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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

RENATA MARTINS VIEIRA

COMO A PANDEMIA DO COVID-19 IMPACTOU O COMÉRCIO EXTERIOR


ENTRE BRASIL E CHINA.

Florianópolis,
2021
RENATA MARTINS VIEIRA

COMO A PANDEMIA DO COVID-19 IMPACTOU O COMÉRCIO EXTERIOR


ENTRE BRASIL E CHINA.

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
bacharel e aprovado em sua forma final pelo
Curso de Relações Internacionais da
Universidade do Sul de Santa Catarina.

Orientador: Prof. Jurema Pacheco Marques, Msc.

Florianópolis,
2021
Dedico esse trabalho a todos que estiveram ao
meu lado e que sempre me incentivaram a correr
atrás dos meus sonhos, sem vocês nada seria
possível.
AGRADECIMENTOS

Claramente não serão nessas poucas linhas descritas que serão citadas todas as pessoas
que foram essenciais para essa conquista, e que estiveram de modo direto envolvidos no meu
crescimento pessoal e profissional desde o começo deste curso. 
Durante a execução deste trabalho, percebi a realização dele não foi exclusivamente
minha. Ele conta com a colaboração de outras pessoas, tornando-o assim, mais especial.
Primeiramente agradeço imensamente aos meus pais Valter e Ana, e a minha avó
Leoni pelo apoio e paciência que tiveram comigo durante esta fase, sei que não foi fácil.
Obrigada por nunca me deixarem desistir dos meus sonhos e me ensinarem a enfrentar o
mundo lá fora, como diz minha mãe. Vocês são meu refugio e devo tudo isso a vocês.
Agradeço também, todos os meus familiares que estiverem presentes de uma forma ou
outra, me apoiando.
A professora Ma. Jurema Marques, pela orientação, apoio e confiança. Que mesmo
durante sua rotina não mediu esforços para me ajudar. Obrigada por me incentivar e de buscar
comigo, a finalização deste trabalho. Seus ensinamentos durante todos esses anos, estarão
sempre presentes na minha vida. Te tenho como minha inspiração. Você sempre será o “Ícone
do Comércio Exterior” e a “Fada Aduaneira”.
Ao professor Ms. Luciano Daudt, por todos os ensinamentos e conselhos durante todos
estes anos de faculdade. Você foi essencial para meu crescimento. Te agradeço imensamente.
Muito obrigada aos demais professores que estiveram presentes durante a minha
trajetória no curso. Sem vocês, não seria possível concluir este trabalho. Vocês são essenciais
para nós.
Gostaria de agradecer meus melhores amigos David, Fernanda e Júlia. Nossos
momentos juntos foram indescritíveis, é nítido o crescimento mútuo que tivemos durante o
período. Obrigada pelo apoio, pelo carinho, pelas risadas, pela irmandade e por fazerem parte
deste momento inesquecível para mim. Vocês são irmãos de outras mães que quero levar
comigo. Agradeço também, todos meus amigos, que estiveram ao meu lado, me incentivando.
Devo reconhecer também, o meu esforço durante este período. Tenho orgulho de
quem me tornei ao longo dos anos. Hoje me sinto realizada e feliz com todas as escolhas
tomadas, tanto no âmbito profissional, quanto no acadêmico. Agradeço a mim por ter
conseguido manter a calma e seguir firme até o final.
“Those who pass by us, do not go alone, and do not leave us alone; they leave a bit of
themselves, and take a little of us.” ― Antoine de Saint-Exupéry
RESUMO
Pandemia, uma situação em que uma doença infecciosa ameaça simultaneamente diversas
pessoas mundialmente. Não tendo ligação com a gravidade da doença, mas sim, pela
abrangência geográfica. Esta pesquisa classificada metodologicamente como aplicada com
objetivo descritivo, de abordagem qualitativa e utilizando-se de métodos de coletas de dados
sob forma bibliográfica e documental, tem como objetivo principal verificar as consequências
que a pandemia da Covid-19 trouxe para o comércio exterior entre China e Brasil. Os pontos
que compõem a fundamentação teórica do trabalho são os conceitos sobre globalização,
comércio exterior e comércio internacional e sobre as pandemias. Os objetivos específicos do
trabalho foram definidos como: Contextualizar a pandemia do Corona Vírus Sars Cov 2 entre
os anos de 2019 a 2021; verificar a movimentação do comércio exterior brasileiro e chinês no
período; e, por fim, analisar se houve aumento ou diminuição das importações entre os anos
da pandemia 2019 a 2021. De maneira conclusiva, os dados coletados apresentam que de fato,
houve impactos significativos na balança comercial brasileira e chinesa.

Palavras-chave: Comércio exterior. Globalização. Pandemias.


ABSTRACT

Pandemic, a situation in which an infectious disease simultaneously threatens several people


worldwide. There is no connection with the severity of the disease, but due to the geographic
scope. This research was methodologically classified as applied with a descriptive objective.
It has a qualitative approach, using bibliographical and documentary data collection methods.
It aims to verify the consequences that the Covid-19 pandemic brought to the foreign trade
between China and Brazil. The points that make up the theoretical foundation of the work are
the concepts of globalization, foreign trade and international trade, and pandemics. The
specifics objectives of this work were defined as: Contextualize the Corona Virus Sars Cov 2
pandemic between the years 2019 to 2021; verify the movement of Brazilian and Chinese
foreign trade in the period; and, finally, to analyze whether there was an increase or decrease
in imports between the pandemic years 2019 to 2021. Conclusively, the data collected show
that there were significant impacts on the Brazilian and Chinese trade balance.

Key words: Foreign trade. Globalization. Pandemic


LISTA DE MAPAS

Mapa 1 - Avanço dos casos - janeiro de 2020.........................................................................37


Mapa 2 - Avanço dos casos - junho de 2020...........................................................................38
Mapa 3 - Avanço dos casos - dezembro de 2020.....................................................................38
Mapa 4 - Avanço dos casos - janeiro 2021..............................................................................39
Mapa 5 - Avanço dos casos - junho 2021................................................................................39
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Número de pessoas vacinadas...............................................................................41


Gráfico 2 - Vacinação - Doses diárias.....................................................................................42
Gráfico 3 - Importações e Exportações Brasileiras para a China............................................44
Gráfico 6 - Importações e Exportações China x Brasil............................................................46
Gráfico 4 - Volume das exportações Mundiais e Brasileira....................................................50
Gráfico 5 - Volume das importações Mundiais e Brasileira....................................................50
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Importações e Exportações Brasileiras para a China...............................................44


Tabela 3 - Importações e Exportações China x Brasil..............................................................46
Tabela 4 - Impactos da Pandemia.............................................................................................48
Tabela 2 - Exportações brasileiras por produto no primeiro trimestre.....................................51
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Indicador referente ao total de casos Covid - 19......................................................36


Figura 2 - Casos relatados globalmente....................................................................................37
Figura 3 - Balança Comercial - Brasil e China - 2019..............................................................49
Figura 4 - Balança Comercial Brasileira - 2020.......................................................................49
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Impactos da Pandemia............................................................................................48


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................14
1.1 OBJETIVOS.....................................................................................................................15
1.1.1 Objetivo Geral..............................................................................................................15
1.1.2 Objetivos Específicos...................................................................................................15
1.2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................16
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................18
2.1 GLOBALIZAÇÃO...........................................................................................................18
2.2 CARACTERÍSTICAS DA GLOBALIZAÇÃO..............................................................21
2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GLOBALIZAÇÃO......................................22
2.4 COMÉRCIO INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR.....................................24
2.4.1 IMPORTAÇÃO...........................................................................................................27
2.4.2 EXPORTAÇÃO...........................................................................................................27
2.5 PANDEMIAS EM UM MUNDO GLOBALIZADO......................................................28
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PANDEMIA DO CORONA VIRUS - SARS COV-2.33
3.1 A PANDEMIA DO CORONA VÍRUS – SARS COV 2.................................................33
4 ANÁLISE DOS IMPACTOS DA PANDEMIA NO COMÉRCIO EXTERIOR
ENTRE BRASIL E CHINA...................................................................................................41
4.1 MOVIMENTAÇAO DO COMÉRCIO EXTERIOR ENTRE BRASIL E CHINA DE
2011 A 2021..............................................................................................................................41
4.2 MOVIMENTAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR ENTRE CHINA E BRASIL DE
2011 A 2021..............................................................................................................................44
4.3 VERIFICAÇÃO DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA PANDEMIA NO COMÉRCIO
EXTERIOR ENTRE CHINA E BRASIL.................................................................................46
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................52
REFERÊNCIAS......................................................................................................................54
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho aponta a forma que a pandemia do Corona Vírus Sars Cov 2
impactou o comércio exterior desde 2019, dando ênfase ao cenário chinês e brasileiro e como
a globalização potencializa o problema das pandemias.
O advento da globalização é uma questão que possui diversas vertentes, sugerindo
épocas e contextos diferentes para o início deste processo. Entretanto, é a partir deste
fenômeno que surge uma nova condição de sociedade, tornando o mundo uma grande aldeia
global, ou um grande e unificado mercado.
A despeito de ser um termo que se tornou muito popular nos anos 90, certos autores
defendem que o início da globalização foi por volta de 1500, na época das grandes
navegações, onde navegar era preciso, já que a Europa necessitava de novas rotas e mercados,
e os avanços tecnológicos possibilitavam os europeus a se aventurar pelos sete mares com
precisão técnica e segurança. (SANDORINI, 2020)
O evento da globalização na década de 90 foi uma soma de renovações nas esferas
econômicas, sociais, culturais e políticas e para Nye (2002), o que a caracteriza
contemporaneamente.
Tendo em vista que na contemporaneidade, ela é mais ágil, já que é capaz de
desenvolver-se cada vez mais depressa e é menos custosa, devido aos acordos entre Estados,
que são cada vez mais frequentes e, mais estabelecida, em consequência das diversas
vantagens que cada participante desses acordos aufere.
O desenvolvimento da tecnologia da informação nos anos 90, permitiu um grande
avanço no intercâmbio cultural e mercantil entre as nações, impulsionando assim o comércio
exterior, sendo esta a relação direta de comercialização de bens ou serviços entre dois países
ou blocos, considerada um dos pontos mais importantes e que incentiva a desenvolução dos
Estados. Tal necessidade dá-se pelo ciclo virtuoso que ele gera pois, com a troca
de produtos e tecnologias, há consequentemente, a geração de novos empregos, conhecimento
e, com isso, um país mais rico em todos os sentidos.
Roratto (2011) afirma que o comércio exterior é o modo que um país se organiza em
relação a suas políticas, leis, normas e regulamentos que disciplinam o andamento de
operações de importação (que seria o ato de adquirir um outro país as mercadorias de seu
interesse), e exportação (sendo o ato de remeter a outro país mercadorias que são produzidas
em seu próprio, que sejam de interesse do país do importador) de mercadorias e serviços com
o exterior.
Com a globalização e o comércio exterior, o mundo encontra-se mais conectado e, por
isso, pessoas e mercadorias circulam com maior facilidade e agilidade entre países e
continentes, havendo também uma maior intensificação na disseminação de doenças. Antevê-
se, assim, novas epidemias mundiais e se caso estas se disseminarem não apenas
regionalmente, mas entre países e continentes, os especialistas referem-se a uma pandemia.
(WAGNER, 2020)
Segundo Guedes (2020) para que haja o menor número de infectados, são necessárias
algumas medidas de contenção para evitar a disseminação rápida dessas doenças, sendo uma
delas a quarentena, que consiste em um período em que as pessoas, têm sua liberdade de
trânsito limitada. Posto isso, diversos impactos são ocasionados durante o período de
isolamento social, diversos estados e cidades adotam medidas, em diferentes graus para conter
o contágio na população, como o fechamento de comércio, empresas e a paralisação das
atividades de indústrias causando dívidas para o Estado. O comércio exterior acaba sendo
afetado por esses episódios de instabilidade mundial, podendo haver uma grande queda no
volume de exportações e importações, com menos navios saindo dos países, há um acúmulo
de contêineres nos portos, o que gera uma escassez global dos equipamentos (BUENO, 2020).
Com isto a questão que norteará o problema de pesquisa será: Quais as consequências a
pandemia da Covid-19 trouxe para o comércio exterior entre China e Brasil?

1.1 OBJETIVOS

A seguir, serão expostos o objetivo geral e os objetivos específicos a serem obtidos


nesta pesquisa.

1.1.1 Objetivo Geral

Consiste como objetivo geral do trabalho verificar as consequências que a pandemia


da Covid-19 trouxe para o comércio exterior entre China e Brasil.

1.1.2 Objetivos Específicos

1. Contextualizar a pandemia do Corona Vírus SARS COV 2 entre os anos de 2019 a


2021.
2. Verificar a movimentação comercial entre Brasil e China no período de 2011 -
2021.
3. Descrever os impactos da Pandemia nas importações e exportações entre China e
Brasil.

1.2 JUSTIFICATIVA

O processo de globalização teve sua ascensão na década de 90 e foi inevitável,


gerando modificações na estrutura do sistema econômico internacional e construindo novos
arranjos na sociedade. Sicsú e Castelar (2009), afiram que neste período, instauraram-se
grandes revoluções, nas quais envolveram o alavancar tecnológico, mecânico, elétrico, a
explosão das negociações internacionais e as inovações nas comunicações.
Através deste desenvolvimento acelerado, conseguiu-se perceber o estreitamento das
relações e a consolidação da interdependência entre as nações. Com isso, o fluxo de entrada e
saída de pessoas e mercadorias tornaram-se corriqueiros, impulsionando assim a disseminação
de doenças infecto contagiosas que atingem distâncias e populações antes pouco afetadas por
surtos regionais, e que agora tem grande potencial e risco para uma pandemia. Essa
problemática torna o andamento das negociações internacionais mais árduas, devido as
incertezas que a conjuntura traz. (SIQUEIRA, 2016)
Diante de um infortúnio, no ano de 2020 o âmbito global foi afetado por um surto
pandêmico, ocasionando impactos significativos em nosso ambiente e nos estilos de vida dos
indivíduos. Estamos navegando em águas desconhecidas, e nesse momento o comércio
exterior está se moldando a essa realidade diante de diversos revezes. A funcionalidade do
sistema depende desse intercâmbio entre nações, pois o abastecimento de mercadorias,
alimentos e medicamentos, estão atrelados a essa relação comercial.
Posto isto, é possível perceber a importância de se estudar a temática para poder
analisar as pandemias e seus impactos no comércio exterior, sendo esse um assunto de grande
valia para o cenário em que estamos inseridos atualmente. O anseio central do estudo é incitar
pesquisadores para que possamos compreender com propriedade as consequências instauradas
pelo vírus e contribuir para futuras pesquisas relacionadas ao assunto.
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com o intuito de obter uma estruturação adequada deste projeto acadêmico, torna-se
necessário determinar os procedimentos metodológicos, onde são empregadas atividades que
contribuirão para o desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso.
Este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa qualitativa de base descritiva
com o objetivo verificar como a pandemia do covid-19 afetou o comércio exterior entre Brasil
e China.
Nesta pesquisa, considerando a metodologia a ser aplicada, a respeito da natureza,
tratar-se-á de uma pesquisa aplicada. Para Schwartzman (1979), a pesquisa aplicada pode ser
definida como “aquela que tem um resultado prático visível em termos econômicos ou de
outra utilidade que não seja o próprio conhecimento”.
Quanto aos objetivos, o trabalho se norteará pela forma descritiva, onde o autor
procura descrever as características de um objeto de pesquisa já conhecido, mas sem
manipular os dados além da descrição. Para Gil (2002), uma pesquisa descritiva baseia-se em
descrever as características de determinadas populações ou fenômenos.
Já em relação aos procedimentos técnicos, nessa pesquisa será utilizada a forma
documental e de forma bibliográfica a qual é um resultado das contribuições de diversos
autores.
Trata-se de um levantamento indispensável a qualquer pesquisa científica, na
medida em que fornecerá os conhecimentos teórico-empíricos que nortearão o
trabalho desenvolvido. Assim, ao mesclar as ideias por você defendidas, juntamente
com aquelas inerentes a autores diversos, você terá a oportunidade de compactuar ou
não com os posicionamentos firmados. (DUARTE, 2014)

Ainda de acordo com Duarte (2014), a coleta documental tem sua origem a partir de
informações de documentos os quais ainda não foram examinados. É realizada por meio de
materiais que ainda não receberam uma análise crítica, como, por exemplo, documentos
oficiais, reportagens, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações, dentre outros.
Trata-se também de um estudo de caso que, para Gil (2002), este tipo de procedimento
consiste no estudo complexo de um ou poucos objetos, de forma que permita seu amplo e
detalhado entendimento.
No transcorrer da pesquisa, o método a ser utilizado será a pesquisa qualitativa, visto
que a coleta de dados se dá como consequência da interação entre pesquisador e fenômeno.
A pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que não pode ser mensurável, pois a
realidade e o sujeito são elementos indissociáveis. Assim sendo, quando se trata do
sujeito, levam-se em consideração seus traços subjetivos e suas particularidades.
(DUARTE, 2013)
Assim, conclui-se a seção a respeito dos procedimentos metodológicos utilizados no
projeto e seguidamente, transcorreremos sobre a apresentação do cronograma de atividades
que serão cometidas durante a realização do trabalho de conclusão de curso.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capítulo aborda-se temas relacionados a Globalização, Comércio exterior, como


também a conceituação de Comércio Internacional e Pandemias, no sentido de situar o leitor
em relação às questões mais abrangentes relacionadas à esta pesquisa e que são necessárias ao
entendimento do tema em questão.

2.1 GLOBALIZAÇÃO

A globalização é um dos eventos mais amplos da atualidade, pois envolve diversas


proporções e aspectos. Podemos citar áreas como econômica, cultural, tecnológica, política,
entre muitas outras, que foram afetadas por esse processo global.
Para Ianni (1996), este fenômeno causa diálogos variados, com autores e
interlocutores com diferentes enfoques históricos e teóricos. O autor diz que o globo não é
mais tão somente um conglomerado de nações, em suas relações de interdependência,
dependência, colonialismo, imperialismo, bilateralismo ou multilateralismo. Ao mesmo
tempo, afirma que o centro do mundo não é mais voltado exclusivamente ao individuo, mas
sim, entendido como um povo, uma classe, grupo, minoria, maioria e opinião publica.
Ianni (1996) crê que por mais que a nação e o individuo continuem sendo presentes o
tempo todo, já não são “hegemônicos”. Eles foram compreendidos, pela sociedade global,
devido aos aspectos e aos movimentos da globalização.
Para Alves (2001) a ideologia da globalização, como a conhecemos hoje, surgiu e se
impulsionou a partir da mundialização do capital que foi desenrolada a partir da década de
1980. Somente com base em uma nova etapa de progresso do capitalismo mundial, que a
concepção de globalização, com todos seus aspectos impressionistas, como, as ideias de
“aldeia global”, tendeu a alcançar um conteúdo sócio histórico mais desenvolvido e a
conceber uma ideologia orgânica mais aprimorada.
Held e McGrew (2001) tentam delinear um conceito para o fenômeno da globalização
mostrando como sua principal característica, um aspecto material, onde há aumentos
significativos dos fluxos inter-regionais e das interações sociais. Para os autores, estas
características são facilitadas por diferentes tipos de infraestrutura, sendo ela física, onde
podemos dar citar os meios de transporte e os sistemas bancários, normativa, como as regras
do comércio e por fim, simbólica, dando o exemplo do inglês, que é utilizado como a língua
franca. Criando assim, uma premissa para as formas duradouras da interligação mundial.
Nesse caso, os autores consultaram diversas bibliografias de dois grupos que discutem
a globalização através de vertentes diferentes, os globalistas e os céticos.
Para o primeiro grupo, os globalistas fazem uma análise apresentando que existem sim
a globalização, uma vez que em razão da difusão de uma cultura popular, do crescimento de
empresas multinacionais e da mundialização dos mercados financeiros, entre outros ocorreu e
ainda ocorre uma mudança na organização das estruturas sociais modernas.
Já os céticos alegam que, o fenômeno que ocorre no mundo atual não deve ser
chamado de globalização e sim de internacionalização, visto que fatores como o território e a
governança local, entre outros, ainda são de grande importância na sociedade atual.
Prado (2006) afirma que o conceito globalização começou a ser aplicado mais
comumente em meados da década de 1980, substituindo as ideias de internacionalização e
transnacionalização. O autor crê que originalmente, esta concepção era adotada por setores
que defendiam uma maior participação de países em desenvolvimento, especialmente os NICs
(New Industrialized Countries) Latino-americanos e Asiáticos em uma economia que era
dirigida internacionalmente.
Vinholo et al. (2005) destacam que o processo de globalização teve três principais
momentos nos últimos cinquenta anos. O primeiro deles foi o fim do sistema Bretton Woods e
do padrão dólar em 1971. Com a oscilação das taxas de câmbio entre as moedas do mundo, a
mobilidade de capital foi próspera. Após a queda do Muro de Berlim em 1989, as rápidas
reformas no mundo ex-socialista e em desenvolvimento, possibilitou um estímulo à
flexibilidade de capitais e ao comércio internacional para locais que até então eram
"fechados". Por fim, a emersão da plataforma da Internet a partir dos anos 90, permitiu o
desenvolvimento de uma "bolha" em todo o mundo, com uma movimentação financeira nunca
vista.
Prado (2006) diz que termo globalização veio a ser empregado principalmente em dois
sentidos: um positivo, descrevendo como um processo de integração econômica mundial e um
normativo, estabelecendo um plano de desenvolvimento baseado na integração acelerada com
a economia mundial.
Como todo conceito não é perfeitamente definido, Prado (2006) afirma que a
Globalização pode significar coisas diferentes para cada pessoa. Desta maneira, o autor
apresenta quatro linhas básicas para a análise deste fenômeno: o primeiro sendo a
globalização como uma época histórica; o segundo: a globalização como um fenômeno
sociológico de compressão do espaço e tempo, o terceiro a globalização como hegemonia dos
valores liberais e o quarto: a globalização como fenômeno socioeconômico.
Prado (2006) afirma que um exemplo da primeira perspectiva é a posição do influente
jornalista Ignacio Ramonet, ele define o fenômeno da Globalização como sendo a principal
característica do ciclo histórico em que nos inserimos, depois da queda do muro de Berlim em
1989 e do fim da União Soviética 1991. Para o jornalista este processo redefiniria os
principais conceitos sobre os quais se apoiava o edifício político-democrático criado no final
do século XVIII, como, Estado-nação, soberania e cidadania.
Prado (2006) diz que a segunda concepção de globalização, como compressão do
espaço e do tempo, foi apresentada principalmente por sociólogos como David Harvey (1989)
e Anthony Giddens, (1990,1999). Harvey, crê que a organização do espaço e do tempo gera a
conjuntura pelas quais aprendemos o que somos e onde nos encaixamos na sociedade, já
como espaço, o tempo também retrata uma fonte de valor e poder. Desta maneira, este
entendimento de espaço e tempo, que só é possível pelas mudanças tecnológicas do mundo
atual, daria um poder progressivo para o capital globalizado.
Já noção de Globalização como hegemonia dos valores liberais, para Prado (2006),
pode possuir duas vertentes: a das incertezas sobre a globalização, onde o conceito seria uma
criação ideológica que tem como principal objetivo, comprovar a atual ordem internacional, e
o segundo enfoque acredita que este fenômeno é real e observável.
Sobre a percepção de Globalização como fenômeno socioeconômico, Prado (2006)
comenta que ela foi corroborada por autores como Reinaldo Gonçalves (1999) que pretextou
que a globalização pode ser conceituada como a interação de métodos distintos, os quais vem
ocorrendo ao longo dos últimos 20 anos, afetando dimensões financeiras, comercial,
tecnológicas e produtivas dos vínculos econômicas internacionais.
Prado (2006) define este fenômeno como um processo de integração de mercados
nacionais, no desenvolvimento de construção de um mercado mundial integrado.
A globalização pode ser considerada uma engrenagem econômica, sendo capaz de ser
chamada de Interdependência Mundial. O fenômeno foi e é uma grande transformação
histórica, já que derrubou barreiras e estabeleceu novos limites, ao longo dos anos tornou-se
difícil distinguir as origens de cada Estado, pois ela misturou culturas, raças, religiões.
A interdependência é um movimento natural da sociedade. Havendo sempre alguma
relação entre os países, seja por política, econômica ou culturalmente. Ianni (2001), afirma
que a “Interdependência das nações focaliza principalmente as relações exteriores,
diplomáticas, internacionais”. Para ele, ela caracteriza-se pelos efeitos bilaterais entre as
nações ou entre atores de diferentes nações.
Desta forma, a interdependência tem um papel importante durante este período que
estamos vivendo. Com o advento significativo da tecnologia nos últimos anos, dispusemos de
realizar home office. Assim como, estudar, realizar reuniões virtualmente, utilizar vídeo
conferência para nos comunicar com amigos, falar com pessoas de outros países.
De maneira interdependente, segundo a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos (2021), os países podem gozar de suas vantagens do progresso científico e ao e ao
acesso à informação e o princípio de igualdade e não discriminação se encontram
intrinsecamente associados com o desenvolvimento de vacinas e das resoluções que os
Estados devem tomar sobre a imunização para prevenir a COVID-19.
Isto posto, o processo de globalização as vezes admirado por uns e criticado por outros
é inevitável e produziu efeitos transformadores tanto na economia quanto na sociedade. Neste
período houve grandes revoluções, as quais envolveram o desenvolvimento tecnológico,
mecânico, elétrico, a explosão do comércio internacional e a inovação na informação e na
comunicação que repercutiram notoriamente no processo global, acarretando mudanças nas
mais diversas áreas.

2.2 CARACTERÍSTICAS DA GLOBALIZAÇÃO

De acordo com Abílio (2007), a globalização tem um poder de mudanças e com isso,
apresenta características relevantes, segundo Castells (apud Abílio, 2007, p. 3), as
contemporâneas tecnologias da informação integram-se no mundo em redes globais de
instrumentalidade. A comunicação através das novas tecnologias, como computadores e
celulares, gera uma grande repercussão de grupos virtuais, uma nova maneira das economias
se relacionarem foi estabelecida, onde o Estado e a sociedade inseridos em um sistema
harmonioso volátil, devido a certas atividades terem a capacidade de operarem em tempo
real, num mundo onde o fluxo de riqueza e de poder, a procura da identidade coletiva ou
individual, sendo ela atribuída ou formada, torna-se a principal fonte de significado social.
Castells (apud Abílio, 2007, p. 3) cita também que a formação das ações políticas e
sociais surge das tendências social e política, em volta das identidades essenciais, atribuídas
ou enraizadas assim, na história e na geografia. A identidade transforma-se na principal causa
de significado em um período que é marcado por uma desordem nas organizações.
O papel do Estado, segundo Castells (apud Abílio, 2007, p. 3), é de extrema
importância no vínculo entre a sociedade e a tecnologia, já que estimula, detém ou conduz as
inovações tecnológicas. A maneira que a sociedade consegue ou não comandar a tecnologia,
principalmente aquelas que são de certa forma que são sistematicamente cruciais em cada
período histórico, pode determinar seu destino.
Abrantes (2018) acredita que a tecnologia pode afetar os aspectos culturais de uma
população. Alguns hábitos que são incomuns para um certo país, passam a ser cada vez mais
normais, já que são descobertos através da televisão e internet. Podendo estes hábitos serem
alimentares, evidenciado pelas redes de fast food presentes no mundo todo. Podem ser
também de consumo de moda, eletrônicos, entretenimento dentre outros.
Castells (apud Abílio, 2007, p. 4) diz que sociedade atual está edificada em volta dos
fluxos de capital, informação, tecnologia, fluxos de imagens, sons e símbolos e de interação
organizacional. Estes fluxos não são apenas um componente da organização social, mas sim a
manifestação de que influenciam nossa vida política, econômica, social e de certa forma
simbólica.
A nova sociedade informacional e a economia global em crescimento, apresentam uma
nova forma que, segundo Castells (apud Abílio, 2007, p. 4), se desenvolve a partir de uma
diversidade de contextos sociais e geográficos, onde as megacidades que estruturam a
economia global, concentram o poder mundial e conectam as redes informatizadas.
Abrantes (2018) afirma que uma das maiores e principais características do fenômeno
da Globalização é o advento das empresas transnacionais, sendo estas empresas que
possuem sua sede em um país desenvolvido e operam com suas filiais em países em
desenvolvimento. Dessa maneira, as empresas transnacionais ampliam seu mercado
consumidor. Usufruindo da mão de obra barata, incentivos fiscais e da isenção de impostos.
Para Abrantes (2018) o progresso do consumo e da produção de bens e serviços, o
aumento das relações econômicas entre os países, o surgimento de empresas multinacionais e
transnacionais, a diminuição das barreiras comerciais, o surgimento de blocos econômicos,
são algumas das diversas características mais importantes da globalização.

2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GLOBALIZAÇÃO

Segundo Soros (apud Ferreira, 2011, p. 61) o fenômeno da Globalização é um


processo vantajoso sob vários aspectos. As empresas privadas são capazes de gerar mais
riqueza do que os Estados, que têm uma tendência de aproveitar-se de seu poder, o autor
acredita que nenhum país é capaz de garantir sua liberdade individual proporcionado pela
globalização, já que de certa maneira, todos os países dependem um do outro em certos
aspectos, como de bens de serviços e de consumo, por exemplo. A competição em escala
global liberou incentivos e acelerou inovações tecnológicas.
Para Wattanajantra (2017), a globalização possui diversas vantagens, trazendo
benefícios como, a melhora no ritmo das trocas entre os países, que só é possível graças aos
avanços das tecnologias de comunicação e dos transportes e também do desaparecimento das
dificuldades de tempo e espaço, onde as empresas ganham acesso a mercados maiores e
melhores e novas oportunidades. A redução de custos, onde o custo médio de um produto é
baixo e a produção do mesmo pode ser descentralizada, as mercadorias chegam a certas partes
no mundo onde antes não parecia possível.
Wattanajantra (2017) afirma que os avanços tecnológicos mudaram a maneira como
hoje nos comunicamos, com acesso rápido a informações do mundo todo. A obtenção do
conhecimento é maior e mais fácil, a divulgação de conteúdos é descomplicada e facilmente
disseminada, permitindo assim que mais pessoas possam se beneficiar de novas descobertas
científicas, ou de inovações tecnológicas.
Soros (apud Ferreira, 2011, p. 61) aponta que a globalização também tem o seu lado
negativo. Para este autor, este fenômeno ocasionou desigualdade social, provocando a
marginalização daqueles de certa forma, não estavam preparados e não tinham o
conhecimento para o receber as novas regras impostas, principalmente pelos mercados
globais.
Em uma perspectiva de desvantagens deste fenômeno, Wattanajantra (2017) diz que a
globalização intensifica problemas já existentes em um sistema capitalista. Alguns teóricos
afirmam que a globalização declara o capitalismo e os seus valores, procurando torná-los
indispensáveis no mundo. Beneficiando economicamente, países desenvolvidos, acarretando
um sistema de dependência. Com o comércio livre, as empresas multinacionais, possuindo
mão de obra barata, apresentam preços baixos para seus produtos, prejudicando as empresas
locais.
Held e McGrew (2001) afirmam que a globalização se refere a uma modificação ou
transformação na escala da organização social, ligando comunidades distantes, ampliando o
alcance das relações de poder nas grandes regiões ao redor do mundo. Porém, ela não deve ser
compreendida como algo que indica o surgimento de uma sociedade harmoniosa, ou de um
processo de interação global em que haja uma afluência florescente de culturas e civilizações.
Esse fenômeno é um processo desagregador e algumas vezes, questionado, já que uma
parte significativa da população mundial é excluído dos benéficos da globalização. A
desigualdade deste evento, garante que ela fique longe de ser um processo uniformemente
experimentado em todo o planeta.
Vinholo et al. (2005) analisam que a vulnerabilidade, a concorrência, o desemprego de
milhares de pessoas, as crises econômicas, sanitárias e desigualdades, volatilidade das taxas
de cambio, o aumento da inflação, aumento da dívida, descentralização da produção podem
sim ser classificados como desvantagens deste fenômeno.

2.4 COMÉRCIO INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR

Segundo Barral (2007) a história do comércio se confunde com a história da evolução


humana. É possível afirmar que o comércio ao redor do mundo é algo que existe desde o
início da humanidade, quando os povos passaram a trocar determinados mantimentos e
artefatos entre si, de acordo com suas necessidades. Desde então, a participação do comércio
na criação de riquezas variou de época em época, entre os mais diferentes povos, e entre
momentos diversos da história de um mesmo povoado. Da mesma maneira que as regras do
comércio internacional variavam nas diversas fases de sua evolução.
Porém, cada país possui suas características, e não seria tão fácil assim promover
acordos contendo as mais diversas diferenças. Para Bueno (2020), o comércio internacional
são as operações comerciais entre países que estão em desenvolvimento, sendo um dos
responsáveis pela economia de um país. Gerando assim, um reforço das barreiras
internacionais que contribuem para preservar o desenvolvimento das empresas locais,
representando uma parcela significativa do PIB.
Reis (2018) afirma que o comércio internacional representa uma série de vendas e
trocas comerciais que vários países executam entre si. E para agilizar este processo e acrescer
os ganhos do comércio, existe uma série de regras tomadas por todos os países em relação
comércio mundial.
 Essas regras, segundo Reis (2018), são estabelecidas por meio de acordos entre os
países e blocos econômicos, ou por intervenção de órgãos internacionais como a OMC, a
OCDE ou a CCI.
O comércio exterior para Keedi (2017) é instigado também pelas relações entre os
países que necessitam trocar mercadorias por diversas razoes, podendo elas não estarem
relacionadas a abundância ou a falta de recursos, clima, capital, trabalho. O autor considera o
comércio exterior como um dos pontos mais importantes do desenvolvimento dos países,
afirmando que comercializar mercadorias e serviços pode ser uma atividade que ocorre dentro
do território de um país ou mais países.
Souza (2003), acredita que o comércio exterior, representa um conjunto de regras e
legislações internas de cada Estado, que conduzem a entrada e saída de mercadorias no
território nacional, isto é, as importações e exportações. “O comércio exterior seria o
intercâmbio de mercadorias e serviços entre agentes econômicos que operam sob a proteção
da legislação nacional.”
Para Maluf (2000, p.23), o comércio exterior é a relação direta de comércio entre dois
países ou blocos. São as normatizações com que cada país conduz seu comércio com os
demais, regulando as formas, métodos e deliberações para possibilitar este comércio.
Desta maneira, Roratto (2011) menciona que o comércio exterior é o modo que um
país se organiza em relação a suas políticas, leis, normas e regulamentos que disciplinam o
andamento de operações de importação e exportação de mercadorias e serviços com o
exterior.
Com isto, é preciso entender que Comércio Exterior e Comércio Internacional não são
a mesma coisa.
Tatagiba (2019) diz que quando duas empresas em países diferentes fazem comércio
mutuamente, quando há a troca de bens e serviços, por diversos motivos, surge o termo
Comércio Internacional. Este abrange as normas internacionais e tem como objetivo
regularizar as operações que são resultados do intercâmbio econômico entre os países, de
modo uniforme, bilateral ou mesmo multilateral.
Segundo Tatagiba (2019), quando tratamos sobre as regras internas de um país, como
por exemplo as transações comerciais, logísticas e financeiras, questões de tributação,
fiscalizações, do controle ambiental, da vigilância e da qualidade, conceitua-se o Comércio
Exterior.
Luna (2000) afirma que, o comércio internacional é o fluxo de intercâmbio de bens e
serviços entre países ou empresas, que resultam a grande divisão internacional do trabalho, as
relações que compõem as entidades econômicas internacionais e a concordância dos
interesses dos países no cenário do comércio. No comércio internacional, a constatação de
pontos determinantes do comércio, é de extrema importância. Entender o motivo da existência
do comércio entre os Estados, as condutas de cada país, dentre outros quesitos, que estão entre
as questões básicas sobre o mesmo. Há teorias que procuram compreender estes
questionamentos e as suas vantagens para o crescimento econômico dos países.
Dentre as diversas teorias do comércio internacional, temos o Mercantilismo, o qual
expõe que quanto maior a população e seu estoque de bens, mais rica e soberana seria aquela
nação. Outrora, era observado que o Estado deveria incentivar o comércio e a indústria,
contribuindo para as exportações; presumia-se que um país seria capaz de tornar-se mais rico
alcançando um superávit comercial nas operações internacionais. Porém, as economias
restringiram-se, já que não importariam nada além do necessário. Desta maneira, Carvalho e
Silva (2002, p.4), afirmavam que “[...] as proposições mercantilistas não eram consistentes”.
A teoria das vantagens absolutas também é de grande valia, onde Adam Smith fala
sobre uma visão de livre comércio. Seu plano seria de questionar as ideias mercantilistas
vigentes na época, as quais eram falhas pelo fato de não compreenderem que a troca deveria
ser benéfica para ambas as partes. Os Estados precisariam ter equilíbrio em sua balança
comercial, e não uma nação dispor de um déficit para a outra alcançar um superávit
(CARVALHO; SILVA, 2002). Smith alegava que um país deveria aprimorar-se naquele bem
que tivesse a expertise de manufaturar como nenhum outro, em proporção aos custos e vendê-
lo ao mercado externo. Por outro lado, teria de comprar no exterior tudo aquilo que não
pudesse produzir. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2001).
Já sobre a teoria das vantagens comparativas, David Ricardo clarifica que o comércio
internacional entre nações que não dispunham vantagem absoluta na fabricação de nenhum
bem, apresentando as dessemelhanças internacionais que fazem com que um país seja
dependente comercial do um outro (CARVALHO; SILVA, 2002).
Os Estados podem produzir mais, já que há a possibilidade de cada país se aprimorar
na produção do bem no qual apresenta vantagens comparativas. “Um país tem vantagens
comparativas na produção de um bem se o custo de oportunidade da produção do bem em
termos de outros bens é mais baixo que em outros países” (KRUGMAN; OBSTFELD, 2001,
p. 15).
Desta maneira, é possível perceber que essas teorias foram de extrema importância
para a tomada de decisão ao passar dos anos em relação ao comércio exterior e o comércio
internacional, já que as estas criam uma base estratégica e de negociações internacionais para
que seja possível manter uma balança disciplinada, tendo a menor desvantagem comparativa e
a maior vantagem absoluta.
2.4.1 IMPORTAÇÃO

Segundo Magalhaes (2013) a aquisição de mercadorias para consumo próprio ou para


produção e comercialização, de fornecedores no mercado interno é denominado de
importação. Importar, para Keedi (2017), é adquirir em outro país as mercadorias necessárias,
que sejam uteis a sua população e seu desenvolvimento, no caso, é a entrada de bens
produzidos no exterior. Sob a perspectiva comercial, na percepção de transferência de
propriedade, a importação segundo Werneck (apud Roratto 2011, p. 12), dá-se com o
recebimento da mercadoria pelo importador no local definido no exterior, conforme as
cláusulas do contrato de compra e venda, a importação representa uma saída de divisas.
A importação pode gerar vantagem para os empresários, pois certos fatores da
ausência de produção interna de mercadoria, são a falta de alta tecnologia e a possibilidade de
os produtos importados serem de melhor qualidade e melhor preço. Conforme Bezerra (2012),
ao importar de um país mais desenvolvido, a economia absorve a tecnologia, permitindo
impulsionar sua própria produção, ou, começar a produzir o que antes importava.
De acordo com Oliveira (2006), antes de realizar a importação é necessário analisar
alguns pontos relevantes. Deve-se perceber se o tempo e os custos para importar tal
mercadoria, são elevados, avaliar o espaço disponível para o estoque, a validade ou
armazenamento, levar em conta paridade de custos de novas aquisições dos produtos e o custo
de manter o armazenamento.
Ratti (1997) define importação como a entrada em um país de mercadorias
provenientes do exterior. De forma similar à exportação, essa importação pode compreender
também os serviços ligados à aquisição desses produtos no exterior, tal como fretes, seguros
serviços bancários etc.

2.4.2 EXPORTAÇÃO

Keedi (2017) conceitua exportação como o ato de remeter a outro país mercadorias
que são produzidas em seu próprio, que sejam de interesse do país do importador, e que
proporcionem a ambos envolvidos, vantagens na sua comercialização ou troca. Logo, é a
saída de mercadorias de um país para o exterior. Esta saída, para Roratto (2011), é
fundamentada na expertise do país na produção de bens que possua maior disponibilidade de
fatores produtivos. A exportação gera a entrada de divisas.
Qualquer empresa que tenha bons produtos e um nível estável de vendas no seu
mercado interno deve pensar em exportar como uma forma de expandir ainda mais seus
negócios. Os riscos são elevados, mas as recompensas podem ser vantajosas.
O movimento de exportação é fundamental para o desenvolvimento econômico de um
país. Por meio da exportação, há entrada de divisas na nação, proporcionando o pagamento
das dívidas adquiridas. Neste sentido, Ratti (2001, p. 348), descreve que a “exportação vem a
ser a remessa de bens de um país para outro. Em sentido amplo poderá compreender, além
dos bens propriamente ditos, também os serviços ligados a essa exportação (fretes, seguros,
serviços bancários etc.).”
Segundo Werneck (apud Roratto 2011, p.11), o conceito de exportação pode ser
analisado sob os seguintes aspectos: negocial, logístico, cambial e fiscal.
Sob o aspecto negocial da exportação de mercadorias, pode-se incluir a negociação de
preço e sobre as condições de pagamentos, elaboração da commercial invoice. Para definir os
preços e as condições de pagamento, são utilizados os Incoterms.
Sob o aspecto logístico, deve-se entender quais as medidas tomadas para que a
mercadoria seja entregue em boas condições ao comprador. Abrangendo cuidados com a
embalagem, transporte interno, embarque, transporte internacional e o desembarque até o
destino final.
Já o aspecto cambial, abrange a determinação de qual moeda será utilizada, as
operações de câmbio são inclusas e a transferência do dinheiro do comprador para o
vendedor.
O aspecto fiscal implica na a emissão dos documentos necessários para os despachos
de exportação e de importação, os pagamentos dos impostos e das taxas, e os desembaraços
aduaneiros.

2.5 PANDEMIAS EM UM MUNDO GLOBALIZADO

Quando se pesquisa sobre a diferença entre epidemia e endemia, Rezende (1998) crê
que a conceituação de epidemia se caracteriza pela existência, em curto prazo, de um grande
número de casos de uma enfermidade, ao passo que a endemia se traduz pelo aparecimento de
menor número de casos ao longo do tempo.
A diferença entre epidemia e endemia não pode ser formada baseando-se nas taxas de
incidência de determinada doença na população. Para Rezende (1998), se o número elevado
de novos casos e a disseminação rápida formam a principal característica da epidemia, para
definirmos endemia o critério quantitativo já não é o bastante. O que define uma doença ser
endêmica é o fato de ser a mesma típica de uma região, de um país ou da própria população.
Andrade et al. (2012, p. 12) apontam que, “endemia pode ser conceituada como
ocorrência de um agravo dentro de um número esperado de casos para aquela região, naquele
período de tempo, baseado na sua ocorrência em anos anteriores não epidêmicos.” Desta
maneira, uma doença endêmica pode ser constante, podendo haver alterações periódicas no
comportamento esperado para a piora do problema.
Já a epidemia evidencia a ocorrência de uma piora significativa histórica de seu
acontecimento. O agravo do causador de uma epidemia, para Andrade et al. (2012, p. 13)
“tem geralmente aparecimento súbito e se propaga por determinado período de tempo em
determinada área geográfica, acometendo frequentemente elevado número de pessoas”. A
partir do momento em que uma epidemia alcança diferentes países em outros continentes, ela
passa a ser denominada pandemia.
Pandemia para Rezende (1998), vem do grego, formada com o prefixo neutro pan e
demos, povo, que foi utilizada pela primeira vez por Platão, em seu livro Das Leis. Platão
empregou-a num sentido mais geral, referindo-se a qualquer fato ocorrido que fosse capaz de
atingir toda a população. Utilizada neste sentido, também por Aristóteles. Já Galeno
empregou o adjetivo pandêmico para doenças com alto grau de difusão.
França (apud Ferreira et al., 2013, p. 392) afirma que “Uma pandemia se difere de
uma epidemia devido às suas maiores proporções. É uma doença infecciosa, transmissível e
mortal que se espalha por vários continentes ou até mesmo por todo o planeta.”
O conceito moderno de pandemia, na visão de Rezende (1998, p. 154) “é o de uma
epidemia de grandes proporções, que se espalha a vários países e a mais de um continente,”
onde podemos dar como exemplo "gripe espanhola", que se andou ao lado da Primeira Guerra
Mundial, durante os anos 1918-1919, e que ocasionou a morte de cerca de 20 milhões de
pessoas em todo o mundo.
Nas últimas três décadas, o aumento de surtos causados por vírus, proliferando
doenças que se dizimam por todo o mundo tem crescido cada vez mais. As doenças
atormentam a humanidade desde os primórdios, relatos históricos de pandemias já preocupam
a humanidade há mais de dois mil anos. (SANAR, 2020)
O comércio generalizado originou novas oportunidades para interações entre os
humanos e animais, acelerando assim o surgimento de epidemias. É possível citar a malária,
tuberculose, hanseníase, gripe, varíola e outras apareceram pela primeira vez durante esses
primeiros anos. (LEPAN, 2020)
Quanto mais civilizado e urbano o homem se tornou, com cidades maiores, rotas
comerciais mais exóticas, um contato maior com diferentes populações e culturas, animais e
ecossistemas, mais provável é o aparecimento de pandemias. (CAVALCANTI, 2020)
Pandemia é uma epidemia de grandes proporções. Pesquisadores preocupam-se que a
humanidade seja vítima de uma pandemia capaz de matar dezenas de pessoas no mundo. E
para que isso seja possível, o aparecimento de uma doença, com uma capacidade de
contaminação extraordinária com um poder de matar os infectados, seria o suficiente.
(UJVARI, 2011)
As pandemias fazem parte da existência humana, Vick (2020) afirma que as pessoas
convivem com os microrganismos como os vírus, bactérias, fungos, etc, que causam as
doenças infecciosas durante toda a vida, através do contato com ambiente, com os animais,
com o lixo ou com a água contaminada.
Na visão de Vick (2020) as infecções saem de controle quando esses agentes
infecciosos, além de se alojarem no corpo humano, se reproduzem facilmente e conseguem se
propagar entre as pessoas. No decorrer dos anos, atividades como viagens, comércio, guerras
e invasões colaboraram na propagação de doenças.
Ujvari (2011) afirma que as formas resistentes caminham pelo planeta. Surgem nas
Nações, espalham-se entre as comunidades urbanas e são exportadas para outros países e por
viajantes que portam alguma doença. Estas formas resistentes algumas vezes, são
diagnosticadas com um certo atraso, o que é favorável para a bactéria. Esse diagnostico tardio
faz com quem percamos “terreno” para a doença, que está posicionada a frente.
Mesmo que hoje as epidemias de gripe e cólera, por exemplo, ainda aparecem nos
jornais, antes do advento da medicina moderna, as pandemias eram mais agressivas. “A
grande pandemia da história da humanidade foi a gripe espanhola, que matou 21 milhões de
pessoas no fim da Primeira Guerra Mundial. O vírus tinha a capacidade de afetar vários
sistemas do organismo, ou seja, podia causar sintomas ao atingir os sistemas respiratório,
nervoso, digestivo, renal ou circulatório.” (DIAMOND, 2017, pg.170). A peste negra matou
um quarto da população Europeia, sua disseminação ocorreu devido ao trânsito de pessoas e
animais que transportavam as pulgas, e também, de peles infestadas dos insetos, que eram
comercializadas na rota Leste-Oeste da Euroásia, vindos de regiões da Ásia Central já
contaminadas pela peste.
Hoje, as doenças se espalham mais rápido e de forma mais vasta no mundo. Caso haja
pessoas infectadas em um avião, há uma grande possibilidade de elas infectarem os demais
passageiros e transmitirem para a população do local de destino.
Hoje, nossos aviões a jato fazem com que até mesmo os voos intercontinentais mais
longos sejam mais rápidos do que a duração de qualquer doença infecciosa humana.
Foi assim que um avião da Aerolineas Argentinas, que parou em Lima (no Peru) em
1991, conseguiu transportar várias pessoas infectadas com cólera, no mesmo dia,
para minha cidade de Los Angeles, a quase cinco mil quilômetros de Lima.
(DIAMOND, 2017, pg.173).

A varíola assombrou o mundo por mais de 3 mil anos, pois, sua transmissão, através
do vírus orthopoxvírus variolae, ocorria de uma pessoa para outra, por vias respiratórias.
Entre os principais sintomas, os infectados tinham febre, erupções na garganta, na
boca e no rosto. Mas, com as campanhas de vacinação em massa, a doença foi erradicada em
1980. (RIBEIRO, 2020)
Em 1817, aconteceu a primeira epidemia global de cólera, responsável por vitimar
milhares de pessoas. Após seu surgimento, a bactéria vibrio cholarae sofreu mutações,
causando assim, novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos. Por isso, a doença ainda é
considerada uma pandemia. (RIBEIRO, 2020)
A transmissão ocorre a partir do consumo de água ou de alimentos contaminados,
alguns casos são notificados em países subdesenvolvidos. Atualmente, há uma vacina para a
Cólera, porém ela não é 100% eficaz. Já seu tratamento é feito através de antibióticos.
(RIBEIRO, 2020)
Já o vírus H1N1, causador da popularmente conhecida gripe suína, foi o primeiro
patógeno a provocar uma pandemia no século 21. Após seu aparecimento em porcos, em
2009, ele se alastrou em ritmo acelerado por outros países, matando cerca de 16 mil pessoas.
(RIBEIRO, 2020)
No Brasil, o primeiro caso da doença foi registrado em maio de 2009 e em pouco mais
de um mês após o alerta, 627 pessoas estavam contaminadas no país, segundo dados do
Ministério da Saúde (MS).
Seu contágio é similar à Covid-19, sua transmissão ocorre a partir de gotículas
respiratórias no ar ou em superfícies que estão contaminadas. Já seus sintomas são
semelhantes à gripe comum: febre, tosse, dor de garganta, calafrio e dores pelo corpo.
(RIBEIRO, 2020)
O mundo nos últimos séculos, passou por um crescimento demográfico significativo.
O número de pessoas em 1922 que atingia a marca de dois bilhões, nos anos 2000 já cruzava
os seis bilhões (ONU, 2013).
No século XXI, a tendência de crescimento vem se mantendo com elevadas taxas de
natalidade e uma redução nos índices de mortalidade. Como resultado, estudos
realizados pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que, caso não
ocorram grandes mudanças na trajetória de fertilidade durante as próximas décadas,
a população mundial estará próxima dos onze bilhões em 2050 e em 2100 o número
de indivíduos habitando o planeta superará os dezesseis bilhões (Ferreira et al.,
2013, p. 387).

O fluxo intenso de pessoas e de trocas comerciais entre países trouxe consigo um novo
risco, a rápida disseminação das doenças contagiosas. Segundo Ujvari (2011), a grande
concentração urbana que caracteriza a população nos dias de hoje, torna mais fácil a
disseminação, as viagens fazem com que microrganismos atravessem oceanos e mares com
rapidez.
Nos dias atuais, a globalização constitui outro determinante importante, resultado do
intenso fluxo de pessoas e de alimentos por todo o mundo. Alimentos produzidos na
América do Sul e América Central, por exemplo, podem causar surtos de
intoxicação alimentar na América do Norte ou Europa. A rapidez de deslocamento
das pessoas proporcionada pela facilidade de acesso ao transporte aéreo permite que
agentes causadores de epidemias sejam transmitidos rapidamente para pessoas de
várias regiões do planeta em curto espaço de tempo. O vírus influenza H1N1, por
exemplo, causou, em 2009, uma pandemia em menos de seis meses (Andrade et al.,
2012, p. 17).

O mundo globalizado diminuiu as fronteiras entre os países. As cidades são alvos de


eventos com aglomerações como jogos e shows, usufruímos de sistemas coletivos de
transporte em que milhões de respiram e se acotovelam o mesmo ar em todos os instantes. Em
ambientes de trabalho, como as fabricas e escritórios, e escolas, fazem com que o potencial de
transmissão de doenças seja ampliado (UJVARI, 2011).
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA PANDEMIA DO CORONA VIRUS - SARS COV-2

Neste capítulo será abordado sobre o surgimento do novo tipo de Corona Vírus - Sars
Cov-2, que causa a doença da Covid-19, descrevendo sua conjuntura entre as especulações de
suas primeiras ocorrências no final do ano de 2019 e a forma rápida de sua disseminação no
mundo. Será apresentado também sobre as diversas vacinas produzidas e a sua distribuição
entre os Estados.

3.1 A PANDEMIA DO CORONA VÍRUS – SARS COV 2

A SARS-CoV-2 ou Covid-19, mais conhecida por coronavírus, é uma variação da


família coronavírus, identificada na década de 1960.
Quatro destas variações (229E, OC43, NL63 e HKU1), causam sintomas comuns de
gripe em pessoas imunocompetentes1. E duas espécies (SARS-CoV e MERS-CoV) provocam
síndrome respiratória aguda grave com taxas elevadas de mortalidade (BELASCO, 2020).
Os primeiros casos da nova infecção por coronavírus, foram diagnosticados como uma
pneumonia grave de etiologia desconhecida, surgiram em dezembro de 2019 em um mercado
de frutos do mar, na cidade de Wuhan, China. Mais tarde, as amostras respiratórias dos
pacientes mostraram a presença do coronavírus (SARS-CoV-2), que foi identificado como o
agente causador da doença COVID-19.
Essa é a teoria mais aceita para o nascimento da pandemia. Porem, não a única. A tese
de que o vírus teria se originado após um vazamento acidental no instituto de Wuhan deixou
de ser uma teoria conspiratória e despertou interesse em diversos cientistas e governos.
Esse tipo de tese, aconteceu por três motivos. O primeiro é a tese do mercado Huanan
nunca foi plenamente satisfatória, já que em janeiro de 2020, um estudo chinês que analisou
os primeiros 41 internados com Covid, constatou que 13 deles não tinham qualquer relação
com o mercado, mas mesmo assim, poucos cientistas se atreviam a questioná-la. (Garattoni,
2021)
Segundo ponto, o relatório oficial da OMS sobre as origens do vírus, onde cerca de 18
pesquisadores das universidades mais importantes do mundo acreditam que as teorias origem
natural x vazamento de laboratório não foram abordadas de forma equilibrada, afirmando que
uma investigação como essa, deveria exigir acesso a arquivos, amostras, pessoas e instalações
do Instituto de Virologia de Wuhan e que a OMS não havia feito nada disso. (Garattoni, 2021)

1
Quando o organismo é capaz de reagir ou combater microrganismos patógenos ou parasitas.
A terceira razão é que segundo o Wall Street Journal, agências de inteligência do
governo americano teriam descoberto que três cientistas do instituto de Wuhan foram a um
hospital da cidade, com sintomas gripais, em novembro de 2019, podendo assim, terem
contraído o vírus, carregá-lo para fora do laboratório e dado início a pandemia. A virologista
Marion Koopmans, da OMS, disse ter sido informada pelo governo chinês que os três
cientistas testaram negativo para o vírus. Mas a China nunca revelou os nomes dessas
pessoas, nem apresentou os resultados dos testes. (Garattoni, 2021)
Sua rápida propagação em todo o mundo levou, em janeiro, o vírus para o território
japonês. Neste mesmo mês, os Estados Unidos reportaram seu primeiro caso de coronavírus.
Ao final do mês de janeiro, diversos países já haviam confirmado surgimento de casos da
doença em. seus territórios. No Brasil, em fevereiro, já havia 9 casos em investigação, mas
sem registros de casos confirmados (LANA, 2020).
Em 30 de janeiro, a OMS declarou a epidemia uma emergência internacional e em
março de 2020, informou que a doença COVID-19, era uma pandemia mundial. (Estevão,
2020).
Figura 1 - Indicador referente ao total de casos Covid - 19

Fonte: REUTERS GRAPHICS (2021).

O gráfico acima mostra que ao menos 4.019.985 pessoas morreram no mundo todo de
Covid-19 e 178.346.789 foram infectadas pelo vírus. E embora o surto tenha começado na
China, atualmente já alcança 220 países e territórios, 210 destes, relataram casos de mortes.
(Reuters Graphics, 2021).
Figura 2 - Casos relatados globalmente

Fonte: REUTERS GRAPHICS (2021).

A Covid-19 passou a infectar quase todos os países do mundo, atingindo


vigorosamente o continente europeu. Itália e Espanha foram os países mais atingidos com
números surpreendentes. Em outubro de 2020, a Itália apontou, 327.586 casos (36.002
mortos) e na Espanha, 813.412 (32.225 mortos). Os Estados Unidos também foram
fortemente atingidos com 7 milhões de casos (superando a China) e 200 mil falecidos
(HOPKINS, 2020).
Os mapas abaixo, apresentam o crescimento da Covid-19 no mundo de janeiro 2020 a
junho de 2021. As imagens mostram o número total de casos relatados em cada país por
período, independentemente de quantas pessoas se recuperaram.

Mapa 1 - Avanço dos casos - janeiro de 2020

Fonte: JHONS HOPKINS (2020).


Neste primeiro mapa, é possível perceber o início da pandemia e como ela ainda não
havia se expandido para outros países. No mês de janeiro, somente a China apresentava os
primeiros casos.
Mapa 2 - Avanço dos casos - junho de 2020

Fonte: JHONS HOPKINS (2020).

No mapa 2, é notável a forma rápida da disseminação do vírus. Em junho do mesmo


ano praticamente todos os países já haviam notificado casos da doença. Países como Estados
Unidos, Brasil e Rússia apresentavam o maior número de casos, conforme observado na
escala de cores.
Mapa 3 - Avanço dos casos - dezembro de 2020

Fonte: JHONS HOPKINS (2020).

Em dezembro de 2020, o Brasil, Estados Unidos e Índia continuaram apresentando o


maior número de contaminados em relação aos demais países. Em comparação ao mês de
junho observa-se um agravamento nos casos nos países citados.
Mapa 4 - Avanço dos casos - janeiro 2021

Fonte: JHONS HOPKINS (2021).

No primeiro mês de 2021, o mapa não apresenta mudanças significativas. Mantendo a


mesma escala de cores. Brasil, Estados Unidos e Índia continuaram atingindo o tom mais
escuro das tonalidades.
Mapa 5 - Avanço dos casos - junho 2021

Fonte: JHONS HOPKINS (2021).

Em junho de 2021, os casos aumentam na Rússia, alguns países da América do Sul,


tais como Argentina e Colômbia, na Turquia e alguns países da Europa, como Reino Unido e
França. Observando nos mapas, a Dinamarca se manteve estável nos números de casos.
Segundo cientistas de Londres, a taxa de propagação do coronavírus entre humanos é
de duas a três pessoas para cada paciente contaminado (GERMED, 2020).
O tipo de animal que transmitiu a doença é desconhecido, mas a suposição é que tenha
sido algum animal silvestre ou marinho. Conforme feita a análise completa do genoma do
vírus, foi observado que ele se enquadra no gênero betacoronavírus, incluindo também o
SARS-CoV, descobertos em humanos, morcegos e outros animais selvagens (BELASCO,
2020).
As pessoas mais vulneráveis e que fazem parte dos grupos de risco, segundo estudos
científicos, são pessoas portadoras de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma,
doença pulmonar obstrutiva crônica, e indivíduos fumantes (que fazem uso de tabaco
incluindo narguilé), acima de 60 anos, gestantes, puérperas 2
e crianças menores de 5 anos.
(Núcleo de Telessaúde Mato Grosso do Sul, 2020)
Os sintomas são febres, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Casos mais graves
apresentam pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda e grave.
Mediante a situação posta pelo novo SARS-CoV-2, em janeiro de 2020, o Ministério
da Saúde do Brasil instaurou o Grupo de Trabalho Interministerial de Emergência em Saúde
Pública de Importância Nacional e Internacional para que fosse possível acompanhar a
situação da pandemia e definição dos protocolos de ação, para a vigilância do vírus no país.
Este protocolo instituiu a coleta de duas amostras para todos os pacientes que atendam
a definição de caso, o qual leva em conta não apenas o quadro sintomático característico,
como também o histórico de viagem recente para regiões que apontam transmissão direta e/ou
histórico de contato com algum caso suspeito ou confirmado (LANA, 2020).
As pessoas já estão realizando suas atividades, mesmo com as medidas de restrição,
fazendo o uso das máscaras, higienizando as mãos com álcool e mantendo o distanciamento,
mas a Covid-19 segue infectando muitas pessoas.
A ciência também progrediu, já estamos em fase de aplicações das vacinas, A primeira
dose foi dada no Reino Unido em 2020, a tendência é que a imunização se espalhe pelo
mundo todo.

Gráfico 1 - Número de pessoas vacinadas

2
Puérperas são as mulheres que estão passando pelo puerpério, período pós-parto que se inicia logo após a
saída da placenta —fato que ocorre quando a mulher dá à luz— e dura de 40 a 45 dias.
Fonte: OPERA MUNDI (2021).

O gráfico acima apresenta o número de pessoas que foram totalmente vacinadas contra
o Covid-19. É importante notar que os Estados Unidos se encontram em primeiro lugar nas
vacinações. Já que três vacinas aprovadas, são produzidas no próprio país. Em dezembro
2020, Pfizer e Moderna, exigem duas doses, receberam sinal verde, e a dose única da Johnson
& Johnson teve seu aval dado em fevereiro 2021. E o efeito Biden, que embora o líder
democrata tenha aproveitado parcialmente o que o governo Trump fez, ele colocou a
vacinação em massa do país como o principal objetivo de sua agenda. A ideia era interromper
o crescimento de casos e mortes o mais rápido possível, e assim reativar a economia. (BBC,
2021)
Pelo menos sete tipos de vacinas diferentes estão sendo aplicadas e diferentes lugares
do mundo. Existem as vacinas com vírus, as quais utilizam o próprio vírus (enfraquecido ou
inativo) para estimular o corpo a produzir anticorpos. como por exemplo a
Coronavac©/Sinovac/Butantan. As vacinas genéticas, que utilizam instruções genéticas
(DNA ou RNA), de modo que o próprio corpo produza cópias de alguma proteína do vírus,
estimulando assim uma resposta imunológica, como por exemplo a Vacina Cominarty©/
BioNTech/Pfizer. Existem também as vacinas de vetor viral, elas utilizam um outro vírus,
geneticamente modificado para produzir proteínas virais no corpo e provocar uma resposta
imunológica. Para isso, os vírus são enfraquecidos e não chegam a causar doenças. Como por
exemplo as vacinas Covishield©/AstraZeneca/Oxford/FioCruz/Sputnik©/ Gamaleya,
Jansen©/ Jhonson&Jhonson. E por fim, as vacinas a base de proteínas, que utilizam uma
proteína do vírus ou uma parte dela, ou ainda proteínas que imitam algo da estrutura do vírus,
como seu revestimento externo, para assim provocar uma resposta imunológica no corpo
como por exemplo Novavax© (Estados Unidos). (Rodrigues, et al., 2021).

Gráfico 2 - Vacinação - Doses diárias

Fonte: OPERA MUNDI (2021).

O gráfico acima apresenta quantas doses cada país administrou desde 15 de dezembro
de 2020 por dia, na média móvel de sete dias.
De fato, os Estados desfrutam de seus benefícios do progresso científico e ao acesso a
informação, a interdependência auxiliou os países a desenvolverem as vacinas e evolução da
pandemia é incerta e a gravidade que ela terá entre nós dependerá da nossa resposta.
(AUGUSTO, MOURA 2020).
4 ANÁLISE DOS IMPACTOS DA PANDEMIA NO COMÉRCIO EXTERIOR
ENTRE BRASIL E CHINA

Este capítulo trará uma análise da movimentação do comércio exterior entre o Brasil e
a China, observando suas importações e exportações durante os anos 2011 a 2021. Será
apresentado também, um balanço feito referente aos principais impactos causados pela
pandemia do Corona vírus no comércio exterior entre os países acima citados.

4.1 MOVIMENTAÇAO DO COMÉRCIO EXTERIOR ENTRE BRASIL E CHINA DE


2011 A 2021

Com o advento da pandemia e a sua rápida disseminação, os impactos do Coronavírus


nas negociações internacionais já são perceptíveis e inúmeros. No Brasil, foi possível sentir
a falta de contêineres vazios para as exportações acontecerem. Com menos navios saindo da
China, houve um acúmulo de contêineres no país asiático, gerando assim uma escassez dos
equipamentos. (Bueno, 2021)
Medidas de restrição foram empregadas no mundo todo para reduzir o fluxo de
pessoas e evitar aglomerações. Com isto, os resultados das economias também foram e
continuam sendo afetados diretamente, atingindo tanto o pequeno comércio quanto as grandes
operações de comércio exterior.
A economia mundial, incluindo a brasileira, passa por momento de elevado grau de
incerteza em decorrência da pandemia de coronavírus, que está provocando
desaceleração significativa da atividade econômica, queda nos preços das
commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros. Nesse
contexto, apesar da provisão adicional de estímulo monetário pelas principais
economias, o ambiente para as economias emergentes tornou-se desafiador, com o
aumento de aversão ao risco e a consequente realocação de ativos provocando
substancial aperto nas condições financeiras (BACEN, 2020, p. 07).

Além disso, foi possível perceber o impacto nas importações provenientes da China,
diversos embarques atrasados, falta de documentação, cancelamentos de embarques devido
a atrasos na produção chinesa pela escassez de matéria prima. Devido as pausas nos
funcionamentos das indústrias e restrições, a produção fabril de muitas nações diminuiu
drasticamente nos últimos meses. Deste modo, a pandemia trouxe consigo um período
de recessão em escala global.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. No comércio exterior, a potência
asiática se mostra elementar para a balança comercial brasileira por ser o maior comprador e
investidor direto do país.
E para que seja possível fazer a análise do impacto do Covid-19 entre os parceiros
acima citados, deve-se observar as informações acrescidas na tabela e gráfico abaixo onde,
foram considerados dados a partir de 2011 das importações e exportações brasileiras para com
a China.
Tabela 1 - Importações e Exportações Brasileiras para a China
Ano/
Mês Valor FOB - EXP (US$) Valor FOB - IMP (US$) Saldo
2011 $ 44.304.607.898,00 $ 32.786.183.569,00 $ 11.518.424.329,00
2012 $ 41.225.811.420,00 $ 34.244.740.324,00 $ 6.981.071.096,00
2013 $ 46.023.192.076,00 $ 37.325.464.635,00 $ 8.697.727.441,00
2014 $ 40.611.876.675,00 $ 37.349.481.603,00 $ 3.262.395.072,00
2015 $ 35.155.353.691,00 $ 30.714.059.053,00 $ 4.441.294.638,00
2016 $ 35.133.314.867,00 $ 23.349.925.863,00 $ 11.783.389.004,00
2017 $ 47.488.449.966,00 $ 27.553.978.176,00 $ 19.934.471.790,00
2018 $ 63.929.563.241,00 $ 35.157.236.888,00 $ 28.772.326.353,00
2019 $ 63.357.523.149,00 $ 36.028.297.004,00 $ 27.329.226.145,00
2020 $ 67.788.075.211,00 $ 34.778.441.387,00 $ 33.009.633.824,00
2021 $ 36.855.651.867,00 $ 17.757.927.905,00 $ 19.097.723.962,00
Fonte: Comex Stat – Elaboração Própria

Com base nos dados acima, é possível perceber como as exportações do Brasil para a
China no período de 2011 a 2021 cresceram consideravelmente, atingindo o maior valor em
2014, com 37 Bilhões de dólares. Após esse pico, houve uma queda para o valor mais baixo
registrado no período, em 2016, com 23 Bilhões de dólares.
Pode-se observar que os produtos importados da China variam de acordo com o
momento da compra. Em 2018, por exemplo, plataformas de exploração de petróleo foram
muito demandadas por causa do aumento da demanda internacional por petróleo.
Gráfico 3 - Importações e Exportações Brasileiras para a China

Importações e Exportações Brasil x China


2011 - 2021
$100,000,000,000.00
$80,000,000,000.00
$60,000,000,000.00
Valor FOB (U$D)

$40,000,000,000.00
$20,000,000,000.00
$-
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
$-20,000,000,000.00
$-40,000,000,000.00
$-60,000,000,000.00

Saldo Valor FOB - EXP (US$) Valor FOB - IMP (US$)

Fonte: Comex Stat – Elaboração Própria

O período de 2011 a 2021 foi de grande expansão das relações econômicas entre a
China e o Brasil, mesmo com períodos de queda entre os anos de 2015 e 2016, as exportações
brasileiras passaram de 44 Bilhões de dólares em 2011 para 67 Bilhões de dólares em 2021.
Em 2019, foram 36 Bilhões de dólares em produtos importados. Destes, 98,2 % foram
de produtos manufaturados, dos mais diversos. E suas exportações contabilizando 63 Bilhões
de dólares. Para a China foram 28% do total das nossas exportações.
É notável que no ano de 2020, as exportações brasileiras para o país asiático atingiram
o maior volume nos últimos 10 anos. Isso se da devido a liderança anual do setor
agropecuário, aumentando sua participação, entre 2019 e 2020.
Analisando os dados das importações de 2020, é possível verificar que a queda da
atividade econômica ocorreu tardiamente no Brasil em comparação com os outros países.
Mas, por outro lado, a velocidade de recuperação foi mais rápida em nosso país.
Mas desde então houve um crescimento constante, mas ainda abaixo daquele visto
anos atrás. Como estamos na metade do ano de 2021, não há um valor certeiro para as
verificar o volume das importações Chinesas por isso, o gráfico apresenta uma queda brusca
nas importações.
4.2 MOVIMENTAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR ENTRE CHINA E BRASIL DE
2011 A 2021

Tabela 2 - Importações e Exportações Chinesas para o Brasil


Ano/Mês Valor FOB - EXP (US$) Valor FOB - IMP (US$) Saldo
2011 $ 31.836.677.325,00 $ 52.386.750.280,00 $ -20.550.072.955,00
2012 $ 33.413.633.342,00 $ 52.281.126.771,00 $ -18.867.493.429,00
2013 $ 35.895.471.244,00 $ 54.299.122.653,00 $ -18.403.651.409,00
2014 $ 34.877.620.579,00 $ 51.675.122.593,00 $ -16.797.502.014,00
2015 $ 27.428.609.460,00 $ 44.339.257.109,00 $ -16.910.647.649,00
2016 $ 21.976.152.765,00 $ 45.855.047.246,00 $ -23.878.894.481,00
2017 $ 28.950.538.235,00 $ 58.857.155.273,00 $ -29.906.617.038,00
2018 $ 28.950.538.235,00 $ 77.141.725.984,00 $ -48.191.187.749,00
2019 $ 35.476.982.585,00 $ 79.203.568.567,00 $ -43.726.585.982,00
2020 $ 34.955.974.927,00 $ 84.083.784.228,00 $ -49.127.809.301,00
Fonte: TRADING ECONOMICS– Elaboração Própria

Atualmente a China é a maior produtora industrial do mundo e possui grande


capacidade exportadora por conta da sua disposição de alta tecnologia e ao potencial
competitivo dos seus produtos, que atraem tanto consumidores, quanto possíveis parceiros
comerciais.

Gráfico 4 - Importações e Exportações Chinesas para o Brasil

Importações e Exportações China x Brasil


2011 - 2020
$100,000,000,000.00
$80,000,000,000.00
$60,000,000,000.00
Valor FOB (U$D)

$40,000,000,000.00
$20,000,000,000.00
$-
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
$-20,000,000,000.00
$-40,000,000,000.00
$-60,000,000,000.00

Saldo Valor FOB - EXP (US$) Valor FOB - IMP (US$)

Fonte: TRADING ECONOMICS– Elaboração Própria


Entre os anos de 2011 e 2021 as exportações chinesas para o Brasil tiveram expansão
significativa e atingiram o seu auge em 2013, com cerca de US$35 bilhões e o seu declínio
em 2016, com US$21 bilhões.
Tratando sobre suas importações, a partir de 2018, o país atingia os maiores índices de
compra de produtos brasileiros. Em 2020 o alcançaram um volume de US$84 bilhões de
importações, nesse período houve a compra de produtos de origem agrícola, pecuária e
mineral nesse período.
 O total de importações e exportações da China cresceu 28,2% ano a ano nos
primeiros cinco meses de 2021, alcançando 14,76 trilhões de yuans (cerca de US$ 2,31
trilhões). Marcando um aumento de 21,6% ante o mesmo período em 2019, segundo a
Administração Geral das Alfândegas (AGA).
Por fim, nota-se que depois após a análise de todos os dados, foi identificado que a
China é o nosso principal parceiro comercial há anos e em 2020 não foi diferente, que mesmo
em tempos de pandemia, essa participação que inclusive, teve crescimento. Em 2020 a China
foi o país de onde mais importamos mercadoria. E, o país para onde mais exportamos nossos
produtos.
4.3 VERIFICAÇÃO DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA PANDEMIA NO
COMÉRCIO EXTERIOR ENTRE CHINA E BRASIL

Conforme elencado na tabela abaixo, é notável que a pandemia causou diversos


impactos na movimentação de comércio entre a China e o Brasil. Porém, conforme os dados
que serão apresentados em seguida, será possível concluirmos mais algumas consequências
do advento da Covid-19 para as economias apontadas anteriormente.

Quadro 1 - Impactos da Pandemia


Impactos da Pandemia

Exportações Importações

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou a


alíquota do Imposto de Importação sobre 50 produtos
falta de contêineres vazios para escoar as
médicos e hospitalares necessários ao combate à
exportações brasileiras.
pandemia do Covid-19. A medida vale até o fim de
setembro
70% das empresas do setor de
eletrodomésticos com problemas de Embarques chineses atrasados ou cancelados devido
abastecimento de componentes a atrasos na produção chinesa pela escassez de matéria
eletrônicos e matérias primas para a prima.
produção/exportação.
Brasi
linhas de montagem paradas ou com
l Problemas de abastecimento de componentes
atividade reduzida em decorrência da
eletrônicos e matérias primas importados da China
falta de insumos.
O crescimento da exportação de carnes,
Falta de documentação correta por falta de pessoal.
devido a peste suína em plena pandemia
As exportações para a China, Hong Kong
e Macau no mês de junho/2021, Em 2021, as importações para a China, aumentaram
cresceram 49,7% e somaram US$ 10,68 57,6% e totalizaram US$ 3,80 bilhões
bilhões

mão-de-obra reduzida pelo As importações subiram 25,9% em termos de yuan, em


confinamento. 2021
menos navios saindo da China, causando Aumento das importações de Soja provenientes do
acúmulo de contêineres no país asiático Brasil.
Chin atrasos na produção chinesa pela
a escassez de matéria prima e insumos.
A peste suína fez crescer a dependência da carne
Em 2021, as exportações saltaram 30,1% brasileira.
em relação ao ano anterior.
Fonte: Elaboração própria
Em 2019, a Balança Comercial Brasileira com a China encerrou com superávit em
US$ 27 milhões. Desta forma, neste período exportamos mais do que Importamos da China.
Na imagem abaixo, conseguimos verificar estas informações sobre a balança
comercial brasileira com a China, no ano de 2019.

Figura 3 - Balança Comercial - Brasil e China - 2019

Fonte: FAX COMEX (2021).

No ano de 2019 ocorreu uma queda na compra de soja pela China, principalmente
devido a crise envolvendo a morte de boa parte da sua produção suína, destino da maior parte
da produção de soja brasileira. 
Em 2019, foram 36 Bilhões de dólares em produtos importados. Destes, 98,2 % foram
de produtos manufaturados, dos mais diversos. Sendo os mais relevantes: “Demais produtos
manufaturados” (10%), Plataformas de perfuração ou exploração (6,4%) e circuitos e partes
de aparelhos de telefonia (4%).  
Figura 4 - Balança Comercial Brasileira - 2020

Fonte: FAX COMEX (2021).

China ficou em 1º lugar no Ranking das Exportações Brasileiras, ou seja, a China é o


principal destino das nossas exportações. Além disso, a China ocupou também a 1ª colocação
no Ranking das Importações Brasileiras. As exportações superaram as importações, portanto
tivemos um superávit na Balança Comercial Brasil-China no valor de US$ 33,7 bilhões.
Gráfico 5 - Volume das exportações Mundiais e Brasileira

Fonte: FAX COMEX (2021).

A forte resistência das exportações brasileiras em 2020 foi muito afetada pelo ritmo de
recuperação da Ásia (principalmente da China), que foi o maior impacto negativo visto no
primeiro mês do ano. Esse padrão é muito diferente do observado no resto do mundo, onde o
volume exportado foi mais atingido e a recuperação ocorreu a partir de maio.

A China está se recuperando mais rapidamente do coronavírus do que o resto do


mundo, o que significa que sua economia avançará e fortalecerá sua posição nas
negociações comerciais com os Estados Unidos. Enquanto isso, a queda no valor de
mercado das empresas britânicas tornará mais fácil para as empresas chinesas, que
são menos dependentes do mercado de ações, fazer a aquisição de empresas
ocidentais (WILSON, 2020, tradução nossa).

Gráfico 6 - Volume das importações Mundiais e Brasileira

Fonte: FAX COMEX (2021).

Analisando os dados das importações de 2020, é possível verificar que a queda da


atividade econômica ocorreu tardiamente no Brasil em comparação com os outros países.
Mas, por outro lado, a velocidade de recuperação foi mais rápida em nosso país.
Janeiro - Março, US$
Produto 2019 2020 2021
Grãos de Soja $4.397.784.405,00 $4.376.358.464,00 $4.639.350.908,00
Minério de Ferro $2.316.769.165,00 $2.743.140.066,00 $5.698.769.434,00
Petróleo $3.525.168.113,00 $3.272.068.381,00 $6.502.815,00
Tabela 3 - Exportações brasileiras por produto no primeiro trimestre
Fonte: Comex Stat – Elaboração Própria

Na tabela acima, notamos que os destaques das exportações brasileiras têm sido a soja,
o petróleo e o minério de ferro. Somados, os 3 produtos constituíram 79% das exportações
brasileiras para a China, soja3 representando 34%, óleos brutos de petróleo representam 24% e
minérios de ferro com 21%, entre janeiro e março de 2021. Todos estes se encontram na
categoria Produtos Básicos (agrícolas, pecuários e minerais). Para os outros 21% restantes,
temos as Carnes como as de Frango, Suíno e de Bovino Congeladas, Frescas ou Refrigeradas,
celulose, ferro-ligas, algodão e minérios de cobre e seus concentrados. Refletindo sobre a
continuidade da pauta de exportações para a China, é evidente que nos últimos anos, ela foi
dominada pelos mesmos três produtos.

Um dos motivos é que, assim como a Coreia do Sul e Japão, a China também têm
problemas com segurança alimentar, isto é - não são capazes de produzir o suficiente
para alimentar sua população. Por isso, acabam importando muito do Brasil e ainda
produzem bens que faltam no mercado brasileiro. Além disso, a capacidade
produtiva do Brasil também aumentou. O baixo preço e a qualidade tornaram nossos
produtos agropecuários mais atraentes. A Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB) também fez projeções para 2021 e julgou que a balança comercial
brasileira neste ano poderá alcançar superávit de US$ 69,018 bilhões, com uma alta
de 33% comparativamente ao previsto para 2020. (Reuters, 2021)

Em 2021, as exportações chinesas saltaram 30,1% em relação ao ano anterior,


enquanto as importações subiram 25,9% em termos de yuan. As exportações e importações
aumentaram 23,6% e 19,2%, respectivamente, em comparação com os dados registrados nos
primeiros cinco meses de 2019.
No período de janeiro a maio, o superávit comercial aumentou 56,2% ano a ano,
alcançando 1,32 trilhão de yuans. Neste período, a balança comercial da China movimentou
cerca de 11,6 trilhões de yuanes (US$ 1,8 trilhão). De acordo com a Administração-Geral das
Alfândegas, o número representa um aumento de quase 22% sobre o nível pré-pandemia de
2019. (Piva, 2021)

3
Para os próximos meses, a aposta do governo brasileiro é de que as exportações de soja permaneçam em
alta, já que o grão é um alimento essencial para toda a Ásia (Fia, 2020)
Segundo a Xinhua, agência de notícias da China, quando aferidas em iuanes, as
exportações do país gozaram de quase 34% de alta e as importações alcançaram cerca de
27%. Em moeda chinesa, o superávit cresceu, aproximadamente, 150% entre abril e janeiro de
2021. (Piva, 2021)
Já em território brasileiro Carrança (2021) afirma que, a economia brasileira registrou
um crescimento de 1,2% no primeiro trimestre de 2021, em proporção ao trimestre anterior,
conforme informando pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação
ao primeiro trimestre de 2020, o avanço foi de 1%.
O resultado positivo compra diversos indicadores econômicos que foram melhores do
que o esperado na produção industrial, comércio e na prestação de serviços no país, entre
janeiro e março de 2021.
Este bom desempenho, surpreendeu grande parte dos economistas neste início de ano,
que foi marcado por uma piora da pandemia entre os meses de março e abril, levando ao
fortalecimento das medidas restritivas em diversos Estados e municípios. (Carrança, 2021)
Diante da chegada da segunda onda da Covid-19 e de um começo de ano sem o auxílio
emergencial - que viria a ser renovado pelo governo a partir do mês de abril, com valores
reduzidos em relação àqueles pagos em 2020 - alguns analistas chegaram a prever queda do
PIB (Produto Interno Bruto) nos primeiros três meses do ano, em relação ao quarto trimestre.
(Carrança, 2021)
Porém, essas perspectivas pessimistas não foram concretizadas e o PIB registrou sua
terceira alta trimestral seguida, após avanços de 7,8% no terceiro trimestre e de 3,2% entre
outubro e dezembro de 2020, sempre em relação ao trimestre anterior. (Carrança, 2021)
O anseio chinês pelas commodities de que o Brasil depende para ter vantagem nas
suas exportações – como a soja e o minério de ferro – deve sofrer um aumento também em
2021. (Reuters, 2021)
As projeções do Banco Mundial calculam uma alta de 7,9% do Produto Interno Bruto
(PIB) do país e alguns analistas já idealizam um crescimento de 9%.
Por mais que houveram quedas no setor de agropecuária, na indústria extrativa e na de
transformação, diversos produtos tiveram aumento em suas importações, como Arroz com
casca, Paddy ou em bruto (273,8%), Produtos hortícolas, frescos ou refrigerados (3,3%) e
Soja (508,1%) na Agropecuária; Pirites de ferro não torrados (4,1%), Diamantes industriais,
trabalhados ou não (6,5%) e Minérios de alumínio e seus concentrados (29,6%) na Indústria
Extrativa; Tubos e perfis ocos, e acessórios para tubos, de ferro ou aço (68,8%), Instalações e
equipamentos de engenharia civil e construtores, e suas partes (51,2%) e Plataformas,
embarcações e outras estruturas flutuantes (124,6%) na Indústria de Transformação. (Bueno,
2021).
Enquanto grande parte do mundo continua a ser atingido pela pandemia, as
exportações chinesas se viram beneficiadas pela forte demanda por instrumentos médicos em
2021 (+71% em relação a março de 2020) e por produtos farmacêuticos (+78%).
As exportações brasileiras para a China, Hong Kong e Macau no mês de junho/2021,
cresceram 49,7% e somaram US$ 10,68 bilhões. As importações aumentaram 57,6% e
totalizaram US$ 3,80 bilhões. Assim, a balança comercial com este parceiro comercial
apresentou superávit de US$ 6,88 bilhões e a corrente de comércio aumentou 51,7%
alcançando US$ 14,47 bilhões.
No período de janeiro/junho 2021, em relação a igual período do ano anterior, as
vendas para China, Hong Kong e Macau cresceram 37,8% e atingiram US$ 48,41 bilhões. As
importações cresceram 25,5% e totalizaram US$ 21,81 bilhões. Consequentemente, neste
período, a balança comercial apresentou superávit de US$ 26,60 bilhões e a corrente de
comércio expandiu-se em 33,7% somando US$ 70,22 bilhões.
Indubitavelmente que pandemia teve impacto sim nas economias Chinesa e Brasileira.
As importações dos produtos brasileiros pelo país asiático, tiveram um acréscimo
significativo, principalmente quando tratamos de produtos de origem animal da produção de
grãos e da extração de ferro e petróleo, conforme citado acima. Sendo estas, as commodities
que tiveram mais destaque entre os anos de 2019 a 2021. Já sobre as importações de produtos
Chineses, por mais que muitos produtos estejam em falta, devido ao impacto da pandemia no
mercado, os mesmos são de extrema importância para o mercado brasileiro.
Conforme as informações acima citadas, mesmo neste período turbulento de
incertezas, as duas economias conseguiram se reerguer, retomar seus mercados e fortalecer
suas relações. A propensão de alta nas importações e exportações apontam que a expectativa é
que a relação entre Brasil e China continue crescendo em 2021.
5 CONCLUSÃO

Conclui-se que o comércio generalizado origina novas oportunidades para interações


entre os humanos e animais, acelerando assim o surgimento de epidemias. Com o surgimento
da pandemia do Corona Vírus Sars Cov 2, foi possível notar diversos impactos ocasionados
durante o período de isolamento social, onde diversos estados e cidades adotaram medidas,
em diferentes graus para conter o contágio na população. O comércio exterior foi afetado,
conforme verificado nesta pesquisa.
Conforme a população mundial cresce e o transporte torna-se mais moderno, ficamos
mais vulneráveis a novas doenças. Conseguindo um vírus assim, espalhar-se de uma maneira
mais rápida para todos os continentes, graças a globalização e interdependência entre os
estados. Assim, durante o trabalho contextualizou-se sobre o advento da pandemia da Covid-
19, que os primeiros casos da doença COVID-19 surgiram em Wuhan e como a sua rápida
propagação, levou o vírus para território mundial. Durante o trabalho, foram apresentados
gráficos e mapas que mostraram o número de casos da doença, como também, os grupos de
risco e as vacinas que foram desenvolvidas e aplicadas pelos países.
Com a propagação do vírus Coronavírus na China e a disseminação mundial da nova
doença, os impactos do Covid-19 na Economia e no Comércio Exterior os países estudados,
são palpáveis e, neste texto, foi discorrido sobre este tema. 
No Brasil foi possível sentir a falta de contêineres vazios para realização das
exportações. Já que com menos navios saindo da China, houve um acúmulo de contêineres no
país asiático, gerando uma escassez global dos equipamentos.
Além disso, quanto as importações chinesas, foi notado os embarques atrasados, a
falta de documentação, cancelamentos de embarques devido a atrasos na produção chinesa e
linhas de montagem paradas ou com atividade reduzida em decorrência da falta de insumos.
Porém, como citado no presente trabalho, houve impactos benéficos para as
economias brasileira e chinesa. Em 2021, as exportações chinesas saltaram 30,1% em relação
ao ano anterior. Houve um aumento nas exportações de produtos brasileiros para a China,
crescendo cresceram 49,7% e somando US$ 10,68 bilhões.
Desta forma, é importante que estejamos aptos e qualificados para caso ocorra uma
nova pandemia, pois sem a ajuda e o apoio entre as nações não há como facejar uma
pandemia sem grandes consequências.
Por fim, é importante dizer que dentro das limitações e possibilidades de uma
monografia, levando em consideração os recursos utilizados, este estudo conseguiu reproduzir
aquilo que se propôs acerca da temática em análise. Entretanto, existem diversas outras
possibilidades de abordagem para este assunto aqui trabalhado e deixamos estes dados para
que haja maiores debates nos estudos sobre o tema abordado.
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