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12/03/2019 Izidoro Azevedo dos Santos (Herbert): Crueldades conjugais

Vida normal
Rapaz do pênis reimplantado diz que voltou à ativa

Aos 28 anos, o comerciante capixaba João Carlos Mattos de Faria é um caso único na história da medicina. Na madrugada
de 5 de novembro de 1996, num quarto de motel, sua ex-namorada Joyce Grace Gomes Savicth, então com 17 anos,
decepou-lhe o pênis com uma faca de cozinha. Como ele estava em Vitória, no Espírito Santo, onde morava, e foi operado
em São Paulo, o tempo entre a agressão e o implante foi de oito horas um recorde mundial. Até então, o maior tempo
entre decepação e cirurgia bem-sucedida era o do americano John Bobbit, que teve o pênis decepado pela mulher, Lorena,
em 1993, e foi levado à mesa de operação em duas horas. Mesmo assim, Bobbit só tem ereções graças a uma prótese.
Como João Carlos ultrapassou os limites conhecidos, sua recuperação foi cercada de expectativa. Na semana passada,
nove meses depois do atentado, ele avisava que está recuperado. "Voltei a ter uma vida sexual normal", diz o comerciante.

Entre os pacientes submetidos a reimplante de pênis, 30% conseguem ereções sem a necessidade de prótese, mas o
sucesso da operação depende da rapidez com que o órgão é reimplantado. A cada segundo perdido, mais células morrem
e mais difícil se torna a recuperação. "Não tenho notícia de um homem que tenha ficado tanto tempo sem o órgão", informa
o cirurgião vascular Aldo Ferronato, um dos médicos que cuidaram do rapaz. Um mês após a cirurgia, o comerciante foi
submetido a uma plástica no pênis, para minimizar a marca do corte. Três meses depois, ele teve sua primeira relação
sexual, e diz ter voltado a ser o paquerador de sempre. "Cheguei a engravidar uma namorada, mas ela perdeu o bebê",
garante.

Joyce, a decepadora, foi condenada a três anos de confinamento na Unidade de Internação Provisória, uma instituição
para menores infratores. Em abril, porém, simulando dores de parto, conseguiu ser levada para um hospital, de onde fugiu.
No início de julho, ela deu à luz uma menina. Segundo seu advogado, Moacir Rodrigues, o pai da criança é João Carlos. O
comerciante desmente. "Ela já estava grávida um mês antes daquela madrugada", esbraveja o rapaz. Como a mãe e a
criança estão escondidas, não podem entrar com um processo de paternidade, a única maneira de tirar a dúvida. João
Carlos, em março, abriu um processo contra a moça, acusando-a de ameaças de morte. "Enquanto estava presa, ela
telefonava dizendo que ia me pegar", afirma ele.

Roberta Paixão, do Rio de Janeiro

http://veja.abril.com.br

http://izidoroazevedo.blogspot.com/2010/08/crueldade-marital.html 1/1

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