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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ESTRATÉGICO EM OPERAÇÃO


DE SÃO PAULO AO ESTADO DA BAHIA

Fabrício Fonseca da Rocha


Pós Graduação EAD – Tributação e Negócios
10992274439@mackenzista.com.br

Atividade de Aprofundamento – Trilha 2


Tributos sobre o Consumo (Indiretos)

Agosto de 2022

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Resumo

O presente relatório tem por objeto elaborar, em um


primeiro contato com o tema na condição de aluno, o planejamento tributário de
uma operação de revenda de mercadoria importada por empresa domiciliada
em São Paulo, destinada ao Estado da Bahia.

Abordarei o planejamento da operação em dois cenários:


no primeiro, considerarei que a mercadoria importada será desembaraçada em
São Paulo e, em seguida, será remetida ao Estado da Bahia via transporte
rodoviário; no segundo, considerarei que a mercadoria será desembaraçada no
Estado da Bahia e, em seguida, será remetida ao destinatário, que é
domiciliado no Estado da Bahia.

Palavras-chave: Planejamento Tributário. Operação de importação. Alíquota


interestadual. Alíquota interna. Saldo credor acumulado.

Abstract
The present report aims to analyze, in a first contact with it
as a student, the tax planning for a resell operation of an imported merchandise
by an enterprise which is domiciliated at São Paulo, intended at Bahia.

I’ll address the operation planning in two scenarios: first,


I’ll considerate the imported merchandise will be cleared in São Paulo, and
after, will be sent to Bahia state via public transport; second, I’ll considerate the
merchandise will be cleared in Bahia, and after, will be sent to recipient in
Bahia, which is domiciliated at Bahia.

Keywords: Tax Planning. Imported operation. Interstate rate. Internal rate.


Accumulated credit balance.

Introdução

No primeiro cenário, a empresa domiciliada em São Paulo


está importando mercadoria do exterior, sem similar nacional a qual será remetida
ao Estado da Bahia e servirá de insumo ao processo industrial.

Entendemos que o ICMS incide nas importações sobre


quaisquer bens ou mercadorias, independentemente de sua finalidade ou se
destinado à pessoas física ou jurídica, nos termos do Art.1º, inciso V, da Lei nº
6.374/89.

Sabemos também que, no presente caso, o fato gerador do


ICMS é quando de seu desembaraço aduaneiro, conforme o Art. 2º, inciso IV, da
supramencionada Lei.

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Verifica-se que preenchemos os três critérios hipotéticos da
Regra-Matriz, quais sejam, a Materialidade, Temporalidade e Territorialidade,
partiremos ao critério quantitativo consequente.

Definido o fato gerador, encontramos na previsão do Art. 34,


inciso I, que a alíquota aplicável no presente caso é de 18%.

Portanto, definimos que, primeiramente, o desembaraço


aduaneiro da mercadoria será tributado em 18% de sua base de cálculo, cuja
responsabilidade é do importador cujo estabelecimento é domiciliado no Estado
de São Paulo, destrinchando os critérios quantitativos e pessoal.

Outrossim, devemos observar que a saída da mercadoria


também será tributada, no entanto, de maneira diferenciada, sendo devida a
alíquota relativa à diferença entre a alíquota interna paulista 4% (Art. 1º, §1º, inciso
I, da RSF nº 13/2012, em se tratando de mercadoria que não fi submetida a
nenhum processo industrial) e baiana 4% (Art. 15, inciso III, alínea “b”, Item 1, da
Lei nº 7.014/96), sendo que o produto da diferença (1%) deverá ser recolhido pelo
contribuinte domiciliado no Estado da Bahia, nos termos do Art. 5º, §1º-A, inciso I
e §2º, inciso I, da Lei nº 7.014/96 e Art. 7º, §2º, Item 1, da Lei nº 6.374/89.

No segundo cenário, o Importador é domiciliado no Estado


de São Paulo, no entanto, decidiu por desembaraçar a mercadoria diretamente no
Estado da Bahia.
Ocorre que, pelo advento do julgamento do ARE 665.234,
consolidou-se o entendimento de que o ICMS será devido ao Estado em que o
estabelecimento do importador está domiciliado, independentemente de onde a
mercadoria foi desembaraçada e, portando, o importador deverá recolher o ICMS
em sua alíquota de 18%.

Após o desembaraço aduaneiro da mercadoria no Estado


da Bahia, a empresa destinatária baiana não recolherá ICMS de sua saída
destinada ao seu depósito fechado, nos termos do Art. 3º, inciso VII, da Lei nº
7.014/96.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificamos que a diferença entre os dois cenários se


evidencia quanto à saída da mercadoria desembaraçada, pois, quando recebida
no Estado destinatário, não será tributada, vez que remetida ao seu próprio
depósito, pois configura-se a mera circulação da mercadoria.

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Por outro lado, será devido o ICMS quando de sua saída do
Estado remetente ao Estado destinatário, configurando-se uma operação, pois tal
fato concretiza a transmissão de sua propriedade.

Portanto, mesmo tratando-se de 1% a mais de incidência do


ICMS, o desembaraço da mercadoria no Estado da Bahia se demonstra mais
benéfico, tanto ao importador quanto ao industrial baiano, em termos de logística e
impacto financeiro.

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