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4 Fundamentos de
Aposentadoria
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Conteudista:
Teomair Correia de Oliveira, 2021.
Enap, 2021
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Sumário
1.4.1.1 Magistério............................................................................................................................13
1.4.3 Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e biológicos .....................14
1.5.4 Regra de Transição - Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e
biológicos ...................................................................................................................................... 21
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Sumário
1.6 Aposentadorias amparadas pelo Direito Adquirido ..........................................................................22
Referências.................................................................................................................................. 29
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MÓDULO
4 Fundamentos de Aposentadoria
Este módulo tem por finalidade apresentar as regras de aposentadoria atualmente vigentes no RPPS da
União, a alteração do fundamento de aposentadoria, contagem do tempo de serviço/contribuição para a
aquisição desse direito e sobre a concessão do abono de permanência.
Uma das maiores dúvidas dos servidores é quanto ao cálculo dos benefícios, que foi se alterando durante as
reformas. Assim, começaremos demonstrando a evolução das formas de cálculo e reajuste das aposentadorias.
Com a EC n. 41, de 2003, alterou-se novamente a forma de cálculo desse benefício, que
passou a observar as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor
aos regimes de previdência ao qual esteve vinculado durante a sua vida laboral, em respeito
ao princípio do equilíbrio financeiro e atuarial do RPP da União.
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Tempo Contributivo.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Conforme se pode observar, o cálculo definido pela EC n. 41, de 2003, era benéfico para o servidor, uma vez
que não seriam considerados os 20% das menores bases contributivas para os regimes de previdência aos
quais o servidor esteve vinculado.
Com a EC n. 103, de 2019, a regulamentação da forma de cálculo deverá ser realizada por lei do respectivo ente
federativo. No entanto, no âmbito da União, até a edição da referida norma, o cálculo dos proventos deverá observar:
1 A média aritmética simples de 100% (cem por cento) do período contributivo, atualizado
monetariamente, desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior
àquela competência.
2 O valor da média não poderá ultrapassar o valor do teto do RGPS para os servidores vinculados
ao RPC.
3 É assegurado um valor mínimo de 60% do valor da média, podendo esse percentual ser
aumentado a depender do tempo de contribuição superior a 20 anos.
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O tempo de contribuição do servidor será importante para definir o percentual que incidirá no valor da
média. Quanto maior o tempo contributivo, maior o percentual e, por consequente, o valor do benefício.
Para fazer jus ao valor integral da média, o servidor deverá ter 40 anos de contribuição. Vejamos:
Cada regra de aposentadoria estabelece a forma de cálculo dos seus benefícios, podendo haver alguma
diferença a depender da determinação do legislador.
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A evolução da forma de calcular e de reajustar os proventos pode ser sistematizada no quadro abaixo.
Assim, passa a analisar as regras de aposentadoria atualmente vigente com as respectivas formas de
cálculo dos benefícios.
A EC n. 103, de 2019, estabelece as seguintes regras de aposentadoria a serem concedidas aos servidores federais.
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1.2 Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho
A Constituição Federal de 1988 previu, inicialmente, que o servidor poderia ser aposentado quando fosse
acometido de doença que o incapacitasse para o desempenho das atribuições do cargo. O Manual de Perícia
Oficial em Saúde do Servidor Público Federal estabeleceu que a invalidez deveria ser total e permanente para o
exercício do cargo, função ou emprego em decorrência de alterações provocadas por doença ou acidente com
a impossibilidade de ser reabilitado, levando em conta os recursos terapêuticos e/ou tecnológicos existentes.
Antes do servidor ser aposentado por invalidez, a Administração deveria tentar readaptá-lo, nos termos do
art. 24 da Lei nº 8.112, de 1990.
No âmbito do Poder Executivo federal, a readaptação era complexa de ser realizada, em face dos parâmetros
rígidos estabelecidos pela Lei nº 8.112, de 1990, a serem observados pela Administração. A Emenda
Constitucional nº 103, de 2019, promoveu grande alteração nesse benefício de risco.
Inicialmente, o novo nome do instituto – aposentadoria por incapacidade permanente para trabalho – determina
que o servidor somente poderá ser aposentado se não tiver condições de exercer nenhum outro labor, ao passo
que na aposentadoria por invalidez a incapacidade era restrita ao exercício do cargo, emprego ou função pública.
Outra alteração realizada pela emenda foi a flexibilização do instituto da readaptação. Agora, o servidor
poderá realizar atividades de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação
que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição. Os únicos
requisitos formais a serem analisados são:
2 Ter o nível de escolaridade exigido para o cargo de destino. Ocorrendo a readaptação, será
mantida a remuneração do cargo de origem.
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Vejamos as principais diferenças entre a aposentadoria por invalidez e a incapacidade permanente para o trabalho.
Outra alteração realizada pela EC n. 103, de 2019, foi a revogação, a partir de 13 de novembro de 2019,
do § 21 do art. 40 da Constituição Federal, que previa a incidência da contribuição previdenciária sobre os
proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelos RPPS, apenas sobre os valores que superem o
dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, no caso dos beneficiários portadores de
doença incapacitante, também conhecido como “duplo teto”.
Cálculo do benefício.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Caso a incapacidade seja em decorrência de acidente do trabalho, doença do trabalho ou doença profissional,
os proventos corresponderão a 100% da média aritmética simples.
Os proventos serão calculados de acordo com a regra geral, ou seja, média aritmética simples de 100% do período
contributivo. O valor do benefício levará em consideração o tempo contributivo do servidor, sendo influenciado se
for maior ou menor do que 20 anos de contribuição, conforme Nobrega e Benedito (2021, p. 68) esclarecem:
I - Caso o servidor tenha mais de 20 anos de contribuição, os proventos serão calculados segundo
a seguinte regra:
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II - Caso o servidor tenha menos de 20 anos de contribuição, o valor de 60% da média será
proporcionalizado pelo tempo contributivo dividido por 20, conforme pode-se observar na
sistematização abaixo.
Até que seja editada lei federal regulamentando as regras de aposentadoria do RPPS da União, a Emenda
Constitucional nº 103, de 2019, estabelece cinco (5) regras gerais de aposentadoria voluntária. Vejamos:
Regra Geral.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A reforma da previdência de 2019 não foi benéfica para as mulheres, uma vez que a diferença de idade entre
elas e os homens, para fins de aposentadoria, foi reduzida de 5 anos para 3 anos. Assim, as servidoras deverão
trabalhar um período adicional maior do que será exigido dos homens, se comparado com as regras anteriores.
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1.4.1.1 Magistério
A EC n. 103, de 2019, manteve o direito dos servidores ocupantes do cargo efetivo de professor o direito à
aposentadoria voluntária com requisitos diferenciados em relação à regra geral.
Magistério.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para esses profissionais, a EC n. 103, de 2019, exige que o tempo de contribuição seja na função de
magistério exclusivamente na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
O §2º do art. 67 da Lei nº 9.394, de 1996, estabelece que “[...] para os efeitos do disposto
no § 5º do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções
de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus
diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.”
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1.4.3 Servidores que trabalham com agentes químicos, físicos e biológicos
A EC n. 103, de 2019, estabeleceu uma regra específica para os servidores que exercem atividades com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes. Como esses servidores exercem as atividades em condições diferentes dos demais servidores,
poderão fazer jus a uma aposentadoria mais rápida, visto que as atividades exercidas poderão gerar
prejuízo a sua saúde ou a sua integridade física.
Importante ressaltar que é vedada a conversão de tempo especial em comum, ou seja, o tempo trabalhado
nessas condições especiais não poderá ser convertido, com contagem diferenciada, para tempo de
contribuição comum, nem ser utilizado em qualquer outra regra de aposentadoria.
Saiba mais
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Para o reconhecimento do tempo de contribuição na condição de servidores públicos com
deficiência deverá ser observada as orientações constantes na Instrução Normativa nº 02, de 13
de fevereiro de 2014 , da atual Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência.
Cálculo da aposentadoria.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A EC n. 103, de 2019, estabeleceu quatro (4) regras de transição para os servidores que ingressaram em
cargo efetivo até a sua edição, ou seja, 13 de novembro de 2019.
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1.5.1 Regra de Transição - Sistema de Pontos
Esta regra permite ao servidor que tenha ingressado em cargo efetivo até a data da publicação da EC n.
103, de 2019, ou seja, 13/11/2019, que possa se aposentar antes da idade constante na regra geral de 65
anos de idade, para os homens, e 62 anos, para as mulheres, desde que cumpra os seguintes requisitos:
Essa regra exige vários requisitos, entre eles, uma pontuação decorrente de soma da idade e do
tempo de contribuição do servidor. Pode-se observar que a idade e o tempo de contribuição mínimos
não são suficientes para cumprir os pontos exigidos; assim, o servidor deverá, necessariamente, ter
um tempo adicional de contribuição ou uma idade maior para fins de se aposentar por essa regra.
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Para o servidor titular do cargo de professor, que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a EC 103, de 2019, estabelece
os seguintes requisitos:
Por essa regra, os benefícios serão calculados pela regra geral, assim esquematizada.
Cálculo da aposentadoria.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Há a possibilidade de o servidor se aposentar com base na remuneração do cargo efetivo e com direito à
paridade, todavia deverá cumprir os seguintes requisitos:
Exemplo: Para melhor compreensão do pedágio, vejam o exemplo de uma servidora que tenha 58 anos de
idade em 13/11/2019, data da EC 103, de 2019, 20 anos de contribuição, 15 anos de serviço público e 10
anos de cargo efetivo.
Assim, na data de publicação da EC 103, de 2019, faltava para a servidora se aposentar 10 anos
de contribuição (30 anos exigidos pela norma – 20 anos nos quais tinha contribuído para o regime de
previdências). Sobre os 10 anos será aplicado o percentual de 100%, a título de pedágio.
Nesse caso, a servidora deverá ter 40 anos de contribuição (30 anos da regra + 10 anos de pedágio) para
poder se aposentar por essa regra, além de cumprir os demais requisitos estabelecidos.
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1.5.2.1 Cálculos da aposentadoria
Por essa regra, os benefícios serão calculados pela regra geral, assim esquematizada.
Cálculos de aposentadoria.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Haverá a possibilidade de o servidor se aposentar com base na remuneração do cargo efetivo e com
direito à paridade, para tanto, deverá ter ingressado no serviço público em cargo efetivo até 31 de
dezembro de 2003 e não ter feito a opção de que trata o § 16 do art. 40 da Constituição Federal, além de
atender aos demais requisitos acima. Vejamos:
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1.5.3.1 Regra sem pedágio
Para fazer jus a essa regra, o servidor deverá cumprir os seguintes requisitos:
Regra – pedágio.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os critérios para definição de quais atividades se enquadram como natureza estritamente policial estão
estabelecidos na Portaria nº 580, de 6 de junho de 2019, do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
disponível em https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-580-de-6-de-junho-de-2019-157606472
Importante ressaltar que o §1º do art. 5º da EC 103, de 2013, estabelece que o tempo de
atividade militar nas Forças Armadas, nas polícias militares e nos corpos de bombeiros
militares, bem como o tempo de atividade como agente penitenciário ou socioeducativo serão
considerados como atividade estritamente policial.
Independentemente da regra escolhida – com ou sem pedágio – os proventos serão integrais (totalidade
da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria), nos termos artigo 1º, inciso
II, da Lei Complementar nº 51/1985, e paridade plena, com fundamento no art. 38 da Lei nº 4.878/1965,
conforme entendimento do Parecer n. JL – 04 da Advocacia-Geral da União, aprovado pelo Presidente da
República, cuja observância é obrigatória por toda à Administração.
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1.5.4 Regra de Transição - Servidores que trabalham com agentes
químicos, físicos e biológicos
A EC 103, de 2019, trouxe uma regra específica para os servidores que ingressaram em cargo efetivo
até 13/11/2019 e que exercem atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.
Por essa regra, será exigido um somatório de idade, tempo de contribuição, tempo de efetiva exposição
a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes. Ainda será
exigido tempo de serviço público e cargo efetivo.
No âmbito da União, as atividades exercidas pelos servidores submetidos a condições especiais, em regra,
se enquadram no tempo de efetiva exposição de 25 anos. Desse modo, o somatório deverá equivaler a 86.
Como previsto na regra geral para essas atividades, as condições e os requisitos estabelecidos para o
Regime Geral de Previdência Social deverão ser observados para a caracterização e a comprovação do
tempo trabalhado nessas condições específicas, naquilo em que não conflitarem com as regras específicas
aplicáveis ao Regime Próprio de Previdência Social da União.
Por essa regra, os proventos serão calculados de acordo com a regra geral:
Regra Geral.
Fonte: Elaborado pelo autor.
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1.6 Aposentadorias amparadas pelo Direito Adquirido
Já é pacífico que o servidor que cumpriu os requisitos para aposentadoria enquanto a legislação encontrava-
se vigente terá direito a exercê-lo no momento que entender mais adequado.
Esse direito está amparado no princípio do direito adquirido previsto no XXXVI da art. 5º Constituição Federal.
Respeitando esse princípio e dando maior segurança aos servidores, a EC n. 103, de 2019, em seu art. 3º,
assegurou a concessão de aposentadoria, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos
para obtenção do benefício até a data da sua entrada em vigor, ou seja, 13/11/2019, devendo ser observada
legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria.
Assim, passaremos a apresentar as regras de aposentadoria voluntárias vigentes antes da EC n. 103, de 2019, às
quais os servidores poderão fazer jus, caso tenham cumprido os requisitos enquanto se encontravam vigentes.
Por essa regra, o servidor, além de cumprir os requisitos de idade, tempo de contribuição e de cargo efetivo,
teria um pedágio ou acréscimo de 20% no tempo que faltava para aposentadoria em 15/12/1998.
No caso dos servidores ocupantes de cargo de magistério da educação infantil e ensino médio haveria
um bônus ao tempo de contribuição exercido até a 15/12/1998, que seria contado com o acréscimo de
17% (dezessete por cento), se homem, e de 20% (vinte por cento), se mulher, desde que se aposentasse
exclusivamente com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério.
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Essa previsão tinha por finalidade igualar a situação desses servidores com os demais, uma vez que essa
categoria profissional tinha uma redução de 5 (cinco) anos no tempo de contribuição e idade caso se
aposentassem, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício nas funções de magistério.
Os proventos, nessa regra, serão calculados considerando a média aritmética simples, podendo assim ser representada.
Tempo contributivo.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ressalte-se que sobre o valor dos proventos haveria, ainda, uma redução 3,5% por ano até 31/12/2005
e de 5% por ano a partir de 1º/01/2006, para cada ano antecipado em relação à idade de 55 anos de
idade, se mulher, 60 anos, se homem.
A EC n. 47, de 2005, trouxe uma regra de transição para os servidores que ingressaram até a edição da
Emenda Constitucional nº 20, de 1998, de forma que os proventos pudessem ser calculados com base na
remuneração do cargo efetivo em que se desse a aposentadoria.
Os requisitos de idade e tempo de contribuição eram equivalentes à regra geral até então vigente, sendo
permitido ao servidor reduzir um ano na idade para cada ano a mais de contribuição que excedesse aos
mínimos exigidos (35 e 30 anos). Esse sistema era conhecido como regra dos pontos: 85 para a mulher e
95 para os homens, em que a soma dos fatores deveria resultar nessas pontuações.
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1.6.2 Aposentadoria para os servidores que ingressaram entre 16/12/1998 e
31/12/2003
Por essa regra, os servidores que ingressaram entre as Emendas Constitucionais nº 20, de 1998, e a de no 41,
de 2003, poderiam se aposentar de forma que os proventos pudessem ser calculados com base na remuneração
do cargo efetivo em que se desse a aposentadoria. Assim, deveriam cumprir os seguintes requisitos.
Para os servidores que ingressaram em cargo efetivo até 13/11/2019, ou seja, antes da EC n. 103, de 2019, a regra
então vigente permitia que se aposentassem por tempo de contribuição ou por idade, conforme quadro a seguir.
Os proventos, nessa regra, seriam calculados considerando a média aritmética simples, podendo, assim,
ser representada.
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Tempo contributivo.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A resposta é afirmativa: uma vez que o servidor tenha cumprido os requisitos para jubilação enquanto se encontrava
em atividade, ele terá direito adquirido a aposentar-se também sob o fundamento da regra que cumpriu, ainda que
outra seja a que embasou a aposentação. Todavia, os seguintes requisitos deverão ser observados:
1 Que o servidor tenha cumprido, em atividade, os critérios para aposentação em mais de uma
regra de aposentadoria;
2 Que a regra para a qual o servidor pretende migrar lhe conceda o melhor benefício, aqui
considerado como aquele que lhe proporcionar o maior valor de proventos em moeda corrente, na
mesma data-base da concessão inicial; e
3 Observância do prazo decadencial, previsto no inciso I do art. 110 da Lei nº 8.112, de 1990,
contado da data de publicação do ato de concessão do benefício, caso o ato de jubilação não tenha
sido registrado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Ressalte-se que não será atendido o pedido de alteração de fundamento de aposentadoria caso
esse esteja baseado em critérios legais de recomposição e/ou reajustes posteriores à data de
concessão originária.
Exemplo: o servidor se aposentou em 2018, com fundamento no art. 2º da EC n. 41, de 2003, cujo
valor inicial dos proventos foi de R$ 6.000,00 (com base na média aritmética simples). Ele cumpriu,
ainda em atividade, os requisitos do art. 3º da EC n. 47, de 2005, cujo proventos iniciais seriam de
R$ 5.500,00 (com base na remuneração do cargo efetivo). Em 2020, foi publicada lei que alterou a
estrutura remuneratória do cargo que serviu de base para aposentadoria do servidor para subsídio de
R$ 10.000,00.
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Nesse caso, o servidor não terá direito à alteração do fundamento legal da aposentadoria, uma vez que,
no momento em que passou à inatividade, 2018, já havia optado pela aposentadoria que lhe era mais
benéfica financeiramente. Ademais, melhorias posteriores à aposentadoria não poderão ser utilizadas
para embasar o pedido de alteração de fundamento de aposentadoria.
Saiba mais
Conforme visto, a Constituição, em sua redação original, previa como critério para aposentadoria o
tempo de serviço público. Com a Emenda Constitucional nº 20, de 1998, que institui o regime próprio dos
servidores de caráter contributivo, o servidor deverá realizar contribuições ao seu regime de previdência
para considerá-lo na aposentadoria.
Assim, em face das alterações constitucionais realizadas, os seguintes marcos temporais deverão ser observados:
I - até 16/12/1998 (antes da EC n. 20, de 1998), todo o tempo de efetivo exercício será considerado
como tempo de contribuição, desde que se enquadre em algumas das seguintes situações:
III - a partir de 19/12/2002, será considerado o tempo de contribuição para o RPPS da União ou
para o RGPS na condição de segurado obrigatório.
A Constituição Federal, em seu art. 201, §§9º e 9º-A, permite que o servidor que era vinculado a um
regime de previdência ou no sistema de proteção dos militares possa trazer o seu tempo contributivo
para a RPPS da União, por intermédio da Certidão de Tempo de Contribuição – CTC, sendo esse o
único documento válido para fins de averbação de tempo de contribuição de um regime em outro.
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Saiba mais
Após a averbação do tempo de contribuição, o servidor somente poderá solicitar a desaverbação e retornar
o tempo contributivo ao regime de origem, caso não tenha gerado nenhum efeito financeiro em sua vida
funcional, como, por exemplo, a concessão de abono de permanência.
Situação especial encontra-se a Licença-prêmio, prevista originalmente na lei nº 8.112, de 1990, que uma
vez contada em dobro para fins de aposentadoria, não poderá ser desaverbada para fins usufruto, pois a
conversão é irretratável nos termos do Acórdão nº 1.342/2011 - Plenário do Tribunal de Contas da União.
Ele foi criado como forma de incentivar à permanência do servidor em atividade. A postergação da aposentadoria
pelos servidores tem como vantagens: a manutenção de uma força de trabalho geralmente mais capacitada e
experiente em atividade; a manutenção de ingressos de recursos no RPPS da União, com a contribuição dos
servidores; e a diminuição de ritmo do aumento dos gastos do RPPS com a concessão dos benefícios.
A EC n. 103, de 2019, delegou à legislação ordinária a competência para disciplinar sobre o abono de
permanência; entretanto, trouxe uma regra de transição, ao estabelecer o direito ao abono de permanência
aos servidores que tenham direito adquirido à aposentadoria voluntária ou que venha a cumprir os requisitos
por uma das regras atualmente vigentes.
É importante ressaltar que o abono de permanência nasce com o cumprimento dos requisitos de
aposentadoria voluntária pelo servidor, todavia o seu pagamento está condicionado ao pedido
(requerimento) do servidor. Ademais, o abono de permanência encontra-se sujeito ao prazo
prescricional estipulado no inciso I do art. 110 da Lei nº 8.112, de 1990, não sendo permitido
ao administrador público desprezá-lo (art. 112 da Lei nº 8.112, de 1990).
Assim, o servidor deverá requerer o benefício em até 5 anos após cumprir os requisitos para aposentadoria
voluntária, para fazer jus aos valores integrais que lhe são devidos. Caso o requerimento do servidor seja
superior a 5 anos, a Administração somente estará obrigada ao pagamento dos valores relativos a cinco
anos anteriores ao pedido do servidor.
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Saiba mais
Por fim, ressalte-se que o direito de recebimento do abono de permanência por uma regra de aposentadoria
não obriga o servidor a se aposentar por ela, podendo optar pela regra que lhe for mais benéfica.
Muito bem, você conseguiu aprender as regras de aposentadoria atualmente vigentes no RPPS da União,
a alteração do fundamento de aposentadoria, contagem do tempo de serviço/contribuição para a aquisição
desse direito e aspectos referentes à concessão do abono de permanência. A seguir, você irá conhecer as
regras para instituição da pensão.
Que bom que você chegou até aqui! Agora chegou a hora de você testar seus conhecimentos. Então, acesse
o exercício avaliativo 4 que está disponível no ambiente virtual. Boa sorte!
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Referências
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