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Política Contemporânea - Turma 2


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Democracia e Autoritarismo

Democracia e Autoritarismo
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Segundo estudos mais recentes e bastante reconhecidos, o surgimento da democracia não necessariamente está ligado ao desenvolvimento
econômico. Ao contrário, a democratização pode ocorrer em qualquer situação econômica. Entretanto, uma vez estabelecida a democracia, a
economia tem um papel fundamental na sua manutenção/eliminação: ela é mais fácil de sobreviver em países com mais recursos (Przeworski).

No Quadro I, vemos que países mais ricos são mais sujeitos a manterem suas democracias, e os mais pobres a perdê-las. Essa não é, entretanto,
uma discussão pacífica: alguns autores contestam dizendo que o efeito é o mesmo quando  o status quo é um regime autoritário - ou seja,
havendo recursos econômicos abundantes, mesmo países ditatoriais podem ser estáveis politicamente, e jamais tornarem-se democracias (Boix e
Stokes).

  

Quadro I

 Distribuição de Países conforme Renda e Sistema Político (1970 - 1993)

Renda

  Sistema Político Baixa Média Baixa Média Alta Alta

  Sempre Autoritários 20 8 1 0

  Sempre Democráticos 2 6 3 19

  Transeuntes (autoritários-democráticos) 18 15 11 1 (Espanha)

Fontes: Gorvin (1989); Banks (1994); The World Bank (1995). Apud Santos, 1998.

O debate sobre o surgimento e a estabilidade de democracias também incorpora outros elementos além do desenvolvimento econômico. Uma visão
defende que crenças e atitudes dos indivíduos são fundamentais para que a transição para a democracia ocorra, ou seja, é preciso haver uma
cultura cívica favorável à democracia. Uma terceira visão olha para aspectos sociais e políticos do sistema: a estabilidade democrática dependeria
da capacidade de resolver conflitos pela via da negociação, e não da ruptura, por meio de canais institucionalizados politicamente.

Uma outra visão afirma, ainda, que países ricos em petróleo e em recursos tendem a ser autocracias, - onde o governante tem controle absoluto
em todos os níveis de governo sem o consentimento dos governados -,  porque aumentam os conflitos sobre como distribuí-lo, instigam conflitos
internacionais, aumentam a corrupção, mas sobretudo porque os governos não dependem dos impostos dos cidadãos para prestarem serviços,
dado o excesso de receita que obtêm com os recursos naturais – o que leva, de um lado, a que a sociedade não cobre de seus governantes
resultados eficazes, e, se cobrarem, o Estado tem como aumentar a repressão com os recursos que detêm, a um custo político baixo. Alguns
autores chamam inclusive esse fato de “a maldição dos recursos naturais”, ou “a maldição do petróleo” (oil curse),  dada a frequência com que
países ricos em recursos naturais são autoritários ou semiautoritários. 

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