Este documento descreve a série documental "Aforamentos" produzida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro entre 1567 e 1960. A série contém documentos relativos aos aforamentos de terras pertencentes à Câmara, inicially as sesmarias doadas no século XVI. Os aforamentos geravam receita para a Câmara através dos pagamentos de foros e laudêmios, porém sua administração era problemática devido a usurpações, má cobrança e conflitos com outras entidades.
Este documento descreve a série documental "Aforamentos" produzida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro entre 1567 e 1960. A série contém documentos relativos aos aforamentos de terras pertencentes à Câmara, inicially as sesmarias doadas no século XVI. Os aforamentos geravam receita para a Câmara através dos pagamentos de foros e laudêmios, porém sua administração era problemática devido a usurpações, má cobrança e conflitos com outras entidades.
Este documento descreve a série documental "Aforamentos" produzida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro entre 1567 e 1960. A série contém documentos relativos aos aforamentos de terras pertencentes à Câmara, inicially as sesmarias doadas no século XVI. Os aforamentos geravam receita para a Câmara através dos pagamentos de foros e laudêmios, porém sua administração era problemática devido a usurpações, má cobrança e conflitos com outras entidades.
Raphael Camelo Soares Caldas (Gerência de Documentação Escrita e Especial)
Ruth Pontes Oliveira (Subgerência de Documentação Especial)
Giordano Bruno (Subgerência de Documentação Especial)
Fundo Câmara Municipal: Série Aforamentos
1 - Área de Identificação
1.1 - Código de Referência: BR RJAGCRJ.CM.AFO
1.2 - Título: Aforamentos 1.3 - Data: 1567 - 1960 1.4 - Nível de Descrição: SÉRIE (N3) 1.5 - Dimensão e Suporte:
2 - Área de Contextualização
2.1 - Nome(s) do(s) Produtor(es):
2.1.1 - Nome: Câmara Municipal do Rio de Janeiro 2.1.2 - Tipo: Entidade Coletiva 2.1.3 - Data de Nascimento/Criação: 1567 2.1.4 - Data de Morte/Extinção: 1889
2.2 - História Administrativa/Biografia: Como sabido, o patrimônio de cada
estado, município se divide em bens móveis e bens imóveis. Hoje, o Rio de Janeiro administra um patrimônio bastante complexo de bens permanentes que pode ser classificado em: bens de uso comum (como as ruas); bens de uso especial (os prédios onde funcionam repartições municipais), e bens dominiais. No caso destacam-se os bens dominiais imóveis que, segundo o Manual de Patrimônio, do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), são aqueles que, não estando afetos pela caracterização de uso comum ou especial, tem caráter de bem privado, que o município administra como qualquer particular em relação a seus bens. Na segunda metade do século XIX, o patrimônio do Município Neutro compunha-se de três sesmarias, a saber: 1) Sesmaria Estácio de Sá ( do nome do seu doador), doada em 16 de julho de 1565; 2) Sesmarias dos Sobejos (em face da utilização de uso pleno no título de doação), que consiste nos imóveis situados entre a testada da Sesmaria Estácio de Sá e o mar (atualmente até a faixa de terrenos de marinha de propriedade da União Federal) ; 3) Sesmaria Realenga (de real; propriedade da Coroa), situada em Realengo. A antiga Prefeitura do Distrito Federal já teve o gozo da terra de Marinha situada em seu território e que lhe foi retirado pela União. Os aforamentos iniciaram-se na Cidade do Rio de Janeiro a partir da fundação, quando Estácio de Sá doa pelo menos duas sesmarias. A primeira para a colonização, passaram, então, a praticar atos diversos de gozo por terceiros dos imóveis, dentre os quais o aforamento. Segundo Serafim Leite, “os jesuítas não possuíam recursos nem gente para construir e administrar os engenhos daí aforaram as terras para não as deixar devolutas e também porque precisavam de recursos para as obras do colégio”. Pelo visto, o aforamento era um modo de se obter renda sem despesa de capital, ao mesmo tempo que tornava produtivas as terras. D. Maria deixa isto claro no Alvará de 5 de outubro de 1785, §29, onde ordena que “... se dessem terras para patrimônio das câmaras, e que por aforamento servisse às suas rendas”, após saber o estado de carência de muitas câmaras municipais. A Câmara do Rio de Janeiro, segundo os autores consultados, não conseguiu uma boa renda dos aforamentos proporcionalmente ao valor e à quantidade dos lotes aforados. As razões disto foram muitas. Primeiro, porque só conseguiu medir sua sesmaria quase dois séculos após a doação, o que causou a perda de vários lotes, pois um dos requisitos básicos do sistema de sesmaria era a medição, para posterior registro. Como poderia alegar que era seu ou não determinado lote? As usurpações foram muitas. Segundo, o fato de não conseguir exercer um controle eficaz sobre os lotes aforados devido à má administração, à inescrupulosidade de alguns vereadores e governadores, às preocupações com vários problemas administrativos, sobretudo o problema com a defesa da cidade ameaçada por invasões estrangeiras. Havia também antagonistas que não queriam reconhecer os direitos patrimoniais da Câmara, como as ordens religiosas, que, segundo G.Estienne: “Enquanto podiam, negavam-se elas a acatar o domínio direto da Câmara, contestavam-no até as últimas e, quando os títulos não deixavam lograr a dúvidas, excusavam-se de satisfazer os encargos inerentes aos aforamentos, dando assim censurável exemplo desrespeito à lei, no que eram fervorosamente acompanhadas por certas irmandades e ordens terceiras”. Finalmente, o próprio mecanismo de funcionamento da Câmara entrava a administração do patrimônio pela rotatividade dos seus membros e pela escassez de funcionários capacitados. Outros problemas foram causados pela ação de pessoas que conseguiam apoderar-se de terras, através de ações de usucapião, obtendo sentenças que lhes reconheciam a posse. Note-se que se tratava de foreiros que não cumpriam por um período de quarenta anos seus deveres (após 1917, a legislação de usucapião de terras públicas foi revogada). As tentativas de usurpar o patrimônio da Câmara continuam no século XIX, quando cidadãos conseguem que o juízo dos Feitos da Coroa e Fazenda profira um acórdão (20 de junho de 1812), declarando nulos todos os aforamentos que a Câmara havia feito, com base no argumento que Estácio de Sá e o governador Mem de Sá haviam doado a sesmaria à população da cidade e não à Câmara. É evidente que este absurdo não foi adiante, mas a Câmara só viu a questão resolvida em 1821 com o alvará de 10 de abril, que reconheceu o seu direito de aforar os terrenos situados nas ditas sesmarias. Semelhantes problemas com as terras aforadas prejudicaram o recolhimento dos foros e dos laudêmios. As maiores críticas encontradas nos diversos autores, entre eles Haddock Lobo, e documentos oficiais, referem-se à ação ineficaz da Câmara na cobrança dos foros pelo fato de que a área da Sesmaria da Câmara se sobrepunha à que lhes havia sido doada anteriormente. Outra expressiva fonte de renda para a Câmara são os foros sobre terrenos de marinha. A Câmara se apossou dos terrenos de marinha vendendo-os em hasta pública ou aforando-os para arrecadar fundos para a construção da fortaleza de Lages, diante da ameaça da invasão dos holandeses. Isto deu início a um conflito de um aforamento feito no século XVI . O conflito só terminou com a Ordem Régia de 3 de novembro de 1790, que deliberou contra a Câmara, mas respeitou os aforamentos feitos, deixando-a continuar percebendo os foros e laudêmios. O império outorgou à Câmara a faculdade de cobrar foros e laudêmios sobre os terrenos de marinha, pois a Lei nº 60, de 20 de outubro de 1838, no seu artigo 9º, item 27 diz que: “pertencem à receita geral do Império as seguintes imposições: foros dos terrenos de marinha e laudêmio, exceto no Município da Cidade do Rio de janeiro”. Ainda no Império, a Câmara ganha o direito de aforar e receber a receita sobre os terrenos acrescidos de marinha , conforme a Lei nº 3348, de 20 de outubro de 1887. A República continuou a permitir o direito de gozo da Câmara sobre os terrenos de marinha, mas com modificações. A união era a proprietária, mas a Câmara ficava como usufrutuária, podendo receber os foros e laudêmios, segundo a Lei nº 741, de 26 de dezembro de 1900 , sendo que essa autorização foi posteriormente revogada.
2.3 - História Arquivística:
2.4 - Natureza Jurídica: Público 2.5 – Procedência: 2.5.1 - Nome: 2.5.2 - Forma de Entrada: 2.5.3 - Ano da Entrada: 2.5.4 - Número Geral da Entrada:
3 - Área de Conteúdo e Estrutura
3.1 - Âmbito e Conteúdo:
3.2 - Avaliação, Eliminação e Temporalidade: Documentação Permanente 3.3 – Incorporações: 3.4.1 - Estágio de Tratamento: Parcialmente organizado 3.4.2 – Organização: em forma de códices
4 - Área de Condições de Acesso e Uso
4.1 - Condições de Acesso:
4.1.1 - Condição: Sem Restrição 4.1.2 - Tipo de Restrição: 4.1.3 - Observações 4.2 - Condições de Reprodução: mediante autorização da Instituição 4.3 - Idioma/Escrita: Português 4.4 - Instrumento de Pesquisa: 4.4.1-Modalidade de Instrumentos de Pesquisa Tipo: Catálogo Descrição: Notação, descrição do assunto e datas-limite
5 - Área de Fontes Relacionadas
5.1 - Existência e Localização dos Originais: Subgerência de Documentação
Escrita 5.2 - Existência e Localização de Cópias: 5.2.1 - Na Instituição 5.2.2 - Outros Detentores: 5.3 - Unidades de Descrição Relacionadas: 5.4 - Notas Sobre Publicação
6 - Área de Notas
6.1 - Notas sobre conservação: em bom estado de conservação
6.2 - Estado do Acervo: Bom 6.3 - Notas Gerais:
7 - Área de Controle
7.1- Nota do arquivista: A organização da coleção, a descrição da série e do
dossiê e a identificação dos itens documentais seguiram as orientações da Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE). 7.2 - Regras ou convenções: Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006 (Brasil). 7.3 - Datas das Descrições: Janeiro de 2015 7.4 - Unidade Custodiadora: Subgerência de Documentação Escrita 7.5 - Responsável da descrição: Raphael Camelo S. Caldas Camilla Campoi Geórgia da Costa Tavares
8 - Área de Ponto de Acesso e Indexação de Assuntos
8.1 - Pontos de Acesso e Indexação de Assuntos: Aforamento, Sesmaria, Laudêmio