A ideia de "tornar-se (curti"
camente) imundo ou impuro"22é atestada também na forma Pua! em Mal. 1:7,
12; Esd. 2:62; Nee.7:64.-3A forma Hitpael significa em Dan. 1:8 "tornar-
se contamiando (cul ticamente ). "24 Em Nee. 13:29\o^substantivo..go'5a£ sig
jnifica "poluição." Nos casos do verbo significa invariavelmente um tran-
sitivo ".tornar-se imundo ou .,impuro. "25
5. A raiz kW ' ( >VH K

A raiz litt é um termo muito fecundo no VT e aparece em suas fo_r


mas verbais26 não menos do que 134 vezes.27 Uma das conotações semânti~
cãs dominantes e o de profanar/profanação ou i/ijuriar/injúria. 28 ^£__ ,._em_
.pregado com respeito ã profanação ou desrespeito ao ""nome de Deus"29 ou
.ao próprio Deus.30 Aparece com referencias ã profanação ou desrespeito
a terra.31 A profanação/violação do sábado desempenha um papel especial.
Do ponto de vista da l i t u r g i a é importante observar que o aitar
pode ser. profanado/injuriado-mediante o emprego.-de. uma ..ferramenta metáli-
ca.33 Em Ezequiel a profanação/injúria do templo e sete vezes realçada.34
O fato de que o santuário pode ser "profanado/injuriado" já e explicita-
mente afirmado em Lev. 21:12, 23 e também em Sal. 74:7, bem como em Mal.
2:11. O envolvimento direto de Israel na profanação/injúria do santuário/
templo e destacado varias vezes (Lev. 21:12, 23; Mal. 2:11; Eze. 23: 39;
44:7).
Esta breve investigação da terminologia de contaminação e suas
nuances semânticas revela alguns conceitos fundamentais. £ evidente vez
apôs vez que ha grande reticência no VT ao falar sobre a contaminação/
profanação do santuário/templo. Deveriam observar nesta conexão que o VT
falo explicitamente em virias ocasiões de "contaminação" do santuário ou
templo. [ Quando o faz, "pecados ousados" estão .envolvidos._tai.s_como_sacri_
f Tc i o dê crianças a Moloque '(Lev. 20:3; Eze. 23:29} f' /idolatria...em. seguir
as abominações de outras religiões (Eze. 5 : 1 1 ; 9:7; II CrÕn. 36:14; Jer.
7:30; 32:34) ,J 'recusa..em aceitar a provisão ..de^ purificação no caso de con
taminaçao por tocar um ,cadáver^ (Num. 19:20); colocar_co_i_sas_abomi'navei s~
no templo {Jer. 7:30)'í l.e por sacerdotes rebelcfés~"(Sof. 3:4).35 Estes são"]
'atos de rebelião com consciente e voluntária recusa em seguir as instru-'
coes de Deus. Esses atos de rebeldia ou desafio^sao "pecados ousados" pá
rã os quais nenhum sacrifício pode expiar e estão assim separados tanto
dos pecados voluntários e involuntários para os quais Deus proveu meios;
de expiação sacrificai nos regulamentos levTticos.
Essas distinções são fundamentais para uma correta compreensão
do relacionamento de contaminação no VT e o sistema sacrificai do VT. O
estudo da linguagem sobre contaminação revela seu emprego predominante
com rebeldia, idolatria, perversões, etc. Essas associações revelam tam-

97
bem a reticência do VT em empregar terminologia sobre contaminação direta
mente para a função de sangue sacrificai e a contaminação legal do santuã"
rio ou templo.\ sangue desempenhava um papel fundamental na contaminação"
legal do^santuario/templo porque sangue é o agente que transporta~o peca-
_ do/culpa"do ofertante que o havia transferido ao animal sacrificai median-
te a" imposição de mãos. A necessidade vital de pureza e separação da imun
dície e declarada como segue em Lev. 15:31: "Assim separareis os filhos dê
Israel da sua imundícia, para^que não morram na sua imundícia, contaminan
do o meu tabernáculo, que esta no meio deles." ~~
Tendo feito notaria reticência do VT em falar explicitamente da
contaminação legal do santuário/templo nas regulamentações designadas da
liturgia, temos a destacar, contudo, que esta implicitamente realçado que
o santuário/templo foi contaminado durante os serviços prévios ao.DiadaEx
pi'ação.\ ritual _do Dia da_ Expiação afirma diretamente e de modo inequTvõ"
"co que expiação e efetuada pelo santuano que foi contaminado pelo esparr
gir de sangue, por.causa.das...contaminações e impurezas (tãm£*) dos israe-
l_itas_(Lev. 16:16, ;9).

B. Contaminação e Purificação Por Sangue

j- E já evidente que sangue (dam) tem significativas relações no VT.


1 Não é necessário para os propósitos deste estudo analisar o sentido ritual
e função do sangue no antigo Oriente Médio em geral. Um estudo dessa natu
reza recentemente concluiu que "a atitude hebraica para com o sangue é s i n"
guiar.1'35
—•=* i No VT sangue è" ambíguo no sentido_de que pode ter uma função con
taminadora e purificadora.37 ^Nossa atenção deve agora volver ã função colí
taminadora de sangue. 'A "função condenatÓria"3tí de sangue e evidente pe-
las_repetidas frases "seu sangue será sobre sua cabeça /sobre elej" sobre
'eía^Jl^S \ derramamento de sangue em homicídio e um dos maiores pecados.
Esse sangue derramado Í-.visto como ."o sangue ZqueJ profana a terra (Num. -
35:33;" Sal'."'106:38). "^O .0 crime de-derrarnamento de sangue "no'homicídio
somente podia ser expiado..quando o-sangue do assassino fosse derramado
• (Gen. 6;9;"Núm. 35:31ss.}.1 O "simbolismo. mais negro de sangue"41 transpa-
rece de modo inequívoco.
Faremos menção agora de cada texto no VT em que sangue e referi_
do como contaminador, poluidor, OL( semelhante. Agruparemos esses textos
segundo os termos hebraicos para contaminação que tem em comum.
No "Cântico do Arco" e dito que "foi profanado o escudo dos va-
lentes (g*-£)42 ... sem /com o_7 sangue dos feridos" (II Sam. 1:21, 22). E_s
• te texto afirma que sangue derramado em guerra contamina os escudos dos
guerreiros. Outro exemplo do lado contaminador do sangue é encontrado no
livro de Isaías. O profeta afirma que "as vossas mãos estão contaminadas
(g*í] de sangue, e os vossos dedos de iniquidade (Isa. 59^3). A linguagem
'reflete quase palavra por palavra Isa. 1:15: "As vossas mão estão cheias
de sangue." E difícil separar os aspectos morais dos cúl ticos no emprego
do verbo "contaminar" em I sã." 59.4^ No. v. 2 a acusação e dirigida a Is
rael de que suas "iniquidades fazem separação entre vos e o vosso Deus;"e
os vossos pecados encobrem o seu rosto de vos, para que vos não ouça."
Sangue aparentemente refere-se ao assassTnio (v. 7)^ mas isto não e l i m i n a
o__fato de que a contaminação e tanto moral quanto cúltica. E! por esta .ra-
zão que as mãos e assim as pessoas são "contaminadas" com sangue do que foi
derramado.
A^terceira passagem em que o verbo "contaminar 11 (g'£) e emprega
do em conexão com sangue esta em Lamentações, t dito que "andam contamina^
dos de sangue; de tal. sorte que ninguém lhes pode tocar nas roupas" (LamT
4:14)-. Por esta razão clamavam ã__maneira dos leprosos: "Apartai-vos, imu_n
dos! apartai-vos, apartai-vos, não toqueis,"1 (v. 15}.. O sangue sobre os s^õ
breviventes fê-los imundos bem ao modo em que um leproso era imundo. O corí
texto cúltico-ritual de contaminação de sangue e evidente.
Há mais duas passagens em que sangue e referido como contamina^
do, ou mais especificamente como "poluindo." A forma verbal empregada è~'
kançpn. Cm Num. 35:33, 34 Israel recebe a ordem: *'Náo profanareis {(mg hÀ.$.)
.A à tev"ra em que estais; porque o sangue profana . f /w p k-i&.) a terra; jienhu-
ma_expiação se fará pe.la terra_ por _causa_do_sangue.que. nela._for. derramado,
~~ senão com o sangue daquele .que .o derramou. Não contaminareis (ím*), pois,
a \erra na qual vos habitais, no meio da qual Eu habito; pois Eu, o Senhor,
habito no meio dos filhos de Israel." Esta passagem e importante porque
(1) demonstra que o sangue "contamina"; (2) indica a associação semântica
de "contaminar" (ím3) e "profanar, poluir" (Jjwjí); e (3) limita a função
expiatória de sangue no caso de um crime capital. O próprio sangue do as- j
sassino deve-ser derramado. "~ ; ~
O me,smo termo para contaminação por meio de sangue aparece no
Sal. 106: 38: |"A terrajfoi ^contaminada com,sangue." O contexto aqui indi-
ca que o de^ramar^de sangue inocente de" crianças sacrificadas "aos ídolos
de' Canaa" (vs. 35-37) é assassínio. ,-\-*
As passagens investigadas até aqui falam de sangue como sendo
capaz de "contaminar" (35£) e "poluir" (/mg) Em cada caso i o sangue de
seres humanos que foram mortos em guerra (II Sam. 1:21, 22), ou assassina_
dos (Isa. 59:3; 1 : 1 5 ; Lam. 4:14; Num. 35:33, 34), ou sacrificados a Tdo-
los (Sal. 106:38). Essas associações de contaminação/poluição operadas por
sangue (1) afirmam que sangue tem uma função contaminados e (2) jã provê
um indTcio para a virtual falta de explicita menção da contaminação legal
do santuário/templo por meio de sangue na liturgia sacrificai.
Contaminação por sangue vem ã" cena tembém noutra relação. "San-
gue que contamina i n c l u i ... particularmente o sangue de menstruação (Lev.
15:19ss. ; 18:19; Isa. 54: 5 /"6J7 ,e de parto (Lev. 12:2ss.)."4b Entre as
fontes de contaminação no sentido de imundície estão os fluxos corporais
(Lev. 15:1-33). Uma mulher que tenha fluxo durante seu período regular
"estará sete d i a s na sua menstruação (v. 19). Tudo em que ela se sentar
ou quem quer que toque no que ela se assentou serão imundos. A mesma imun

99
r,-<s

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dície será causada por um fluxo de sangue corporal fora do período regu-
lar da mulher ou não durante seu período (Lev. 15:°5-30). Contextualmente
essa imundície afeta o culto, como o v. 31 indica.^ 0 Tal contaminação é
como o pecado, mas ^ainda não equiparada a pecado. Uma pessoa assim conta
minada por^sangue não e aceitável para uma cerimonia religiosa até que ã"
contaminação e'imundície sejam removidas. Novamente a contaminação por sa_n
gue relaciona-se com a liturgia e a atividade religiosa. Isto e evidente"
na instrução sobre a imundície da mulher apôs o parto (Lev. 12:1-5).' A no_
vá mãe não vira ao santuário durante o tempo em que devera "purificar-se
do seu sangue" (v. 5). Durante esse período pos-natal a mãe permanece
imunda. "A'escolha de termos £em Lev. 12:1-57 Í claramente determinada me
diante os eventos durante e apôs o nascimento nos quais sangue é concebi-
do como o agente contaminador. "47 .- Esses são exemplos de contaminação^em
questões de contaminação por sangue que não envolve atos de pecado. Há ca_
sós de contaminação l itúrgica.^8 " ~
Resta-nos apontar dois exemplos que implicitamente afirmama_fun_
cão cpn_ta_nnnador_a de sangue .no_.x;ul to israelita. A ordenança da novilha ve_r
malha em Num. Í9H-10 é particularmente instrutiva. O estatuto ordena que"
o sacerdote tomaraj'do sangue com o dedo, e dele espargira para a frenteda
tenda da congregação sete vezes" (v. 4). "Mediante o espargir.do sangue a
imolação tornava-se um sacrifício, sendo assim trazido a uma relação com
Vahnjc.il e o santuário. "49 Nesta oferta, o sangue, que era geralmente der-
ramado ao pê do altar do holocausto, era queimado juntamente com o restar^
te (v. 5), de modo que as cinzas a serem obtidas fossem impregnadas com
sua substancia. O sacerdote que assistia a queima (vs._6, 7) e o homem l im
pó que reunia as cinzas (vs. 9, 10) seriam imundos "ate a tarde" (v. 10).
Haveria aqui indicação de que a pessoa que lidava com a substância impre£
nada de sangue ou o sacerdote que lidava com sangue aspergindo-o tornavam
se contaminados por sangue?
Um exemplo mais claro vem de Lev.^6:24-30 que envolve "a lei da
oferta pelo pecado" (v. 25) que "se comera no lugar santo, no pãtiodaten_
da da congregação" (v. 26). Concernente a sangue o seguinte e declarado:
""Se espargir ajquern do _seu sanaue_...SQbre a sua veste, lavara aquilo., sobre
que caiu, no. lugar ..santo"-(v. 27). Conquanto não seja explicitamente de-
clarado que o_sangue contamine ou torne imundo, a intenção segue nessa dji_
reção. A menção explícita da lavagem ritual num lugar santo parece dar
apoio a isso.
Tais exemplos de contexto e implicação cúlticos aproximam-se
bastante da sugestão de que o sangue do sacrifício realmente contamina.
Em Lev. 6:30 e explicitamente declarado que o sangue da "oferta pelo peca_
do" e levada ã tenda da congregação "para fazer expiação no santuário."
Temos descoberto novamente, como invariavelmente nas regulamentações cúl-
ticas, que o sangue afeta a expiação ou purificação para o pecador porque
parece servir como o agente que transfere o pecado ao santuário.

I I I . O RITO DA MANIPULAÇÃO DO SANGUE SACRIFICAL


Vários ritos de manipualação de sangue são conhecidos nos sacri_

100
fTcios do VT. Durante os serviços diários outros que o Dia da Expiação, ma
nipulaçòes de sangue eram praticadas em conexão com a oferta pelo pecado'
(íiattã^íi) , oferta pela culpa (^oíaw), e holocausto (cctãk] .
Não será" necessário recordar aqui os procedimentos do rito da i m
posição de mãos que transferia pecado/impureza e culpa ao animal sacrifi"
cal (cf. Lê. 16:21) a carne do qual é daT portadora do pecado (Lev. 10:16-
18). O animal sacrificai substituTa o ofertante ao ser sacrificada como
seu/sua substituto (a). O animal sacrificai substituía o pecado, ponalida
dês e punição do ofortante. Sacrificado o animal sobre o altar, seu san~
gue era então recolhido pelo sacerdote que, por seu turno, empenhava-se
nos ritos de manipulação de sangue. Isso deve merecer agora nossa aten-
ção a fim de determinar sua função e significado.

' Terminoogia

A língua hebraica tem dois termos principais que são empregados


para expressar a manipulação do sangue sacrificai na liturgia. O verbo
zaiaq I aparece no VT 31 vezes e leva o significado básico de "espal har"50
ou "lançar. ' Um emprego ma^s proeminente é a aspersão cúltica de san-
gue sobre o altar em 23 ocasiões. 5 ^ O segundo verbo é nãztlíi que aparece ,
22 vezes com o sentido de "ser aspergido, borrifado ( intransi tivo) . "53 p0- l
de ser v -digno de nota que o-termo anterior (zãtãç) é "empregado somente, no '*'"''
sentido geral de espargir ou lançar sangue sobre o altar enquanto o u l t i -
mo termo nttiã/i é u t i l i z a d o para as detalhaaas descrições do rito de san-
gue em varias descrições sacrif icais>

B. Os Ritos de Manipulação de Sangue

l . Q Firmar da Al iança
f~
Dentro do contexto do firmar aliança Moisés tomou metade do san
gue de holocaustos e ofertas pacíficas e "espargiu (znq) sobre o altar""
(Exo. 24:6) e então a outra metade ele "aspergiu (ZA.Q) sobre o povo" (v.
3). Esta e a única ocasião em que o povo foi aspergido com sangue.

2. Consagração do Sacerdócio e Dedicação do Santuário

Por ocasião da consagração .dos sacerdotes .parte ."do sangue do no


v i l h o " foi colocado "sobre os chifres do altar" e "o restante do sangue""
derramado "ã base do altar," (£xo. 29:12) enquanto parte do sangue do .ca_r
neiro o oficiante devia jogar "sobre o altar ao redor" (v. 16). O sangue
do outro carneiro é para ser usado para tocar a ponta da orelha direita e
também sobre o polegar das suas mãos direitas e sobre o polegar dos seus pés
direitos" enquanto "o restante do sangue" devia ser lançaçlo (z-iq] "sobre o
altar ao redor" (v. 20). Parte do sangue é também para ser "espargido"

101
(nzíi) sobre as vestes do sacerdote e sumo sacerdote para consagrá-los (v
21; Lev. 8:30-) .;' Nesses acontecimentos a consagração de Israel e o sacer-
dÕcio^arõnico estão respectivamente em foco. Isso também se aplica a de-
dicação do santuário (Lev. 8:19, 24; 9:12, 18). '<

3. Manipulação de Sangue em Sacrifícios Expiatórios

As leis concernentes aos vários sacrifícios contém explícita


instrução com respeito as manipulações de sangue. A lei do "holocausto"
(co£a/i) especifica que os sacerdotes "apresentarão o sangue, e o c-spargi
rã o {zsiq} ^àQ redor sobre o altar que esta diante da porta da tenda da co"n
gregaçao" (Lev. 1:5; cf. v. 11). Isto também era feito do mesmo modo com
os sacrifícios pacíficos (ietõm-u/i, Lev. 3:2, 8, 13; 9:18) e â oferta pe-
lo pecado (Lev. 7 :2) ,
A manipulação de sangue com respeito a oferta pelo pecado
(/u, £££*.£) é significativamente diferente. Estamos aqui particularmente in
tèrèssados na oferta pelo pecado que tinha intenção de expiar certos pe-
cados dos israelitas.^
A prescrição legal em Lev. 4 descreve o "pecado por ignorância
(4:2) do indivíduo (4:2-12), da comunidade (4:13-21), do "lider" (4: 22-
26), e do "israelita comum" (4:27-35). Os elementos comuns nessas quatro
prescrições são (1) a natureza nao-intencional e involuntária do pecado e
(2) que uma "oferta pelo pecado (l\a£tã.*t} deve ser trazida "para fazer ex.
piaçao" e assim conceder perdão (4:20, 26, 31). ; A diferença jaz no fato
de que o ',&£&?£ do "lider" (4:22-26) e do "israelita comum" (4: 27-35)
(1) não prescreve a queima de parte do sacrifício fora do acampamento (4:
26, 31; cf. 4:12, 20) e (2) náo prescreve o levar do sangue para dentro
do santuário para aspersão perante o altar e sobre o altar de incenso (4:
6, 7, 17, 18; 4:25, 30). No último caso é dada a instrução: "O sacerdote
com o dedo tomara do sangue da oferta pelo pecado, e o porá sobre os chj_
fres do altar do holocausto: e todo o restante do sangue derramara a ba-
:c- do altar do holocausto" (4:25, 30).
Há assim evidência interna de que há dois tipos de "ofertas pé
Io pecado," que diferem em suas manipulações de sangue e emprego da car-
ne. Um tipo não é inteiramente queimado e a manipulação de sangue e l i m i
tada ao altar de oferta queimada diante do santuário. JDbserye-se -^e o uT
tar de holocausto era uma parte do santuário, conquanto jazesse em fren-
te dele.jO Sangue espargido sobre seus. chifres indica que o pecado/conta_
minaçao e culpo 'que levava era trazido â presença de Deus. O resultado
era que o ofertante é purificado.
Em Lev. 10:16-20 luz adicional e derramada sobre esta .
porque quando MÒ"riès~~ estava preocupado com respeito ã" vitima, perguntou
a Aráo e seus filhos: "Por que não comeste a oferta pelo pecado (ha£tâ*
no lugar santo? pois coisa santíssima e: e o Senhor a deu a v6s_ outros,
para levardes a iniquidade da congregação, para fazerdes expiação por
eles diante do Senhor. Eis que desta oferta não foi trazido o seu sangue

102
para dentro do santuário; certamente devíeis tê-la comido no santuário,
como tinha ordenado" (Lev. 10:17, 18). Dever-se-ia notar que no caso des-
sa oferta pelo pecado a carne era "coisa santíssima." O sacerdote por con-
sumir a carne no santuário transferia "a iniquidade da congregação" que es_
ta .transportava ao santuário. Assim a "iniquidade da congregação" , seu di r
rigente e/ou povo comum, era removida deles (10:17) e expiação feita 'por
eles (10:17). A mesma instrução de Lev. 4:22-35 e 10: 16-20 e repetida em
forma muito menos detalhada em Num. 15:22-29.
Deve-se destacar, contudo, que a expiação feita pelo sacerdote
nesse tipo de k&tJtft sacrifício e operada por três aspectos uma vez era
a vTtima imolada: (1) o rito de sangue em colocar parte do sangue sobre os
chifres do altar de holocausto e derramar o resto a base do altar (Lev. 4:
25, 30); (2) a queima da gordura sobre o altar como um sacrifício pacífi-
co (Lev. 4:26, 31); e (3) o comer da carne pelo sacerdote no santuário.
Esse último aspecto ê da maior importância para a transferência do pecado
uma vez que "não foi trazido o seu sangue p^ra dentro do santuário" {Lev.
10:18).
O segundo Lipo de "oferta pelo pecado" (íiattâ*^) para pecados in_
voluntários e descrito claramente em Lev. 4:1-21. Ò pecado involuntário ~
do indivíduo (4:1) ou "sacerdote ungido" (4:3)55 e toda a comunidade isra
e l i t a (4:13-21) reguer uma vítima na forma de um "novilho sem defeito"(4T
3). A vítima devera ser imolada apôs a imposição de mãos. Segue-se depois
a descrição do rito da manipulação de sangue: "Então o sacerdote ungido
tomará do sangue do novilho, e o trará a tenda da congregação; e molhando
o dedo no sangue, espargira dele sete vezes perante o Senhor diantedovéu
do santuário. Também daquele sangue porá o sacerdote sobre os chifres do
altar do 2ncenso aromático, perante o Senhor, altar que está na tenda da
congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramara ã basedoal
tar do holocausto, que está a porta da tenda da congregação" (4:5-7; cf.~
4:16-18). £ evidente que o rito do sangue e diferente do outro tipo de
"oferta pelo pecado" porque (1) uma parte e espargida na frente do véu no
santuário, e (2) uma parte e posta nos chifres do altar de incenso no Lu-
gar Santo do santuário. O sangue e neste caso o meio de transferência do
pecado e imundície para dentro do santuário. 56 Nesse exemplo o sangue não
é o "ritual purificador para expurgar o santuário, "57 porque é explicita-
mente declarado que "por eles /sej fará expiação (tippeA)" (4:20)^ ou se-
ja, pelo povo, e não pelo santuário .cpmo__no caso do_ Dia. da. .Expiação onde
expiação c feita pelo santuário .(16:16) beriLcomo pel.o altar de holocausto
(16:13, 19). Assim, sangue tem a dupla função de contaminar e purificar.
À função de purificação ou expiação e d i r i g i d a ao ofertante cujo pecado e
culpa são transferidos para a vítima que mcrrc como seu substituto. O s&n_
gue simboliza a pureza e purificação dadas ao ofertante e por contraste
transporta seu pecado/contaminação e culpa ao santuário. Lev. 6:24-30 em-
presta seu apoio a isto. Se qualquer deste sangue atinge a vestimenta sa-
cerdotal , esta será ritualmente lavada (v. 27). Pode-se concluir ser es-
se o caso porque e o sangue transportador do pecado da ha£ta.*t que é leva_
do ao interior do santuário para ser espargido. Nesse caso o sangue Í o
agente transferidor do pecado e imundície/contaminação ao santuário e, por
tanto, "não se comerá nenhuma oferta pelo pecado, Cujo sangue se traz a

103
' "

tenda da congregação, para fazer expiação no santuário; no fogo será quej_


mada" (Lev. 6:20 ZHeb. 237).
O duplo processo de transferência de contaminação e purificação58
mediante o rito de sangue gue envolve a oferta pelo pecado para pecados i_n
voluntários em que sangue e espargido dentro do santuário pode ser toma-
do claro no seguinte diagrama:

DIAGRAMA A

rito de sangue sacrifício


\_

PECADOS INVOLUNTÁRIOS
<*^3
V* \&&"
INDIVIDUAIS
Lev. 4: 2-13
v
Santo
s i mo PECADOS INVOLUNTÁRIOS
O*_Con±am_ DA COMUNIDADE
Lev. 4: 13-21

Como são os pecados involuntários do lider em Israel e do^povo


comum transferidos ao santuário? Já foi assinalado em nossa discussão dos
dois tipos de ofertas pelo pecado mencionadas em Lev. 4^que na manipula-
ção de sangue não envolvendo a parte interior do santuãrio t o procassode
transferência envolve o comer no santuário pelo sacerdote. Moisés declarou
claramente: "Eis que desta oferta não foi trazido o seu sangue para dentro
do santuário; 1 certamente devíeis tê-la comido no santuário, como tinha or-
denado" {Lev. 10:18). A referencia ã ordem anterior parece remontar a Lev.
6:24-30 e especificamente as palavras, "O sacerdote que a oferecer pelo pé
cado, a comerá; no lugar santo se comerá, ..." (v. 26). O propósito do ri_
to de comer e explicito; "O Senhor a deu a vós outros, para levardes a ini_
qtlidade da congregação, para fazerdes expiação por eles diante do Senhor11"
(Lev. 10:17). A "iniqíiidade", isto é, o pecado (Wm),59 e transferido
da vítima imolada para o sacerdote mediante o comer da carne sacrificai e
assim levada por ele. O paradoxo e mais uma vez evidente: o efeito e que
os contaminados (pecadores) são purificados e o puro (sacerdote) é conta-
minado.60 Permanece a indagação de como e que o pecado levado em figura
pelo sacerdote c levado para dentro do santuário? Como o processo de trans
ferência ocorre? Antes de nos dedicarmos a esta questão, outro aspecto ap£
Ia ã nossa atenção.
E frequentemente imaginado que somente pecados involuntários,
inconscientes ou acidentais podiam ser objeto de expiação com sacrifícios
animais na liturgia israelita, mas que pecados conscientes, deliberados,
intencionais não podariam ser expiados.61 A passagem geralmente associa-
da com esta opinião é Números 15:30, 31: "Mas a pessoa que fizer alguma

104
è
è
è
coisa atrevidamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria
ao Senhor; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou
a palavra do Senhor, e violou o seu mandamento: será eliminada essa pes-
soa , e a sua iniqilidade será" sobre ela" (RSV). O pecador "atrevido" e al-
guém que "injuria /a/itueíi," agindo desafiadoramente e mantendo uma atitude
em que não ocorre arrependimento. Expiação sacrificai não Õ assim impedi-
da ao pecador premeditado ou intencional que se arrepende, porque quando
a atitude intencional/deliberada do pecador "muda para uma de arrependi-
mento a situação toda- e alterada. "62 A natureza atrevida do__pecador refe
re-se a seu decidido estado de desafio e impiedade, 63 "mas não ao pecador
deliberado que mitigou sua ofensa por seu arrependimento. "64
Na realidade há varias ocasiões em que pecados deliberados po-
dem ser expiados mediante uma "oferta pela culpa" píuõin). A "oferta pela
culpa" em Lev . 6:1-7 {Heb. 5:20-26) pelos pecados de agir enganosamente
em relação a um deposito ou um valor confiado ou roubo ou extorsão sobre
que este "negar ao seu próximo" "com falso juramento" (vs. 2, 3), isto e,
negá-lo sob juramento,50 pode ser perdoado e expiado desde que o ofensor
(1) faça restituição (v. 5), (2) se arrependa e confesse seus pecados (Lev.
26:40; Num. 5:6, 7), e (3) traz um carneiro por sua oferta pela culpa
(Lev. 6:6, 7). Deve-se realçar que a insistência dos profetas sobre arre-
pendimento não é um fim em si mesmo mas é para levar a ação pela gual o
malfeitor e retificado (Isa. 1:-13-17; 58:6-12; Miq. 6:6-8). Esta e uma
articulação da lei mosaica concernente ao pecado deliberado.
Em Lev. 5:1-5 a lei da oferta *cu>ãm G promulgada. Os pecados enu_
merados as distinguem de Lev. 4 onde os pecados não intencionais são enu-
merados com a oferta ka££ã*£ em gue os pecados são deliberados: (1) A so-
negação de evidência (Lev. 5:1) e intencional; (2) o contato com uma coi-
sa imunda, como seja um cadáver (5:2) ou imundTcie humana (5:3) da a im-
pressão de ser intencional ; e (3) o proferimento de um juTzo temerário
(5:4) parece também dei iberado.^6

O rito de sangue associado com os pecados deliberados mas con-


fessados e de gue se arrependeu é o espargir de sangue so^re o altar de
holocaustos apôs o que o restante é derramado ã sua base (Lev. 5:9). Po-
de-se subentender que uma vez que nenhum sangue foi levado ao santuário,
a carne no caso do sacrifício trazido para os pecados deliberados pode
também ser comida pelos sacerdotes como no caso do sacrifTcio tipo
hcvt$ã*t do qual nenhum sangue era levado ao santuário (Lev. 6:24-30; 10:
Í6:20).
O processo duplo de transferencia de contaminação do santo e pu_
rificação do ofertante envolvido no rito de comer a carne da oferta pelo
pecado e presumivelmente também a oferta pela culpa para pecados delibera_
dos pode ser tornado claro no Diagrama B:

105
DIAGRAMA B

Sacerdote come Rito do Sangue


carne sacrificai sacrificai
PECADOS INVOLUNTÁRIOS
Dirigentes Lev.4:22-26
Povo Comum Lev.7:27-35

Pé cado/imundície . PECADOS INTENCIONAIS


Lev. 5:1-5; 6:1-7
. 5: 20-267

O sacerdote que come a carne sacrificai seja "no santuário"


...no pátio da tenda da congregação"
(Lev. 10:18} ou num "lugar santo ..
(Lev. 6:26) torna-se o portador dos pecados e contaminação/imundície que
se transferiram em figura do ofertante para a vítima sacrificai. O sacer^
dote oficiante, contudo, que mediante o comer da carne sacrificai agora
porta o (s) pecado (s) e culpa não poderia ele mesmo tornar-se um sacri-
fício pelo pecado (s) e culpa que leva e fazer "expiação por eles diante
'do Senhor" (Lev. 10:17). ÍLp£ÕprÍQ_.sacerdote era- um pecador e não pode ex_
piar com sua própria vida._Nesse sentido o sacerdote necessitava trazer
o tipo de sacrifício (fatícfí,} que provia como costumeiramente a oportu-
nidade de transferir o pecado e culpa para a vitima, o sangue da qual era
espargido no santuário (Lev. 4:7). Nesse exemplo, isto é, no caso do sa-
crifício para o dirigente ou alguém do povo comum (Lev. 4:22, 27) e para
o pecado intencional, voluntário (Lev. 6:1-7) cuja carne era consumida,
tal como no exemplo anterior, ou seja, no caso do sacrifício pelo sacer-
dote ungido ou a congregação inteira (Lev. 4:3, 13), o pecado finalmente
entrava no santuário mediante o espargir do sangue da manipulação de san_
gue no Lugar Santo do santuário (Lev. 4:7). Uma parte distinta desse ri-
to de manipulação de sangue era a colocação "daquele sangue" "sobre os
chifres do altar do incenso aromático ... na tenda da congregação" (Lev.
4:7). Desse modo os pecados involuntários do dirigente ou do povo comum,
bem como os pecados intencionais, eram transferidos em figura ao.prcprio
santuário (ver Diagrama A acima).
Podemos agora tirar algumas conclusões. Todo pecado confessado
dos israelitas, fossem acidentais, voluntários ou intencionais, pode ser
expiado mediante a oferta pelo pecado (^a££à?.t} ou a oferta pela culpa
(^o-sõjíi), exceto o pecado atrevido e desafiador (Num. 15:30, 31), pelo
qual o ofensor devia morrer. Todos os pecados de que se arrependeram ou
foram confessados eram transferidos para o sacrifício pela imposição de
mãos. Mediante o imolar da vítima e os ritos com isto associados, o of2_r
tante e limpado e tornado puro outra vez. Os pecados/imundícies e culpa
portados pela vítima sacrificai são transferidos por meio dos ritos oa ma

106
nipulaçao de sangue no santuário para esse santuário ou.por meio do comer
o sacerdote da carne sacrificai no santuário ou no" pãtio dá tenda da con-
gregação. Assim, mediante esses ritos e serviços ao longo do ano, o santu_
ãrio era contaminado e poluído mediante os pecados acumulados que o arre"
pendido Israel_ confessava. Este processo de transferencia e intercâmbio
da _. ÇQntamrnacao/Durificação não parece conceder qualquer suporte as hipó-
teses dinâmica e/ou magica/demoníaca _ da transferencia.. do_ pecado. Sangue
é visto como agente de contaminação no santuário porque e o veiculo de pe_
cado e culpa. O Dia da Expiação é o dia anual designado para a purifica-
ção do santuário de todos os acumulados pecados de Israel.

********

107
REFERÊNCIAS E NOTAS

Ver A. M. Stibis, The Meaning of the Word "Blood" in Scriptu-


re (London: Tyndale, 1974); L. Morris, "The Use of the Term 'Blood 1 ,
TTS 3 (1952): 216-27; idem, "The Biblicsl Use of tha Term 'BicodV ^TS
F~0955):77-82; L. Dewar, "The Biblical Use of the Term 'Blood," JTS~T~
(1953):205-203; 0. S. Steinmueller, "Sacrificial Blood in the Bible," Bi-
blica 40 (1959):166-76; idem, "Further Notes on the Symbol ism of Blood
ãnTTacrifice," JBL 92 (1973) :205-210; idem, "Blood," _IDB Sup. (1976):
114-17; B. A Levíne, In the Presence of the Lord (Leiden: Brill, 1974);
A- Grad > Studies in fhe "Biblical Uses of the Word DAM (Ph. D. disserta-
tion; Bramíeis LTn-iversity, 19T6); H. Christ, Blutvercpessem im Alten Tes-
tament (Basel: F. Reinhardt, 1977).

2R. K. Harrison, "Blood/' ZPEB I: 627, fala de 362 empregos pa-


ra o termo enquanto G. Gerleman, íldãm Blut," THAT 1:448, segue KBL, p.
213, em prover uma estatística de somente 360 empregos.

Ate agora não ha ainda qualquer estudo abrangente que investi^


ga manipulação de sangue em contextos sacrificais.

E. G. White, Patriarcas e Profetas (Santo André, São Paulo:


CPB, 1958), p. 336.
5 -r
Como exemplos típicos fazemos referencia a M. L. Andreasen,
The Sanctuary Service (2da. ed.; Washington, D.C.: Review and Herald,
1974"), pp. 139-145. Andreasem declara: "O sangue que era colocado sobre
os chifres do altar era, portanto, sangue carregado de pecado" (p. 144).
F. D. Nicho!, ed., Seyenth-day Adventist Bible Commentary (Washington,
D.C.: Review and Herald, 1953), 1:731): "O sangue que ele /õ sacerdotej
colocava sobre os chifres era de um animal que portava pecado, edaTse
constiVjTa num sangue carregado de pecado."

Acima, nota 5.

D. Fnrd. _"Invest1aative Judament Fórum." (apresentado em 27 de


outubro de 1979 no PUC, mimeografado), p. 15. O contexto e como segue:
"Número um, o sangue geralmente não ia ao lugar santo absolutamente. Muj_
to, muito raramente o sangue ia ao lugar santo. Geralmente este era der-
ramado fora sobre o altar. Em segundo lugar, falamos sobre contaminação
de sangue. M.ã o^ e^An lí r arflQ,-n£DLr_R^-r t£__ 41fluffl a da. __£ 5_ç r jturague o sangyede
contamine, í sempre apresentado como purificador, sempre.
O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado."

8B. Kedar-Kopfstein, "cto," TDOT, 111:245,

108
W. Paschen, Rei n und Unrein (Munich: Kflsel, 1970).

10 F. Maass, " KDU fy# unrein sein, 11 THAT, 1:665.

1 ] V e r Lev. 5:3; 11_24-40; 12:2, 5; 13:14, 46; 14:46; 15:2-27;


1 7 : 1 5 ; 2 2 : 6 ; Num. 19:7-22, etc.

1 2 Lev. 11:32-33; 1 4 : 3 6 ; 1 5 : 4 , 9, 20, 24.

13 H. Schneider, "Leviticus," Echter Bibel (WíJrzburg, 1955), p.


307.

Ver W. L. Holladay, A Concise Hebrew and Aramaic Lexicon of


the OT (Grand Rapids, Mich., 1971), p. 384. (Daqui em diante citado como
CHAL).
15 KBL, p. 1009. Lev. 7:21; 11:10-42; Isa. 66:17; Eze. 8:10.

16 CHAL, p. 382.

17 CHAL, pp. 228-29, Paschen, Rei n und Unrein, pp. 27-28.

18 HAL, p. 162: "unrein werden."


lQ
CHAL, p. 53: "to become impure."

20 HAL, p. 162.

21 CHAL, p. 53.

22 HAL, p. 163.

23CHAL, p. 53.
?d
H HAL, p. 163; CHAL, p. 53.

25Maass, THAT, 1:665.


Oí"
Piei 66 vezes, hifil 56 vezes, nifal 10 vezes, pual l vez, 'ho_
fal l vez.

109
27F. Maass, " y?n b 11 pi. entweihen," THAT, 1:570-75.
28
Observe-se o alemão "entweihen" em HAL, pp. 306-307, e Mass,
THAT, I: 572-574.
?Q
Lev. 1B:21; 19:12; 20:3; 22:2, 32; Jer. 34:16; Eze. 20:39;
36:20-23; Amos 2:7.

30Eze. 13:19.

31Jer. 16:18; Eze. 7:22.

32Exo. 31:14; Isa. 52:2, 6; Eze. 20:13, 16, 21, 24; 22:8; 23:
38; Nee. 13:17-18.

33Exo. 20:25.
14
J Maass, THAT, 1:573. Cf. Eze. 22:26; 7:21-22, 24; 23:39; 25:3;
24:21; 28:18; 44:7.
35Deve-se observar os textos onde o inimigo ou Deus e referido
como contaminando o santuário por destrin-lo (Isa. 43:28; 47-6; Sal 74-
7; 79:1; Eze. 7:21, 22, 24; 24:21; 25:3; Lam. 2:2; Dan. 11:31).

36McCarthy, "Further Notes," p. 210.

37 Kedar-Kopfeistein, "dom," p. 245.


TO
K. Koch, "Der Spruch 'Sein Blut bleibe auf seinem Haupt 1 ,"
VT S 12 (1962}:4K.

39Lev. 20:9, 11, 12, 13, 16, 27; Jos. 2:19; I Re. 2:37; Eze.
18:13; 33:4, 5.

4 0 Kedar-Kopfstein, "cíãjii," p. 2 4 2 .

41 McCarthy, "Further Notes," p. 205.

42
Ver aparato de BHK, BHS. O hebraico emprega a forma nifal
aqui.
43 Paschen, Rei n un Unrein, p. 28, observe-se que "o verbo, cp_

110
mo também o substantivo, devem ser compreendidos em toda a extensão com
base na linguagem cúltica."

Christ, Blutvergiessen, p. 47.

45 Kedar-Kopfstein, "dãmt" p. 245.

J. Neusner, The Idea of Purity in Ancient Judaism (Leiden:


B r i l l , 1973), pp. 20-21.

Christ, Blutvergiessen, p. 37.


4?
Neusner, The Idea of Punty, pp. 1-3 argumenta convincetemen-
te contra o termo "coFtaniinaçao r i t u a l . "
AQ
C. F. Keil and F. Delitzsch, Bibliçai Commentary on the OT
(Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1948), 111:123. _—
50, p. 93. } Q
í

5 1 KBL. D. 2 6 9 . l .liJi

5 2 £ x o . 2 4 : 6 , 8; 29:16, 20; Lev. 1 : 5 , 11; 3 : 3 , 8, 13; 7 : 2 , 14;


1 8 : 1 9 , 24; 9 : 1 2 , 13; '.7:6; Num. 1 8 : 1 7 ; II Re. 1 6 : 1 3 , 15; II Crôn. 3 0 : 1 6 ;
3 5 : 1 1 ; 2 9 : 2 2 ; Eze. 4 3 : 1 3 .

5 3 CHAL, p. 2 3 2 ; cf. KBL, p. 604.

54
A discussão sobre os vários tipos de sacrifício íy^ttã^t pode
sor estudada em B. A. Levine, In the Presence of the Lord. A Study of the
Cult and Some Cultic Tcrnis in Ancient Israel, pp. 101-114; J. Mi Igrom,
"Sin Offering or Purification Offering," VT 21 (l 971):237-38; idem, "The
Function of the Hattã?t Sacrifice," TarbTz 40 (1970/71) :1-8; idem, Cult
and Conscience» pp. 74-38. Levine esta errado ao alegar (Presence, pp.
TOl-108) que somente um tipo de ka£tã?£ tem uma função purificadora. Ver
Milgrom, "Israel's Sanctuary," pp. 390-91.
55 Este "sacerdote ungido" -e -as vezes interpretado como referin_
do-se ao sumo-sacerdote (cf. Keil and Delitzsch, "The Third Book of Mo-
ses," p. 303). J. Milgrom ("Sacrif ices__and Offering, OT," IDB Sup./19767,
p. 767) alega que o^sumo-sacerdote esta" levando o povo a errar" em Lev.4:
2-21, mas o texto não concede qualquer apoio a tal interpretação.

RA
D L. E. Toombs, "Clean und Unclean," I PB, 1:647: "A lei levTtj_

111
ca frenqílentemente emprega 'pecado e 'imundície' como sinónimos (Lev 5-
3 -+;.
j, 41 " • •
57Milgrom, "Sacrifico and Offering, OT," p. 766. Elo apresentou
a alegação de que o sangue neste caso purifica o santuário.

Tem sido destacado que a argumentação de que "o íuíX£ã?£" nun-


ca purifica seu ofertante" (Milgrom, "Israel l s Sanctuary," p'. 391, cf.
idem, "Sacrifices and Offerings, OT/ p. 766), o que e apoiado com Lev.8:
15, erra o alvo» porque Lev. 8:15 não esta tratanto com o serviço diário
de modo algum mas a declaração de que o sangue purifica ^wai^iotíê ° ) o
altar" refere-se no contexto de Lev. 8:14-17 a consagração ritual do sa-
cerdócio arõnico.
59 c.- ~
O termo hebraico owton e um termo típico para pecado (consci
ente, intencional) e a culpa do pecado (ver S. Porúbcan, Sin in the QT ~
/T19637; T,. Knierim, Pie Hauptbegriffe f f) r Sunde i m AT £Neukirch~eh~Vluyn,
1965J, pp. 185ss.; i ciem, "^y <&oõn Verkehrtheit, ir THAT» 1:243-49).

Este paradoxo da purificação do contaminado e a contaminação


do limpo está também presente com as cinzas do novilho vermelho (Num.19:
8-21) que torna impuro/contaminado o que reúne as cinzas (v. 10) ou a e_s
parge (v. 21) mas torna puro/limpo o que era impuro (vs. 12, 13, 16-19).
Este paradoxo de purificação/contaminação ja era reconhecido pelos antigos
rabinos (Tanh Hukkot 4.26; cf. M. Par. 4.4).

61Por exemplo, Keil and Delitzsch, "The Penrteuch," IV:103:


"Hás eram apenas pecados cometidos por engano que podiam ser expiados pé
Ias ofertas pelo pecado." R. de Vaux, Ancient Israel: Its Life and InstT-
tutions (London, 1962), p. 420; "Se o pecado fÕFUcTl iberado, o sacrifício
não pode expiar pela culpa e nenhum perdão e possível (Num. 15:30, 31)."
G. Nagel , Vocabulary of the Bibly, ed. J. J. von Allmen (London, 1958),
p. 397; H. Rowley» jforsjnp in Ancient Israel, p. 134: "... pecado delibe_
rado, premeditado, ríao põclé ser superado por qualquer sacrifício." Também
Medebielle, col. 74,

52L. Morris, "Asham," Evangélica! Quarterly 30 (1968): '201, só


bre Num. 15:30, 31 .

63J. Milgrom ("Atonement in the QT," IDB Sup. Z'1976J, p. 80)


escreve com correção: "Uma declaração mais exata seria a de que o siste-
ma sacerdotal proTbe a expiação sacrificai para o pecador i_nipeni tente,
aquele que 'age desafiadoramente (RSV 'com ousadia 1 )» ... e ao Senhor
que injuria' (Num. 15:30)."

Milgrom, Cult and Conscience, p. 110.

112
65 Ibid., p. 85.

Mesmo que os dois últimos não fossem concebidos como intendo


nais, não resta dúvida quanto_ao primeiro que implica que a pessoa estava"
numa posição de oferecer evidencia mas não a fez conhecida. Este e um ca-
so de um pecado intencional de omissão.

*********

113
CAPITULO V
AS SETENTA SEMANAS DE DAN. 9: 24-27

A passagem de Dan. 9: 24-27 e uma crux Intorpretum nos estudos


do VT.^Um autor recente sumariou sua avaliação desta passagem assinalando
que "não há problema mais intrincado no estudo do Velho Testamento do que
a interpretação de Daniel 9:24-27. "^ J. A. Montgomery conclui sua pesquj_
sã de interpretação com as palavras: "A histÕri^ da exegese das 70 sema-
nas é o Pantanal de Angústia da crTtica do VT.llíí Sem duvida a passagem
sob consideração e uma das mais difíceis no VT. Este fato não nos deverid
levar a evitar uma avaliação das principais tentativas de interpretação.
Este estudo não tem a intenção de apresentar as principais opiniões de tem
pôs pré-cristao,3 o período patrTstico e tempos medievais, 4 o período da
Reforma, 5 e a época do Iluminismo^ da qual deriva a interpretação moder-
nistica historico-critica. Busca examinar as principais interpretações con_
temporãneas numa tentativa de avaliar os pontos fortes e fracos de cada
uma. No deserto de interpretações sem origem definida ha, contudo, um de-
nominador comum. Ha virtualmente acordo unanime entre intérpretes de to-
das as escolas de pensamento de que a frase "setenta semanas" ou literal-
mente "sete setentas" {Xãbucán Á^bcZin)^ significa 490 anos.8 Contudo, não
ha consenso quanto a se isto deve ser compreendido completamente literal,
ou parcialmente literal e parcialmente simbólico^ ou totalmente simbol iço.
Extrema divergência também existe quanto à questão do início (terminus a
quo) e fim (terminus ad quem) bem como quanto a sub-divisão desse penoso"
de tempo.

I. INTERPRETAÇÕES SIMBÓLICAS

Interpretações simbólicas e semi-si_mbõl iças são conhecidas por


um longo tempo. Bem recentemente interpretações simbólicas em todo o tex-
to têm novamente sido oferecidas.
!• Interpretação Simbólica Coerente. E sugerido que "a própria
natureza apocalíptica tenderia a interpretação simbólica. Os números?, 3,
e 10 são reconhecidos como os principais algarismos em simbol ismo."9 O he
braico diz simplesmente "sete setentas," e não "setenta semanas" (KJV,RV^
NEB, NAB) ou "setenta semanas de anos" (RSV). O termo geralmente vertido
para "semanas" e Aãòuc£m e traz o sentido de "semanas" segundo todos os
principais léxicos. 10 A LXX e Teodocio, as duas versões mais antigas; ver_
tem este termo cíUoycí&eí ou "hebdomadas" em cuja base a sugestão tem sido
firmada de aue a frase chave lãbu.càn ^baZí?i significa "'setenta hebdomadas
-7x7x10-."!' Em outras palavras, as "setenta semanas" em Dan. 9:24-27 não
-r — 19
indicam um período mas uma figura simbol iça . 'L

' A interpretação simbólica coerente de Dan. 9:24-27 e primaria-


mente favorecida por estudiosos evangélicos (e conservadores). A carac-
terTstica tTpica dos defensores desta interpretação é o fato de gue_o p£
rTodo total é simbólico e que o último período da septuagésima hebdomada
estende-se do primeiro Advento do Cristo até a consumação do tempo do fim.

¥-0 terminus a quo para as "setenta hebdÕmadas" que não devem ser
tidas como exatamente computações cronológicas mas "em termos de perTodos
gerais da atividade d i v i n a " 6 o edito de Ciro de^53S A.C, o qual decre-
tou gue os judeus retornassem a Jerusalém (II Cron. 36:22, 23; Esd. 1:2-
«).'^ N P s t. P spnr.idn a primeira era (ou "hohdÔmada") começa em 538 e ter-
mina com a vinda de _Cr .I

A segunda era, que é demarcada pelas sessenta e duas hebdÕmadas


que meramente indicam uma "extensão relativamente maior do que o primei-
ro período construtivo,"^ descreve o período da construção de Jerusalém.
ou seja, a "Jerusalém espiritual 1 1 ou a igreja até a consumação final. 1°
L neste ponto aue um dos apoiadores da interpretação simbólica discorda.
í. J. Young sugere contra Kliefoth, Keil, e Leupold que "os 62 setes por-
tanto fazem referência ao período que se segue ã época de Esdras e Nee-
mias até o tempo de Cristo. "l? Isso realmente significa que o primeiro
deseja interpretar a passagem inteira simbolicamente enquanto os últimos
restringem a interpretação simbólica como aplicando-se apenas a sequên-
cia de tempo.

A terceira era, marcada por somente uma hebdômada, e segundo


Keil e Leupold o u l t i m o período da historia, o tempo de tribulação que co-
meça com o advento do Anticristo e termina com sua derrota. 18 Young, por
outro lado, alega que nào ha terminus ad quem para os setenta sete e que
nesse respeito náo é sabido quando terminam."^

O apelo imediato da interpretação simbólica coerente Í visto em


sua tentativa de recusar envolver-se em qualquer computação de tempo ou
c á l c u l o s aritméticos. Tem ademais a vantagem de realçar generalidades an-
tes .que detalhes em historia e interpretação. Pelo aspecto negativo, há se
rias falhas. Primeiro, parece haver um problema exegetico interno na in-
terpretação simbólica. Leupold , por exemplo, fala da primeira como estendo-
do-se desde Ciro até o tempo do primeiro Advento de Cristo e a segunda
era, que consiste de 62 hebdÕmadas, se estende desde o primeiro^ate o se-
gundo Advento. A ultima hebdomada então não se segue Is G2 hebdomadas , mas
e contemporânea ã úl tima/rvarte do segundo período. O diagrama seguinte pó
de ilustrar este
PERÍODO DA IGREJA

538 19 Advento 29 Advento


7 hebdomadas 62 hebdomadas
l hebdôinada
grcja
Igreja Visível Invisível |

Isto significa que^a coerência da seqílencia de 7+62+1 não è" plenamente ^


tida.20 Tal posição não é sustentada pela passagem pois ela fala de "se-
tenta setes" e não sessenta e nove setes mais "um sete," contemporâneo em
alguns aspectos com a última parte do período prévio.
Segundo, há a questão de poder, em primeiro lugar, haver qual-
quer justificativa para considerar os "setenta setes" corno simbólicos.
Apenas porque o tenno iãòucx>i '-• masculino plural em lugar do esperado fe-
minino plural (iãbu^õííi) que significa normalmente "semanas," parece ser
uma razão gramatical insuficiente em apoio da interpretação simból iça.- 1 O
masculino 5 obviamente usado de propósito^ como e a posição desse substan-
tivo antes do numeral. O último aparece por causa de ênfase a fim de con-
trastar o "sete" dos""anos" de Jeremias (Dan. 9:2).23 £ verdade que rio he-
braico bTblico não ha uso explicito do termo XcLbuc-Zm de "semanas" ou "se-
manas de anos." A noção de uma "semana" parece ter sido sugerida implici-
tamente com base nos perTodos de sete dias e sete anos culminando num "sa_
bado (Lev. 25:2-4; 26:33ss.).24 No hebraico pÓs-bTblico o significado de
"semanas" no sentido de "semanas de anos" ocorre centenas de vezes para es^
te termo em jubileus (ca. 150 A.C.)* ° Mishnah" e o Talmude. A designa-
ção de "três semanas" (l^lolã.k -iãbacxJn yãsrâm) em Dan. 1,0:2 que reza lite-
ralmente "três sete dias" indica por outro lado que três semanas regula-
res estão subentendidas e, por outro^ parece contrastar pela ^adição de
í/õinZííi, "dias,"_que essas "semanas" não são idênticas ao labu.^ de 9:24.
A última referência não é a "semanas" regulares de dias, mas implicam "se-
manas de anos.
Terceiro, a interpretação simbólica com seus perTodos curto-lon_
go-curto indefinidos não fazem just-iça ao interesse de Daniel em encontrar
uma resposta ao período definido de desolação de setenta anos.26. o con-
texto (Dan. 9:2) requer uma designação intencionalmente definida de um pe_
riodo de tempo medido pelo número sete cuja duração cronológica deve ser
determinada para ajustar-se a perTodos de tempo cronológico especTficos
da historia.
Quarto, a interpretação simbólica não pode ser encontrada como
tendo qualquer apoio na sugestão de que o simbolismo de números tais como
7, 3 e 10 e típico de literatura apocalTptica^e assim tende nessa direçao.
A divisão de "setenta setes" em três subdivisões __de 7, 62 e l demonstra
que tanto o segundo" como o terceiro sac antes nao-sircbolicos. Dan.9:25a
e especialmente formulado como uma referência a um ternpo particular. A dj_

116
v i s ã o da ultima "semana" em 3 1 / 2 + 3 1/2 é também totalmente não-simbÕli
ca. ~~
Quinto, a interpretação simbólico "erra em ter as setenta sema-
nas terminando com a derrota do anticristo, enquanto o hebraico requer
que seja marcado_pela completa derrocada de Jerusalém."2" Mesmo que se en
tendesse Jerusalém como um símbolo da igreja visível e o "sacrifício e ~~
oferta de manjares" representando "a totalidad n de liturgia" no sentido de
"todo culto,"29 ainda se enfrentaria o problema de como o anticristo se-
ria capaz de por a um fim tanto a igreja e o culto quando de fato o povo
dos santos recebem o reino eterno (Dan, 7:13, 14, 27; 12:1-3).
Sexto, a interpretação simbólica é "sujeita_a acusação de espi-
ritual izaçao. "^ Há, por exemplo, total falta de evidencia exegética em
apoio da posição de que em qualquer parte do livro de Daniel Jerusalém te
nhã o significado de qualquer outra^entidade que não seja a cidade de JeT
rusal^ém propriamente dita. A sugestão de que Jerusalém e símbolo da igre-
ja não conta com uma base exegética. A Jerusalém de Dan. 9:2 e__a capital
literal dos israelitas. Os "habitantes de Jerusalém" no v. 7 são israeli-
tas físicos. A Jerusalém e o "monte santo" bem como o "santuário" referi-
dos nos vs. 16 e 17, juntamente com a "cidade" no v. 18 somente pode sig-
nificar a cidade física do antigo^Israel. Nesse sentido a "cidade santa"
do v. 24 e a Jerusalém do v. 25 não podem referir-se a nada diferente do
que aquilo a que o leitor tem sido constantemente referido.
2. Interpretação semi-simbÕIiça. A interpretação semi-simbõliça
e também conhecida como dispensacionalista^l ou parentetica32 t Q a inter-
pretação padrão dos autores dispensacionalistas.33 Conquanto o método dis_
pensacional ista alegue estar estabelecido sobre o "método literal deinte^r
pretação de profecia, "34 ha justificativa para classifica-lo comosemi-sim
boi iço como se tornara evidente na discussão seguinte.
Contrariamente à interpretação simbólica coerente acima referida,
os autores dispensacionalistas concordam de forma unânime que o termo
%ã$u.c-4m cm 9:24 tem o sentido de "semanas" de anos"-*3 total izando 490 anos.
Intérpretes de todas as escolas (pre-milenistas, liberais, historicistas)
concordam quanto a isso, exceto aqueles amilenistas cujos pontos de vista
foram anteriormente considerados.
O terminus a quo deste período profético de "setenta semanas" ou
490 anos ê normalmente o decreto de Artaxerxes (Esd. 7:7} datado unanime-
mente como em 445 A.C.36 Sir Robert Anderson desenvolveu a cronologia exa_
ta desde a lua nova da Páscoa de 445 A.C. até a sexagésima nona ou 483
anos depois. Ele sugeriu que "69 semanas de anos proféticos ou 360 dias
(ou 69x7x360):173, 830 dias" 37 que cobre o período de tempo "entre 14 de
março £\Q de Nisã7 de 445 A.C., e o dia 6 de abril /IO de Nisã7 de 32 A.
C."^8 As sessenta e nove semanas "terminaram com a entrada triunfal em
Jerusalém no domingo da semana da morte do Senhor."39 Conquanto nunero-
sos futuristas pre-milenistas sustentem a data do decreto de Artaxerxes
dado para Noemi as em 445 A.C., duvidas tem sido suscitadas com respeito
aos dados de Anderson porque seu esquema só pode sor sustentado "se a da-

117
ta 32 A.D. pudesse ser substanciada como o ano correto da Entrada Triun-
fal de Jesus."^O Sendo que a maior parte dos estudiosos do NT se inclinam
por uma data anterior para a Entrada Triunfal, L. Wood, um futurista pré-
milenista, sugere que a "melhor solução" para um terminus a quo "e o de-
creto anterior de Ar^axerxes, dado a Esdras em 458 A.C. Calculandocom ba-
se nos anos solares, o período de 483 anos termina agora em 26 A.D. e es-
ta é a data aceita para o batismo de Jesus."41 Outros futuristas pre-mi-
lenistas ainda são favoráveis a 445 A.C. e buscam uma solução para a difj_
culdade permitindo uma variação de poucos meses em seu cumprimento42ou su
gerindo que uma "semana" representa_um "Ciclo de Ano_Sabatico" e "o 69<7
ciclo é 27-34 A.D." que "põe em parêntese a crucifixão de Jesus Cristo; de
fato, estende-se pela maior parte de Seu ministério público também."43 E£
sãs tentativas ficam muito aquém de proverem uma solução como será demons_
trado abaixo:
O pom:o singular da interpretação dispensacional ista ousemi-sini
bolica e uma negação de cronologia profética consecutiva. O ultimo perío-
do de "uma semana" ou sete anos "e separado dos outros sessenta e nove /ou
482 anosj por um período de tempo indefinido."44 H. A. Ironside explica:
"Entre a sexagésima nona e septuagesima semanas temos um Grande Parêntese
que tem agora durado mais de rnil e novecentos anos."45 Essa interpreta-
ção requer que Dan. 9:26, 27 não seja entendido como contemporâneo, mas
consecutivo.46 Em resumo, a última semana esta ainda no futuro. A "inte_r
pretaçao futurística com um intervalo entre a septuagesima e sexagésima
nona semanas1^7 é característica especial do dispensacionalismo. O "prTn-
cipe" de 9:27 é um PrTncipe Romano ou Anticristo do futuro4^ e o terminus
j , t- l L. iJiu l l l 1 1 ^ > pi_ (\WHIUIIU u<J ruibiwi i j t. u ui_i i u tu l u t u i_i_ J l ii i 11 u J

ad quem é sua morte.49 o diagrama seguinte apresenta claramente a ques-


tão:

445 AC 396 AC 32 AD 2do. Advento

1 49 anos j 434 anos PARÊNTESE


í 7 semanas | 62 semanas 1900 anos l semana 1

Decreto para Entrada


Neemias Triunfal

Entre as vantagens da interpretação dispensacionalista esta a alegaçaode


que supera o problema de um claro cumprimento do v. 27 enfrentado por
aqueles que vêem a última semana referindo-se ao ministério público de
Cristo e terminando cerca de três e meio anos apôs Sua morte.50 Qs dis-
pensacional istas crêem que um cumprimento literal da última parte dó pró
fecia das setenta semanas não pode ser encontrado e que, portanto, deve
estar no futuro.
Consideremos brevemente alguns principais problemas da inter-
pretação dispensacionalista com seu método futurista semi-simboliço. Pri

118
melro, o terminus a quo de 445 A.C para o decreto mencionado em Nee. 2: l
deve agora ser catado para 444 A.C. com base nas melhores fontes para com
putações cronológicas.kl Isso significa que a data 32 A. D. se torna 33~
A. D. e revel_a-se muito tardia para a Entrada Triunfal de Cristo ou Sua
morte. Não ha meio por que os cálculos de Sir Robert Anderson possam ser
poupados nesta base somente. Ademais, não ha evidência em Neemias 2:1 que
apoie a escolha arbitraria de 19 de Nisã como o ponto inicial p a i " o cal-
culo de Anderson. "Mas começar ele mesmo uma semana depois tornaria impôs
sTvel terminar o período profético antes da crucifixão, ainda gue conce-~
dendo a validade dos 'anos proféticos 1 e o ano 32 A. D."52 Al^em disso, de
ve-se notar que Anderson esta equivocado em seu cálculo por vários dias em"
vista de desconsiderar a diferença entre os calendários Juliano e Grego-
riano.5^ O recente ajuste realizado por R. C. Nev/man com aux'1 io do Ciclo
do Ano Sabático não e convincente porque subentende que Cristo foi cruci-
ficado durante o 699 ciclo54 enquanto o texto claramente indica que "apôs
as sessenta e duas semanas o Messias será tirado" (9:26). Este "apôs" ex-
plicito não pode ser reinterpretado para significar "dentro de". Aqui e
ressaltada a contagem consecutiva e não a inclusiva. Em resumo» nenhum ca]_
culo cronológico e capaz de apoiar seja a terminus a quo ou terminus ad"
quem das sessenta e nove semanas na interpretação dispensacicfnalista.
Segundo, a Teoria do Parêntese alega que ha um longo intervalo
de tempo__entre as sessenta e nove semanas e a septuagesima semana. Mas se_n
do que não ocorre qualquer intervalo entre as sete semanas e as seguinte?
sessenta e duas semanas, torna-se uma surpresa total um intervalo tão ex-
traordinariamente longo existindo entre as duas primeiras subdivisões (7+
62 semanas) e a terceira subdivisão de 490 anos. Esse longo intervalo, ou
parêntese, "interrompe a continuidade da profecia."55 Vitringa advertiu
há muito tempo atrás "que o perTodo de setenta hebdômadas, ou 490 anos, é
aqui predito, como um que continuara sem interrupção desde seu começo ate
seu encerramento ou complementaçáo, tanto no que respeita ao inteiro perTp_
do de setenta hebdômadas, como também as varias partes (7, 62 e 1) em que
as setenta estio divididas."56 p0de surgir a pergunta -- "como se pode
imaginar que haja um intervalo entre as sessenta e nove e mais uma, quando
elas juntas formam as setenta?"5' A razão explicita para a interpretação
futurTst^ca da última semana e a tentativa de escapar a dificuldade de a
destruição de Jerusalém não ter caído dentro dessa uma semana. Em outras
palavras, a interpretação futurTstica dos dispensacionalistas deriva de
uma comparação da profecia com seu cumprimento e não de uma exegese impar;
ciai do texto. Concordamos com E. J. Young que esta "questão deve finalmer^
te ser resolvida a base somente de exegese."5"
Terceiro, tem sido sugerido por H. A. Ironside e A. J. McClain
entre outros5'-1 que ha outros intervalos ou parênteses em profecias biblT-
cas com base no que o suposto parêntese de Dan. 9:27 encontra sua justifj_
cativa. Mesmo que as passagens a que os autores dispensacionalistas ape-
lam tenham intervalos, contudo num exame cuidadoso elas não os contêm a me-
nos que se aplique um esquema dispensacional ista sobre elas a partirdefct
rã,5(J e mesmo assim isto não seria prova de que ocorre um intervalo ou pa_
réntese semelhante em Dan. 9:24-27. Neste contexto a observação de P. Mau^
ro é significativa porque ele demonstrou que ha "uma regra absoluta, que

119
não admite cxceções, segundo a qual quando uma medida de tempo definida e
especificada pelo numero de unidades que a compõe, dentro da qual um ce_r
to acontecimento deve ocorrer ou certo fato deve ser encontrado, as uni-
dades de tempo ou espaço que compõem essa medida devem ser compreendidas
como ocorrendo contínua e sucessivamente."61 Isto e baseado na observa-
ção de que os 430 anos de Gên. 15:13; Êxo. 12:40; Gal. 3:17, os 40 anos
de vagueação pelo deserto de Num. 14:34, os sete anos de abundância c cie
fome de Gen. 45:6 foram respectivamente anos consecutivos. Os três dias
após os quais Jesus deveria erguer-Se dos mortos foram também cgnsecuti-
vos. Portanto, a expectativa natural e que em Dan. 9:24-27 a referencia
seja a setenta semanas consecutivas.
Quarto, o argumento de que os eventos de 9:27 ocorrem apôs os
de 9:26 jaz raramente sobre urna suposição, í verdade quedos acontecimen-
tos de 9:26, ou seja, a retirada do Messias e a destruição da cidade e do
santuário,^são referidos como tendo lugar após as sessenta e duas sema-
nas, mas não e declarado que os eventos do v. 27 ocorram apôs aqueles do
v. 26.62 Não ha evidência contextuai alguma que apoie a hipótese de que
9:26, 27 deva ser compreendido de qualquer outro modo do que como refe-
rindo-se a eventos contemporâneos. Exegese detalhada indica que o v. 27
apresenta uma pedra de tropeço significativa a interpretação futurística
dos dispensacionalistas, porque se trata de uma explanação do v. 26enao
pode ser dele separada e atribuída a ocorrências a ele subsequentes.
Quinto, outro sério problema diz respeito a hipótese de um fir
mar de aliança sem precedentes pelo Anticristo,63 quando o VT (e o NT) ~
"não contém qualquer indício de tal aliança, em absoluto, e muito menos
uma anterior que pudesse confirmar neste ponto de Dan. 9."64 o ponto bá-
sico nessa hipótese e que toma urna figura menos importante, ou seja, "o
príncipe que ha de vir" como o antecedente do "ele," em lugar de ser a
figura dominante, ou seja, o "Messias", A palavra "príncipe" e um perso-
nagem subordinado no verso anterior (9:26) onde nem mesmo é" o sujeito da
clausula.
Sexto, a interpretação futurista transforma o "príncipe" num
"futuro delegaao do diabo,"65 um "futuro inimigo do povo de Israel."66
Essa interpretação deixa de levar em conta o fato de que a ênfase no v.
26 não esta no "príncipe" mas no "povo do príncipe." Young assinala: "E_s
te príncipe, portanto, deve ser um que rege sobre esse DOVO, ...devesa?
seu contemporâneo, estar vivo quando eles estão vivos. "°' Um príncipe vj_
vendo 1900 anos depois do povo é bem contrario ao teor do texto. A res-
posta de L. WoodõS de que a frase "há de vir" supostamente significa "de
quem ha de vir," o que representa uma redação completo da frase co."io "o
povo de quem ha de vir o príncipe," não tem suporte no texto hebraico.

II. INTERPRETAÇÕES HISTÓRICAS

Há duas interpretações históricas principais. A primeira ê não-


messianica e "foi introduzida pelos deístas e racionalistas dos séculos

120
XVII e XVIII, com a premissa de que o objetivo das 70 semanas é a era rria
cabeia e que a "profecia" nesse sentido é um vaticinium ex eventu."69 A
segunda interpretação e messiânica e considera as setenta semanas como
uma genuTna profecia que se estende por 490 anos no futuro. O denominador
comum dessas^duas interpretações históricas e a posição de que as seten-
ta semanas são 490 anos consecutivos; noutro sentido essas interpretações
diferem vastamente como os sumários seguintes indicam,
l - ^terpretacão histõrico-crTtica. Esta interpretação desenvoj_
veu-se a partir da época do Iluminismo e foi primeiro adotada por dói s i_n
gleses. Tanto John Marsham^O em 1697 e Anthony Col_l ins7^ em l726 adotaram
a sugestão do pagão neo-platonista Porfírio (2do. século A.D) que alegava
serem as profecias de Daniel yaticinia ex eventu e descreverem os aconte
cimentos do tempo de Antíoco E p i f a n i o . ^ A interpretação histÕrica-cn-
tica tem-se tornado a posição padrão dos estudiosos liberais ate nossos
dias. A premissa básica sobre que se apoia é a convicção de que o livro
de Daniel foi reunido na forma final em algum í;empo entre 167-164 A.C. e
que suas "profecias" são yaticinia ex eventu/0 Nesse aspecto, Dan. 9:
24-27 è" também um vaticimum ex eventu.^
As "setenta semanas" de 9:24 são consideradas como uma "inter-
pretação secundária da profecia de Jeremias" 7 ^ a que e feita referencia
em 9:2 e supostamente revela o modo em que os livros proféticos eram li-
dos na época."76 Contudo, podendo isso assim ser, as "setenta semanas"
são semanas de anos que se estendem de 587 (586) A.C. a 164 A.C.
O terminus a guo dos 490 anos neste esquema | a queda de Jeru-
salém em 587~òu 586 A.C. respectivamente.77 A conclusão das "sete sema-
nas" ou 490 anos e tida como caindo no ano 539 A.C. "Foram exatamente 49
anos (7x7) entre a queda de Jerusalém e'a queda de Babilónia," escreve
N. W. Porteous.7^ Montgomery, por outro lado, começa com a queda de Jeru_
salém datada para 586 A.C e sugere a data terminal dos 49 anos como cer-
ca de 538 A.C. e se apressa em assinalar que "neste caso deve ser admitj_
(H) que a datação não e exatamente 'da saTda do decreto, 1 isto e, o anún-
cio de Jor. 25:2 no primeiro ano de Nabucodonosor. "7íí Em vista destes
problemas 0. Pl^ger meramente sugere que o ponto inicial do período to-
tal é "a emissão do anúncio" de Jeremias, mas recusa-se^a sugerir uma da_
ta definida.80 Este pode parecer um seguro curso de açao mas não solve o
problema cronológico.
As sessenta e duas semanas ou 434 anos_do período do meio são
referidas como iniciando-se com a queda de Babilónia em 539 A.C.8"1 ou com
538 A.C. e o decreto de Ciro82 e e dito terminar com a morte do sumo-sa--
cerdote Onias III em 171 ou 170 respectivamente. A grave dificuldade de£
sã cronologia jaz no fato de que o perTodo de 539/538 a 171/170 e muito
curto, 70 anos aquém. Mais sobre isso vira a seguir.
A divisão final de "uma semana" ou sete anos, caindo em duas
partes iguais de 3 1/2 e 3 1/2 anos, e computada desde a morte de Onias
III em 171/170 ate o terminus ad quem do Templo por Judas Macabeu em 164
A.C. O meio da última~semana testemunha a profanação do templo por Antío

121
co Epifanio que durou 3 1/2 desde "o fim^de 168^ateo início de 64. ..."83
Tendo rapidamente esboçado a interpretação histÕrico-crTtica, esta pode
ser representada pelo diagrama seguinte:

587/6 539/8 171/0 164

49 anos 434 anos J3 1/2 {3 1/2 j


7 semanas 62 semanas E f j
1 1 semana }
Que da de Queda de Babilónia Onias III Templo ré
Jer usai em ou de cré to de Ciro assassinado dedicado

A interpretação historico-crTtica esta repleta de ser iasdeficuj_


dades. Começamos por considerar o primeiro dos três perTodos de tempo. S_e~
ria de esperar-se legitimamente que uma "profecia" de vaticinium ex even~
_tjj se ajustasse adequadamente as figuras dos 49+434+7 anos (7+62+1sêmã^
nas) perfeitamente. Este, contudo, e o que se da. Q terminus a quode587/
586, ou seja, a queda de Jerusalém para a primeira divisão dos~T9U anos,
oferece um duplo problema: (1) Exegeticamente a primeira divisão de 49 anos
começa com "a saTda da ordem" (9:25) que e tida como referente ã já meneio
nada instrução de Jeremias referida em 9:2 tendo assim referência a queda"
de Jerusalém,fí4 Todavia, v. 25 claramente especifica que o objeto da "or
.dem"S5 é "para restaurar e para edificar Jerusalém." Quando da queda de Jer
rusalém, seja datada de 587 ou 586, nenhuma ordem foi emitida para resta_u
rar e edificar Jerusalém."36 A palavra concernente ao perTodo de setenta"
anos da desolação de Jerusalém (9:2; Jer. 25:12; 29:10) não pode possive]_
mente ser considerada como a "ordem para restaurar e para edificar Jerusa_
l em. "87 D. S. Russel faz a ousada sugestão: "Nesse tempo /queda de Jeru-
salém/ a promessa foi dada de que Deus traria de volta os cativos e reedj_
ficaria a arruinada cidade (cf. Jer. 30:18; 31:38-40)."^ As duas passa-
gens citadas de Jer^ não vêm do tempo da queda de Jerusalém mas são data-
das cedo, no ministério de Jeremias, na verdade varias décadas antes da
queda de Jerusalém.^9 Ademais, as duas passagens de Jer. 30 e 31 nada
contêm "absolutamente sobre um perTodo de tempo, e nesse verso £9:257 dian
te de nos ha referência a esta profecia."90 De qualquer forma, o anjo sê~
refere a "ordem para restaurar e edificar Jerusalém" como o terminus a
quo para o perTodo completo dos 490 anos, e assim poderia significar" a"~pa
Tãvra de Deus cuja saída é "determinada" ou especificada. Em resumo, a que;
da de Jerusalém não tem exegeticamente qua iquer__apoio^como o terminus a
c|uo para a primeira divisão dos 490 anos. (2) Ha também um prÕFlema compu_
tacional ligado com a primeira divisão dos 49 anos. O mais recente comen-
tário extenso sobre Daniel, por M. Delcor sugere que a primeira divisão
dos 49 anos se estende de 539 a 536, um perTodo de 53 anos.91 Conquanto
isso esteja distante em maior número de anos do que os que sugerem 5S7 ou
586 para a queda de Jerusalém e 539 para a queda de Babilónia como o ter-
minus ad quem respectivamente, mesmo esses números mais próximos somerfEíf
poderiam ser considerados exatos na sequência de 587 a 538. Todas as de-
mais sugestões são somente de "cerca de 49 anos,"9^ como assinalado cor-
retamente por Montgomery. A data de 538 para o decreto de Ciro está firme

122
mente estabelecida . 93 Se for_, realmente, correto gue a destruição de Je
rusalem teve lugar em 586 e não em 587 como a evidencia parece apoiar, 93"
então a única possibilidade de uma computação exata dos 49 anos está ex-
cluída. Isso significa que os estudiosos que apoiam a interpretação his-
torico-crTtica não podem evitar o fato de que a primeira divisão dos 490
anos se harmoniza apenas de modo aproximado com as datas sugeridas. Se i_s
só faz ou não justiça à designação dos 49 anos cada um tem que decidir ~~
por si mesmo.
Segundo, o 'grave problema, reconhecido na interpretação histo-
rico-crítica , relaciona-se com o fato de que a segunda divisão dos 490
anos, ou seja, o período de 434 anos (62x7), que é referido como iniciar^
do-se em 539 ou 538 e terminando em 171 ou 170 e demasiado curto em cer~
ca de 67 anos. Esta questão crucial tem recebido atenção dos estudiosos
que apoiam a interpretação sob discussão. Uma variedade de sugestões tem
sido apresentadas visando ã" solução deste problema.
G. Behrmann sugeriu que o terminus a quo das 62 semanas ou 434
anos o o primeiro ano de_Nabucodonosor ou 604 A.C. 95 que 5 agora conhecj_
do com base em nova evidencia como sendo 605 A. C. 96 /\a e defendida
na base de que 605 (604) é a data do anuncio dos 70 anos de exTlioemJer.
25:1, 11. Esta data menos "uma semana" ou 49 anos nos traz I data de as-
censão de Ciro, cerca de 559 A. C., o que faria Ciro "o Ungido, o Prínci-
pe" (Dan. 9:25). 97 Esta data de 605 tem sido apoiada por E. Ktínig e M.
Thilo.93 A principal atraçao para esta sugestão repousa no fato de que o
período de tempo de 605 a 171 é de exatamente 434 anos ou 62 semanas. As
dificuldades da hipótese de Behrmann são as seguintes: (1) Se Jeremias^
{25:1, 11) fosse seguido cxatamente, "teria havido um período de 70, não
49, _anos, sendo esses 70 anos descritos como anos de serviço ao rei de Ba_
bilonia."99 (2) Nenhuma ordem foi emitida em 605 quanto ao fato de que
Jerusalém deveria ser restaurada ou reconstruída como 9:25 especifica J 00
(3) A primeira divisão dos 49 anos transporta o tempo de 605 para 556 mas
a ascensão de Ciro é datada em cerca de 559 A.C. Isto significa^que a prj_
meira divisão de tempo e novamente inexata ou aproximada. (4) Não ha abso_
lutamente qualquer justificativa exegética ou cronológica, ou de qualquer
outra forma, para iniciar a primeira semana e as 62 semanas na mesma da-
ta J 01 K. Marti objeta corretamente que se trata de "truque engenhoso"
deixar as primeiras duas divisões (7+62) dentre as três (7+62+1) seguirem
paralelas uma a outra em lugar de estarem em sequência. Nada ha em seu
apoio. 102 w. Baumqartner alia-se a outros ao declarar que esse ajustedos
490 anos em 441 é um "injustificado ato de força." A tentativa de_Behrmann
para resolver este problema da interpretação historico-crítica não e con-
vincente e pode ser rejeitada com justiça.
A outra importante sugestão para uma solução deste grave ^
ma é o reconhecimento de que ha uma seria discrepância de calculo. Montgo^
mery escreve: "Podemos somente enfrentar esta objeçao subentendendo um er-
ro de cálculo da parte do autor. "104 B. Duhm sugere que "neste exemplo o
anjo Gabriel não se revela bem familiarizado com cronologia." 105 _Marti ,
por seu turno, fala de "um erro da parte do autor.""106 Porteous e um pou_
co mais cuidadoso: "Fosso ou não o autor ciente desta discrepância, e im-

123
1P 7 - -
possível dizer, ... Numa analise final a avaliação de C .J". Francisco
parece ir ao ponto, ou seja, que os apoiadores da interpretação histórico-
crítica "preferem dizer que ele /J5 autor/ esta equivocado antes que
eles."108
A suposição de que "o que temos aqui e puramente um numero es-
quemático11^ parece ter algum apelo ã" primeira vista. C, contudo, difí-
cil aceitar a opinião de que um numero tão pouco convencional de 434 anos
de 62 semanas seja "esquemático." A suposiça"o mais vastamente sustentada
ê de que a memória histórica dos judeus ao tempo da redação de Daniel era
muito vaga no que respeita a fatos e espaços de tempo. E. SchíJrer indica
que datas de historiadores judeus helenistas tais como Josefo e Demétrio
são indignas de atenção quanto a sua cronologia, Demétrio (antes de 200
A.C.), por exemplo, deve ter calculado o intervalo entre 722 A.C. e 222
A.C. em 73 anos a mais e Josefo também calculou mal datas numa extensão
de 30 a 40 anos.HO Dessas observações SchíJrer conclui que^Daniel esta s_e
guindo a cronologia prevalecente em sua época. Esta suposição tem sido va_s
tamente aceita como provendo uma solução a esta discrepéncia computacio-
nal, m Behrmamm, contudo, tem criticado o dado alegado por Demétrio com
base no fato de que o texto em Clemente de Alexandria (Strom. I.xxúl41) é
incerto. ^ Portanto, parece pouco seguro armar uma tese sobre Demétrio.
Discrepancias cronológicas em Josefo são evidentes,113 mas ele viveu s è" eu
los depois de Daniel 1 ' e dificilmente pode servir como um guia para um a_u
tor apocalíptico. Dever-se-ia notar que Daniel na verdade contém informa-
ções históricas bem exatas bem pouco conhecidas durante séculos pre-cristaos
anteriores. O autor de Daniel esta correto em sua descrição de que Nabuco-
donosor ê o edificador de Babilónia (Dan. 4:30; Heb. 4:27).^ "l5 Mesmo R.H.
Pfeiffer foi compelido a conceder:_"Presumivelmente nunca saberemos como
nosso autor soube que a nova Babilónia foi criação de Nabucodonosor (4:30
/Tí. 4;27_7, como as escavações provaram. ..."116 O autor também estavaco£
reto em seu conhecimento de que Belsazar, mencionado somente em Daniel 117
e nos registros cuneiformes, estava atuando como rei quando Ciro conquis-
tou Babilónia em 539 A.C.118 Com base em nova evidencia cuneiforme o com
plexo problema cronológico entre Dan. 1:1 e Jer. 25:1, 49; 46:2 pode ser
resolvido sem qualquer discrepância.119 Estes exemplos indicam cue o au-
tor de Daniel conhecia historia muito bem. A sugestão de SchíJrer feita uns
100 anos atrã"s na'o mais pode ser apoiada em vista da nova evidencia cunej_
forme.
Finalmente, podemos tentar considerar brevemente a ultima divi-
são de uma semana ou 7 anos. O terminus ad quem dos 490 anos e neste esqu_e
ma de interpretação 14 de dezembro dê~TB4, lZfl~b dia da rededicaçao do Tem
pio. Esta data também assinala o fim da "metade da semana" ou 3 1/2 anos
que começaram em junho de 167. Contudo, o período de profanação do templo
não durou 3 anos e meio como a especificação de tempo em 9:26, 27 indica,
mas somente 3 anos. O "sacrilégio desolador" foi erigido em 15 de Kislev
ou 4 de dezembro de 167 (I Mac. 1:54) e o primeiro sacrifício foi oferecj_
do sobre ele em 25 de Kislev ou 14 de dezembro de 167 (I Mac. 1:59) e'exa_
tamente no mesmo dia em que o altar havia sido profanado, por sacrifício
pagão, três anos depois, em 25 de Kislev ou 14 de dezembro, ocorreu a re-
dedicaçao do Templo (I Mac. 4:52).121 Há" assim uma discrepância de cal eu

124
Io também neste caso. Um segundo problema existe com respeito ao irucio
da última semana ou 7 anos, porque de acordo com as melhores fontes o su-
mo-sacerdote Onias III morreu provavelmente em 170 A.C. e não em 171 A.C. l22
Se isto for correto, então 'o período se estende por somente 6 anos em vez
dos requeridos 7 anos de Dan. 9:26, 27. E evidente que a interpretação hi_s
tÓrico-crTtica se choca com problemas bem sérios de calculo em todos os~
três perTodos alem de numerosas questões exegeticas, o que não a apresen-
ta como uma posição aceitável.
2. Interpretação Histõrico-Messianica. Esta e a interpretação
tradicional dos expositores cristãos. Documentos pré-cristãos tais como a
Septuaginta,123 e o testemunho dos Doze Patriarcas (ca. 100 A.C.)124 con-
tem uma interpretação messiânica. A_EpTstol_a de Barnabe (ca. de 130)125
parece conter a interpretação crista messiânica mais primitiva. Clemente
de Alexandria (?-ca. 215), '26 Tertuliano (ca. 150-225),127 Hipúnto de Ro_
ma (1707-235) ,'28 OrTgenes, e Eusébio,'30 entre outros realizaram cál-
culos e interpretações cronológicas messiânicas. Esta linha de interpreta
çao histõrico-messiânica com cálculos cronológicos continua ate o presente.
A interpretação messiânica de Dan. 9 tem-se eclipsado quase com
pletamente entre estudiosos liberais que seguem a interpretação. Há ainda"
alguns entre eles que apoiam uma interpretação messiânica mas a restrin-
gem ao v. 24. '31 por outro lado, ha ainda firmes apoiadores da interpre-
tação messiânica ate o presente tanto entre estudiosos católicos como prp_
testantes em ambos os lados do Atlântico. '^2 ~~
O terminus a quo das "setenta semanas" segundo a interpretação
histÕrico-messianica e a "saída da ordem para restaurar e para edificar
Jerusalém" (v. 25) que teve lugar no sétimo ano de Artaxerxes (Esd. 7:7, 8)
quando ele emitiu seu decreto (vs. 11-26), isto e, 457 A.C.'^3 O sétimo
ano de Artaxerxes I a agora firmemente estabelecido como 457 A.C. e não
458 A.C. porque a ascensão de Ar^axerxes I teve lugar em dezembro de 465
e seu primeiro ano de reinado na contagem judaica começou em 19 de Tisri
de 464 A.CJ34 çom base em f-jrme apoio histórico para esta data para as
primeiras duas divisões do perTodo de setenta semanas (7+62 semanas: 483
anos) o terminus ad quem dos 483 anos e 27 A. D. quando do batismo de Je-
sus,^5 q ue marca a inauguração do ministério público do Senhor Jesus Cri_s_
to.
Ha pelo menos duas razoes principais para a escolha do primeiro
decreto de Artaxerxes I em 457 A^C. (Esd._7) como o terminus a quodos 490
anos. A primeira e principal razão ê" exegética e histórica^ Dan. 9:25a es_
pecificarnente identifica "a ordem" concernente ã restauração e reedifica-
çáo da cidade de Jerusalém como o inTcio do perTodo de setenta semanas. A
emissão da "ordem" não deve ser entendida como referindo-se a um decreto
de origem divina^6 mas a um decreto real de um soberano, tal como em 2
13, 15 ocorre o "decreto real" (dãtk)/ ^^/ p ara ma tar os sábios. Sendo
que este decreto real deve lidar com a restauração e reedificaçao da cida_
de de Jerusalém, o decreto de Ciro emitido no ano 538/37 A.C. (Esd . ]_: l -4~)
que instava os exilados e edificarem "a casa de Deus" (v. 4), isto é\re-
construTrem o templo, '39 nao p0de estar sendo mencionado. Não uma n-

125
ca palavra no decreto de Ciro indicando a restauração e reedificação da
cidade, como cidade. O decreto real de Dario I (Esd. 6:1-12), confirmou
o decreto de seu predecessor e uma vez mais relacionava-se com a "recons
truçao^desta casa de Deus" (vs. 8,12). Este decreto novamente dizia resr
peito Í edificação do templo e nada tinha a ver com a cidade.
O terceiro decreto é aquele emitido por Artaxerxes I no seu "sé
timo ano" (Esd. 7:7, 8),140 isto e, 457 A.C. Tal decreto não pode ter rc
laçáo com a reconstrução do templo, porque o templo foi concluído e dedT
cado em março de 515 A.C. (Esd. 6:13-18).^1 Qs acontecimentos registrl
dos numa passagem mal situada cm Esd, 4:7-23 nos fala de uma queixa dos
samaritanos de que os judeus estavam "reedificando aquela rebelde e mal-
vada cidade, e vão restaurando os seus muros, e reparando os seus funda-
mentos" (v. 12; cf. vs. 13, 16, 2]). Se este relatório vem do período pôs
terior^ao decreto do sétimo ano de Artaxerxes I, ou seja, um perTodo de"
condições polTticas incertas para o monarca persa apôs a revolta egípcia
de 448'42 então pode-se concluir que o decreto emitido em 457 A.C. rela-
ciona-se com a restauração e reedificação de Jerusalém. Deve-se notarque
os "tempos angustiosos" (Dan. 9:25) durante os quais seria novamente con_s
truído reflete-se claramente nos eventos registrados em Esd. 4:7-23. Con"
quanto a redaçao real do decreto de Artaxerxes í de 457 A.C. não façamén^
cão explítica de qualquer ordem para edificar a cidade de Jerusalém, isto
é realmente o que parece ter sido a intençã*o no entendimento dos judeus
aos quais foi dada. Treze anos depois da emissão do decreto de Artaxerxes
.1, isto e, o vigésimo ano de seu reinado (444 A.C.), ocorre o relato de Ne
emias, recebido de Hanani, de que "os rnuror Vu1 Jerusalém estão derribados,
e as suas portas queimadas a fogo" (Nee. 1;J;. Isto implica em que a cida_
de estava sendo reedificada, o que dificilmente poderia ter começado an-
tes de 457 por que tanto os decretos^de Ciro, como o de Dario referem-sa
somente ã" edificação do templo. O próprio Esdras confessa que a permissão
havia sido concedida por Deus mediante os reis persas "para levantar a ca_
sã de nosso Deus, para__restaurar as suas ruínas e para que nos desse um m_u
ro de segurança em Juda e em Jerusalém" (Esd. 9:9). Esdras considerou o
terceiro decreto como a culminação dos três decretos, como e tornado evi-
dente por sua referencia ao "decreto de Ciro, de Dario, e de Artaxerxes,
rei da Pérsia" (6:14).
Dever-se-ia notar também que dos quatro decretos conhecidos, $o_
mente dois são decretos principais e determinantes. O decreto de Ciro fi-
gura como um decreto principal, enquanto o de Dario confirmou o de Ciro J43
O outro decreto principal foi o do sétimo ano de Artaxerxes^ enquanto o do
vigésimo ano de Artaxerxes e apenas uma aplicação e renovação de seu pri-
meiro decreto. "Os decretos de Ciro e Dario relacionam-se com a edifica-
ção do templo: os de Artaxerxes ã" condição de Juda e Jerusalém. "^44
A segunda razão para a escolha do primeiro decreto de Artaxer-
xes I de 457 A.C. jaz no cálculo dos 490 anos. £ somente o ano de 457A.C.
que se enquadra na interpretação historico-messiãnica de Dan. 9:24-27.-
Aqui o princípio de reconhecer o cumprimento da profecia entra em jogo.
O terminus ad quem das 7 semanas e 408 A.C. 146 A primeira divj_

126
são de 49 anos e atribuída a restauração e edificação de Jerusalém. A es
cassez de informação que rodeia o período de 400 A.C. inevitavelmente im
pede qualquer verificação da exatidaó da data 408 A.C para a restauração
da cidade de Jerusalém.
A segunda divisão das 62 semanas, 434 anos, completa o perTodo
até o tempo do Messias em 27 A.D.'46 A interpretação histÕrico-messiâni
ca segue^a pontuação da LXX, TeodÕcio, Vulgata e Sirlaca que foi adotadã"
nas versões inglesas do presente (KJV, ASV, ERVmg, MLB, NASB). Isto sig-
nifica que a clausula reza: "ate Messias, o Príncipe, haverá sete semanas
e sessenta e duas semanas; será edificado novamente. ..." (9:25NASB). Ha
muitas versões inglesas gue seguem a pontuação de MT (ERV, ARV,NEG, NAB)
que tem um at/mac/i, o principio disjuntivo divisor dentro de um verso,
apôs as palavras "sete semanas." Os sinais de pontuação nos manuscritos
hebraicos não vieram a uso geral até um florescimento da atividade mass£
retica entre 600 A.D. e 930 e prosseguiu em pequenas questões também _de~
acentuação no século XIV. 147 Evidencia contemporânea aponta na direção
de que os acentos em versões gregas são anteriores aos MSS hebraicos dos
massoretas.148 Ha também considerações contextuais que favorecem a pon-
tuação mais antiga"149 e parece haver razões para a crença de que a pontij
ação massorética mais recente reflete um preconceito anti-cristao.^0 Pa_
rece que a pontuação tradicional pode ser mantida sem injustiça ao texto"
e contexto hebraicos.
A terceira divisão de uma semana, 7 anos, começa em sucessão
cronológica a partir da 69 semanas ou 483 anos com o batismo e o inicio
do ministério publico de Jesus Cristo. "Na metade da semana" (9:27)151
to e, 3 1/2 anos depois de 31 A.D., o Messias poria um paradeiro ao sa-
criflcio mediante a terminação do Seu ministério por Sua morte sobre a
cruz J 5 2 /\a metade da semana vem a_um fim com (1) a morte de Este_
vão (Atos 8:1), (2) a dispersão dos cristãos de Jerusalém, (3) a trans-
missão do evangelho aos gentios,153 e possivelmente (4) a conversão de
Paulo.l54

456 A.C. 408 A.C 27 A.D. 34 A.D

31 A.D.
7 semanas 62 semanas
49 anos 434 anos 3 1/2*3 1/2

19 Decreto Batismo de Apredejamento


de Artaxerxes Jesus de Estevão
Evangelno aos
Gentios.__
Conversão de
Paulo (?)

127
A distinta superioridade da interpretação histõrico-messianica
e o perfeito sincronismo dos cálculos dos 490 anos desde seu início em
457 A.C. ate sua conclusão em 34 A.C. Tem-se que admitir que se nos vol-
vemos a historia, dentre todas as atuais interpretações nao-simboliças,
históricas a interpretação histõrico-messianica dos historiadores é, com
base em seus cálculos cronológicos, a única interpretação que pode rein-
vjndicar ocorrer total harmonia entre a profecia de Dan. 9:24-27 e a hi_s
toria^ mesmo quanto a um único ano. £ muito possível que esta precisa cor
relação entre profecia e historia seja uma importante pedra de tropeçopa_
rã a moderna mente racionalista.
E apropriado agora discutir várias objeções importantesaprese£
tadas contra a interpretação histõrico-messianica. H, Junker objeta que o
decreto referido pela "saTda da ordem" (9:25) não poderia ser o 79 ano de
Artaxerxes (Esd. 7:7,8) porque deve ser o decreto de Ciro, un;a vez que d£
vê relacionar-se, com base em Dan. 9:1, 2, a edificação de Jerusalém.155
Junker está correto em sua ênfase de gue o decreto deveria de fato rela-
cionar-se com a edificação de Jerusalém, mas seu argumento não pode ser
sustentado porque o decreto de Ciro e o de apoio, de Dârio (Esd.1:1-4; 6:
l-12)^relacionavam-se somente com a edificação do templo e não com a edi-
ficação da cidade propriamente dita. O primeiro decreto que poderia ter-
se relacionado com a edificação de Jerusalém como uma cidade foi o emiti-
do no 79 ano de Artaxerxes I, isto e, em 457 A.C.
Uma "objeção de peso contra o_considerâr 458 /45£7 como o termi-
nus a quo das sessenta e nove semanas"^6 £ levantada por H. J. Gruentha_
ner e diz respeito a teoria primeiramente apresentada em detalhe por A.
van HoonackeH57 e amplamente aceitais de que Esdras não veio a Jerusa-
lém ate depois de Neemias e sob Artaxerxes II (404-358 A.C.]. Gruenthaner
escreve: "Se isto e verdadeiro, então a interpretação messiânica dos vs.
25-27 torna-se totalmente impossível."159 £sta e na verdade uma "cbjeçao
de peso" mas tem algum somente se esta tese puder ser sustentada. Este não
e o lugar para avaliar os méritos e deméritos da tese de van Hoonacker.
Ha, contudo, objeções muito serias contra a tese de van Hoonacker ã cheg_a_
da de Esdras apos_Neemias que desautorizam seus argumentos e tornam sua
posição insustentável. ^0 Nesse respeito, esta "objeção de peso" e neu-
tralizada; poderia ter peso somente com base em aceitar-se uma hipótese
bem recente cujos fundamentos estão longe de serem seguros.
J. A. Montgomery sugere que a interpretação histÕrico-messiãni-
ca "foi tristemente confundida pelo erro original de somar as '7 semanas'
com as seguintes '62 semanas,1 como se as 69 semanas fossem a primeira fi-
gura intencionada."161 Esta^questao da pontuação no MT de 9:25a e uma
"objeção principal" na opinião de Francisco.162 Em vista do fato de que
a pontuação provida no MT é de origem mais recente do que a de Teodocio,
a LXX, e a Vulgata, e irracional falar^de "erro original" de Teodocio. C£
mo indicado acima a pontuação das versões gregas e mais antiga do que a _do
MT. Parece possível somente falar-se de um "erro original," se se tem, nu_
ma base apriorística, concluído que uma interpretação particular deste te_x
to seja superior. A exegese correta procede c um meticuloso estudo do tex

128
to sem recorrer a declarações dogmáticas quanto ao que seja ou não um su-
posto "erro original. "163 Permanece o fato de que qualquer pontuaçãoése
cundaria e não original, mas reflete a tradição dos massoretas e seus pré"
conceitos J64 i$to em si mesmo indica que nenhum argumento de importan-"
cia pode ser sobre ele edificado.
_ objeção um tanto mais substancial parece dizer respeitoain
terpretaçao de que a destruição de Jerusalém teve lugar em 70 A.C. equeõ"
"príncipe" de 9:27 que esta para vir e Tito. Isto não pode ser trazido em
harmonia cronológica com as "setenta semanas" que terminam em 34 A.Cj^o
E devido a esta dificuldade que Young e levado a sugerir que a destruição
de Jerusalém e do templo "trata-se de um detalhe de informação que e acres-
centado, indicando que os judeus podem saber o que sobrevirá a sua cidade
ern consequência da morte do Messias. Dois acontecimentos, portanto, são
mencionados no v. 26. Um desses, como o v^ 27 revela, pertence ao septua-
gésimo sete; o outro nao."^ Esta opinião pode ser considerada como es-
tando em harmonia com a sugestão de que o efeito da morte de Cristo foi
simbolizado no momento de Sua morte pelo rasgar do véu no templo (Mat.27:
51; Marc. 15:18) J67 /\ueda de Jerusalém com o incêndio do templo é a r a_
tificação exterior da falta de significação dos sacrifTcios apôs a morte
de Cristo, a consequente manifestação do estado de coisas como já exis-
tiam. 168 Conquanto com a morte de Jesus Cristo os sacrifTcios judaicos
não cessassem, esses sacrifTcios oferecidos após Sua morte não mais pode-
riam ser considerados como legítimos e validos a vista de Deus (Heb.7:U;
8:13; 9:25, 26; 10:8, 9). Em resumo, a queda de Jerusalém e a destruição
do templo em 70 A. D. não devem sor considerados como terminando as "seten
ta semanas"169 ^as sim como manifestações exteriores dependentes da atua-"
cão do Messias em causar a interrupção dos sacrifTcios e oferta de manja-
res e a ela subsequentes.
E evidente que cada uma das principais correntes de interpreta-
ção de Dan. 9:24-27 tem suas fraquezas. Terá que ser admitido que uma com
paração dos pontos fortes e fraquezas exegeticos, históricos e cronológi-
cos de cada uma indica que a interpretação historico-messiãnica e maisunj_
ficada e não parece sujeita a dificuldades crono"!Ógicas.l ?° Nesse senti-
do a interpretação historico-messiânica^recomenda-se_como a mais adequada
dentre as quatro principais interpretações contemporâneas.

***** ****

129
REFERENCIAS E NOTAS

C. T. Francisco, "The Seventy Weeks of Daniel," RevExp 57


(1960), 126.
2
J.A. Montcomery, A Commentary on Daniel (ICC; Edinburgh, 1927},
p. 400. "
3
Ver F. Fraidl, Pie Exegese der siebzig Wochen Daniels in der
alten und mittleren Zeit ("GTãFz, 1883), pp. 3-2^7~É- W. Hengstenberg,
Christology of the Old Testament (reprint; McDill, Florida, 1973), II,
S11-9T9.
4
Fraidl, Exegese, pp. 26-155; L. Knowles, "The Interpretation
of the Seventy Weeks of Daniel in the Early Fâthers," Westnnnster Theolo-
gical Journal 7 (1945;, 136-160.

50. Zoeckler, Daniel (New York, 1876), pp. 205-213; Matthew Po-
lê, Synopsis Criticorum "(Frankfurt, 1694).

Zoeckler, Daniel, pp. 209-213; J. Knabenbauer, Commentarius in


Daniel em (Paris, 1891), pp. 262-275; Montgomery, Daniel, pp/ 390-400.

Sobre esta frase, ver Montgmery, Daniel , p. 373; H.C. Leupolcí,


Exposition of Daniel (2nd ed; Grand Rapids, MTcn., 1969), pp. 406-409; E.
TTToung, The Prophecy of Daniel (Grand Rapids, Mich., 1949), p. 195;
Questions on Doctrine (Washington, D.C., 1957), pp. 276-278.


fiAs únicas - conhecidas são C. Wieseler, Pie 70 i-Jochen
exceçoes
und die 63 Jahrwochen dês Propheten Daniel (Gottingen, 1339), q~ue sugerem
que em 9:24 semanas literais são subentendidas mas nos vs. 25-29 semanas
de anos. J, Slader,, The Seventy Weeks of Daniel's P^_Ç.P£|^cy (mimeografado;
Londres, 1925), advoga que semanas literais são suHentencffdas.

9 Francisco, RevExp 57 (1960), 135.


1 0 o
KBs p. 940: "período de sete dias, semana"; W. L. Holladay,
ed. , A Concise Hebrew and Araniaic Lexicon of the OT (Grand Rapids, Mich.,
1971), p. 3^81 "sete diTs, uma~~semana"; G. ròTrer et a i . , Hebrew and A r a -
mate Dictionary of the Old Testament (Berlim/New YoTk, 1S7TJ, p. 275; pe-
nocfb~3e" sete "semana." Ú mais antigo BDB, p.988-939, sugere "período-de
sete ( d i a s , a n o s ) , hebdornada, semana" para -òíxòâcã geralmente e para Dan.
9:24 especificamente "hebdomada ou sete de anos."

130
11 Leupold, Daniel, p. 409.
12
Apoiadores desta opinião são T. Kliefoth, Das Buch Daniel
(1868) que e creditado como sendo o primeiro entre interpretes a ter ten
tado estabelecer exegeticamente
-j a interpretação simbólica. Ele é seguido"
em grande medida por C. F. Keil. The Book of Daniel," Commentary on the
Old Testament, ed, C. F. Keil and F. Delitzsch (Edimburgo, 1891), pp.399-
402; LeupoldT Daniel, pp. 403-410 P. Grelot, "Soixante-dix semaines d 1
annees," Bi b, W(l 969),169-186), também toma as 70 semanas como um nume
ro simbólico mas aplica-o diferentemente do anterior.
13 Keil
Daniel, p. 352; Kliefoth, Daniel, s.v.; E. J. Young,
The Prophecy of Daniel (Grand Rapids, Mich., 1949), p. 203; Leupold, Da-
pp. 418-420; cf. B. H. H a l l , "The Book of Daniel, 1 1 The '.'esleyan
'e Conmentary, ed. C. W. Cárter (Grand Rapids, Mich., 1969 ,
1
Leupold, Daniel , pp. 420, 421: "O primeiro desses dois peru)
dos construtivos é aquele que culmina na vinda de um importante persona-
gem, tão importante, de fato, que precisa somente ser mencionado por si£
nificativos nomes dCle, e imediatamente se reconheço quem está sendo re"^
ferido." Keil , Daniel , p. 355.
15
Leupold, Daniel, p. 421

16 !bid, pp. 423-424.


17 Young, Daniel, pp. 205-206.

18 K e i l , Daniel, p. 375; Leupold, Daniel, pp. 439-440.

l 9Young, Daniel , p. 22: "Quando os 70 setes chegam a uma co'nclu_


são, não sabemos."
20
Leupold, Daniel, p. 431: "O verbo precedente ^267 havia dito
o que ocorreria ao fimTHcTãs sessenta e duas hebdómadas somente de uma
forma geral e sumaria. Todas as coisas mencionadas iriam, portanto, cair
dentro da última hebdõmada, conquanto o ponto de vista seja primariamente
este, que iriam acarretar o fim das sessenta e duas hebdómadas. Somente
as guerras e as desolações foram descritas como prevalecendo até o fim."
21 Ver o argumento por Leupold, Daniel , p. 409.

)
"Montgomery, Daniel , p. 376

131
23 Hengstenberg, Christology, II, 808.
?4
R. H. Charles, The Sook of Daniel, (Edinburgh, 1913), p. 104;
Montgomery, Daniel , p. 373; etc.

25Sanh.5.1.

26A. Bentzen, Daniel (HAT; TíJbingen, 1952), p. 66.


27Também W. Baumgartner, "ein Vier 11 jahrhundert Daniel forschung,"
TR, 11 (1939), 81.
00
"Francisco, RevExp 57 (1960), 136.
29Também Leupold, Daniel, p. 432.

"3 n
JU Francisco, RevExp 57 (1960), 136.
31
Também por J. C. Payrie, Encyclopedia of Biblical Prophecy (New
Y o r k , 1 9 7 3 ) , pp. 384f.

39
Assim chamado segundo o famoso estudo pelo dispensacionalista
H. A. Ironside, The Great Parenthesis (Grand Rapids, Mich., 1943).
33
Entre os muitos expositores os seguintes são representativos:
J. A. Seiss, Voices from Babylgn (Philadelphia, 1879); Robert Andreson,
The Corning Prince (TÕhdon, 1909); C. I. Scofield, ed., The Scofield Refe-
rence BT5Tê~T^GW York, 1909); A. C. Gaebelein, The PropKêTT)ãTne1 (New
"?ork, 1911); L. S. Chafer, The Kingdom in History and Prophecy (Chicago,
1936); A. J. McClain, Daniei 's Prophecy of the Seventy UcTêTs^Gr and Rapids,
Mich., 1940); H. A. Ironside, The Great Parenthesis (Grand Rapids, Mich.,
1943); J. D. Pentecost, Things~tcTCome T^ãrían^pT^s, Mich., 1958); J. F.
Walvoord, Daniel the Key ^o Prophetic Revelation (Chicago, 1971); L. Wood,
A Commentary on Daniel (Grand~Rap"idS) RTch., T973).
34
Pnntecost, Things to come, p. 239; cf. J. F. Walvoord, "Is Da-
nieTs Seventieth Week Future?" B^ 101 (1944), 30; McClain, Seventy
Weeks, p. 5; etc.
35
Por exemplo, McClain, Seventy WoQks, pp, 12-15; Pentecost,
Things To Come, pp. 242-244; hlal voord7DãTnêT7~PP. 217-220; Wood, Daniel ,
pp. 247s.
o,c _
iiiings To Come, pp. 244f.; Walvoord, Daniel , p,225.

132
37
Anderson, The Corning Pr ince, p. 128.

38 Ibid.

39 Pentecost, Things To Come, p. 246.

40Wood, Daniel , p. 253.

4 1 Ibid.

4?
R. D. Culver, Daniel and the Latter Days (Chicago, 1954), p
145.
43 R. C. Newman, "Daniel 's Seventy Weeks and the Old Testament
Sabbath-Year Cycle," Journal of the Evangélica! Theological Society 16
[1973), 233.

' 'Pentecost, Things To Come, p. 247.
45
Ironside, The Great Parenthesis, quoted by Young, Daniel , p
194.

S e i s s , V o i c e s frgm Babylon, p. 251; W a l v o o r d , Daniel , pp.


2 3 1 - 2 3 7 ; Wood , Da n i GlTlTpTTf^TB^ ; e muitos outros

47 Walvoord, Daniel , p. 232.


43
Também Gaebelein, Daniel, p. 142, seguido por Ironside,
McClain, Pentecost, W a l v o o r d , WõcRTe muitos outros.

Seiss, Voices from Babylon, p. 255; e muitos outros

50 VJa1voord, Darn_el_, p. 232.

51 Ver J. Neuffer, "The Accession Year of Artaxerxes I," AUSS 6


(1958), 60-37; S. H. Horn e L. H. Wood, The Chrgnology of Ezra 7 ("27TcT
ed.; Washington, D.C. 1970), pp. 93-116, 124-177:

b2 Ncwman, JET_S 16 (1973), 231.

53Horn e Wood, Chronology, pp. 43-45.

133
m
*
54Newman, JETS, 16 (1973), 233s.

55 Hall , "Daniel." Wesleyan Bible Commentary, III, 546.


56
Vitringa citado por Hengstenberg, Christology, II, 854.
57 Hengstenberg , Christology, II, 854.
CO
Young, Da n i e l , p. 214.

59Walvoord, BS 101 (1944), 47s., sumariando Ironsicíe; Pentecost,


Things to Come, pp. 247?.

Sobre o sistema dispensacional ista inteire, ver 0. T. A l l i s ,


Prophecy and the Church (Phi ladelphia , 1945); G. E. Ladd, The Blessed Hope
f~G rãncTRapids, Mich. , T9 56).

P. Mauro, como citado por Young, Daniel , 216.


ço
Assim corretamente Young, Daniel , p. 215,
r ~<
J Gaebelein, The Prophet Daniel , p. 142; Walvoord, Daniel, pp.
232-236. -
64 Payne, Encyclopedia of B i b l i c a l Prophecy, p. 289.

66 Walvoord, Daniel , p. 234.

Young, Daniel , pp. 211s.

68Wood, Daniel , p. 258.


69
Montgomery, Daniel , p. 400.

John Marsham, Canon chronicus (Frankfurt, 1697), pp. 610ss.

Anthony Collins, The Scheme of Literal Prophecy considered in


yiew of controversy, occasionFd by a 1atê~Book intitlec (Lor.don, 1726).
On Collins, ver E. Hirsch, Geschichte der ^-"ueren evangel ischen Theologie

134
(3rd, ed.; Darmstadt, 1964), I, 308-315; J. M. Schmidt, Pie jddische Apo-
kalyptik 'Neukirchen-Vluyn, 1969), pp. 36$.
72
Ver a discussçao informativa por Young, Daniel , pp. 317-320.
73
Ver as introduçoes-padroes por 0. Eissfeldt (1965), G. Fohrer
(1968), 0. Kaiser (1969), etc.

74 Baumgartner, TR U (1939), 208s.; 224s.; Bentzen, Daniel, p.


77. ~~
75
N. W. Porteous, Daniel. A Commentary (Philadelphia 1965), p.
141.

6G. von Rad, Old Tostament Theology (Edinburgh, 1965), 11,313.

A data de 587 Q sugerida entre outros por Porteous, Daniel ,


p. 141; D. S. Russel, The Method and Message of Jewlsh Apocalyptic (Lon-
dres, 1964), p. 196, enquanto~a data 586 e sugerida por A. Marti, Daniel
(Leipzig, 1901), p. 75, para mencionar alguns expositores representativos.

8 Porteous, Daniel, p. 141.


79Montgomery, Daniel, p. 392.

300. Plflger, Das Buch Daniel (GUtersloh, 1965), 141.

Porteous, Daniel, 141.


oo
'Charles, Daniel , p. 106; Marti, 2arvi_e_l_, pp. 69s.; Montgomery,
Daniel, p. 391.

Assim também Marti, Daniel , p. 72. Bentzen, Daniel , p. 75, e


mais exato ao sugerir que a profanação teve lugar entre 167 e~l64. Mont-
gomery, Daniel , p. 386, opina 168-165 A.C.

84 Baumgartner, TR 11 (1939), 224; Montgomery, Daniel, p. 378;


Kttnig, Pie messianischen TjJêlssagungen dês AT (Stuttgart, 1925), pp. 323s.;
Russell, Jewish ApocjTyptic, p. 197^

Heb. dãbãA G vertido como "mandamento" pela AV e como "decreto"


pela NASB.
,,<V >\5
O-r

Young, Daniel , p. 202.

87
Kei l , D a n i e l , p. 351.
op
Russel , Jewish Appcalyptic, p. 197. Curiosamente esta suges-
tão não foi repetida em sua obra mais recente, The Jews from Alexander
to Herod (London, 1967), p. 239, conquanto os dois textos em Jer. sejam
referidos.
39
Ver a discussão por J. Bright, Jeremiah (AB; Garden City,
N.Y., 1965), pp. 284s.

90 Kei1 , Daniel , p. 351.

M. Delcor, Lê livre de Daniel (Paris, 1971), p. 197.


92
Montgornery, Daniel , p. 379.

91
E. J, Bickerman, "The Edict of Cyrus in Ezra l," JBL 65
(1946), 244-275; J. M. Myers, Ezra-Nehemiah (AB; Garden City,1TY. 1965),
p. 6; J. Bright, A History of Israel '(2nd ed.; Phi ladelphia, 1972),p. 361
94A. Ma l ama t, "A New Record of Nebucnadnezzar's Palestinian
Campaign," IEJ 6 (1956), 246-256; E. Vogt, "Die neubabylonische Crhonik
(Jber die Schlacht bei Karkemisch und die Einnahme von Jerusalém," VTS 4
(1957), 67-96; S. J. De Vries, "Chronology of the OT," J_DB (NashviTTe,
1962), I, 597s.; S. H. Horn, "The Babylonian Chronicle ancí the Ancient
Calendar of the Kingdorn of Judah," AUSS 5 (1967), 12-27; E. R. Thiele,
The Mysterious Nuinbers of the Hebrew Kings (2nd ed.; Grand Rapids, Mich.,
196b), pp. I65-I7Í!; A. Malamat, IEJ Ifí (T368), 137-156; K. S. Freedy e
D, B. Redford, JAÓS 90 (1970), ÍFZ-485.
9S
G. Behrmann, Das Buch Daniel (Gôttingen, 1894), ^d_I_0£.
96 Esta data e sugerida por J. M. Myers, The World of the Resto-
ration (Englewood Cliffs, ^J.J., 1968), p. 43.
-
97M. J. Dresden, "Cyrus," ID3, I, 755, também pensa que Ciro "e
talvez o 'ungido'" de 9:25.
98 Kíinig, Messiani sche Weissagunqen, p. 311; M. Tnilo, Pie Chro-
logie dês Daniel-BucTie"! (Bonn, 1926), p. 147
99Montgornery, Daniel, p. 392.

136
100 Young, DajvkK p, 202. '

Montgomery, _Da_nj_el_, P - 391 n. 3.

1 0 2 Marti, Daniel , p. 72.

1 Q j Baumgartner, TR 11 ( 1 9 3 9 ) , 2 2 4 .

l 04
Montgomery, Djmje^, p. 393. Cf. Baumgartner , TR 11 (1939),
l OS
B. Duhm, Israel s Propheten (2nd ed . ; Tubingen, 1922), p. 416.
i nr
M a r t i , .Dajv[ej[, P - 73.

l 07
Porteous, Daniel , p. 141.
i no
Francisco, RevExp 57 (1960), 134.
l 09"'Russell, Jews from Alexander to Herod, p. 239. Isto e dito
ter-se originado com F. TTTruce, cf. R u s s e l l , Jewish Apocalyptic, pp.!97s.
-] l n
1 E. SchíJrer, A History o f t h e Jewish People in the of Jesus
Christ (Edinburgh, 1390),~31V. H, vol. I I I , pp. £Ts .

Charles, DanieJ_, p. 107; Marti, Daniel , 73; Montgomery, Daniel ,


p. 393; Bentzen, DanleTTT'. 75; Porteous, Daniel , p. 141; Russell, Jewish
Apocalyptic, p. 197, para mencionar somente uns poucos.
1 1 2Eehrmann, Daniel , p. 65.

1K''Wars, V I . i v. 8; Antiquities X l I I . x i .1 ; XX. x. l .


114 Ver as objeções ã suposição de SchíJrer por T h i l o , Chronologie
dês Daniel-Buches, pp. 15s.

1 1 5 Ver F. N i c h o l , ed . SDA Bible Commentary (Washington, D. C.,


1955) , IV, 792-799.

1 1 5 R. H. Pfeiffer, Introduction to thc OT (New York, 1948), pp.

E em Baruque 1:1 que é dependente de Daniel.

137
rr.imi.T3am

I 1 fi
R. P. Doughterty, Nabonidus and Belshazzar (New Haven, 1929),
pp, 59ss.; Pfeiffer, Introduction, p. 759.
I1 9 D. J. Wiseman, "Some Histórica! Problems in the Book of Da-
niel," in Notes on Some Problems in the Book of Daniel, eds. D. J. Wise-
man, T. C.~flitchell , et ai.' Çlondon, 1965), pp. 16-187
120
I M a c . 4 : 5 2 25 de quesleu, no ano seleucida 148: 14 de de-
zembro de 164 A . C . Ver agora o novo E. SchfJrer, The History of the Jewish
People in the Age of Jesus Christ, ed. M. B l a c k , G. Vermes, e F. Millar
"["Edimburgo, 1573), I, 163 ;""Del cor, Daniel , p. 203.

1 2 1 SchíJrer, History, I, 153, 1 6 3 .

122 SchíJrer, History, I, 150; Delcor, Daniel , p. 203.

l 23Assim também Hengstenberg, Christology, II, 824s.; C^ von


Lengerke, Das Buch Daniel (1835), p. 410. Estes revelam que 9:24 e compre
endido como referindo-se" ao Messias, e as "setenta semanas" são tidas co
mo semanas de anos que apontam ao advento de Cristo. Fraidl, Siebzig Wo-
chen Daniels, pp. 4 - 1 1 , sugere que a LXX refere-se ao período de Antioco
FjTifamo. n"e baseia seus argumentos na tradução da frase "uma semana"
{v. 27) como "muitas semanas" ( roAXat £popctSe$) na LXX que sáo interpre-
tadas por Fraidl {p. 10, n? 1) como uma semana de dias normais. A inter-
pretação de Fraidl da f.-ase-chave no v. 27 è" difTcil de manter porque a
LXX mantêm no v. 24 É^íovjaScí» isto é", "semanas" como Fraidl mesmo suge-
re, mas a LXX interpreta-a em todos os casos nos vs. 25, 26 como "anos"
C £rn ) e "tempos" ( xai-poC"). Isso indica que as "muitas semanas" no v. 27
dificilmente poderiam ser tomadas como significando "muitos dias." Ver
Hengstenberg, Christology, II, 867, n° l ; C. Boutflower, In and Arpund
the Book of Daniel (2da. ed.; Grand Rapids, Mich., 1963)J~pp. 168-178.
l 24-lestament of Levi, chs. 14-16; cf. Fraidl, Siebzig Wochen
Daniels, pp. TT^Z$~.

12D^PG, II, 72; cf. Fraidl, Siebzig hlochen Daniels, pp, 26s.

126 Stromata, i, 21: MPG, V I I I , 853.

127 Adv. Judaeus, 8; MPL, II, 612-616.

128MPG, V I I , IX, X.
1?9
MPG, XIII, 1656ss.
130 Demonstr. Evang. Lib. V I I I , Ch. 2.

1 3 1 Baumgartner, TR, 11 {1939}, 224; M. J. Gruenthaner, The Se-


venty VJeeks," CBQ, l (1939), 48.
T -} O

Isto meramente enumera vozes representativas entre exegetas


dos últimos!50 anos: Hengstenberg, Christology, I I , 803-930; J.N. Andrews,
The Commandment to Restore and to Rebuil cT Jerusalém {battle Creek, Mich.,
TfTSTTfl. "B, Pusey, DanTGTTnTTrophet (2nd~êcT"nièw York, 188o), pp. 184-
269; J. Raska, "Zur Fêrechnung der siebzig Wochen Daniels," Theologische-
Praktische Quartalschrift 54 (1904), 13-27; J. Hontheim, "Das Todesjahr
Christf und die DanieTische Wochenprophetie," Kathol1k 34 (1960), 12-36,
96-123, 176-188, 254-281; C. Boutflower, In ançOround the Bookof Daniel
(Ist ed.; 1923; 2nd ed.; Grand Rapids, Mich., 1963), pp. 168-21 l ; O, Ger-
hardt, "Die messianische Weissagung Daniel 9, 24-27," Neue Klrchliche Zei-
tschrift, 38 (1927), 561-587; G. M. Price, The Greatest ofTnTTrpphets
TTTouTTfãTn View, C a l i f . , 1955), pp. 329-261 ;~rrDaniel ," Se_venth-day"Adven-
tjst B i b l e Commentary, ed. F. D. Nichol (Washington, DTC. 1955), IV, 851-
^FTIT. TquiTíTcTT^Profezia delle 70 settimane (Daniele 9:24-27)," PalCl
38/8 (1959), 408-412; J. B. Payne, The Theology of the Older Testament
(Grand Rapids, M i c h . , 1962) pp. 277s.: idem, Êncycolpedia of B i b l i c a l Pro-
phecy (New York, 1973), pp. 383-389; G. L. Archer, Jr., A Survey of Old
Testament Introduction (Chicago, 1964), p. 387; B. H. Hali, "Daniel ," The
Wesleyan BiblGTõmmentary (Grand Rapids, Mich., 1969), I I I , 545-547.
l 3?^ os que apoiam este ano estão Pusey, Andrews, Boutflo-
wer, Hontheim, Archer, SDA Bible Commentary. Payne ainda apoia 458 A.C.
aparentemente inconsciente da "nova evidencTa em favor de 457 A.C.

Ver especialmente Horn e Wood, The Chronology of Ezra 7, pp.


91-116. Neuffer, AUSS, 6 (1968), 60-87, proveu uma discussão atualizada
da evidencia histórica para a ascensão de Artaxerxes I.
l "íS
Para detalhes, ver J. Finegan, Handbook of B i b l i c a l Chrono-
logy (Princeton, 1964), p. 265 declara ser 2~6~ ou 2T A.C. dependendo dos
sistemas de ascensão e nao-ascensao respectivamente.

Assim também Hengstenberg, Christology, II, 828s., e Bout-


fl ower, In and Around the Book of Daniel", p. ToT.
i 07
Holladay, Lexicon, p. 403.

133 Em Esdr. 7:26 o mesmo termo aramaico dn.tk aparece com refe-
rência a lei real ou decreto de Artaxerxes.
T OQ
Um número de estudiosos demonstraram que esse edito não se

139
refere ã edificação de Jerusalém, mas a edificação do templo: K. Galling,
"Von Nabozid zu Darius," ZDPV 70 (1954), 11-32; J. Liver, The Return from
Babylon: Its Time and Scope," Eretz Israel 5 (1958), 114-119; Myers,Ezra-
Nehemiah, p. 7; M. Noth, The History of Israel (2da. ed.; New York, 1960),
p. 308.
- atuado com a ideia
140Alguns eruditos tem - de que o 'sétimo ano
(Esdras 7 : 7 s ) e um erro quando se intencionava outro numero, muito plausj_
vãmente o 'trigésimo sétimo a n o . " Assim estão A. F. A l b r i g h t , Tne Bibl içai
Period from Abraham to Ezra (New York, 1963), pp. 93, 112s. nQ~T3T- T.
Bright, irThe Date of E z r a ' s Mission to Jerusalém," Yehezkel Kaufinann Jubi-
lee Volume (Jerusalém, 1960) pp. 70-87; idem, A History of Israel , p. 4(J27
Para os argumentos contra essa emenda que carece ae qualquer sUpõrte tex-
tual ou em v e r s õ e s , ver A. Emerton, "Did' Ezra Go to Jerusalém in 428 A.
C . ? 1 1 m 17 (1956), 1-12.

141 Bright, A History of Israel , p. 372.

Ver /S. H. HornJ in "Additional Note on Chapter 4," Soventh-


day A d v e n t i s t B i b l e Coínmentary, III, 347-350.

l 41
Pusey, D a n i e l , p. 189.

l 45 Scutflower, In and Around the Book of Daniel, p. 189.

146
_
Hengstenborg , Cnnstology, II, o93; Pusey, ^a_njel , p. 189;
Price, Greatest of tho PropTTets, p. 2lJ3. Boutflower, In and Around the
Book of Daniel , p. T~o5, fnd~ica o ano como 26 A. D. A dãTa~~clo batismo de
Jesus esta intimamente ligada com a de Sua morte que é datada de 30 a 33
A, D. Uma discussão dessa questão é provida no Seventh-day Adventist Bible
^.....luradry, V. 235-2C6; G. Amadon, "Ancient Jewish CaTê n da t f o n , " JBT ÇT~
T1^T2")T^^7-280; idem, "The Crucifixion Calendar," 63 (1944), 177^!"9"0;
Finegan, Handbook of Biblical Chronology, pp. 264s.

147E. WiJrthwein, The Text of the Old Testament (Oxford, 1957),


pp. 18s.
14fi
1 °E. Werner, "Masoretic Accents," _IDB, I I I , 297.
149
Ver o estudo não a s s i n a d o "On Daniel 9 : 2 5 , " em £robljeii]s \n
Blble T r a n s l a t i p n , ed . Committee on Problerns in Sible T r a n s l a t i o n (Was-
hington, D . C . , 1554), pp. 178-133.

140
l 50
Pusey, Daniel, p. 190 nQ l, cita Rashi segundo o qual "por
causa dos heréticos, isto e, Cristãos" a clausula foi dividida por um

l 51
A tradução de IULA*. como "meio" é encontrada em TeodÕcio, Vul-
gata e muitas EVV (KJV, ASV', NASB, MALB). Cf. o trabalho não assinado,
"On Daniel 9:27," Probletns in Bible Translation, pp. 184-187.
152 - ~
Esta e a opinião unanime de todos os enumerados no n9 132 e
tem sido a interpretação dominante desde a Reforma. Entre exegetas da pre-
Reforma, Í sustentada por J ú l i o Africano, Eusebio, Policronio, Teodoreto,
Alberto Magno, Nicolau de Lira, DionTsio Cartusiano; ver Fraidl , Siebzig
Wochen Daniels, pp. 156-158. Segundo Jerônimo mesmo os judeus parecem ter
a d m i t i d o u m a referencia a Jesus Cristo na morte do Ungido, mas sugeriram
que o reino dos judeus não será dEle, ver Commentary on Daniel, de JerÕnj_
mo, trad. de G. L. Archer, Jr. (Grand Rapids, Mich., 1958), pp. 108s.;
Montgomery D a n i e l , p. 397.

153 Pusey, Daniel, p. 193; Boutflower, Daniel, pp. 197f; J. B.


Payne, The Imminent Appearing of Christ (Grand Rapids, Mich., 1962), 149-
152.
l 54
Payne, Encyclopedia of Biblical Prophecy, p. 388, faz esta su_
gestão e data esse evento com Finegan (Handbook of BTblical Chronology, ~*
pp, 320s.) em 33/34 A.D. Outros datam a conversão de Paulo em 35 A.D., ver
S. H. Horn, "Chronoloqy," Seventh-day Adventist Dictionary (Washington,
D.C. 1960), p. 209.
l 55H. Junker, Untersuchungen Uber 1iterarische und exegetische
Probleme dês Buches Daniel (Bonn, 1932), pp. 8^s. n. I .

1G6 Gruenthaner, CBQ l (1939), 52.


167 - -
A. van Hoonacker, "Nehemie et Esdras, une nouvelle hypothe-
se sur Ia chronologie de l 'epoque de Ia restauration," Lê Museon 9 (1890),
151-184, 317-351, 389-401,

Uma lista abrangente da literatura e provida por H. H. Row-


ley, "The Chronological Order of Ezra and Nehemiah," The Servant of the
Lord and Other Essays (2da. ed.; Oxford), 1965, pp. 1^5-168).

159Gruenthaner, CBQ, l (1939), 52.

Ver especialmente J. S. Wríght, The Date of Ezra's Corning to


Jerusalém (2nd. ed. ; London, 1958); J. Morgenstorn, JSS 7 (7962), 1-1 J-;' \1
K. A. Kitchen, Tyndale Student Fellowship Bulletiri 29 (1961), 18-19; U.
Kellermann, ZAlTHD (1968), bb-8/; U. G": Tuland, "Esra-Nehemiah or Nehe-
miah-Ezra?" MSS 12 ( 1 9 7 4 ) , 4 7 - 6 2 .

Montgomery, D a n i e l , p. 392.

162 Francisco. RevExp 57 (1960), 136.


163 ~
Para uma avaliação critica do argumento apresentado em favor
da pontuação do MT por Marsham, Ewald, von Lengerke, e Hofmann, ver Heng^_
tenberg, Christo"logyt II 836-839.

Keil, Daniel , p. 356, declara acertadamente que o at/mac/i


"foi primeiro adotadõ peíos massoretas, e somente mostra a interpretação
desses homens, sem fornecer absolutamente qualquer garantia de sua exati-
dao.
165Junker, Probleme dês Suches Daniel, pp. 82s. n. 1.

Young, Daniel , p. 215 (grifos dele).

Assim já' tinha Teodoreto (morto ca. de 460) que prove o pri-
mei ro comentário grego preservado sobre Daniel (MPG, LXXX I, 1469ss.). Cf.
Fraidl, Siebzig Wochen Daniels, pp. 94-97.

Hengstenberg, Christology, II, 858, escreve sucintamente:


"Quando o Cristo foi posto a morte, Jerusalém deixou de ser a cidade san-
ta , e o templo não mais era a casa de Deus, mas uma abominação."
l 69 Isso parece ter sido sugerido primeiro por Josefo, Ant. X,
xi. 7; Wars, IV. v i . 3, e tem sido sustentado entre outros por Clemente
de AlexaTicTria, Isidoro de Pelusium, Tertulinao, e alguns intérpretes ju-
deus medievais; ver Fraidl, Siebzig Wochen Daniels, pp. 156-158; Montgo-
mery, Daniel, pp. 396s.

Isso não implica que haja absoluta certeza sobre â data da


morte de Cristo ou do apedrejamento de Estevão, Mas as outras interpreta
coes defrontam dificuldades computacionais de tal magnitude que deixam a
relativa incerteza de uma absoluta cronologia da vida de Cristo e oseven
tos da igreja primitiva parecerem insignificantes.

A * * ir
* * x *

142
CAPITULO VI
O S A N T U Á R I O C E L E S T I A L NA ESCRITURA

l . T i p o l o g i a do Santuário Terrestre e do Santuário Celestial

Em harmonia com a correspondência tipolõgica entre o sacerdote


terrestre arõnico e o^sacerdõcio celestial e o sumo-sacerdócio de Jesus
Cristo, surge a ques.tao de qual santuário o Sacerdote celestial emprega-
ria para realizar Seu ministério J A carta aos hebreus com sua cristolo_
gia sumo-sacerdotal ,2 habilmente desenvolvida, afirma que o santuário em~
que Cristo desenvolve Seu ministério esta no céu (Heb. 3:1, 2; 9:11, 23,
24).
"Ora, o essencial das coisas que temos dito e que possuTmos
tal sumo sacerdote que se assentou a destra do trono da Majes-
tade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabe_r
nãculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Heb. 8:1, 2). ~~
Este texto explicitamente alega que o exaltado e entronizado Cristo e um
"ministro do santuário . "3 Aqui em Heb. 8:2 o "santuário" refere-se ao
"santuário celestial como um todo"4 como a declaração epexegét^ca que se
segue, "e do verdadeiro tabernáculo"^ que o Senhor erigiu, e não o homem,
claramente expressa.
A tipologia do santuário em Hebreus é desenvolvida em termos de
um esquema espacial (rdumlich) de "celestial -terreno"^ bem como um esque
ma temporal (zeitlich) de "passado-presente-futuro. "7 No que concerne ã
tipologia do santuário o autor inspirado de Hebreus parece argumentar com
base na seguinte lógica: onde ha um sumo sacerdote celestial, deve também
haver um santuário celestial, tal como o sumo sacerdote terreno tem um
santuário terrestre (isto é, tipologia vertical do esquema espacial); on
de há um santuário celestial, deve também haver um ministério sa^rdotaT
celestial tal como houve um ministério sacerdotal terrestre (isto é, ti-
pologia horizontal do esquema temporal).8 Nesse sentido, Cristo ministra
como sacerdote e sumo sacerdote no céu (9:23, 24). O verdadeiro ou "real
santuário 11 (NEB)9 existe no céu, pois o santuário terrestre nada mais era
do que uma "figura" (hu.pod&,gmciyU e uma "sombra" (ÁÍU^L}^ do original ce_
lestial.'^ Não é demais realçar que o santuário terrestre não Í o santu_
ario verdadeiro e original mas o santuário terrestre é meramente a "figu_
rã e sombra" (8:5) da realidade celestial. Isso_e explicitamente declara_
do em Heb. 8:5. Aqui os sacerdotes terrestres 430 referidos ministrando.
'em finura e sombra das coisas celestes, assim como foi i-iui,.-- , \7* <",."' \. '

•-'., '-./
sés divinamente instruído, quando estava para construir o taber_
naculo; pois diz ele: Vê que faças todas as'coisas de acordo com
o modelo que te foi mostrado no monte" (Heb. 8:5, citando Êxo.
25:40).
Cremos que a avaliação do Prof. Bruce é correta quando ele declara: "O s_u_
mo sacerdote da linha de Arao ministrava no santuário terrestre; Jesus
exerce Seu ministério sumo sacerdotal no santuário celeste, do qual o te_r
reno era somente uma replica."13 Em harmonia com a tipologia bíblica e
sua resultante correspondência a tipologia vertical do esquema do celes-
tial e terreno^ concede-nos uma mais profunda compreensão da esfera ou l_u
gar do ministério de Cristo no céu.
Como conceberemos o santuário celestial onde o exaltado e entr£
nizado Cristo, instalado como Sacerdote e Surno Sacerdote a dextra de Deus,
ministra em benefício de Seu povo? Não devemos subentender que nossa era e
o século XX seja^o primeiro período na historia a experimentar tentativas
de reinterpretaçao e demitolog^zaçao. Conquanto haja alguns hoje que ten-
tem conceber o celestial e o nao-terreno em termos da filosofia platónica,
isto não e essencialmente nada novo porque em alguns círculos judaicos do
tonipo de Cristo também se concebia a realidade celestial em termos plató-
nicos. Por exemplo, o famoso teÕlogo-filõsofo judeu Filo de Alexandria^
sugeriu com base em concepções derivadas do filosofo grego Platão'^ que o
tabernáculo do deserto edificado por Moisés era meramente o arquétipo do
mundo celestia] das ideias.'' Conquanto ná'o seja este o lugar para deba-
ter essa. questão em detalhe, pode ser sugerido que segundo pesquisa mais
recente a epístola aos.Hebreus não revela o tipo de influencia do plato-
nismo e filonismo que anteriormente se supunha.'^ Realmente, podemos acorn
panhar L. Goppelt, e caracterizar o "ministério sacerdotal celeste de Cri_s_
to como um equivalente real ao ministério do Vl\s dentro dessa ti-
pologia deduz de Êxo. 25:40 que há para o santuário terrestre (9:11), ou
seja, o tabernáculo como o àvrÓTUírov /antituponj 'figura 1 (9:24) e IITTO'-
SeiYHa/hupodeigmaJ ''copia' (8:5; 9:23) um 'original 1 celestial r\h:os /"tu
posj (8:5; Êxo. 25:40)."19 £m outras palavras, a fonte explícita da ti-
pologia vertical do esquema do santuário terreno-santuario celestial em
Hebreus 8:5 e o VT. O autor inspirado de Hebreus recusa para sua descri-
ção da esfera e lugar do ministério celestial de Cristo a Êxo. 25:40 on-
de Moisés foi instruído a edificar o tabernáculo "em cada detalhe, segun
do o modelo ou padrão que lhe foi mostrado no Monte Sinai, ..."^0
Uma vez que o autor de Hebreus explicitamente liga o "santuá-
rio" celestial e "verdadeiro tabernáculo" (8:2) em que Jesus entrou com o
"modelo" (tupos) que foi mostrado a Moisés (8:5) segundo Êxo. 25:40, pa-
rece imperativo volver a ideia do santuário celeste no VT. Mas antes que
volvamos ao VT convém refrescar a memória com respeito ao fato de que ÊXO.
25:40, além de Heb. 8:5, é referido uma vez mais em Atos 7:44. Em ambos
os textos o "original celeste"^! do tabernáculo terreno é designado com a
palavra grega tupos (TUTTO<,-) que Í tomada por empréstimo da tradução Sep-
tuaginta.22 A referencia em Atos aparece no discurso de Estevão em que
ele faz menção ao "tabernáculo do testemunho no deserto" que Koisés foi

144
instruído a fazer "segundo o modelo que tinha visto" (7:44).23 Estevão
realça o ponto decisivo de que "há" um original celeste, um TVÍTTOÇ /lupos_7,
mesmo acima do tabernáculo, que era o lugar da graciosa auto-oferta de
Deus na era exemplar da salvação (7:17 "24

2. O Santuário Celestial no VT

Na Septuaginta de Exo. 25:40, citado em Atos 7:44 e Heb. 8:5,


"o original celestial do tabernáculo e chamado tvrroç /"typosj"2^ uma pal_a_
vra que e normalmente traduzida como "modelo" (Urbild)." o termo he-
braico empregado no VT é tabvíit ( Hs3tirp) e aparece pela primeira vez em
Êxo. 25 onde o relato da ereçao do tabernáculo do deserto é apresentado.
"E me faraó um santuário, para que Eu possa habitar no meio
deles. Segundo a tudo o que Eu te mostrar para modelo do tabe_r
nãculo, e para modelo de todos os seus moveis, assim mesmoofa_
reis" (Exo. 25:8, 9).
Novamente no v. 40 de Exo. 25 lemos:
"Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mos-
trado no monte."
Com base nesses textos em Èxo. 25 duas conclusões parecem já
tas: (1) A origem do tabernáculo terreno do tempo de Moisés é o resulta-
do de unia "visão celestial e seu recebimento no Monte Sinai "27 por Moisés.
(2) O santuário terrestre nao__e o original, mas e construído segundo o mo_
delo revelado a Moisés em visão.
Surge, então, a pergunta: Acaso o termo -tabn^t aqui empregado
três vezes em Êxo. 25, e também em I Cron. 28:19_onde e utilizado em co-
nexão com o "modelo" dado a Davi para a edificação de temi o, indica a
existência de um santuário celestial? A resposta depende em larga escala
do sentido do termo hebraico tabn2£. O substantivo hebraico £abn2t e usa
do 20 vezes no VT,28 e se trata de um derivativo nominal do verbo faanã/1,29"
que significa "construir" Os dicionários hebraicos padrão sugerem os se
guintes significados para os vários empregos de .taíjitti no VT: 1) "mode-
o" (Urbild)
ur para Exo. 25:9, 40;30 2} "imagem" (AbbTÍd) 3 1 ou imagem,
forma"^ para Deut. 4:16, 17 18; J o s . 22:28; (3p^õcfêlo" ( M o d e l l ) 3 3 pá
l! J

rã II Re. 16:10; Sal. 144:12, I Cron. 2 8 : 1 1 , 12, 18, 19; (4) "imagem"
(Bild)34 para o Sal. 106:20; Isa. 44:13; Eze. 8:10 (isto e,"pintados na
pãrêHe"35); (5) "forma de uma mao"36 (etwas wie eine Hand)-37 em Eze.i
10:8; e (6) "planta (de arquiteto]" (Bauplan)Jã em I Cron. 28:19. Em ou-
trás palavras, em passagens que não tratam com o santuário ou templo o
termo tcibnLt pode referir-se a "forma" de ídolos (Det. 4:16-18), ou ao "m£
delo" ou"forma de um altar (II Re. 16:10; Jos. 22:28); ou a "figura" ou
"simulacro" de um novilho (Sal. 106:20), ou a "estrutura"39 ou modelo
de um palácio (Sal. 144:12). Com base nessa utilização parece seguro con-
siderar o sentido de tabnlt cm Exo. 25:40 como sendo o de um "padrão"

145
(Urbild) no sentido de um "modelo" (Model1)40 que foi relevado a Moisés
em visão segundo o qual ele havia edTficado o santuário terrestre.41 O
"modelo" que Moisés viu era unia espécia de maqueta. Não se tratava de uma
planta arquitetânica, que à parte da visão, não tinha qualquer existência
real.43 g santuário terrestre segundo Heb. 8:5 é a "sombra" (&lúa) ou "co
P"*3" (nupodeigma) de unia substancia celestial (epourania), "mas não a som
bra de outra sombra."44 Assim, deve ter uma realidade. Em resumo, parece"
que -tafanZí em Êxo. 25:9, 40 refere-se ao "modelo" (Urbild) no sentido de
uma miniatura real do "modelo" (Model1)45 celestial que parece ter sido_
uma maqueta do santuário celeste. Moisés viu o "grande original" em visão
também. (Ver nota 20, ao final do capTtulo).4°"Existencia^real deve ser atrj_
buTda aos modelos celestes, porque correspondem ã revelação de Deus. "47 P£
demos aqui notar a seguinte declaração de E. G. White:
"Ele /DeusJ7 apresentou perante Moisés um modelo em miniatura
do santuário celestial, e ordenou-lhe que fizesse todas as coi-
sas segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte" (4SG, 5).43
Ha evidencia adicional do VT para a existência de um santuário
celestial ã parte__do livro de Daniel? Ha varias passagens nos Salmos que
falam de um santuário celestial. Davi confessa que "Falou Deus na Sua san
tidade" (Sal. 60;6/B/)49 e que "assim eu te contemplo no santuário" (SaT.
63:2/37).50 No Sal. 68:35 /367 Davi fala da solenidade de Deus "nos teus
santuários".51 A combinação de "santuário"52 com a palavra "nuvens"53 ou
"ceus"54 no verso anterior deixa pouca dúvida quanto ã" intenção do salmis_
ta. Parece referir-se ao santuário celestial. No Sal. 96:6 a mesma corre_s
pondencia entre "céus ("nuvens") e "santuário"-?5 aparece novamente e tem,
portanto, sido sugerido que aqui também o santuário celestial esta em fo-
co. 56 o "santuario"57 mencionado no Sal. 150:1 refere-se ao santuário C£
lestial.58
As vezes o lugar celestial de habitação e designado como o "tem
pio" (klkall (Sal. 11:4; 13:6; e possivelmente 27:4; 29:9). Em sua majes-
tosa experiência de seu chamado o profeta IsaTas viu "o Senhor assentado
sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo"
(Isa. 6:1). O "templo" (lilhat) refere-se aqui ao lugar celestial divino
de habitação ou santuario59 dentro do qual a divindade Se assenta sobre
Seu trono.60 o contexto de__Miq. 1:2, 3 indica que o "santo templo" men-
cionado por Miqueias e também o do céu. O mesmo e verdade' quanto a Hab.2:
20: "O Senhor esta" em Seu santo templo." Quando Jonas confessa; ."Subiu a
Ti a minha oração, no Teu santo templo" (2:7^/37), o "santo templo" pare-
ce referir-se ao santuário cejeste de Deus.6"! Estas passagens dos livros
proféticos e do salmista provêem abundante evidencia quanto ã existência
de um santuário celestial ou templo onde o regente do Universo esta entr£
nizado e é adorado.

3. O Santuário Celestial no NT
a. Apocalipse
Vários estudiosos chamam atenção ao fato de que no NT o tema do

146
santuário celeste ocorre mais concretamente na epistola aos Hebreus e no
Apocalipse de Joio.°^ Ha series de textos no livro de Apocalipse que fa
Iam do santuário ou templo celestiais (Apõe. 7:15; 8:3; 11:19; 14:15,171
15_j_ 5, 6, 8; 16:1, _17). Ao receber a grande visão registrada em Apõe. 4",
João tem a permissão de olhar através de uma porta que esta" aberta no céu
(4:1) e vê Alguém sentado sobre o trono no céu (v. 2). Deveria ser nota-
do que uma única^oorta permanece aberta e não o céu inteiro de modo qu e
João tem permissão de ver o trono celestial e Aquele que Se assenta so-
bre o trono. No cap. 7:15 esse trono é localizado no templo celestial de
Deus (nãos). °3 Isso é reafirmado em Apõe. 16:17; "saiu grande voz do san
tuárloT^õ" lado do trono." A localização do templo com seu trono e explT
citamente situado "no céu" em Apõe, 11:19: "Abriu-se, então, o santuário
de Deus, que se_acha no céu," e 15:5: "e abriu-se no céu o_santuario do
tabernáculo fiklnU do testemunho."6^ Alem da identificação do trono de
Deus no templo celestial, João também vê que o templo celeste contem "a
arca da aliança" (11:19) gue foi localizada no Santo dos Santos ou segun_
do compartimento do santuário terrestre. O altar de incenso estava loca-
lizado no primeiro compartimento do santuário terrestre. Parece chocante
que somente um altar esta associado com o templo celestial^ e_que e o aj_
tar de incenso também chamado "altar dourado" em Apõe. 8:5. "Não haveria
qualquer propósito ou sentido num altar de holocausto no céu; o sacrifí-
cio de Cristo foi oferecido sobre a Terra"66 e dificilmente haveria quaj_
quer coisa no céu que correspondesse ao altar de holocausto que ficava
localizado no pátio externo do santuário terrestre diante do primeiro com
partimento. t claro por estas passagens que o templo/santuário celestiaF
aparece como o grande original do qual o santuário terrestre que Moisés
construiu era uma copia.6/ i
O templo celestial ou santuário em Apõe. è~ também o lugar de
significativa atividade e lugar de onde se originam as açoes de abalar a
Terra. H_que .acontece.. n.o. templo, j^saniujri o .celes.tiaLa.feta alistaria
do mundo. £...do .templo_.ou sa_nt.U.ãrio__ce..les.tial /que os sete anjos emergem
com as sete últimas pragas com as quais estej mundo será castigado^ (Apqc/
15:5-8) . Finalmente vários anjos emergem do templo celestial segundo Apõe.
14:15-20 e um deles e portador de uma aguda foice para recolher a colhej_
ta terrena.6^
Deveria também ser observado que a atividade ao redor do trono
de Deus e do Cordeiro no templo ou santuário celestial e levada a efeito
pelos vastos números de seres celestiais. "Vi, e ouvi uma voz de jmuitos
anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número
era de milhões de milhões e milhares de milhares" (Apõe. 5:11). A preseri
ca dess^.-THil tidòes inumeráveis em volta do trono do templo celestial de_
veria servir como um indicador de que não deveríamos transferir as dimen
soes do santuário terrestre, que é meramente a "sombra" (Heb. 3:5^9:23j,
ao santuário celestial, porque, para empregar palavras de^E. G. Wh i te,
"nenhuma estrutura terrestre poderia representar a vastidão e gloria"
(PP, pãg. 370).
Em resumo, João, o Revelador, vê em visão o templo do santuário.

147 v •>,
\\
no céu l 1:19; 1 5 : 5 ) . Ele também vê o "trono" de Deus e do Cordeiro no
templo ou santuário celestial (4:1, 2; 7 : 1 5 ) . "A arca da aliança" (11:19)
e vista dentro do templo celestial o que implica que ele havia visto o
compartimento chamado Santo dos Santos. 7 0 João ademais vê "sete tochas
de fogo," que ardem "diante do trono" (8:3). Ambos^esses elementos esta-
vam localizados no prirnejro compartimento do santuário terrestre. Com ba
se na tipologia do santuário terrestre para com o celestial João vê tan"
to o primeiro?] como o segundo compartimentosjdo templo ou santuário ceies
Uai. Ele também testemunha a gloria e vastidão da habitação de Deus nó~
céu. 72 £ie torna conhecido que o templo ou santuário celestial e o lu-
gar de onde o destino dos homens sobre a terra e decidido e de onde deri
vá o julgamento.

Antes de retornarmos a epistola aos Hebreus podemos fazer bem


em sumariar brevemente o que o VI e o NT tem oferecido até aqui com res-
peito ã existência de Lm santuário celestial. (1) A primeira evidência e_x
plTcita apontando na direçáo da existência de um santuário celestial ê~
achada em £xo. 25:9, 4C (cf. Atos 7:44; Heb. fí;5). O santuário terrestre
é o resultado de uma visão celestial em que um "modelo (caknZí) no sentj^
do ae uma maqueta celeste real, uma representação em m i n i a t u r a do santua
rio celestial, é revelada a Moisés. (2) A existência real deve ser utri~
buída ao santuário celest al porque o santuário terrestre não pode ser
uma sombra de uma sombra. Trata-se de uma sombra duma realidade celesti-
al. (3) O Saltério testifica da existência de um santuário celestial (Sal
60:6; 63:2; 53:35; 96:6) ou templo celestial (Sal. 11:4; 18:6; possivel-
mente 27:4; 29:9). (4) Vários profetas do VT tais como IsaTas, Hiquéias,
Jonas e Habacuque falam do templo celestial de Deus (Isa. 6:1; Miq. 1:2,
3; Jon. 2:7 £i7> Hab. 2:20; cf. Eze. 1-3). (5) Alentada epístola aos He-
breus o mais destacado testemunho em favor do santuário celestial no NT
e provido na Revelação de João. O templo ou santuário (nãos) é visto em
varias ocasiões (Apõe. 7:15; 3:3; 11:19; 14:15-17; 15:5, 57 8: 16:1 , 17)
com seus primeiro (4:5 8:3) e segundo compartimentos (11:19) como sendo
o lugar do trono de Deus e do Cordeiro (4:1-3, 5; 7:15, etc.j. (6) Apõe.
traz-em foco a vastidão do santuário celestial (5:11) e seu__signif içado
em termos de representar o local onde o destino dos homens ê decidido e
de onde procede^o
^ julgamento. (7) Apõe. distingue entre céu como céu e o
templo no céu ' J

b. Hebreus

Nossa atenção pode ayora concentrar-s novamente MÓ epTstcla


aos Henreus a fim de concluir as testemunhas do NT quanto ã existência
importância do santuário c e l e s t i a l .
Já tem sido observado que em Heb. 8:2 Jesus Cristo é "ministro
do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu não o homem, "
isto e, Ele esta desempenhando Seu ministério no ^ !ia.aÂa.} e
no "verdadeiro tabernáculo /tendaj (h<L -i/cêuc)" que esta no céu. Cristo le_
vá a efeito Seu ministério no ambiente do novo concerto (3:6, 7, 3-13) em

148
contraste com os sacerdotes levTticos que serviam no santuário terrestre
que era meramente uma "figura (hupodeigma) e sombra (skia)""da realidade
celestial (8:5).
Em Hebr. 9:1-5 a epTstola aos Hebreus descreve o santuário ter
restre sob a primeira aliança: "Ora, a primeira aliança também tinha pré"
ceitos de serviço sagrado, e o seu santuário terrestre."^ A palavra ~~
"terrestre" (fco-im-uccm)^ deve ser contrastada com "coisas celestes"
"7 f ' —~ ", •—
(epouranio5) /b de 8:5 e a expressão "não feita com maos"(ou cheTropo i etos)
d e~9:11 , ffi. ? ? Nos vs. 2-5 o santuário do VT edificado por Moisés e de_s_
crito com ambas as suas partes mediante o emprego de expressões incomuns"
"o primeiro tabernáculo" (kc. p-iõte. -4ke.no.) nos versos 2, 6, 8 e "o segun-
do tabernáculo" (cícaícAa -4/:£n<I) nos vs. 3 e 7.73 £ssa ,'ormulaçÍo inco-
mum do v. 2 tem levado alguns exegetas a sugerirem que tais expressões
na"o só referem aos dois compartimentos de um único santuário edificado
por Moisés mas a duas tendas separadas^ a primeira das quais com refe-
rencia ã terra e a segunda, ao céu.80 Contudo, foi mostrado por 0. Ho-
fius que esta formulação incomum de 9:2-5 tem correspondência direta em
Josefo que designou todo o complexo do templo (Tempelanlagc) comotí icpoM (to
/Í./CAC-H)^ e "a primeira parte do Templo" c orno TO n poro ^ ícpdv (to pnõton
,Vr/íoi?)^ e "a segunda parte do templo" como TO ícutcpov if-poo (,fc, d cometo n
liÁ.QAo\\J de modo que e agora f i lologicamente seguro que o autor da epT_s_
tola aos Hebreus não fala de duas tendas separadas por uma cortina, mas
tem em vista dois compartimentos de uma única tenda"84 Essa evidencia fi
lologica^ mi l i ta contra a interpretação de que em Heb. 9:2-5_a separa-"
cão da "primeira tenda" e "segunda tenda" implica uma separação do univer^
só em termos cia Ter^a, isto e, "primeira tenda," e ceu^ isto é, "segunda"
tenda."00 Os exegetas que rejeitaram essa interpretação cosmolÕgica tem
agora solido apoio filológico para a interpretação espacial. 8 ? Em outras
palavras, Heb. 9:2-5 discute os dois compartimentos do santuário terres-
tre na tentativa^de trazer em foco o mais evidentemente possível a disti_n
cão e significação independente dos dois compartimentos.^ ~~
Tendo d i s t i n g u i d o de modo claro entre os doi_s compartimentos do
santuário do tempo de Moisés, Heb. 9:6 fala do ministério diário ou contT
nuo do sacerdote na "primeira tenda" ( rrív irp^rn^rfxrivfw) ou o "lugar sarí
to" do santuário e 9:7 explica que dentro do "segundo" ( rfiv 5euTÉÍpcw) ou
"santo dos^santos" o sumo sacerdote entrava sozinho "uma vez no ano." Es-
ta descrição do ministério continuo ou d i á r i o do sacerdote no "lugar san-
to" do santuário para cuidar do candelabro {Exo. 27:20, 21) e queimar in-
censo do altar de incenso {Exo. 30:7, 8) e semana apôs semana mudarospães
sobre a mesa dos pães da preposição (Lev. 24:8, 9) bem como o ministério
anual do sumo sacerdote, entrando para alem do véu ao "santo dos santos"
no Dia da Expiação (Lev. 16) para levar o sangue para si mesmo (Lev. 16:2,
H) e .para o povo (Lev. 16:15-17), esta em total harmonia com as instru-
ções do Pentateuco.39
Começando com Heb. 9:8 o autor de Hebreus relaciona com base'em
analogias tipologicas as vários ênfases do lugar e ministério do sacerdo-
te celestial e sumo sacerdote Jesus Cristo. Em Heb. 9:1-7 a divisão do sart
tuario terrestre e seus serviços em primeiro compartimento ("primeira te ri

149
da") e segundo compartimento ("segunda tenda") tem sido a divisão espaci
aí em/santo" e "santíssimo." Em 9:8 a epTstola toma o que foi dito do~
santuário da velha aliança (9:1) e o emprega como uma tipologia.e parlbo
Ia (9:9) das novas realidades da salvação do novo concerto. E difícil e?
capar a conclusão de que em 9:8 o "primeiro tabernáculo" é o santuário "
terrestre da velha aliança em sua inteireza, incluindo os dois comparti-
mentos do santuário, e o segundo tabernáculo, "o santuário" (cf. RSV,_NEB,
NAB,90 para tá oyLa )_tambem chamado "o maior e mais perfeito tabernácu-
lo" em 9:11 e o santuário celestial^! com seus dois compartimentos.
O acesso ao santuário celestial e o ministério nele efetuado
não estava historicamente disponível "enquanto o primeiro tabernáculo
ZcontinuavaJ erguido" (9:8) ou retinha seu status5^ sob o velho concerto.
"Quando o santuário terrestre cumpriu seu propósito por ocasião da morte
de Cristo, o meio de acesso foi historicamente provido para o santuário
celeste."9- o rasgar do véu no templo de Jerusalém no momento da morte
de Cristo (Mat. 27:51; Mar.'15:38; Luc. 23:45), que expôs o santo dos
santos, simbolizava que a estrutura e serviço haviam perdido seu status
de santuário.
Temos visto que em Heb. 8:2 o "santuário e verdadeiro taberná-
culo" refere-se ao santuário celestial. Também parece cxegeticamente se-
guro que como em 8:2, também se dá 9:8, para usar as palavras de W. Mi-
chaelis, "um único conceito parece abranger a totalidade do santuário c_e
.lestial, ou seja,TG Syta-11" Em 9:1-7 es dois compartimentos do santu_a
rio terrestre foram claramente distinguidos e seus significados indepen-
dentes realçados e também o ministério em cada um desses compartimentos
de modo que pareceria que essa distinção com sua significação do ministe
rio contTnuo e anual deve desempenhar um importante papel na tipologia
vertical do esquema do terreno-celestial e original-copia. Com base nes-
sa evidente tipologia, G. Theissen sugeriu recentemente que em^Heb.9 "c£
mo resultado de uma aplicação coerente do esquema de original-copia deve
existir no céu, bem como sobre a Terra, um santuário de duas partes."95
Na mesma linha de pensamento, W. Michaelis e bem especifico em sua avali^a
çao de 9:11: "Em 9:11 pareceria então que o santuário celestial_ e também
dividido em duas partes."96 Estas conclusões seguem a aplicação coeren-
te e a correção de uma tipologia vertical como manifestada na epTstola
aos Hebreus. A realidade de um santuário celestial com dois compartimen-
tos também concorda com a evidencia provida no VT e no livro de Apocalip
se.97
Talvez este seja o lugar para fazer alguma digressão e volver
nossa atenção ao termQjiaQ-ion./a. ( a^aov, dr^a) na epTstola aos Hebreus.98
Aparece como uma referência para o "santuário" ou uma parte dele em dez
passagens no NT e todas elas em Hebreus (8:2; 9:1, 2, 3, 8, 12. 24, 25;
10:19; 11:13)99 Em Hebr. 8:2, segundo a maioria dos exegetas,11 J Cristo
e descrito como um "ministro do santuário" ( TWV àytojv) e do "verdadeiro
tabernáculo" (tns anafis ^ns àAn^vns) J01 ambos os termos referindo-s-e
ao mesmo lugar, isto e, ao santuário celestialJ02 ^a unanime acordo que
em 9:1 s a única vez que o singular to ha.Q.ion aparece na epTstola, refere^

150
se ao santuário do deserto. Em 9:2 o OMO&£ta0u4 (único em Hebreus, exceto
9:24) hagúi refere-se como indica o contexto (ho. px.ot& AklniL) ao primeiro
compartimento, chamado o "lugar santo." Em 9:3 as duas palavaras kagÍA ka
QÂjovi (ambas plural neutro) reflete um semit1smo'fti e refere-se ao segundo
compartimento, chamado o "santo dos santos. "104 Começando com 9:8 a esfe
rã celestial novamente e focalizada, esfera em que ta h&Q-ia. ou "o santuã17
rio" foi colocado em 8:2. Nesta base, ã parte das considerações acima apre
sentadas, pareceria lógico esperar o mesmo significado para "o santuário71"
no céu encontrado uma vez antes. 105. Q articular ta. kagúi aparece em 9:12
e parece novamente referir-se ao santuário celestial e a totalidade de
seus serviços. F. F. Bruce explica o relacionamento tipologico nas seguin
tes palavras: "Enquanto Arao e seus sucessores iam ao santo dos santos no"
Dia da Expiação ... Cristo entrou no santuário celestial . "106 Outro es-
critor recentemente concluiu: "Assim Cristo Í o ministro tanto do lugar
santo como do santíssimo. "107 se em 9:12 ta. hag-La se refere ao santuário
celestial como um todo, então o mesmo local e descrito com hag^a. em 9:
24108 e 9:25. l 1 O mesmo tem sido sugerido para
/» 10:19 e 13:11 J00
Volvamos a duas passagens em Hebreus que apelam a nossa atenção.
Um dos textos-chaves' ' na seçao central (8:1-10:19) da epistola aos He-
breus é 9:11:
"Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens g ã
realizados, mediante o maior e mais perfei to tabernáculo /&*nvn7,
não foi feito por mãos, quer dizer, não desta criação. 11
A identidade do "maior e mais perfeito tabernáculo" é um assunto de inter
minavel debate entre estudiosos. Parece apropriado esboçar o mais abrevia
. damente possível as várias opiniões principais com seus respectivos pon-~
l\tos fracos__e fortes. Uma velha opinião, que podemos chamar a "interpreta-
;o eclesiástica" e que tem ainda defensores até o presente, sugere que o
*" tabernáculo onde Cristo ministra deve ser identificado como a igreja, H2
ou seja, "a comunhão dos santos. "H3 A ideia e que no VT "um maior tabe_r
nãculo" relaciona isto com a nova Jerusalém (Isa. 54:2, 3) e que Paulo
aplica isto Í Jerusalém no céu (Gãl . 4:27). Estevão e Paulo também insis-
tem em que nenhuma edificação "feita com mãos" poderia acomodar a Deus
(Atos 7:48; 17:24) e que Deus prefere fazer Seu lugar de habitação com o
povo (Isa. 57:15). Mas como poderia Cristo, que "penetrou os céus" (Heb.
4:14) para alcançar Seu trono e o Pai, ter passado através da igreja cons
tituTda de crentes?!!^ "E, antes, a igreja que deve passar mediante Cris_
to, seu mediador (cf. Heb. 8:6; 9:15; 10:19, 20; 13:15)."! > Esta opinião
vai de encontro ao contexto imediato de Heb. 9:11 e o contexto mais am-
plo da epistola. Ademais, a igreja não e chamada em parte alguma de "tabe_r
nãculo" (.6feÊn£) no NT.
A interpretação cristolõgica de Heb. 9:11 sustenta que o ^
nãculo" através (dia no sentido instrumental) do qual Cristo penetrou o
céu é o próprio corpo terrestre de Cristo.' Entre os textos citados em
seu apoio estão :isa. 38:12; II Cor. 5:1, 4; II Ped. 1:13. Em Heb. 10:20 a
crucificada "carne" (AO/IX) de Cristo é comparada ao "véu" mediante o qual

151 ' < ''•>

W- v *

\
Jesus inaugurou um novo e v i v o caminho cie acesso a Deus. Segundo esta opi
niao Cristo é o verdadeiro "ministro do santuário" em vista de que median"
te Sua morte sobre a cruz ele passou deste mundo e entrou para o Pai e mT
nistra no "verdadeiro tabernáculo" de Sua glorificada hamanidade diante dê~
Deus. "CHsto é o único caminho e meio de nossa aproximação a Deus em sa£
ta adoração, como o tabernáculo o era^no passado. "H? "A natureza humana
de Cristo é o único verdadeiro tabernáculo onde Deus habitaria pessoal e
substancialmente."l l° As seguintes objeçòesl l 9 têm sido oferecidas: (l) in-
terpretar 9:11 "como significando que nosso Senhor passara através de Sua
glorificada humanidade ã esfera da natureza divina, constitui uma figura
impossível, ou sugere um pensamento inadmissível."'20 (2) £ inconsisten-
te com Heb._S:5 (cf. Ates 7:44) onde o santuário terrestre do tempo de Moj_
sés e uma copia do original celestial de que um "modelo" foi mostrado a
Moisés no Monte Sinai. Dificilmente se pode conceber que o "modelo" mos-
trado a Moisés consistisse de qualquer representação ideal da futura hum_a_
nidade do Cristo encarnado. "^ (3) Este tabernáculo maior dificilmente
poderia ser^o corpo e humanidade de Cristo uma vez que as palavras "ndo
desta criação" (9:1J) não se aplicariam neste caso.'22 "^as edifTcil pe_n
sar que um autor tão antimoncfisita como o nosso fosse capaz de negar que
o corpo de Cristo pertencesse a nossa Criação."123 Na realidade, "oautcr
de Hebreus da constante ênfase ao fato de que Jesus foi verdadeiro hoi::0i:í' 124
como vários textos indicar; £Heb. 2:14, 13; 4:15; b:7, S; 9:15, 10:19). h_e
breus não e tocado pelo docetismo.125 (4) J. Moffat alegou firmemente que
a preposição dia ("através") antes da palavra "tabernáculo" em 9:11 tem
contextualmente um sentido local e não instrumental .126 Essas dificulda-
des principais não parecem recomendar tal interpretação.
Ha uma^interpretação de Heb. 9:11 que unifica os dois métodos
de interpretar ha pouco mencionados e combina-se com outra ideia. E chama
da de interpretação "complexus"!-'7 segundo a qual "o maior e mais perfei-
to tabernáculo" e tanto o corpo terreno de Cristo e o corop.de Cristo em
termos da igreja e também da comunidade final de eleitos.126 £ S ta inter-
pretação, uma combinação de três ideias, tenta superar as deficiências de
cada uma.129 Não obstante essa suposta vantagem e também sua falha. "A
mais obvia falha desta opinião e que e tão todo-abrangente que se torna
mal definida, enquanto o tabernáculo de Heb. 9:11 é definido com muita
precisão. "130 Tais interpretações complexasl31 deixam de ter a precisão
requerida pelo texto.
A interpretação do "glorificado Cristo e eucaristia" foi recen-
temente apresentada por dois jesuTtas. A. Vanhoye interpreta a expressão
"o maior e mais perfeito tabernáculo" em Heb. 9:11 sugerindo que se o co_r
pó de Cristo é visto como o "véu (Heb. 10:19, 20) pode-se,identificar "g
tabernáculo" (9:11) com o "glorificado corpo de Cristo. "132 j. Swctnarn133
acompanha-o, mas interpreta o corpo glorificado de Cristo no sentido^euca-
rístico. No que concerne a Heb. 8:2 o último cré que "a interpretação eu-
carTsfica oferece excelente sentido: Cristo e o ministro sacerdotal de Seu
corpo eucarístico. "134 o "tabernáculo" de Heb. 9:11 e "o corpo eucarT-stj_
co de Cristo considerado sob o aspecto de sacrif?cio/'135 £ssa interpre-
tação tem sido fortemente criticada pelo exegeta católico P. Andriessem
que solapa os argumentos de Vanhoye com base no que também a opinião am-

152
pliada de Swetnam se torna insustentável. Ele questiona a interpretação
de "sua carne" em 10:20 como referindo-se ao "véu" e apoia os exegetas (P.
Delatte, A. Seeberg, C. Spicq) que ligam "carne" com o "caminho" de modo
a_que se possa traduzir: "... um novo e vivo caminho que Ele abriu para
nos mediante o véu, ou seja, o caminho de Sua carne."136 Qbjeta-se tam-
bém que dia ("mediante") é entendido como polivalente," 1 3 7 ou seja, e tan-
to local como instrumental ao mesmo tempo J 38 Sendo entendido como tendo
somente um sentido em ambos os casos, então a interpretação do "glorifica
do Cristo-eucarístico" não pode suster-se. Em terceiro lugar, em 9:11 r\ao
ocorre ênfase sobre carne, meramente sobre sangue. A parte de "seu pró-
prio sangue" em 9:12 ter-se-ia que esperar "mediante o tabernáculo de seu
pr5prio corpo.""139 Estas são dificuldades de peso contra esta nova hipó-
tese que parece bem remota.
A interpretação "cosmolõgica" tem muitos apoiadores modernos e
'aparece numa quantidade de variantes relacionadas. John Brown escreveu
mais de 100 anos atras: "... e tendo oferecido Seu sacrifício sobre a Ter
rã, Ele /triadorj passou através dos céus visíveis, como eles /sumo saceF
dotcsj7 passavam através do tabernáculo exterior para o céu dos céus, de~
que o lugar santíssimo era um emblema."140 0. Michel explica que três céus
são distinguidos em Hebreus: (1) Ha os céus (1:10-12) desta criação que
são perecíveis. (2) Ha o céu (4:14; 9:10-12} mediante o qual Jesus passou
quando de Sua ascensão; constitui a primeira parte do santuário celestial
(9:11). (3) Ha um "céu" que e o real lugar de habitação de Deus (9:24) a
cuja região Cristo ascendeu para levar Seu sacrifício.141 j. Hering apoia
este ponto de vista: "Ele passa através do Santo (o celestial) identifica-
do com o céu, a fim de entrar no Santíssimo. "142 c. Spicq diz: "E, pois,
necessário compreender que Jesus, apôs Sua ressurreição e ascensão, pas-
sou através dos céus /lugar santo/ a fim de chegar a presença de Deus /Tlu_
gar santíssimoj."143 Ha muitos outros comentaristas que se expressam de
modo semelhante.144 Recentemente P. Andriessen defendeu fortemente esta
interpretação comum mas acrescentou uma ligeira modificação. Ele sugere
que o "tabernáculo" em 9:11 "não deve simplesmente ser equiparado com os
cius mais elevados mas com "o céu dos anjos."145
A interpretação "cosmolõgica" não tem escapado a crítica sev_e.
rã.146 Antes de nos volvermos a aspectos negativos convém realçar que a
analogia tipolõgica do santuário terrestre com dois compartimentos e recp_
nhecida como aplicável as esferas espaciais (xRumJU.ck). A relação tipolõ-
gica entre o santuário terrestre e o santuário celestial, sendo o último
rião de edificação por mãos humanas e não desta criação, ê corretamente re_
conhecido por 0. Michel que assinala: "Ao compreender 9:11 tem-se que re-
cordar 9:3 -- o santuário celestial consiste, como seu correspondente te_r
reno, de 'dois tabernáculos'. O primeiro /compartimento^ é também celesti-
a l , portanto, maior, mais perfeito e não feito por mãos,"W Conquanto o
reconhecimento de dois compartimentos para o santuário celestial por Mi-
chel e outros148 seja correto, uma interpretação espacial (tL&wnti.c.'n} par-
ticular segue urna aplicação simbólica e não uma l i t e r a l . Em outras pala-
vras, os dois compartimentos são tidos como símbolos de du.^s esferas ce-
lestiais. E neste ponto que a coerência da interpretação "ar>mo lógica" se
desmorona.
153
Em segundo lugar, se "o maior e mais perfeito tabernáculo" de
9:11 é simbolicamente restrito a uma passagem através das regiões celestj_
a i s pelo Senhor em ascensão a fim de chegar ao Santo dos Santos, então
existe uma contradição na frase: "o verdadeiro tabernáculo" f-ttló &k<LnèA
f£ó aJ&tkui&ò} de 8:2 que coloca o santuário inteiro no céu.149 parece,
pois, imperativo considerar o "tabernáculo" de 9:11 como indêntico ao "ta
bernãculo" de 8:2, isto é, o santuário celestial como um todo e não sÕ õ~
primeiro compartimento J 50 £ S ta sugestão encontra apoio no fato de que só
mente em 8:2 e 9:11 o "tabernáculo" e definido com adjetivos que realçam
sua natureza superior (como seja, "verdadeiro" em 8:2 e "maior e mais per
feito" em 9:11).
Em terceiro lugar, a palavra "tabernáculo" é nove vezes empreg£
da em Hebreus com referência ao santuário ou uma parte dele (8:2, 5; 9:2,
3, 6, 8, 11, 21; 13:10). Contudo, guando é empregado cm conexão com o rei_
no celestial (8:2; 9:21; /13:10?7^') sempre se refere ao santuário celej_
tia! como um todo. Uma vez que, portanto, em 9:11 o "tabernáculo" não ter-
restre está também posto ern foco. parece inevitável que se refira ao san-
tuário celestial como um todo.'52
Em quarto lugar, a equação de "tabernáculo" com regiões celesti
ais ou "céus" não faz justiça ã ênfase em Hebreus em que os céus são desi£
nados duas vezes como sendo uma parte desta criação (1:10-12; 12;2£>, 27)^"
enquanto "o tabernáculo" de 9:11 claramente não é_desta criação.'" ^re^
posta a esta objeção é que há vários diferentes céus mencionados em He-
breus e que somente os céus mais baixos são desta criação. Parece, então,
artificial argumentar ,que Cristo entrou através das regiões celestiais acj_
ma dos céus feitos com mãos e desta criação a fim de chegar ao céu que e
o lugar de habitação de Deus. Estes três tipos de céus são uma curiosida-
de exegética criada a fim de apoiar a interpretação "cosmolÕgica", mas não
tem base nos textos. Na realidade existe uma significativa distinção en-
tre o emprego singular e plural da palavra para céu que não deve ser pas-
sada por alto. Mais sobre isto brevemente. Estes graves problemas tornam
a interpretação "cosmolÕgica" inadequada.
As interpretações de Heb. 9:11 ate aqui consideradas (isto é,
eclesiástica, cristolõgica, complexus, Cristo-eucarístico glorificado, e
cosrnolõgica) têm um denominador comum: Tomam o termo "tabernáculo" (-ifeene)
na sentença, "o maior e mais perfeito tabernáculo" (9:11) como um sTrnbolo
que se apresenta para outra realidade. E mister assinalar-se, contudo, que
o termo "tabernáculo" nunca e usado como um_sTmbolo no VT grego quando
aparece num contexto do santuário. O mesmo e verdade quanto ao NT. Em Atos
7:42-44 e Apõe. 15:5 o "tabernáculo" (atois) e empregado também num con-
texto de santuário e outra vez se refere ao próprio santuário e não a ou-
tra realidade. Na verdade, em Apõe. ]õ:5 e explicitamente declarado que
"o templo do tabernáculo" esta "no céu" (ew íõ oatowS).'^5 isso indica
que o "tabernáculo" não_pode ser entendido simbolicamente como referindo-
se ao céu. Céu e tabernáculo são distinguidos um do outro. O santuário- de
Deus é imaginado como estando no céu e não é equiparado com o céu. E cho-
cante que em Hab. 8:1, 2 "o santuário e o verdadeiro tabernáculo" seja as_
sociado com o trono de Deus que está "nos céus" (eu to<iò oujuuw<it>). Em 8:

154
2 "santuário" e "tabernáculo" devem ser equiparados, como demonstrado aci
ma. Isto é apoiado pelo fato de que o pronome relativo ke.n ( r\v ) na clãiT
sula seguinte esta no singular e toma tanto "santuário" como "tabernáculo11
como sendo uma única ideia.
A
í^« As deficiências evidentes das interpretações simbólicas junta-
mente com corretas considerações exegeticas provêem a base para uma com-
preensão náo-simbõliça do termo "tabernáculo" em Heb, 9:11 e do santuário
de modo geral, isso significa que o "tabernáculo" de 9:11 e o santuário
não terrestre em Hebreus referem-se a uma indiscutível realidade no céu.
Não poderia ocorrer como uma surpresa que esta interpretação esteja em ha_r
monia com a evidencia para um santuário celestial tanto no VT como no NTT
Não deve'ria também ser de surpreender que estudiosos que adotam uma inter
oretaçáo simbólica de passagens sobre o santuário em Hebreus tenham tido"
que admitir francamente que "esta interpretação £não-simbõl icaj obviamente
concorda com a letra do texto, ..."^6 Os adventistas que têm entendido
historicamente que ha um santuário real com dois compartimentos no céu não
estão sós em sua compreensão dos textos bTblicos respectivos. Por exemplo,
O Prof. W. Michaelis, escrevendo em seu altamente reputadoTheological Dic-
tionary of the NT declara: "Em 9:11 parecerja portanto que o santuarioce-
ITstial e também"dividido em^duas partes. ^ Ele prossegue assinalando
que esse tabernáculo maior não e nem o corpo, nem a humanidade de Cristo,
nem as regiões celestiais (cf. 4:14) em contraste com o santíssimo como o
lugar de habitação de Deus."^8 /\a posição e essencialmente apoiada
pelo Prof. Joahnes Schneider independentemente da anterior. Ele declara
que em 9:11 "a entrada de Cristo no santuário celestial é descri ta em grar^
dês detalhes ... o autor de Hebreus tem formas bem definidas de pensamen-
to que lhe foram interpostas mediante o santuário terreno, o r/al, como te_
mós visto, e-le considera_como sendo a sombra do santuário celestial. E ele
assim distingue no santuário celestial entreum Lugar Santo e um Santo dos
Santos.l 59 O mesmo ponto de vista e mantido pelo comentarista H. Win-
disch.l^O Ha também outros estudiosos que tem sugerido com base na tipo-
logia de Hebreus que há um santuário dividido em duas partes.1°' A epis-
tola aos Hebreus concorda com o resto da Escritura em descrever um santua_
rio real com dois compartimentos no ccu. £ esta realidade celestial que
constitui o lugar onde Cristo, nosso Sumo Sacerdote, leva a efeito Seu nri_
nistcrio em benefício da humanidade.
A única objeção^de peso que alguns apresentam contra a opinião
de uma realidade de santuário no céu é a passagem de^Heb. 9:24. Este tex-
to traz-nos ã segunda passagem que chama nossa atenção. O ambiente contex_
tual de 9:24 esta na seção de 9:23-28 que trata do sacrifício de'Cri s to
uma vez por todas (c.-òwiatúj(Z,i) e seu ministério celestial que é precedido
pela seçáo de 9:15-22, que^ trata do Mediador de uma nova aliança^ E fre-
qtientemente suposto que Heb. 9:24 retrata o santuário como "os céus pro-
priamente ditos."" 162 Hebreus 9:24 assim reza:
"Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figu-
ra do verdadeiro, porem no mesmo céu, para comparecer, agora,
por nos, diante de Deus."
Ao considerar este importante texto é mister nào ler nele o que não coná-

155
ta e não deixar de ler o que nele ha. Este texto não declara que o santuá-
rio celestial tem somente um compartimento, ou seja, o Santo dos Santos J °
O que Heb. 9:24 realmente afirma? Temos que recordar que todo o
parágrafo dos vs. 13-28 constitui um desenvolvimento do tema exposto nos
vs, 11 e 12. A primeira seçao (vs. 13, 14) e uma expansão sobre a frase
"pelo Seu próprio sangue" do v. 12; a segunda seçao (vs. 15-22) e o dese_n
volvimento da frase"sumo sacerdote dos bens já realizados" do v. 11; e a
terceira seçao (vs. 23-28) expõe a frase "entrou no Santo dos Santos, uma
vez por todas" do vs. 12. O Santuário celestial permeneceu em necessidade
de sacrifícios mais sublimes do que seu correspondente terrestre. Cristo,
nosso sacrifício, entrou rto santuário celestial que não e feito com mãos
como o de Moisés, mas "no próprio céu" a fim de aparecer na presença de
Deus em nosso beneficio.
Este contexto é importante para uma correta compreensão do v. 24.
Este verso afirma positivamente que Cristo "entrou ... no mesmo céu." Se
se tivesse que identificar "céu" com o "santuário" ou "santíssimo" do sa_n
tuário,"Í64 então a tipologia inteira do santuário de Hebreus se desmorona_
ria. A razão e como segue. Sendo que o santuário terrestre construído por
Moisés é uma "figura e sombra" (8:5) do original celeste, mas se localiza
sobre a Terra, conclui-se que o santuário e verdadeiro tabernáculo gueoS£
nhor erigiu, não o homem (8:2), estaria "nos céus" (8:1) onde também se e_n
contra o trono de Deus, e não o céu inteiro. Ou^ para expressa-lo em ou-
tras palavras, se todo o céu ê o santuário, então toda a terra teria tam-
bém que ser o santuãVio. Desse modo, a tipologia do santuário de Hebreus
aponta a um santuário no céu.
Alguns exegetas têm notado que o uso singular da palavra "céu"
em 9:24 deve ter algum significado especial.'°5 Admitindo que essa suge_s
tão tenha validade, e chocante que a esfera onde o trono de Deus existe e
em Hebreus designado'com o plural. Em Heb. 8:1 Cristo e referido como ten
do tomado assento I dextra do trono de Deus "nos céus" (e.n to^iò ouAanoiáJ
onde o.santuário esta localizado e no qual ministra (8:2). Se é na esfera
dos "céus" superiores que estão localizados, o trono de Deus e o santuá-
rio, e esta frase "nos céus" (plural) é" especialmente a esfera da existen
ci_a de coisas de que as terrenas são "figuras" (hapodc^gmcUa.) em 9:23, e_n
tão o "céu" (singular) no qual Cristo entrou deve ter outro significado.
Tem sido sugerido que "céu" em 9:24 contrasta-se com terra, 166 porque na_
da ha declarado ou implícito aqui sobre Cristo ter penetrado "os céus"
(Heb. 4:14; cf-. Efe. 4:10). A própria palavra "mesmo" _parece oferecer
apoio a isto, porque ela não parece distinguir este "céu" das outras esfe
rãs celestiais mas contrasta-o com a Terra. 167 /\o de CHsto co
mo expressa em 9:24 pode ser indicada como segue: Cristo não veio a Terra
para entrar no "equivalente" (Gng&nbiJLd), o aYití&iponlbQ (v. 24a) do ver-
dadeiro santuário no céu, OJ seja, o santuário feito pelo homem, mas em
vez disso ele entrou "no mesmo céu," ou _seja, a_ esfera suprqterreno
(tth&UtuLit>c.hz) onde o "verdadeiro" santuário esta (v. 24b)J6y- £ no '"me_s
mo céu" e nío sobre a Terra que ele "agora" aparece na presença de Deus
por nos.

156
O advérbio "agora" (ctuw) em 9:24,17° seguido por um infinitivo
epexegético de intenção no aoristo (cf. também Mat. 20:28; Luc. 1:17),
não expressa "qualquer ponto isolado de tempo no passado, mas o começo de
uma série de ligações longas"!?! ou atos mediatorios. O "novo" põe aten-
ção sobre o fato de que nosso Sumo Sacerdote celestial se empenha numa i n
cessante apresentação de Seu sangue em benefTcio de Seu povo. Como tal,~
da especial atenção ao segundo aspecto do ministério expiatório de Cristo
que e o especial enfoque da seção central da epTstola aos Hebreus.
Sumariemos brevemente os pensamentos de Heb. 9:24. Este texto
afirma que Cristo entrou no próprio céu para começar seu ministério celej;
tial contTnuo na presença de Deus em benefTcio dos fieis. O termo singu-~
lar "céu" parece representar a totalidade do reino supramundano (llb&ujL-
diòck} onde o santuário celestial se localiza. Isto e comparado com seu
santuário antitTpico. Assim como os sacerdotes do sistema levítico leva-
vam avante seu ministério no santuário terrestre sobre a Terra, também
Cristo exerce Seu sacerdócio e ministério num santuário celestial (8:2,5;
9:8, ]1, 12; 9:24; 10:19), o "verdadeiro" (8:2; 9:11, 24), no mesmo céu
por nos.
£ possTvel que este ponto seja tão bom como qualquer outro para
lembrar-nos que a chave para o argumento todo da epTstola aos Hebreus é a
central idade do ministério expiatório de Cristo. Heb. 9:24 demonstra uma
vez mais que a entrada de Cristo no céu cumpre outro aspecto da totalida-
de de Sua obra expiatória e redentora. Ha três aspectos fundamentais da
obra expiatória de Cristo na redenção: O centro do primeiro aspecto e c
ato passado do auto-sacrifTcio expiatório de Cristo que teve lugarumavez
para sempre (ap/iapux). Seu sacrifTcio expiatório sobre a cruz e o funda-
mento^e base para o presente ministério de mediação, intercessão, e puri-
ficação levado a cabo por nosso exaltado Senhor e entronizado Sumo Sacer-
dote no santuário celestial continuamente (QÀA to ctónefeen, 7:3; 10:12,
14). Quando este segundo aspecto da obra expiatória de Cristo na redenção
e completado, então o terceiro aspecto de Sua obra redentiva se desdobra-
rá no ato futuro de Sua vinda outra vez (efe d&wt<Mnt 9:28) para a salva-
ção daqueles que ansiosamente aguardam por Ele. Estes três aspectos da
obra expiatória de Cristo na redenção correspondem a ser Cristo o mesmo
"onte, hoje, e para sempre" (Heb. 13:8).
Iniciamos esta seção perguntando: Em que santuário nosso Sumo
Sacerdote leva a efeito Seu ministério? Tornou-se evidente que o VT testj_
fica de um santuário celestial do qual o edificado por Moisés foi uma me-
ra cópia (Exo. 25:9, 40; cf. I Crôn. 28:11, 12, 18, 19; Atos 7:44; Heb.8:
5). O Saltério fala de um santuário (Sal. 60:6; 63:2; 68:35; 96:6;150:1)
ou templo (Sal. 1_!:4; 18:6; possivelmente 27:4; 29:9) no céu. Vários pro-
fetas do VT também testemunham quanto a um templo celestial (Isa. 6:1;
Miq. 1:2, 3; Hab. 2:20; Jon. 2:7 /8J. No NT João vê o templo celestial
(Apõe. 11:19; 15:5) e o trono nele localizado (4:1, 2; 7:15), mais o mo.bi_
liãrio do Santo dos Santos (11:19) e o Santo (4:5; 8:3). A tipologia ver-
tical da epTstola aos Hebreus revela que um santuário dividido em duas
partes (Heb. 8:2, 5; 9:8, 1 1 , 24) existe no céu (8:1) e corresponde em sua

157
existência aos dois compartimentos (9:1-5:11) do santuário terrestre do VT
(8:5). Hetx 9:2-5 traz em foco o mais fortemente possível a distinção e
significação independente dos dois compartimentos do santuário eosvs. 6,
7 o ministério diário ou contTnuo no Santo, bem como o ministério anual no
Santo dos Santos. Sobre o fundamento da tipologia vertical do esquema do
terreno-celestial que indicava um santuário com duas repartições no céu,
resta-nos investigar a tipologia horizontal do serviço sacerdotal/sumo-sa
cerdotal do sacerdócio terreno no que corresponde ao sacerdócio celestial
de Cristo no santuário do céu.

* * **

158
REFERÊNCIAS E NOTAS

Esta pergunta é uma que tem sido legitimamente apresentada por


uma variedade de estudiosos. Ver L. Goppely, Typos (2nd ed.; Darmstadt,
1966), p. 200: "Aber in welchem Heiligtum tritt er fflr uns vor Gott?"; A.
Cody, O.S.B., Heavenly Sanctuary and Liturgy in the Epistle to the Hebrews
(St. Meinard, Ind., 1950), Ch. I: "The Heavenly Sanctuary", pp. 9-46T

G. Kloker, "Das Hohepriestertum Christi nach dem Hebrâerbrief,"


Zeugnis dês Geistes (Beuron, 1947), pp. 157-169; E. Clarkson, "the Antece
dentes of the High-Priest Theme in Hebrews," Anglican Theological Review~
29 (1947)-, 92ss.; 0. Moe, "Das Priestertum Christi i m NT ausserhalb dês H£
braerbrifs," (ThLZ 72 (1947), 335-338; C. Spicq, ^L'originejohannique de
Ia conception du Christ-Petre dans 1'Épitre aux Hebreux," Aux sources de
Ia tradition chretienne. Melanges M. Goguel (Paris, 1950), pp. 258-269;
G. S c h i l l e , "Erw^gungen zur Hohenpriesterlehre dês HebrSerbriefes," ZNW
46 (1955), 81-109; G. Schrenck, "ápxtepcús" TDNT, I I I , 265-282 (TWNT,
I I I , 265-284).
3»,
A frase
,, UJ ^ grega e T&SJ ay^v Xecroup^óse poderia ser vertida "um
ministro das coisas santas" ("ein Pfleger dês Heiligen" £lutero_7) (cf. G.
'-'W. Buchanan, To the Hebrews ZAB, 36; Garden City, N.Y., 1972J, p. 88 que
expliça: "As 'coisas santas' são os recintos e objetos sagrados relativos
ao templo ou ^overdadeiro tabernáculo 1 " ^p. 137J7. Entre as varias ver-
sões a tradução "santurio" e encontrada na KJV, ARV, NASB, NIV, MLB, NEB,
NAB, Lutero {rev. de 1964), JB, Elberfelder, Hamp-Harzonger (1962), etc.
A principal razão para preferir a versão "santuário" e que 'este e o sen-
tido regular do plural neutro (T£X) ayia nesta epístola (cf. Ca p. 9:2, 8,
12, 24, 25; 10:19; 13:11)" (cf. F. F. Burce, The Epistle to the Hebrews
/fGrand Rapids, Mich., 1964J, p. 161, n9 3). A forma plural aqui pode re-
presentar o santuário inteiro tal como em Josefo e usado a respeito
do templo de Jerusalém (ver Bi. -- Debv. 141.8). O Michel, Der Brief and
die_Hebrà'er (6ta. od.; Gttttingen, 1966), p. 287 n9 5, conclui : "Heb. 9:
7s unterscheidet sorgfâltig zwischen dem 'Heilingen 1 (TO a^cx) und dem
'Allerheil igsten' (rí o.-yi.a TWV ÍYLGJU). Heb. 8:2 denkt aber nichfan einen
teil dês Heilliturns, sondem an das Ganze."

4 A. P. Salom, "TA HAGIA in the Epistle to the Hebrews," AUSS 5


(1967), 65. Cf. B. Weiss, Brief an die HebrSer (Gattingen 1888), pp.
197.: "... waraus von selbst folgt, dass es sich um das himmlische Heilj_
gthum handelt."

5 Este ê o argumento usado por C. Spicq, L'£pitre aux Hebreux


(Paris, 1953), II, 234; 0. Kuss, Der Brief die Hebrfler (2da. ed.; Re-

159
gensburg, 1966), p. 107; "Hier wird auch unter dem ' Z e l t ' das ganze him-
mlische Hellingtum zu verstehen sein, ... só dass die beiden Grõssen
'Heiligtum' und 'Zelt 1 ais identisch anzusehen sind."; E. Riggenbach,
Der Brief an die Hebrfler (Leipzig, 1913), p. 218; Weiss, Hebr^ierbrief , p.
198; J. Hering,' The Epistle to the Hebrews (London, 1970), p. 66 : " . . . a-
qui um sinónimo para ^ktLnH' ( :tabernãculo) . " £ argumentado por H. Koes-
ter, "'Fora do Acampamento 1 : Heb. 13:9-14," Harvard Theological Review 55
(1962), 299-315, esp. 309 e T, Hewitt, The^EpiTtTirto the Hebrews (Grãhd
Rapids, Mich., 1960), p. 135, que "santuário" e "tabernáculo" não se ref£
rem a mesma coisa. Á posição deles não e fortemente apoiada com base no
fato de (1) haver evidentes hendíadis com o emprego sinónimo de "*r^" e
"<jxn\J«'u(2) o emprego do explicativo KCK' (Weiss, Hebríier, p. 198); e^(3) a
evidência da LXX ondeayca e usada em seu sentido primário do santuário co
mo um todo (Salom, AUSS 5 (1967), 66).

Isto e corretamente reconhecido por G. Theissen, Untersuchun-


gen zuni Hebríterbrief (Gtltersloh, 1969)^, pp. 01, 113» que enfaTTza contra
uma tendência destacada na interpretação contemporânea de Hebreus a se-
guinte ideia básica: "Entsprechung und Gegensatz von Himmlischem und Ir-
dischem beherrschen die Gedankengíínge dês Hauptteils /7:1-10:187- Dabei
dient Ex 25, 40, wonach die ai ttestamentl iche StiftshiTtte nach nimmlis-
chen Urbildern gebaut ist, ais eine Art "hermeneutisches Prinzip 1 ." (p.
91). Esta tipologia vertical não e absolutamente idêntica com a tipologia
filÔnica e hermenêutica alexandrina (cf. Gopplet, Typos , p. 201) porque
nada tem que ver com o contraste entre idè"ia e aparência, eterno e tempo-
ral, etc. Ao mesmo tempo Õ perder inteiramente o rumo reinterpretar a ti-
pologia vertical do^santuario terreno-celestial em termos de uma tipolo -
gia horizontal histõrico-sal vífica (contrário a Gopplet, Typos, pp.200s.)

Com base em certas pressuposições a maioria da moderna erudi-


ção concede somente espaço para uma tipologia horizontal ou histõrico-saj_
vífica. Ver E. Grâsser, Der Glaube im Hebr^erbrief (Marburg, 1965), p. 174
entre outros.
Q
J. Schneider, The Letter to the Hebrews (Grand Rapids, Mich.,
1957), p. 70: "Onde ha um sumo sacerdote, deve também haver um santuário,
e . onde ha um santuário, ha também atos sagrados a serem efetuados. Esta e
a lógica da epistola aos Hebreus."
g
O grego âXnôtvòs significa "real" em oposição a meramente "a-
parente." Cf. Bruce, Hebrews, p. 1963, n9 17.

O termo grego úirò&eutua (ver H. Windisch, Der Hebrflerbríef


/7da. ed.; TíJbingen, 193J/, p. 72; Riggenbach, Hebr^er, p. 222T"Tr6 êTFdez u
'Abbild, Nachbildung' bedeuted úirdôeL/ua nicht, sondern steht (anders ais
4:11) wie 9,23 von einem bilde, das nur den Umriss dês Dargestel l ten er-
kennen lâsst cf. Ex 42, 15. Só ha t es wesentlich den gleichen Sinn wie
a*ío,= Schatten im Gegensatz dem Kflrper, der ihn wirft cf. Kl 2,17; ...";

160
H. Schlier, "ÚTrrfíftrua," TDNT, II, 32,33)_indica a correspondência com o
grego ático irap^ífuua g termo no grego ático refere-se aos próprios exem
piares celestiais, enquanto aqui trata-se de uma "figura" terrestre da rê_
alidade celeste (como corretamente declara Bruce, Hebrews, p. 165 n° l;~
cf. T. F. Torrance, Royal Priesthood /Fdinburgh, I9bb/, pp. 20s.). Em
3:5 e 9:23 o tenr,o0rrosí{,i/ja significa "copia, imitação" (Bauer-Arndt-Gin-
9 r1cn » Lexicon, p. 851; Michel, Hebraerbrief, p. 290 n9 3: "Nachbildung,
Schattenbild.") em contraste com o significado deste termo em 4:11 onde
significa "exemplo, modelo (Beispiel, Vorbild}."

O termo grego^xúa è" usado em Heb. 8:5; 10:1, isto é", somente
na seção 8:1-10:18 (Michel, Hebr3erbrief, p. 290), o coração da carta aos
Hebreus. O significado é de "sombra" em contraste com a realidade fTsica
que lança uma sombra (Riggenbach, Hebráer, p. 222). "Sombra tem sentido
paralelo ao de "figura" (S. Schulz, TWa," TDNT, (1971), V I I , 398) e foi
utilizado filosoficamente e de outro modo para descrever uma silhueta,
esboço, ou reflexo" (Buchanan, Hebrews, p. 134).
12 -
Os termos "figura e sombra" tem dado margem a moderna tendên-
cia de interpretar Hebreus em termos da filosofia platónica (W. F. Howard,
The Fourth Gospel in Recont Criticism and Interpretation /Uòndon, 19557,
p. 11 S; T. W. Manson, The tipi st l e to the Hebrev/s /London,n95l7» PP- T24-
-126; J. Moffatt, A criticai and Exegetical Comiiientary on the~Epistle to
the Hebrews /Edimburgo, I9Z4/, pp. PlUs., e outros)._0ma forte reaçao con_
tra essa hipótese de um plaTonismo por toda a extensão deriva de R. Wil-
liamson, "Platonism and Hebrews," Scottish Journal of Theology 16 (1963),
fllSss.; idem, Philo and the Epistle to the Hebrews (Leiden, 1970), p.
557; Buchanan, Hebrews, pp. 134s. Bruce, Hebrews, p. 166; "Ha realmente
alguma afinidade com o idealismo platónico aqui /8:57 mas trata-se da
linguagem do autor, e não seu pensamento essencial, que revela tal afini-
dade."
13Bruce, Hebrews, p. 166. R. E. Clements, God and Temple (Ox-
ford, 1965), p. 68: "A habitação terrestre era um equivalente da habita-
çao celestial de Yahweh."

Michel, Hebráerbrief, pp. 290f. : "Die beiden Begriffeúiroíft-í-^d


/NachbildungT" undcxía /^chatten/ dienen der Denkform Urbild-Abbild. ...
DeF GegensatzT Urbi ld-AbB"ild entspricht dem Gegcnsatz: himml isch-irdisch
(10,1)." Theissen, Untersuchungen zum Hebr3erbrief, p. 91, formulates
precisely; "Entsprechung und Gegcnsatz von Himmlischem und Irdischom be-
herrschen die Gedankengange, dês Hauptteils /7:1-10:187." S. Nomoto, "Her
kunft und Struktur der Hohenpriestervorstellung im HeKraerbrief," Novum
Testamentum 10 (1968), 17: "Zu beachtem ist, dass die vertikale GegeníJ-
berstellung von Himmlischen und Irdischem im Hebr. nur auf das Bild dês
himmlischen Heiligtums (und dês himmlischen Jerusalém: Hebr. xii 22) bes-
chrà"nkt ist, und dass der Verfasser jenes nicht ais solbstvcrstílndl ich
einfflhrt, sondem unter Zitierung von Ex xxv 40 LXX ausdríJcklich begríJn-
det."

161
15
Posições mais recentes sobre Filo são investigadas por H.
Thyen," Die Probleme der neuren Philo-Foschung," Theologische Rundschau
23 (1955), 230-246; J. Danie}ou, Philon d'Alexandrie "(Paris, Í958), pp.
57-75, examina o mundo filosófico dè^TFi i l o.

A mais importante orientação filosófica da noção de Filo quan_


to ao santuário deriva da teoria platónica das ideias (Cody, Heavenly
Sanctuary and Liturgy in the Eplstle to the Hebrews» p. 29) que tem sido
considerado o ponto de inicio da filosofia de Filo (cf. H. A. Wolfson,
Phi Io /Tambridge, Mass., 19487, I, 200ss.).

17 Por exemplo, Philo, Leg. Ali. III, 101, 102;JMt. Mós. 11,74.
Sobre a totalidade, ver C. Spicq, "Lê philonisme de 1'Epítre aux Hebreux,"
Reyue Biblique 56 (1949), 542-572; 57 (1950), 212-242, para o santuário
celestial, esp. 222-227'. Para se ter uma posição bem contrária a de Spicq,
ver Cody, Heavenly Sanctuary and 1iturgy in the Epistle to the Hebrews,
pp. 26-36. Cf. U. FrucFitel, Ule kgsmQlogischêh Vprstellungen bei PhifQ
von Alexandrien ( d i s s . Hamburg, 1962), pp. T03-Í14.
lp
Cf. Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy in the Epistle to
the Hebrews, p. 36, conclui que Hebreus esta em seu tema do santuário mais
próximo da literatura palestina rabTnica e aos apocalipses judaicos do que
da alegorizaçáo do templo filonica. S. Nomoto, "Herkunft und Struktur der
Hohenpriestervorstellung i m Hebrílerbrief," Novum Testamcntum 10 (1968), •
10-25, esp, 21 against S. G. Sowers, The Hermeneutics of Phflo and Hebrews
{Zurich, 196C), pp. 101-103; Uilliamson, Philo and the Epistle to the He-
brews, pp. 529-538, 557-570 on Heb. 8:5.
19
Assim corretamente expõe L. Goppelt, "TUTTO^" TDNT ( 1 9 7 2 ) ,
VIII, 257s. Contudo, Goppelt reinterpreta a "tipologia vertical" em termos
da "tipologia horizontal " da historia da salvação: "Acima de tudo a tipol£
gia vertical ... e em Heb. meramente uma ajuda para a apresentação e cara£
terizaçao da horizontal O ministério sumo sacerdotal no santuário ce-
lestial e uma metáfora da historia da salvação para interpretar interces-
sio como o resultado da obra escatológica da salvação; . . . " (p. 758). Orna
reinterpretação semelhante é encontrada por outros estudiosos contemporâ-
neos. Nomoto, Ni 10 (1968), 17s., sugere com base em Heb. 9:24: "dass
sich der Verfasser das himmlische Heiligtum nicht etwa objektiv ais einen
Teil in der himmlischen Topofraphie vorstellt, die durch den unwetlichen
vertikalen Entsprechungsgedanken spekulativ entworfen wurde, sonder es sa_
chlich lediglich ais Ausdruck fíir die Stel l vertretung Christi zur Rechten
Gottes verwertet." Mais sobre isto abaixo.
20F. F. Bruce, "The Kerygma of Hebrews," Interpretation 23
(1969), 10. E. G. White: "Deus apresentou perante Moisés no monte uma vi-
são do sóntuario celestial, •.? ordenou-lhe que fizesse todas as coisas se-
fundo o modelo que "ii.e foi mostrado" (PP, 343).

162
"O tabernáculo foi feito segundo o mandamento de Deus. ... O próprio Deus
planejou a estrutura e a indicou a Moisés, com instruções especiais quan-
to ao tamanho e forma, e os materiais a serem empregados, e especificou
cada artigo do mobiliário que deveria haver nele. Ele apresentou perante
Moisés um modelo em miniatura do santuário celestial, ordenando-lhe fazer
todas as coisas conforme o modelo que lhe foi mostrado no monte" (4SG,5).
"Aquele santuário, em que Jesus ministra em nosso benefTcio, é o grande
original, de que o santuário edificado por Moisés era uma cópia" (PP,
357).
21 - -
Esta designação e usada por Goppelt, TDNT , V I I I , 256. E. G.
White denomina o santuário celeste de o "grande original" (SR, 377; CS,
414, PP, 357).
22
A LXX verteu o hebraico í^jtinde Ex. 2 5 : 4 0 comoTutros mas tra-
duz o mesmo termo hebraico em Ex. 2 5 : 9 ; I CrÓn. 28:11, 12, 19 com v&çâ&tL
ip.a.Ver nota 10, acima.

23 B. Reicke, Glaube und Leben der Urgemeinde (Ztirich, 1957} pp>


152-157, provê uma extensa discuçao tanto de Atos 7:44 e Heb. 8:5.

24Goppelt, TDNT, V I I I , 257.

25 Goppelt, TDNT, V I I I , 256.


n/r
Bauer-Arndt-Gingrich, Lexicon , p. 837: "Tecnicamente modelo,
padrão, At. 7:44; Heb. 8:5 (cf. sotre ambos Ex. 25:40)." Elberfelder em
prega "Muster" e a Jerusalém Bibel verte "Bild." O termo germânico mais
usado é "Vorbild."
27
B. S. Childs, The Book gf Exodus. Criticai Theological Com
mentary (Philadelphia, 1974), p.. 535. . G.. von Ifle Priesterschrift im
Hexateuch (Stuttgart, 1934), p. 181, especula que a repetida referencia
"""segundo 'o modelo que te foi mostrado no monte" pertencia a uma tradição
mais antiga e mais detalhada de um original celestial que legitimaria o
santuário. Acompanhando von Rad, tem sido sugerido que parece "possível -
mente que a ideia de um padrão de um santuário celestial pertencia a mais
antiga tradição do tabernáculo. ..." (Childs, p. 535). Mas tais hipóteses
são especulativas.

28Ex 25:9, 9, 40; Deut 4:16, 17, 17, 13, 18; Josh 22:28;
2 Ki 16:10; Ps 106:20; 144:12; l Chr 28:11, 12, 18, 19; Isa 44:13;
Ezk 8:3, 10; 10:8.
on
Heb.rm, see A. R. Hulst, "OTbnh bauen," Theologisches ^Hand-
worterbuch zum Alten Testament, ed . E. Jenni and C. Westcrmahn (Munich,
1971), col. 325.

163
KB, p. 1018; W. L. Holladay, Jr., A Concise Hebrew and Arama-
ic Lexicon of^the OT (Grand Rapids, Mich., 197T), p. 3 ci-
ted as CHAL); GTTõfTrer, et a i . , Hebrew and Arama i c Dictionary of the OT
(New York, 1973), p. 297; BDB, p.~TZ5~.

31 KB, p. 1018.

32
CHAL, p. 386; BDB, p. 125.

33 KB, p. 1018; CHAL, p. 386; HAD, p. 297.

B, p 1018; CHAL, p. 386.

35 CHAL, p. 386.

36 CHAL, p. 386.

37 KB, p. 1018; BOB, p. 125.


38
KB, p. 1018; CHAL, p. 386; HAD, p. 297.

39
Só M. Dahood, Psalms Hl (AB, 17a; GardenCity, 1970), p. 333.
i r\a tradução de -toòciZí é apoiada por Ex. 25:9, 40; (cf.
2 6 : 3 0 ; 2 7 : 8 ) entre outros por S. R. Driver, The book of Exodus (Cambridge
1 9 1 1 ) , p. 2 6 7 ; A. H. .McNeile, The Book of Exodus (London, T3T7), p. 195;
G. von Rad, Pie Priesterschrift im HexateuchT~pT 215; K. Galling, in G.
Beer, Exodus (HAT, 3; G"otTíngen, 1939), p. 130; M. Noth, Exodus (Gâttin-
gen, l"5^yTd loc,; R. G. Hatnilton-Kel ly, "The Temple and the Õrlgins of
Jewish Apocalyptic," Vestus Testamentum 20 (1970), 6.

41 Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy in theEplstle to the


Hebrews, p. 16, sugere que 'iabnÁJ^ em nossos textos não "e necessariamente
um protótipo ou arquétipo em sua plenitude." Mas ele e forçado a admitir
que "ha textos em que a palavra se refere a um objeto de desenho modelado
segundo a forma -de algo mais já existente ou_que se imagina existir, as
imagens esculpidas de Deut. 4, por exemplo /cf. 4:16-18; Isa. 44:13;
Ez. 8:3, 10; 10:8; Sal. 106:2^7" (p. 16). "Us textos não excluem um san-
tuário celestial, para dizer com certeza, mas não indicam diretamente um
tampouco" (p. 17).
42
C. F. Keil, Commentary on the Pentateuch (Edinburgh, 1_864),
II, 165 sumaria sua discussão como segue: "O que lhe foi mostrado /d. Moj_
sés/ foi simplesmente uma gravura ou modelo do tabernáculo terreno e seu
mobiliário, que deveriam ser feitos por ele."

164
43
Esta e a opinião de alguns durante os séculos passados, tais
como Faber Stapulensis, Rivet, Schlichting, Limborch, Storr, von Gerlach,
e Ebrand. Ver F. Delitzsch, Cgmm_entary on t h e Epistle to the Hebrews (re-
impressão; Grand Rapids, MicPi. , ~1952}, II, 33. Esta opinião aproxima-se
da do platonismo de F i l o , De vita Mós. II, 71-76, onde ele especula com
base em Ex. 25:40 que Moisés viu um modelo imaterial, não fTsico, nao-cor
poreo. Spicq, L'EpTtre aux Hebreux, I, 73s., sugere que tais ideias filcP
nicas tiveram uma influencia sobre Hebr., mas vê as reservas por Michel ,
Hebríierbrief, p. 291 n9 2, e outros citados acima.
44 Delitszch, Hebrews, II, 34.

45 Bruce, Hebrews, p. 165 n9 28: "A implicação e que a Moisés


foi mostrado algo como uma maqueta do santuário que deveria ser erigido.

46 Ha- uma antiga tradição do Oriente Próximo quanto a que a habi_


tação^terrestre de Deus no santuário/templo tem sua correspondência com õ"
santuario/templo/p.". i a c i o celestial. (Ver R. E. Clements, God and Temple
/Oxford, 19657, PP- 65-68, 81s.; G. B. Gray, S e OT /T9257,
_
pp. 148-167;~Hamilton-Kelly, VT 20 /T9707, 7s. . A famosa inscrição sume-
riana de Gudea de Lagash relata como" Gucíea teve uma visão em que lhe__foi
mostrado pela deusa Nina que ele deveria edificar um templo. Seu irmão
Mingiran mostra-lhe o templo celestial que ele deve copiar, enquanto sua
irmã Nindub da a Gudeia uma planta do templo (para o texto, ver A. Jerc -
mias, Das AT im Licht dês Alten Orient /leipzig, 19067» P- 353; £. Thu-
reau-Dangin, Die Sumerischen und akkadischen Kfinigsinschriften _/!_eipzig,
19077, PP- 95ss.; para seu significado, ver E. Dhorme, Lês reiigions de
Babyionie et d'Assyrie /"Paris, 194_57» PP- 182s.; Cody, Heaven l y SanctuãVy
ã~ncT Li tyrg^y, p. ÍT n9 2"?). F. M. CFoss, Jr., "The Priestly Tabernacle,"
TFê~líT5"l içai Archaeologist Reader, ed. D. N. Freedman^e G. E. Wright
(Garden City, 1961), p. 220: "Provavelmente a concepção do tabtiit^ o 'mo-
d e l o 1 {Êxodo 25:9), também remonta por fim a ideia de que o santuário ter
restre ê o equivalente da habitação celestial de uma divindade."

Hebr"erbrief, p. 288: "Den himmlischen Urbildern kom-


mt eigentl iche Existêfnz zu, weil sie der Offenbarung Gottes entsprechen."

Ver nP 20 acima para declarações adicionais de E. G. White.

49 RSVmg, NEGmg tem "Ou por sua santidade" (também NASB, MLB)
nias RSV, NAB, NEB, JB (Alemã), Lutero rev., etc. vertem o hebraico cfid<?
correntamente como "santuário." Ver M. Dahood, Psalms II (AB 17; Garaen
City, 1968), p. 79.
50W. Beyerl i n , Die^e_tt^n^de_r__Bedrãngten in den Fcindpsalmen

165
der íinzelnen auf institutionelle Zusammehflnge untersucht (Gíittingen,
1970), p. 137, segue o método de critica de forma e reconstrui um "Sitz
im Leben" do Ktínigszeit onde alguém perseguido experimenta uma teofania
no templo de Jerusalém. Dahood, Psalms II, p. 96, por outro lado, sugere
um diferente "Sitz im Leben," isíõ e, o desolado rei, "prejudicado por i-
ninigos (v. 12) e ameaçado por adversários (v.10), ... ora pela liberta-
ção das vicissitudes da vida a fim de repousar I sombra das asas de Deus
(v. 8). "Nesse sentido qõdtá designa a habitação celestial de Deus."
51 Jerusalemer Bibel tem aqui "heilige Stcftte," Elberfelder:
"aus deinen Heiligtumern her." Mas Lutero rev. esta carreto com "in sei-
nem Heiligtum" como esta Hamp: "von sei nem Heiligtum her."
r r\T reza wúfínuqdcilídka, que é o plural de rtúqdãi, mas deveria

ser traduzido no singular porque em hebraico nomes para moradas ou habi-


tações são plurais em forma, conquanto singular em significado. Ver Daho-
od, Psalms I, pp. 128, 262,290.
r -3 __
°Aqui novamente o plural de migdãí aparece e pode denotar um
único santuário com diferentes partes e recintos. G. A. Cooke, The Book
of Ezekiel [Edinburgh, 1936), p. 324, tinha reconhecido que o pTuraí po"de
denotar um único santuário com recintos, uma explicação do plural agora
confirmada por textos ugãríticos. Para exemplos, ver Dahood, Psalms I,
pp. 128,262,290.

54Dahood, Psalms II, p. 192.

Assim ê a tradução literal de X^liãgZin como preferido na rev.


Lutero, Jerusalemer Bibel, Elberfelder, Hamp.

Esta é a tradução sugerida por H. Zorell, Lexicon Hebrajcum,


p. 834, e escolhida por NASB, NEB, NAB, e defendida por Dahood, Ps_alms__n_
p. 152. H. Koester, TDNT, VIII, 199 n? 85, declara que Sal. 96:6 réTere-
-se ao "santuário celestial."

O heb. god^Çt lit. "seu santuário", é infundadamente traduzi-


do "seu Templo sobre a Terra" em JB, enquanto a Jerusalemer B i b e l , t r a z a
versão literal.

5 8 Cf. Dahood, Psalms III (Garden City, 1970), p. 359.

59 Muitos dos exegetas mais velhos sugeriram que isto se refere


ao templo de Jerusalém, mas a_tendencia recente para compreender isto co-
mo referencia ao templo/santuário celestial e na verdade correta. Cf. Fo-
hrer, _Das Buch Jesaja_ (2da. ed.; Zurich, 1966), p. 95; G. E. Wright,
Isaiah (TõTiUõnTT55Í), p. 35; H. Uildberger, Jesaja (Neukirchen, 1969),

166
pp. 2 4 5 s . , que também refere-se a Fischer e Kflnig; I. Engnell, The Call
of Isaiah, (lund, 1 9 4 9 ) , pp. 2 7 s . _
E. G. VJhite: "Ali surgiu ante ele a v i s ã o de Jeová assentado em
Seu trono a l t o e sublime, enquanto o séquito de Sua gloria enchia o tem-
plo. ... Em pé, por assim dizer, na plena luz da divina ^presença do santu
ario, ele sentiu que se deixado a sua própria imperfeição e ineficienciaV
seria inteiramente incapaz de levar a êxito a missão para a qual h a v i a
sido chamado." ( P R , 307, 308).

60
E. G. White explica que Isaias teve permissão de "olhar para
dentro, sobre o santo dos s a n t o s , " (PR, 307), isto e, "dentro do interior
do santuário" ( P R , 308).

Wildberger, J e s a j a , p. 2 4 5 , sugere que Miq. l : 2 s . e Hab, 2:20


refere-se ao templo c e l e s t i a l alem de Isa. 6 : 1 . Dahood, Psalms I, p. 179,
inclui Isa. 6 : 1 ; Miq. 2 : 7 ; Hab. 2:20 entre as passagens proféticas que
se referem ao templo c e l e s t i a l . W. Rudolph, Joel -Amos-Obadja-Jona (KAT,
X I I I / 2 ; Gtttersloh, 1 9 7 1 ) , p. 354, sobre Jon. 2 : 7 : ""SêTrTCcBõt drang zu
Jahwe hindurch ( v g l . Ps 88,3) in seinen heiligen Tempel , mi t dem hier ob-
ensogut der irdische (= V. 5 und Ps 5,8 wohl auch 18,7) wie der himmles-
che gemeint sein kann (zu dem Ineinander der beiden Vorstel lungen siehe
das fempelweihgebet Solomos l Reg 8 ) . "
co
Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy in the Epistle to the
Hebrews, p. 37; 0. Mi ene l , _ Vd5 ," TWNT, IV, 897^895; Bauer-Arndt-GTn-
grich, A Greek-Engl ish Lexicon, p. 535, enumera os seguintes textos de A-
poc. sob o subtítulo "b. do santuário celestial 1 1 no verbete pá rã vãos : A-
poc. 7 : 1 5 ; 11 :19; 1 4 : 1 5 ; 1 5 : 6 , 8; 16:17.
r^ __
O termoãj-toempregado para "santuário" em Heb. nunca e emprega_
do em Apõe. O templo/santuário em Apõe. e sempre designado vãos. ~~

Apõe, 1 5 : 5 : ó vãos T f f Ç cxr)víK fOu MaprupLou ^v tu> oúpav$.

65
O templo c e l e s t i a l parece ter somente um a l t a r , porque Apõe.
sempre fala somente de um altar ( A p õ e . 6:9; 8:3, 5; 9 : 1 3 ; 14:18; 1 6 : 7 ) .

T. G. Glasson, The Revelation of John (Cambridge Bible Commen_


tary; London, 1 9 6 5 ) , p. 56.

Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy in the Epistle to the


Hebrews, p. 42: "O temp!o~cTc Deus no~~ceu então abre, e a Arca da AM onça
que nêTe esta aparece (Apõe. 1 1 : 1 9 ) , de modo que o templo c e l e s t i a l apare_
cê novamente como o modelo do lugar santo terreno que Moisés inaugurou."

Y. M. - J. Congar, Lê mystere du Temple (Paris, 1958), pp.

167
249s., sugere que Apõe, 14:15, 18 se refere ao templo terreno e sou altar
em contraste com o templo e altar no v. 18, Em sua opinião a igreja sobre
a Terra com suas orações e os anjos acima da igreja terrestre teriam sua
parte em determinar os decretos de Deus na historia. Mas essa opinião,
que reflete um fundamento católico romano, 5 rejeitada com bons argumen-
tos pelo católico romano Cody, The Heavenly Sanctuary and Liturgy in the
Epistle to the Hebrews, p. 43.
69 _ »
A preposição gregas como usada em Apõe. 4:1 deve ser compre-
endida no estrito sentido íocal e não significa que a porta abriu "para
o" céu como alguns tem suposto.

70 E. G. W h i t e :
"Novamente, 'o templo de Deus foi aberto 1 (Apõe.
11:19), e ele olhou para dentro do véu interior,
no santo dos santos. Ali viu a "arca do Seu con-
certo," representada pelo escrTnio sagrado cons-
truído por Moisés a fim de conter a lei de Deus"
(PP, 356; CS, 415).

71 E. G. White:
"Com isto pemiitiu^-se ao profeta ver o primeiro
compartimento do santuário c e l e s t i a l " (PP, 356;
cf. GC, 414).

72E. G. White:
"No templo do céu, o lugar de habitação de Deus,
Seu trono e estabelecido em justiça e juízo"
(GC, 4 1 5 ) .
70 „
/0 Isto e corretamente observado por O, Moe, "Das irdische und
das himmlische Heiligtum. Zur Auslegung von Hebr, 9, 4 f ( > " Theologische
Zeitschrlft 9 (1953), 27: "Denn an mehreren Stellen in der "Apokalypse
wTrd rieutlich swischen dem Himmel dberhaupt und dem Tempel Gottes unters-
aneden, vgl. 11, 19 /Ti,5; 14, 15.177."

74 A tradução "o santuário terrestre" {RSV, NASB, NAB, MLB,


NIV) corresponde a frase grega TO te- aytov XOO>K«OV. O único outro- emprego
no NT dexooncxoV e em Tito 2:12, para "paixões mundanas". Os eruditos ge-
ralmente tomam como um adjetivo substantivado que se refere ao santuário
em geral. Westcott, Hebrews, p, 244, Moffatt1, 'Hebrews, p. 112; Spicq,
Hebreux, II, 248; B ruce, Hébrews, p, 182. Conquanto o singular TO ãirtow
não apareça em qualquer outra" parte em Heb., surge frequentemente na LXX
(cf. £xo. 36:3; Lev. 4:6; 10:18; Num. 3:47; S a l . 62:3 /MT 63:2_T; Ezeq.
45:18; Dan. 8:11).

O adjetivo neutro xccr^ixoVqual if iça os adjetivos substantiva-


dos anteriores e significa "terreno" (Bauer-Arndt-Gingrich, Lexicon,

168
p. 4 4 6 ) .

76 Ver H. Traub, "hovpdvios " TWNÍ, V , 541; Cody, Heavenly Sanc-


Uiary pp. 3 2 s s . , interpreta "as c o i s a s c e l e s t i a i s " não em termos de uma
reãTTdade celestial mas em termos axiologicos, morais.

A s s i m expõe corretamente Michel , Hebrflerbrief , p. 293.


— —•
Em 9:3 ae omitida porque é estil i sticamente pobre.
79 A s s i m expõe Lílnemann, HebrMcrbrief (4th ed.; Gflttingen, 1878)
p. 2 7 5 ; A. Sceberg, Der Brief an dTe Hebraer ~{lei pzig . 1912), p. 96; F.
J. Schierse, Verheissung und Heilsvollendung (Mlinchen, 1 9 5 5 ) , pp. 2 6 s s ;
idem, Der Brief an die Hebrcer Mssêidorf, 1968), pp. 74ff. ; Michel,
HebrãeTBrief, p. 298; Cody, fleavenly Sanctuary, pp. 146-150, declara que
He
no v 8 a mudança do primeiro tabernáculo: do santuário terrestre para
o segundo tabernáculo: realidades c e l e s t i a i s de salvação tem lugar; Kuss,
Hebrder, pp. 113s; F. Schrflger, Der Verfasser dês Hebraerbriefes a i s
Scnriftausl_eger (Regensburg, 1968), pp. ; Laubach, HebrSer, p. 175,
;em unia ~cfTs"t"inça~o somente se iniciando no v. 8 como também R. Gullenberg,
"Die Christologie dês Hebraerbriefes," Zietschrift fflr system. Theologie
II ( 1 9 3 4 ) , 6 7 4 s . ; E. KSsemann, Das wandernde Gottesvold (dta. e d . ; Gõt-
tingen, 1961), p. 145.

80Ver Schierse, Verheissung, p. 29; idem, Hebrfler, p. 75.

31 F. Josephus, De Bello Judaico, V, 185, 186 (V.V.l).

82 Bei, Jud., V, 195 (V.V.2).

83 Bei, Jud., V, 193, 194 (V.V.2).


Q/\. Hofius, "Das'erste 1 und das 'zweite1 Zelt. Ein Beitrag
zur Auslegung von Hbr 9,1-10," ZNW 61 (1970), 271-277: "Danit its philo-
logisch gesichert, dass der Verfasser dês Hebraerbriefes in 9,2ff. nicht
von zwei durch den Vorhang voneinander getrennten Zelten spricht, _sondern
die beiden Abteilungen dês einen Zeltes vor Augen hat."

u A seguinte opinião agora necessita de revisão. W. Hichaelis,


" TWNT, VII, 3 7 7 : "Diese Unterscheidung dês Heiligen und Allerhei-
ligsten a i s erste und zweHe bzw. vordere und hinteretfxw ist sonst
nicht zu belegen." A versão inglesa é imprecisa pois "das Heilige," isto
e, o santo, é traduzido como "santuário": "Esta distinção entre o santuá-
rio /ou melhor, 'santo_T e o^santo dos santos como o primeiro e segundo
ou frontal e trasei roox^n não e atestado em qualquer outro lugar" (TDNT,
VII, 376).

69
8 6 Hofius, ZNW 61 ( 1 9 7 0 ) , 2 7 5 .

oy
B. F. Delitzsch, Commentar zuni Brief an die Hebrfler (Leipzig,
1857), p. 354; idem, Commentary on lhe Epistle to the Hebrews ("reprint;
Grand Rapids, Mich., TO7]TTI7^0 :: 52r3pTcq , Hebreux, II, ZÍ9; F. W.
Groscheide, De Brief an de Hebreeén (2nd ed.; Kampen , 1955), p. 198;
Riggenbach, Hebrfler, ,j. 240; H. Montefiore, A Commentary on the Epistle
to the Hebrews (London, 1964), pp. 144ff.; KTcfíaelis", TIWrrVTT7376T7r
Tclêm, "itpuT<wr," TWNT, VI, 867; Bruce, Hebrews, pp. iSZfTTTaubach, HebrJ_-
er, p. 171; Herlng, Hebrews, p. 71; Buchanan, Hebrews , pp. 139f.; Scfinei-
oe"r, Hebrews, p. 75.
QO __
Jã o expunha Riggenbach, Hebraerbrief, p. 238; e agora também
Hofius, ZNW 61 (1970), 275; "In v. 2-5 hat der Verfasser den Aufbau dcs
stuftszeTtes geschildert und dabei dessen Aufteilung in zwei voneinander
gaschiedene Rãume betorit herausgestell t. "
DQ _ -
Assim expõe corretamente Hering, Hebrews, p. 73.
90
In Jerusalemer Bibel s Elberfelder, e Hamp-Kíirzinger "das Hei.
l igtum. "
O1
Cody, Heavenly Sanctuary, pp. 147s. comentando sobre 9:8 ex-
plica perceptivelmente: "O primeira tabernáculo torna-se o tabernáculo
antigo e terreno em sua inteireza, incluindo tanto o Santo e o SantTssimo
e o segundo tabernáculo, o 'melhor e mais perfeito 1 do v, 11, torna-se o
santuário c e l e s t i a l . " Esta opinião ê virtualmente idêntica com a assumida
por intérpretes adventistas no passado. Ver M. L. Andreasen, The Book of
Hebrews (Washington, D. C . , 1948), pp. 327f.; "Hebrews," SOA BTFTè~CblP~
mentary, Vol . 7, pp. 450: "O contexto torna claro que ta fiagx^i aqui se re_
fere àquele 'maior e mais perfeito 1 tabernáculo (cap. "9:11), ou seja, o
santuário celestial ( c f . vs. 24, 25).
Q9 -
Bruce, Hebrews, p. 192 n9 48, sugere "retendo sua posição"
como o sentido apropr"iTdõ~para È^oJo^s aráoLv em 9;8.

93 Salom, AUSS 5 (1967), 68.

94 Michaelis, TDNT, VII, 376.

Theissen, Untersuchungen~ zum Hebraerbrief , p. 105: "Ais Folge


EINER KONSEQUENTEN Du r^ffWrlínir^s~njrT5T^^ gibt es sowohl
im Himmel wie auf Erden eine zwigeteilte StiftshíJtte.

9 6 Michaelis, TDNT, W, 376.

170
H. Biethard, Pie himmllsche VJelt iro Urchrlstentum und Spãtju-
dentum (Tdbingen, 1951), pp. 130-132', on Rev,
no _
^°Um importante artigo sobre este termo e provido por A. P. Sa-
lom, "TA HAGIA in the Epistle to the Hebrews," Andrews University Semina-
ry Studies 5 (1967), 59-70. Ver também J. Swetnam, S. J., "On the Imagery
and Significance of Heb. 9:9, 10," Cathollc B i b l i c a l Quarterly 28 (1966),
160-162; i dom, "Hebrews 9:2 and the Uses of Consistence, " Catholic B i b l i -
cal Quarterly 32 (1970), 2Q6s., que defende sua própria posição singula.

99Heb. 8:2,T£v á r LU u ; 9:1 , TV T


9:8, TÍtt' áyi'fJLí ; 9 1 1 2 ,Ta a )- 1 e ; 9 : 2 4 , £ r L a ; 9 : 2 5 , T à crjrta ; 10:1
l 3 : 1 1 ,Tâ a f i a . T especialmente digno de nota que oito desses usos (não
cosiderando 9 : 3 } estão no plurale sete são empregados como o artigo. Os
dois empregos ana^tliioa^ estão em 9_2, 24,
Ha dois possíveis empregos "substantivados derò á y ^ w u no NT. Um
é em Mat. 7 6, aparentemente um substantivo neutro, pode ser disputado em
v i s t a de reTerir-se ao "que e santo" que pode ser lançado aos porcos. E.
Klosteraann, Das Matthflus-Evangelium ( 2 d a . ed., Tílbingen, 1 9 2 7 ) , p. 66
toma-o como referencia a " o p f e r f l e í s c h " ("carne s a c r i f i c c i a l ") , um signi-
ficado atestado no VT para "oferta sagrada" ( L e v . 2 2 : 1 4 ) da qual alguém
pode comer. O outro emprego aparece em Luc. 1:35 onde ^ y c ^ refere-se a
Cristo. £ possível tomar á r t' u u (hagion) como um adjetivo (cf. K. G. Kuhn,
" o. y LOS HTA . , " TDNT, I, 1 0 1 ) e considerar "Filho de Deus" como o predicado
ou toma-lo como um predicado e verter "... e isto que e nascido santo se-
rá chamado Filho de Deus" ( c f . A. Plummer, A Criticai and Exegética! Com-
mentary on the Gospel according to St. Luke / I C C ; bÇ. e d . ; Edingurgh,
1922/, pp. 2 4 s . ) . ' '
i nn
A opinião de Koester, FTTR 55 (1962), 309, e Hewitt, Hebrews,
p. 135, já foi discutida (nota 5, acima). Poucos tem considerado o gemtj_
vo como masculino e traduzidorwu á-íSuu como "os santos" (Spicq, Hebreux,
II, 234). Csta opinião e corretamente rejeitada per Swetnam, CBQ 28
(1966), 161, com o argumento de que e inconsistente com o resTãlite dos
usos ern Hebreus.

Sobre o significado da palavra "verdadeiro" ver nota 9,


acima
l O? Oxa'(,("and") tem sido variadamente compreendido em 8:2, Pode
ser tomado como epexetico com "o verdadeiro tabernáculo" aposicional de
modo que a tradução seguinte pode ser dada: "o santuário, como seja, o
verdadeiro tabernáculo" (ver Bl.-Debr. § 442. 9; Riggenbach, Hebr^íorbriof
p. 219) ou pode ser tomado no sentido de coordenar duas ideias, uma das
quais é dependente da outra, isto é, hend-iaditt (ver B.-Debr. § 442. 19).
j -~
F o equivalente do hebraico D^w^n unP{Num. 4_J9; I Reis
3:6; II Crôn. 4:22; 5:6). '"r "

171
As variantes textuais não necessitam ser tratadas aqui.

105
Buchanan, fíebrews, p. 144, comenta sobre Hebr. 9:8: " ' O ca-
minho para o santos^/recinto/^num contexto de templo provavelmente signi-
fica o caminho do pátio através da primeira cortina, para o santo, depois
através da segunda cortina, para o santíssimo."

Bruce, Hebrews, p. 200; cf. Montefiore, Hebrows , p. 153. Rig_


genbach, Hebráerbrief , p. 2~58, fala também do "santuário celestial ."

107 Swetnam, CBQ 28 (1966), 161.

1 0HOs exegetas vêem


- aqui um santuário
- celestial, ver F. W. Far-
rar, The Epistle to the Hebrews (Cambridge, 1888), p. 123; Westcott, He-
brews, 'p. 271; Spicq, Hebreux» II, 267; Montefiore, Hebrcws, p. 160; Bru-
ce, Hebrews, p. 220; Schneider, Hebrews . p. 90; Michaelis , TDNT, V I I ,
576 .

Uma vez que um cenário cúltico geral_ deve ser subentendido


para Heb. 9:llss. (e também em 9:8ss.) uma conexão parece estar fora de
lugar entre os últimos cinco (ou seis) empregos deràaíia e os sete enipre_
aos da mesma palavra mas; no singular em Lev. 16:2, 3, 16, 17, 20, 23, 27.
Aqueles que gostariam de argumentar que começando com 9:12 (ou 9:8} o
plural TúcLV- a se refere ao "Santíssimo" e não ao santuário como um todo
com base nas supostas relações do Dia da Expiação, não podem invocar
Lev. 16 porque nesta última passagem o "Santíssimo" e sempre designado
pelo singular enquanto em Hebreus e sempre o plural .ta íiaq-ia. (Cf. Salom,
SS 5 ZÍ967J, 62).

1 1 0 Cf. Salom, AUSS 5 ( 1 9 6 7 ) , 69s,

Uma analise da estrutura "literária de Hebreus por A. Vanhoye,


_. ,,., LJ :>tructure l itr.eraire de l 'epítr aux Hibreux (Paris-Bruges ,
1 ^ 6 3 ' , p" T4U~3 . , tem conduzido a sugestão de uma estrutura concêntrica
com 9 : 1 1 como o centro da epístola inteira. Esta opinião tem sido adotada
m a i s recentemente por P. Andriessen, O . S . B . , "Das Grôssere und vollkomme-
nere Zelt (Hebr 9, 11)," Biblischo Z e i t s c h r i f t 15 ( 1 9 7 1 ) , 76.

^ Entre os autores patrísticos que sustentavam esta opinião es_


tão João de Damasco (PG, 95, 972) e Severiano de Gabâlda {morto ca. 408).
Posteriormente foi mantido^pelo jesuíta flamengo Cornei ius a Lapide
( 1 5 6 7 - 1 6 3 7 ) . Recentemente e apoiada por Bruce, Hebrews , p. 199.

l l j F. F. Bruce, "The Kerygma of Hebrews," Interpretation 23


; i 9 6 9 ) , lOf.

172
114
A. Vanhoye, '"Par Ia tente plus grande et plus parfaite ...'
( 9, li)/ B í b l i c a 46 (1965), pp. 13-15; Swetnam, CBQ 47 (1966), 93.

115 5wetnam, CBQ M (1966), 93. Semelhantemente P. E. Hughes,


"The Blood of Jesus anoHTis Heavenly Priesthood in Hebrews. Part III:
The Meaning of 'the True Tent' e 'the Greater and More Perfect Tent1 ,
"Bibliotheca Sacra 130 (1973), 310: "... não ha meio em que se possa fa-
lar de ter Ele entrado no santuário celestial através da igreja; a igreja
não e o meio do sua entrada no santuário celestial, mas pelo contrario,
Ele é o meio de entrada para a igreja ... ao trono H^ graça mediante o
novo e vivo caminho que Ele abriu para nos (4:14-16; 10:19-22)."

Entre os defensores patrTsticos dessa opinião estão CrisÕsto_


mo (MPG 63, 119), Teodoreto, bis pó de Cirro (ca. 393-ca. 458) (MPG 82,
741), Pseudo-Decumênio (MPG 119, 376), Teofilácio (auge entre 1070-1081)
(MPG 125, 304), e no perTodo da Reforma e sustentada por Johann Philopo-
nus, Johann Brentius, JR. (1571) e Johann Jacob Guraneeus (1586)^ Em
tempos recentes e defendida com uma grande riqueza de argumentação e i-
lustração por Johann Chr. K. von Hofmann (1810-1877) em Weissagung und
Erfullung (}841-44), i l , 189-192, e seu Schriftbeweis (T557-56), II/l ,
405, e também por John Owen, An_ Exposition to the Epistle of the Hebrews
( P h i l a d e l p h i a , 1869), VI, 18-23.
117 Owen, Hebrews, VI, 19.

118 Owen, Hebrews, VI, 21.

~ as de
119 Entre as crTticas mais elaboradas e detalhadas estão
Delitzsch, Hebrews, II, 21-25, 78-22; Vanhoye, Biblica 46 (1965), 10-13;
Andriessen," S7"TT~(1971}, 77-83; Hughes, Bibliotheca '?acra 130 305-309.
120 Delitzsch, Hebrews, II, 22.

121 Delitzsch, Hebrews, II, 22 .

122 Assim Michaolis, TDNT, VII, 376, Vanhoye, Biblica 46 (1965)<J


Hf.; Swetnam, Biblica 47 (196FJ7~93; Brooks, JBL 89 (1WTTZ10; e, o a-.
tros
123 Hering, Hebrews, p. 77 n. 21.

124 Swetnam, Biblica 47 (1966), 93.

12 1 !Em teologia a opinião de que Jesus Cristo não foi um homem


real, mas simplesmente tinha tal aparência. Uma opinião que solapa a en-

173
carnação, expiação e ressurreição.

1 2 6 Moffatt, Hebrews, p. 121; cf. Brooks, JBL 89 (1970), 210,


apoia isto.
127 ~
Esta designação e usada por Vanhoye, Bíblica 46 (1965), 15s,;
e é acompanhado por Swetnam, Bibliça 47 (1966), 93.
128 ~
O proponente desta opinião e Westcott, Hebrews, p. 240: "Tal
antitipo /cfo tabernáculo/ encontramos na humanidade cie Cristo, tornado
real em dTferentes modos e graus durante Sua vida sobre a Terra, em Seu
corpo, a Igreja, e na consumação no céu." Comparar também pp. 257s. sobre
9:11.
-
129J. Bonsirven, St. Paul. Epttre aux Hebreux (Paris, 1943),
pp. 333s., enumera as vantagens desta opinião.
i on
Swetnam. BiblIça 47 (1966), 93,acompanhando Vanhoye, B i b l i ç a
46 (1965), 16.
l J"31 O católico J. Ungenheuer, Der Grosse Prlester Uber dem Hause
Gottes. Pie Christologie dês Hebrãerbriefes (Wurzburg, 19~39), p. iTTj
propôs uma interpretação ainda mais complexa ao explicar "o tabernáculo"
cosmologicamente, cristologicamente, e eclesiasticamente.
l 32 - •*•
Vanhoye, "La structure litteraire de l'epitre aux Hebrex,"
p. 151 n9 1; idem, Bíblica 46 (1965), 1-28.
l 33
Wetnam, "'The greater and More Perfect Tent.' A contribution
to the Discussion of Hebrews 9, 11 ,"_Biblica^47 (1966), 91-106. Ele forta_
leceu adicionalmente sua interpretação eucarTstica nos seguintes artigos
subseqtlentes: "On the Imagery and Significance of Heb. 9, 9-10," Cathollie
Bíblica! Quarterly 28 (1966), 155-173, e "Hebrews 9:2 and the Uses of Con
sistency," CathoTTc Biblical Quarterly 32 (1970), 205-221,

134 Swetnam, B i b l i c a 47 (1966), 101.

135Swetnam, CBQ 32 (1970), 214.


•t OC-

P. Andriesse, "Das Grttssere und vollkommenere Zelt (Heb. 9,


1 1 ) » " Biblische Zeitschrift 15 (1971), 73s, Esta é essencilamente a tra-
dução também da NEB. SemêTTTantemente Hering, Hebrews, p. 91.

137 Vanhoye, Biblica 47 (1966), 2.

174
133 Andriessen, BZ 15 (1971), 81-83.

1 3 9 Ibid., p. 82.

140
John Brown, An Exposition of the Epistle of the Apostle Paul
to the Hebrews, ed. D. Smith, (N. Y . , 1 8 6 2 ) , I, OT~

1 4 1 Michel, Hebraerbrief, pp. 311f.

142
Hering, Hebrews, pp. 76f.

l 4 3 Spicq, Hebreux, II, 256.

Por exemplo, Riggenbach, Hebraerbrief, pp. 256-259; Hewitt,


Hebrews, P. 135; Kuss, Hebrcler, p. 107; Strathmann, Hebr^er, pp. 115,
T22. H. Koester, "'Outside the Camp'; Heb. 13:9-14," Harvard Theological
Review 55 ( 1 9 6 2 ) , 309,310, formula sua opinião com base em 8:2 e e x p l i ç a
quê a frase "o santuário e o verdadeiro tabernáculo" "não e um kç.nctiadij&,
mas expressa que o ofTcio de Cristo inclui tanto o serviço no santuário
do céu propriamente (Taí^ín j e a entrada por passar pelas regiões celes-
tiais ( ó f f x m í u ) : a ascensão!"

HO Andriessen, BZ_ 15 (1971), 83-91. Assim também Delitzsch,


Hebrews, II, 80.

146 Vanhoye, Bíblica 46 (1965), 6-10; Swetnam, Biblica 47


( 1 9 6 6 ) , 92; Hughes, BiETTõtTieca Sacra 130 ( 1 9 7 3 ) , 312f,

Michel, Hebraerbrief, p. 311: "man muss zum Verstèlndnis von


9,11 an 9,3 erinnern:~3as himmlische Heiligt um bertht wie das irdische
aus 'zwei Z e l t e n 1 : das erste ist auch schon himmlisch, darum grtisser, vo]_
Ikommner und nicht mit Hánden gemacht."

Theissen, Untersuchungen zum Hebrclerbrief, p. 105: " A i s Fol-


ge einer konsequenten Durchfuhrung dês UrbiId-AbbiId-^chemas gibt.es So-
wohl im Himmel wie auf Erden eine zweigeteilte Stiftshtítte. Christus ist
durch das himmlisch Zelt gegangen und in das Allergheiligste eingetreten
( 9 , l l f . ) --Shnlich wie der irdische Hohepriester am Verstihnungstag,"
Cody, Heaveniy Sanctuary and Liturgy, p. 149: "O santuário celestial ao
qual CHsto foi para fazer expiação e precedido por um tabernáculo ante-
rior /no ceu7 mediante o qual Cristo foi fazer e x p i a ç ã o ( v s . l i s ) , tal
como o" Santíssimo terrestre era precedido pelo Santo," Novamente ele es-
creve: " A divisão do santuário celestial em duas partes tem seu papel
a desempenhar somente em 9, 11" (p. 1 5 0 ) . Cf. Michaelis, TDNT, VII, 376:
"Em 9:11 pareceria entoo que o santuário celestial é também dividido em

175
duas partes."
149
Hughes, Blbllotheca Sacra 130 (1973), 313: "A descrição de
n d«nvn 4m 8:2 comoà^i.^'," o verdadeiro tabernáculo, "bem define o san-
tuário do qual Cristo é agora ministro, mas e bem pouco apropriada como
uma descrição das regiões celestiais mediante as quais o assunto Senhor
passou."
i ^n
1 "Hebrews," SOA Bible Commentary, VII, 452: "Mas ha razão
insuficiente para adotar um significado diferente para 'tabernáculo1 a-
qui do dado a ele no cap. 8:2."
151
O termoaniv-n "tabernáculo" em 13:10 refere-se ao santuário
celestial segundo Windisch, Hebr^erbrief, p. 118; Moffatt, Hebrews, ad
T o e . ; 0. M. Creed, "Hebrews xiii.10," Expository Times l (1138/39), 13ss.,
mas a maioria dos comentaristas tomam-no como referencia ao santuário
terreno.

l 52 - -
O termo -i K e n e como empregado para santuário pelo Septuagin-
ta sempre se refere ao santuário como um todo, e não a uma parte dele.

153 Cf. Vanhoye, Bíblica 46 (1965), 6-10; Swetnam, Biblica 47


( 1 9 6 6 ) , 92.

1 5 4 Cf. Andriessen, B/M5 ( 1 9 7 1 ) , 83s.

1 5 5 Michaelis, TDNT, VII, 377.

155 Swetnam, B í b l i c a 47 (1966), 92f. Vanhoye, B i b l i c a 46


( 1 9 6 5 ) , 5 escreve, "Cette interpretation s'accorde evidemment, em 9,11,
avec Ia lettre du texte."

1 5 7 Michaelis, TDNT, VII, 376.

1 5 8 Ibid., pp. 376f.

i cg
Johannes Schneider, Der Hebrâerbrief ( K a s s e l : Oncken, 1938)
traduzido por W. A. Mueller sob o titulo Tne Letter to the Hebrews
(Grand Rapids, Mich. 1 9 5 7 ) , p. 82.

Windisch, Hebrâerbrief, p. 69: "Die Vorstellung vom 'wahren


Z e l t ' /S":2/und vom hininií iscnen~Hei I igtum 9, 12. 24 Kmupft nack 8,5 an
Ex 25,^0:~Act 7,44 an; darnack existiert i m H i mine l das Urbild der Stif-
tshutte und dês T e m p e l s . "

176
'°'por exemplo, Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy, p, 150:
"A divisão do santuário celestial em duas partes tem seu papel a desempe-
nhar somente em 9 : 1 1 . " "Mas no v. 8 ... o 'primeiro tabernáculo 1 torna-se
o velho tabernáculo terreno em sua inteireza, incluindo tanto o Santo,
como o Santíssimo, e o segundo tabernã"culo, o melhor mais perfeito taber-
náculo, do v. 11, torna-se o santuário c e l e s t i a l " (pp. 1 4 7 s . ) . "PoderTa -
mós mesmo ser inclinados a ver o melhor e mais perfeito tabernáculo
/"santuário celestial_7 de 9 : 1 1 como o estrito equivalente do velho taber-
ríãculo /Tantuari^o tê~rrestre_7 em 9:8, que certamente representa a velha
ordem de~salvaçao integral7 - . . " (p. 1 6 0 ) .
Theissen, Untersuchungen zum Hebrà*erbrief, p. 105: "Ais Foi gê
einer konsequenten DurchfuTirung dos UrbiTcTSchemas gibt es sowohl im Him-
mel wie auf Erden eine zwiegetelte Stiftshutte."

Swetnam, Biblica 47 ( 1 9 6 6 ) , 92, que adota o argumento de


Vanhoye B i b l i c a 46 ( 1 9 6 5 ) , 5. Bruce, Hebrews, p. 220, declara: "Não é
dentro de qualcjuer santuário material que Cr f s to foi como o sumo sacerdo-
te de seu povo, mas na presença de Deus no céu."
i f\ —
I O J Isso
e sugerido por 0. Moe, "Das irdische und das himmlische
Heiligtum. Zur Zuslegung von Heb. 9,4s.,M Theologische Zeitschrift 9
(1953), 26, 23, e adot- !o por Schrfíger, Der~VerfaTser dês HebraeFEViefes
ais Schriftausleger, pp. 232, 234 n? 1. Cf. também AndrTes sen, BT 15
~Sd~. " ~~

Weiss, Hebrclerbrief, p. 239 n9 argumenta contra a opinião


que admite "céu" como o Santíssimo, sendo que o contraste não é" entre os
dois compartimentos em 9:23, 24, mas a copia terrena. Este argumento mil i-
ta contra a opinião daqueles mencionados na nota anterior. Ademais, a
frase adyersativa "mas no mesmo céu" não da margem a uma parte específica
do santuário celestial.
1(S S
A s s i m , entre outros, D e l i t z s c h , Hebrews, II, 127, 4 mais re-
centemente U. Luck, "Himml i s c h e s und irdischeFTTeTcTiehen im HebrSerbrief,"
Novurç Testamentum 6 ( 1 9 6 3 ) , 207; Andriessen, BZ 15 ( 1 9 7 1 ) , 88. Qualquer
"dTstincao enTro o emprego plural, como encontrado em Heb. 4 : 1 4 ; _ 7 : 2 6 ;
8 : 1 ; 9 : 2 3 ; 12;23, 25, e o emprego singular do céu em 9 : 2 4 (também 1 1 : 1 2 ;
; 2 : 2 6 que são ambas citações do VT) é negado por Riggenbach, Hebréíerbrief
p. 117 n9 7 e deixado fora de consideração por M i c h e l , HebráerHrTLf, p.

, NT 6 ( 1 9 6 3 ) , 2 0 7 ; e anteriormente já o expunha W e i s s ,
Hebrflerbrief, p. 239 n.

1 6 7 Riggenbach, Hebríierbrief, p. 2 8 3 .

177
O termo àvri/T urro.- e um adjetivo substantivado (subst. A d j . )
do substantivo àvn'Tu-noí (Michel, Hebrãerbrief^, p. 324). Significa "equi-
valente" em I Ped. 3:21 (Bauer-Arndt-Gingricn", j_exicon, p. 75) onde e a
realidade_ do NT, enquanto em Hebreus e o santuário do"~VT que recebe tal
designação. A realidade do VT contudo e, cm si mesmo umTvAios , "modelo,"
em 8:5 do verdadeiro santuário celestial. Parece, pois, certo compreender
o termo à^TL'Tuitoícomo "figura, antitipo, representação" (Bauer-Arndt-Gin-
grich, Lexicon, p. 75) no sentido de "modelo equivalente" (Gegenbidl),
"modelo equivalente" (cf. Bruce, Hebrews, p. 220 n9 1 5 6 ) , ou "equivalen-

169 C. R. North, "Sacrifice," A theological WordJSook of the


Bible, ed. A. Richarson (New York, 1950), p. 214 também vem em 9 24 uma
referencia ao "santuário celestial."

O advérbio temporal vuu seguido por um aoristo (íuçc-JL^Oò^at.


indica a açáo agora em desenvolvimento em contraste com o passado. Cf.
Windisch, Hebr^erbrief , p. 85:^Du bezeichnet ... die Zwischenzeit zeis-
chen HimnieTfaTrrt~und Parusie, in der der Herr dauernd der FuYsprecher
seiner Geme i n de i s t . " Cf. Delitzsch, Hebrews, II, 127f.

171Delitzsch, Hebrews, II, 127; cf. W e s t c o t t , Hebrews, p. 273

178
CAPITULO VII
O SENTIDO DE "SANTUÁRIO" E "DENTRO DO
VÉU" EM HEBREUS

O livro de Hebreus emprega o termo [ta kag-ia} (geralmente traduzj[


do por "santuário" ou "santo lugar", ou semelhante) e o termo -ikênè {geral
mente traduzido por "tabernáculo" ou "tenda") para o santuário celestial 7
Alguns estudiosos tem sugerido (D. Ford os acompanha) que o santuário ce-
l e s t i a l consiste somente do Santíssimo com base no emprego da terminologia
grega e seu contexto cm Heb, 8-10.

Pode ser recomendável volver a alguns pontos específicos da ar-


gumentação na exposição de Heb. 9. Uma questão s i g n i f i c a t i v a na argumenta
cão ê o termo grego ta úayta. £ sugerido que no caso dos dez empregos dê"
U harjíx (Heb. 8:2; 9:1, 2, 3, 8, 12, 24, 25; l 0: l 9; J3:l l ) , com as poss_T
veis exceçoes de Heb. 8:2; 9:2; 1 3 : 1 1 , é feita referência ao "lugar Santi_s
simo". L também assegurado que mesmo quando os tradurores vertem o termo"
corno "santuário" eles não querem referir-se ao santuário celestial.
Umas poucas observações podem ser adequadas aqui. A primeira tem
que ver com o uso plural c singular em Lev. 16 da Septuaginta. A forma gre
rja em Hebreus, independentemente do caso, e geralmente considerado como
sendo p l u r a l . O singular Õ -te kae\-ion mas é" usado somente em Heb. 9 1 o
significado de lugar Santíssimo para o plural ta haaia e preferido por ai
guns (inclusive Dr. D. Ford) porque "sem dúvida isto deriva do uso de MLI
gar santo' repetidamente em Lev. 16 para o compartimento interior", (p.
'84). Todavia, o fato e" que na Septuaginta de Lev. 16 não encontramos se-
cuer uma vez o plural ta haQÃ.a. A LXX meprega consistentemente o,singular
(Lev. ^6:2, 3, 16,J7, 20, 23, 33 ). Assim, a dependência sobre a Septuagin
ta de Lev. 16 não e absolutamente evidente. Obtêm-se a impressão de que õ"
autor de Hebreus emprega o plural ta haa-ia. de propósito e em contraste com
o emprego da LXX de Lev. 16. Isto ê até mais evidente quando se considera
que a LXX emprega o plural ka$.ia 104 vezes e 97 deles para o santuário in
te Iro, seis delas para o Lugar Santo e somente uma para o Santíssimo.
O emprego do termo -f o haaien na LXX de Lev. 16 não é inteirame_n
te claro. No v. 33 a expressão to kag-ion t o u -tõn traduz o hebraico
miqdcíí liãqqodc.l, literalmente "santo santuário." Os tradutores da LXX en-
tenderam a expressão hebraica no v. 33 como referindo-se ao lugar SantTs-
simo. A expressão hebraica normal para o lugar Santíssimo e qod&>
(Exo. 26:30) traduzida na LXX geralmente como to liaç-ion tõn hagiàn ou ta,
liaçta to n ha.QJ.on (cf. I Re. 8:6).
O autor de Hebreus emprega em 9:3 Haçta Hagtõn para o lugar San
tíssimo, um emprego ano/uí/iAooi do uso posterior da LXX. Aqui uma observa"
çáo deve ser acrescentada. Somente duas vezes tiag-ia. em Hebreus é anatáiisiouA
(usado sem o artigo), ou seja, em Heb. 9:2 onde HCLQÍA se refere ao Lugar
Santo e 9:3 onde Ha$ta Hag-um se refere ao lugar Santíssimo {em 9:24 e to_r
nado definido por feito com mãos," que e f sjntati camente õ"
mesmo ._que--um- emprego articular). Em todos os outros casos (exceto 9:1) o
plural ta hnQ^a aparece na forma articular. jÇL_em£r_e£_o _.d_i si iuLi-VQ .da_. fornia
plural e articularftL-.ha.Qia.em Hebreus em contraste com 9:2 e 9:3 onde o
autor deseja referir-se a compartimentos específicos do santuário, pode
realmente sugerir que o autor deseja que ta íic^ta se refira ao santuário
de dois compartimentos como um todo. Isso pode ser sublinhado pelo fato de
que ele não odotou o emprego singular to ha.Q<ion da LXX em Lev. 16 (exceto
uma vez em 9:1). Se resumimos, a evidência pode ser expressa como segue:
.A LXX em Lev. 16 emprega sorçen.te_singular.es quando referindo-se ao lugar
-SajitLS.sjniQ (vs. 2, 3, 33). Em Hebreus temos o singular mas só uma vez e en
tào para o santuário inteiro (9: l ) . J3ua_ndo. p_s_ Lucjares Santo.... e.-Santíssicb
sap__ejrtáo...r^feTÂ4QS_-tâL2.i__3Jj._entao. o emprego .a.nasithrLQiL& do plural apare-
ce. jQ emprego articular (com artigo) no plural aparece em todos os demais
lugares e parece contrastar com o emprego ana,'itknoiL± do pl_ural em 9:2, 3, :
.•indicando que todo o santuário de dois compartimentos esta em foco. A na-
tureza do plural nos empregos articulares em Hebreus., e debatido.!
Tem sido sugerido que o plural designa dois compartimentos no
santuário terrestre respectivamente. Outros argumentam que se trata de um
plural intensivo. O plural intensivo denota a concentração de coisas san-
tas no santuário. Seja_qual for a preferência de alguém, o emprego articu-
lar e plural ainda esta em antTtese a LXX de Lev. 16 e muitos outros em-
pregos na LXX, Um único caso em que o plural possivelmente se refere ao lu-
gar Santíssimo cem 103 empregos na LXX contra si não constitui um argumen-
to forte somente baseado em estatística. Sendo que estamos descrevendo
questões filológicas deveríamos ser cientes do fato de que o plural ta_
-áâ.&LíL como uma designação para o santuário inteiro não e exclusividade de
Hebreus. A parte de seu emprego predominante na LXX (97 casos dentre 104),
£_plural -£o__£iaci^_c_qmp_. uma desi&naçàfl. ^íL-Santuario inteiro é atestado, ao
grego helenístico (ícú-cnê). Janto Filo__(Fuga93) quanto Josefo (Jewish Wars
2.341) utilizam o plural para o santuário inteiro. O mesmo emprego e ates-
taao em Judite 4:12; 16:20 e I Mac. 3:43, 59, etc. Nos S i b y i l i n e Orac_l_es_
3.303 encontramos o plural ta hagta empregado quanto a tõTãlTclãde do santu
ario celestial ,
Em resumo, sobre bases filológicas não ha razão alguma para su-
gerir que o plural articular ta kagta em Hebreus signifique somente o lu-
gar Santíssimo. As varias linhas de evidência aqui revistas apontam em ou-
tras direções. O contexto na epístola aos Hebreus parece apoia-lo.
II
O principal sustentáculo na exposição do Dr. FordsoDre Heb. 9 é

180
o verso 8 nesse capitulo. Ele destaca dois pontos. (1) O termo ta liag^La e
o SantTssimo e (2) o termo p-tõ-fe. àklnc. e o Santo. Isto significa que "o
que o primeiro compartimento foi para o segundo, assim o tabernáculo ter-
restre foi para o celestial, e que, portanto, o primeiro compartimento re_
presentava o sistema mosaico, e o segundo a era crista"" (p. 144). Esta té"
se não e nova, porque o Dr. Ford está seguindo aqui uma tradição particur
lar entre os comentaristas, tradição, contudo, que é insistentemente con-
tradita por outros comentaristas igualmente capazes. Citemos somente um,
ou seja, F. F. Bruce, sob a direçao de quem Dr. Ford obteve seu tTtulodou
toral na Inglaterra: ~~
"Deve-se notar adicionalmente que, conquanto até aqui nosso au-
tor tenha usado 'o primeiro tabernáculo' para o compartimento
exterior do santuário, aqui /"em 9:87 ele o emprega com referen-
cia ao santuário da 'primeira a l i a n ç a * /5:1_7, i n c l u i n d o o lugar
santo e o santíssimo juntos" (F. F. Bruce, Hebreus /H9647, pp.
VJ4-95).
Dediquemos breve atenção ao termo pnoto. òfcêuê., "primeiro tabernáculo," em
Heb. 9:8. O termo -ikõiíi aparece pela primeira vez em Heb. 8:2 onde e uma
referência ao "tabernáculo" que o próprio Deus erigiu. Trata-se do "verda
deiro" {aí'e-tíw.tte) e "celestial" (8:1). O "tabernáculo" terrestre é uma "fT
gura e sombra"^das coisas celestiais (8:5). A ideia dupla de "figura" e"
"sombra" aqui e significativa. Evidentemente, a analogia original /copia é
aplicada em Heb. 8:5. O esquema original /copia sugere que o santuário ter
restre de dois compartimentos reflete o santuário original de dois compaF
timentos no céu. O termo .iíe?íi& refere-se ao santuário inteiro. Isto esta"
em harmonia com o emprego coerente na LXX.
Em Heb. 9:1-7 encontramos um emprego lingfJTstico incomum onde a
estrutura do "santuário terrestre" (to liag-ion koAm-ikon) é descrito como o
"primeiro /exterior/ tabernáculo (p-iõ-te. àkíLnõ,) e o "segundo /"interiorj ta
bernaculo (dc-u.-t.cAon -i/cena), respectivamente o Lugar Santo e o Santo dos
Santos. Esta linguagem e conhecida nos escritos de Josefo (Jewish Wars V
184, 186, 193, 194, 195) mas _não.^na LXX^ A referência a
"primeiro" e "segundo") e espaciaPe não tem análogo na LXX.
Em Heb. 9:8 encontramos a expressão p-iote. ifeênã uma vez mais. A
mesma expressão apareceu por último no v. 6 onde e contextualmente o Lugar
Santo do Santuário. Poderia parecer com isso que o escritor teve -a mesma
ideia em mente outra vez no v. 8. Mas este pode não ser o caso porque o
contexto {como no v. 6} deve prover a orientação.
O contexto de 9:8 indica que o escritor se desloca da primeira
aliança com seu santuário de dois compartimentos e suas limitações para
a nova aliança com seu ta íiag^a, "santuário" ao^qual há agora acesso. Em
ouTrli? palavras, nos vs. l-?'é dada uma descrição do primeiro santuário
de aliança sobre a Terra, onde o termo piote "primeiro" em 9:1 tem um sen
tido temporal e não espacial, contrastando a "primeira" aliança com a no-
va" aTiança. A "primeTrlf^aTiança tern um "primeiro" (pio ti) tabernáculo
(9:8). Rtfi-te aqui e temporal e refere-se ao tabernáculo todo com dois com

131
partiinentQs . A expressão "pto-te em 9:8 nesse sentido é uma desig-
nação de santuario.de úqjs compartimentos integral da primeira aliança.
Novamente, o termo ^"p/u^te") em 9;8_nao e uma designação espacial mas sini_
i.temporajj Incidentalmerite, de um ponto de vista filológico um contemporâ-
neo do autor de Hebreus emprega p/iõ-íe ^feênê. para o "primeiro tabernáculo,"
isto e, o santuário completo que_precedeu ao templo salomonico (Josefo,
Contra Apion 11.12) Aqui ha também um emprego temporal. O contexto de He-
breus 9:1-7 gue fala da "primeira" aliança e sumariado em 9:8 com seu "pri_
meiro tabernáculo" chamado "santuário terrestre" em 9:1.
Em resumo, o "primeiro tabernáculo" em 9:8 e o santuário de dois
compartimentos da "primeira" (antiga) aliança. Correspondentemente, o "me_
lhor e mais perfeito tabernáculo" de 9:11 do novo concerto é o santuário
terrestre como um todo. Podemos citar A. Cody que resumiu a questão como
segue:
"O primeiro tabernáculo /"de 9:8_7 torna-se o velho, tabernáculo
terrestre em sua inteireza, incluindo tanto o Santo como o San-
tTssimo, e ... o 'melhor e mais perfeito tabernáculo' do v. 1 1 ,
se torna o santuário celestial" (The Heavenly Sanctuary and Li -
turgy i n the Epistle to the Hebrews/St. Meinard, 196£7, p.

Conclusões semelhantes de outros eruditos poderiam ser citadas (F. F. Bru-


ce acima e outros). Não obstante, a chave por fim permanece sendo o contex_
to e esse contexto contrasta o primeiro (antigo) concerto com o novo con-
certo. Cada concerto tem seu santuário todo e cada concerto tem seu sace_r
dõcio e seus serviços para benefTcio dos crentes. A estrutura de Heb. 8,
9 apresenta-se em relação tipológica.
l. Velho Concerto 2. Novo Concerto
a. Santuário terrestre a. Santuário Celestial
b. Ministério sacerdotal e sumo b. Ministério sacerdotal e
sacerdotal sumo sacerdotal
c. Acesso limitado c. Acesso i limi tado
d. Sangue de bodes e novilhos d. Sangue de Cristo
r'.Repetidos sacrifícios e. Sacrifício de 'uma vez
f. Purificação da carne. por todas
f. Puri f icaçáo da conscien_
cia.
stes contrastes destacam somente pontos mais importantes.
O termcr"fa "em H e b_. 9_ 8_ r_e f e r e - s e s e u n d o c c o n t e x t o ao
"maior. e mais perfeito ta bernãcuTo, não feito por mãos" (v. 1 1 ) , O Prof.
W. M i c h a e ] i s escreve em TDNT que "em 9 : 1 1 ... o santuário celestial é t a m
bem d i v i d i d o em duas parte?71" ("^tãuê," TDNT, V I I : 3 7 6 ) . A s s i m como p^o-ta

182
i ice m", em 9:8 se refere ao tabernáculo terreno total, também ia hag-ia se ré
Leu. a totalidade do santuário celeste. As observações na seçao seguinte
indicarão e evidência contextuai para isto com base na argumentação do au
tor de Hebreus. ~~

III

Atenção agora deve ser dada a questões contextuais adicionais.


O Dr. Ford argumenta que (1) o sangue de bodes e novilhos em Heb.
9:12 refere-se ao Dia da Expiação (p. 146), e (2) que "os versos 13-22 de
Hebreus 9 não se apartam do Dia da Expiação como alguns tem sugerido. Pe-
io contrario, as referências a purificação efetuada pelo derramamento de
sangue expressa a essência mesma do cerimonial do Dia da Expiação" (p. 146).
Uma cuidadosa e exata leitura dos argumentos do Dr. Ford sobre Heb.9 é fir
moda sobre tais alegações. Se essas alegações não puderem ser sustentada?,
então suas conclusões devem ser postas seriamente em questão.
O grego da frase "o sangue de bodes e bezerros" de Heb. 9:12 Í
/líiííHítfo.i íAarjõn fcnt. rnc:icí'ií"''ti e a frase "o sangue de bodes e touros" no v.
13 é te .'laona tYttaõi: í:fi,'l íao-tôn. Ha aqui uma interessante diferença entre
•ueic/iõ-n, "bezerros," no v. 12 e tiagõn, "touros," no v. 13. Esta diferen-
ça pode ser uma coincidência ou pode ser proposital. Merece maior conside
ração. . ~~
Os comentaristas frequentemente apressam-se em sugerir que am-
bas as frases refletem o procedimento do Dia da Expiação. A LXX, contudo,
não emprega a mesma linguagem para ambos os sacrifícios em Lev. 16. Em lu_
gar de fiagcn emprega o termo c-íiònaAo-i (Lev. 16:15) e nunca emprega em Lev.
16 o termo toiuiõn. Em resumo, dos três termos somente um é encontrado na
LXX de Lev. 16, ou seja, mo-ic/io-i. Este e um^curioso fenómeno filológico.
Deve-se ter cautela com apressadas associações quanto ao Dia da Expiação.
Em Heb. 9:12 a atividade de Cristo é associada com "o sangue de
bodes e bezerros." A u l t i m a cláusula é entendida pelo Dr. Ford como uma
alusão do Dia da Expiação. Nisso ele esta seguindo uma conhecida corrente
de interpretação. Contudo, sugerimos que esta l i n h a de interpretação está
fora do roteiro. As seguintes razoes são oferecidas: (a) a distinção l i n -
qíiTstica entre "bodes e bezerros" (v. 12) e "bodes e touros" (v. 13),_ A
l ínqua grega indica esta distinção de meicáên e .tauiõn. (b) A distinçaoem
seqGência: bodes-bezerros, mas em Lev. 16 touro-bode. (c) Heb. 9:12temso
mente dois tipos de animais enquanto Lev. 16 tem touro, bodes, carneiro.
Ha uma situação no VT em que o "sangue de carneiros e bezerros"
v. 12 era usado._Trata-se da inauguração ou começo dojninistério do sumo
sacerdócio de Arão no santuário israelita, que é também o inTcio dos ser-
viços do santuário. Em Lev. 9:8, 15, 22 o sumo sacerdote sacrificava um be
zerro da oferta pelo pecado por si mesmo e um bode da oferta pelo pecado
Delo povo e se empenhava em manipulação de sangue. Seguindo isto junto com
outras ofertas, o sumo sacerdote entrava no santuário. Assim alguém e le-
vado a pensar antitipicamente que Cri s to como o Sumo Sacerdote celestial
e referido como inaugurando^o ministério no_santuário celestial.
A conclusão é segura de que Heb. 9:12 apanhado tema da dedica-
ção do VT e o aplique ao ministério de Cristo no santuário celestial. Em
outras palavras, em vez da ênfase ao Dia da Expiação que vem ao final do
ano liturgico, Heb. 9:12 parece referir-se ao tema da dedicação/inaugura-
ção que ocorre no inTcio do ministério no santuário celestial. Istoseha_r
moniza com o tema do novo concerto de Heb. 8, 9^ O novo concerto tem um
santuário celestial que é dedicado e seu ministério e assirn inaugurado "p£
Io Seu próprio sangue" (9:12). Isto è" feito "uma vez por todas" por Cris-
to. Em contraste com o santuário terrestre, e não receptTvel. O sangue de
Cristo tem uma vasta superioridade sobre o "sangue de bodes e bezerros"
(9:12).
Uma breve revista do emprego de "bodes" e "bezerros" em sacrifjf
cio pode ser útil para indicar o escopo dos__contextos de sacrifícios: "B^
cês" eram empregados nos (a) sacrifícios diários da oferta pelo pecaao do
i n d i v í d u o (Lev. 4:27-25; Num. 15:27» 28) ou oferta pela culpa oculta (Lev.
5), (b) oferta mensal da lua nova {Num. 28:15), (c) festas anuais dos pães
asmos (Num. 28M7, 24), das semanas (Pentecoste) ( Lev. 23:19; Num.23:26-
30), dos tabernáculos (Num. 29:12-34), e o Dia da Expiação (Lev. 16; Num.
29:11) e o dia de Ano Novo (Num. 29:5). "Bezerros" eram usados em (a) sa-
crifícios (diários) do pecado congregacional (Lev.^4;13-21 ; Num. 15:22-26),
o pecado dos sacerdotes (Lev. 4:3-12), (b) dedicação dos sacerdotes e do
altar (Exo. 29:14, 35-37; Lev. 8:2,J4-17) e Levitas (Num. 8:5, 8-12), (c)
a oferta queimada nas luas novas (Num. 28:11-14), cada mês, e (d) a festa
anual dos pães asmos (Num. 28:17-25), festa das semanas (Pentecoste) (Lev.
23:15-21; Num. 28:16-31), festa dos tabernáculos (Num. 29:12-34, 35-39) e
Dia da Expiação (Lev. 16; Num. 29:7-11}. _Jsta revista e uma comparação com
otrtrpj_ sacrifícios animais indica que a seleção de "bodes" e "bezerros/
tounas". cobre mais abrangentemente ofertas diárias, mensais e anuais do
que qualquer outra enumeração de animais prescritos poderia faze-lo.
Estas observações podem advertir contra associações como Dia da
Expiação. O plural generaliza o pensamento de modo que "o sangue de bodes
e bezerros/touros" pode ser visto como uma designação abrangente para o i ri
teiro sistema sacrificai da legislação mosaica desde a inauguração do mi-
nistério do santuário para o ciclo de serviços diário, mensal e anual s _iji
jzluindo o Dia^da Expiação, mas não unicamente a ele limitado. A superiorT
dade da atuação de Cristo aparece claramente "em contraste aos sacerdotes,
que entravam no santo continuamente, e o sumo sacerdote, que entrava no
santTssimo todo Dia da Expiação, ..." (G. W. Buchanan,To the Hebrews ZAB,
36; Garden City N.Y. 19727, p. 148). Uma restrição dtfTieb. 9:12 ao Dia
da Expiação não é nem necessária nem fundamentada. Limita indevidamente
tanto a efetivação do sacrifício de Cristo quanto sua superioridade.
. 9:13
A significação de Heb. 9:13 dentro de seu contexto em Heb. 9 e

84
as realidades de Cristo também merecem reflexão. Dr. Ford sugere que "Heb.
9:13 oferece uma fusão de ideias, porque simplesmente não é verdade que o
sangue de bodes e bezerros /sicj fosse aspergido sobre pessoas para santi
ficá-las. ... Aqui temos um elo de ligação do Dia da Expiação com o ceri~
monial da novilha vermelha" (p. 148). Isto conduz Dr. Ford a conclusão de
que o autor de Hebreus realça "uma expiação completa junto ao altar do Cal
vario que daT em diante provê purificação para toda pessoa que crer" (p.~
148).
o "sangue de bodes e touros" em Heb. 9:13 realmente uma refe-
rencia ao Dia da Expiação? O contexto e que deve decidir novamente. Se o
"aspergir zciLAa.) devesse referir-se também ao sangue (a parte das
cinzas da nov a vermelha), que náo Í necessariamente assim em bases sin
taticas então não podeser uma referincia ao Di^ da Expiação, porque a a?"
persao no Dia da Expiação era realizada no santuário e no altar mas não só"
bre o povo. Contudo, ocorre uma aspersão do povo com sangue em somente uma
ocasião no sistema do VT, ou seja, em conexão com a cerimonia de estabele_
cimento do concerto. _Em Exo. 24;8encontramos que "Moisés tomou o sangue"
e" aspergiu-o sobre o povo." Em vista desta conexão e em vista do contexto
de concerto em Heb. 8e9 e o contraste entre Heb. 9:13 e vs. 14ss. onde
Cristo Q o "mediador da nova a l i a n ç a " (v. 15), parece que "o sangue de b^
dês e touros" e uma referência ao estabelecimento do concerto. Isto é cor
roborado pelo v 9 em 9. Assim Heb. 9:13 não se enquadra na cerimo-
nia do Dia da Expiação. Em vez disso, ^enquadra-se na cerimonia de estabe-
_l_ecin_ento do _concert£. Podemos notar nesse respeito que (1) uma "fusão de
ideias" não e uma necessidade se o contexto mais amplo de Hebreus 9 e
considerado,_(2) "o sangue de bodes e touros" no v. 13 pode ser visto co-
mo uma referencia ao estabelecimento do concerto que se enquadra nos vs.
14ss., e (3) a referência as cinzas da n o v i l h a vermelha (v.13) esta nova-
mente assinalando em direçoes outras que ao Dia da Expiação. Heb. 9:13 p_p_
de ser entendido como referindo-se a dois tipos de contaminação: uma que
foi removida do povo que entrava no relacionamento da aliança no qual sa_n
gue estava envolvido (Èxo. 24:7, 8)_e outra quando o povo era ritualmente
contaminado pelo contato com um cadáver e aspergido com a mistura conten-
do "as cinzas do n o v i l h o vermelho." Essas açoes operavam somente a "puri-
ficaçao do carne
As provisões dos ritos diário, mensal, anual cuidavam da conta-
minação moral (Heb. 3:12). Os rituais de Heb. _9-u\ parecem referir-se aos
ritos de e.stajjej_ec_imento do co.ncerto. e do novilho vermelha. 1~odaS essas
coisas são contrastadas com a superioridade do sacrifício e sangue de Cri_s
to (vs. 12, 14) que tem a capacidade de purificar "a nossa consciência de
obras mortas para servirmos ao Deus v i v o A superioridade do san
gue de Cristo ê todo-inclusivá e abrangente. .0 .contraste é_entre^s prov_í
_soes__d_a v£lha aliança em sua inteireza e as da nova aliança de que Cristo
.é o mediador (v. 15}. Uma restrição das atividades de Cristo cm Heb. 8:8-
22 ao Dia da Expiação não parece enquadrar-se adequadamente na argumenta-
ção do autor de' Hebreus. Ele esta contrastante as provisões da velha (prj_
meira) aliança (Heb. 9:1, 13; cf. 8:1-13) com as da aliança "superior"
(8:6) e "nova aliança" (9:15).

185
f»"'
\• * "O"
*
Uma restrição de Heb. 9:12-22 ao Dia da Expiação passa por al-
to os seguintes fatos: (1) O cenário da aliança e a comparação da "pri-
meira" (velha) e "melhor" (nova) alianças; (2) a referencia abrangenteao
sistema levítivo de sacrifício diário, mensal e anual que envolve sangue
como é expresso pela frase "o sangue de bodes e bezerros" em Heb. 9:12; (3)
a cerimonia de estabelecimento do concerto onde sangue era aplicado ao
povo como expresso na frase "o sangue de bodes e touros" em Heb. 9:13a;
(4) a cerimonia de purificação da contaminação ritual com a aspersão da
mistura de cinzas da novilha vermelha em Hebreus 9:13b; (5) a referencia
aos "dons" e "sacrifícios" em Heb. 9:9. Estes aspectos dentro dos argu-
mentos do velho e novo concertos indicam que o autor de Hebreus tinha uma
comparação abrangente e todo-inclusiva em mente. A superioridade do san-
gue e sacrifício de Cristo e contrastada abrangente e todo-iriclusivamen-
te com os sistemas e provisões da velha aliança. A eficácia do sacrifí-
cio e sangue de Cristc apresenta-se in totó para a ratificação da nova
aliança (Heb. 9:15-22, e_ o ministério do santuário da nova aliança no céu
onde o acesso ã presença de Deus é tornado possTvel . Substitui e cum-
pre de modo abrangente e todo-inclusive o sistema levTtico que cobria tari
to a contaminação moral/interior e ri tual /exterior.

IV

Atenção deve ser agora dada a questão do acesso a presença de


Deus que envolve o problema do "véu" em Heb. õ e 10. O Dr. Ford sugere rc^
polidamente que a frase "alem do véu" em Heb. 6:19, 20 e "pelo véu" em 10:
19, 20 se refere ao "véu" que separa o Lugar Santo do Santíssimo. Concor-
damos com oDr. Ford que a questão aqui tem querer com acesso. No sistema da
velha aliança havia limitado acesso, o que e superado cem as realizações
de Cristo sobre a cruz. Assim, temos "intrepidez para entrar no Santo dos
Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consa-
sagrou pelo véu, isto ê, pela Sua carne..." (Heb. 10:19, 20).
O termo para "véu" éfeoíape^aiiíio.que ocorre no NT também em Mat.
27:51; Marc. 15:38 e Luc. 23:45. A opinião de eruditos esta d i v i d i d a qua_n
to ã identiaade do "véu" que foi rasgado quando da crucifixão de Cristo.
Há uma quantidade de^estudiosos que alegam que foi o "véu" dentro do Lu-
gar Santo e não o "véu" que separa o Lugar Santo do Santíssimo (ver Th.
Zahn, G. Dalman, A. Schlatter, E. Klostermann, A. H. McNeile, BT. B. Smith,
E. Lohmeyer, etc.) enquanto muitos outros sugerem que era a cortina dian-
te do Santíssimo (ver Strack-Billberbeck, C. Schneider, W. Bauer, G. W.
McRae, 0. Hofius, etc.). O debate erudito não terminou ainda.
A evidencia filológica para o emprego de .^ta^e-t^i/íia, "véu" na
Septuaginta e como segue. Aparece como uma designação para a "cortina" ou
"véu" diante do Santo dos Santos (chamada em hebraico g&LckCsQ em Exo.26:
31ss.; 27:21; 30:6; 35:12; 37:3 (MT 36:35); 38:18 (vgl . KT 36:34-30); 39:
4 (MT 38:27); 40:3, 21, 22, 26; Lev. 4:6, 17; 16:2, 12 (?), 15 (?); 24:3;
Num. 4:5; II Cron. 3:14. Aparece também como uma designação para a "corti
na" ou "véu" diante do Lugar Santo, chamado em hebraico jn:L6ãí:A Êxo. 26:3V;

186
37:5 /MT 36:37J; 39:19 /MT 39:4Q7; 40:5;_NGm. 3:10, ou poAõfee-t, Lev. 21,
23; Num. 18:7 (KBL, 779). Em cinco ocasiões também traduz a "cortina na
entrada do pátio do santuário em Exo. 37:16 /MT 38:187; 39:19 /MT39:4Q7;
Num. 3:26; 4:32; III Re. 6:36b. Em resumo, A LXX emprega o termo
_ pá r a três "véus" ou "cortinas" e não meramente para duas.
Em literatura nã'o-bTb1 iça katapfLtama é empregada para três
"véus" ou "cortinas" no santuário/templo e pátio anterior. Josefo emprega
o termo para a "cortina" que da para o pátio anterior em Ant. V I I I . 75.90;
B e l l . 5.212 e para o Santo e Santíssimo em B e l l . V. 219; Ant. V I I I 75.90;
XII. 250. Filo emprega ka.tap<itaAma para a cortina de entrada ao Lugar San-
to (espec. leg. K 1 7 1 , 274) e ao SantTssimo (esp. leg. 1.231; Vit. Mós. II.
36). ííatapatíuma e também usado para a "cortina" de acesso ao Lugar Santo
em Sirach 50:5; I Mac. 4:51; Carta de Aristeas 86 e para a de acesso ao
SantTssimo em I Mac. 1:22; 4:51; Protev. Jas. 10:1.
Com base nesta evidencia filológica Í bem pouco válido sugerir
que í:a*cipç.tcii>ma como um termo sugere o "véu" diante do SantTssimo somente.
A evidencia filológica da LXX e outros autores helenistas permitem várias
possibilidades; a própria LXX para três diferentes "cortinas" ou "véus."
Em Hcb. 6:19 achamos a frase to fif-fcAon tou.fcatap£,taiHia,tc?,&. O
termo íMõ-íf.io-i é uma preposição inapropriada usada com o genitivo, signi-
ficando na presente conexão "o que está dentro (:atrãs) da cortina" (Bauer
Arndt-Gingrich, Greek-Engl. Lexicon, p. 314). A LXX emprega esta frase tam
bem em L*xo. 26:33; Lev. 16:2, 12, 15 onde parece referir-se a "cortina"
d i a n t e do SantTssimo. Em Num. 18:7 a LXX reza cndo-t/ten ton ka.ta.ptLtAAma.toA,
"além do véu," uma referencia que trata com mais probabilidade da cortina
ã entrada do Lugar Santo. Uma segunda passagem da LXX que se refere defi-
nidamente ao "véu" na entrada do Lugar Santo e Num. 3:10: c,io to u. kcvtape.-
ta,iírafí'i , "alem do véu." A evidência filológica na LXX indica que há seis
passagens que contem as palavras "alem do véu/cortina," todas as quais corç^
partilham ;;atapc,ta-4ma, mas variam pelo fato de empregarem tanto (1) a pré
posição inapropriada <L& ô t CA o n quando referindo-se ao véu diante do Santij.
simo ou (2) os advérbios endo-ííien e &>v quando é feita referência ao veu~
diante do Lugar Santo em Num. 18^7 e 3:10 respectivamente. Estritamente
falando, uma perfeita correspondência terminológica no grego de Heb. 6:19
ó encontrada somente em Êxo. 26:33 e Lev. 16:2» 12, 1 5 ,_enquanto a i d é i a d e
"alem do véu" do Lugar Santo aparece com advérbios em Num. 3:10 e 18:7.
Mas devemos ser cautelosos em extrair conclusões estritas e apressadas,
porque em Heb. 10:20 temos d i. a toa katap&ta.!>ma,toA , "pelo véu" e -em Heb. 9:
3 o autor de Hebreus refere-se ao SantTssimo como "por trás do segundo
véu," »ie.ta te d&u,tcn.on katapG.taAma . Assim temos dois meios de falar sobre
"atrás," um utilizando e-iõ-teAcn com genitivo tal como a LXX e o outro em-
pregando nidta com o acusativo não encontrado na LXX. O autor de Hebreus
mostra novamente um grau de independência em sun linguagem. Pode-se suberi
tender que o autor de Hebreus tinha o "segundo" véu do santuário em mente
quando empregou to eòo.teAõn to u katape.ta.imatoA . Se el e assim intencionava,
não está sendo coerente com o uso posterior em 9:3. Sendo_que ele não es-
tá empregando a sua linguagem para "por trás do segundo véu" como em 9:3,
seria possTvel ter ele em mente algo mais amplo do que simplesmente o "véu"
diante do SantTssimo?

187
Deixamos as considerações filológicas e nos transportamos is con
cernentes a Ideia de acesso no sistema levTtico e a presença da deidade,"
para uma possível resposta. Seria um erro entender que a presença de Deus
no santuário da dispensaçáo do VT estava restrita ao Santíssimo. Que Deus e_s
tava ali presente não precisa ser objeto de muita argumentação. Conquanto
a_arca simbolizasse o trono de Deus, o VT não "prende" Deus a ela e não
da a entender por um momento que Seu lugar e somente ali.__Não se deve ne-
gar que duas zonas especiais são formadas dentro do santuário, designadas
como o SantTssimo e, o maior, o Lugar Santo. A despeito desta diferença
dentro do santuário, é impossível ignorar a interligação entre os dois com
partimentos, que são realmente partes inseparáveis de uma sÕ estrutura.
Varias designações usadas para o tabernáculo no VT são antes ins_
trutivas para .; ideia da nresença de Deus no santuário como um todo. O mj
me Mcú:tt;i, "habitação," como uma designaça"o para o tabernáculo, indica quê
e seu "lugar de habitação" ou o lugar de sua presença tabernacular. í a de
signaçao para o santuário inteiro (Lev. 15:31; 17:4; Num. ló:9; 17:28; 19~
13; 31:30, 47; II Cron. 1:5; 29:6). Um nome comum para o santuário/taber-
náculo ê "a tenda aã congreoação" usado 130 vezes (£xo. 27:21-40; Lev.1:1-
19:21 /39 vezesj; Num. 1:1-31:54 /B5 vezesj; Deut. 31:14),__que ê o local
onde Deus revelou-Se a Seu povo. A "tenda da congregação" Í inteiramente
identificada com a presença do Senhor com Seu povo (Lev. 16:16). Esses i_n
dlcadores podem servir como um meio de ilustrar que Deus não deve ser vi?
10 como preso ao Santíssimo, que ha uma interligação entre as duas zonas_
no santuário e que Deus não estava bitolado dentro de uma delas no santua_
rio terrestre.
Transferir a noção da alegada presença de Deus num Santíssimo
sobre a Terra para o santuário celestial é errado em dois níveis: (a) so-
ure a Terra a presença de Deus não Se restringia ao Santíssimo e (b)eina
propriado raciocinar da figura sobre a Terra para o original no có',1. A vi-
são do trono de Ezequiel ajuda-nos em nossa apreciação de que o trono e
presença de n^us não se restringem a um local. O Prof. Menahem Haran es-
creve o seguinte quanto a I Cron. 28:18: "O termo m&iízàbj.h /carro/ impli-
cd um trono que pode estar em movimento, pois o trono de yahmvJi nos céus
; ^omo descritos na visão de Ezequiel) não se confina a um lugar" (Temple
and Temple-Service in Ancient Israel /Oxford, 19767, p. 253. O conceito
da presença de Deus é essencial para uma compreensão apropriada de acesso
a Deus.
A ideia de acesso que e tão central a Hebreus é unida ao cami-
nho (íiodo.s) que agora está aberto (cf. Heb. 9:8). No sistema terrestre ha
via apenas limitado acesso. Tanto homens como mulheres, o povo como um to
do não tinha meios de entrar no Santo que apenas estava aberto aos sacer-
dotes. O "véu" para o Santo impedia o acesso do povo. Os sacerdotes não ti_
nham entrada no Santíssimo que estava protegido por outro véu; somente o
sumo sacerdote tinha acesso e somente uma vez ao ano.
Em vista destas limitações de acesso tanto^para o Santo e o Sa_n
tíssimo, o que significa ter Cristo eru/ado para "alem do véu"? Pocfe ser
sugerido que o autor de Hebreus empregou o termo "véu," (íatóipe&uma) num
sentido coletiyo. Ele pode falar de kdtapdtaAma num" sentido que inclui co
1'etivamente o "véu" diante tanto^do Santo como do SantTssio. O emprego da
LXX e de escritores helenistas não-cristãos não se coloca no caminho de_s_
ta sugestão. A anatomia de restrições do povo tanto ao Lugar Santo quanr'
to ao Santíssimo parece requerer uma compreensão do "véu" como coletiva-
mente representando ambos.
A entrada de Cristo "alem do véu," véus coletivãmente separando
o povo do Santo e Santíssimo, não requer que Cristo tenha começado Seu mi
nistéYio em ambas as partes das divisões no santuário celestial .J\o. enT
trar para "alem do véu" Cristo empenhou-Se na dedicação do santuário..ce-
Vestial inteiro (cf. Dan. 9:24.).. Apôs a dedicação Ele aplica os benefí-
cios de Seu sangue e sacrifício como Sacerdote e Sumo Sacerdote celesti-
a l . Com Ele e mediante Ele somos capazes de entrar para alem do véu e ter
acesso a Deus que esta presente no santuário completo.
Estas considerações tem o desígnio de aprofundar a discussão só
breHeb. 9. O estímulo para renovado pensamento, reflexão, e estudo causa"
do pelas sugestões do Dr. Ford quanto a Heb. 9 tem, certamente, sido uteTs.
Seu ponto de vista sobre Heb. 9 deve ser avaliado com respeito ao próprio
texto e os contextos, imediato e mais amplo. Conquanto não me ache em con-
cordância com a tese central do Dr. Ford sobre Heb. 9, é de se esperar que
estes breves comentários concedam oportunidade para posterior reflexão e
estudo da parte de todos nos interessados no Dignificado da verdade da Pa_
lavra de Deus para nosso tempo.

***** ****

1S9
CAPÍTULO VIII
A NATUREZA DO MINISTÉRIO EXPIATÓRIO DE CRISTO

l. A Tipologia do Ministério Celestial de Cristo

Em nossa tentativa de captar o significado da natureza do minis


tério expiatório de Cnsto no céu, podemos começar por reunir os pontos aT
tos das duas seçòes previas. O NT testemunha repetidamente que apôs Crisr
to ter-Se oferecido sobre a Terra mediante Sua morte na cruz (Heb. 7:27),
Ele subiu ao céu (Atos 1:9-11), e esta assentado a dextra de Deus(Mat.26:
64; Mar. 14:62; 16:19; Atos 2:33; 5:31; 7:55-56; Rom. 8:34; Efe. 1:20; 2:
6; Col. 3:1; Heb. 1:3, 13; 8:1; 10:12, 13; 12:2; I Ped. 3:22; Apõe. 3:21).
Esta entronização significa um lugar de honra e uma posição de poder de
parte do Exaltado; marca a transição de seu ministério terrestre para seu
ministério celestial e como tal constitui a inauguração de Cristo como Sá
cerdote celestial (Heb. 7:15; 8:4; 10:21) e Sumo Sacerdote (Heb. 2:17; 37
1; 4; 14; 5:5, 10; 6:20; 7:26; 8:1 ; 9:11).
A inspiração.empregou a tipologia vertical_do esquema espacial
do "celestial-terreno" no que diz respeito ao santuário. Nosso grande S_u
mo Sacerdote não esta ministrando num_vacuum celestial, mas no "verdadeiro ti
bernaculo que o Senhor erigiu,^nao o Fiõmem" (Heb. 8:2). A lógica da epis-
tola aos Hebreus^ ê que onde ha um sumo sacerdote celestial, deve também
haver um santuário celestial (Heb. 8:2, 5; 9:8, 1 1 , 24].3 o céu contém o
"verdadeiro santuário (9^24).4 Assim como Deus mesmo e "verdadeiro"^ {Jo
17:3; I Tess. 1:9) "também outras entidades são verdadeiras no que estão
associadas com Sua real idade."6 Uma vez que o santuário terrestre era
"urna figura__e sombra" (Heb. 8:5) da realidade no céu, parece que^a tipol_o
gia levou vários expositores a concluir corretamente que o santuário cele£
tia! descrito em Hebreus contém, como ocorre com seu "correspondente" te_r~
restre (Atos 7:44, Heb. 8:5; 9:24; cf. Exo. 25:9, 40), também dois compa_r
timentos (Heb. 9:1-5, 1 1 , 24).7
A realidade de um santuário celestial de dois compartimentos cc)
mo esboçado em Hebreus esta em total harmonia com o testemunho do VT (Êxo.
25:9, 40; I Crôn. 28:19; Sal. 60:6 /8/; 63:2 /3J; 68:35 f36J; 96:6; 150:1;
11:4; 18:6; Isa. 6:6; Miq. 1:2, 3; Hab. 2:20; Jon, 2:7 É] e outrasseçòes
do NT (Apõe. 7:15; 8:3; 11:19; 14:15; 17:15; 5., 6, 8; 16:1, 17). Estaspa^s
sagens testificam à esfera do ministério expiatório de Cristo num santuário
celestial dividido em duas partes.
Em harmonia com a plenitude do ministério expiatório de Cristo
como exposto na B T b l i a , encontramos também uma tipologia horizontal^ do es
quema temporal de passado-presente-futuro.9 Uma correlação da lógica da"
epistola aos Hebreus, que tem argumentado que onde há um Sumo Sacerdote ce_
lestlal deve também haver um santuário celestial, existe a analogia adi"
ci_onal de que onde há um^santuario celestial de dois compartimentos, tam-
bém deve haver um ministério celestial^ levado a efeito nas duas partes
do santuário celestial J l Heb.8;l-5 sugere que, a parte do santuário pro-
priamente dito, também o ministério do sacerdote terrestre era "servir de
figura e sombra das coisas celestiais," (v. 5)^2 Nesse sentido a recente
sugestão de um erudito em NT quanto a isto, vem a calhar: "O serviço de mi
nistração, que Cristo cumpre no céu, tem um duplo aspecto, que corresponr
de ã divisão do tabernáculo em Lugar Santo e Santíssimo."'^ Em outras pá.
lavras, com base em correta tipologia analógica o ministério celestial dê"
Cristo e levado a efeito em duas fases que correspondem as duas divisões
do m i n i s t é r i o sacerdotal do VT^com seu serviço diário pelo sacerdote e o
serviço anual no Dia da Expiação pelo sumo sacerdote. Ao mesmo tempo e mi
nistirio celestial de duas fases__de Cristo não só tem seu paralelismo com
o sacerdócio do VT mas supera o ultimo tal como seu sacerdócio supera o de
Ara o. 1 J

2- A Primeira Fase do Ministério Celestial de Cristo

Mas se Cristo ministra como Sumo Sacerdote no santuário verdadej_


ro no céu com suas duas partes, qual é a natureza de Seu ministério no
que é associada com a primeira parte do santuário celestial? Aprimeirafa_
se do ministério de Cristo no santuário celestial corresponde ao ministé-
rio diário do sacerdote levTtico no santuário terrestre e ainda é superior
a ele. Cristo e separado dos pecados, e feHo mais alto do que os céus com
base no que realizou sobre a cruz, Ele esta a destra do trono de Deus, um
ministro do santuário celestial e do verdadeiro tabernáculo de Deus (Heb.
3:1 , 2; 9:11 ,24).

a. CRISTO INAUGURA SEU MINISTÉRIO CELESTE

Tendo sido instalado como R e i , Sacerdote e Profeta ã destra de


D^us no céu, inaugurou a primeira fase de seu ministério sumo sacerdotal
no santuário celestial mediante o derramamento do Espirito Santo.que ele
prometeu a Seus seguidores sobre a Terra (Jo 17). O apostolo Pedro torna
este ponto claro em Atos 2:33:
"Exaltado, pois, ã destra de Deus, tendo recebido do Pai a
promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis."
O derramamento do Espírito Santo no Pentecoste foi a comunicação d i v i n a
de que o instalação de Cristo como Sacerdote real havia sido realizada.'5
Tratou-se de um acontecimento p ú b l i c o , cujos resultados foram v i s í v e i s e
audíveis a quantos empregassem seus olhos e ouvidos de modo devido.'"

191
A -inauguração de Cristo em Seu ministério celestial teve um ré-
sultado duplo sobre a Terra: (1) A igreja foi sustida 1 7 mediante o dom do
Espirito Santo, e (2) os seguidores de Jesus foram vindicados diante de
seus inimigos (Atos 2:12-22). 18 o sinal terreno da inauguração do minis-
terio celestial de Cristo e um manifesto apoio aos seguidores do Senhor e
uma visível vindicaçao diante dos homens mediante a atividade do EspTrito
Santo. Jl neste ato inicial de Cristo no__ceu e claro que o crente sobre a
Terra colhe grandes benefícios do ministério de seu Senhor no céu.
Neste ponto precisamos uma vez mais volver-nos ao discurso de E£
tevão em Atos 7. A posição do Senhor "em pé" a destra de Deus em Atos 77
55, 56 descreve a função celestial do entronizado Senhor como testemunha
e advogadol9 de Estevão, bem como intercessor^e sustenedor. Aquele que é
condenado pelos homens experimenta a vindicaçao do céu. 20

b. CRISTO COMO MEDIADOR CELESTIAL

Em que maneiras adicionais é a primeira fase de Cristo em Seu mi


nisterio sumo sacerdotal? Em varias passagens do NT a função de Cristo nõ~
céu é descrita em termos do de um "mediador" (wicó-cíeò ) .21 Paulo revela
que Moisés foi o "mediador" da lei (Gal . 3:19), mas Cristo que e o Sumo Sa_
cerdote Celestial e "mediador entre Deus e o homem" (I Tim. 2:5) com base
no fato de que "a Si mesmo Se deu em resgate por todos" (v. 6). Cristo co
mo "mediador" e portanto mais do que Moisés,2^ porque combina os ofícios"
de Moisés e de Arão.23 Cristo obteve um melhorjninisterio (Heb. 8:5) po£
que mediante o derramamento de Seu sangue "Ele e também mediador de supeT
rior aliança" (8:6). A "superior ai iança" e a "nova aliança" {Heb. 9:15)da
qual Jeremias falara (Jer. 31:31-34).
A base da mediação em andamento de Cristo entre Deus e o homem
é Sua morte sacrificai (Heb. 9:15; 12:24). O derramamento de Seu sangue s_o
bre o Calvário tornou antiquada a velha aliança e ratificou a nova^ali-
anca. Jesus é" o mediador celestial de uma superior aliança. Com a oferta
de corpo de Jesus Cristo (Heb. 10:10), e por meio de^5 $eu sangue (v, 19)
temos "um novo" e vi vo caminho" (v. 20) mediante o qual podemos "confiada-
mente" aproximar-nos "do trono da graça" |Heb. 4:16). O exaltado Cristo,
como o Sacrifício e Sacerdote do crente, e o caminho ao santuário ceies-
tial (Heb. 9:8) onde esta localizado o trono da graça de Deus. Al-i nosso
grande Sumo Sacerdote executa Sua mediação entre Deus e o homem. Nenhum
outro mediador é necessário sob. a nova aliança. A mediação de Cristoépe_r
feita e de eficácia insuportável.

c. CRISTO COMO INTERCESSOR CELESTIAL

A ideia da intercessão celestial de Crisco esta intimamente as-


sociada com a de sua mediação. A atividade intercessoria no santuário cê-
lestial combina uma variedade de aspectos que são associados corn o sacer-
dõcio do VT. Em Rom. 8:34 o crucificado mas ressurreto Cristo e descrito

192
como aquele que esta "a direita de Deus, e também intercede por nós." O
presente dos verbos em ambas estas clausulas relativas neste texto pare-
ce indicar que a intercessão começou com a instalação do Senhor (ScÁzang )
e continua desse momento em diante. 27
Em I Jo. 2:1 Jesus é descrito como um Advogado celestial que
trata com os pecados dos crentes. O pcvw.tzJLc.tcA com o Pai esta" atuando no
cou como intercessor do homem, cuidando dos pecados de Seus seguidores

epístola aos Hebreus combina as ideias da atividade interce_s_


sória de Rom. 3:34 e o aspecto de tratar com o pecado de l Jo. 2:1 e el¥
bora quanto ao m i n i s t é r i o intercessorio de nosso Sumo Sacerdote celesti T
a i , m a i s do que q u a l q u e r documento do NT. Em Seu ministério sumo sacerdo
tal Cristo está constantemente empenhado em favor dos crentes, suprindo^
os com ajuda e força: "... pode salvar totalmente os que por Ele se che-
gam 3 Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Heb. 7:25). A in-
tercessão sumo sacerdotal começou apôs a entronização de Cristo e conti-
nua enouanto Ele é Sumo Sacerdote (Heb. 6:20; 7:3). ^o A fase do ministê
rio c e l e s t i a l do Cristo toma expressão em Heb. 9:24 na afirmação de quê"
E l o enteou nq verdadeiro santuário "para comparecer, agora, por nós,dia_n
te de Dous,"1^ A a v a l i a ç ã o seguinte de 0. Cullmann é bem adequada: "He~
breus destaca a d i c i o n a l m e n t e que o Sumo Sacerdote permanece no Lugar Sari
to e ali prossegue Sua obra no presente. "^
Como esse contínuo ministério celestial de Cristo se relaciona
cor: o tema da expiação sacrificai "uma vez por todas" (ep/iapax, licipax.} so_
bre a cruz? Jesus empenhou-Se num ato de expiação uma vez por todas quan_
do sacrificou-Se a Si mesmo sobre a cruz (Heb. 7:27). Este primeiro as-
pecto da oora expiatória que operou redença"o eterna (Heb. 9:12) "aguarda
completa apl icacão e cumprimento . "31 A aplicação da realização da morte
de Cristo uma vez por todas e a base para o segundo aspecto da obra expj_
atoria de Cristo em sua inteireza, levada a cabo no céu como uma "inter-
cessão em pé. "32 /\o do ministério sumo sacerdotal de Cristo no
santuário celestial c em Hebreus mais intimamente ligado com o ato de Sa_
o r i f í c i o próprio cie Cristo uma vez por todas. Cristo vive "sempre para
interceder" (Heb. 7:25). Isto claramente implica que o ofício sumo sacer
dotal contínuo de Cristo jaz, por um lado, completamente sobre Seu sacrT
íício próprio expiatório e, por outro, Sua intercessão por nos, "diante
de Deus" (Heb. 9:24} "é um genuíno ato sumo sacerdotal . "33 E ai.nda ha
uma distinção adicional entre seu sacrifício uma vez por todas e a cont_i_
nuação de Seu ministério sumo sacerdotal intercessorio. A morte de Cris-
to removeu coleti vãmente os pecados de toda a humanidade; agora o Sumo
Sacerdote celestial intercede i n d i v i d u a l m e n t e por todos aqueles que se
aproximam de Deus mediante Ele (Heb. 7:25). Os benefícios deste ministé-
rio de nosso Senhor são de imensa significação para cada crente, porque
este obtêm perdão dos pecados e é atraído para m a i s oerto da fonte do pó
der para vencer o pecado.
Agora, surge a pergunta: Se realmente o sacrifício próprio de
Cristo, de uma vez por todas, não é repetitivo em sua natureza (cf. Heb.
9:25: "nem ainda para Se oferecer a Si mesmo muitas vezes"), o que então,
i apresentado as mãos de nosso Sumo_Sacerdote intercessor no santuário cê
lestial? No serviço tTpico co santuário do VT o sacerdote oficiante sorneiT
te levava o sangue do animal morto ao Lugar Santo ou primeiro compartimeTi
to do santuário (Lev. 4:5-12, 16-21) a fim de fazer uma expiação (Lev. 4;
20, 31, 35; 5:6, 13, 14, 18; Num. 6:11). Mediante este ato o pecador i pu_
rificado- 34 e seus pecados são perdoados (Lev. 4:20, 31, 35; 5:6, 13-18).
Em outras palavras, a culpa era transferida no serviço diário do ofensor
para a vTtima que era morta, mas somente o sangue do animal, que é a sede
da v i d a , era levado ao santuário a fim de fazer uma expiação (Lev.17:11).
O sangue era aspergido perante o véu (Lev. 4:6) atras do qual estava a a£
ca contendo a lei que o pecador havia quebrado. "Por esta cerimónia o pe-
cado era, mediante o sangue, transferido em figura ao santuário" (GC,418).
Em perfeita harmonia com a correspondência tipologica^S este serviço ter-
restre, que era "figura e sombra das coisas celestiais" (Heb. 8:5), nosso
Sumo Sacerdote celestial , que "obteve ... ministério tanto mais excelente"
(Heb. 3:6), empenha-se em sua intercessão contínua mediante Seu próprio
sangue.36
O "sangue de bodes e touros" (Lev. 4:3; 16:6, 15; Heb. 9:13) no
santuário terrestre encontra seu correpondente no sangue de Cristo no san
tuãrio celestial (Heb. 8:3; 9:13, 14, 23, 24). Tal como o sacerdócio terr£
no entrava no santuário com sangue durante o serviço diário (Lev. 4:5-7,
16-18, 25, 26, 30, 34) e anual (Lev. 15:14, 15), assim Cristo entrou no
santuário celeste com Seu próprio sangue (Heb. 9:12).37 Assim como duran_
te o velho concerto "os pecados do povo erampela fé colocados sobre a ofe?
ta pelo pecado e mediante seu sangue transferidos, em figura, ao santua-"
rio terreno, assim no novo concerto os pecados do arrependido são pela fé
colocados sobre Cristo e transferidos, de fato, ao santuário celestial"
(GC, 421). Este era um aspecto da obra total a que Cristo Se dedicou apôs
Sua exaltação quando foi instalado como Rei, Sacerdote e Profeta celestial .
O velho concerto foi inaugurado (e^íiefcÉUfu^.&u.) com sangue (Heb.
9:18). Assim o novo concerto com
* .-i seu "novo e *-* vivo
p caminho" (Heb.
\ 10:20)
foi inaugurado (^fcdcaxjix.yíacp0 pelo sangue-" de Cristo (Heb,10:19, 20).
Em ambos os casos o sangue e chamado "sangue da aliança" (9:20; 10:29;
cf. Êxo. 24:3). Assim o crente na dispensaçáo do novo concerto tem seus
pecados perdoados mediante o sangue de Cristo. Durante o tempo do velho
concerto os pecados de um homem condenavam-no a morte, mas mediante o san
gue de animais, que apontavam adiante para Cristo, ele obtinha perdão dos"
pecados (Lev. 4:20, 31, 35; 5:6, 13-18); agora sob o novo concerto es pe-
cados ainda condenam um homem a morte mas mediante o sangue de Jesus Cri_s
to ele obtêm perdão. O sangue de Cristo e o meio de purificação (I João
1:7; Apõe. 1:5). Portanto, se_"alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai,
Jesus Cristo, o justo; e Ele e a propiciaça"o pelos nossos pecados"
(I João 2:1, 2}.^0 Por ser Jesus nosso Paracleto,41 temos "intrepidez
para entrar no Santo dos Santos" [Heb. 10:19) onde Cristo e um ministro
em nosso favor, pleiteando^ os méritos eficazes de Seu próprio sangue.43
O sangue de nosso Intercessor celestial expia e purifica.44

194
A pergunta inevitável que vem a mente e: Com quem esta Cristo
intercedendo? Precisa Cristo pleitear perante um Pai irado a fim de con-
vence-Lo a perdoar onde ha relutância para fazê-lo? A ideia do apazigua-
mento de um Deus irado mediante intercessão e mediação tem sido deduzida
de uns poucos textos do NT. A palavra grega lú,taAtojiÁ.on em Rom. 3:25 e
Heb. 9^5 e vertido por "propiciação" em muitas versões.45 A mesma ideia
é também achada em Heb. 2:17 (íútaAkomcu.) e I Jo. 2:2; 4:10 (kliaAmoA} on
de palavras gregas são empregadas que derivam da mesma raiz verbal. No"
grego clássico o significado desta raiz e "propiciar" no sentido de "apa
ziguar".46 Todavia, nosso guia para o real significado da palavra deve"
•"ia ser a Septuaginta^? antes que "o emprego pagão clássico."48 NO vi
grego estas^palavras podem ser usadas sem a ideia de "apaziguamento." Não
ha i m p l i c a ç ã o de "propiciação" de um Deus irado no VT. Portanto, a ideia
de "expiação" como empregada em traduções mais recentes^ é preferível 50
A ideia pagã de que homens propiciam e apaziguam um Deus irado esta au-
c,ente da B T b l i a . O próprio Deus e o que atua mediante Cristo. Ele aceita
o sacrifício expiatório de Cristo e proclama a reconciliação do homem con_
sigo como operada em Seu f i l h o Jesus Cristo (Rom. 5:8-11; Col. 1:20-22;
!I Cor. 5:14-21; Efe. 2:12-17). £ Deus que efetua reconciliação mediante
Seu agente de reconciliação, Jesus Cristo.51

3. A Segunda Fase do Ministério Celestial de Cristo

A fim de compreender a importância e significado da segunda fa-


se do ministério sumo sacerdotal de Cristo no'santuário celestial, é impe_
r^tivo rever pontos altos do grande Dia da Expiação (ycm fexppu/ujn). Esta
solene celebração representava o auge do ano do sistema terrestre, sendo
por si só "figura e sombra" (Heb. 8:5) da realidade das coisas celestiais
(9:23, 24). Sendo que os sacrifícios diários transferiram o pecado do po-
vo ao santuário, como resultado ele precisava ser purificado no Dia da Ex_
piaçao (Lev. 16:19).
~ ro ~
Claramente, o Dia da Expiaçao jíí envolvia uma obra de purificação.
Em Lev. 16, o capitulo que descreve a cerimonia anual do Dia da Expiação,
•i frase "faz expiação" (Vl/men) (fep/0 aparece dezesse^s vezes.53 o termo
hebraico fcòppeA parece ter um nuance de significado não tanto como "co-
brir" ("b&(í(icfeert")54 como de "purificar" ("sieJ-nÂgc.n").55 Este Í um aspe_c
to importante do que esta ocorrendo nonato de expiação. Segundo Lev. 14:
19; 16:18, 19; Eze. 43:26, etc, expiação envolve purificação^ 56 • Lev. 16:
13, 19 especificamente afirma que no Dia da Expiação o santuário é purifj^
cado. 57 O termo ttppc-t e também paralelo ã ideia de remoção (Jer. 18:
23i.53 Purificação e eliminação do pecado vem juntos.
O Dia da Expiação não era somente um dia de purificação do san-
tuário e eliminação do pecado, era também um dia de juízo. 59 Neste d i a ,
segundo Lev. 23:39, "toda alma que ... se não a f l i g i r , será eliminada do
seu povo." A pessoa que não tomava este dia como um dia de sério juízo tj_
nhã que esperar que seus pecados lhe retornassem.^Como resul tado, essa pe_s_
soa retornava a um estado de alheamento e separação de Deus, o que e fru-
to do pecado, e devia experimentar o juTzo da morte. Devia morrer pelos pe^.
19

v
\v
cados que havia cometido (Eze. 18:24). Neste sentido o Dia da Expiação era
um dia de separação e decisão em que o destino do israelita se decidia.
O Dia da Expiação era também um dia de vindicação. O crente sob
o velho concerto obtinha perdão dos pecados durante o ano inteiro e se ti
vesse tomado cuidado de todos os seus pecados, e fosse purificado no Dia"
da Expiação (Lev. 16:30, ficava então vindicado perante o universo. Seus
pecados e culpa eram expiados mediante o sacrifício imolado em seu favor;
e os pecados assim transferidos ao santuário eram removidos pelo sumo sa-
cerdote e depositados sobre o bode "por Azazel. "°0 O bode expiatório de-
veria carregar os pecados do povo para o deserto (Lev. 16:10, 21, 22).61
Dever-se-ia notar que Azazel não tinha parte nenhuma nos servi-
ços do santuário no grande Dia da Expiação. Somente quando a obra de expj_
açáo havia sido concluída com o bode "para o Senhor" (Lev. 16:20) e que o
sumo sacerdote transferia os pecados acumulados do ano para o bode "para
Azazel" (vs. 21, 22). Uma vez que não ha qualquer remissão de pecados sem
derramamento de sangue e sendo que nem o sangue do bode "para Azazel" foi
derramado ou o bode "para Azazel" foi sacrificado (vs. 10, 20), conclui-
se que o bode "para Azazel" não faz qualquer expiação para pecados e não
e portador de pecados operando expiação.62 sua remoção para o deserto^ a
região de morte (cf. Miq. 7:19), representava a final e completa remoção
de pecado do universo. Quando o pecado e seu originador são finalmente des_
truídos, Deus Se porá ao lado de Seus redimidos vindicados perante as i_n
teligências do universo inteiro.
A esses momentosos eventos o NT designa "figura e sombra das
coisas celestiais" (Heb. 8:5). Como o ministério terrestre era o auge da
obra total de expiação com seus aspectos de purif icação_, eliminação do pe_
cado, juTzo, e vindicação, assim a fase final do ministério sumo sacerdo-
tal de Cristo, levado a efeito no santuário celestial, e o clímax de Sua
obra celestial , para a qual tudo em seu aspecto terrestre havia sido dirj_
gido. Assim como era necessário que o santuário terrestre do velho conce_r
to fosse purificado com sangue pelo sumo sacerdote aronico, agora o santu_
ãrio celestial, o "verdadeiro tabernáculo" (Heb. 8:2; cf. 9:24), o lugar
da salvação eterna, estaria sendo purificado (waaapLtíeo&ai,] com melhores
sacrifícios (Heb. 9:23).63 ^Assim como o sumo sacerdote aronico entrava
para a purificação do santuário inteiro, também o Santíssimo, o segundo
compartimento do santuário, agora o Sumo Sacerdote celestial entrava no
Santíssimo do santuário celestial.
Dois significativos conjuntos de perguntas merecem agora nossa
atenção: (1) Acaso o santuário celestial precisa de purificação? Caso sim,
significa isto que tem havido contaminação no céu que torne tal purifica-
ção necessária? (2) Quando o Sumo Sacerdote celestial começa com o minis-
tério de purificação do santuário celestial? Quando este grande Dia da E_x
piação do santuário celestial, que cobre o povo^de Deus e todas as eras,
se inicia? Ambos estes conjuntos de perguntas são altamente importantes e
requerem cuidadosas respostas da Escritura.
Nossa primeira atenção deveria ser dirigida ao primeiro conjun-

196
to de perguntas que trata com a^necessidade e natureza da purificação do
santuário celestial. A purificação do santuário no céu e afirmada tanto no
VT como no NT. Em Dan. 8:14 e declarado que o santuário será purificado.
Que este texto se refere ao santuário celestial é evidente pelo contexto
e a declaração: "Entende, filho do homem, pois esta visão se refereaotem
pó do fim" (Dan. 8:17). A_epístola aos Hebreus com sua tipologia do santu"
ario e x p l i c a : "Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se"
acham nos céus ^i.sto é, o santuário terrestre/ se purificassem comtais_S£
orifícios /~isto e, atos de aspersão de sangue, vs. 21, 227, mas as prõ-~
prias coisas celestiais com sacrifícios a eles superiores" (Heb. 9:23).
A ideia de limpeza ou purificação das coisas celestiais tem in_s
pirado uma variedade de sugestões entre os estudiosos. Alguns dos pais d¥
igreja identificaram "as coisas celestiais" em Heb. 9:23 não com o santu^
rio celestial mas com a igreja ou a vida dentro dela.64 f,]as 0 contexto ~~
de Hebreus 8 e 9 fala do santuário celestial. O contexto imediato também
argumenta contra identificação das "coisas celestiais com os bens celesti
ais a serem dados ao crente mediante__o sangue de Cristo.65 fv|ais recende"
mente tem-se pensado que a purificação do céu e necessária porque poderes
hostis se haviam ali instalado. 66 Esta opinião, contudo, é alheia ao ar-
gumento do autor,D/ porque isto destruiria a ligação entre a purificação
das coisas celestiais com a purificação da consciência dos homens.68 Uma
explicação muito comum refere a purificação não quanto ao santuário ceies
tia! , mas à dedicação ou inauguração do santuário.69 o santuário do VT, ~
contudo, não era dedicado somente com sacrifícios, mas também com óleo
(Lev. 8:10, 11, 15).70 O novo concerto é inaugurado com sangue (Heb. 9:
18-20).?! E mais coerente compreender tipol ogicamente que o santuário cele_s_
tia! foi contaminado mediante os pecados do povo de Deus e permanece em ne_
cessidade de ser purificado mediante melhores sacrifícios.72 Em Heb. 9:
23 a comparação e superioridade e entre o santuário terrestre, chamado "fi_
guras das coisas que se acham nos céus," e os atos terrenos de purifica-
ção por sangue, "que se purificassem com tais sacrifícios," por um lado,
e o santuário c e l e s t i a l , chamado "as próprias coisas celestiais," que de-
vem ser correspondentemente purificadas^ com sacrifícios melhores, Eí as-
sinalado corretamente que os "sacrifícios ... superiores" (um plural de
categqria)74 "sao evidentemente um assinalador ao sangue de Cristo (8:
3). "75
Antes de volver-nos a outros aspectos da ideia de purificação
do santuário terrestre, precisamos dedicar-nos ao segundo conjunto de per_
guntas que tratam com o começo (£&un<Lnm> a que] da segunda fase do minis-
tério celestial de Cristo, isto é, o tempo em que Cristo entrou no Santís_
simo no santuário celestial. No santuário terrestre o sumo sacerdote en-
trava no santuário e no Santíssimo ao final do ano litúrgico apôs os peca
dos terem sido transferidos_mediante a oferta diária pelo pecado. Com ba-
se na correspondência tipolõgica do serviço simbólico sob o__ve1ho concer-
to, pode-se concluir que o início da segunda fase do ministério de Cristo
no céu, precisava ter ^ugar pela ú l t i m a parte de Seu ministério celestial.
A purificação do santuário celestial deve ter lugar antes do Segundo Adve£
to de Cristo, quando Ele vem para salvação daqueles que ansiosamente espe-
ram por Ele (Heb. 9:28). O juízo deve ser empreendido antes de Cristo vir
para determinar quem deve ser contado por digno de herdar as glorias éter
nas do céu e subsequentemente ter morada permanente na nova Terra. "~
A passagem de Heb. 12:22-24 une a ideia da aspersão de sangue
(v^ 24), que e ligada a ideia do Dia da Expiação. 7 6 da purificação do san-
tuário no capitulo 9:23, 24, com as ideias escatologicas 77 tais como Deus,
o juTz (12:23, 29; Tiago 4:12; 5:9), a escatologica "Jerusalém celestial"
(12:22; cf. GÍ1 . 4:25, 26; Apõe. 3:21 ;2), a assembleia de mirTades de an-
jos (12:22; cf. Dan. 7:10; Apõe. 5:11; 9:16), e os crentes73 que estãoins_
critos ou matriculados 7 ^ nos livros do céu [12:23; cf. Isa. 4:2, 3; Dan.
7:10). As ideias de Deus^ o juTz, a assembleia de mirTades de anjos assi_s_
tentes, e os livros do céu são aspectos essenciais da cena de juTzo apoc¥
iTptica de Dan. 7:9, 10, 13,J4, 22, 26.__0s adventistas não são os único?
que têm reconhecido que o juTzo de Dan. e um juTzo do tempo do fim tendo
lugar antes do reino eterno de Deus ser dado aos santos do AltTssimo (7:
22, 27), isto e, trata-se de um julgamento prè"-Adventoso ou, como é comu-
mente chamado, juízo investigativo.°^
Dan. 7 indica entre outros aspectos que o começo do juTzo celes_
tial que determina a sorte dos crentes de todas as eras, mortos e vivos,"
teria lugar apôs a__perseguiçao dos santos do Altíssimo^ pelo poderdochi.
fre pequeno, isto e, apôs os 1260 anos, ou apôs 1798, e antes do tempo em
que os santos receberam o reino eterno, ou o segundo Advento de Cristo. A
sequência cronológica de eventos em Dan. 7:21, 22 indica o seguinte: Pri-
meiro o chifre pequeno lança-se em guerra contra os santos e os vence, en
tão ("até" que o Ancião de Dias vem (cf. 7:9): "fez justiça aos santos"
(7:22]. E apôs este juTzo ter-se concluído "veio o tempo em quedos santos
possuTram o reino" (v. 22; cf. 2:44, 45). Esta sequência cronológica pare
cê conduzir a conclusão de que este é um juTzo pré-Advento numa corte ce-
lestial no santuário celestial. Os indicadores de tempo em Dan. 7 revelam
que este juTzo não começou ^om a ascensão de Cristo, mas apôs a guerra do
poder do chifre pequeno ter terminado; náo começou com o segundo Advento
de Cristo porque o recebimento do reino eterno pelos santos do AltTssimo
é resultado deste juTzo. Alem disso, os santos não participaram no juTzo.
O juTzo foi "em favor dos" (N_EB, NASB, NAB)83 santos enquanto os próprios
crentes são participantes no ul timo julgamento.
O tempo do juTzo do pré-Advento (investigativo) é mais precisa-
mente determinado na terceira visão do livro de Dan. no cap. 8 e sua in-
terpretação concludente no cap. 9. A visão de Dan. 7 anunciava q.ue no fim
do tempo dá historia do mundo uma obra de julgamento prossegue na corte
celestial; em Dan. 8 a questão de quanto ternpo a obra contTnua ou diária 84
prosseguira" é respondida: "Até duas mil e trezentas tardes e manhas; e o
santuário será purificado" (8:14). O verbo hebraico yu,^daq na última fra-
se deste verso e usado nesta forma nvfal somente uma vez no VT (ha.pa.-x.
liiQome.non). Seu exato sentido é d i f í c i l de determinar .85 As antigas ver-
sões gregas (Septuaginta, Teodõcio) usavam a versão "purificado" (koí/ia-_
Si-LÀ£ke.à(>,tcU.) que deriva do mesmo verbo grego usado em Heb. 9:23 quanto 5
purificação (fcat/ui/u.^cii.L/ia.c) das coisas celestiais num contexto de santu£
rio. Não e de pouco interesse notar que o mesmo verbo grego e empregado
também em Lev. 16:19 que fala da purificação {fe£L£fWUex.)So do santuário no

198
Dia da Expiação. A partir disto è" sugerido que a ideia de purificação faz
parte do significado do termo hebraico nLòdciq em Dan. 8:14. Isto encontra
forte apoio de empregos paralelos dos termos para "limpo, puro" para ou-
tros empregos derivativos da mesma raiz hebraica irfr/87 e seus cognatos ara
ma i cos. 83 Ao mesmo tempo o termo nÁ&daq parece ter o nuance de sentido ~~
de "ser posto em ordem ','89 "Ser justificado,"90 e "ser vindicado. "91 Pode
se ver facilmente como aqui em Dan. 7 e 8 as ideias do grande Dia da Exr
piaçao, ou seja, juTzo, purificação, incluindo eliminação do pecado e vin^
dicaçáo estão unidas e postas no contexto da obra final no santuário ce~
l es ti ai .
O ponto de partida das 2.300 "tardes-manhãs"^^ proféticas e en-
contrado em Dan. 9:24, 25 que continua a interpretação do elemento de tem
pó não explicado de Dan. 8:14, 26.93 A profecia dos 490 anos, que aponta"
adiante ao Messias, Jesus Cristo, e Sua obra na historia, 94 é determinada
para Israel e Jerusâiém (9:24) no sentido de "tirar" (ac.àc.nttai co-
mo o liapax. •izgomíLncn hebraico (loíafe pode ser vertido,995 a partir da pro-
fecia previa dos 2300 dias-anos. 96 £ t pois, evidente que as 70 semanas
ou 490 anos constituem a primeira parte da visão da profecia dos 2.300
dias-anos. Sendo que o "decreto para edificar e restaurar Jerusalém" (Dan.
9:25) foi emitido no 79 ano de Artaxerxes que começou no outuno de 457 A.
C.^ x e assim marca o começo da profecia dos 2.300 dias-anos, a obra de pu_
rificaçao e vindicação do santuário celestial com o julgamento dos fiei?
de todas as eras começou em 1844. O ano 1844 marca então o inTcio da se-
gunda fase do ministério celestial de Cristo que corresponde tipologica-
mente ao grande Dia da Expiação, um dia de purificação, eliminação de pe-
cados, de juízo e de vindicaçao em que o sumo sacerdote entrava no SantTs
s i mo. ~~
O l i v r o de Daniel não somente revela o inTcio da "purificação"
do santuário c e l e s t i a l , a segunda fase do ministério de Cristo no santuá-
rio c e l e s t i a l , como também revela o inTcio da primeira fase do ministério
celestial de Cristo. Dan. 9:24-27 começa com uma declaração geral da ex-
tensão do^perTodo de graça atribuTdo ã nação judaica (v. 24) e então por-
menores são realçados no que respeita ao modo de cumprimento. As sete se-
manas iniciais e as sessenta e duas no
semanas são— consideradas como um perTo
•"
do ininterrupto de tempo (v. 25)^_que conduz a unção de Jesus como Mes-
sias pelo EspTrito Santo por ocasião de Seu batismo (Mar. 1 : 1 4 ; Luc.4;18;
Atos 10:38- Heb. 9:12), isto e, 27 A. D." Apôs as 69 semanas , ou 483 anos ,
"no meio^O da semana" {Dan. 9:26, 27), isto é, apôs 3 anos e meio terem-
se passado desde Seu batismo, o Messias foi "tirado"' 1 -" (v. 26) por uma
morte violenta, substi tuinte. Isto assinalou o fim do significado dos sa-
crifTcios tTpicos do sacerdócio levTtico como indicado no rasgar sobrena-
tural do véu do templo de Jerusalém (Mat. 27:50, 51). Marcava também o tem
pó em que, apôs os eventos da ressurreição-ascensao-exa l tacão "o Santodos
Santos" (qcdejí^qcdaíun} do santuário celestial J 02 foi "ungido" (Dan. 9:
24). Isto, então, significa que a visão e interpretação de^Dan. 8 e 9 ma_r
ca os i n í c i o s da (a) primeira fase do ministério intercessÕrio de Cristo
no santuário celestial e o fim da primeira sequência do perTodo de 490
anos com a unção do santuário celestial tal como o tipo terrestre foi un-
gido (Exo. 30:26-23; 40:9) apôs o que Cristo começou Seu ministério sumo

199
sacerdotal e (b) a segunda fase do ministério celestial de Cristo ao final
do período de 2.300 anos em 1844 com a purificação do santuário celestial,
exatamente como o santuário terrestre era purificado (Lev. 16), o que en-
volve juTzo, eliminação de nosso pecado, e vindicação.
O escopo mais amplo da purificação do santuário celestial que en
volve e julgamento pré-Advento, a eliminação do pecado, e a vindicação de
Deus perante o universo, sua verdade, e Seu povo, e visto mediante as res_
pectivas passagens nos livros de Dan. e Apõe. ~~
Uma investigação de Dan. 7-9 revela vários conceitos-chave: (1)
O grande inimigo de Deus, de Sua verdade e de Seu povo são os poderes sim
bolizados pelo chifre pequeno em seus diferentes aspectos (Dan.7, 8). (27
O tema culminante nestes capítulos e o santuário celestial: Dan. 9:24 re-
vela a unção do santuário celestial que torna possível ao Sumo Sacerdote
empenhar-Se na primeira fase ("diário" ou "contínuo", cf. Dan. 8:11, 13)
de Seu ministério intercessõrio; Dan. 3:11-13 falando lançar por terra o
santuário; Da n. 7: 9-10. 13, 14j 8:14 revela a purificação e vindicação do santu
ario celestial. (3) Devido a centralidade do santuário celestial em seu mT
nisterio de duas fases no grande conflito entre Cristo e Satanás, este se
torna o alvo específico de ataque pelos poderes simbolizados pelo chifre
pequeno,
O ataque dos poderes do chifre pequeno são múltiplos: (1) O chj_
.fre pequeno ataca os santos do Altíssimo, de modo que somente uns poucos
são deixados como um remanescente (Dan. 7:21, 22; 25-27; 8:24; 12:7). To-
das as circunstancias parecem estar contra os santos fiéis. Como podem
aqueles assim esmagados por tal força ser verdadeiros santos e um santo ré
manescente de Deus? Como o status deles será determinado? Somente por uma
investigação dos registros "fDa n. 7:10, 12:1) mediante a obra do juízo pré
Advento (investigativo). (2) O ataque e sobre a verdade de Deus, porque
mudanças quanto ao tempo e a lei de Deus (Dan. 7:25; 8:12) são introduzi-
das .
>
Na compreensão do ministério celestial de Cristo em duas fases
.'.o santuário celestial um quadro claro é obtido no que concerne as altera
coes do tempo e da lei^pelo chifre pequeno. (3) O ataque é contra o pró-
prio santuário quando e dito que os poderes do chifre pequeno removem o
"contínuo" (Dan. 3 ; l l a ) e lança abaixo o lugar do santuário de Deus (S:
llb). (4) Finalmente, temos que manter claramente diante de nos que a usu_r
paçao das divinas prerrogativas pelos poderes do chifre pequeno é um ata_
que contra o próprio Deus, particularmente a obra intercessoria de Cris-
to como o único e exclusivo Mediador entre Deus e o homem (Dan. 7:20, 25;
8:11-13). Os poderes do chifre pequeno introduziram um mediador falsifica^
do, um falso sistema mediatorio e um sacrifício falsificado. A reivindica
cão para determinar a sorte futura dos santos é apresentada, uma decisão
que pertence somente a Deus. Novamente uma clara compreensão da obra sumo
sacerdotal de Cristo no santuário celestial remove esta poluição e purifj_
ca as consciências dos homens. (Heb. 9:14).
***
* *

200
REFERÊNCIAS E NOTAS

Isto é" expresso muito bem por G. Theissen, Untersuchungen zum


Hebrflerbrief, p. 91, que sugere que os pensamentos da parte principal da
epistola aos Hebreus, isto e, Heb. 7:1-10: 18, são ditados pela "corres-
pondência e contraste do celestial e terrestre" /Fntsprechung und Gegen-
satz von Himmlischem und Irdischem/."
2
J. Schneider, The Letter to the Hebrews (Grand Rapids, Mich.
1957), p. 70.

°Entre modernos estudiosos, a realidade de um santuário de dois


compartimentos no céu é apoiada por H. Windisch, Der Hebráerbrief (HNT,
14; 2nd ed.; Ttlbingen, 1931), p. 69; Schneider, Hebrews, p. 82; W. Mi-
chaelis, "oxiun" Theologicaí Dictionary of the NT (Grand Rapids, Mich.,
1971), VII, 375-377; Otfried Hofius, Der Vorhang vor dem Throm Gottes.
Eine Exegetischreligionsgeschichtliche~Tlntersuchung zu Hebraer 6, 19f.
u n d 10, 19f. (WUNT, 14; Tiftingen, 1 9 7 2 ) . '
4 ' ~
O termo grego à*r)9t,uos aparece aqui, e em 8:2 em conexão com
o santuário celestial (em 10:22 e usado uma vez mais, porem num contexto
de santuário). O termo grego normal para "verdadeiro" é , mas não
é usado em Heb. A distinção clássica entre esses dois adjetivos gregos
e significativa: significa "verdadeiro" em oposição a "falso," e
significa "real" em oposição a meramente "aparente."
c , , _
Aqui novamente o adjetivo aA^ík vos e empregado por autores do
NT. João 17:3; I Tess. 1:9. Ver nota 4 acima.

F. F. Bruce, The Epistle to the Hebrews {Grand Rapids, Mich.,


1964), p. 163 nQ 17. C f . " Q . Michel, Der Brief a n d i e Hebraer (KEK, 13;
6ta. ed.; Gtfttingen, 1966), p. 288: "Das 'Wahrhftige' ist das Himmlische
..." Michaelis, TDNT, VII, 375, sugere gue o adjetivo óXr,3L^o's significa
que o santuário no céu "e eterno em carater." R. Bultmann, "à*nai^s,"
TDNT, I, 250: "Com relação a coisas divinas /a^n^t^os/ tem o sentido do
que realmente existe, ou do que e eterno, ..."

Mheissen, Untersuchungen zum Hebr^erbrief, p. 105, fala de um


"santuário de dois compartimentos" no céu, bem como na Terra. Michaelis,
TDNT, VII, 376: "... o santuário celestial e também dividido em duas pa_r
tes." Schneider, Hebrews, p. 82: "E assim ele distingue no santuário .
celestial entre um Lugar Santo e um SantTssimo."

201
°V\a dos modernos estudiosos parece permitir somente uma
tipologia horizontal com exclusão de uma tipologia vertical em Hebreus.
Um exemplo t í p i c o e L. Goppelt, "TUTTOS," Theological Dictionary of the NT
( 1 9 7 2 ) , VIII, 253: "Acima de tudo a_tipolõgia vertical, ... e em Heb. me-
ramente uma ajuda para a apresentaçao_e caracterização da horizontal. ...
O ministério sumo sacerdotal no santuário celestial é uma metáfora da his
tõria da salvação para interpretar intercessio como o_resultado da obra ~
escatologica de salvação; não e parte de uma mundividencia apocalíptica
ou f i l o s ó f i c a . " Goppelt está correto em sua ênfase de que Hebreus não
compartilha a mundividencia de Filo como falsamente alegado entre outros
por J. Hering, The Epistle to the Hebrews (London,_1970), p. vii, "Como
Filo, nosso autor aceita um tipo de estrutura f i l o s ó f i c a e cosmologica
gue é mais platónica que bíblica." Essa atribuição de filonismo a Hebreus
e severamente criticada por R. Williamson, "Platonism and Hebrews,"
Scottish Journal of Theology 16 (1963), 418ss.; e seu Philo and the Epis-
"tle 1Õ~Thê~ Hebrews (Lei dei n, 1970). Por outro lado, GoppITt argumenta de~-
mais qualíHõ sugere" que o ministério de Cristo no santuário c e l e s t i a l não
é nada mais que uma "metáfora" da historia da salvação, A tipologia
vertical e mais do que uma mera "metáfora^ tal como a realidade de Cristo
como Sumo Sacerdote é mais do que uma metáfora.

9
Os três aspectos da obra de Cristo correspondente ao esquema
temporal de passado-presente-futuro são realçados especialmente por C.
Cullmann, Christulogy of the NT (Philadelphia, 1959), pp. 103s.

Schneider, Hebrews, p. 70, expõe a a n a l o g i a t i p o l ó g i c a como


segue: "Onde ha um sumo sacerdote, deve também haver um santuário, e onde
há um santuário, devem ser ali também realizados atos sagrados. Esta e a
lógica da epTstola aos Hebreus."

E. G. W h i t e : " A niinistraçlo do santuário terrestre consistia


de duas d i v i s õ e s ; o sacerdote ministrava diariamente no lugar santo, en-
quanto uma vez ao ano o sumo sacerdote realizava uma obra especial de e x - ,
p i a c a o no lugar santo, para a purificação do s a n t u á r i o . " ( G C , 4 1 8 ) .
"A ministroçcio do santuário consistia de duas divisões, um s e r v i ç o diário
e jm serviço anual. O serviço diário era realizado no altar de holocausto
no pátio do tabernáculo e no lugar santo, enquanto o serviço anual se da-
va no santíssimo." (pp, 352).

12 - -
E. G. W h i t e : "Não somente o próprio santuário, mas a ministra
çao dos sacerdotes deviam servir de 'figura e sombra das c o i s a s celestes"."'
Hebreus 3:5. Assim ele era de grande importância; . . . " ( P P , 3 5 1 s . )

l3
P. A n d r i e s s e n , O . S . B . , "Das Grôssere und vol l kommenere Z e l t
(Heb 9, 11)," Biblische Zeitschrift 15 (1971), 79-92, esp. 91: "Der Li-
turcjische Dienst, den Chnstus im H'immel e r f c l l l t , hat einen doppelten
Aspect, der der Einteilung dês Zeltes in das Heilige und das Allerheili-

202
gste entspricht."
14
Neste aspecto M. Dibelius, "Der himmlische Kultus nach dem
Hebrderbrief," Botschaft und Geschichte II (TíJbingen, 1956), p. 169,
tem dado um precioso resumo: "Das~l/erhàTtnis zwischen ai ttestamentl ichem
Kult und himmlischem Kult wird im Hebrclerbrief bald im Sinn der Uber-
bietung dês Alten durch das Neue, bald im Sinn einer Pararlleiisierung
beider dargestel11."
l 5 E. G. White: "O derramamento pentecostal foi uma comunicação
do céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De conformidade
com Sua promessa, Jesus enviara do Céu o EspTrito Santo sobre Seus segui-
dores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder
no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo." (AÃ, 39).

M. Kflhler, Jesus und das AT (reimpresso; Neukirchen, 1965),


pp. 75.; W. Kramer, Chrlst, Lord, Son of God (SBT, 50; London, 1966), p.
82; David M. Hay, Glõry at f?ie Right Hand. Psalm 110 in Early Christiani-
ty (SBLM, 18; NaschTíTTe~, 1973), p. 92. '
17 ~
A ideia de sustentação e sugerida mediante a figura da mão di
reita. O motivo da mão direita de Deus fala do poder de Deus (W. Grund-
mann, "í£fi.o's," TDNT, I, 37-40), especialmente Seu poder para salvar e
suster (Exo. 15:6; Sal. 74:11; 113:15-6; Lam. 2:3).

13 Hay, Glory at the Right Hand, p. 72.

19 De vários textos do VT (Sal. 109:6, 31; Zac. 3:1) pode ser in_
ferido que era costumeiro nos julgamentos israelitas que o advogado per-
manecesse em pé a destra da pessoa sendo julgada. Cf. R. de Vaux, Ancient
Israel: Its Life and Institutipns (London, 1960), p. 156; H.-J. Kraus,
Psalmen Il (Neukerchen-VIuyn, 1965), pp. 743, 750.

M. D. Hooker, The Son of Man in Mark (Montreal, 1967), p.


197; R. Pesch, Pie Vision Hês Stephanus (Stuttga"rt, 1966), p. 54.

Sobre o termo HE ai'-rns , ver A. Oepke, "(lEOL-rns," TWNTVJ'V-^, .-•' . •"


602-629; Windisch, Hebr^íer, pp. 73; Michel, p. 292. 0^-v3V'"~' '•• \
V v |x ^
22 Michel, Hebr^er, p. 292. \ '"' ^

?? ^**^
B. F. Westcott, The Epistle to the Hebrews, (reimpresso;
Grand Rapids, Mich., 1955), p. 218.

Dois diferentes adjetivos gregos são empregados nos dois tex-

203
tos que^falam da "nova aliança" de que Jesus é mediador. Em Heb. 9:15 a
expressão é<5<.aOi'xr]? xaLu^s mas em 12:24 eòLa&n'xoí »e'0.5 . A distinção con
vencional entre os dois adjetivos para "novo" i que xa.\.vós é "novo em cará"
ter" e \>tos é "novo em termos de tempo." E possível que o autor de HeT
breus desejasse dizer em 9:15 que a natureza da aliança de que Jesus é me
diador o nova e em 12:24 que a nova aliança só recentemente foi ratifica r
da (Michel, Hebraer, p. 468, n9 3).
25 Note que__o uso instrumental da preposição t\> aqui e usado (co
mo em 13:20) o qual e, praticamente, o mesmo como aàia' na frase semelhai
te de 9:12.

O termo para "novo é irpo^aro^, um termo usado somente aqui
no NT e significa "novo" no sentido dê "recente." Este adjetivo pode tam-
Dêm significar "novo" no sentido de "não existente antes." Cf. Bauer-Arn-
dt-Gingrich, Lexicon , p, 726.
97 .
O tempo verbal de <fc"rii; e £^T&j'xa^£c__ e o presente e indica as___
sim açao contínua. Vários estudiosos recentes tem sugerido que o tempo da
intercessão parece ser o juízo final porque a seção toda de Rom. 8:31-39
está basicamente preocupado com o futuro (0. Michel, Der Brief an die Rò1-
mer /J2a. ed.; Gottingen, l 963/ , p. 216; L. Mattern, Das Verstãndnis de"s~
Gericntes bei Paulus /^tuttgart, 196^7, p. 95 n9 210; K. Kertelge. "Recht-
fertigung" bei Paulus (MíJnster, 1967), pp. 125-134; Hay, Glory at the Ri-
gnOTand, pp. 59s.). Todavia, não e certo se o tempo futuro no v. 3"3 se
refere a um julgamento futuro ou se tem puramente um sentido lógico
(Blass-Debrunner-Funk, A Greek Grammar of the NT, íjí-366; Michel, RíJmer,
p. 216, n9 2). Hay, Glory at the Right Hand, p. 59, admite que Cristo es-
tá ali e intercede agora, isto e, durante toda a carreira da igreja; ..." V
Cremos que e exegeticamente seguro considerar a seqOencia morte-ressurreji_
cao-sessao-intercessao no v. 34 juntamente com os tempos verbais u t i l i z a -
dos para indicar intercessão contTnua começando com a. tomada de assento
de Jesus no céu. •
90 ' T
t V J Hay,
Gjo_ry at the_Ri_gh_t Hand, p. 1 3 2 : "A i n t e r c e s s ã o Ale Heb. f
7:2_5/ parece ser concéFícfa~cbmo continuando ao longo do período entre a i
ascençao e a parousia ( c f . 9 : 2 4 ) . " 9

29 Sobre o significado de v u y e o tempo verbal oeste i n f i n i t i v o 0


na pultima parte de 9:24, ver acima sobre a discussão ampliada deste ver ^
só. T
30Culmmann, Christology of the NT, p. 101. •
31 C. K. Barrei, "Tne Escnatology or the Lpistie to the Hebrews," ^
T_h£jj_ckgrou_nj_of the NT and Its Eschatology. In Honor cf C. H. Dela, ed . -
£. D. Da v l es and D. Daube (Cambridge, 195õ), p. 3tí6. ™
32Assim precisamente C. F. D. Moule, The Sacrifice of Christ 0
(London, 1956), p. 38. ^
204 Á
33 Cul"!mann, Christology of the NT, p. 102.

H. -J. Kraus, Worship injsrael (Oxford, 1966), p. 121: (Muito


mais importante /cfo que a consagração de lugares sagrados/ é a purifica-
ção do povo pela 'oferta pelo pecado 1 ."

35
S. G. Sowers, The Hermeneutics of Philo and Hebrews (Richmond
V á . , 1 9 6 5 ) , p. 111, assinala: "O sentido tipologico e ainda retido quando
Heb. fala de figuras terrestres, úiro6eL'2fZjaTa, da liturgia celestial
(8:5; 9^23) ... os^elementos da_ liturgia terrena são para Heb. impressões
de protótipos no céu ... ele /o autor/ também arranja as duas /^a liturgi
gia celestial e a terrena_V" no paralelo tipologico das duas dispensaçõesT 1
q/-
Neste respeito Barrett em The Background of the NT and Its
Eschatology, p_._ 385^ declara acertadamente: "O tabernáculo celestial e
suas minisTraçoes são de um ponto de vista eternos arquétipos, de outro,
são eventos escatolõgicos. "
37
Sowers, The Hermeneutics of Philo and Hebrews, p. 111.
•DO
O verbo grego e IMOLL^L^UÍ aparece no NT somente em Heb. 9:18 e
10:20. Pode significar "renovar" (eAmuicAu) , assim utilizado na LXX para
o hebraico imnem Sal. 50:12 (51:10), ou "inaugurar, dedicar", assim em-
pregado na LXX para o hebraico ^3 n em Deut. 20:5; II CrÔn. 7 : 5 .

Sobro o termo para "sangue" (dam) no VT, ver G. Gerleman,


, " Theologisches Handwflrterbuch z um AT, ed. E. Jenni und C.
Westermann (Mttnchen, 1971 ) , I, 448-451, e no NT (olua) , ver J. Behm,
"aupa," TWNT, I, 171-176. Em anos recentes^um debate escolástico tem-se
desenrolado sobre o significado do termo bTblico "cangue." B. F. Westcott,
The Epistlo to the Hcbrews (London, 1899), p. 294, argumentou com base em
P/: 10, l i 284' a ideia bíblica "de sangue e essencialmente uma ideia
de vida e não de morte" (cf. também idem, Epistles of St. John /Ubndon,
18837, pp. 34-37). Antes, W. Milligan, The Resurrection of Our Lord
(London, 1881), pp 140n. 56, 274-304, tinha argumentado segundo linha de
pensamento semelhante e foram acompanhados mais recentemente por S. G.
Gayford, Sacrifice and Priesthood (London, 1953), p^ 68: "í porque o san-
gue esta ainda vivo apôs ser extraído do corpo da vTtimaque realiza expi-
ação sobre o altar" (grifos dele). Mediante "o imolar ... o sangue foi
liberado para ser oferecido," escreve E. L. Mascai l, Corpus Christi
(London, 1939), p. 138, segue essencialmente a mesma linha de raciocínio
quando declara: "... como no passado o sangue dedicado era aplicado em_
benção ao povo de Israel, assim agora Sua vida, submetida a Deus e acei-
ta por El^e, e oferecida e tornada disponível aos homens/1 Em resumo, es-
ta opinião sustenta que a vida, antes que morte, é que é central, de mo-
do que a oferta de seu sangue significa "vida liberada" e não "vida re-
tida na morte." Fortes objeçÕes foram expressas por um número de estu -

205
diosos recentemente e com razão. A. M. Stibbs, The Meaning of the Word
"Blood" In Scripture (London, 1947); F. J. Taylor,"BTõõd," A theologlcal
Word Bgok of the BilTIe, (London, 1950), pp. 33s.": "£ a morte de Cristo
e não Sua vida entregue que efetuou uma reconciliação universal mediante
o ato do sofrimento realizado na história (Col. 1:20)." Uma das mais po-
derosas reaçoes ã opinião de que o derramamento de sangue significa "vida
cedida" procede de L. Morris, "The Biblical Use of the Terni 'Blood 1 ,"
Journal of Theologlcal Studies 3 (1952), 216-227; 6 1955), 77-82; idem.
"The Vocabulary of Atonement IV: The Blood," Themelios 3 (1567), 23-28.
Ele argumenta sobre uma base estatTstica que "dos 362~~("Gerleinan conta so-
mente 360 em THAT, I, 448 com 288 no singular e 72 no plural)_empregos
do termo dam (sangue) no VT, "203 se referem a morte com violência. So-
mente sete passagens ligam vida e sangue /£en. 9:4; Lev. 17:11, 14;
Peut. 12: 23; etc.7." (L. Morris, "Blood,v New Bible Dictionary /_7da. ed.;
London, 196_5/» P-^160. Ele prossegue; "E evidente que o caso deve" firmar-
-se em devermos ou não interpretar as 7 passagens que ligam vida com san-
gue em termos das 203 que falam de morte_violenta, ou se estas devem ser
entendidas Í luz das 7." (Themelios 3 Al96/7, P- 24). E conclui: "Esta-
tisticamente, pois, a evidencia faía fortemente contra a nova teoria. Os
números revelam que os pensamentos que mais provavelmente percorreriam a
mente de um hebreu nos tempos antigos quando o termo 'sangue1 era usado
eram pensamentos de morte violenta" (p. 25). Ele e agora secundado por P.
E. Hughes, "The Elood of Jesus and His Heavenly Priesthood in Hebrews."
Bi piiotheca Sacra 130 (1973), 108 que concluiu: "E totalmente irrealista
faiar do derramamento do sangue de uma vTtima em termos da 1iberaçao__ da
vida que é assim tornada disponTvel para o beneficio de outros -- e e bi-
b.l icamente irrealista, uma vez que por toda Escritura o derramamento cíê~
sangue na morte não significa 1iberar vida, mas perda de vida"
(grifos dele).

O termo vertido por "propiciação" éuXaopoV. O significado


de "expiação" sustentado por C. H. Dodd, JTS 32 (1931), 353ss., é atacado
por L. Morris, "Propiciation," Themelios 2~P966), 24-29; idem NTS 2
(1956/6), 33-43. ~~
41
E. G. White repetidamente emprega a figura de Cristo "pleite-
ando" em favor dos pecadores durante ambas^as fases do ministério celestj_
ai de Cristo: "Assim como Cristo por ocasião de sua ascensão apareceu na"
presença de Deus para pleitear Seu sangue em favor dos crentes arrependi-
dos, também o sacerdote na ministraçao diária aspergia o sangue do sacri-
fício no lugar santo em favor do pecador" (PP, 3 5 7 ) . " G r a ç a s a Deus que A-
quele que derramou Seu sangue por nos, vive para pleiteá-lo, vive para
fazer intercessão por cada alma que O recebe" (Carta 87, 1894). "Nas cor-
tes acima, Cristo esta pleiteando por Sua igreja -- pleiteando por aque-
les por quem Ele pagou o preço da redenção de Seu sangue" (AÃ, 5 5 2 ) .
"Ele cumpriu uma fase de Seu sacerdócio ao morrer sobre a cruz pela raça
caída. Agora está cumprindo outra fase ao pleitear perante o Pai o caso
do pecador arrependido e crente, apresentando a_Deus as ofertas de Seu
povo" (MS 42, 1901). "Ha o grande dia da expiação, e nosso Advogado esta

206
em pé diante do Pai, pleiteando como nosso Intercessor" (SDABC, VII, 933),
"Cristo esta hoje em pé como nosso Advogado diante do Pai. Ele è" o Media-
dor entre Deus e o homem. Trazendo as marcas de Sua crucifixão, Ele plei-
teia as causas de nossas almas" (Carta 35, 1894).
42
E. G. White sobre os méritos do sangue de Cristo: "Precisamos
conservar sempre diante de nos a eficácia do sangue de Jesus. Este sangue
sustenedor e purificador da vida, apropriado por viva fé, e a nossa espe-
rança" (Carta 37, 1894).
"Devemos tornar-nos expoentes da eficácia do sangue de Cristo, pelo qual
nossos próprios pecados foram perdoados" (6T, 82).
"... o sangue de Cristo que purifica de todo pecado ê" eficaz em benefício
daqueles somente que crêem em seu mérito" (GW, 162).

4j Michel, H_ebrj£r, p. 468: "Das Blut Jesu stihnt und reinigt

44
English versions (KJV, ERV, ASV, NASB; etc.); German versions
Van Ess, (SOhnopfer), Luther (Gnadenstuhl } , JB (SUhnmal), Rosch (Sílhnop-
fer), von A l l i o l i (SOhnopfer) , Elberfelder (Gnadestuhl ) , rev. Luther (Sfl-
hnopfer); French versions: Osterwald (une victime propitiatore) Segond
(Victime propritiatoire) .

45J. Hermann and F. BUschel , "LAEWÇ," T W N , III, 300-324,

46 Com C. H. Dodd, " cAciOíf££J9ia. . . na L X X , " Journal of Theologi-


cal Studies 32 (1931), 352-360.

4/C.L. Mitton, "Atonement," Interpreter 's Dictionary of the


Bible (Nashville, 1962), I, 313.

4 8 RSV, JB, NAB, NEB.

4P '
Contra L. Morris, "The Meaning of u X a o T n p i o o em Rom. 3 : 2 5 "
New Testament Studies 2 ( 1 9 5 5 ) , 33-55; idem, "The vocabulary of Atonement
III: Prõpitlation," Themelios 2 ( 1 9 6 6 ) , 24-29, que sugere que "propicia-
ção e uma ideia mais bibl iça do que expiação" (p. 28).

50 Th. C. Vriezen, An Outline of OT Theology ( 2 d a . ed.; Newton,


Mass., 1970), p. 263, sugere corretamente com base em Lev. 17:H, 12:
"Em outras palavras, pelas_^ofertas e x p i a t ó r i a s de orações o próprio Deus
naoj? 'ungestimmt' , Deus não muda de um Deus irado para um Deus de__dispo-
s i ç a o favorável; isto pode ser ligado ao fato de que a reconciliação real
é referida como originando-se com o próprio Deus." Gerlemen, THAJ, I,
450: "Das Blut wrikt nicht einer ihm innewohnenden expiativenTraft, son-

207
dern weil Jahwe es zum Stihnemittel bestimmt hat (Lev 17, 11, ...)."

E. G. White: "Este grande sacrifício não foi feito a fim de


criar no coração do Pai um amor pelo homem, nem faze-lo disposto a sal-
var. Não, não! ... O Pai nos ama, não por causa da grande propiciação,
mas Ele proveu a propiciação porque nos ama" (SC, 13).
"A expiação de Cristo rião foi realizada a fim de induzir Deus a amar
aqueles a quem, de outra forma, Ele odiaria; não foi realizada para pro-
duzir um amor que não estava em existência, mas foi uma manifestação do
favor a vista de inteligências celestiais, a vista dos mundos não caídos
e a vista de uma raça caTda"(ST, 30 de maio de 1893, impresso em Problems
in Bible Transi ation /T9557, p. 216 e QD, p. 676).
"... A expiação de Cristo não foi a causa do amor de Deus, mas o resulta-
do desse amor. Jesus morreu porque Deus amou ao mundo" (RH, 2 de setembro
de 1890, reimpresso em QD, p. 676).
52S. Landsdorfer, Studien zum biblischen Versohnungstag (Muns-
ter, 1924); M. Lohr, Das Ritual von Lev 16 (Berlin, 1925); R. Schur, Ver-
sflhnungstag und SundefiFõcV (Helsingfors, 1934); E. Auerbach, "Neujahrs -
und Versohnungsfest in den biblischen Quellen," Vetus Testamentum 8
(1958), 337-343.

53 -' Lev. 16:10, 16, 18, 30, 34.


fejot bacgrf: Lev. 16:6, 11, 17b, 24.
k£L M: Lev - 1 6 - < 2 0» 32, 33a, b.
: Lev. 16:17a, 28, 33.

DHCf. J. J, Stamm, Erlflsen und Vergeben im AT (Zurich, 1940),


pp. 59-66, oue deriva a raiz hebraica com base no arab¥ kin.t "cobrir, ve-
lar" (bedecken, verhullen).

^Cf. G. R. Driver, "Studies in the Vocabulary of the OT: V,"


Journal of Theological Studies 34 (1933), 34ss. e mais recentemente L.
Mòra-idi , Esp'iazione sacrificale e ri ti espiatori ne] l 'ambiente b í b l i c a
e nell 'AfÇRome, 1956), pp. 182-221. A ideia de purificação e erradicação
ou eliminação de nossos pecados é apoiada pelo termo acadiano feuppuAa que
significa "erradicar, apagar, eliminar" bem como "purificar (cul ticamen-
te)" (ver W. von Soden, "Kaparu," Akkadisches Handwoeterbuch (Wiesbaden,
1967), pp. 442s,

F. Mass, ""D^ kpx. p.c. síJhnen," Theologisches Handwrterbuch


zum AT, I, 843. Uma comparação com conceitos babilónicos è realizada por
MõTaTcfi , Espiazione sacrificale, pp, 184-192.

57 ~ -
A ideia de purificação do santuário e claramente reconhecida

208
por estudiosos de peso. Ver Kraus, Worship in Israel, p. 69 nÇ m ; G.
Fohrer,Geschichte der israelitischen Religion (T3ér1in» 1969), pp. 394s.;
Th. C. Vriezen, The Religion of Ancient Israel (Philadelphia, 1967), p.
256: "... aquele dia era uma solene' purifícaçao do santuário."
58Este destaque e dado por Vriezen, An Outline of OT Theology,
p. 262, n9 1.

59
Ver F. W. Farrar, The Early Days of Christianity, pp. 2 3 7 s . ;
P. I. Hershon, Treasures of th"e Talmud (1882), p. 97.

Ver a excelente tese de Gerry Gladson,

Sobre a compreensão adventista de Azezel ver Questions on


Doctrine, pp. 391-401; " A z a z e l , " SDA Bible Dictionary, ed. S. H. Horn
(Washington, D . C . , 1960), p. 97; E. Heppenstall , Our~ÍTigh Priest (Wash-
ington, D . C . , 1 9 7 2 ) , pp. 92f.
cp _
Heppenstall, Our High Priest, p. 92$., e pouco preciso ao
dizer que o segundo bode "deve fevar o pecado," mas explana que ele "não
é redentor porque nenhum sangue é derramado."
Cn
A. Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy in the Epistle to
the Hebrews (St. MeinãTcl, Ind.,T960), p. 181: "Tal como foi necessário
que o santuário figurativo da Velha Lei, aqueles lugares cuja liturgia
tinha uma certa fraca eficácia mas somente com referência ã" real liturgia
do santuário celestial (TCT úiío^Et-j-uaTa TÕJV è\ TOÍ.Ç oòpa\Joú$), fosse puri-
ficado pela aspersão de sangue do velho sacerdócio, assim agora deve o
santuário celestial, o "superior" santuário, o lugar da salvação eterna,
ser purificado por um sacrifício superior (9:23)."

64Crisóstomo(MPG, 63, 125); Teodoreto (MPG 82, 745); João Da-


masceno (MPG, 95, 972); PrTmãsio (MPL, 68, 745), PedFo Lombardo (MPL, 192
476); e posteriormente Cornelius aTFpide e A. Calmet (1724-26). AsTim
também agora F. F. Bruce, The Epistle to the Hebrews_ (London, 1964), p.
218.

65Nos séculos XVII e XVIII exegetas tais como J. Gerhardt, S.


Schmidt, J. J. Rambach e outros mantinham esta opinião, ver F. Bleek,
Der Briedf and die Hebrãer (Berlin, 1840), II, 586.

66Cf. J. Hering, The Epistle to the Hebr_ews_ (London, 1970)» p.


82; Bleek, Hebr^er, II, 587s.; Michel, Hebrder, p. 324; H. G. Lang,
The Epistle to the Hebrews (London, 1951). pp. 153s.

209
67 Bruce, Hebrews, p. 219 nÇ 152.

68Cody, Heavenly Sanctuary and Liturgy, pp. 182s.

69
F. W. Farrar, The Epistle of Paul the Apostle to the Hebrews
(Cambridge, 1888), p. 145;~^J. Riggenback, D e r B r i e f an die HebTa^
(Leipzig, 1913), pp. 279s,; J. Bonsirven, St. Paul:" Epftre'aux HêFreus
(4th ed.; Paris, 1943), pp. 410s.; Spicq, Hebreux II, p. 267; ^ffcliêT7"He_-
bríier, p. 323.
70 Moraldi, Espiazione sacrificale, p. 248.

71
0. Kuss, Der Brief an die Hebráer (2nd ed.; Regensburg, 1966)
p. 125.

72 Assim, entre outros Windisch, Hebrfler, p. 85; Kuss, Hebrcier,


p. 125; F. Lauback, Der Brief an die Hebrãer (Wuppertal, 1967), p. 181;
G. W. Buchanan, To tfiêTtebrews (AB, 36'; Garden City, 1972), p. 162.

73
Isto seria então uma causa de elipse onde o leitor supre uma
palavra evidente que foi omitida. Ver Blass-Debrunner-Funk, A greek Grani-
ma r of the NT (Chicago, 1961), p. 253 § 479 (1).

74 Blass-Debrunner-Funk, pp. 7 7 s . Riggenbach, Hebráer, p. 282;


Michel, Hebra"er, p. 323. Bruce, Hebrews, p. 218 n9 150: "Nosso autor pro_
vavelmente utiliza o plural genérico ao declarar o princípio ... mas ...
torna claro que de fato somente uma vez tal sacrifTcio superior foi ofere
eido."

75Michel, Hebrãer, p. 323: sind offenbar ein Hinweis auf


das Blut Christi (8.1)7"
-j c _ _
Buchanan, Hebrews, p. 223, vê uma ligação entre a condição
de Deus como juiz, o D"ia da Expiação, a purificação e remoção do pecado em
Heb. 9:23. "Também presente estava 'Deus /o7 Juiz de todos1 em todo ajun-
tamento junto ao Monte Siao, mas particularmente em seus papeis como 'Ju-
iz de todos1 no .Dia da Expiação e Dia de Ano Novo. Se os sacrifícios fos-
sem apropriadamente realizados de modo que a expiação realmente tivesse
lugar, no Dia da Expiação, 'os espTritos dos justos 1 seriam aperfeiçoa-
dos, "significando que todos os seus pecados eram removidos e que eles e-
ram santificados (10:1, 10, 14, 29)."
•7O _

A "assembleia" ou "igreja" dos "primogénitos arrolados no


céu" (Heb. 12:23) dificilmente referir-se-ia a anjos (cf. Kurtz, entre
outros) ou a patriarcas ou santos da Velha Aliança (cf. Calvino, Bengel

210
e recentemente Hering, Hebrews, p. 117) ou aos Apóstolos (cf. Haino, e
outros) mas refere-se a crentes em geral (cf. recentemente outra vez.Rig-
genbach, HebrSer, p. 415; Westcott, Hebrews, p. 377; Michel, Hebr^er, p.
464 e outros). Uma vez que o livro celestial contem os nomes daqueles
destinados ã vida (Ex. 32:32, 33; Sal. 69:29; Isa. 4:3; Dan. 12:1;
Fil. 4:3; Apõe. 3:5; 13:18; "17:8; 20:12, 15; 21:7) a última opinião pre-
cisa ser adotada.

O termo grego àoLyeypajjiaevJtov ipf. pass. ptc. de


signifj_ca "registrar, inscrever" /registrieren, einschreiben, ausfscn-
reiben/ (cf. Bauer-Arndt-Gingrich, Lexicon, p. 89).
°0T. Robinson, "Daniel," The Preacher's Homiletical Commenta-
ry, p. 139: "Como já" observado, este não e o juízo geral ao final do
reinado de Cristo sobre a Terra, ou, como a frase e comumente entendida,
o fim do mundo. Parece antes ser um juízo invesTvel levado a efeito den-
tro do véu e revelado por seus efeitos e a execução de sua sentença. 0-
cas;[onado pelas 'grandes palavras' do Chifre Pequeno, e seguido pela re-
moção de seu domTnio, poderia parecer já se ter assentado. Contudo, como
a sentença não e de modo algum plenamente executada, pode estar-se assen
tando agora. "
pi _
A expressão "juTzo investiaativo" pode ter sido usada primei^
ro por Tiago White. Hoje esta designação é usada intercambiavelmente com
"julgamento pré-Adyento" a fim de distingui-lo mais claramente do juTzo
geral e sua execução no perTodo põs-Advento.
~ da identidade dos santos do Altíssimo,
p? Sobre a questão f ver
G. F. Hasel , "The Identity of the Saints of the Most High in Dan. 7,"
B í b l i c a 56 (1975).
qo
JB: "da wurde den Heiligen dês Hochsten Recht verschafft";
Lutero rev. "und Recht schaffte ..."; Pattloch: "zugunsten der Heiligen
cês Hochsten." Alguns Exegetas interpolam sem apoio textual " o tribunal
assentou-se e poder foi dado" {cf. Ewald, Bevan, Marti, Lôhr, Charles, __
Pltiger). Isto e inadmissível. A maioria dos exegetas, tomam a preposição
aramaica r para introduzir um dativo de vantagem. Este uso da preposi-
ção e refTêtido nas versões acima referidas.

O termo heb. toM-Ld usado aqui em 8:13 ocorre 103 vezes no


VT seja adverbial ou adjeti vãmente. Significa "continuamente" ou "contí
nuo."

85Para discussões sobre o significado deste termo, ver "On


Daniel 8:14," em Problejns in Bible Translation, 174-177; J. Justensen,
"Qn the Meaning of Sãdac^^J^r&y]^ Universily Semj_n_a_ry Studies 2
(1964), 53-61; W. E. Read, "Further Observa t"ion"s on '
University Seminary Studies 4 (19660, 29-36.

O termo heb. vertido com xa^api/çuj na LXX e tittkcA e significa
"purificar" (?,íM emLev. 16:19, 30; Num. 8:6,7,15, 21; Her 33:8; Exo.
24:13; 36:25, 33; 3 7 : 2 3 ; 39:12; 43:26; Mal. 3 : 3 ; cf. E. Jenni, Das Hebra1-
ische Piei (Zurich, 1967), pp. 34-41, 83; H. -J. Hermisson, Sprache uncl
Ritus imATtisraelischen Kult (Neukirchen, 1965), pp. 34-99; F. Mass,
,f/u rein sein," THAT, I, 646-652.

87òdq e .tli-i (Jo 4:17; 17:9).


Jào e Boi (Salm. 18:20,24; 2 Sam. 2 2 : 2 1 , 2 5 ) .
ZSq e zrçTT (Salm. 51:4; Jo 15:14; 22:3; 25:4; Mi q. 6:11).

Read, AU S 5 4 ( 1 9 6 6 ) , 29-36, demonstrou que nos Targums,_em


209 dentre 504 casos zkk ou -fc 1 foi empregado para t dg . O sentido básico
de zafcg/i é "ser puro, ser limpo, ser inocente."
oq
KB, p. 7 9 4 . G. Fohrer, Hebrew and Aramai c Dictionary of the
CTT (Berlim, T974), p. 233: "ser reintegrado em seus oTreitos."

90 BDB, p. 842.

9 1 Holladay, CHAL, p. 303; BDB, p. 842.

Q? ~ —
A conjunção "e" não e empregada nesta expressão que revela
ser um termo técnico para " d i a " e não poder ser dividida em dois meios-
d i a s . Ver C. F. Keil, "Daniel," Commentary on the OT (Edinburgh, 1891),
p. 302, que corretamente segue Berthold, Havernick, von Lengerke, Maurer,
H i t z i g , von Hofmann, e e seguido recentemente entre outros por E. J. Yo-
ung, The Prophecy of Daniel ( 1 9 4 9 ) , p. 174, e W. H. Schmidt, Pie Schflp-
fungsgeschichte der Priesterschrlft (2nd e d . ; Neukirchen, 1967), p. 6^
nQ 3: "SfTtt ' T a g ' sagr man auch ' Abend-Morgen ' (Dan. u: 1 4 ) . "
Q7
Para varias razoes de apoio a este ponto de vista, ver G. F.
H,-'sel, "Revelation and Interpretation in Daniel," Ministry 47:10 (Outubro
1974), 20-23.
94
Para uma avaliação das principais interpretações de Dan.
9:24-27, ver G. F. Hasel , "The Seventy Weeks of Dan 9:24-27," a ser pu-
blicado em The Archaeology of Jordan and Other Studies. Presented to
Prof. S. H. Horn, ed. L. Gêraty (Berrien íprings, Mich.: Andrêí/s Universi_
ty Press, 1981).
95 Com base no hebraico fíúAknaicc (médio) o significado de h a ta k
e cortar, eliminar, decidir (schneiden, abschneiden, entscheideno, ver
B PB, p, 367; KG, p. 343. O cognato a rama iço litk tem o mesmo significado.
Sobre a tradução deste termo, ver Questlons on Doctrine pp. 273-276,
e E. W. Hengstenberg, The Christolygy of the OT (reimpresso; MeDill AFB,
Fl., 1974), p. 810 (ChrTstologie dês AT /Berlin, 19567, III, 24).

212
96
Que os 490 anos foram cortados dos 2300 dias foi claramente
reconhecido por W i l l i a m Males, A New Analysis of Chronology (1883), II,
517: "Esta profecia cronológica ... foi evidentemente designada a expli-
car a visão anterior /Ho cap. 87, especialmente em sua parte cronoloqi-
ca dos 2300 dias."
97 Esta data e arqueológica e historicamente apoiada de forma
indiscutTvel , cf. Julia Neuffer, "The Acdession Year of Artaxerxer I,"
AUSS 5 (1968), 66-87; S. H. Horn e L. H. Wood, The Chronology of Ezra 7
T2BF. ed., Washington, D. C., 1970). .
9P ~ - ~
A tradicional interpretação histõrico-messianica de Dan.
9:24-27 segue a pontuação do v. 25 como provido nas versões mais antigas
(LXX, Teodocio, Vulgata, SirTaca) e seguida em muitas traduções inglesas
KJV, ASV, MLB, NASB, ERVmg). Outras versões seguem a pontuação do Texto
Massoretico que tem um at.lnia.ch, normalmente o princTpio divisor desjunti-
vo dentro desuni verso, apôs as palavras "sete semanas." As marcas de pon-
tuação não são originais aos manuscritos hebraicos, mas foram cristaliza-
das em sua forma presente apenas__nos séculos IX e X A. D. enquanto eram
ajustadas a pequenas questões até o século XIV A. D. (E. WUrthwein, Der
Text dês Al ten Testaments /'4"a. ed.; Stuttgart, 19737» p. 29), Evidencia
presente aponta na direçao de serem os acentos nas versões gregas ante-
riores aos dos manuscritos hebraicos dos massoretas (E. Werner, "Maso-
retic Accents," Interpreter' s Dictionary of the Bible, ed. G. A. Buttrick
/Fíaschville, 1962/, III, 297). O rabi medieval Rashi è citado quanto ao
Tato de ter dito: "que devido a heréticos, isto e, cristãos" a clausula
foi dividida por um atiinach (cf. E. B. Pusey, Daniel the Prophet /?da. ed.
New York, 18857» P- T90 nÇ~l ) . Isto parece implicar que a pontuação massp_
retica anterior reflete um preconceito anticristao e não pode ser conside_
rada como refletindo uma antiga tradição sem preconceitos. JerÔnimo rela-
ta em seu comentário sobre Daniel_que em seus dias exegetas judaicos con-
sideravam Dan. 9:24-27 como messiânico.

A data do batismo de Jesus esta intimamente ligada com a de


Sua morte que e datada em 30-33 A. D. Uma cuidadosa discussão das questões
envolvidas é" provida por Grace Amadon, "Ancient Jewish Calendation,"
JBL 61 (1942), 227-280; idem. "The Crucifixion Calendar," JBL 63
TT1T44), 177-190; J. Finegan, Handbook of Bibl içai ChrpnologyTNew Haven,
Conn. 1964), pp. 264s.; SDA Bible Commentary, V, 23^-266.

'°°0 termo hebraico "^n (íiíU<.) ocorre 123 vezes no VT e pode


ser traduzido como "metade" ("hatb") ou "meio" ("M,õtíc"). Q u a n d o _ e s t e
termo e empregado num sentido temporal normalmente significa "meio"
(Êx. 12:29). Não ha razão l ingilTstica, gramatical, sintatica ou históri-
ca justificável com base em que a tradução "no meio" seja rejeitada. Ver
"On Dan. 9 : 2 7 , " em Problems en Bible Translatiori , pp. 184-187. Cf. 0.
Pltfger, Das Buch Daniel (Gutersloh, l y f a b ) , p. 113, 135, que concorda

213
com H. Hontheim, "Das Todesjahr Christi und die Danielsche Wochenpro-
phetie," Katholik 7 (1906) 98, 115, 284 a tradução "in der Mitte /meio/
der Woche" esta correta.

O verbo hebraico^para "tirar" é kaxa. t ( n "D ), usado no pas-


sivo nifal. Seus cognatos semTticos também significam "tirar" (acadiano
fcoAoíu, ver W. von Soden, Akkadisches Handworterbuch /Uiesbaden, 19707,
pp. 448-451; aramaico H*O). O verbo aparece um totaT de 288 vezes no
VT, e a forma nifal (73 vezes no VT) quando aplicada ao homem significa
"ser exterminado" (Geri. 9:11; Os. 8 : 4 ; Is. 11:13; etc) com o sentido de
morte (ver E. Kutsch, "tTtofout abschneiden," Theologisches Handwflrter-
buch zum AT /Zurich, 197]/,~77 857-860).
l 02
A frase "ungir o Santo dosSantos" não pode referir-se ao
Messias, porque os 39 empregos de godoX godcilún ("santo dos santos" ou
"santTssimo") nunca são usados quanto a uma pessoa com o possível, embo-
ra firmemente contestado, uso em I Cron. 23:13 onde a expressaohebraica
pode ser usada num sentido neutro (ver também LXX áv-ac^uat ayLo ayúju).
A Vulgata e a SirTaca têm em I Cron. 23:13 "ministrar no santíssimo."
Kei"' > Daniel, p. 348, corretamente a s s i n a l a : "A ausência do artigo nos
proTbe, na verdade, pensar sobre o lugar santTssimo do templo terreno
que foi reedificado por Zerubabel, uma vez que o lugar santTssimo do ta-
bernáculo, bem como do templo, é constantemente chamado qad&Á haqgodaAÁM
,/Tsto e, tem o artigo/." Assim, deve referir-se a unção âe um novo santu-
ário ou templo. O unTco santuário/templo a ser ungido apôs a morte de
Cristo poderia ser o do céu onde Ele estava para tornar-se Sumo Sacerdo-
te.

* * * * *
* * * *

é
é
i

é
214
SUMÁRIO E CONCLUSÕES

_Ha três aspectos fundamentais da obra expiatória de Cristo pa-


ra salvação. O centro do primeiro, aspecto e o ato de sacrifício próprio ex
piatorio de Cristo no pa|ÍMÕ""que teve lugar uma vez por todas (ep/tapax}~
sobre a cruz. Seu sacrifício expiatório no__CalvÍrio e o fundamento do se±
Çjundo aspecto da obra expiatória de salvação do nosso Senhor que se inici
ou no céu apôs Sua ascensão. Este segundo aspecto envolve duas fases dis~
tintas de Seu ministério no santuário celestial para a redenção dos cren-
tes e solução do grande conflito entre Cristo e Satanás. O terceiro e úl-
timo aspecto da obra redentora de Cristo será desdobrado em Sua vinda uma
"segunda vez" (afc deiUeAcn] para a salvação de todos que anciosamente O
aguardam (Heb. 9:28). E propósito destas pãgi_nas explorar algumas ideias
principais do segundo aspecto da obra expiatória de Cristo para a salva-
ção a qual tem lugar entre Sua vitoriosa ascensão e glorioso retorno.

I. A FUNÇÃO DO MINISTÉRIO CELESTIAL DE CRISTO

A. A Entronização e Instalação de Seu Ministério Celestial. C NT


repetidamente testemunha que apôs Sua ascensão'(Atos 1:9-11) Cristo e "as-
sentado" (Efé. 1:20; 2:6; etc.) ou M assentou-se" (Heb. 1:3, 13; etc.) ã
destra de Deus. Segundo a "presciência" de Deus o ressurreto Senhor (Atos
2:23, 24) foi "exaltado ... ã destra de Deus" {v. 33). Essa exal tacão e en^
tronizaçâo a destra de Deus e um cumprimento do divino juramento de que um
dos descendentes de Davi "se assentaria no Seu trono" (v. 30; cf .__Sal .110:
1; cf. II Sam. 7:12s). Mas a exaltação e entronização de Cristo não somen_
te cumpre profecias do VT (Sal. 110:1; 118:16) como também a própria predi-
ção de Jesus fej ta ante Seus juTzes terrestres "Desde agora estará" sentado o Fi_
lho do homem a direita do Todo-poderoso Deus" (Luc. 22:69).
A entronização celestial de Cristo representou Sua instalação em
Seu ministério celestial. O ato da entronização é seguido pelo estado de
entronização e exaltação. Durante o estado de entronização Cristo não Se
acha numa postura de repouso ou descanso inativo (l Cor. 15:25; I Re. 2:
19), mas empenh-a-se em atividade ininterrupta e aperfeiçoadora. No ato da
entronização Cristo foi instalado como Rei, Sacerdote e Profeta celestial,
a fim de i n i c i a r o segundo aspecto de Seu ministério expiatório que foi
acompanhado pelo derramamento pentecostal do prometido Espírito Santo
(Atos 2:33), um evento que foi visto e ouvido. "Quando Cristo penetrou os
portões celestiais, Ele foi entronizado em meio a adoração dos anjos. Tão
logo esta cerimonia foi completada, o EspTrito Santo desceu sobre os dis-
cípulos em ricas torrentes,.... O derramamento pentecostal foi a comunica
cão do céu de que a confirmação do Redentor h a v i a sido feita. ... como Sa_
cerdote e Rei Ele recebeu toda autoridade no céu e sobre o Terra e era o
Ungido sobre Seu povo" (AÃ, 38s).
Como devemos compreender a ideia expressa pelo repetido emprego
do quadro de estar Cristo "sentado" ou "assentado"? A analogia da entroni
zaçao de um rei terreno quando de sua coroação pode ser de auxílio. Um reT
è" oficialmente entronizado no ato de entronização quando em sua coroação
ê" assentado sobre seu trono real. Desse momento em diante ele permanece no
estado de entronização conquanto se empenha em atividades reais sem cons-
tantemente permanecer numa postura de assento. A ideia da palavra "senta-
do" ou "assentado" tem também sido ilustrada pela analogia dos delegados
assentados numa convenção. Um delegado pode ser oficialmente assentado,
e contudo caminhar ao redor, levantar-se ou deitar-se, ou mesmo ausentar-
se por um momento e ainda permanecer assentado dentro do sentido técnico
dessa palavra. Do mesmo modo a entronização de Cristo e símbolo de "status
máximo" da atribuição na execução de um continuo ministério celestial em
favor dos homens.
O fato de que Estevão vê a Cristo "em pé (htÁ£o£a) a destra de
Deus" (Atos_7:55s 56) apoia esta conclusão. Que significado existe nesta
única referencia a postura de Cristo "em pé"? Concorda-se amplamente que
ha uma distinção entre "sentado" e "em pé". O fato de estar Jesus "em pé
Í destra^de Deus" expressa a função de Cristo como testemunha e advogado
de Estevão nas cortes celestiais de Deus onde Cristo^e seu intercessor e
sustenedor (AÃ, lOOs.) no momento exato em que Estevão é condenado ã mor-
te por juizes humanos (cf. Mar. 8:38; Luc, 12:8). O ministério celestial
de Cristo tem resultados diretos para os fieis sobre a Terra]

Bi Cristo Como Sacerdote Celestial e Sumo Sacerdote. A instala-


ção de Cristo em Seu oficio celestial e o inicio de Seu ministério no céu
suscita a questão do tipo de oficio celestial que Ele ocupa e o tipodeirn_
nisterio celestial que Ele raliza.
1. Cristo como Sacerdote Celestial. A epistola aos Hebreus aplj_
ca o termo "sacerdote" (íUeAG-Lu) três vezes ao exaltado e entronizado Cri_s
to (Heb. 715; 8:4; 10:21). Não e difícil concordar com G. Theissen gue "o
pensamento do sacerdócio celestial de Cristo é o tema central da epistola
aos Hebreus." Cristo e representado como sacerdote real segundo aordemde
Melquisedeque (7:15) e, portanto, superior a todo o sacerdócio levltico^
Muitos textos do NT provêm alusões a função sacerdotal de Cristo em adição
a declarações explicitas na epistola aos Hebreus.
2. Cristo como Surno Sacerdote Celestial. Uma característica es- J
pecial da epistola aos Hebreus e o desenvolvimento de uma tipologia sumo W
sacerdotal. Detalhado estudo tem revelado que a^tipologia de Hebreus não f
Q de modo algum influenciada por idealismo platónico ou especulações fil^ J
nicas. Hebreus revela uma profunda e rica tipologia sumo sacerdotal. Cri^ ™
to e o Sumo Sacerdote celestial (Heb. 2:17; 3:1; etc) e Sua obra redento- 0
rã .e vista em termos do cumprimento antitlpico do sacerdócio levltico. Á
O chamado de Jesus Cristo para ser Sumo Sacerdote celestial (Heb. flf
5:4s) segundo a ordem de Melquisedeque (Heb. 5:6, 10; 6:20) vem como uma f
atribuição divina (Heb. 5:4) no tempo em que o Sumo Sacerdote fazia aním u

216 - •

é
cio público de que Seu Filho havia sido "exaltado acima dos céus" (Heb •• 7 •
26; cf. Atos 2:36).
A superioridade do sumo sacerdócio de Cristo é assinalada ao lon
go de Sua eterna natureza (Heb. 6:20; 7:17; 24, 25; cf. 5:6; Sal. 104:T-OJ.
O meio de acesso a Deus esta sempre aberto mediante o "misericordioso"
(Heb. 2:17},__"fiel" (2:17; 3:2), "grande" (4:14), e "santo" (7:26]SumoSa
cerdote no céu. O sumo sacerdócio de Cristo e perfeito porque Ele e "perfel
to" (2:10), "santo, inculpável, sem macula, separado dos pecadores" (7 :26~J~,
"sem pecado" (4:15; 5:1-3), e proveu o sacrifício próprio (7:25) suficie^
te e de uma vez por^todas. O sacrifício expiatório de Cristo sobre a cruz"
torna o sistema lev^tico desnecessário. Sua irrepetTvel morte na cruz foi
o preço da redenção (1SM, 343) e tem eficácia meritória (SC, 74) com base
no que Cristo atua como oferta e ofertante, como supremo Sumo Sacerdote,
que aplica em Seu ministério celestial os benefTcios da expiação sobre a
cruz (EW, 260; GC, 422).
A confirmação do sumo sacerdócio superior celestial, todo-sufi-
ciente e oerfeito vem mediante um juramento d i v i n o (Heb. 7:20-22; Sal.110:
<1). Jesus, ao contrario do sacerdócio levTtivo do velho concerto (Êxo. 28:
]_} foi apontado por juramento e Seu sacerdócio e, pois, mais glorioso e o
único capaz de mediar salvaça"o plena sob a nova aliança. Em Jesus Cristo
temos um "grande" Sacerdote (heb. 10:21) e Sumo Sacerdote (4:K) sobre a Ca
sã de Deus. ~

C* Cristo Como Mediador e Intercessor Celestial. O NT tem uma am


pia e profunda apresentação da função de Cristo como "mediador" (mc^-ctê^y
celestial. Moi_sés foi o "mediador" da lei (Gal . 3:19), mas o Sumo Sacerdo-
te celestial e "mediador entre Deus e o homem" (I Tim. 2:5) pois "a Si me_s
mo Se deu em resgate por todos" (v. 6). A mediação de Cristo combina os
ofícios tanto de Moisés quanto de Arão. Mediante o derramamento de Seu sari
gue (Heb. 10:10, 19) Cristo Se empenha num melhor ministério (Heb. 8:5)',
de uma "superior" (v. 6) e "nova aliança" (9:15; cf. Jer. 31:31-34), pro-
vendo un "novo e vivo caminho" (10:20) mediante o qual podemos "achegar-
nos conf iadarrente, junto ao trono da graça" (4:16). Na verdade o próprio
Cristo e o caminho para o santuário celestial (9:8). A mediação de Cristo
em andamento como nosso Sumo Sacerdote celestial é perfeita e de insuperã
vel eficácia de modo que nenhum outro mediador ou nenhuma outra mediação
e necessária.
Cristo também atua como intercessor celestial. O ministério ce-
lestial de Cristo inclui o aspecto de uma intercessão "a direita de Deus"
(Rom. 8:34) no sentido de atividade contínua (Heb. 7:25) pela qual os__pe-
cados dcs santos são perdoados [I Jo. 2:1). Esta atividade começou após a
ascensão de nosso Senhor "por nos, diante de Deus" (Heb. g ; 24) e continua
enquanto Cristo é Sumo Sacerdote (Heb, 6:20; 7:3). Nosso Sumo Sacerdote in
tercede individualmente por cada um que se aproxima de Deus mediante Ele
(Heb. 7:25). Ele somente e o intercessor todo-suficiente no santuário ce-
lestial. Essa intercessão "é um genuíno ato sumo sacerdotal." "Elo é nos-
so Sumo Sacerdote intercessor" (PE, 370) "oara que nós, mediante fé, arre

217
pendimento, e conversão, sejamos capacitados a tornar-nos participantes da
natureza divina, ..." (E.G. White, MS, ]_906)_._ Mediante a constante media-
ção e intercessão de Cristo todos os fieis são sustentados e apoiados e
tem a chave para o crescimento espiritual e a perfeição cristã.

II. A ESPERA DO MINISTÉRIO CELESTIAL DE CRISTO

A. A Tipologia do Santuário Terrestre e Celestial. Se Cristo


atua como Sumo Sacerdote celestial e esta empenhado em urii ministério me-
diatõrio e intercessÕrio, então surge a questão sobre a esfera de Seu mi-
nistério. L a questão da natureza do santuário celestial. A tipologia do
santuário no NT quanto ao esquema espacial de "celestial-terreno" com o
correspondente esquema de "passado-presente-futuro" prove uma clara solu-
ção. Onde ha um Sumo Sacerdote celestial, deve também haver um santuário
celestial (cf. Heb._8:l, 2; 9:8, 1 1 , 23, 24). Com base nessa tipologia bjí
blica uma compreensão abrangente da esfera ou lugar do ministério celes-
tial de Cristo e provida.
B. O Santuário Celestial no VT. O crente durante os tempos do VT
sabia da realTcfifde d~e um santuário ou templo celestial. Vários saímos fa-
lam repetidamente de um "santuário" (Sal. 60:6 /8J; etc.) ou "templo"
(Sdl . 11:4; 18:6) que esta Tocaiizado'no céu. Os profetas IsaTas, Miquéias,
Habacuque, e Jcnas testemunham da realidade de um templo celestial. O li-
vro de Daniel significativamente contribui para nossa compreensão de um
santuário celestial (7:9-10, 13, 14; 8:13, 14; 9:25)'.
Testemunhas-chave da real idade do santuário celestial são Exo.
25:9, 40 (citados em Atos 7:44, Heb.';'8:5)'.":Estes textos informam a Moisés
que ele deve erigir um santuário segundo o, "modelo" (tabuZt) que lhe foi
mostrado em visão.' £ste e outros textos' parecem levar'as seguintes conclu_
soes: (1) A origem do tabernáculo terreno ê o'resultado de uma'visão ce-
lestial. (2) O Santuário'terrestre não e'o original, mas uma "figura (-£//-
po&) de :uma realidade supraterrena'.'''(3) O santuário terrestre'e construí-
do segundo uma'"maqueta" celestial, isto e» uma representação .em miniatu-
ra do verdadeiro' santuário celestial. Isto significa que o santuário ter-
restre é a "figura, e sombra" (Heb. 8:5) da ! verdadeira existência dos pa-
drões celestiais,'"mas não a sombraJde uma sombra." O VT prove abundante
evidência da existência de um santuário (ou templo) celestial onde o Re-
gente do Universo está entronizado, cercado por miríades de seres e adora_
do em gloria. •
C- O Santuário Celestial no NT. O livro de' Apocalipse contém
significativas seçoes que provêem informação explícita concernente a um
santuário celestial concreto. João vê o 'santuário celeste em visão. (Apõe.
. 1 1 : 1 9 ; 15:5) com seu trono (4:1 , 2; 7:15)"' Ele testemunha -'o 'mobiliário
tanto do Lugar Santo (4:5^ 8:3) e do Santíssimo (11:19). O santuário ce-
lestial 'tem vastas dimensões' contendo miríades de anjos assistentes (5:
1 1 ) de modo que "nenhuma'estrutura terrestre' poderia representar sua va_s
ti dão e sua gloria" (PP, 357). O livro'de Apocalipse traz em foco o san-

218
tuário como o lugar a partir do qual o destino dos homens e decidido e o
juízo se desenvolve; faz d i s t i n ç ã o entre o céu como céu e um santuário de
dois compartimentos nci céu ( 1 1 : 1 9 ; 14:15, 17; 15757-
O segundo documento do NT no qual o tema do santuário celestial
ocorre mais^concretamente é a epTstola aos Hebreus. O Sumo Sacerdote Je-
sus Cristo G um "ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o
Senhor e r i g i u , não o homem" (Heb. 8:2), isto e, o santuário celestial co-
mo um todo. O santuário "verdadeiro" (9:24; 3:2) existe no céu. O santuá-
rio terrestre era apenas "figura e sombra" (8:5) desta real idade celestial .
Em heb. 9:1-5 o santuário terrestre com seus dois compartimen-
tos, "o primeiro tabernáculo" e o "segundo tabernáculo," é descrito de mo
do tal a DÔr em foco o m a i s destacadamente possível a distinção e signifT
cãcao independente tanto do Lugar Santo ("primeiro tabernáculo") e Santfs
."segundo tabernáculo"). Os vs. 6, 7 falam sobre o ministério "dia-"
c" ou f-ontTnuo e o "anual" levados a cabo em cada compartimento respec-
V ?r

"Tendo esboçado o santuário terrestre e seu ministério como ope-


ranrjo em amoos os compartimentos, o escritor, começando com Heb. 9:o, re-
laciona isso t i p o l Õ Q i c a e parabolicamente {v. 9) com as realidades celes-
t i a i s sob o novo concerto. Em 9:3 "o primeiro tabernáculo" abrange a tota
l i d a d e do santuário terrestre da velha a l i a n ç a e o segundo tabernáculo,
que e agora designado "o santuário" (ta liagía} e denominado "o maior e
mais perfeito taoernáculo" em 9 : 1 1 , refere-se a "totalidade do santuário
c e l e s t i a l " com ambos os compartimentos. Com base em tal evidente tipolo-
gia vertical da a n a l o g i a terrena-celestial e original-copia a realidade
de um santuário celestial de dois compartimentos e esboçado na epTstola
aos Hebreus. Isto tem sido corretamente reconhecido por um numero de estu
diosos recentes. Entre estes esta G. Theissen que sugeriu que em Heb. 9
"como resultado de uma coerente aplicação do esquema de original-cópia de
vê existir no céu um santuário de dois compartimentos tal como sobre a Ter
rã." A realidade de um santuário de dois compartimentos no céu como retra
tada na epistola aos Hebreus concorda com a evidência do VI bem como com
a do NT.
Um exame sucinto de algumas das interpretações alternativas do
santuário em Hebreus pode ser conveniente: (1) Uma antiga "interpretação
e c l e s i á s t i c a " sustenta que o santuário em Heb. 9:11 não e uma realidade
c e l e s t i a l , mas â igreja. A p r i n c i p a l objeçao é que desde que Cristo "pene
trou os céus (4:14) para tomar Seu trono (8:1, ?} Ele teria que passar pé
Ia igreja. Mas, ao contrario, Hebreus mantém que a igreja deve passar
através de Cristo, Seu mediador, para v i r ao trono celestial da graça (4:
14-16; 3:6; 9:15; 10:19, 20; 13M5). (2) í\o cri stológica"
sugere que o "verdadeiro tabernáculo" é a natureza humana de Cristo glori
ficada mediante d qual se pode aproximar de Deus. Um problema destacado
nesta opinião é que "o maior e mais perfeito tabernáculo" não pode refe-
rir-se ao corpo e humanidade de Cristo uma vez que as palavras "não desta
criação" f 9 : l l ) não teriam a p l i c a ç ã o neste caso. (3} A "interpretação eu-

219
carTstica" toma o tabernáculo como referindo-se ao corpo glorificado do
qual se participa sacramentalmente na eucaristia. Esta^nova opinião cajto
lico-romana não tem apoio no texto. (4) A "interpretação cosmológica"e_ a
mais proeminente hoje. Alega que Jesus, apôs Sua ressurreição e ascensão,
penetrou os céus, que são identificados como o Lugar Santo, a fim de ene
gar a presença de Deus, o Santíssimo, que alguns identificam como os céus
mais elevados ou o céu dos anjos. Muitos apoiadores desta interpretação
reconhecem uma parte da analogia tipolÕgica, ou seja, que o equivalente
celestial do santuário terrestre consiste também de dois compartimentos.
Mas estes são interpretados simbolicamente como duas esferas mediante a
qual Cristo passa. Critica incisiva tem sido apresentada contra esta opj_
nião: (a) Se o tabernáculo de 9:11 é simbolicamente interpretado como pas_
sando através das regiões celestiais pelo assunto Senhor em Seu caminho
ao Santíssimo, então uma contradição é criada com respeito ao "verdadei-
ro tabernáculo" de 3:2 que contem o trono de Deus no céu. Portanto,os ta
berniculos mencionados em 8:2 e 9:11 devem ser considerados idênticos.
Ambos levam adjetivos que definem sua realidade superior, e ambos referem_
se ao santuário celestial como um todo. (b) A equação de "tabernáculo"
com regiões celestiais ou o próprio céu não faz justiça ao emprego de He_
breus onde 05 céus são duas vezes designados como parte__desta criação
("hlO-12; 12:26, 27), enquanto o "tabernáculo" de 9:11 e referido como
"não desta criação." (c) Quando o termo "tabernáculo" e empregado para
uma realiade não-terrena, a epístola aos Hebreus tem sempre o santuário
celestial como um todo em mente, (d) A interpretação cosmológica e inco-
erente. Reconnece tipologia literal mas aplica-a simbolicamente, (e) A
interpretação cosmológica cria uma contradição. O VT e NT testemunham
quanto I realidade de um santuário de dois compartimentos no céu, majs a
interpretação cosmológica de Hebreus somente concede que o próprio céu se_
já o santuário.
Evitando-as armadilhas dessas interpretações simbólicas e rec£
nhecendo a coerência da tipologia e contexto bíblico os adventistas, júri
tamente com muitos exegetas, tem reconhecido que a epístola aos Hebreus
testemunha de um santuário de dois compartimentos no céu (3:1, 2, 5; 9^8,
1 1 , 12, 24, 25; 10:19; cf. 13:11} onde Cristo leva a efeito Seu ministé-
rio sumo sacerdotal de duas fases. Os estudiosos que adotaram uma inter-
pretação simbólica, não-1iterai do santuário em Hebreus admitem franca-
mente que a interpretação não-simbóliça "obviamente concorda com a letra
do texto." Sem demorar-se sobre este ponto pode-se notar que a posição de
de que a epístola aos Hebreus fala de um santuário de_dois compartimentos
no céu, sustentada pelos adventistas em geral, e também mantida pelos pro-
fessores_H. Windisch, J. Schneider, W. Michaelis, 0. Hofius e outros em
nosso próprio tempo.
Em Heb. 9:24 e afirmado que Cristo entrou no próprio céu. Este
texto não equipara o céu com o santuário, mas enfatiza que Cristo entrou
na esfera celestial em que o santuário esta localizado, onde Seu ministe_
rio sumo sacerdotal é levado a efeito. Esta passagem demonstra uma vez
mais que a entrada de Cristo no céu marca o inicio do segundo aspecto do
ministério expiatório que continua {7:3; 10:12, 14) ate que Ele retorna
a segunda vez (9:28).
220
C
r
III. A NATUREZA DO MINISTÉRIO CELESTIAL DE CRISÍO

A. A Tipologia do Ministério Celestial de Cristo. Nas duas par-


tes previas abordamos brevemente os pontos de destque da Tunção ou papel
do ministério celestial de Cristo e a esfera ou lugar onde e desempenhado.
Agora volvemo-nos ã terceira parte que completa a progressão lógica. Temos
visto que onde ha um Sumo Sacerdote celestial, deve haver também um santu
ário celestial; e onde ha um santuário de dois compartimentos no céu, de~
vê haver também um ministério celestial em duas fases. Isto se segue a uma
tipologia horizontal do ministério dos sacerdotes e sumo sacerdotes ter-
restres que serviam respectivamente o "diário" e "anual" numa "figura e
sombra das coisas celestiais" (Heb. 8:5), Esta analogia da tipologia do mi_
nisterio terrestre em duas fases e sua correspondência ao ministério ce-
lestial de Cristo em duas fases tem sido mantida pelos adventistas como
parte da teologia bTblica por longo tempo. Recentemente um estudioso do NT
sumariou isto de modo conciso: "O serviço ministerial que Cristo cumpre
no céu tem urn aspecto duplo que corresponde a divisão do tabernáculo num
Lugar Santo e um Santíssimo." O ministerio_de Cristo de duas fases no san
tuãrio celestial tem seu paralelismo tipologico no sacerdócio do VT.
B. A Primeira Fase do Ministério Celestial de Cristo.
__ noss°
Sumo Sacerdote ministra no santuário celestial qua e a natureza precisa
do ministério que Ele desempenha na primeira parte desse santuário? A p r __
meira fase do ministério de Cristo corresponde ao ministério "contínuo"
do sacerdócio levítico, mas é a e^e superior. O derramamento pentecostal
do Espírito Santo foi a comunicação divina da confirmação de Cristo em Seu
ministério celestial (Atos 2:33). Por meio do Espírito Santo o Cristo em
Sua ministraçao sustenta a igreja e vindica os crentes diante de seus inj_
migos (Atos 7:55, 56) .
A mediação de Cristo entre homem e Deus (I Tim. 2:5; Rom. 8:34}
com base numa superior aliança (Heb. 8:6) torna o acesso do homem ao tro-
no da graça uma constante realidade. A atividade intercessoria de Cristo
(Rom. 8:34: Heb. 7:25; 9:24) envolve entre outras coisas o perdão dos pe-
cados (I Jo. 2:1, 2) e a apresentação das orações e ofertas do homem como
sacrifícios espirituais. Em harmonia com a correspondência tipologica,
Cristo intercede mediante Seu próprio sangue (Lev. 4:3; 16:6, 15; Heb. 9:
13) e transfere o pecado do homem em figura e em fato ao santuário no céu
(GC, 418, 421). Enquanto o pecado nos contamina, o sangue de Cristo nos pu
rifica (I Jo. 1:7; Apõe. 1:5), e o santuário celestial contaminado.
Cristo intercede junto ao Pai, mas não apazigua um Deus irado a
fim de mudar Sua opinião ao pleitear Seu sangue. O Pai aceita os^benefí-
cios do sacrifício expiatório de Cristo e proclama a reconciliação do ho-
mem junto a Si, operada por Seu Filho.
C. A Segunda Fase do Ministério Celestial de Cristo. A segunda
fase do ministerio
ministério de Cristo no santuário "cclestial corresponde tipologi-
camente ao ministério
ministério "anual 11 do sumo sacerdote no Dia da Expiação. O sa-
crifício diário com o sangue levado ao santuário transferiam o pecado do

221
i

é
povo ao santuário, como resultado precisava ser purificado no Dia da Expia- ^
cão (Lev. 16:19). A 'ideia de purificação e predominante no termo hebrai-
co knpt "fazer expiação," que e empregado 16 vezes em Lev. 16. Expiação
envolve purificação e eliminação do pecado (Jer. ]_8:35). O Dia da Expia-
ção, alem de ser^um dia de purificação e eliminação do pecado, era tam-
bém um dia de juTzo (Lev. 23:29; cf. Eze. 18:24) e assim de separação e
decisão e, portanto, também um dia de vindicaçao. O crente era vindicado
quando achado não culpado (Lev. 23:29) e Deus era vindicado conforme a
justiça prevalecia.
Esses momentosos eventos associados com o santuário terrestre
fazem parte do que o NT designa como "figura e sombra das coisas celestj_
ais" (Heb. 8:5). Assim como o ministério terrestre tinha culminância no
ministério sumo sacerdotal no Dia da Expiação com seus__aspectos de puri-
ficação e eliminação do pecado, julgamento, e vindicação, assim a segun-
da e final fase do ministério sumo sacerdotal de Cristo é o clTmax de Sua
obra celestia} no santuário no Santíssimo, ^onde, de igual modo, purifica
çao, eliminação de pecado e vindicaçao estão envolvidos. O santuário ce-
lestial precisa ser purificado (ka£kasU,z&>tlvU) com melhores sacrifícios
(Heb. 9:23, 24). Isto também é afirmado em Dan. 8:14.
Assim como no santuário terrestre o sumo sacerdote entrava no
lugar santo ao final do ano ritual apôs os pecados terem sido transferi-
dos para o santuário,_tambem é de se esperar que Cristo iniciasse a segim
da fase de Seu ministério no santuário celestial pela última parte de Sua
mediação celestial. Em Heb. 12:22-24 o espargir de sangue é ligado a
ideias escatolÕgicas tais como Deus, o juTz (12:23, 29; Tiago 4:12;_5:9),
a assembleia de miríades de anjos (Heb. 12:22) e os crentes que estão ins_
critos nos livros do céu (v. 23) sendo tudo isso aspectos essenciais das
cenas de juízo apocalíptico de Dan. 7:9-10, 13, 14, 22, 26. Os adventis-
tas não estão sós em seu reconhecimento de gue estas passagens em Dan. 7
se referem a um julgamento pre-Advento também chamado juízo investigati-
vo. Este juízo é realizado apôs o poder do chifre pequeno perseguir os
santos_, e antes que o reino eterno seja entregue a eles como a seqtiencia
cronológica de Dan. 7:21, 22 claramente indica, isto e, apôs 1798a antes
do segundo Advento. O início do juízo pre-Advento e precisamente determj_
nado na visão de Dan. 8 e sua interpretação concludente de Dan. 9. O pon_
to de início da profecia dos 2.300 dias de Dan. 8:14 é encontrado no pri-
meiro decreto de Artaxerxes de 457 A.C. segundo Dan. 9:24-27, e sua con-
clusão deve então cair no ano 1844 A. D., marcando o início da segunda fa_
se do ministério celestial de^Cristo. Esta fase corresponde tipologica-
mente ao grande Dia da Expiação com seus aspectos de purificação, elimi-
nação de pecado, juízo e vindicaçao.
Em Dan. 8 a indagação sobre quanto tempo a obra contínua (v . 13)
prosseguira ê respondida: "Ate duas mil e trezentas tardes e manhas; e o
santuário será purificado" (v. 14). A forma nifal hebraica YiL^daq apare-
ce somente aqui no VT e tem recebido muitas diferentes versões. As anti-
gas versões gregas (LXX, Teod.) traduziam "purificado" usando^uma forma
do mesmo verbo empregado novamente em Lev. 16:19 da^purificaçao do santu
ãrio no Dia da Expiação e em Heb. 9:23 da purificação das coisas ceies-

222
tiais. A ideia de purificação e parte do sentido do termo hebraico de Dan.
3:14 mas as conotações de por em ordem, j u s t i f i c a r e vindicar parecem tam
bem ser parte de suas nuances de sinnificeoj. Este escopo mais amplo de""
"purificar" o ronttj-irio f; realçado pelo contexto do Dan. 7-9.
Entre as revelações-chave de Dan. 7-9 estão os ataques do c h i -
fre pequeno contra os santos de Deus (7:22s., 25-27; 8:24), a divina tabe
Ia de tempo e a lei (7:25; 8:12), e o santuário com seu sistema mediato-""
rio e mediador (7:20, 25; 8:11-13). A fase eclesiástica do poder do chi-
fre pequeno introzudiu um mediador falso, um falso sistema mediatõrio, e
um sacrifício blasfemo (8:11, 12). Esta interferência nas prerrogativas
divinas e limitada a um período definido de tempo. Começando com o fin do
período de 2.300 dias cm 1844 Cristo iniciou a segunda e final fase cê Seu
ministério mediatõrio no santuário celestial e a partir desse tempo a re-
velação progressiva do ministério celestial de nosso Sumo Sacerdote en
duas fases é proclamada em sua plenitude sobre a Terra. Desde 1344 o ete^
no destino do santos de todas as eras está sendo determinado com "rrevo-
gãvel finalidade no julgamento pre-Advento (Dan. 7:9, 10, 13, 14; 8:14;
Apõe. 11:1-3) por meio de um exame ou investigação dos livros (Dan. 7:10;
u eb. 12:2: ; Apõe. 1J :l-3); cf. I sã. 4:2, 3). Parte desta fase final é a pu
í-1'icaçao do santunrio celestial (Dan. 8:14; Heb. 9:23, 24; cf. Lev. 16:
19) da contaminação acumulada dos pecados dos santos e a purificação de
"nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo.'" (Heb. 9:
K). Mr-diante todos estes aspectos da fase final do ministério celestial
do Cristo, o santuário celestial com o trono de Deus e vindicado diante do
univorso e o povo de Deus é igualmente vindicado.
As profecias de Daniel e Apocalipse juntas com a revelação da
obra de Cristo no céu, como contida tanto no VI como no NT apontam repeti
darnente a segunda e f i n a l fase do m i n i s t é r i o suno sacerdotal cie Cristo no
santuário c e l e s t i a l . Esta obra envolve os aspectos de purificação, e l i m i -
nação ao pecado, juTzo e a vindicaçao de Deus, de Sua verdade e Seu povo
sobre a Terra. Esta obra sumo sacerdotal f i n a i de mediação, intercessão,
juízo e vindicaçao constitui uma importante parte na resolução da luta mi
lenar do pecado contra a salvação. Satanás contra Cristo, a que todos os
homens são atraTdos. O que está se passando no céu hoje, nessas horas fi-
n a i s d,i historia humana, e da mais absoluta importância para a preparação
cia Segunda Vinda de Cristo e, portanto, do terceiro aspecto da obra de
Cristo. L também de v i t a l significação para as questões finais no triunfo
da igreja remanscente de Deus.
Entender, pregar, e ensinar a plenitude do ministério mediatõ-
rio de Cristo em duas fases no santuário celestial significa (1) ingres-
sar numa mais profunda e rica experiência com nosso Salvador, (2) procla-
mar um evangelho completo, e não parciel , (3) trazer homens e mulheres
perdidos a plena luz do plano de redenção de Deus com a parte transmisso-
ra de vida da verdade do santuário, (4) criar uma consciência da signifi-
cação da nrando hora do juízo de Deus (Apõe. 14:8-12), e (5) realizar pré
paraçlo para enfrenta-lo mediante nosso Senhor Jesus Cristo. Maranata (i
Cor. 15:22; Apõe. 22:20):
• -n- í- -K -K • <i * A B -n K -K -K Te •* -K*-**-*'*******:
+
TRADUÇÃO: A^íiiw^íu G. .o-i-tíc/
^c.£o S. A. L. T..
* ' f
\A - D.F. *" *
-r
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** 1931
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