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MODERNA
Discentes: Ana Kayra, Beatrice Peres, Lavignia, Maria Clara, Mariely Souza, Yara Beatriz.
Texto Original
Neste texto Watson discute a definição e o objetivo da sua nova psicologia, assim como as
suas críticas contra o Estruturalismo e o Funcionalismo. Ele também explica sua visão ao
considerar as áreas da psicologia aplicada como científicas por buscarem leis gerais para
a previsão e o controle do comportamento.
Se você não conseguir produzir as minhas descobertas, não é por causa de uma falha no
equipamento ou no controle do estímulo, é pelo treinamento inadequado da sua
introspecção. A culpa recai sobre o observador e não sobre o ambiente experimental. (...)
Os Métodos do Behaviorismo
A nova psicologia tentou consistentemente adaptar os métodos das ciências naturais às
suas necessidades. Mas em nenhuma forma precedente de psicologia essa tendência foi
tão forte quanto no comportamentalismo watsoniano. Watson afirmou que a psicologia devia
restringir-se aos dados das ciências naturais, ao que podia ser observado — em outras
palavras, ao comportamento. Por conseguinte, só os métodos de investigação mais
verdadeiramente objetivos eram admitidos no laboratório comportamentalista. Watson
declarara explicitamente que os métodos a serem usados seriam: (1)a observação, com e sem
o uso de instrumentos; (2) os métodos de teste; (3) o método do relato verbal; e (4) o
método do reflexo condicionado. O método da observação, auto-explicativo e fundamental.
Sua intenção era estudar o comportamento humano da mesma maneira que os físicos
estudavam o universo, separando-o em partes componentes, entre átomos e elementos. No
behaviorismo em si tornaram-se menos importantes, os verdadeiros observadores eram os
pesquisadores psicólogos responsáveis pela pesquisa que estabeleciam as condições
experimentais e registravam as respostas dos sujeitos. Assim, o indivíduo foi rebaixado de
posto, não mais observava as próprias características, apenas exibia os comportamentos.
O behaviorismo de Watson foi uma tentativa de construir uma ciência livre de noções e
métodos subjetivos, ou seja, uma ciência tão objetiva quanto à física. Ele desenvolveu a sua
psicologia de acordo com a crença básica de que todas as áreas do comportamento devem
ser consideradas em termos objetivos de estímulo-resposta.
Os Instintos
Watson alegou que os comportamentos aparentemente instintivos são, na verdade,
respostas condicionadas socialmente. Ao adotar a visão de que a aprendizagem – ou o
condicionamento- seria a chave para a compreensão do desenvolvimento humano, tornou-
se um ambientalista radical, indo ainda mais longe: não apenas negava os instintos como
também se recusava a admitir no seu sistema qualquer tipo de talento, temperamento ou
capacidade herdado. Concluiu, de forma simples e otimista, ser possível treinar uma criança
para se tornar o que se desejasse que ela fosse, pois não havia fatores genéticos
limitadores.
As Emoções
Para Watson, as emoções não passavam de simples respostas fisiológicas a estímulos
específicos. Um estímulo (como a ameaça de uma agressão física) produz mudanças
físicas internas, tais como o aumento do batimento cardíaco, acompanhado das respostas
explícitas apropriadas e adquiridas. Essa explicação para as emoções nega a existência de
qualquer percepção consciente da emoção ou das sensações dos órgãos internos, cada
emoção envolve um padrão particular de mudanças fisiológicas. Embora Watson tenha
observado que respostas emocionais têm envolvimento no movimento explícito, acreditava
nas reações internas como sendo predominantes. Assim, a emoção constitui uma forma de
comportamento implícito no qual as reações internas são expressas por manifestações
físicas como o rubor das faces, a transpiração ou o aumento do batimento cardíaco.
Os Processos do Pensamento
O sistema behaviorista de Watson tentou reduzir o pensamento a comportamento motor
implícito. Ele alegava ser o pensamento, como todos os demais aspectos do funcionamento
humano, uma espécie de comportamento sensório-motor. Partia do princípio de que o
comportamento do pensamento envolvia movimentos ou reações de fala implícitas. Desse
modo, reduzia o pensamento para a fala subvocal que dependia dos mesmos hábitos
musculares aprendidos para a expressão da fala explícita. À medida que nos tornamos
adultos, esses hábitos musculares tornam-se inaudíveis e invisíveis porque pais e
professores nos reprimem para pararmos de conversar alto com nós mesmos. Assim, o
pensamento se torna uma forma de conversação silenciosa.
O behaviorismo exigia provas objetivas de movimentos implícitos da fala,
portanto, Watson realizou tentativas experimentais para registrar os movimentos da língua e
da laringe (chamadas caixa de voz) durante o pensamento. Apesar da sua incapacidade de
assegurar resultados mais confiáveis, continuou convicto da existência dos movimentos
implícitos de fala. Insistia que a comprovação dependia apenas do desenvolvimento de
equipamentos de laboratório mais sofisticados.
A popularização da psicologia
A psicologia já se tornara popular por volta dos anos 20, como discutimos no Capítulo 7.
Sob a influência de Watson, diante do seu charme, carisma, capacidade de persuasão e
mensagem de esperança, os americanos quase foram dominados por aquilo que alguém
chamou ironicamente de “surto” de psicologia. Boa parte do público americano estava
convencida de que o caminho para a saúde, a felicidade e a prosperidade era a
psicologia, e as colunas.
O humorista canadense Stephen Butier Leacock observou que a psicologia costumava
ficar restrita ao campus universitário, onde não tinha vínculos com a realidade e não
causava nenhum dano visível a quem quer que a estudasse. Por volta de 1924, no
entanto, podia-se vêla em toda parte. Assim foi a epidemia da psicologia nos Estados
Unidos, e Watson pode ter feito mais do que qualquer outra pessoa para ajudá-la a se
disseminar.
Referências
Schultz, D.P & Shultz, S.E.(2007). História da psicologia moderna. São Paulo: Thomson
Leaning.