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Escola de Educação Teológica Unida

LIDERANÇA CRISTÃ

2005
Liderança Cristã - 2
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Índice
Índice.......................................................................................................................................2
Introdução.......................................................................................................................4
Desafios da liderança cristã....................................................................................................4
O Líder Natural...................................................................................................................6
Bem diferente, portanto, do Líder Espiritual, o qual:.........................................................6
Capítulo 1....................................................................................................................................7
A liderança de Neemias como exemplo..........................................................................7
1 - O Chamado de Neemias ( Ne..1:1-4;2:4,5)...................................................................7
2 – O compromisso com a oração (2:4)..............................................................................8
a) O conteúdo da oração de Neemias (1:5-7.......................................................................8
b) A paixão de Neemias pelo seu povo (Ne.1:8-10............................................................8
3 - O compromisso de Neemias..........................................................................................9
“Não tens cicatrizes...........................................................................................................10
b) Solidão (Ne.2:11-20)....................................................................................................11
c) Pressão e Perplexidade (Ne. 4:10;6:5-9,11) –...............................................................11
5 - Encarnação da sua responsabilidade (Ne.6:1).............................................................11
Capítulo 2..................................................................................................................................13
Chamados e capacitados!..............................................................................................13
Qual era a unção que Paulo tinha da igreja? Nenhuma!.......................................................14
Se o teu desejo é servir a Deus, o primeiro passo e a santificação!......................................15
A santidade é necessária para:..........................................................................................15
Afinal:...............................................................................................................................15
Capitulo 3..................................................................................................................................16
Como exercer a liderança eficaz...................................................................................16
O líder e a vida de oração.....................................................................................................17
1. Tenha em mente o que tem nos levado a orar tão pouco nos últimos dias...................17
2. Prepare-se para orar......................................................................................................17
2. Confesse seus pecados, em oração!..............................................................................18
4. Ouça Deus enquanto você ora!.....................................................................................18
A liderança de Jesus..............................................................................................................19
Capitulo 4..................................................................................................................................20
O líder e o aconselhamento...........................................................................................20
Aconselhar............................................................................................................................20
Dar um parecer, opinião sobre o que convém fazer..........................................................20
A Universalidade do ministério de aconselhamento.........................................................20
O Aconselhamento como ministério.................................................................................20
O Alvo do aconselhamento...................................................................................................21
Maturidade cristã..................................................................................................................23
Jesus como conselheiro.........................................................................................................24
O propósito............................................................................................................................26
Passos a serem observados e ensinados:...........................................................................26
Técnicas de aconselhamento.................................................................................................27
Qualidades espirituais do conselheiro...................................................................................28
Pureza................................................................................................................................28
O poder dos joelhos..........................................................................................................29
Vejamos as exortações bíblicas no que diz respeito a vida de oração:.............................30
Liderança Cristã - 3
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Estudo das Escrituras........................................................................................................30
Um homem zeloso............................................................................................................31
A arma da prevenção........................................................................................................32
Conselhos ao líder.................................................................................................................32
Capítulo 5..................................................................................................................................35
A eficácia do Líder na Organização..............................................................................35
O que é liderar?.....................................................................................................................35
O líder e a motivação........................................................................................................36
Mantendo a motivação......................................................................................................37
O líder mantendo autiridade..............................................................................................37
Estilos de liderança...........................................................................................................37
Atingindo os objetivos..........................................................................................................39
Níveis de motivação..........................................................................................................39
da Liderança Situacional...................................................................................................41
Conclusão......................................................................................................................41
Liderando com liberdade......................................................................................................41
Atividades:............................................................................................................................43
Bibliografia...........................................................................................................................44
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Introdução
Desafios da liderança cristã

Walter Santos Baptista A verdade é que entramos no século 21 com tremendos


desafios para a liderança na igreja. Um deles é, no dizer de Warren Wiersbe uma crise de
integridade. E ela atinge o cerne da autoridade e da liderança da Igreja de Jesus Cristo.
Wiersbe lembra que Paulo exclamou com as veras da sua alma: "não me envergonho do
evangelho!" E sugere que talvez o evangelho afirme: "(mas) eu me envergonho dos cristãos".
Quanta coisa tem sido praticada em nome do evangelho, com aparência de evangelho, com
linguagem de evangelho, e tem dado como resultado superficialidade de convicções, confusão
mental e espiritual, e enfraquecimento da fé porque os líderes, pastores ou não, têm aberto
campo para a falta de ética, para a manipulação dos sentimentos, para a falta de integridade.
Excelente palavra a que traduz o conceito de integridade na língua hebraica: shalom, a
qual é vertida para o português com alguns ricos significados, tais como "inteireza,
integridade, plenitude, sucesso, salvação, saúde, prosperidade e, também paz".
Não podemos fazer por menos: o instrumento que Deus tem para unir as pessoas, fatos
e acontecimentos é a Igreja de Cristo. O líder há de ser íntegro, "limpo de mãos" (cf. Cl
1.9,10; 2.10; Sl 24.3,4), e "puro de coração" (cf. Sl 24.3,4). O líder cristão deve possuir uma
mente como a de Cristo (cf. 1Co 2.16); sua vontade é honesta (Ed 9.6).
O fato é que na época de Jeremias a religião parecia com esta do século 21: o povo
dizia crer, mas havia influência secularista, pois o que cria não fazia diferença quanto ao
modo de viver. O ideal evangélico está expresso em 2Coríntios 5.17. Além disso, na época de
Jeremias, a religião havia se tornado um "grande negócio". É só conferir com as exclamações
do profeta Jeremias que não tolerava os abusos como em 5.30,31 e Lamentações 4.13. Tudo
isso é o que A. W. Tozer chamou de "tratamento comercial" do evangelho. Esse mesmo
"tratamento comercial" é responsável pelo pragmatismo religioso: "visto que a igreja está
cheia, Deus está abençoando", afirmam.
Outro desafio às portas do século 21 são os novos estilos de culto. O que em outros
países é denominado histórico ou contemporâneo, em nosso país é objeto da pergunta
"tradicional ou renovado?" Outras comunidades têm utilizado a terminologia Culto Jovem
contrapondo-se ao estilo recebido de liturgia e rito.
É evidente que o culto é mensurado pela transformação causada nos que cultuam a
Deus, e há de ser sempre "em espírito e em verdade" (Jo 4.23,24), ou não há de ser culto. É
gratidão, reconhecimento, louvor, e (embora não seja o propósito primário) terapêutico. Ao
tempo que o cultuante reconhece o cuidado, carinho e amor de Deus, louva-O e sai aliviado
das tensões, dos cuidados e preocupações, terapia grupal no louvor comunitário.
O culto, por ser dinâmico, envolve mudanças, mas envolve igualmente o que nunca
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deve ser mudado. Deus não muda; as verdades eternas não mudam; a Palavra de Deus não
muda. Questiona-se a ressurreição de Jesus Cristo, a realidade do pecado, a necessidade de
salvação, e a singularidade da obra redentora de Cristo. Mas o método pode mudar porque não
são estáticos, mas se adequam aos tempos e circunstâncias.
A liderança da igreja às vésperas do século 21 há de estar aberta para o novo sem
perder a visão do permanente na igreja. Afinal, somos líderes e capacitadores numa
comunidade local sem perder a visão do todo da Igreja de Jesus Cristo; e capacitadores e
líderes da Igreja de Deus sem perder a visão da comunidade como expressão local dessa
Igreja. Numa análise do que chama "a Igreja do Futuro", Ralph W. Neighbour destaca que a
"Igreja do Presente" se caracteriza por ser tridimensional: tem largura, comprimento e
profundidade, mas não possui poder espiritual para dar à luz outra geração de cristãos. A
"Igreja do Futuro", além dessas dimensões, tem mais uma: altura, ou seja, vive num mundo
físico, de três dimensões como a outra, mas vive em acréscimo num ambiente espiritual onde
"principados, potestades, príncipes do mundo destas trevas, hostes espirituais da iniqüidade"
são diariamente enfrentados.
É o caso, então, de examinar o que Neighbour destaca quanto ao que caracteriza essa
Igreja dinâmica, ativa, viva, quadridimensional. · O Espírito Santo é Quem a dirige. É só
permitir que Ele a controle nos termos de Efésios 3.16. A Igreja e sua liderança não são
significativas pelo que possuem, mas porque são usadas por Deus
Essa Igreja vive na quarta dimensão, sem qualquer alusão à ideologia esposada pelo
pastor coreano David (antes Paul) Yongi Cho. Humanos, somos seres tridimensionais; mas
como povo de Deus, e ainda mais, liderança desse povo, temos por conceito o sublime e
urgente dever de ser quadridimensionais. Afinal, é nessa dimensão que o poder de Deus se
revela e Satanás é vencido (cf. Jo 3.3; Ef 2.18,19). Onde se enfatizam as três dimensões, a
liderança trabalha para o povo; nas quadridimensionais, a liderança trabalha com o povo.
Não é de estranhar, portanto, que na Igreja onde se enfatizam as quatro dimensões a
liderança seja composta por aqueles em quem os milagres de Deus acontecem de modo
pessoal, e não de segunda mão. Ver a Deus, por exemplo, é experiência de primeira mão: Noé
teve uma experiência sensorial com Deus e tornou-se o arauto divino para o arrependimento
do seu povo (Gn 6.13); Abraão viu a Deus, e isso resultou num rompimento com a velha e
surrada vida no politeísmo de sua terra natal (Gn 12.1ss); Jacó viu a Deus, e desde esse
momento tornou-se "o princípe de Deus" ((israel, cf. Gn 32.22-32); Moisés viu a Deus e isso
fez diferença na sua vida (Ex 3. 1-12; 34.29-35); Gideão que teve um encontro transformador
com o Todo-Poderoso (Jz 6.11-24); Elias recuperou-se de um processo de depressão para a
vitória porque viu a Deus (1Rs 19.8ss); Isaías nunca mais foi o mesmo depois da visão de
Deus (Is 6.1ss); foi o caso de Paulo (At 9.1.ss). E "ver a Deus" dá novas energias.
Quando se experimenta pessoalmente o poder de Deus, não se necessita ser
aguilhoado para crer que todas as coisas são possíveis por meio de Cristo Jesus. Um líder que
tenha tido uma visão definida de Deus será capaz de amar, terá todas as condições de repassar
esperança, assim como capacidade de comunicar a fé. Na verdade, só podemos influenciar e
liderar outros até o ponto a que nós mesmos chegamos. Nesse ponto, vai se revelar o líder
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espiritual em contraposição ao líder natural. Segundo Sanders, o paralelo entre estas duas
qualidades de líderes é o seguinte:

Bem diferente, portanto, do Líder Espiritual, o qual:


 Confia em Deus
 Conhece os homens e conhece a Deus
 Faz a vontade de Deus
 É humilde
 Usa o método de Deus
 Busca obedecer a Deus
 É motivado pelo amor a Deus e aos homens
 Dependência de Deus

Capítulo 1

A liderança de Neemias como exemplo

Liderança espiritual, á um assunto por demais abrangente e precisamos de dois


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recursos: tempo e experiência, para abrangê-lo em sua totalidade.
Eu gostaria de usar neste primeiro momento o exemplo de Neemias que do ponto de
vista prático, é o líder mais contextualizado com nossa realidade. Em primeiro lugar devemos
olhar para a natureza do chamado de Neemias.

1 - O Chamado de Neemias ( Ne..1:1-4;2:4,5)


a) Um chamado "natural" ( v.2
b) Um chamado “desafiador"(2;13b,17)
O chamado de Neemias para servir a Deus é um acontecimento relatado por judeu,
como algo natural que acontece na vida de um homem Deus. Não há nada de “místico”,
"esotérico"ou “extraordinário”, na forma como Deus chama Neemias. Aliás, esta é uma
característica da maioria dos chamados de Deus na Bíblia de pessoas, para liderar o seu povo,
vejam por exemplo, o chamado de Abraão ( Gn. l2:lss), ou mesmo o chamado de Moisés
( Êx,3:1ss), No Novo Testamento também encontramos essa mesma perspectiva da parte de
Jesus, ao escolher seus discípulos (Mc. 1:16-20; Jo.1:39 “...Vinde, e vede. Foram, pois, viram
onde Jesus estava morando; e ficaram com ele..."). Em todos estes exemplos, o chamado de
Deus acontece, na dinâmica da vida, na trajetória natural dessas pessoas.
Com Neemias, não acontece diferente. Ele estava no desenvolvimento de suas
atividades diplomáticas ( ele era um diplomata do rei Artexerxes), quando Deus o chama para
realizar uma grande obra", ele não estava no Templo orando para que Deus lhe mostrasse a
Sua vontade, ele não estava numa reunião de oração de muito "poder", não! Neemias estava
na "cidadela de Susã "( antiga capital da Pérsia) provavelmente cuidando dos negócios do rei.
Desenvolvendo sua atividade profissional.
Aqui, podemos estabelecer um paralelo, entre o chamado de Neemias, e o nosso
próprio chamado ministerial, na obra estudantil. Ao nosso vê, temos diante de nós a mesma
perspectiva de chamado de Neemias. De fato, eu não conheço muitas histórias de chamado de
estudantes ou de assessores na ABU, pelo menos entre aqueles que tive contado, que tenham
tido um chamado extraordinário, espantoso, populista, com um reconhecimento fácil ( Ne.
4:1-3~11 ). Todos foram chamados dentro do curso de suas atividades normais, não houve
qualquer interrupção abrupta, ou cenas dantescas, apenas um convite de Deus para assumir
com responsabilidade uma tarefa desafiadora. Como Neemias todos foram chamados a partir
de “conversas” informais com um dos irmãos (Ne.1:2a). A resposta portanto depende muito
da nossa disposição para servimos a Deus a ao próximo( Ne 2:18b ).
Nós também temos diante de nós uma realidade desafiadora de "construir" uma nova
geração de lideres cristãos: mulheres e homens de Deus, que respiram Sua Palavra que
cultivam intimidade com Ele que sabem discernir Sua vontade nos acontecimentos mais
corriqueiros da vida como o soube Neemias. Vidas que mesmo inacabadas não apresentam
"brecha alguma" (Ne.6:1). Agora para que cheguemos a isso, precisamos observar alguns
detalhes na experiência de Neemias que bem delineiam a responsabilidade do líder espiritual.

2 – O compromisso com a oração (2:4)


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Eu estava pensando um dia desses: quantos de nossos problemas de relacionamento
entre os estudantes, falta de recursos financeiros, desânimo e outras coisas mais, poderiam ser
facilmente resolvidas, se realmente orássemos: Eu não falo de ficarmos diante de Deus,
balbuciando palavras sem sentido, enfadonhas que não expressam de fato a realidade que
vivemos. "Então orei ao Deus dos céus". Neemias era o líder, ele mais do que ninguém, tinha
a obrigação de erguer a voz e pedir misericórdia.
A oração é a marca do líder que confia em Deus, como bem dizia Lutero: "quem não
tiver fé verdadeira não saberá orar" , ou como expressa Calvino "A oração protege-nos do
ceticismo que insinua ser o objeto da fé mera ilusão ou projeção de nossos anseios apenas".
Liderança sem oração gera ministério sem poder. Como bem dizia um grande missionário:
“Muita oração, muita poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração nenhum poder".
Seria muito importante, reavaliarmos nossa vida de oração diante da obra que Deus
tem nos chamado a desenvolver. "A questão não é orar até que Deus nos ouça o que lhe
pedimos, mas até entender aquilo que Ele nos pede" (Sóren Kierkegaard).

a) O conteúdo da oração de Neemias (1:5-7


Qual foi o conteúdo da oração de Neemias? Precisamos reconhecer que a causa dos
problemas, muitas vezes está em primeiramente em nós "...pois eu tenho pecado ( 1:7c). Eu
passei longos anos de minha vida para aprender uma lição: que "eu" não posso ser líder
espiritual, não posso conduzir o Povo de Deus, se não tiver a capacidade de reconhecer o
pecado em mim primeiramente. A primeira coisa verdadeiramente grande que Neemias faz é
reconhecesse pecado diante de Deus. Não é o pecado dos outros que interessam
primeiramente, mas o seu próprio pecado. Quanto podemos fazer pelo Reino, pela Igreja e
pela ABU se entendermos essa verdade fundamental, que norteou a vida de Neemias e que
sem dúvida de todos os líderes que Deus levantou em todos as tempos! A minha relação de
ajuda de condução das pessoas á Deus passa pela confissão das minhas falhas, pessoais.
Porque: "Eu só posso levar alguém tão perto de Cristo, quanto eu estou" (Reinold Frenzel).

b) A paixão de Neemias pelo seu povo (Ne.1:8-10


Um segundo momento na oração de Neemias é marcado pela paixão pelos seus
contemporâneos. Como líderes estudantis, assessores e diretorias do movimento temos que
orar apaixonadamente, pelos estudantes e pelo movimento que fazemos parte. Eu gosto de
uma expressão do Gandhi, sobre a oração: "Na oração, é melhor ter um coração sem palavras
do que palavras sem coração". E isso é extremamente Bíblico "Onde estiver o vosso tesouro
ai estará o vosso coração "(Mt. 6:21).
A pergunta que devemos fazer aqui é: “Quanto de nosso ser está dedicado a esse
empreendimento”? Eu não me refiro só à quanto do nosso tempo (Cronos) ou das nossas
poses, mas do nosso ser, do nosso coração está nisso. Se não temos o coração na obra, não
temas nada na obra. Na bíblia o coração não é só o órgão vital da vida biológica, nem tão
pouco somente a sede das emoções, Ele é acima de tudo a sede das decisões do ser humano.
Onde ele decide amar, odiar, sofrer pelo outro (ter paixão) morrer se for necessário para que o
outro tenha vida. Essa é a dimensão da paixão que queremos destacar como vindo do coração
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da totalidade do ser humano: "...sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração
porque dele procedem as fontes da vida"'(Pr"4:23).
É essa integralidade de Neemias na obra do Senhor, que lhe permitia perceber seu
pecado, mas lhe sensibilizava diante dos seus liderados ( Ne.4:4), deve estar presente também
em nossos ministérios corações como líderes.
Talvez tivéssemos que gastar muito tempo falando da vida apaixonada de Neemias,
Moisés, Josué, Davi e tantos outros lideres que a Bíblia apresenta. Uma coisa iríamos
encontrar neles "paixão" pelo povo que eles lideravam. Com respeito aos lideres Bíblicos
Sanders comenta: "Não foram líderes devido ao brilho de seu pensamentos nem devido a
terem recursos inexauríveis, nem devido á cultura magnífica, ou aos dons naturais, mas por
causa do poder da oração - pelos seus liderados - através da qual comandam o poder de
Deus".

3 - O compromisso de Neemias
Um terceiro momento na experiência de liderança de Neemias que queremos destacar
é, o seu compromisso.
Eu temo que o uso dessa palavra no contexto evangélico e, mas particularmente, no
contexto da ABU, venha de alguma forma enfraquecê-la no seu verdadeiro significado, e que
a freqüência com que temos empregado o termo compromisso roube a força que contém e
enfraqueça-nos nessa dimensão. Todavia, é preciso destacar essa característica acentuada que
tanto marcou o ministério de Neemias e que precisa marcar também o nosso ministério com
os estudantes.
O compromisso de Neemias pode ser notado em dois níveis diferente:

a) o compromisso vertical (com Deus Ne. 2:12-18ª


De um lado podemos observar o quanto Neemias valorizava os encontros secretos com
Deus sem fazer alarde ou propaganda para chamar à atenção sobre sua espiritualidade, do
outro lado, a clareza com que Neemias percebe sua relação com Deus como aquele que
“estivera” sempre com ele V.18a.
b) O compromisso horizontal (com o outro Ne.2:1-3,10
Por outro lado, esse compromisso com Deus só encontra sentido para Neemias, na
medida que serve para ajudar seus irmãos e concidadãos. A tarefa de liderar não era apenas
um ato de cidadania, mas, sobretudo, o resultado do seu encontro com o Deus que sempre está
atento ao clamor do seu povo (Ne.1:11), para levantar alguém que o possa liderar.
4 - Os custos da liderança – outro momento fundamento no modelo de liderança de
Neemias diz respeito ao custo da liderança (Ne.2:17-18)
Se alguém não estiver preparado para pagar um preço, maior do que seus
contemporâneos e colegas estejam dispostos a pagar, não haverá aspirar à liderança no
trabalho de Deus. Não importa quanto tempo a gente leva para compreender isso, Deus é
paciente, mas nunca indolente (desleixado, descuidado), para essa exigência. A verdadeira
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liderança exige custo elevado, a ser cobrado do líder e, quanto mais eficiente a liderança,
maior o custo (Ne.2:19; 6:1-4; Mc.10:38).
Hogg, fundador do Instituto Politécnico de Londres, investiu nesse empreendimento
grande fortuna. Quando lhe perguntaram quanto lhe havia custado a construção de tão grande
instituição, ele respondeu: “não muito, simplesmente o sangue de uma pessoa”. Comentando
esse fato Sanders diz o seguinte: “este é o custo de todas as grandes realizações, o qual não é
pago de uma vez, à vista, é pago em prestações, de acordo com um plano de pagamentos que
prevê uma prestação à cada novo dia. Novas cobranças são feitas constantemente, e se o
pagamento cessar, a liderança desvanece. Este fato foi ensinado pelo Senhor quando Ele nos
explicou que não poderíamos salvar os outros e a nós mesmos, ao mesmo tempo” (Lc.9:24).
Qual foi o preço que Neemias teve de pagar?
a) Auto-sacrifício (Ne.1:11;2:1ss;5:5). Não foi uma opção de Deus tirar-lhe a posição
social ou profissional, Neemias decidiu consciente e voluntariamente sair da sua função, ele
pediu demissão do cargo (Ne. 2:5). O auto-sacrifício é parte do preço que deve ser pago
diariamente (Lc.9:23). Fugir do auto-sacrifício, é fugir da liderança.
Todas as pessoas chamadas por Deus para liderar o seu povo caracterizaram-se pela
prontidão para renunciar preferências e privilégios pessoais, para sacrificar desejos legítimos
e até naturais, por amor a Deus e ao próximo.
O Dr. Samuel Swemer chama à nossa atenção para o fato de que após sua ressurreição,
Jesus fez questão de mostrar uma única coisa aos seus discípulos: “suas cicatrizes”. Seus
discípulos não o conheceram, nem a Sua mensagem, no caminho de Emaús, mas quando
viram suas cicatrizes, ficaram atônitos “...mostrou-lhes as mãos e os pés...”(Lc.24:40).
O apóstolo Paulo, comentando sobre as cicatrizes do seu ministério, fala dessas como
marcas autênticas da liderança do povo de Deus, as quais ninguém pode jamais nos tirar, ele
diz: “quanto ao mais, ninguém me moleste; porque trago no corpo as marcas de Jesus”
(Gl.6:17) “...trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus para que também a sua vida se
manifeste em nosso corpo...” (2Co.4:11ss). Any Wilson Carmichael escreve um poema que
diz:

“Não tens cicatrizes

Nenhuma cicatriz escondida, no pé, na mão, ou no lado?


Ouço-as sendo cantadas, pela terra,
Ouço-as saudando a brilhante estrela da manhã.
Não tens cicatrizes?
Não tens ferimentos?
Contudo, fui ferido pelos arqueiros.
Encostaram-me numa arvore, para morrer,
E rasgado por bestas vorazes, que me rodeiam,
Desfaleci:
Não tens ferimento?
Nenhum ferimento? Nenhuma cicatriz?
Sim, seja o servo como seu senhor;
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Os pés que me seguem são traspassados.
Contudo, os teus pés estão íntegros.
Teria seguido até bem longe,
Aquele que não tem ferimento?
Nenhuma cicatriz?

b) Solidão (Ne.2:11-20).
Existe uma diferença entre solidão e ser solitário. A primeira é uma condição que tem
haver com um certo “ermo”, “deserto” ou com um “estado” psicológico, em que o líder se
encontra frente as condições reais da liderança. A segundo aponta para um abandono de
todos, uma ausência de companhia e perspectiva. Neemias está “só”, mas nunca é solitário,
ele é solidário. A solidão do líder não precisa ser um ostracismo, ele pode ter esse momento
como uma dádiva de Deus para crescer na direção dos outros, como fez Neemias: “Tendo
ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias...” (1:4).
Pela sua própria natureza, o líder está numa condição de solidão, ele precisa está à
frente de seus seguidores, tem visão na frente, deve estar preparado para caminhar sozinho
quando for necessário. Temos um exemplo de nossos dias na pessoa e obra de Hudson Taylor,
o fundador da Missão para o interior da China.

c) Pressão e Perplexidade (Ne. 4:10;6:5-9,11) –


Aqueles que nunca se viram numa posição de liderança poderiam pensar que uma
experiência maior, e uma comunhão mais longa com Deus, resultariam em maior facilidade
para discernir-se a vontade de Deus, em situações perplexas. Mas, o texto de Ne. 6, mostra
que, o contrário que é verdade, com freqüência. Depois de muitos ataques sofridos, foi que
Neemias pôde discernir a voz de Deus, a despeito de toda intimidade que ele demonstra ter
com o Senhor.
Aqui Hudson Taylor nos dá outra lição muito importante. Ele disse, certa vez, que
quando jovem, as coisas eram definidas, tão mais claramente e rapidamente. “Contudo – disse
ele – agora depois de tanto tempo, após Deus ter me usado mais e mais, pareço um homem
caminhando pela neblina densa. Não sei o que fazer”. Foi essa basicamente a situação de
Neemias em 6:9b; 13:31.

5 - Encarnação da sua responsabilidade (Ne.6:1)


Finalmente queremos apontar a disposição para encarnar a responsabilidade do
trabalho de Deus. Quando temos certeza de estarmos onde Deus nos quer, a melhor coisa que
fazemos é enfrentar todos os inimigos que se levantam diante de nós, e respondermos a Deus
“...eis-me aqui envia-me a mim...Is.6:8.
O desafio está ai, a cidade está “assolada”, o rebanho precisa de pastor, o chamado de
Deus é constante, o que fazer? Como bem expressa Horatius Bonar em seu livro Um recado
para ganhadores de alma: “Vá, trabalhe enquanto é dia, uma noite escura cairá sobre o
mundo...” Talvez essas palavras devam fazer eco às palavras de Jesus no Evangelho: “Meu
Pai trabalha até agora e eu também. Trabalhai enquanto é dia, pois a noite vem, na qual
ninguém faz obra alguma”.
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Capítulo 2

Chamados e capacitados!

Há no meio cristão uma preocupação exacerbada com a formação teológica de seus


postulantes a líderes (pastores, evangelistas, missionários, etc.); chega-se em alguns casos,
não aceitarem a autoridade de homens que foram ungidos pelo Espírito Santo, pois, este não
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concede diploma aos chamados a exercerem algum tipo de ministério.
Estive refletindo sobre a autoridade daqueles que não reconhecem o chamado e a
unção das pessoas simples a serem pastores; evangelista; missionário; ou outro ministério
qualquer. E cheguei a um ponto comum a todos: O início.
É do conhecimento geral, que o nosso Senhor Jesus Cristo não deixou nenhuma igreja
constituída, como as conhecemos hoje, tão pouco, deixou escolas específicas para a formação
de líderes!
Como então surgiram as igrejas? Os seminários? A obrigatoriedade de o líder
freqüentar uma escola especial? A formação teológica? E outros aspectos semelhantes?
É certo que alguém fomentou esta idéia e o tempo encarregou de fazê-la chegar aos
nossos dias como a conhecemos. Entende-se portanto que os criadores das primeiras igrejas
foram pessoas comuns, sem uma formação religiosa qualquer. Se alguns foram ungidos
séculos atrás, por conseqüência, novas unções são válidas para os dias atuais.
Seria portanto, irracional o questionamento sobre a validade dos “ungidos do Senhor”
(pastores, evangelistas, missionários, mestres, etc.) que não possuem formação teológica, em
nossos dias.
Os Apóstolos que seguiram a Jesus são exemplos máximos, desempenhavam
ocupações diversas (pescador, medico, coletor, ect.), não possuíam formação religiosa, não
foram obrigados a estudarem leis e filosofias, no entanto, foram escolhidos para
acompanharem o Senhor. E mostraram ao mundo o verdadeiro amor! Foram instruídos sim, a
serem homens santos, puros e cheios de fé; a ponto de morrerem se necessário, em defesa de
sua confiança no Mestre Jesus, muitos experimentaram esta glória.
A Bíblia mostra-nos que todos os seus grandes líderes eram pessoas comuns, que
foram chamadas e comissionadas a fazerem a obra, por exemplo:
Abraão – Filho de uma família pagã, idolatra. Foi chamado e instruído por Deus na
solidão do deserto. Tornou-se o pai da fé.
Moises – Instruído em todas as leis egípcias. Quando encontrado por Deus, abriu mão
de tudo e deixou-se encher pelo Espírito Santo. Suas obras todos conhecem!
Davi – Originariamente, um pastor de ovelhas. Ungido rei, foi um homem segundo o coração
de Deus.

Paulo - Na vida deste homem quero deter-me um pouco mais. Era profundamente
versado na Lei; estudou aos pés do mestre Gamaliel (doutor na lei judaica, fariseu), recebeu
toda uma instrução que o capacitava a ser também um mestre da lei (At 22.3; 23.6,5; Fp 3.5;
Gl 1.14). Ao escrever uma carta ao povo de Corinto, ele faz uma revelação que surpreende,
literalmente, afirma que abriu mão de todos os conhecimentos que tinha, destituiu-se da arte
da oratória, excluiu a sabedoria, esqueceu-se de tudo! Afirma que toda a sua pregação foi feita
em meio à fraqueza e grande temor. Mas, no meio destas palavras estava o poder e a
manifestação do Espírito de Deus! (1Co 2.1-5).
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Qual era a unção que Paulo tinha da igreja? Nenhuma!

O que ele cultivava em seu coração, após o chamado, era o amor a Deus e este amor o
constrangia a viver em santidade total. A carne e suas inclinações, ele sufocava. O resultado é
visível. Usado pelo Espírito, escreveu inúmeras cartas que conduz o homem a darem os
mesmos passos que ele deu.(Fp 3.17)
Amado, queres também ser um homem gigante na obra de Deus, a exemplo de Paulo?
É possível, ao que se dispuserem a pagar o preço exigido. É necessário morrer para o mundo,
para seus apelos e “buscar em primeiro lugar à vontade do Eterno para a vida”. (Mt 6.33; Lc
12.31).
Antes de qualquer grande obra, os escolhidos do Senhor são chamados à santificação;
Ele exige que seus servos sejam santos (Lv 11.45; 20.7; Ef 5.8; Cl 3.12 e Rm 12.1), esta
condição os valida a serem instrumentos nas Suas mãos. Sabemos que quando somos usados,
é o Espírito de Deus que nos capacita a fazermos a obra. “Porque o Espírito Santo vos
ensinará, naquela mesma hora, as cousas que deveis dizer.” Lc 12.12 (veja mais: At 16.6,7; Gl
5.16). É fato, que o Espírito usa apenas aqueles que estão limpos, e procuram viver em
santidade diariamente. 
Bom frisar que a santidade não é um estado de vida, na verdade é uma condição!
Antes de toda grande obra é exigida a santidade: “Santificai-vos, porque amanhã o
Senhor fará maravilhas no meio de vós.” (Js 3.5).
Se for teu desejo ser um instrumento nas mãos do Senhor, deves iniciar pela
consagração real de tua vida no altar. Eliminando, todos os desejos e atos contrários ao
proceder de um homem segundo Jesus. A permanência num agir errôneo incapacita ao servo
ser um vencedor na batalha contra as forças do mau, mesmo que tenha uma formação
acadêmica!
Disse o Senhor a Josué: “...Há cousas condenadas no vosso meio, ó Israel: aos vossos
inimigos não podereis resistir enquanto não eliminardes do vosso meio as cousas
condenadas.” (Js 7.13). É indispensável que a vida seja totalmente revista, analisada e tudo
aquilo que representa condenação sejam retiradas e jogadas no fogo da purificação. Brechas
de nenhuma espécie devem existir, os canais abertos que podem ser usados pelo maligno
devem ser extintos.
Se o teu desejo é servir a Deus, o primeiro passo e a santificação!

A santidade é necessária para:

> Pregação: Lc 12.12

> Adoração: Sl 24.3,4

> Comunhão: 2Co 5.15


Liderança Cristã - 15
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> Na obra: 2Tm 2.21

> Na Vida: 1Pe 1.16; Hb 12.14

(veja mais: Jo 17.17; Ef 5.25-27; Hb 7.26; Rm 8.29; Is 35.8; Sl 24.3,4; Ef 5.5; Hb


12.14; etc.)
Esteja ainda preparado para o embate contra as força do mau. O homem quando se
entrega e santifica-se totalmente ao Senhor, torna-se como “farol”, que pode ser visto a
grande distância pelas forças do mau; logo elas se organizam e com grande furor procuram
apagá-lo.  A promessa do Senhor para ti é: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4.7) e verás a vitória!

Afinal:
”...Os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias,
correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Is 40.31).
É preciso agarrar-nos ao Senhor com todas as nossas forças, para sairmos vencedores
na batalha do dia-a-dia e mais que vencedores seremos na obra do Senhor!
Se quereres servir a Deus, a tua “preocupação” inicial não é com o homem, com a
formação acadêmica ou coisas semelhantes, antes, deposite todos os teus anseios e desejos nas
mãos do Eterno, consagre-se a Ele e verás que o amor de Deus é muito grande para com
todos, especialmente, àqueles que santificam suas vidas a favor do Seu querer. O Espírito de
Deus, te ungirá no tempo oportuno para desempenhares a obra.
Não que eu seja contrário aos estudos teológicos, não sou. Apenas, considero-os
dispensáveis à uma vida santa e usada por Deus!

Capitulo 3

Como exercer a liderança eficaz


Liderança Cristã - 16
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Fui entrevistado pela Revista Mobile para uma matéria sobre Liderança. A íntegra da
entrevista você encontra aqui.
Revista Mobile: Quais são os desafios da liderança no século 21 e quais as maneiras
mais eficientes para gerentes de lojas e proprietários de lojas exercerem a liderança,
resultando em uma equipe mais "afinada" e em uma empresa mais competitiva?
Mario Persona: A liderança é apenas uma das funções de um gerente. As outras são
planejar as ações ou a direção a ser tomada, organizar ou criar os processos e fazê-los
funcionar e controlar para assegurar os resultados pretendidos. Nesse quadro todo, liderar é
ajudar sua equipe a enxergar a direção a seguir, motivar e entusiasmar seus colaboradores e
estimular o empenho e o comprometimento de cada um. Neste aspecto o líder tem muito de
um treinador esportivo na hora do jogo, e nos outros aspectos ele é mais um estrategista e
contabilista de resultados.
As características de um líder são sua energia e tenacidade em enfrentar desafios,
confiança em suas habilidades, criatividade, conhecimento do negócio onde atua, facilidade
em identificar comportamentos e interpretar as informações que recebe continuamente,
flexibilidade para mudar com facilidade e principalmente ética, integridade e honestidade. Se
no passado alguns até consideravam aceitável que um líder usasse de todos os meios
possíveis, lícitos ou ilícitos, para atingir seus fins, hoje já ficou provado que um
comportamento assim leva ao deterioramento de toda a equipe. As empresas que buscam
líderes que sejam leais à organização, porém desonestos para com o mercado, acabam
descobrindo que os desonestos tendem a ser assim em todas as direções.
Os desafios de um líder estão em fazer justamente isso: desafiar. Ele deve estar sempre
colocando em questão os processos para fazer com que cada um dê o máximo de si. O líder
deve ter também um espírito pioneiro, para experimentar novos caminhos, encorajar a
inovação e também apoiar pessoas que lhes tragam boas idéias. Ouvi dizer que Michel Dell
tem um desses tratorzinhos tipo rolo compressor de brinquedo em sua mesa para lembrá-lo de
nunca atropelar pessoas que entram em sua sala trazendo novas idéias.
Outro desafio do líder é demonstrar entusiasmo naquilo que ele faz e nas conquistas da
equipe. O líder desanimado ou que não reconhece o progresso de sua equipe, não inspira os
outros e nem comemora os resultados logo deixará de ser exemplo para seus liderados. É
importante ele entender que liderar não é mandar as pessoas fazerem as coisas, mas sair na
frente servindo de exemplo e de norte para sua equipe. O líder antigo era o vaqueiro, que
tocava a boiada. O líder do século 21 é o pastor, que caminha à frente do rebanho. Liderar
hoje é um trabalho que envolve muita emoção, sentimentos e consideração para com as
pessoas.
Ele precisa também detectar e desenvolver os talentos que encontra na equipe,
incentivando e descobrindo em que atividade cada um se encaixa melhor. Um bom líder é
capaz de reconhecer um bom talento e o lugar mais adequado para ele. Gerentes inexperientes
pensam que todas as pessoas servem para todos os postos, o que é um engano. Há pessoas que
desempenham melhor em determinadas atividades ou ambientes de trabalho.
Outra função do líder hoje é a de identificar as redes de relacionamento entre as
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pessoas de sua equipe e se aproveitar disso. Todas as pessoas têm amigos e conhecidos que
podem ser os talentos que estão faltando na equipe e o líder deve saber extrair esse
conhecimento das pessoas com as quais trabalha. Deve também procurar criar em seus
colaboradores não apenas um senso de equipe, mas de relacionamento, fazendo com que a
equipe se transforme numa rede de relacionamento onde exista harmonia e auxílio mútuo,
mas onde seja estimulada também uma competição saudável para que todos busquem sempre
criar novos patamares de excelência.

O líder e a vida de oração

Referências gerais: 1 Cr 16.11; Lc 18.1; 1 Ts 5.17; Ef 6.18. 

1. Tenha em mente o que tem nos levado a orar tão pouco nos últimos dias.
Dentre muitas, as maiores causas de impedimento à oração são: luta pela
sobrevivência; falta de amor; tranqüilidade gerada pela tecnologia; darmos mais lugar à carne;
ativismo na igreja (por incrível que pareça); inversão de valores: é mais importante fazer do
que ser; não nos disciplinamos - não estabelecemos um método de oração...

2. Prepare-se para orar


Orar é manter uma relação de amor com Deus. Na relação de amor humana é preciso
preparo...
a) Preparo Físico: esteja descansada; arrume um lugar confortável; evite lugar onde há
barulho; leve ferramentas para a oração: Bíblia, Harpa Cristã, lenço, travesseiro, almofada,
caderno, caneta, toca fita, etc.
b) Preparo Emocional: Concentre-se em Deus.
c) Preparo Espiritual: Não pense em Deus como  um homem de negócios; como
médico; como Assistente Social ou como Papai Noel. Pense em Deus como Pai. Esteja ciente
de quem você é do ponto de vista espiritual. Lembre-se de que sua oração pode se centrar em
três pessoas: Deus, você mesmo, e os outros. 

2. Confesse seus pecados, em oração!


Referências gerais: Sl 66.18; Pv 28.13; 1 Jo 1. 7-9). O pecado nos leva a nos cansar na
oração e até a fugir dela. Não vamos deixar  para confessarmos  mais tarde. Não usemos nossa
posição como desculpa para não confessar. Deus é onisciente, portanto, sejamos  sinceros.
Deus éstá disposto a revelar nossos erros com amor. Quem quer teve uma vida de oração deve
vencer o pecado e uma das formas de se ter vitória sobre ele é confessando-o ao Senhor. É
muito perigoso deixar de fazer isso, pois quando abrigamos um pecado em nosso coração ele
aumenta.

4. Ouça Deus enquanto você ora!


Liderança Cristã - 18
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a)      O que significa ouvir Deus em oração: Significa aquietar nosso espírito, silenciar
nossa alma, reter nossa boca. Há pessoas que quando oram gritam bastante e sem parar, não
param um pouco em quietude para ouvir Deus. Nem sempre gritaria é sinônimo de unção.
Quem quer ter uma vida de oração deve falar com Deus. Orar não é “conversar com Deus?”
Ninguém conversa sozinho! Não podemos ficar só falando. Espere em Deus (Is 40.31). Fique
em silêncio (em estado de quietude) na presença de Deus (Sl 46.1,2, 10 e 11 – veja o “selá”.
Ouça Deus falar ao seu coração. 
b)      O que Acontece quando ficamos em silêncio na presença de Deus? sentimos o
seu amor; percebemos que ele nos examina; notamos que ele nos prepara; preparar-se para a
oração. Orar não é “conversar com Deus”? Se orar é conversar com Deus não podemos falar
direto sem ouvir quem está do outro lado da “linha”: nosso Pai celestial. Quem faz uma
ligação telefônica e fala sozinho? Por isso, depois de orarmos algum tempo é preciso ficar em
silêncio para que o nosso espírito ouça Deus. Daí a vantagem da oração feita na madrugada.
Muitos se cansam na oração porque não ouvem a Deus! 
c)      Precisamos vencer a dificuldade de estar quietos na presença do Senhor: Uma
das maiores dificuldades de nossa carne é ficar quieta; acomodada. Por natureza o ser humano
é irrequieto. Quando oramos o inimigo faz tudo para nós dispersarmos nossa atenção. Nós só
conseguimos pensar em Deus quando nos concentramos n’Ele. E isso só é possível quando
nos aquietamos na presença de Deus. Você já começou orar, lutando com sua mente para ela
prestar a atenção em Deus?  Veja o que o salmista disse no Sl 131.1-3. Quem não se acomoda,
se cansa na ora da oração e não consegue orar muito! Há certas coisas que não vão cair do céu
nos temos que agir e lutar por elas. Mas, quando se trata de uma vida de oração, somente vai
conseguir manter uma vida devocional quem consegue se aquietar na presença de Deus! 
d)      A Bíblia recomenda-nos confiar em Deus, e quietude: Leiamos: a esperança é
silenciosa Lm 3:26; Moisés desafiou o povo, nesse sentido (Ex 14.13). Jesus nos proibiu de
nos inquietar (Lc 12:29); para não estar inquieto a melhor atitude é orar; as conseqüências são
maravilhosas (Fp 4.6); espere em Deus (Is 40.31); Fique em silêncio (em estado de quietude)
na presença de Deus. Ouça Deus falar ao seu coração. O que Acontece quando ficamos em
silêncio na presença de Deus? Sentimos o Seu amor... Percebemos que ele nos examina...
Notamos que ele nos prepara. 

A liderança de Jesus

Quando iniciou o seu ministério, Jesus chamou quatro pescadores do mar da Galiléia e
lhes disse: "Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens" (Mc 1.17).
Naquele  dia, Jesus assumiu um sério e ousado compromisso. Até então aqueles homens
nunca haviam pensado em ministério religioso. Não conheciam a mente de Deus nem a
psicologia humana. Não tinham preparo teológico, missionário ou acadêmico. Não amavam o
suficiente nem eram pacientes. Os defeitos pessoais pesavam mais do que as virtudes. Cada
um queria ter maior privilégio que o outro.
Mas aquele a quem chamamos de o Mestre dos mestres deu conta do recado. O
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sucesso absoluto de Jesus como preparador e treinador de pescadores de homens veio através
das seguintes providências:
1. CONVIVÊNCIA - Jesus os designou "para que estivessem com ele" (Mc 3.14). Eles
estavam sempre com o Senhor - nas viagens, nas curas, nos milagres, nas conversas, nos
atritos, na canseira, nas hospedagens e nas refeições. O contato era tão intenso que, mais
tarde, o próprio Sinédrio reconheceu que Pedro e João "haviam estado com Jesus" (At 4.13).
2. ESTÁGIOS - Os evangelhos dizem que "chamou Jesus os doze, e começou a enviá-
los a dois e dois" (Mc 6.7), "a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos" (Lc 9.2). Muitas
coisas só se aprende fazendo.
3. CORREÇÕES - Qualquer erro de interpretação, de conduta ou de reação cometido
pelos apóstolos era imediatamente corrigido por Jesus. Apenas um exemplo: "Por que sois
tímidos? Ainda não tendes fé?" (Mc 4.40).
4. ASSIMILAÇÃO - Jesus deu aos apóstolos a capacidade de se apropriarem
progressivamente de sua autoridade, idéias e sentimentos. Graças a este processo de
aprendizagem, Pedro e João declararam ao Sinédrio: "Pois nós não podemos deixar de falar
das coisas que temos visto e ouvido" (At 4.20). Em suas cartas, tanto João (1 Jo.1.1-3) como
Pedro (2 Pe 1.16-21), insistem no fato de que o ensino deles está firmado naquilo que eles
ouviram, viram e apalparam com as próprias mãos.
Ora, o resultado fantástico que Jesus obteve no preparo da liderança só é visto no livro
de Atos. Por maior que seja a influência do Pentecostes sobre os apóstolos, não se deve
desprezar a parte que coube ao próprio Jesus, no período imediatamente anterior ao
derramamento do Espírito. Jesus de fato transformou aqueles pescadores de peixes em
pescadores de homens, exatamente de acordo com o compromisso assumido às margens do
mar da Galiléia.
Jesus não mudou. Hoje, como há dois mil anos, ele deseja operar a mesma
transformação na vida dos seus discípulos. Você está pronto?

Capitulo 4

O líder e o aconselhamento

Aconselhar
Dar um parecer, opinião sobre o que convém fazer.
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O cristianismo possui, em seu bojo, um caráter de orientar e instruir o caminho, que as
pessoas devem andar (Sl 32:8); a isto chamamos de aconselhamento; dar um parecer bíblico
como resposta a um problema ou a uma dúvida, ditando uma solução ou resposta que se
tornará eficiente se for acompanhada pela obediência. Sem sombra de dúvida, se não houver
uma atitude de obediência, o aconselhamento será infrutífero. Portanto, é de suma importância
que o conselheiro instrua a pessoa no caminho da obediência (não só ouvir, mas praticar
aquilo que está recebendo como conselho divino). Na verdade, nosso Deus é conselheiro (Is
9:6,7). Ele ocupa esta posição, e para nós é um grande refrigério, pois, sabemos que Ele é
perfeito em tudo que faz, e na Luz deste Conselheiro, nós veremos a nossa luz (Sl 36:9).

A Universalidade do ministério de aconselhamento


Todo cristão é chamado para um ministério de encorajamento e ajuda aos outros,
especialmente aos da família da fé. Nós precisamos adquirir a ousadia e a intrepidez de Deus,
para encorajarmos e auxiliarmos os membros de uma comunidade local, fazendo com que
haja no nosso meio um sentimento de amor e fraternidade, onde um venha levar a carga do
outro, e também um possa orar pelo outro. O encorajamento é uma espécie de ministério de
aconselhamento que está a disposição de todo crente.

O Aconselhamento como ministério


Na gloriosa epístola de Paulo aos efésios, temos a descrição dos dons ministeriais
(4:11,12), onde vemos o ministério pastoral entrando como uma parte importante do corpo de
Cristo, que tem por característica tônica "o tratar e apascentar o rebanho". No item anterior,
vimos que todos podem e devem exercer o ministério de encorajamento e ajuda, contudo,
agora veremos aqueles que possuem o "Dom de Ministério". Como saberei que fui chamado ?
Primeiramente, você deverá ser ungido por uma autoridade eclesiástica que analisará
diante de Deus a tua vocação. É claro que em sua vida você deverá apresentar marcas como:
preocupação e zelo pelo rebanho; desejo de participar dos problemas com objetivo de saná-los
pelo poder de Deus; o amor é a marca evidente do ministro de aconselhamento, sendo a visita
o resgate das almas que, por algum motivo, estão se desviando do caminho, ou ainda
precisando de fortalecimento. Estas são características que confirmam a unção no ministério
de aconselhamento.
O apostolo Paulo diz que os dons ministeriais visam o desenvolvimento dos santos e o
seu equipamento. Notem que este ministério é de grande importância, visto que, não podemos
perder nenhuma das ovelhas que o Senhor nos concedeu. O Eterno Eu Sou quer encher sua
casa (igreja), mas todos nós sabemos que isto nunca acontecerá se o número de ovelhas
perdidas continuar aumentando. Por isso, o ministério de aconselhamento é aquele que fecha a
"brecha", para não perdemos ninguém, e com júbilo apresentarmos o rebanho ao Senhor,
naquele dia em que Ele vier arrebatar a igreja.
O equipamento é justamente, o fazer discípulos para o ministério, dando-lhes o
conhecimento e as estratégias de Deus para que se tornem também resgatadores de almas.
Podemos dizer que aconselhar é exortar, pois a palavra exortar (paraclesis), significa
"andar ao lado para ajudar" (Rm 12:8). Implica em atividades tais como: advertir, apoiar e
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encorajar. Ele é mencionado entre os dons espirituais possuídos por algumas pessoas e não
por todas. Ser conselheiro é receber uma capacitação sobrenatural de Deus, para levá-las a
verdade através da orientação e do ensino.
O Alvo do aconselhamento

Observe o que poderia ser uma conversa típica entre um conselheiro e seu
"aconselhado".
Aconselhado: - Estou tão desanimado ! Acho que vou desistir. Deve haver algum
modo de me ajudar. Se mais uma coisa não der certo, vou enlouquecer.
Conselheiro: - Fale mais ! (é importante você ganhar a confiança e deixá-la a vontade.
Ouça antes de falar, não roube o lugar daquele que precisa de aconselhamento; neste período
fique em oração, sabendo que a resposta deverá vir de Deus e não de você).
Aconselhado: - Embora eu seja cristão e creia na Bíblia, nada está dando certo. Já
tentei orar, confessar, dar, me arrepender, tudo. Alguma coisa deve estar errado.
Conselheiro: - Eu sei que a tua resposta está mesmo em Deus, Vamos examinar as
coisas, a fim de ver o que pode estar bloqueando a obra de Deus na tua vida.
Agora, a dependência do Espírito é fundamental, pois, Ele, somente Ele, tem a
resposta para o problema. Lembre-se você deve ser o instrumento por onde a ministração irá
fluir. Não é você mas o Senhor que deve falar.
Todo "aconselhado" tem por objetivo alcançar o bem estar ou a felicidade, e não há
nada de errado nisso. Contudo, muitas pessoas buscam a felicidade pessoal de forma
obsessiva e não entendem que sua felicidade é possível a partir do momento em que ela
aprender o caminho bíblico.
O Senhor nos disse que existem prazeres para sempre a Sua destra. Se desejamos estes
prazeres, precisamos aprender o que significa estar a destra de Deus. Paulo nos diz que Cristo
foi exaltado a destra de Deus (Ef 1:20). Segue-se naturalmente que, quanto mais eu
permanecer em Cristo, mas gozarei os prazeres provenientes da comunhão com Deus. Se
quero experimentar verdadeira felicidade, devo desejar acima de tudo tornar-me mais como o
Senhor, viver em sujeição a vontade do Pai.
Muitos de nós estabelecemos como prioridade não o ser igual a Cristo, mas o
encontrar a felicidade. Quero ser feliz, mas a verdade paradoxal é que nunca serei feliz se
minha preocupação primordial for buscar a felicidade. Meu alvo supremo tem que ser, em
todas as circunstâncias, reagir de acordo com os ensinamentos bíblicos, ou seja, colocar o
Senhor em primeiro lugar, procurar me comportar como Ele deseja. A verdade maravilhosa é
que, enquanto eu devotar minha vida a tarefa de me tornar como Cristo, Ele me encherá de
gozo indizível e paz que sobrepuja tudo o que o mundo possa oferecer. Devo rejeitar o alvo de
tornar-me feliz e adotar o alvo de tornar-me mais parecido com o Senhor. E o resultado será
felicidade, gloria a Deus, aleluia, enquanto permanecer a destra de meu Pai ao lado do meu
Senhor em plena comunhão, eu terei os tesouros do Todo Poderoso para me deleitar e ser feliz
(Cl 1:27 ; 2:2,3,9,10).
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A felicidade é uma conseqüência real de uma vida frutífera com o Senhor, de uma fé,
de uma confiança inabalável, que, em todas as coisas, crê no impossível e que, para alcançá-
la, nada mais devo fazer do que servir, servir e servir.
Paulo disse que sua ambição (seu alvo) não era ser feliz, mas agradar a Deus a cada
momento. Que pensamento transformador !
Quando estou dirigindo o carro e alguém de repente corta minha frente
imprudentemente, ou quando algo sai errado, eu me lembro que, em primeiro lugar, devo
agradar a Deus e testemunhar minha nova vida. Então dou glória ao nome do Senhor !
Em Hb 13:15,16 diz que os crentes são sacerdotes e possuem uma dupla função (1)
oferecer sacrifícios de louvor e adoração, (2) oferecer sacrifício de serviço aos outros.
Se quero agradar a Deus a cada momento, devo ocupar-me primordialmente com
adoração e o serviço com os necessitados.
A maior negligência na maior parte dos aconselhamentos é esta : a razão bíblica básica
de querer resolver o seu problema pessoal, deveria ser o seu desejo de entrar num
relacionamento mais profundo com Deus, agradá-lo mais efetivamente através do louvor e do
serviço.
Toda tentativa de sucesso será destruída se o "aconselhado" não entender que ele
necessita de comunhão. Muitas vezes nos ligamos tanto nos problemas que eles se tornam a
razão de nossa vida, dormimos pensando neles, ficamos doentes de tanta ansiedade e o
colocamos como um verdadeiro deus. Eles (os problemas) passam a ocupar o primeiro lugar
nas nossas vidas e desta forma nos distanciamos de Deus e cada vez mais nos atolamos neste
abismo chamado "problema pessoal".
As recompensas são abundantes na vida daqueles que servem ao Senhor. Paulo foi
grandemente fortalecido em suas aflições (aleluia, glória a Deus, Ele nos dá força, proteção e
vitória em meio as aflições), pela esperança que vinha do céu. O apóstolo teve lutas, contudo,
sabia que o seu Redentor estava vivo e que seria socorrido em momento oportuno. Nosso
irmão Jó, é um exemplo de servidão em meio a tribulação, continuou louvando o Senhor e
crendo no Seu poder. Devemos entender que "...todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus", nós somos propriedade de Deus, povo adquirido (2 Pe 2:9,10), e
a nossa melhor atitude em meio a adversidade é a de nos alegrarmos em Deus (Tg 1:2-4) e
desta forma deixarmos o inimigo furioso com nossa gratidão e confiança. Em todas as coisas
somos mais que vencedores, é isto que a Palavra do Deus vivo nos diz. Ainda que um exército
se acampe contra mim o meu coração não temerá, sabe porque ?
Ele esta comigo sua vara e o seu cajado me consolam, Ele me deu a credencial de filho
e me outorgou o direito de ser herdeiro de suas promessas. O que devo fazer é em toda
situação servi-lo e dignifica-lo através de uma vida correta e cheia de fé e esperança. Como a
árvore dá o seu fruto, assim, a vida cristã me dá a felicidade.

Maturidade cristã
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É interessante observarmos a forma de aconselhamento do apóstolo Paulo (Cl 1:28).
Ele sempre tinha por objetivo promover a maturidade cristã, na forma espiritual e emocional,
em outras palavras o discipulado é de grande importância, pois a igreja de Cristo deve andar
pela fé e não pelas coisas que se vêem. Entendo que no início da vida cristã pode-se parecer
difícil, mas na verdade não é.
Não creio que Deus nos daria mecanismos complexos e difíceis de entendermos. A
experiência cristã tem início com a justificação, e depois que este processo se realiza temos a
regeneração, e por fim, a santificação que na verdade é o ato pelo qual Deus nos leva a
unidade de pensamentos e atitudes. A Bíblia diz que sem a santificação ninguém verá o
Senhor. A santidade se aproxima muito da maturidade, sendo que a maturidade não pode
existir sem antes ocorrer a santificação. Na verdade a santidade pode ser definida como :
"atitudes positivas no cumprimento das verdades bíblicas". Quando buscamos a maturidade
cristã, ou, levamos pessoas a ela, estamos firmando um profundo e eficiente alicerce, que a
sustentará em todas situações. Vocês já puderam observar um salgueiro sacudido pelo vento ?
Notem como o vento o faz ir de um lado para o outro, contudo, ele não cai. Sabe porque? É
por que possui um bom alicerce no solo (grandes raízes). Assim também nós devemos ser,
ainda que agitados e açoitados, permanecemos firmes (Mt 7:24-27). Porque as angustias do
tempo presente, não podem ser comparadas com a gloria que se revelará no futuro. Ou ainda,
as lágrimas podem durar uma noite mas jubilo virá pela manhã. Assim como recebemos Jesus
devemos fazer força para continuarmos nele, pois Ele é tudo e quem tem o Senhor tem tudo,
Ele leva nossas cargas, ansiedades e ainda manda os seus anjos nos prestar auxilio. Nada pode
nos acontecer sem a permissão de Deus. A maturidade também descansa sobre uma
fundamento chamado "certeza ou confiança", quando mostramos tal atitude estamos
externando maturidade. O homem chamado José do Egito é um bom exemplo de maturidade e
firmeza (Gn 39 . 45).
Certa vez vieram até Jesus dizendo "....pedi aos seus discípulos que expulsassem o
demônio mas não puderam; a resposta de Jesus foi interessante: até quando estarei convosco e
sofrereis". O que isto significa ? Que Jesus queria observar justamente a maturidade na vida
dos discípulos. Como um bom Mestre Ele quer nos ensinar, e se aprendermos rápido, sem
sombra de dúvida teremos mais condições de vencermos os conflitos desta vida. Nada pode
ser mais importante do que: "servir a Deus e andar nos seus caminhos"
Jesus como conselheiro

Jesus Cristo é certamente o melhor exemplo que possuímos de um "maravilhoso


conselheiro", cuja a personalidade, conhecimento e habilidade capacitaram-no eficazmente
para assistir às pessoas que precisavam de ajuda. Quando tentamos analisar o aconselhamento
de Jesus, existe sempre a tendência, inconsciente ou deliberada, de encarar o ministério de
Cristo de modo a reforçar nossas próprias opiniões sobre como as pessoas são ajudadas.
A personalidade de Jesus era, entretanto, básica ao seu estilo de ajuda. Ele demonstrou
em seu ensino, cuidado e aconselhamento para com as vidas que ali estavam.
Todo cuidado demonstrado por Jesus no atendimento público ou pessoal, era baseado
solidamente no verdadeiro sentido do amor.
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Ele é amor diz o apóstolo João e como um Senhor amoroso necessitava auxiliar o
aflito. Por isso entendemos que a mola mestre do aconselhamento é sem sombra de dúvida o
amor.
Outra característica importante, era o desejo de ensinar verdades celestiais, princípios
que mudariam os hábitos de toda uma sociedade. Um dos adjetivos mais gloriosos a respeito
do nome de Jesus é sem sombra de dúvida a expressão Mestre. Ele veio ao mundo para salvar
os pecadores e dar ao homem um novo parâmetro de vida, e Ele sabia que era necessário
ensiná-los. Todo ensinamento visava levar o homem a um novo estado de vida, por isso não
podemos negligenciar este aspecto do ministério de Jesus.
Jesus servia muitas vezes as pessoas através de sermões, mas também combateu os
céticos, desafiou os indivíduos, curou os doentes, falou com os necessitados, encorajou os
desanimados e deu exemplo de um estilo de vida santo. Em seus contatos com o povo, ele
compartilhou exemplos tirados de situações reais e buscou constantemente estimular outros a
pensarem e agirem de acordo com os princípios divinos. Tudo isso faz parte de um
aconselhamento eficaz.
O aconselhamento realizado por Jesus não baseava-se tão somente nas palavras, mas
nas manifestações do poder do Espírito Santo.
Algo interessante é a simplicidade no tratar, muitas vezes Ele se utilizava de exemplos
simples tirados da natureza ou do dia a dia. A isto eu chamo de aconselhamento ao alcance de
todos. Aleluia !
Muitos ministros hoje se veriam em dificuldades pelo fato de fugirem ou perderem a
melhor forma de aconselhamento a simplicidade. Podemos notar um intelectualismo forçado
na lingüística de muitos ministros, coisa que na verdade não só intimida as pessoas simples
como também dificulta sua compreensão.
Se observarmos a multiforme doutrina ensinada por Cristo veremos que Ele ministrou
a respeito de vários assuntos, isso nos leva a uma pergunta. Será que temos conhecimento
sobre os mais diversos temas ensinados por Jesus ?
Com toda certeza você deve estar se perguntando ".... eu preciso me preparar melhor".
É justamente onde queria chegar, Jesus apesar de ser o filho do Deus vivo sempre esteve
orando, estudando e se dedicando com afinco. Será que não temos que seguir o caminho do
Rei, será que não temos que pagar o mesmo preço ?
Em toda Bíblia vemos Jesus dando exemplos e parâmetros para seus seguidores e para
a humanidade. Vamos seguir os passos de Jesus !
O Senhor ao vir a este mundo Ele teve que se esvaziar (Kenosis gr.), ou seja, seus
atributos de poder ficaram retidos no trono, pois, Ele assumiu a nossa natureza e na forma
humana venceu o pecado, contudo, quando Jesus foi batizado no rio Jordão logo após sair da
água o céu se abriu e Ele foi batizado com o poder do Espírito Santo.
Isso o capacitou para realizar seu ministério, todos devemos buscar a mesma unção de
Liderança Cristã - 25
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poder para realizarmos com sucesso o ministério.
Leia atentamente (Jo 14:12 ; Fl 4:13 ; At 1;8 ; 1 Jo 2:27). Notem que podemos ter
grande sucesso no ministério de aconselhamento se buscarmos o poder de Deus. O agir no
sobrenatural é uma benção deixada por Deus a sua igreja (Cl 2:8-9), agora o corpo de Cristo é
a igreja e sobre ela esta o poder de Deus para agirmos no sobrenatural. Aleluia !!!
Não vamos esquecer Jesus realizou seu ministério no poder de Deus (At 10:38) e nós
temos que seguir seu exemplo, atuarmos na unção e no poder do Espírito Santo.
Jesus nos dá vasto entendimento em sua Palavra a respeito das forças espirituais da
maldade nos lugares celestiais (Ef 6:10-18), temos que entender o reino espiritual e sempre
buscarmos discernimento de Deus para sabermos se o problema apresentado não deriva de
uma opressão ou até mesmo possessão demoníaca.
Veja o caso do gadareno, o filho único de um velho senhor, e tantas outras referências
que se fossemos citar gastaríamos várias linhas. Não se esqueça que nós somos os
Embaixadores de Deus na terra, temos autoridade para desfazer as obras do diabo e nada nos
causará dano (Lc 10:19).
Os demônios perderam no alto da cruz, eles foram despojados e humilhados (Cl 213-
15). A pior derrota é aquela que o inimigo é despojado, isto é, sinônimo de grande assolação,
destruição total. Aleluia, gloria ao Senhor dos Exércitos !!!
Leia atentamente (Mc 16:15-20) e veja que você tem autoridade. Quando você expulsa
um demônio você simplesmente esta obedecendo uma ordem de Jesus, por isso, não temas
eles não podem te tocar.
O bom senso e o saber o que vai se falar, é uma sabedoria que todos devem buscar. O
nosso querido Senhor é um exemplo em tanto "...em quem todos os tesouros da sabedoria e do
conhecimento estão ocultos (Cl 2:3)". O irmão de Jesus, Tiago diz que se alguém tem falta de
sabedoria peça a Deus, pois este dá graciosamente. Nosso objetivo nunca deve ser o de atacar
ou muito menos de ofender alguém. Jesus é um exemplo de cordialidade e estima, leia (Jo
4:1-30).
O propósito

Certo dia, em que ensinava a seus seguidores, Jesus contou a razão de sua vinda a
terra: dar-nos vida em abundância e em toda sua plenitude. Antes disso, no versículo que é
hoje certamente o mais conhecido das Escrituras, Jesus falara sobre o propósito de Deus ao
enviar seu Filho . "...para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna".
Jesus tinha, portanto, dois propósitos para a humanidade: vida abundante na terra e vida
eterna no céu.
 O conselheiro que é um seguidor de Jesus Cristo tem o mesmo objetivo de vida,
receber a dupla benção.
 No aconselhamento cristão é muito importante viver o Evangelho, ser um vaso
vivo que todos olhem e vejam a gloria de Deus.
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Vamos reconhecer, porém, que existem muitos cristãos sinceros que terão uma vida
eterna nos céus mas não gozam de uma vida plena (abundante) na terra. Essas pessoas
precisam de aconselhamento que envolva mais do que evangelização ou educação cristã
tradicional. Ela precisam conhecer o plano de Deus e o poder de Deus, que libertará de uma
vida frustrante e sem proporção. O Espírito Santo sabe o que ela precisa e por isso o ministro
deve ser sensível a orientação deste Deus consolador e conselheiro.

Passos a serem observados e ensinados:


Auto compreensão: Compreender a si mesmo é, no geral, o primeiro passo para a cura.
Muitos problemas são auto-impostos, mas a pessoa que está sendo ajudada talvez não
reconheça que seus problemas derivam de suas atitudes e de seu comportamento auto-
destrutivo. Por exemplo: "...ninguém gosta de mim"; mas não percebe que suas reclamações
são a razão de ser tão rejeitado pelos outros. A confissão negativa traz conseqüências
terríveis. Toda palavra tem poder, para edificar ou destruir.
Comunicação: É bem conhecido que muitos problemas no casamento estão
relacionados com uma falta de comunicação entre os cônjuges. O mesmo se aplica a outros
problemas. Na verdade as pessoas são incapazes ou não estão dispostas a comunicar-se. O
conselheiro precisa aprender a comunicar sentimentos, pensamentos e atitudes de modo
correto e eficaz. E ainda ensinar o "aconselhado", a ser comunicativo e temperante, para desta
forma obter vitória na vida de relacionamento.
Comportamento: Quase todo comportamento é fruto de um aprendizado. O
conselheiro tem por função levar o "aconselhado" a um novo molde de vida e comportamento,
livrando-o de maus hábitos e atitudes. Isto geralmente pode ser feito através de estudo e
analise de resultados (por exemplo: o teu mau hábito esta destruindo o teu casamento etc).
Auto realização (ou Cristo realização): Tem por objetivo mostrar a importância da
vida do indivíduo e revelar que Cristo, somente Ele poderá trazer um glorioso sentido de
realização e satisfação. Tal conhecimento é de muita importância para o conselheiro e
"aconselhado".
Apoio: O principal objetivo é mostrar que ele não esta sozinho, que além da ajuda do
próprio Deus, também poderá contar com o conselheiro para auxiliá-lo a levar suas cargas.
 Técnicas de aconselhamento

 O aconselhamento é, primariamente, uma relação em que uma pessoa, o ajudador,


busca assistir outro ser humano nos problemas da vida. De modo diferente das discussões
casuais entre amigos, a relação de ajuda, é constituída de forma a auxiliá-lo de modo prático e
ativo.
Todo conselheiro deve demonstrar no ato do aconselhamento uma notória atenção.
Este deve conceder atenção integral ao aconselhado. Isto é feito mediante contato dos olhos .
contudo, com cuidado; nunca arregalar os olhos (diante de qualquer revelação), mostrar
sobriedade, compreensão e muito interesse; muito cuidado com a postura e ainda com a
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própria aparência (roupas discretas, banho, dentes etc); não utilize gírias, pois isto não deve
fazer parte da vida do cristão.
 Na verdade o que a pessoa espera é que dos teus lábios fluam a gloriosa orientação
de Deus (Ml 2:7).
 Por favor, deixe sua Bíblia a vista e a utilize, pois não somos psicólogos, mas sim,
instrumentos de revelação, e nossa sabedoria não esta firmada nas coisas deste
mundo.
 O ambiente também é importante, deve ser um lugar tranqüilo onde ninguém
venha incomodar.

 A oração antes do momento de aconselhar é muito importante, pois neste momento


preparamos o terreno para lançarmos a semente e desfazemos as obras do diabo e
ainda pode-se receber estratégias de Deus para o aconselhamento.
Ouvir é uma arte, tudo que ouvimos deve ser filtrado pelo Espírito Santo e analisado a
luz das Escrituras. Notem, qualquer conselho dado fora das sãs palavras é de nenhum valor e
ainda possui um caráter herético. Já ouvi várias pessoas que disseram ter sido aconselhadas
por "ministros" (sei lá do que) a deixarem seus maridos e abandonarem seus lares. Outro que
recebeu a seguinte revelação que: "...deveria deixar sua mulher de 45 anos e se casar com uma
de 20 anos". Tudo isto é blasfêmia e engano, gostaria de ver alguém receber a seguinte
revelação : "...deixe uma de 20 e se case com uma de 45 ou 55 anos", interessante é que a isto,
ninguém nunca obedeceria. Enquanto utilizarmos a Bíblia como referencial único de
aconselhamento e vida cristã, sem sombra de dúvida seremos bons ministros do reino. Ouvir é
importantíssimo porque daquilo que recebermos através das palavras, utilizaremos para dar o
parecer bíblico. Usarei esta ilustração para melhor entendermos: "...ouvir é como auscultar o
coração de um paciente e desta forma diagnosticar o perfeito tratamento".
Responder é uma responsabilidade, imagine um médico dando um remédio errado
para um paciente. Alguém que tem "pressão alta" e é induzida por um médico a tomar um
medicamento que invés de abaixar sua pressão arterial, tem efeito contrário, ou seja, ajuda a
subir. Conseqüências terríveis poderão acontecer, desde um derrame (A V C) até um quadro
de óbito. Assim é a palavra que saí da nossa boca, vida ou morte (Pv 18:21).
Somente devemos falar aquilo que temos certeza que é palavra de Deus, nada mais,
nada menos. Perguntar é uma boa arma que podemos utilizar, procure saber sobre a vida
espiritual e outras coisas que o Espírito te guiar. Procure descontrair o aconselhamento (tenha
discernimento) com perguntas que mostrem o lado bom de outras áreas da vida do
aconselhado.
Muitas vezes as pessoas só olham o lado em crise, faça com que olhem para o lado
luminoso e reflitam a cerca das coisas boas (se existirem). A intimidade é para muitos uma
pedra de tropeço. É necessário um cuidado sobrenatural, pois, satanás pode tentar criar
situações de interesse e cobiça mútua. Por isso se o aconselhamento partir por um lado de
intimidade sexual, saia fora.
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Aconselhamos os homens ministrarem aos homens e as mulheres as mulheres,
portanto, é indicado que primeiramente os aconselhamentos sejam realizados por equipes de
duas ou três pessoas, sendo uma do sexo feminino. Se tanger para aquela área o ministro ou
ministros pedirão licença e se retirarão para que a ministração se efetue pela do mesmo sexo e
vice-versa.
Não é raro homens e mulheres se sentirem atraídos pela intimidade dos outros. Vamos
vigiar e não darmos lugar ao diabo (Ef 4:27). Demonstrar que o aconselhamento será
guardado em sigilo absoluto. Muitos perderam a credibilidade e magoaram vidas, por não
reconhecer a importância do segredo. Ninguém tem o direito de expor ou ainda comentar a
vida de outrem. Portanto, mostre que o teu ministério é sério e respeitoso. Faça a pessoa sentir
isso !
O confronto é uma técnica de aconselhamento, ela se baseia em você lançar novos
conceitos de vida e conduta no lugar daqueles que infelizmente já existem. Por exemplo:
"...desafie a largar os vícios e mentiras, a deixar a prostituição e o adultério e a viver a nova
vida em Cristo".
Informar é o processo pelo qual revelamos ao aconselhado as conseqüências e
prejuízos de atitudes errôneas. Mostrando a luz das Escrituras o que convém fazer. Apoiar e
encorajar consiste na forma pela qual o conselheiro levanta o ânimo e a vida do aconselhado,
dizendo que existe esperança. O conselheiro lhe mostra o poder de Deus, o propósito que
jamais poderá ser impedido na vida do homem.
Enfim, Deus pode usa o conselheiro de modo infinito e ilimitado, basta você ter o
desejo de ajudar o teu próximo. Deus é multiforme e cheio de modos, contudo, lembre-se que
por mais multiforme e glorioso, Ele não anula a Sua Palavra. Tudo que você fizer respalde-se
na santa Palavra de Deus.
 Qualidades espirituais do conselheiro
 Pureza
A palavra de Deus fala muito em santidade, no reto viver por parte dos embaixadores
do céu. Isaias 52:11 assim o expressa: "Parti, parti ! Retirai-vos daí, não toqueis nada de
impuro ! Deixai estas paragens, purificai-vos, vos que levais os vasos do Senhor". Deus pode
usar qualquer tipo de utensílio, desde que seja limpo. Vasilha imunda, porém, Ele nem quer e
nem pode usar. Não é necessário que tenha talento ou tampouco dotado de uma super
personalidade ou ainda eloqüente. O que Deus precisa é de pureza e andar reto.
O salmista assim cantou a respeito: "Quem subirá ao monte do Senhor ? Quem a de
permanecer no seu santo lugar ? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega
sua alma a falsidade, nem jura dolosamente. Este obterá do Senhor a benção e a justiça do
Deus da sua salvação" (Sl 24:3-5).
No célebre sermão da montanha, quando nosso Salvador pronunciava as benditas
promessas que conhecemos como bem aventuranças, Ele afirmou: "Bem aventurados os
limpos de coração, porque verão a Deus" (Mt 5:8). E em Hebreus 12:14, salienta a mesma
verdade: "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor".
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Essa pureza de coração, essa santidade é, evidentemente, a justiça que o crente recebe
de Cristo por ocasião de sua salvação. Sem santidade ninguém pode ver a Deus ou entrar em
sua cidade celestial. Contudo as passagens têm aplicação secundária que ensina que a justiça
na vida da pessoa é condição essencial para se ver no serviço cristão. A pureza é vitalmente
importante para o conselheiro. Veja a referência de Pedro "Como é santo aquele que vos
chamou, tornai-vos santos vós mesmos em todo vosso procedimento, porque escrito está ;
"Sede santos porque Eu sou santo" (1 Pe 1:15-16). Paulo admoestou os crentes de Tessalônica
: "...abster-se de toda forma de mal", acrescentando: "O mesmo Deus da paz vos santifique em
tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Ts 5:22-23). Notem o ser conhecido como um homem de
Deus não depende do cargo que você ocupa, mas, sim do estilo de vida que você leva.
Existem muitos que gostam dos cargos, mas será que eles gostam mesmo de Ter uma vida
reta diante de Deus e dos homens ?
Isto o fará um homem de Deus, o Evangelho não pode ser blasfemado, por isso, nós
servos devemos ser "santos servos", padrões para uma sociedade corrompida e destruída pelo
pecado. Por favor, se sua vida estiver "podre" não se diga servo do Senhor, não se intitule
"homem de Deus ou ungido do Senhor", pois, sua igreja e principalmente seus trabalhadores
devem ser santos. Aleluia!

Charles G. Finney diz: "Conserva-te puro: em propósito, em pensamento, em


sentimento, em palavra e ação".

O poder dos joelhos


Se o conselheiro não aprender a andar de joelho, sem dúvida nada acontecerá no seu
ministério. Não existe nada que substitua este "estilo de vida". A prédica notável não lhe toma
o lugar, nem tampouco o título de doutor (Phd) em alguma área da teologia, nada faz
diferença se o homem de Deus não andar de joelho. Veja o que grandes pregadores disseram a
respeito: Jonathan Edwards falava em "assaltar o céu "; John Knox lutava com Deus,
bradando: "Ó Deus, dá-me a Escócia ou eu morro !"; Martinho Lutero confessou: "Se deixo
de orar pelo menos duas horas cada manhã, o diabo ganha a vitória durante o dia";
Spurgeon :"Devemos Ter por norma jamais vermos a face dos homens antes de vermos a face
de Deus".
Notem que devoções apresadas produzem fé débil, convicções fracas e piedade
duvidosa. Estar pouco na companhia de Deus é uma forte atenuante para conquistarmos a
derrota diária na vida pessoal. A oração ligeira produzirá aconselhamento ligeiro (sem
atuação, convicção e resultado), a oração dá corpo ao aconselhamento e produzirá respostas
positivas por parte do aconselhado. Nunca se esqueça que homens de oração são homens de
poder !

Vejamos as exortações bíblicas no que diz respeito a vida de oração:


(Ef 6:18 ; Lc 6:12 ; Lc 19:46 ; At 1:14 ; At 2:42 ; At 6:4 ; At 12:5 ; Ef 1:16). Toda
Bíblia fala de oração e a nós, que conhecemos e ainda servimos ao Senhor num ministério, só
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nos resta obedecer. Tal negligência redundará em desgraça e decepção, portanto, melhor é
obedecer do que sacrificar.
O que é muito difícil para muitos, é compreender que a obra de Deus deve ser
realizada dentre os moldes já estabelecidos por Deus. Obedecer é melhor do que sacrificar,
façamos aquilo que é tão somente necessário, e a oração ocupa esta posição.

Estudo das Escrituras


Deveria ser evidente para todos que o íntimo conhecimento da Palavra de Deus é
necessário para quem queira pregar ou aconselhar com poder. Entretanto, por mais estranho
que pareça, muitos ministros, não abrem a Bíblia a não ser para procurar um "texto
apropriado", que se adapte as suas idéias. É em primeiro lugar ao ministro que é dirigida a
mensagem de 2 Tm 2:15 "Procura apresentar-te a Deus, aprovado como obreiro que não tem
que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade". Se houver falha neste item, será
impossível cumprir o chamado ministerial e demonstrar maturidade na observância das
orientações de Deus. Leia 1 Pe 3:15 "Santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações,
estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que
há em vós, fazendo-o com mansidão e temor".
Nenhum ministro poderá ser um homem cheio do Espírito no ministério, sem que
primeiro, seja um homem cheio das Escrituras na sua vida particular. Observe o glorioso
exemplo dado por Spurgeon "o príncipe dos pregadores": "Certa vez ele em sua casa observou
pela janela que um homem vez após vez, ia levando água numa antiga canga com dois baldes;
ia ao poço e voltava e de repente lá estava aquele senhor indo e voltando novamente. Então
Spurgeon chegou a uma conclusão: Esse homem esta buscando água para os outros, pois não
é possível que precise de tanta só para ele".

Eis uma verdade que o ministro deverá aprender no que se refere a busca da água da
vida no poço que é a Palavra de Deus. O homem que tira água para os outros, precisará muito
mais do que o homem que vai busca-la só para si. O fiel ministro deve ler, reler, pesquisar e
se firmar em cima de verdades sólidas e imutáveis. João Wesley dizia: "Sê homem de um
livro"; Dr. R. A Torrey: "Olha: podes falar em poder, mas se negligenciares o único livro que
Deus te deu como único instrumento pelo que Ele transmite e exerce poder, não o terás.
Poderás ler muitos livros, assistir a muitas conferencias, realizar reuniões de vigília para pedir
o poder do Espírito Santo: se não te mantiveres em constante contato com o livro único, a
Bíblia, não terás poder. E se alguma vez obtivesse o poder , não o conservarás senão pelo
estudo diário, empenhado e intensivo desse livro". Que assunto glorioso, você já pensou que
este livro é maravilhoso, pois, é através dele que nós cristãos temos o testemunho de Deus e
conhecemos aquilo que nos foi deixado como herança. Dê um gloria a Deus ! Aleluia !
Leia estes textos (Sl 19:10-11 ; Jó 23:10-12 ; Jr 15:16 ; Sl 119:72 ; Fp 4:8 ; Cl 3:16 ).
Que o nosso clamor se assemelhe ao do salmista que diz :"Desvenda os meus olhos
para que eu contemple as maravilhas da tua lei" (Sl 119:18). As palavras deste livro possuem
a vida de Deus (Jo 6:63), pois este livro na verdade não foi escrito com tinta comum, mas sim
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com o precioso sangue do cordeiro (Aleluia). Temos segurança e certeza que tudo que foi
deixado possui um propósito e este é: "...que todo homem de Deus seja perfeito e instruído em
toda verdade". Glorifique ao Senhor pela sua Palavra e mostre ao mundo que você a ama. A
Bíblia é o cajado do viajante, a lanterna que ilumina o caminho, o martelo que esmiuça a
penha, o fogo que devora o inimigo, a coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo
durante a noite que nos ensina o caminho e sacia nossa sede em dias de seca, sem ela não
sobrevivemos na vida devocional e nem tampouco nos tornamos forte aos olhos de Deus.

Um homem zeloso
Quanto a este assunto me refiro a transpiração; dinamismo e prática do homem de
Deus, tudo isto relacionado ao entusiasmo de servir a Deus e ao próximo. Lembrem-se disso:
"O homem que possui a verdade deve ser possuído por ela". O trabalho no ministério de
aconselhamento, não é lugar para pessoas ligadas e casadas com a preguiça, nem tampouco
aos medrosos. É necessário ousadia no espírito juntamente com coragem para resgatar as
almas dos perdidos em meios aos conflitos e lutas diárias.
Leia este comentário feito por um homem de Deus: "Um homem de capacidade
mediana fará, com ela, mais do que um homem que, sendo dez vezes mais erudito, não as
possui". Isto ele disse a respeito de alguém que na força de Deus se supera pela incansável e
inesgotável paixão pelas almas, alguém que se supera através da dedicação e do dinamismo de
querer servir a Deus em espírito e em verdade. Veja o dinamismo dos profetas, apóstolos e
seguidores de Jesus. Olhe para vida do filho de Deus, Jesus, Ele é o exemplo de zelo no
cuidado das almas e também nas coisas do seu Pai.
Ao zelo podemos associar a palavra "organização", pois muitos fracassam e nunca
saem do lugar, porque, não se organizam dentro de uma estratégia de Deus. São guiados por
impulsos que dizem ser "direção do Espírito", não é verdade, o reino de Deus é organizado e
planejado. Analise o A T. e veja o turno dos sacerdotes, os trabalhos que eram realizados de
modo específico, não existe zelo sem organização. Se olharmos para as igrejas mais prosperas
no mundo, veremos a marca da organização estampada nos umbrais. Sem esta qualidade o
ministro se verá numa situação de perigo e cobrança da parte de Deus.

Tudo isto que descrevemos como sendo qualidades espirituais dos conselheiros, é
aquilo que podemos evidenciar na vida e também no ministério de Jesus. Portanto, devemos
ser instruídos nos mesmos princípios, pois, a Bíblia diz que: "....todo discípulo bem instruído
será como seu mestre"(Lc 6:40). Jesus veio ao mundo para dar um parâmetro a sociedade,
ensinando verdades e demonstrando o poder de Deus. Com isto quero dizer que se desejamos
servi-lo no ministério cristão, deveremos faze-lo da maneira certa, ou seja, em espelho.
Refletindo suas atitudes e procurando ser como Ele é, sem isto, estaremos apresentando fogo
estranho, sacrifício de tolo e negando seus ensinos através do não praticarmos a Sua Palavra.
Vamos ser como o Mestre e isto nos basta.

A arma da prevenção
Existe na medicina ou na saúde pública um sistema de prevenção chamado de
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"profilaxia" que significa: " o emprego de meios e atitudes para se evitar as doenças". O corpo
de Cristo que é a Igreja do Deus vivo, pode trabalhar em cima de meios preventivos, para se
evitar certos problemas pessoais na vida de seus membros. A igreja como uma comunidade
terapêutica tem seu principal divã nos cultos, que devem objetivar o ensino das Escrituras de
modo a levá-los a uma posição de adestramento espiritual, emocional e prático. Pois desta
forma, estaremos inculcando nos corações e mentes verdades que quando desafiadas através
das situações deste mundo, darão um pleno alicerce e muita segurança para o indivíduo.
Notem que muitas das situações nos relacionamentos, poderiam ser evitadas se previamente
nós utilizássemos meios de educação. A profilaxia cristã é baseada em cima do discipulado,
portanto, não podemos deixar de preparar e treinar os membros do corpo nas mais diversas
áreas. Se nosso método preventivo for realizado de modo eficiente, sem sombra de dúvida os
casos caóticos serão reduzidos e até mesmo minimizados.
Lembrem-se a Bíblia diz que: "...o meu povo é destruído pois lhe falta o
conhecimento" (Os 4:6). Se lermos Malaquias 2:7 "Pois os lábios do sacerdote devem guardar
o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o
mensageiro do Senhor dos Exércitos", veremos que a responsabilidade de instrução cabe aos
sacerdotes que hoje poderíamos chamar de ministros e dos lábios do ministro o povo adquire
o conhecimento. Isto é profilaxia, alertar e ensinar a respeito de atitudes certas para que o
povo tenha vida tranqüila e abastada.
Que Deus te abençoe e faça de você um verdadeiro ministro de aconselhamento, pois a
igreja carece de obreiros treinados nesta área. Se você desejar repita esta oração: "Deus em
nome de Jesus Cristo eu oro e peço que a unção do teu Espírito me alcance e me habilite a
exercer este ministério tão digno na tua casa, que eu possa ser um instrumento de consolação
e conforto para os aflitos, amém".
Conselhos ao líder

Doze conselhos importantes para aqueles que desejam ser líderes na casa de Deus
Aprendam a amar os outros, a pensar no bem deles, a ter cuidado por eles, a negar-se a
si próprios por causa deles e a dar a eles tudo o que têm. Se alguém não consegue negar-se a
si próprio em beneficio dos outros, ser-lhe-áimpossível conduzir alguém no caminho
espiritual. Aprendam a dar aos outros o que você tem, ainda que se sinta como se nada
tivesse. Então o Senhor começará a derramar-lhe a Sua bênção.
A força interior de um líder deveria equivaler à sua força exterior. Esforços em
demasia, avanços desnecessários, inquietações, apertos, tensões, falta no transbordar, planos
humanos e avanços na frente do Senhor, são todas as coisas que não devem ocorrer. Se
alguém está cheio de abundância em seu interior, tudo o que emana dele é como o fluir de
correntes de águas, e não existem esforços demasiados de sua parte. É preciso ser de fato um
homem espiritual, e não simplesmente se comportar como um.
- Ao fazer a obra de Deus aprenda a ouvir os outros. O ensínamento de Atos 15
consiste em ouvir, isto é, ouvir o ponto de vista de outros irmãos porque o Espírito
Santo poderá falar por meio deles. Seja cuidadoso,, pois ao recusar ouvir a voz dos
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irmãos, você poderá estar deixando de ouvir a voz do Espírito Santo. Todos aqueles
envolvidos em liderança devem assentar-se para ouvi-los. Dê a eles oportunidades
ilimitadas de falar. Seja gentil, seja alguém quebrantado e esteja pronto para ouvir.
- 0 problema de muito líderes é não estarem quebrantados. Pode ser que tenham
ouvido muito, a respeito de serem "quebrantados" porem não possuem revelação dessa
verdade. Se alguém está quebrantado, não tentará chegar as suas próprias decisões no
que toca a questões importantes ou aos ensinamentos, não dirá que é capaz de
compreender as pessoas ou de fazer coisas, não ousará tomar para si a autoridade ou
impor a sua própria autoridade sobre os outros, nem aventurar-se-á a criticar os irmãos
ou tratá-los com presunção. Um irmão quebrantado não tentará auto defender-se nem
remoer-se por algo que ficou para traz.

- Não deve existir nas reuniões nenhuma tensão, tampouco na Igreja. Com respeito às
coisas da Igreja aprenda a não fazer tudo você mesmo. Distribua as tarefas entre os
outros e os leve a aprender a usar suas próprias capacidades de executar. Em primeiro
lugar, você deve exporlhes resumidamente os princípios fundamentais a seguir e
depois se certificar de que agiram de acordo. É um erro fazer você fazer muita coisa.
Evite também aparecer demais na reunião, caso contrário os irmãos poderão ter a
sensação de que você está fazendo tudo sozinho. Aprenda a ter confiança nos irmãos e
a distribui-la entre eles.

- O Espirito de Deus não pode ser coagido na Igreja. Você precisa ser submisso a Ele
pois, caso contrário, quando Ele cessar de ungi-lo a Igreja se sentirá cansada ou até
mesmo enfadada. Se o meu espirito estiver forte em Deus, ele alcançará e tomará a
audiência em dez minutos; se estiver fraco não adiantará gritar palavras estrondosas ou
gastar um tempo mais longo, o que inclusive com certeza será prejudicial.

- Ao pregar uma mensagem, não a faça demasiadamente longa ou trabalhada, caso


contrário o espírito dos santos sentir-se-á enfadado. Não inclua pensamentos
superficiais ou afirmações rasteiras no conteúdo da mensagem; evite exemplos
infantis, bem como raciocínios passíveis de serem considerados pelas pessoas como
infantis. Aprenda concluir o ponto alto da mensagem dentro de um período de meia
hora. Não imagine que, o fato de estar gostando de sua própria mensagem, significa
que as suas palavras são necessariamente de Deus.

- Uma tentação com que freqüentemente nos deparamos numa reunião de oração é
querer liberar uma mensagem ou falar por tempo demasiado. Uma reunião de oração
deve ser consagrada a oração, muito falatório levará à sensação, de sentir-se pesado,
com o que a reunião se tornará um fracasso.
- Os obreiros precisam aprender muito, antes de assumirem uma posição onde tenham
de lidar com problemas ou com pessoas. Com um aprendizado inadequado, um
conhecimento insuficiente, um quebrantamento incompleto e um juizo não digno de
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confiança, serão incompetentes para lidar com os outros. Não tire conclusões
precipitadas; mesmo quando se está prestes a fazer algo deve-se fazê-lo com temor e
tremor. Nunca trate com leviandade as coisas espirituais. Pondere'as no coração.
- Aprenda a não confiar unicamente em seus próprios juizos. Aquilo que consideras
correto pode ser errado e aquilo que consideras errado pode ser correto. Se alguém está
determinado a aprender com humildade, levará, com certeza, alguns poucos anos para
terminar de faze-lo. Portanto, por enquanto, você não deve confiar demasiadamente
em si mesmo ou estar muito seguro a respeito, do seu modo de pensar.
- É perigoso para as pessoas da Igreja seguirem as suas decisões antes de você ter
atingido o estado de maturidade. O Senhor operará em você para tratar seus
pensamentos e para quebranta-lo antes que você possa compreender a vontade de Deus
e ser definitivamente ‘autoridade de Deus'- A autoridade se baseia no conhecimento da
vontade de Deus. Onde não estiver sendo manifestado a vontade e o propósito de
Deus, ali não há autoridade de Deus.
- A capacidade de um servo de Deus com certeza será expandida porem pelo mesmo
Deus que o capacitou. Descanse em Deus, ame-o de todo o coração. Jesus disse "sem
mim nada podereis fazer". A autoridade necessária para o desempenho do ministério é
fruto de nosso relacionamento. Nunca olhe para dentro de você mesmo pois isso
poderia desanimá-lo, porem, jamais abra mão da:
 Intimidade com Deus, e
 O conselho dos sábios que Deus colocou na Igreja.

"Não fostes vós que me escolhestes, porem eu vos escolhi a vós e vos designei para
que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça afim de que tudo o pedirdes ao Pai em meu
nome Ele vos conceda" JO 15:16.

Capítulo 5
Liderança Cristã - 35
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A eficácia do Líder na Organização

Os líderes formam e desenvolvem equipes, transmitem credibilidade, oferecem a


colaboração, fortalecem o pessoal através de transferência de poder, capacitam, inspiram e
motivam.
O que é liderar?

Podemos confirmar isso de acordo com as citações de alguns autores:


Cecília Bergamini (1994) descreve a existência de duas abordagens na definição do
termo liderança:
Preocupação com o que o líder é: alguns autores associam liderança com
características pessoais, como carisma e firmeza. É o caso de Wess Roberts (1989), que, ao
delinear o perfil de Átila, o huno, como o de um exímio líder, estabelece os seguintes
atributos da liderança: lealdade, coragem, anseio, resistência emocional, vigor físico, empatia,
poder de decisão, antecipação, sincronização, competitividade, autoconfiança,
responsabilidade, credibilidade, tenacidade, confiabilidade, vigilância e proteção. Esta
abordagem é bastante restrita, pois pressupõe que a liderança seja um dom nato.
Preocupação com aquilo que o líder faz: um segundo grupo de pesquisadores
concentrou seus esforços na investigação de diferentes estilos de liderança. Procurou-se, neste
momento, estabelecer a correlação entre o comportamento do líder - independentemente de
suas características pessoais - e a eficácia da liderança. Foram descritos dois estilos básicos, o
autoritário e o democrático. Entre estes dois extremos foram sendo encaixados os demais
estilos de liderança.
Bergamini (1994:103) aponta dois aspectos comuns às definições de liderança: "Em
primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a liderança esteja ligada a um
fenômeno grupal, isto é, envolve duas ou mais pessoas. Em segundo lugar, fica evidente
tratar-se de um processo de influenciação exercido de forma intencional por parte dos líderes
sobre seus seguidores".
O que é relevante considerar, no estudo da liderança, é sua relação com o aspecto de
motivação dos trabalhadores. Talvez o termo "influenciação" utilizado por Bergamini não
reflita exatamente o que as modernas concepções acerca de liderança têm proposto.
Bennis e Nannus (1988:15), ao discorrerem sobre a questão, propõem que líderes são
aqueles que "delegam poder aos empregados, a fim de que eles procurem novas maneiras de
atuar".
Guerreiro Ramos (1989:146), ao modelar a nova organização como uma interação de
homens parentéticos, apresenta o líder como "um agente capaz de facilitar o desenvolvimento
de iniciativas livremente geradas pelos indivíduos, passíveis de se amalgamarem sob a forma
de configurações reais". Em outras palavras, um agente de motivação.
Max De Pree (1989) refere-se ao líder como um servidor da organização e das
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pessoas que trabalham com ele.

O líder e a motivação
Todas estas concepções possuem um traço em comum: o líder deve proporcionar ao
seu liderado o apoio necessário à motivação no trabalho. Em outras palavras, não cabe ao
líder influenciar o liderado a alcançar um dado objetivo. A motivação para o alcance do
objetivo deve ser intrínseca ao trabalhador. Ao líder, cabe o papel de facilitador.
A própria Bergamini (1994:105), ao analisar a relação entre liderança e motivação,
constata que "esses dois termos, a partir de um determinado momento, parecem
definitivamente unidos na teoria e na prática por uma relação de causa e efeito". A autora
salienta, entretanto, que a função do líder não é motivar seus liderados, pois a motivação é
uma força intrínseca, mas cabe ao líder manter seus liderados motivados. Esta proposta
baseia-se na premissa de que "quando aceitam um novo emprego, as pessoas, em geral, estão
cheias de esperanças e acalentam expectativas, sendo, por isso, depositárias de um rico
manancial de motivação”.
Entretanto, não é sempre que o líder irá se deparar com uma equipe voluntariamente
motivada. Muitas vezes, ele precisa saber criar um ambiente no qual o trabalhador possa
despertar o seu potencial motivacional. É certo que esta tarefa é muito mais difícil do que
apenas manter o trabalhador motivado. Por isso, todo esforço no sentido de não desmotivar
um trabalhador é fundamental no processo de liderança.
Assim, é possível dizer que ao líder cabem dois papéis fundamentais: 
Auxiliar na alavancagem da energia motivacional nos liderados. Não se trata aqui de
incentivar os trabalhadores ao alcance do objetivo proposto. O papel do líder é, antes de tudo,
desenvolver um ambiente de trabalho no qual o trabalhador possa acionar sua motivação
intrínseca. Conforme foi proposto anteriormente, isto pode ser conseguido através de três
ações conjuntas: despertar no funcionário o sentido do trabalho, estimular sua participação e
proporcionar-lhe educação.
Manter a energia motivacional dos liderados. Se, por um lado, é impossível motivar
alguém, por outro lado é muito fácil desmotivar uma pessoa. O líder, através
fundamentalmente de uma comunicação correta e de um adequado esforço de
reconhecimento, precisa estar constantemente preocupado em manter a motivação do seu
liderado.

Mantendo a motivação
A partir das análises feitas, é possível, então, conceituar liderança como a capacidade
de acionar e manter a motivação dos trabalhadores para o alcance dos objetivos propostos
pela organização. Pode-se, assim, conceber o líder como o administrador empenhado em
promover o crescimento de seus subordinados rumo à participação e à criatividade,
utilizando-se, para tanto, da delegação e tornando-se, assim, nas palavras de Max De Pree, um
servidor.
De acordo com Hersey e Blanchard (1986:106), "na teoria da administração científica
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ou clássica, a função do líder era, obviamente, a de estabelecer e fazer cumprir critérios de
desempenho para atender aos objetivos da organização. O líder concentrava-se nas
necessidades da organização, e não nas da pessoa".

O líder mantendo autiridade


Robert R. Blake e Jane S. Mouton (1989) procuraram representar os vários modos de
usar autoridade ao exercer a liderança através do Grid Gerencial. Esta representação possui
duas dimensões: preocupação com a produção e preocupação com as pessoas.
 A preocupação com a produção refere-se ao enfoque dado pelo líder aos
resultados, ao desempenho, à conquista dos objetivos. O líder com este tipo de
preocupação empenha-se na mensuração da quantidade e da qualidade do trabalho
de seus subordinados.
 A preocupação com as pessoas diz respeito aos pressupostos e atitudes do líder
para com seus subordinados. Este tipo de preocupação revela-se de diversas
formas, desde o esforço em assegurar a estima dos subordinados e em obter a sua
confiança e respeito, até o empenho em garantir boas condições de trabalho,
benefícios sociais e outras vantagens.
O Grid Gerencial Blake e Mouton (1989:13) onde o inter-relacionamento entre as duas
dimensões do Grid Gerencial expressa o uso de autoridade por um líder.
Por exemplo, quando uma alta preocupação com as pessoas se associa a uma baixa
preocupação com a produção, o líder deseja que as pessoas se relacionem bem e sejam
'felizes', o que é bem diferente de quando uma alta preocupação com as pessoas se associa a
uma alta preocupação com a produção. O líder, aqui, deseja que as pessoas mergulhem no
trabalho e procurem colaborar com entusiasmo (Blake e Mouton, 1989:14).

Estilos de liderança
Cinco estilos básicos de uso de autoridade são definidos por Blake e Mouton, a saber:
1. A preocupação máxima com a produção e mínima com as pessoas
caracteriza o líder que se utiliza da autoridade para alcançar resultados.
Este líder, em geral, age de maneira centralizadora e controladora. "Exijo
de mim e dos outros. Investigo os fatos, as crenças e as posições, a fim de
manter qualquer situação sob controle e certificar-me de que os outros não
estejam cometendo erros. Não abro mão de minhas opiniões, atitudes e
idéias, mesmo que isto signifique rejeitar os pontos de vista alheios.
Quando o conflito surge, procuro atalhá-lo ou fazer valer minha posição.
Dou grande valor a tomar minhas próprias decisões e raramente me deixo
influenciar pelos outros. Assinalo fraquezas ou o fracasso em corresponder
às expectativas" ).
2. A preocupação máxima com as pessoas e mínima com a produção
caracteriza o líder que faz do ambiente do trabalho um clube campestre.
Este líder busca sempre a harmonia de relacionamentos, mesmo que tenha
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que sacrificar a eficiência e a eficácia do trabalho realizado. "Tomo a
iniciativa de ações que ajudem e apóiem os outros. Procuro fatos, crenças e
posições que sugiram estar tudo bem. Em benefício da harmonia, não me
inclino a contestar os outros. Acato as opiniões, atitudes e idéias dos
outros, embora tenha restrições. Evito gerar conflitos, mas se ocorrerem,
tento acalmar os ânimos, a fim de manter todos unidos. Busco tomar
decisões que preservem as boas relações e estimulo os outros a tomarem
decisões sempre que possível. Encorajo e elogio quando ocorre algo
positivo, mas evito dar um 'feedback' negativo".
3. A preocupação mínima com a produção e com as pessoas caracteriza o
líder que desempenha uma gerência empobrecida. Este tipo de líder, em
geral, adota uma postura passiva em relação ao trabalho, fazendo o mínimo
para garantir sua permanência na organização. "Faço o suficiente para ir
levando. Aceito os fatos, as crenças e as posições que me são fornecidos.
Guardo minhas opiniões para mim mesmo, mas respondo quando
solicitado. Evito tomar partido, não revelando minhas opiniões, atitudes e
idéias. Permaneço neutro ou tento manter-me fora do conflito. Deixo os
outros tomarem suas decisões ou me conformo com o que quer que
aconteça. Evito fazer críticas" .
4. O meio-termo, ou seja, a preocupação média com a produção e com as
pessoas caracteriza o líder que vê as pessoas no trabalho dentro do
pressuposto do homem organizacional. Este tipo de líder busca o equilíbrio
entre os resultados obtidos e a disposição e ânimo no trabalho. "Tento
manter um ritmo constante. Aceito os fatos mais ou menos pela aparência e
investigo os fatos, as crenças e as posições quando surgem discrepâncias
óbvias. Expresso minhas opiniões, atitudes e idéias como quem tateia o
terreno e tenta chegar a uma concordância por meio de concessões mútuas.
Quando surge um conflito, tento encontrar uma posição razoável,
considerada conveniente pelos outros. Procuro tomar decisões exeqüíveis
que os outros aceitem. Dou 'feedback' indireto ou informal sobre sugestões
para aperfeiçoamento" .
5. A máxima preocupação com a produção e com as pessoas caracteriza o
líder que vê no trabalho em equipe a única forma de alcançar resultados,
estimulando assim, a máxima participação e interação entre seus
subordinados na busca de objetivos comuns. "Exerço esforço vigoroso e os
outros aderem entusiasticamente. Procuro e confirmo as informações.
Solicito e dou atenção a opiniões, atitudes e idéias diferentes das minhas.
Reavalio continuamente meus próprios dados, crenças e posições bem
como os dos outros, a fim de estar seguro da sua validade. Julgo importante
expressar minhas preocupações e convicções. Reajo a idéias melhores do
que as minhas, mudando meu modo de pensar. Quando o conflito surge,
procuro saber seus motivos, a fim de solucionar as causas subjacentes. Dou
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grande valor à tomada de decisões certas. Procuro o entendimento e o
acordo. Encorajo o 'feedback' de mão-dupla a fim de fortalecer a
operacionalidade" .
Atingindo os objetivos

Blake e Mouton caracterizaram este último estilo como o mais apropriado para o
atingimento dos objetivos das organizações. Os treinamentos realizados por eles em
programas de Desenvolvimento Organizacional visavam a fazer com que os líderes adotassem
o estilo (9,9). Entretanto, pesquisas empíricas têm revelado que nem sempre este tipo de estilo
de liderança é o mais indicado para a eficiência e eficácia dos resultados.
Quanto mais os gerentes adaptarem seu estilo de comportamento de líder no sentido de
atender à situação específica e às necessidades dos seus subordinados, tanto mais eficazes
serão na consecução dos objetivos pessoais e organizacionais (Hersey e Blanchard,
1986:117).
É neste contexto que surge a teoria situacional, na qual postula-se a inexistência de um
estilo ideal de liderança. O líder ideal passa a ser aquele que apresenta comportamento
situacional, adequando o estilo de liderança à situação e às necessidades do liderado.
Baseados em observações acerca da eficácia dos estilos de liderança, Paul Hersey e
Kenneth Blanchard (1986), pesquisadores do Center of Leadership Studies, Califórnia, EUA,
desenvolveram o modelo da Liderança Situacional, o qual parte da premissa de que a
liderança eficaz é uma função de três variáveis: o estilo do líder , a maturidade do liderado e a
situação.

Níveis de motivação
Segundo Hersey e Blanchard (1986:187), "maturidade é a capacidade e a disposição
das pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento".
A capacidade está relacionada com o conhecimento e a habilidade necessários, ou seja,
com o aspecto de saber o que fazer e como fazer, o que pode ser conseguido através de
comunicação e treinamento.
A disposição está relacionada com a confiança e o empenho, com o querer fazer, com
a motivação. É possível, assim, estabelecer quatro tipos de maturidade: 
M1 - pouca capacidade e rara disposição;
M2 - alguma capacidade e ocasional disposição;
M3 - bastante capacidade e freqüente disposição; e
M4 - muita capacidade e bastante disposição.
O nível de maturidade pode ser aplicado a indivíduos ou a grupos. O líder que trabalha
com um grupo pode determinar sua maturidade através da observação da predominância de
maturidades individuais.
Hersey e Blanchard salientam também que a maturidade de um indivíduo ou de um
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grupo não é absoluta, mas varia de situação para situação. Dependendo da atribuição, o
indivíduo ou o grupo podem assumir diferentes níveis de capacidade e disposição.
De acordo com Hersey e Blanchard (1986), para fazer face aos diferentes tipos de
maturidade, o líder eficaz deve utilizar-se de diferentes estilos de liderança. Cada nível de
maturidade suscita um estilo adequado de liderança:
M1: Estilo de liderança E1, onde o líder deve fornecer instruções específicas e
supervisionar estritamente o cumprimento da tarefa. O estilo deve ser de determinar. A
decisão deve ser tomada pelo líder.
M2: Estilo de liderança E2, onde o líder deve explicar suas decisões e oferecer
oportunidades de esclarecimento. O estilo deve ser de persuadir. A decisão deve ser tomada
pelo líder com diálogo e/ou explicação.
M3: Estilo de liderança E3, onde o líder deve apenas trocar idéias e facilitar a tomada
de decisões. O estilo deve ser de compartilhar. A decisão deve ser tomada pelo líder/liderado,
com incentivo pelo líder.
M4: Estilo de liderança E4, onde o líder deve transferir para o liderado a
responsabilidade das decisões e da sua execução. O estilo, neste caso, deve ser de delegar.
Cada estilo de liderança é uma combinação de comportamentos de tarefa e de
relacionamento. As seguintes relações podem ser feitas:
E1: Tarefa alta e relacionamento baixo.
E2: Tarefa alta e relacionamento alto.
E3: Tarefa baixa e relacionamento alto.
E4: Tarefa baixa e relacionamento baixo.
Para promover o crescimento do indivíduo para o nível de maturidade mais alto (M4),
não basta apenas que o líder determine o nível de maturidade de seu liderado e aplique o estilo
de liderança mais adequado. Este é um requisito necessário mas não suficiente. O líder precisa
conduzir um processo de amadurecimento do liderado, que deve ser lento e gradual, sempre
no sentido M1 M2 M3 M4.

da Liderança Situacional
A chave da utilização da Liderança Situacional consiste em avaliar o nível de
maturidade dos liderados e comportar-se de acordo com o modelo. Na Liderança Situacional
está implícita a idéia de que o líder deve ajudar os liderados a amadurecer até o ponto em que
sejam capazes e estejam dispostos a fazê-lo. Esse desenvolvimento dos liderados deve ser
realizado ajustando-se o comportamento de liderança, ou seja, passando pelos quatro estilos
[...] (p.193).
A Liderança Situacional baseia-se na premissa de que para pessoas com pouca
capacidade e disposição (M1) é preciso mais controle e estruturação das tarefas. À medida
que a pessoa vá se tornando capaz (M2), o controle deve ir diminuindo e o apoio sócio-
emocional deve ir aumentando. Uma vez que a capacidade e a disposição tornam-se ainda
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maiores (M3), o líder deve diminuir ainda mais seu controle e também seu comportamento de
relacionamento. Finalmente, para pessoas com alta maturidade (M4), já não é mais necessário
apoio sócio-emocional. Estas pessoas preferem a autonomia, sentindo-se satisfeitas quando as
tarefas e as decisões são deixadas por sua conta. Porém, "isto não quer dizer que haja menos
confiança mútua e amizade entre líder e liderado. Pelo contrário, a confiança e a amizade são
maiores ainda, mas o líder precisa adotar menos comportamento de apoio para provar isso"
(p.193).
Hersey e Blanchard (p.263) ressaltam que as pessoas estão sujeitas, por fatores
internos e externos à organização, a regredir em seu nível de maturidade. Neste caso, o líder
deve reavaliar a maturidade do subordinado, voltando ao estilo de liderança adequado, a fim
de fornecer-lhe apoio sócio-emocional e direção apropriados. Os líderes devem estar
constantemente atentos às situações de regressão, pois, de acordo com Hersey e Blanchard
(p.267), o processo de retorno a um estágio já anteriormente alcançado será tão mais
dispendioso quanto o tempo decorrido entre a regressão e a efetiva intervenção de apoio.

Conclusão
 
Com base nas justificativas e citações, podemos concluir que a eficácia da Liderança
depende de ter o máximo possível de variáveis sob nosso controle.
Liderando com liberdade

O líder reparte o poder, provoca auto-imagem, estimula o saber, decidir e fazer.


 Podemos citar algumas variáveis: 
 Facilitador : Libera energia positiva;
 Reunidor: Responde pela sinergia;
 Educador: Guia atitudes pessoais e profissionais;
 Empreendedor: Converte sonhos em ação, fazendo acontecer;
 Negociador: Cria relações horizontais, sabe que o conflito faz parte das
diferenças e que o diálogo é instrumento para o consenso;
 Agente de Mudanças: Transformador, desbloquador e construtor de processos
atualizados e funcionais;
 Comunicador: Tem como principal estratégia organizacional a comunicação na
era digital;
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 Estadista: Tem a visão do todo e age estratégicamente.
 A liderança deve desempenhar um papel essencialmente educadora, levando as
pessoas a se desenvolverem, a sintonizarem idéias, a disseminarem
adequadamente valores.
As mudanças para ampliar a eficácia exigem que os líderes abandonem modelos
impíricos que estão geralmente contaminados pela excessiva valorização da figura de
autoridade, passando a se basear em conceitos e práticas das ciências humanas adequadas a
liderança eficaz.
Podemos citar algumas habilidade indispensáveis:
 Capacidade de flexibilidade;
 Abertura às mudanças;
 Competências em relações interpessoais;
 Trabalho em equipe;
 Coragem &endash; abertura ao risco;
 Aprendizagem contínua;
 Visão especialista + generalista;
 Originalidade, Integridade e Ética;
 Pensamento não linear;
 Sensibilidade;
 Dar e receber (Feed back);
 Administrar conflitos;
 Confiança.
 

Atividades:
1. Comente os desafios da liderança. P4

2. Como deve ser o líder natural? P6

3. Qual é o modelo de liderança de Neemias? P7

4. O texto: Nee. 1:1-5 induz o líder a exatamente o que? P8

5. Qual é o exemplo que podemos tirar da liderança de Neemias? P11

6. O que significa a encarnação da responsabilidade? P12

7. Comente sobre a unção de Paulo na Igreja. P14


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8. Qual é a importância da santidade em liderança? P15

9. Como exercer a liderança com eficiência?

10. Por qual motivo o líder deve ter ma vida de oração? P17

11. Como deve proceder o líder durante a oração? P18

12. O que é aconselhar e como se deve fazer? P20

13. Qual é o alvo do aconselhamento?

14. Qual é o exemplo que devemos tirar de Jesus como conselheiro? P24

15. Cite as técnicas de aconselhamento. P27

16. Comente sobre os conselhos ao líder. P32

17. Como deve proceder o líder na organização? P35

18. Como o líder deve trabalhar a motivação? P36

19. Sobre os estilos de liderança, faça um comentário citando detalhes. P37

20. Como liderar com qualidade? P43

Bibliografia

BENNIS, Warren & NANUS, Burt. Líderes: estratégias para assumir a verdadeira liderança.
São Paulo: Harbra, 1988. 

BERGAMINI, Cecília W. O que não é motivação. Revista de Administração de Empresas,


São Paulo, vol.21, n.4, p. 3-8, out./dez.1986. 

BLAKE, Robert R. & MOUTON, Jane S. O Grid Gerencial III. São Paulo Editora Pioneira,
1989.

HERSEY, Paul & BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: a teoria e as


técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986. 
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PREE, Max De. Liderar é uma arte: vencendo a crise e a inércia com uma administração
inovadora. São Paulo: Best Seller, 1989.

RAMOS, Alberto G. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das
nações. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989. 

BÁEZ-CAMARGO, Gonzalo. Princípios e Método da Educação Cristã. Rio de


Janeiro : Conf. Evangélica do Brasil, 1961.

BOFF, Leonardo. E a Igreja se fez Povo. Petrópolis : Vozes, 1986.

COMBLIN, José. Educação e Fé: Os princípios da Educação Cristã. São Paulo


: Herder, 1962.

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