Você está na página 1de 1

Caso Júri Simulado – Medicina USP/Bauru – 2020

Jussara da Silva tem 25 anos, vendedora de loja de roupas, casada com José da
Silva, técnico de informática, há 3 anos. O casal reside em Bauru/SP. Jussara sempre
foi uma pessoa alegre, mas, nos últimos tempos, tem se apresentado triste e
desanimada. Esses sentimentos têm influenciado em sua rotina de trabalho e o gerente
da loja onde ela trabalha, Sr. Carlos Bonifácio, a chamou para conversar e perguntar o
que estava acontecendo. Nesse momento, Jussara compartilhou com o gerente que
tem sofrido violência doméstica de seu marido há 2 anos.
No dia 10/03/2019, José começou uma briga com Jussara e a agrediu de forma
violenta, desferindo chutes e socos. Os vizinhos do casal ouviram toda a briga e as
agressões. No dia seguinte, Jussara estava decidida a se separar de José. Sendo
assim, separou todas as roupas, pertences e se mudou para a casa de uma amiga. No
mesmo dia, Jussara se lembrou que sua menstruação estava atrasada havia 15 dias e
realizou um teste de gravidez. Jussara descobriu que estava grávida de 3 semanas.
Sentindo-se frágil, sozinha, triste e desamparada, Jussara optou por realizar um aborto
com medicação. Jussara entendeu que não poderia ter um laço eterno com José, já que
não aguentava mais a violência. Além disso, Jussara sabia que José não queria ter
filhos e que ela, sozinha, não teria condições de criar um filho. Jussara comentou com
uma colega de trabalho, Cristina, que estava grávida e que tinha intenções de realizar
o aborto, já que a gravidez não seria bem-vinda. No mesmo dia, a sogra de Jussara
telefonou para ela e Jussara contou sobre a gravidez. Jussara disse à sua sogra que
realizaria o aborto, tendo sua sogra suplicado para que não o fizesse. Jussara estava
decidida e tomou a medicação. Logo após tomar a medicação, Jussara começou a sentir
muitas cólicas e procurou atendimento em uma unidade de saúde, sendo atendida pelo
Dr. João de Araújo, o qual percebeu que se tratava de um aborto provocado. Ainda, Dr.
João constatou que Jussara apresentava hematomas de violência doméstica. Dr. João
disse à Jussara que realizaria todo os procedimentos médicos necessários, mas que
precisaria chamar a polícia porque se tratava de um crime e, também, era seu dever
enquanto médico. Entretanto, Dr. João se solidarizou em relação à Jussara quando esta
lhe contou tudo o que estava vivendo. Diante disso, Dr. João chamou um colega médico,
Dr. Eustáquio Petrolino, para compartilhar o caso. Dr. Eustáquio ficou estarrecido com
o aborto e disse que era necessário chamar a polícia. Diante disso, Dr. João chamou a
polícia e, após toda a investigação e processo penal, Jussara foi pronunciada no artigo
124 do Código Penal, sendo destinada à júri popular.

 3 testemunhas de defesa: o gerente da loja onde Jussara trabalhava, Sr. Carlos


Bonifácio; o médico que realizou o atendimento de Jussara, Dr. João de Araújo;
e um vizinho de Jussara, Sr. Gonzaga.

 3 testemunhas de acusação: a colega de trabalho de Jussara, Cristina; o


médico Dr. Eustáquio Petrolino; e a sogra de Jussara, Sra. Rosa Silva.

Você também pode gostar