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Pande sinn

Revista de Espiritualidade - Ano XL 1986


Uma publicação da Editora Vozes Ltda.
CP90023 Rua Frei Luís, 100 25689
Petrópolis, RJ/Brasil1
SUMARIO

grande sinal de abertura


EDITORIAL/O Escândalo da Cruz e a Libertação 83
L. BOFF/A Igreja como Mistério e a Libertação integral 85
Em denso e substancioso artigo, Frei Leonardo nos mostra,
esboçando um grandioso e multicolorido painel, o que é
a riqueza do tema Igreja-Mistério. Os diversos significados
de Mistério: plano histórico-salvífico, Jesus Cristo em
Pessoa, fatos da vida terrena de Jesus, a própria lgreja,
tudo enfeixado na "coexistência sem confusão e sem se
paração do dado humano com o divino, do eterno com o
temporal, do invisível visível". E amplamente de-
com o

senvolvido o tema lgreja-Mistério, desmentindo assim,


cabal
de dizer
e claramente, a acusação daqueles que gostam
reducionismo
que os teólogos da Libertação fazem puro
SOciológico e político da realidade sacramental da lgreja.
de L. Boff,
Este artigo é parte de uma obra de fôlego
circulação. 0 livro se intitula
que estará brevemente em A lgreja que nasce
Ea lgreja se fez Povo. Eclesiogênese:
CID, Editora Vozes, Petrópolis
da Fé do Povo", da coleção
1986.
Vida Espiritual
107
H. D. BAGGIO/Caridade e
meditar sobre a virtude teologal
rei Hugo nos convida a sobre a qual já se debruça-
a caridade, palavra-realidade
detidamente místicos
e teólogos, sem con-
aiamorosa inexaurível conteúdo. Insis-
e
esvaziar-lhe o rico e
Seguirem irrepetivel do Amor.
e
FreiHugo no aspecto pessoal originalidade
amante não deve temer a
que a pessoa
81
SÍNODO EXTRAORDINÁRIO:
ENTRE ANGUSTIAS E
ESPERANÇAS
de um Sínodo Ex
A realização tas fora dos
Patriarcados das
traordinário (SE), desejada por Igrejas católicas, Presidentes de
é sem dúvida uma
Toão Paulo l1, Conferências Episcopais, Prelados
grande dádiva e ótima oportuni. postos em cargos diretivos na
dade para toda
a 1greja que Cúria romana, o Secretário-Geral
celebrar eficazmente do Sínodo, três
Dode, assim, religiosos repre
do Concilio e ques- sentantes dos Institutos
a memória religiosos
tionar-se sobre a recepção das clericais e alguns eleitos pelo pró-
dádivas concedidas pelo Senhor prio Sumo Pontífice), dos quais
intencionada pelo 63 haviam tomado parte nos tra-
naquela ocasião,
como novo Pen- balhos do Concílio Vaticano II.
Bom Papa João
de um estudo Outros participantes são designa-
tecostes (palavras
"REB-Revista Ecle dos ajudantes da Secretaria Es-
publicado in:
siástica Brasileira", fasc. 179, pecial, entre os quais se destaca
se
tembro de 1985, p. 472, e inti o teólogo alemão Walter Kasper,
tulado: "Sinodo Extraordinário coadjuvado por outros 12 teólo-
1985 entre angústias e esperan- gos. Havia ainda auditores e
com amplo e profundo es- auditoras, entre osS quais se con-
ças",
tudo sobre o alcance e o sentido tavam religiosos e religiosas. Ha-
desta celebração e balanço crítico via também alguns convidados
dos primeiros 20 anos de pós- especiais (sem direito a voto,
mas podendo oferecer um
Concilio). "teste
Este Sinalizando tenta oferecer
munho") e, finalmente, alguns
observadores-delegados (de outras
a0s leitores e leitoras de "Grande comunhões e confissões crists).
Sinal uma idéia aproximada do Entre os leigos que tomaram
que foi o grande Sínodo Extraor- parte neste SE se incluía o bra-
dinário, realizado entre os dias sileiro Tibor Sulik, lider sindical.
25.11. e 08 12.1985, para ce A nível hierárquico, foram do
lebrar, veriticar e promover o Brasil, para o SE, Dom Eugênio
Vaticano II (1962-1965), e apre- de Araújo Sales, Cardeal-Arcebis-
senta alguns dos ecos que
pro- do Rio, Dom Aloísio Lorschei-
vocou no seio da opinião
opinião pública.o
pública. der, Cardeal-Arcebispo de Forta-
leza, CE, e Dom Ivo Lorscheiter,
Participantes Presidente da CNBB.
bste SE teve 165 participantes Participante privilegiado foi sem
Ccom direito a voto (Patriarcas, dúvida como destacaram todos
Arcebispos maiores e Metropoli- os cronistas do SE -João Paulo
139
e detinira apenas o primado pe
trovertida (e ås vezes
trino ea intalibilidade pontifí-
Teologia da Libertação;perseguida)
cia). E. last but not least, a vo- nou, enfim, uma determi
cação universal à santidade e o dência centralista inversão na
da Cúria ten-
sacerdócio comum dos fiis, acen- mana Ro.
tuando a dignidade de cada mem- (fortalecendo
autoridade de cada poder o
e a
bro de Cristo e de todos os fiéis. ordinário local
e
aprovando exercício
o
A grande crise do pósConcilio
legialidade, especialmente daatravés
das
Co.
Conferências
Neste SE, segundo osEpiscopais) .
Mas nem tudo, nesses 20 anos,
do "Newsweek", jornalistas
foi pacifico consenso. Indubitavel- ouviram-se vo-
nente, soprara um vento novo
zes
pessimistas
otimístas. Os
e
na lgreja Romana. As estreitas pessimistas pareciam
linhas do antigo Código de Di- Vaticano II todos osatribuir ao
males
reito Canónico estavam muito Igreja: escassez das na
apertadas. para conter as novas cerdotais e religiosas;vocações sa-
ondas de vitalidade que irrom- no de milhares
o
abando-
de padres e re-
plam por rodos os lados. Certa- ligiosos; a menor freqüência à
mente, o Concilio Vaticano II Missa e a outros ofícios
não definira novas verdades sos; a invasão do religio-
dog Um bom secularismo.
máticas; não formulara nenhum exemplo foi o célebre
anatemarismo. E surgiram as cri
ses. Uns andzvam mais depressa Rapporto
deal Joseph sulla Fede",(cf.do"Gran-
Ratzinger Car
Car
pelos caminhos da renovação; de Sinal", outubro de
forme sobre a Fé", 1985,
outros 1am a
"In-
passos mais lentos; p. 621-631).
outros hesitavam e
pensavam: Quanto aos chamados
Mas esta não é mais sistas", admitem que haja "progres
a em
que nasci
aquela Igre crise
e fui criado!" na
igreja, mas é crise de auto
Desta crise nos dá
ridade. Consideram a crise con-
uma boa idéia tudo
2
reportagem de Newsweek", estimulante e
destruidora. Mas criativa, não e
ed. de
dezembro de 1985 (p. 44-
os
jornalistas
48). Segundo os ingleses confessam:
Vaticano jornalistas ingle captar numa só
não pode se
ses, o
verdadeira representou iqueza complexidade imagem toda a
"revolução"
Romana: estimulou Igreja
na de um
e
os fiéis a organismo como
contrarem novas
a en-
com mais
a
Igreja católica,
de 820
pressão para sua formas

de ex
membros, espalhados por tolos milhõcs de
aval cristä; decla-
liberdade religiosa; deu Os
rou que continentes,
hoje cultural
uma Igreja
que é
justiça procura da paz
é algo intrínseco à tarefa
e da
diversificada
e
racialmente mais
evangelizadora e
abriu, com isso, nunca.
e
complexa do que
quadro Esboça-se,
o
caminho para seguir,
a
um
a
hoje tão con- das
principais
142 ticas do caracterís-
catolicismo norte-ameri-
por iss0, ve-se agra-
talismos. sem cair
em
agra-
triu fundoWmpreendi
LWmpre eendida deJIelidade,
de ormidade;ser
gialidade, deve
modo mais pro-
No seu
pleno. praticada de mais pro-
rado Outro ponto modo mais
segundo
sentado em aula relatório, apre-
29.11.85, sinodal no apre- conciliar,atritos,
é neste que tem ge
o período ge-
no dia
cerrado as quando se tinham en- tério-teólogos. Adas esterelações
pede que
pós-
pós
magi s
magis-
respeito
-
se
quase
ões orais dos 140
interven-
interven nicação se estabeleçam
mais
respeito
comu- se
Cardeal Danneels Padres,
(sintetizandoas
disse o tenso
diálogo estreita e mais
mais
comu-
in-
entre in-
intervenções)
her que é
preciso aco
logos,
funda para
bispos
compreensão e teó-
teó
o
rito e em
Vaticano II "em aco- da té. Na mais pro-
sua
seu espí-
espí- creta de
seu
parte mais con-
tradição letra", à luz da
29.11.85, o relatório, de
Sinais integral da lgreja e
dos dos
e dos elencava os Cardeal Danneels
frisou tempos.
alguns temas
Em seguida, conclusões seguintes pontos:
se
pode Que
levar tirar para
que mais particulares,
Padres tinham preocupado osOS nas
ao
Santo Padre? Que
Que fazer
sinodais: não tem lgrejas particulares fazer
um
sentido os fiéis que
para que
de antropocentrismo
lado que Concílio? pratiquemconheçam e
Deus
a ponha
ponha
e o Qual fruto direto o
o
Deus permanece sagrado, pois imediato deste Sínodo? e
da o
tundamento
dignidade
dimensão humana, e sem uma Enfim, no relatório
teocêntrica tio final ("Rela
dos direitos a
promoção finalis"), elaborado às véspe
base". O humanos peca pela
ras do
base encerramento do SE, c
do
do verdadeiro cuja redação
Concílio
toda a é ajornamento
relembrar, João Paulo II,
foi
o
aprovada por
mesmo
to e
ênfase,
de sua
com
Com
mistério de Cris-
o Danneels fez uma síntese Cardeal
de tudo
Igreja. A
pastoral que se
estudara, refletira e
144 debatera nos 15 dias
dias de
de assem
a3>u
tista: e a mulher pede sempre
deve prestar
participação na vida social sagrado; na atenção à fome do
maior
sinodal (ct.
texto integral Na primeira
e na lgreja. Como abordar e so- parte do rela-
de Deus, pregaçao da
bléia relatório in: "L'Osserva- tório final,
seu
lucionar todos esses problemas
sição entredeve-se superar Palavra
a
deste
tore Romano", ed. portuguesa de
sugere o
Danneels: que se ponha em
Cardeal
sem cair em simplismos nem con-
"dever tareta opo- prá-
flitos? O Cardeal sintetiza as
de doutrinal" a pastoral"e 22.12.85, P 2-8). A síntese, tica lgrejas particulares um
nas
sugestões, para solucionar essa te
comunhão deve ser eclesiologia considerada tel1Z por muitos plano pastoral, para os anos pró-
problemática, deste modo: a res valorizada, pOis toi novamen-
observadores, tem o seguinte tí.
ximos, de estudar mais
ampla
centrale "a idéia tulo: "A greja, na Palavra de
profundamente
e
cumentos tundamental dos do-
posta eclesial não se deve redu- os textos
Deus, celebra os mistérios de concilia-
zir a medidas disciplinares e me- conciliares"; res. Dê-se ampla difusão aos
com o deve-se to-
mar cuidado Cristo para a Salvação do0 tex-
ramente administrativas; deve-se tos dos
(que gera pluralismo Mundo. documentos; insista-se na
ter odevido sentido histórico; levar à perda contraposição
da
e
pode
formação dos candidatos ao sa-
um ponto toi trisado em
muitas unidade)
substituí-lo pela pluriformidade; e Celebrar, verificar e promover cerdócio, em contato diuturno
respostas: "o Espírito Santo não com a sadia doutrina
quanto à o Concilio Vaticano II conciliar;
compreendidacolegialidade,
abandonou a sua lgreja nestes deve recorra-se aos sinodos
úlinos 20 anos. Deve-se de modo ser diocesanos
agra fundo e praticada de mais pro- Este foi o
primeiro ponto desta-
e outras
formas de assembléias.
decer por isso, triun-
pleno. Outro ponto quemodo cado
sem cair em
mais no Relatório Final do Car-
falismos. deal Preocupações dos Padres Sinodais
rado atritos, neste tem
ge Danneels; foi atingido o
conciliar, é período pós- objetivo para o qual o Papa Na
No seu segundo relatório, apre-
o das
relações magis- convocara. O SE
o segunda parte de seu Rela-
sentado em aula sinodal no dia tério-teólogos. A este respeito se pôde reviver
experiência espiritual do Vatica-
a tório final, o Cardeal
sintetiza
29.11.85, quando se tinham en- pede que se estabeleçam alguns pontos que
cerrado as nicação mais estreita comu- no II,
vivenciando de novo "a maior preocupação entredespertaram
quase 140 interven- e mais os
Pa
tenso in- comunhão no único Espírito, na dres sinodais, a saber: o
gões orais dos Padres, disse o diálogo entre bispos e teó única fé e da Igreja; as fontes
Mistério
Cardeal Danneels logos, para esperança e na única
funda da fé.compreensão
(sintetizando mais vitais
lgreja católica, bem como na lgreja (a Palavra de Deusparae
as
intervenções) que é preciso aco- Na parte mais pro- a
Iher Vaticano II "em creta de seu con unanime vontade de traduzir o
a
Sagrada Liturgia); a Igreja
rito
o
seu espi- relatório, de
29.11.85, o Cardeal Concílio na
práxis e na vida da como
comunhão; a missão da
e em sua
letra", à luz da Danneels Igreja. Não lgreja no mundo. Nesta segunda
tradição integral da elencava os seguintes se pode negar
Igreja e dos
pontos:Que também observa o mesmo Rela- e útima parte, há também su-
sinais dos tempos. Em seguida, conclusões se pode tirar tório
frisou alguns temas levar Santo Padre? Que para
ao
que se vêem sombras gestoes práticas, como por exem-
que mais tinham
particulares, nas
Igrejas
fazer e luzes na aceitação do Concílio, plo: deve-se examinar e estudar
Padres sinodais: no preocupado os
Os fiéis
particulares para que e se apontam logo as causas ex
como pör em prática a
teologia
tem sentido conheçam e
pratiquem o ternas e internas dessas dificulda- da cruze o mistério paScal na
um
antropocentrismo Concílio? Qual o fruto direto e pregação, nos sacramentos e na
de lado Deus e o
a
que ponha imediato deste Siínodo?
des (entre as causas internas, vida da lgreja; examinar a teoria
"Deus permanece o sagrado, pois merecem destaque: leitura parcial e a práxis da inculturação; a
da
dignidade humana, fundamento
e sem
uma
Enfim, no relatório final
tio finalis"), elaborado ("Rela-
e seletiva do Concílio, interpre
tação parcial de sua doutrina,
opção preferencial pelos pobres;
dimensão teocêntrica às véspe- a doutrina social da lgreja em
dos direitos
a
promoção
humanos peca ras do
encerramento do SE, e
timidez na aplicação da verdadei- relação à promoço humana em
base". O
verdadeiro pela cuja redação foi aprovada por ra doutrina conciliar, eclesiologia circunstâncias sempre novas.
do Concílio é ajornamento João Paulo II, o mesmo Cardeal unilateral apresentando apenas
toda a
ênfase, com relembrar, Danneels fez uma síntese de tudo aspectos institucionais da Igreja, A presença brasileira no Sinodo
to e
o
de mistério de Cris- com esquecimento do seu aspecto
sua
Igreja. A Oque se estudara, refletira e
pastoral debatera nos 15 dias de assemn-
de mistério, faltou às vezes o cor A este SE compareceram
prelados brasileiros, Dom Eugê
três
144 reto discernimento dos espíritos).
145
1
Presidente
Dom Ivo, inter
mesmo
outra
pobre: O fez ainda
clara,
o
C r i s t o
da CNBB, e
muito
ológicas, mas corajosa Liber-
e
com
venção, da
por razões sociol
Teologia
nio de Araújo Sales, Dom Aloi
eles
e ao
defesa da
Bispos,
encontra
com E v a n g e l h o
como em se
sio Lorscheider e Dom Ivo Lor. mestres da ao deve tal como
ed.
e da
integridade verdade tação. Ei-la,
futuro
Romano",
f i d e l i d a d e
do
scheiter. Apresentamos a seguir da té, e
nham com interve nor
A
lgreja
justiça
in:
"L'Osservatore
n. 50, de
isto possa coragem, ainda que
a
Concilio. com
trechos de algumas de suas inter- do ho- semanal portuguesa
rengões em Aula sinodal (oral custar-lhes c o m p r o m e t e r - s e
integral
os fru-
e
ódio; 2) que Os sofrimentos a
libertação será
evan-
15.12.85, p. 11:
"Entre
Vatica-
onde haja autores dos
mente ou por escrito).
erros, ou com
Tal
compromisso
teito no
do Concílio
A de Dom Eugênio, Cardeal-
de erro,
sejam probabilidade mem. religioso,
se
de serviço
tos positivos em toda a
vidados um chamados con-
e Brasil e
a e gélico pobreza
e
I1, no
elabora-
Arcebispo do Rio de Janeiro,
apresentada por escrito (cf. texto
rante o esclarecimento.
em tempo Du. espírito
de
Cristo,
e não por
ambi- no
América Latina, está às
a
que continua o
poder. A Igreja teologia adaptada
in: "L Osservatore Romano", ed.
a
dúvida, esta doutrina não
como
desejo de de ção de
uma
ser ensinada nem pode ção ou modelo
específicas da Igreja
portuguesa semanal, n. 50, divulgada" futuro
será um
ilumi- condições
15.12.85, p. 12) falava da im- do participação, continente. A Teologia
e nosso
A Igreja do comunhão trini- em
prin-
portancia de uma boa formação futuro: nada pelo próprio
mistério
da Libertação (TdL) é o
nos seminários; lamentava o atual a
lgreja dos Pobres A Igreja do fu esforço. Ela
tário (LG 1). resultado deste
declínio da vida religiosa e urgia dignidade cipal
a necessidade de se controlar Também Dom Ivo
Dom Aloísio e turo deve reconhecer
mulheres e
a
das representa não
o produto de pou-
igorosamente a difusão de idéias
fizeram intervenções, e os direitos das
cos te ólogos
isolados e mais
por escrito. Eis a de oralmente e toda discri-
novas dentro da
Igreja. Eis o Dom Aloi. minorias, rejeitando audazes, mas o fruto
de conjunto
teor desta última sio, Cardeal-Arcebispo de minação". latino-america-
parte: "Quan- za, CE, feita oralmente Fortale da vida da Igreja
do duvida positivamente de Medellin
se
26.11.85, no dia
na V na, sobretudo depois de
que um alimento, vendido nas Teologia da Libertação:
lojas da cidade, está envenenado Geral, perante 156 Congregação indispensável para a lgreja (1968). Contra falsas interpreta-
dais e João Paulo Padres sino- ções, deve-se esclarecer que
a
ou constitui alguma ameaça para II: "Num
saúde momento de temor e Nesse mesmo dia 26.11, tam- TdL não é teologia da violência
a
pública, a polícia proíbe Jesus disse aos angústia, bém falou Dom Ivo, Presidente ou que leve à violência. Não é
imediatamente a sua venda, até válido para nós apóstolos, e
hoje: Não se
é
da CNBB. Fez um balanço dos uma teologia que assuma ou jus-
que seja demonstrada a sua boa
perturbe o vosso vinte anos de pós-Concílio, no titique a ideologia marxista. Nem
14,1): Eu venci ocoração
qualidade. Mas na greja se en- (Jo
sinam às vezes sérios erroS mundo! A Brasil, com saldo, para ele, alta- aplica América Latina a teologia
faculdades, seminários etc., sem
em Igreja diante de seus desafios mente positivo. Citando os aspec política européia. Nem rompe
deve contiar na
que o
povo (e os seminaristas) graça da Reden- tos positivos e os menos positi- com a tradição da teologia cató-
ção de Cristo e tazet-se presente
esteja protegido. Os meios de aos
vos, indicou quais as sugestões lica. Ela de uma experiên-
nasce
comunicação social impõem com problemas e às
esperanças do episcopado brasileiro para o cia espiritual uma experiência
dos
-
freqüência à opiníão pública homens; por isso, é neces- Sínodo: o Concílio Vaticano II
estas sária teológica em sentido forte a
Idéias em voga, mas talsas. Há
uma
terir a comunhão com
descentralização, sem deve ser luz e não limite (lumen, experiência de Deus que se en-
também casos em
o Centro. non limes); deve-se estudar me-
que alguns A tensão entre a contra pobre.
no
Pressupõe tam-
pastores da missão espiri- Ihor a aplicação do princípio de
lgreja se mostram tual e bém uma nova consciência do
tracos, ou até mesmo
temporal da Igreja não subsidiariedade na Igreja; é mis- contexto de
sustêm pode encontrar opressão em que o
erros e, no
entanto, parecem de solução unilateral, ter aprofundar o sentido e o
fender mas atravésum equilíbriode povo vive, e dos
movimentos de
os
nas falsas".
que
Em vista
publicaram doutri- entre essas duas dimensões. A
fundamento das Conferências
libertação que exigem dos cris-
desta situa- Episcopais; devem os católicos tãos uma
ção, o Igreja do futuro será a Igreja resposta de fé. Exige,
sugere: "E
Cardeal-Arcebispo
do Rio dos pobres: não só atenta aos
evitar comentários apressados que por isso, uma conversão aos
necessário: 1)
que os possam fazer injustiça a pessoas bres po
pobres, mas também identificada
ou Igrejas até em outros países.
e o
empenho pela sua liber-
146 tação, para a qual se orienta a
1A7
ba- Um grande acontecimento?
C o n c e r t o

musical, sob a
Joseph
U m
ruta do
Maestro
bávaro
bávaro
JoSCpn
Hebblethwaite,
Já na Itália, o conhecido vati-
Ratzinger
Peter canista Domenico Del Rio (aque-
de 14.12.85),
do "The Tablet",no coro deviam
le mesmo que teve cassada a sua
todos
em que licença de viajar com a comitiva
em unisson, sob pena de
cantar do Papa, no ano passado), fez
condenados ao silêncio,
serem
Frei Leo
ampla cobertura do Sínodo, para
acontecera com
como o jornal "La Repubblica" (em
nardo Boff (o jornalista inglês sucessivas edições, do dia 26.11
foi buscar esta comparação, do até 09.12.85). Fez, de modo
Sínodo com a execução de um
geral, uma cobertura irô nica,
concerto musical, na apresentação
irreverente e até por vezes agres-
da "Missa Solemnis", de Beetho-
siva. Destacou principalmente as-
Ven, para os Padres sinodais, pectos polêmicos do Sínodo e,
num dos dias de folga dos Pa
dres ao fazer o balanço final ("La
sinodais). Outro jornalista, Repubblica", ed. de 8 e9.12.85),
do "The Guardian" (Wilf Fen-
ten, na edição de 25.11.85),
atribuiu a vitória ao Cardeal Jo
comparava a política da Igreja seph Ratzinger (Título da ma-
romana, restritiva para todos os
téria final: "Ratzinger venceu: a
que não pensam como o seu di- Igreja vai ter um só Catecismo").
rigente, João Paulo II, com a Del Rio assim refere a vitória
do Cardeal Prefeito da
do "apartheid" sul-africano (títu- Congre-
lo da sua
reportagem, em "The
gação para a Doutrina da Fé:
Guardian" "Um apartheid do "Os Bispos voltam de Romna,
contentes. Contente
espírito"). Segundo W. Fenten, te o Cardeal
está certamen-
escrevendo no mesmo dia em
a
Ratzinger que, com
que se abriam as sessões sino- proposta já aceita pelo Papa,
de um Catecismo
dais, o Sínodo ameaçava pôr por universal, po-
derá talvez ter menos
terra tudo. o que se tinha
con-
ções quanto à salvaguarda preocupa
seguido nos 20 anos de pós-Con- ortodoxia no campo da fé e da
da
cilio, em matéria de descentrali-
moral. Este,
zação e iniciativa própria das
resultado do
na
prática, o maior
Conferências Episcopais. Mas, ape Sínodo". Quanto a
qualificar esta assembléia
sar disso,
jornalista inglês acre o de
dita que é irreversível o movi- "grande acontecimento", Domeni-
co Del Rio acha que ela não
mento crítico, dentro da
Igreja, merece este
e não é mais possível que um qualificativo e con-
clui a sua série de
Papa continue se comportando deste modo: "A reportagens
Como um Imperador medieval, acontecimento eclesialvigília deste
(o Sínodo
regendo a lgreja como se fosse
uma tropa em rígidas manobras.
Extraordinário)
mente
fora particular-
movimentada.
O próprio
1greja, tendo ja é Povo de
Deus,
prática pastoral da grande maioria um mas na Sua concerto musical,
sob a ba- Um grande acontecimento?
vista uma libertação intcgral: povo cheio
um
Joseph
em
à plena de fé e ao do Maestro bávaro
históricas
mesmo tuta

das libertações
situação de tempo Itália,
na
conhecido vati-
extrema vivendo
Deus da
depois ama Ratzinger Peter Hebblethwaite, o
comunhão com
do"The Tablet", de 14.12.85), canista Domenico Del Rio
a TdL lÁ a. Por duas pobre. (aque-
morte.
Neste contexto,
e a revelação
razoes
então deve a lgreja teológicas que no
coro deviam
todos
le mesmo que teve cassada a sua
história de Israel ouvir esse em
Jesus Cristo, que povo: como pOvo de fé cantar em unissono, sob pena de licença de viajar
com comitiva a
de Deus em
do
luminam também 0 presente e
e
pobre, amado privilegiadamente
como serem condenados ao silêncio. Papa, no ano
passado), fez
para uma leitura teo- por Deus por como acontecera com Frei Leo ampla cobertura do Sínodo, para
breza. Para ouvircausa
contribuem de sua
de hoje. A TdL po. nardo Boff (o jornalista inglês o jornal "La Repubblica" (em
lógica da história o povo,
é indispensável à ação
da Igreja ja deve criar em si a
Igre. foi buscar esta comparação, do sucessivas edições, do dia 26.11
e ao compromisso
soCial dos cris- dições: mudança de diversas
lugar social,
con-
Sínodo com a execução de um até 09.12.85). Fez, de modo
tãos, e m bora comporte iscos, atitude de escuta, de concerto musical, geral, uma cobertura irônica,
os assinalados recentemente captação da real humildade, da "Missa Solemnis", de Beetho-
na
apresentação irreverente e até por
como
da Congregação
mensagem
povo, deixar-se questionar do vezes agres-
pela Instrução para Padres siva. Destacou principalmente
da Fé. Riscos mensagem, por tal ven, os
sinodais, as-
para a Doutrina
entrentados com
evangelizar
no povo nao esta
aquilo que num dos dias de folga dos Pa- pectos polêmicos do Sínodo e,
que devem ser de acordo
dres ao fazer o balanço final ("La
seriedade e responsabilidade". o
com
Evangelho, perseverar em tal sinodais). Outro jornalista,
do "The Guardian" (Wilk Fen- Repubblica", ed. de 8 e 9.12.85),
processo como
atitude. pastoral atribuiu a vitória ao Cardeal Jo
Ouvir o Povo constante e
ten, na edição de 25.11.85),
cial
aproveitar o
poten- comparava a política da Igreja seph Ratzinger (Tírulo da ma-
Na mesma linha se movia tam-
evangelizador do povo
pobre". romana, restritiva para todos os téria final: "Ratzinger venceu: a
bém a intervenção por escrito de que não pensam como o seu di- lgreja vai ter um só Catecismo").
Repercussão do Sinodo Del Rio assim refere a vitória
Dom Aloísio (cf. ibidem, p. 10 rigente, João Paulo II, com a
do Cardeal Prefeito da
11). Dom Aloísio falou da cole OSínodo Extraordinário de 1985, do "apartheid" sul-africano (títu- Congre-
gação para a Doutrina da Fé:
gialidade, do movimento ecumêni- lo da
para celebrar, verificar e promo- reportagem, em"The
sua
"Os Bispos voltam de Roma,
co, da vida religiosa e da neces ver o Concílio
Vaticano Guardian": "Um apartheid do
sidade de ouvir o Povo de Deus. coberto por 600
II, foi
espírito"). Segundo W. Fenten, contentes. Contente está certamen-
Eis a última parte da sua inter- jornalistas e
escrevendo
te o Cardeal Ratzinger que, com
teve, como não poderia deixar de
no mesmo dia em
venção escrita, a que se refere que se abriam as sessões sino- a proposta já aceita pelo Papa,
ser, ampla repercussão no seio de um Catecismo
ao Povo de Deus: "A Igreja da opinião pública. Com unm dais, Sínodo ameaçava pôr por
o universal, po
como Povo de Deus é idéia-chave "po- derá talvez ter menos preocupa-
da Lumen Gentium'. Sob tal
rém", contudo. Como a imprensa terra tudo o que se tinha con-
ções quanto à salvaguarda da
não podia ter acesso direto aos seguido nos 20 anos de pós-Con- ortodoxia no campo da fé e da
expressão recolhe-se rica com- debates sinodais, houve muita cilio, em matéria de descentrali- moral. Este, na prática, o maior
preensão teológica, que envolve especulação em torno do que se zação e iniciativa própria das resultado do Sínodo". Quanto a
desde a orientação
da humanidade, dada
fundamental passava na Aula Sinodal, em ter- Conferências Episcopais. Mas, ape- qualificar esta assembléia de
por Deus, mos de confronto de tendências sar disso, o jornalista inglês acre- grande acontecimento", Domeni-
até à comunidade
eclesial que doutrinais e
pastorais: uns diziam dita que é irreversível o movi- co Del Rio acha que ela não
segue Jesus Cristo. Esse dado mento crítico, dentro da Igreja, merece este qualificativo e con
teológico fundamental e universal que os "progressistas" estavam
levando vantagem; outros afirma- e não é mais possível que um clui a sua série de reportagens
encontra nos diversos
mas países for vam que os "conservadores"
le Papa continue se comportando deste modo: "A vigília deste
concretas de ser vivido. acontecimento eclesial (o Sínodo
Assim na América vavam a melhor. Outros compa Como um Imperador medieval,
Latina, a Igre ravam o Sínodo à execução de Igreja como se fosse Extraordinário) fora particular-
regendo a
mente movimentada. O próprio
manobras.
148 uma tropa em rígidas
149
Papa. mais de uma vez, descre é
veu a 1gnreja em siuação dramá- car
impossível
num "espartillhar"
tica de divisies e discórdia. A (colo-
apertado espartilho)
toda riqueza deste SE
a
imprensa. sobreudo a católica, e
pequeno editorial. em
menos a leiga. deu espaço a Uma coisauné
porém certa e líquida,
asperas e polemicas entrevistas de
sia": "A diz
"Eccle
teálogos e titulares da Hierarquia.
Tave por isso mais de trezen-
Vaticano IImensagem
(e a do
do
Concílio
tas jonalistas viajaram Roma,
centaríamos) continua SE, acres-
sendo
re a cobertura do Sínodo
a a
Igreja de
hoje e de amanhã para
que sua carta magna". a
iria julgar o Vaticano I. Agora,
depois de quase duas semanas
de rabalho, parece um tanto di-
Surpresas de Dom Ivo
i catalogar esta assembléia de Agora
bispos como um grande aconte-
a
palavra de
brasileiro, um
bispo, que tomou
cinento da Igreja. neste SE parte ativa
recentemente
Trata-se de Dom Ivo encerrado.
Um aconiecimento decisivo?
Presidente da CNBB. Lorscheiter
Diferente resenha feita pelo Segundo a
tícias" (6rgão da boletim "No-
é a
opinião do edito-
rialista ca revista CNBB, n. 51,
Eccdlesia (edição de n.espanhola
2.249,
de
cou
19.12.85), o Sínodo
provo-
14 a
21. 12.85, p. 5), sob quatro surpresas em Dom
tiulo: "Celebrar, o Ivo: "o volume de livros a favor
verificar e pro- e contra a
mover o Concílio". Acha o edi- renovação do Concílio
Vaticano II; o medo
torialista espanhol da
toi uma
que o Concílio
pluralismo', entendido comopalavra
edesiástica: importante assembléia
n2o houve recuo taposição de opostos que des- jus-
na troem a comunho
caminhadaeclesiástica; não houve eclesial, e
nenhuma "freada" por isso deve ser
brusca no im- substituído por
pulso dado pelo
um bom Vaticano II e
pluriformidade',
de; outra
que é
catolicida-
exemplo do
tímulo, dado ao Povo denovo es do
surpresa foi a
rejeição
são o Deus,
princípio de
subsidiariedade;
Relatório
Final por fim, a
negação do fundamen-
pelo Papa) (aprovado
e to
teológico das
Sinodo ao Povo Mensagem do
a
isso, acha de Deus. Episcopais, porque Conferências
podem
considerar
Por
"Ecclesia", deve-se a
responsabilidade individualabafar
do
este Bispo". Aqui
vida
alguma, Sínodo,
"um dos
sem dú- tigo publicado
merece
pelo
reparo ar-
mentos eclesiais
mais aconteci Brasil, ed. de "Jornal do
se não
o mais decisivos 04.01.86,
(título: "Realidades p. 11
decisivo-
etapa pós-conciliar". Reconhece
da
cias", da autoria
e
incoerên
ainda
Araújo de Dom Eugê
o
editorialista espanhol nio de
150 que
Arcebispo Sales, Cardeal-
do Rio de
Janeiro).
Pana. mais de uma vez, descre é impossível "espartilhar" Aa citar esta frase de Dom Ivo
Igreja em siruação dramá car nu m (colo garantida se cada um de nós,
Teu
tica de divisies e disoórdia. A toda a apertado
espartilhol
iqueza deste SE
sobre a "pluriformidade", o JB nossa
Arquidiocese,
em
católica, traz "unitormidade". Quem teria a
cumprir alegremente
se
dispuser
imprensa. sobretudo a e
pequeno editorial. Uma em um trocado a palavra: o linotipista as orienta-
menos 8 ega. deu espaço a
porém certa e liquida, coisa ções dadas. Assim,
ásperas e polëmicas entrevistas de sia": "A mensagem diz "Ecle do JB ou o próprio Autor do
chave
a
palavra-
tedlogos e titulares da Hierarquia. Vaticano Il
do
Concílio mencionado artigo? é"conversão, volta since
ra, atendimento
(e a do
SE, de ao
apelo Je-
Talre por isso mais de trezen-
centaríamos) continua sendo acres- Conversão é a palavra-chave
sus, através do Sínodo Extraor-
dinário dos Bispos".
tos jornalistas viajaram a Roma, a
Igreja de hoje e para
de
para acobertura do Sinodo que sua carta magna". amanhä a Quanto a Dom Eugênio, no mes-
inia julgar o Vaticano II. Agora, artigo citado logo acima Um
depais de quase duas semanas
mo
(JB, ajuste de rumo
Surpresas de Dom Ivo 04.01.86), tece comentários
so
de rabalho, parece um tanto di- bre "realidades Para editorialista
o
e
incoerências" do
ficil catalogar esta assembléia de Agora a
palavra de
brasileiro,
um desta fase da vida eclesial diz inglês "The Tablet" (ediçãojornal
de
bispos cOmo um grande aconte- bispo, que tomou
parte ativa que "a perspectiva da fé
e
14.12.85), o SE significou a ten-
cinento da Igreja". neste SE
recentemente exige tativa de
Trata-se de Dom Ivo encerrado.
um juízo objetivo sobre o Síno- reequilibrar as coisas
do aceitação plena, alegre e dentro da Santa
Presidente da CNBB. Lorscheiter,a Igreja, procuran-
e a
U acomtecimento decisivo? do agradar
Segundo
resenha feita pelo boletim
generosa de suas conclusões. Eis
a garantia
a "conservadores"
"progressistas" e providenciar um
e
Diferente é a opinio do edito- tícias" (órgão da "No. para o êxito cabal das
CNBB, n. 51, medidas propostas". Quanto à ajuste de rumo (segundo uma
Tialista da revista espanhola de
Ecclesia (edição de n. 2.249,
19.12.85), o Sínodo provo- tatefa pós-conciliar mais impor comparação feita pelo Cardeal
cou quatro
surpresas em Dom tante, acha o mesmo Cardeal- Danneels, o SE não tez uma re
14 a 21.12.85, p. 5), sob o Ivo: "o volume de VIsão ou
título: "Celebrar, verificar livros a favor Arcebispo, é a da conversão. E correção do Vaticano II,
e pro- e contra mas tez um leve
mover o Concilio". Acha o edi-
a
renovação do Concílio declara, a este propósito: "A ajuste de rumo,
Vaticano II; o medo da conversão pessoal é o tundamento Como tazem
engenheiros que "cor-
torialista espanhol que o Concíilio palavra rigem a rota de um toguete).
toi
pluralismo, entendido como jus- indispensável da renovação das
Segundo"The Tablet", os resul
uma importante assembléia taposição de opostos que des- estruturas. Diz o documento (si-
eclesiástica: não houve recuo na troem a comunhão nodal): Os Bispos, como verda-
tados deste SE foram um tanto
caminhada eclesiástica; não houve eclesial, e paradoxais. A tal ponto que,
por isso deve ser substituído por deiros pastores, devem indicar o
terminado
nenhuma "freada" brusca no im- o encontro, um Bispo
pluriformidade, que é catolicida- caminho aos fiéis, fortificar na
"progressista", e que saía con
pulso dado pelo Vaticano II e de; outra Fé o rebanho e defend-lo do
um bom
surpresa foi a rejeição tente da reunião, encontrou-se
exemplo do novo es do princípio de subsidiariedade; perigo. Isto só é possível se ti-
tímulo, dado ao Povo de com outro que com ele não
são o Relatório Final
Deus, por fim, a negação do fundamen- verem a coragem de denunciar e tinha coisa alguma em comum'
(aprovado
pelo Papa) e a Mensagem do
to teológico das Conferências corrigir os erros'. Estes são alguns e percebeu que este, igualmente,
Sinodo ao Povo de Deus. Por Episcopais, porque podem abafar contornos que revelam o perfil, Se mostrava contente com os re
a
responsabilidade individual do a natureza do Sínodo Extraordi- sultados do SE. Acha ainda o
isso, acha "Ecclesia", deve-se
considerar Bispo", Aqui merece reparo ar nário, a importância de suas con- editorialista inglès que o Relató
vida
este Sínodo, sem dú- tigo publicado pelo "Jornal do clusões e a necessidade de levá- rio final demonstra que o grupo
alguma,
"um dos aconteci- Brasil", ed. de 04.01.86, p. 11 las à prática". E encerra assim de língua germânica saiu levando
mentos eclesiais mais decisivos a melhor, na parte redacional.
-
se não o mais decisivo
(título: "Realidades e incoerên- o Cardeal do Rio o seu comen-
Acha The Tablet" que a reda-
da cias", da autoria de Dom Eugê SE:
tário sobre o recém-concluído
-
etapa pós-conciliar". Reconhece ção final reflete muito das preo-
ainda nio de Araújo Sales, Cardeal "Todo e qualquer estorço, por
o
editorialista espanhol que Arcebispo do Rio de Janeiro). imenso que seja, só terá
eticácia cupaçoes expressas particularmente
150 151
pe Cardeal oseph Ratzinger no ainda Juan
fanoso *Relatório sobre a Arias que OFM, e
outros teólogos
muito polêmico SE foi o Boff, entanto, o ltimo
Sinodo signifi-
e tumultuado período
comprova pelo agitado, que
enreriste a Vittorio Messo- Dunidos no cou algo muito
se o mais importante:
DóS-conciliar. Disse Dom Cas-
espéie de "balrdeensaio"
prenaratino de mana asembléia
os
prelados não tato de que
nhum tipo chegaram a
trillón-Hoyos: "Só se eles pedi.
foi um verdadeiro
Cúria Romana". julgamento da
de recuo ne-
sinada o editorialista ingls rem perdão a Deus e Deus os
di texaimente: *Contrariamen-
de
dável
suas
posiçoes, incondicional
mas acha erdoar!" Estas palavras-se Uma
R a nzO de ista daqueles
esta
pluralidade sau-
petdo
ferida não cicatrizada
niões, na de opi gundo Juan Arias- provocaram
gUE ach qe nada mudou, pa- lgreja. E disse
péssima impressao e ele memo No entender do
-205 quE boITE Uma certa
mente: "A
pluralidade textual
que aconmpanhou todosdas idéias declara ter visto um Bispo bra-
jornalísta Gary
MacEoin, escrevendo para o
odhcaão ou mOVimentação nos sileiro, participante do Sínodo, "Catholic Herald", de 13.12.85
mentos da Assembléia é os mo
s \ão são diferentes de
va de que a uma pro-
Igreja Católica ainda
esconder o rosto entre as mãos matéria intitulada: "Sínodo Ex
anes 2s estao colocados numa traordinário de 85: A
sabe discutir e
ao ouvi-las",
profunda
açaoEremente diversa. coro de por 1sso um ferida da divisão que
ecarendo a ma daquelas tigu consensos seria se recusa
2de
perigoso". O julgamento da Cúria a
cicatrizar"), o SE mostrou mais
ngnagen. tão caras a
Afinal, quem ganhou? uma vez ao mundo
sec predecessor, oCardeal (bel- Ao
as
protundas
ser perguntado como inter divisões que existem, no seio da
Danneels disse que o que o Perguntado pelo pretava 0 recém-terminado SE, o
Igreja, desde os tempos anterio
Sinodo fez en relação ao Vati- jornalista de "Ve
ja quem ganhara no
Sínodo,
mesmo Juan Arias disse
que ele res ao Vaticano
II, e que ainda
cano poderi2 disse Juan Arias: representara um verdadeiro jul.
ser
comparado
foi o quem ganhou não cicatrizaram. E um dos pon-
2
pequeno 2uste de rumo Papa! Acredita gamento da Cúria Romana". E,
J. Arias que tos capitais se retere ao modo
2
rajetóia
de um foguete". uma este
espécie de ensaio SE foi com isto, ao mesmo tempo, acha- de administrar o
governo geral
geral para algo de extraordinário va o jornalista
espanhol, ficavam da Igreja. PauloVI, lembra Gary
Um Sinodo i que Papa estaria projetando
o também dissipados os temores dos
imagemn MacEoin, propusera a criação de
de seu criadon para marcar a passagem do III que imaginavam um Sinodo ca um Sínodo de Bispos, para com-
milênio da paz de enterrar o Vaticano II;
Igreja, talvez até a partilhar com o Papa a solicitude
Outro jornelista, convocação de um ficava também afastado o fantas-
icanista bem
espanhol, e va- Vaticano
Acha também Juan Arias
III. ma de temida "restauração"
uma
pela lgreja universal. Mas o S
tarimbado, que faz que a nodo tem apenas poderes consul-
a cobertura
de assuntos vaticanos Igreja vai bem melhor, hoje, que esta palavra- como bem fri- tivos, e não deliberativos. Acha
desde o começo dos
anos50,
há vinte ou
cinqüenta anos, e sou o Cardeal Danneels, nem MacEoin que isto impede uma
Juan Ari2s, manifestou-se que a
Igreja também saiu constava nos documentos envia verdadeira e efetiva descentraliza-
entrevista logo após o
numa
do não só ganhan- dos a Roma,
em resposta a0 ção do poder romano. Acha tam-
encerra com este SE, mas
mento dos
trabalhos sinodais em sobretudo com o Vaticano II. Questionário sobre os 20 anos bém o jornalista inglès que a
Roma (cf. a entrevista concedida de pós-Concílio); foi também - Cúria ainda continua mantendo
à revista
"Veja", ed. de 18.12.85, Peçam perdão a Deus! citando agora J. Arias- "uma uma visão monárquica, européia
p. 36). Acha Juan Arias oportunidade para a Igreja tra- e tradicionalista da Igreja. O pró6
este SE que Om episódio, muito
espelha muito bem a pela
explorado dicional exorcizar os desafios prio Papa governa a Igreja em
imagem de seu
criador, imprensa, durante os traba- blasfemos das novas teologias, rijo esquema monárquico, exigin
João Paulo II, Karol
o
Papa hos sinodais, foi a entrevista de como diziam aqueles que costu- do estrita e inconteste obediên-
Acha que esta Wojtyla. um bispo
latino-americano, Secre- sinal-da-cruz cada cia a todas as suas ordens. Pa
toi a mais assembléia sinodal tário-Geral do CELAM
mam fazer o
de importante reuníão (Conse
Iho Episcopal Latino-Americano), vez que ouvem OS nomes dos rece também desejar uma lgreja
cúpula da Igreja desde os teólogos Leonardo Boff e Gusta- solidamente alinhada contra todos
tempos do Vaticano II. perguntado sobre um
possível Gutiérrez, os pais da Teolo- os seus inimigos, no mesmo tipo
Acredita perdão sinodal a Frei Leonardo
vo
Para mim, no de solidariedade que a capacitou,
152 gia da Libertação.
153
ns Polonin. nao SomenTe a s0- Revista Eclesiástica Brasileira",
ver mas sTe a eter signiti fasc. 179, setembro de do pÓs- Wojtyla, feito pelo
tigo sobre o Sínodo, p. 1985, ar- teólogo Her-
era
tecimento eclesial na
em tace
uve cie ae podeT 472-484: mann Häring
(uma visão
cológica" da Igreja, com "hierar
hsil. egundo o Sínodo Extraordinário-1985 en Concílio)
de um repime
(en-
todo o
de 18.12.85
balang de Macboin. nos prime1 tre angústias e esperanças"; "Veja", edição
trevista de Juan Arias) ;
poder decisório concentrado
ros dizs ds dehates Sinodais na
pessoa do Papa); "Newsweek",
houve u n nSISTenaa quant à Cristianesimo nella Storia, fasc. "La Repubblica" reportagens de ed. de dezembro de
1985, "A
Caleriabdade e à legítima auto 3, vol. VI, outubro de Domenico Del Rio (edições de Church in Crisis",
nam das
igrejas lacais e Con- p. 441-444, artigo de
1985, reportagem
ferências Episcopais. Nos útimos Alberigo: Il Vaticano Giuseppe
II nella
21.11 até 09.12.85 (visão mui- elaborada por Kenneth L.
Wood
dis. parén. o eixo dos debates Storia della Chiesa
to pessoal, irreverente e às vezes ward (coord.),Th. Stanger,
Scott
(vê o
Vatica- até agressiva); Sullivan, Mac Margolis e Richard
se desiocou para questões rela- no II como o
aonadas cam a Teologia da Li-
grande
to eclesial que acontecimen "Com-nuovi tempi", n. 20, de
Vokey;
põe fim, defini
Dertacao u mais etetivo enga tivamente espera-se, à era triden- 17.11.85, amplo dossiê sobre o Boletim
iamento das agentes pastorais na período pós-conciliar, semnpre de
"Notícias", da CNBB, n.
tina); 51, 19.12.85 (as Surpresas" de
promoção hunana e na luta pela um
ponto de vista de pessoas Dom Ivo);
astiça social Este ponto, o da ADISTA (Agenzia Informazioni engajadas no movimento das Co
Teaiogie da Libertação, tem últi- Stampa) Roma, Dossier n. 11:
,
munidades Eclesiais de Base; "The Tablet" 14.12.85;
mamente provocado medidas res "1965-1986 a vent'anni dal
-
Tijdschrift voor Thelogie", revis-
itvas e 2té puniivas da parte Concilio linformazione religiosa The Catholic Herald, 13.12.85.
de Roma. E Gary MacEoin tenta
ta holandesa, n. 3/1985, p. 249,
tra liberazione e resttaurazione" resumo do pensamento de Karol
epia por que: Pela primeira (seminário de estudos sobre a Ephraim Ferreira Alve:
va e Ditos séculos
diz o informação religiosa no período
jornalista ingés -uma teologia pós-conciliar); Dossier n. 14: "Un
foi elaborada forz da Europa e Sinodo Straordinario: Vaticano II,
teve a 2udáca de tomar como fine inizio?"
seu ponto de
o
(documentos, de-
partida não tra- poimentos pessoais, amplo deba-
diconal flosofia da Lei natural te; ADISTA, boletins n. 3.389,
c das esséncias fixas, mas as 3.390, 3.391 (de 09 a 11.12.85),
ciéncias sociais e a realidade exis- com amplo leque de informações
tencial". sobre Sínodo
o
Extraordinário);
Indicações de leitura "L'Osservatore Romano", edição
semanal em
português, n. 47,
Após esta breve crónica em que, 24.11.85; n. 48, 01.12. 85; n.
dada a demasiada
proxímidade
do acontecimento, ainda 49, 08.12.85; n. 50, 15.12.85;
não n. 51, 22.12.85;
possível fazer-se uma definitiva
síntese conclusiva deste Sínodo "Ecclesia", Madri, fasc. n. 2.249,
Extraordinário, indicam-se algu de 14 a 21.12.85, Editorial:
"Ce
mas
"pistas de leitura", para lebrar, verificar e promover 0
ulterior
tão:
aprofundamento da ques- Concílio" (define o Sínodo de
1985 como mais decisivo
o
acon
154
155

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