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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

PEDRO HENRIQUE ESTEVES MORITZ

PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DE PIGMENTOS NATURAIS PARA O MERCADO


FRANCÊS

Florianópolis
2019
PEDRO HENRIQUE ESTEVES MORITZ

PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DE PIGMENTOS NATURAIS PARA O MERCADO


FRANCÊS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Relações
Internacionais da Universidade do Sul de
Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Profa. Jurema Pacheco Marques, Ms.

Florianópolis
2019
PEDRO HENRIQUE ESTEVES MORITZ

PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DE PIGMENTOS NATURAIS PARA O MERCADO


FRANCÊS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Bacharel em Relações Internacionais e
aprovado em sua forma final pelo Curso de
Relações Internacionais da Universidade
do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 04 de julho de 2019

______________________________________________________
Professora e Orientadora Jurema Pacheco Marques, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. Ricardo Neumann, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Profa. Kátia Regina de Macedo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
AGRADECIMENTOS

Eu gostaria de agradecer à algumas pessoas fundamentais que contribuíram


na realização deste trabalho de conclusão de curso, primeiramente à minha mãe
Denise Esteves Moritz e meu pai Hélcio Nascimento Moritz Junior que me
incentivaram e contribuíram na construção do meu conhecimento tanto pessoal
quanto profissional, sendo sempre referência para alcançar meus objetivos.
Também expresso um imenso agradecimento à professora e orientadora
Jurema Pacheco Marques, que sempre estava disponível para me direcionar e sanar
quaisquer dúvidas ao longo do trabalho, me direcionou com tamanha maestria e
paciência para a realização do estudo e é claro adquirir os conhecimentos
necessários.
Por fim agradeço a todos os demais professores do curso de Relações
internacionais da UNISUL que contribuíram e muito com a minha formação pessoal e
profissional.
RESUMO

Com a globalização, o mundo se encontra mais conectado e como consequência as


mercadorias e pessoas circulam com maior agilidade e facilidade entre as fronteiras
de continentes ou países. Esta área se refere à troca de produtos e serviços entre
países, podendo ser na compra (importação) e/ou na venda (exportação), envolvendo
todos os procedimentos necessários para sua realização. Os processos de
exportação, assim como os de importação, são fundamentais para o equilíbrio da
economia de um país. Manter esse equilíbrio e entender como esses dois processos
estão integrados tem sido objeto de estudo de muitos pesquisadores. Para o
graduando de Relações Internacionais, é fundamental conhecer esses processos e
aprofundar os conhecimentos no assunto, preparando-o ao mercado de trabalho. A
notoriedade que os pigmentos naturais veem assumindo deve-se não só à tendência
mundial de consumo de produtos naturais, mas também as propriedades funcionais
atribuídas a alguns desses pigmentos. Diante desse contexto, o presente estudo
mostrará os processos de exportação de pigmentos naturais para uma produção de
cosméticos e produtos relacionados. Para tanto, foi aplicado tradicionalmente para
abordar o problema de maneira aplicada. À exportação de pigmentos já estão neste
estudo o processo de exportação, a avaliação administrativa; a embalagem, o envio
de papel, a embalagem de papel, a embalagem de destino, o destino e a forma de
pagamento; contratação de frete pela empresa; o despacho aduaneiro com a entrega
da carga à alfândega e embarque no navio para Le Havre, na França.

Palavras-chave: Pesquisa de Mercado, Planejamento, Exportação, Pigmentos


Naturais.
ABSTRACT

With a globalization, the world is more connected and disconnected, as companies


and people with greater agility and ease across the borders of continents or countries.
This area is related to the exchange of products and services between countries, and
can be used in import and / or export, including all the operations necessary for its
realization. Export processes, as well as import processes, are fundamental to the
growth of a country's economy. The maintenance of this balance and understanding
of how the great social causes are being object of study of many researchers. For the
International Relations graduate, it is essential to know the processes and the
knowledge in the subject, preparing for the job market. One notoriety that natural
pigments have assumed is not the worldwide consumption of natural products, but also
the discount schemes granted to some of these pigments. In view of this context, the
present study will show the processes of export natural pigments to a production of
cosmetics and related products. To that end, it was traditionally applied to approach
the problem in an applied way. To the export of pigment being already in this study the
process of export, the administrative evaluation; the packaging, the paper shipment,
the paper packaging, the packaging of destination, the destination and the form of
payment; a contracting of freight by the company; the customs clearance with the
delivery of the cargo to customs and boarding the ship to Le Havre, France.

Keywords: Market Research, Planning, Export, Natural Pigments.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Sistemática de classificação da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).


.................................................................................................................................. 22
Figura 2 - Pigmento Vermelho Monascus (A - Pigmento; B - Corante). .................... 30
Figura 3 - Responsabilidade de transporte. .............................................................. 34
Figura 4 - - Impostos incidentes na exportação......................................................... 35
Figura 5 – Volume de exportação brasileira em 2018. .............................................. 36
Figura 6 – Volume de Importação brasileira em 2018. .............................................. 37
Figura 7 – Volume de exportações francesas em 2018. ........................................... 38
Figura 8 - Volume de importações francesas em 2018. ............................................ 39
Figura 9 - Balança comercial da França em parceria com o Brasil. .......................... 40
Figura 10 – Acesso ao Siscomex. ............................................................................. 42
Figura 11 - Cadastro do Importador/Exportados no SISCOMEX. ............................. 42
Figura 12 - -Informações técnicas do produto exportado. ......................................... 43
Figura 13 - Licença prévia do produto (LPCO). ......................................................... 43
Figura 14 - - Exemplo de fatura proforma ao importador. ......................................... 45
Figura 15 - Fatura Comercial..................................................................................... 46
Figura 16 - Registro de Embalagem do pigmento Monascus. ................................... 47
Figura 17 - Embarque BL (Bill of Lading). ................................................................. 48
Figura 18 - Cotação de Frete do produto com origem em Itajaí/Brasil e destino Le
Havre/ França............................................................................................................ 55
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Preço de exportação do produto. .............................................................. 44


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipo de entregas representadas por cada Incorterm e sua descrição no


sistema de exportação. ............................................................................................. 24
Quadro 2 - Modalidades de Transporte – Incoterms. ................................................ 24
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11
1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA...................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................ 13
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVAS .............................................................................................. 14
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 14
1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA ........................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 17
2.1 COMÉRCIO EXTERIOR .................................................................................... 17
2.2 EXPORTAÇÃO .................................................................................................. 18
2.2.1 Planejamento para exportar ......................................................................... 18
2.2.2 Aspectos administrativos ............................................................................. 19
2.2.2.1 Siscomex ...................................................................................................... 19
2.2.2.2 Licenciamento nas Exportações - LPCO ...................................................... 20
2.2.2.3 Classificação tarifária .................................................................................... 21
2.2.2.4 Negociações com o importador .................................................................... 22
2.2.3 Aspectos logísticos ...................................................................................... 23
2.2.4 Aspectos aduaneiros .................................................................................... 26
2.2.5 Aspectos cambiais ........................................................................................ 27
2.2.6 Preço de exportação ..................................................................................... 28
3 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO A SER EXPORTADO............................... 30
3.1 APLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO MONASCUS ................................... 31
4 ACESSO AO MERCADO FRANCÊS .................................................................. 33
4.1 SISTEMA LOGÍSTICO ...................................................................................... 33
4.2 BARREIRAS TARIFÁRIAS E NÃO TARIFÁRIAS .............................................. 34
4.3 PRÁTICAS COMERCIAIS ................................................................................. 35
4.4 EMBALAGEM E ROTULAGEM ......................................................................... 35
4.5 VOLUME DE COMÉRCIO ................................................................................. 36
4.6 AMBIENTE ECONÔMICO ................................................................................. 39
4.7 AMBIENTE POLÍTICO....................................................................................... 40
4.8 ETAPAS DA EXPORTAÇÃO DO CORANTE .................................................... 41
4.9 CREDENCIAMENTO......................................................................................... 41
4.10 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO................................................................... 43
4.11 NEGOCIAÇÃO .................................................................................................. 44
4.12 CONTRATAÇÃO DE FRETE ............................................................................ 47
4.13 DESPACHO ADUANEIRO ................................................................................ 49
4.14 EMBARQUE ...................................................................................................... 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
ANEXOS ................................................................................................................... 54
ANEXO – Frete do Produto .................................................................................... 55
11

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos o Brasil teve um papel de destaque nas suas exportações,
sendo considerado um grande exportador de commodities. Os processos de
exportação, assim como os de importação, são fundamentais para o equilíbrio da
economia de um país. Manter esse equilíbrio e entender como esses dois processos
estão integrados tem sido objeto de estudo de muitos pesquisadores. Como estudante
de Relações Internacionais, é fundamental conhecer esses processos e aprofundar
os conhecimentos no assunto.
No Brasil, podemos considerar que tramites legais exigidos pelas leis para a
exportação são menos burocráticos do que os da importação. Segundo BRASIL
(2019a): [...] “A exportação compreende à saída temporária ou definitiva em território
nacional de bens ou serviços originários ou procedentes do país, a título oneroso ou
gratuito”.
Este trabalho de conclusão de curso é constituído por um estudo de acesso ao
mercado francês através da exportação do pigmento Monascus proveniente de via
biotecnológica obtido pelo processo fermentativo do arroz com o fungo filamentoso
Monascus ruber.
Ao final do século XIX, o desenvolvimento das indústrias alimentar, têxtil, tintas
e cosméticos começaram a se desenvolver junto com a necessidade de inúmeros
corantes sintéticos, os quais chegaram a se totalizar em 700. (MAPARI et al., 2005).
Devido à diversidade de substâncias com poder corante, a lista dos corantes
permitidos em cada país varia substancialmente. Em virtude do aumento no número
de compostos com poder corante e de seu uso estendido aos alimentos e bebidas,
tornou-se necessário o controle de suas aplicações e surgiu uma maior preocupação
com possíveis efeitos à saúde humana. (PRADO; GODOY, 2003).
Estas empresas utilizam também como uma forma de aumentar a percepção
no julgamento de qualidade, motivação da compra onde cores mais vivas são uma
forma de atração. (SAHOTA, 2013).
Empregar cores naturais é a tendência atual de marketing devido à
preocupação dos consumidores sobre a segurança dos corantes artificiais, reforçada
por possíveis benefícios para pigmentos naturais. A substituição do primeiro pelo
último, no entanto, é um desafio porque os corantes naturais são geralmente menos
estáveis, mais caros, não são tão facilmente utilizados como cores artificiais,
12

requerem mais material para obter uma força de cor equivalente e gama limitada de
matizes. (RODRIGUEZ-AMAYA, 2016).
O crescimento do interesse pelo uso dos corantes naturais está diretamente
ligado ao aumento das vendas e a atração pelo uso dos produtos ofertados, este
insumo pode ser utilizado para padronizar uma produção, reforçar a cor existente e
repor perdas ocorridas durante o processo de produção.
A versatilidade de aplicações deve-se não apenas ao fato de que pigmentos
orgânicos podem ser obtidos de todas as nuances de cores, mas também de todos os
níveis de resistência solicitados pelos materiais onde serão aplicados. Além disso,
pigmentos orgânicos são materiais não poluentes. (WONGTSCHOWSKI, 2011).
Uma grande parte dos corantes desenvolvidos para alimentos são também
utilizados para a produção de produtos farmacêuticos, nutracêuticos e cosméticos
devido ao baixo índice de danos alérgicos para o corpo humano, já que se ingerido a
absorção é muito maior do que a forma na utilização cutânea (cosméticos),
principalmente pelos rins e fígado. (STEFANI et al., 2009).
Comercialmente os tipos de corantes naturais mais empregados pela indústria
farmacêutica e alimentícia tem sido os extratos de urucum, carmim de cochonilha,
curcumina, antocianinas e as betalaínas. As antocianinas representam, juntamente
com os carotenóides, a maior classe de substâncias coloridas do reino vegetal. Do
urucum são fabricados os corantes naturais mais difundidos na indústria de alimentos;
aproximadamente 70% de todos os corantes naturais empregados e 50% de todos os
ingredientes naturais que exercem essa função são derivados do pigmento urucum.
(DELGADO-VARGAS et al., 2000; MULINACCI; INNOCENTI, 2012; RODRIGUEZ-
AMAYA, 2016).
É importante ressaltar aqui que, a produção deste pigmento natural para fins
cosméticos, objeto deste estudo é inédito no Brasil para fins comerciais.

Diante deste contexto e a relevância do tema, foi escolhido o mercado Francês


por ser mundialmente conhecido pela sua indústria de cosméticos e o estudo de
acesso ao mercado francês deve ser a primeira etapa para que as empresas que
pretendem exportar devam realizar, com isso pode se avaliar as condições de atender
ou não o mercado. Desta forma, foi elaborado uma pesquisa para identificar a
possibilidade de entrada dos corantes/pigmentos brasileiros no mercado francês bem
como, a análise dos aspectos aduaneiros, operacionais, logísticos na exportação.
13

Sabe-se que a exportação deve ser uma tarefa conduzida de forma profissional,
e que as empresas se deparam com algumas limitações de conhecimento ou recursos
para atuar no mercado externo, sendo assim, é de suma importância que o processo
de exportação seja bem conduzido, pois empresas que obtém sucesso na análise
tendem a continuar empreendendo e expandindo na sua internacionalização, e para
tal, é necessário que todo o processo seja de forma planejada. Portanto, o presente
estudo tem importante valor no intuito de reduzir as chances de erros para o
empresário, considerando seu ingresso no mercado de pigmentos e corantes
cosméticos na França.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

O tema desta pesquisa é verificar a acessibilidade do pigmento natural através


da exportação.
Identifica-se, neste contexto, uma análise da possibilidade da exportação
destes pigmentos naturais. Sendo assim, a questão de pesquisa do presente estudo
é: Como atender o mercado francês de cosméticos através da exportação de
pigmentos naturais?

1.2 OBJETIVOS

Tomando como base o problema de pesquisa, foram definidos os objetivos que


são apresentados na sequência.

1.2.1 Objetivo geral

Verificar a acessibilidade do pigmento natural no mercado francês descrevendo


o processo de exportação deste para o ingresso na França.

1.2.2 Objetivos específicos

 Caracterizar o pigmento natural a ser exportado.


 Analisar o acesso ao mercado francês para o pigmento natural de NCM
3002.90.92.
 Apontar as etapas de exportação de pigmento natural para a França.
14

1.3 JUSTIFICATIVAS

O autor deste trabalho é estudante de Relações Internacionais. Devido aos


conhecimentos adquiridos durante o curso na área de comércio exterior, verificou-se
um contexto comercialmente conveniente à exportação de corantes naturais
provenientes de um fungo. Oportunidades geradas pela existência de uma demanda
mundial por corantes naturais, resultante do crescimento populacional, já é uma
realidade e que tende a se intensificar. Além do crescimento da população mundial,
outra tendência é a busca pelo aperfeiçoamento dos cosméticos utilizados, o que se
traduz em hábitos mais saudáveis, sendo a vaidade um dos seus pilares. Portanto, os
produtos que se enquadram como não agressivos a saúde e ao meio ambiente, possui
uma grande oportunidade de mercado. Atualmente, uma tendência na indústria de
cosméticos são os 'Cosmecêuticos', que é o segmento de crescimento mais rápido da
indústria de cuidados pessoais naturais. (WANJARI; WAGHMARE, 2015).
Para a academia, a produção deste estudo representa a substancialização do
conhecimento alcançado ao longo do curso, são dados estatísticos, pesquisas e
metodologias que ficarão à disposição dos interessados pelo tema exportação de
cosméticos naturais.
À sociedade, este trabalho tem sua relevância, pois a produção deste corante
é específica e notavelmente nova, contudo, tem potencial para exportação. Porém
para que as exportações possam ocorrer é necessário verificar a acessibilidade aos
mercados e investigá-los. Assim, acontecendo a exportação, o governo e a sociedade
se beneficiam pela profissionalização do setor, pela geração de renda e empregos, e
por todos os outros benefícios resultantes da exportação.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa constitui-se com uma abordagem do problema de maneira


aplicada, pois dentro da sua composição envolve a aplicação prática. Mesmo estando
habituado com a referida realidade, também é importante se analisar as empresas
pela ótica de um pesquisador no sentido de reconhecer alguns procedimentos que
originaram esse estudo.
A Metodologia é, pois, o estudo da melhor maneira de abordar determinados
problemas no estado atual de nossos conhecimentos. A Metodologia não procura
15

soluções, mas escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a


respeito dos métodos e vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas.
(BARROS; LEHFELD, 2000).
De acordo com Barros e Lehfeld (2000, pg78.) a pesquisa aplicada tem como
motivação a necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus
resultados, com o objetivo de “contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou
menos imediata do problema encontrado na realidade’’.
Esta análise de mercado é uma pesquisa de natureza aplicada, ou seja, gera
conhecimento para aplicação prática e dirigida na solução de problemas.

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA

O presente estudo está estruturado e organizado inicialmente em uma breve


introdução ao tema proposto, onde aborda o desenvolvimento da indústria do setor de
pigmentos e corantes. Na exposição do tema e do problema ficou definida a
exportação do pigmento natural adquirido a partir do fungo Monascus ruber. Deste
modo foi estabelecido o objetivo geral, que se resume na elaboração de um estudo
de mercado para a exportação deste produto e seus objetivos específicos, sendo
estes, o embasamento do estudo.
Na justificativa, abordou-se a questão da tendência atual por ingredientes
funcionais com propriedades terapêuticas, da busca por qualidade de vida e aumento
da expectativa de vida da população, onde os costumes com a vaidade têm grande
importância, por fim, foram abordados os procedimentos metodológicos que definem
a organização do trabalho.
Na sequência, no item 2, delineou-se a fundamentação teórica que levou ao
desenvolvimento deste estudo; trata do comércio exterior e exportação do pigmento
natural (planejamento, aspectos administrativos, licenciamento, classificação tarifária,
aspectos logísticos, aduaneiros, cambiais e preços); o item 3 caracteriza o produto a
ser exportado; o item 4 aborda a acesso ao mercado francês (sistema logístico,
barreiras tarifárias e não tarifárias, práticas comerciais, embalagem e rotulagem,
volume de comércio, ambiente econômico e político); o item 5 discute sobre as etapas
de exportação do pigmento (credenciamento, tratamento administrativo, negociação,
contratação de frete, despacho aduaneiro e embarque).
16

Finalmente, nas considerações finais são apresentadas as análises do


processo de exportação e o diagnóstico de acesso do produto ao mercado francês
corroborando com os objetivos propostos neste estudo.
As Referências que serviram como base legal, técnica e científica no presente
trabalho estão incluídas no item 7.
17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No presente capítulo, apresentam-se os principais aportes teóricos que


envolvem o estudo de comércio exterior.

2.1 COMÉRCIO EXTERIOR

Com a globalização, o mundo se encontra mais conectado e como


consequência as mercadorias e pessoas circulam com maior agilidade e facilidade
entre as fronteiras de continentes ou países. Esta área se refere à troca de produtos
e serviços entre países, podendo ser na compra (importação) e/ou na venda
(exportação), envolvendo todos os procedimentos necessários para sua realização.
Os profissionais que atuam neste campo precisam ter conhecimentos em
Administração, economia, direito e Línguas Estrangeiras, como base. Com esta
diversidade de conhecimentos, consequentemente, surgem diversos conceitos sobre
o comércio exterior.
Comércio internacional é o conjunto das atividades de compra e venda de
mercadorias e prestação de serviços entre nações, isto é, em que vendedor e
comprador estão em países distintos. Comércio Exterior é o conjunto das atividades
de compra e venda de mercadorias e prestação de serviços entre países e as demais
nações. (POYER, MARIA DA GRAÇA, RORATTO, R.P.; FOGOLARI, 2017, p. 22;
WERNECK, 2011).
De maneira mais simplificada, comércio exterior é:
Uma operação de compra e venda internacional como aquela que em que
dois ou mais agentes econômicos sediados e/ou residentes em países
diferentes negociam uma mercadoria que sofrerá um transporte internacional
e cujo resultado financeiro sofrerá uma operação de câmbio”. (SOARES,
2004, p. 13).

No entanto, este estudo não tem como objetivo preparar as empresas


produtoras de cosméticos a operacionalizar as tratativas do comércio exterior, para
isso existem profissionais capacitados ou até mesmo despachantes aduaneiros que
possuem estes conhecimentos e podem ser contratados para executar este serviço
como terceiros.
18

2.2 EXPORTAÇÃO

Neste item serão abordados além do planejamento para exportação, os


aspectos administrativos, logísticos, aduaneiros e cambiais.

2.2.1 Planejamento para exportar

Este tema refere-se ao planejamento para a exportação, onde serão


determinadas as questões de mercado alvo, adaptação de produto e procedimentos
para a exportação.
A empresa deve efetuar um estudo de mercado buscando fornecedores,
concorrentes, clientes e o fluxo de comércio. Questões como a qualidade do produto,
adaptação, logística e se o preço é competitivo devem ser também levadas em
consideração.
As razões que levam uma empresa a tomar decisão de destinar seus produtos
para o mercado internacional podem ser diversas e diferenciadas. (CASTRO, 2011b).

Além dos motivos óbvios que recomendam essa decisão, principalmente o


aumento das receitas operacionais, algumas das razões de ‘’por que
exportar’’, entre tantas outras que podem ocorrer devido às características e
peculiaridades de casa empresa, como as melhorias financeiras, marketing,
qualidade e operacionalidade, redução da instabilidade e diluição de risco e
a ampliação de mercado e economia”. (CASTRO, 2011b, p. 19).

A exportação é a atividade que possui diversos novos desafios que não existem
no mercado interno, como por exemplo: outras legislações, variação do câmbio,
concorrência internacional, entre outros. A falta de informação, desconhecimento de
acordos existentes para exportação, ineficiência no gerenciamento das exportações,
dificuldade de adaptarem-se a outras culturas, estruturas internas e comerciais
inadequadas são os principais erros cometidos pelas empresas que querem exportar.
Sendo assim, como superar essas dificuldades e exportar com eficiência? É
necessário mesclar três objetivos, estabelecer uma empresa competitiva, desenvolver
um produto competitivo e realizar uma gestão eficiente do mercado, estando atenta a
aspectos como: logística, embalagens, aspectos legislativos, seleção de mercados,
seleção de parceiros, modalidade de entrada no mercado, comunicação, política de
distribuição, entre outros. (MINERVINI, 2003).
19

2.2.2 Aspectos administrativos

2.2.2.1 Siscomex

Com a implantação do SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior


na exportação em 1993 e na importação em 1997, o processamento e o controle
administrativo dessas operações passaram a ser realizados por meio de sistema
totalmente informatizado, operado pela Secex, Receita Federal do Brasil – RFB e por
outros 11 órgãos governamentais, denominados anuentes, permitindo as empresas
exportadoras, importadoras e aos demais usuários dos SISCOMEX realizar o
acompanhamento eletrônico de suas operações. (CASTRO, 2011b).
Desta forma, a empresa que quer iniciar um processo de exportação deve estar
credenciada no SISCOMEX/ RADAR (Portal Siscomex), através do módulo CI, ou
seja, para que a pessoa jurídica possa realizar operações de comércio exterior, é
necessária a prévia habilitação de seu responsável legal no sistema e, em regra, o
credenciamento de seus representantes legais. (BRASIL, 2019a). O despacho
aduaneiro de importação ou exportação, como regra geral, será processado no
SISCOMEX.
O Brasil possui uma política de exportação constituída por um conjunto de
normas legais que estabelecem as disposições regulamentares onde tem como
objetivo disciplinar cada processo administrativo das exportações além de proteger
nossa economia nacional contra os danos que eventualmente pode acontecer por
exportação com mercadoria não regulamentada. (CASTRO, 2011b).
As exportações brasileiras estão sujeitas a tratamentos administrativos
destinados a orientar as atividades das empresas exportadoras, evitando-se que
sejam cometidos erros e outras infrações mais graves, assim, desde o momento em
que a empresa toma a decisão de exportar, esforços devem ser desenvolvidos na
busca de informações técnicas e de conhecimento das normas administrativas que
orientam as operações de exportação. (CASTRO, 2011a).
O novo processo de exportação vigente desde outubro de 2018 - Declaração
Única de Exportação (DU-E) é um ‘’canal de relacionamento’’ com os órgãos anuentes
do Comércio Exterior (COMEX) e outros responsáveis pelas emissões de licenças,
certificados, permissões e demais documentos de exportação, com o intuito de
20

atender algumas restrições ou exigências de tratamento administrativo. (VIEIRA LUZ,


2019).
Segundo Brasil (2019), existem alguns módulos de apoio DU-E que interagem
entre si, de acordo com a operação, por meio de atributos/dados relevantes dentro do
portal SISCOMEX, sendo eles:
 Despacho Aduaneiro (DA)
 Anexação de documentos (AD)
 Cadastro intervenientes (CI)
 Tratamento administrativo (TA)
 Licenciamento (LPCO)
 Controle de Carga e Trânsito (CCT)
 Gerenciamento de Risco (GR)
 Conferência Aduaneira (CA)

As exigências quanto às exportações podem ter origem na legislação nacional,


em normas internacionais ou serem impostas pelo país importador.
Para o cumprimento das exigências necessárias é necessário ter diversos
documentos, tais como, obtenção de licenças, autorizações, certificados, entre outros
documentos (LPCO). Há atualmente mecanismos distintos de solicitação aos órgãos
responsáveis. Essas demandas se dão mediante formulários em papel ou sistemas
eletrônicos independentes, a maioria das formalidades presentemente é externa ao
SISCOMEX (BRASIL, 2019a).

2.2.2.2 Licenciamento nas Exportações - LPCO

As exportações de alguns produtos na legislação nacional vigente, necessitam


muitas vezes de autorização de determinados órgãos, os chamados órgãos anuentes.
Desde o novo processo de exportação através da DU-E (Declaração Única de
Exportação) este licenciamento é chamado de LPCO (Licenças, Permissões,
Certificados e outros documentos).
A partir do LPCO, o exportador tem acesso aos formulários de pedidos de
documentos referentes aos tratamentos administrativos de cada órgão competente
para autorizar a exportação, e deverá efetuar a vinculação dos documentos à
Declaração Única de Exportação (DU-E), quando necessário.
21

Para se iniciar o processo de LCPO é necessário efetuar a declaração única de


exportação para a conferência dos órgãos competentes.
A DU-E é um documento eletrônico que contém informações de natureza
aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística, que
caracterizam a operação de exportação dos bens por ela amparados e definem o
enquadramento dessa operação (art. 7° da IN RFB n° 1.702, de 2017). (BRASIL,
2019a).
Na prática podemos notar que na política brasileira de comércio exterior no que
diz respeito às nossas exportações, são livres de qualquer restrição, em quase sua
totalidade. Para verificar se um determinado produto está sujeito a algum tratamento
administrativo diferente deve se consultar o SISCOMEX (Sistema Integrado de
Comércio Exterior) mediante ao fornecimento da NCM do produto.

2.2.2.3 Classificação tarifária

Todo produto a ser exportado deverá ser classificado na NCM. A NCM


(Figura 1) significa: Nomenclatura comum do Mercosul que faz parte do sistema
harmonizado, mas o que realmente significa sistema harmonizado? O Sistema
Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente
Sistema Harmonizado (SH), é um método internacional de classificação de
mercadorias, baseado em uma estrutura de códigos e respectivas descrições.
(MDIC,2019).
Este Sistema foi criado para promover o desenvolvimento do comércio
internacional, assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análise das
estatísticas, particularmente as do comércio exterior. Além disso, o SH facilita as
negociações comerciais internacionais, a elaboração das tarifas de fretes e das
estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras
informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio internacional.
(GUEIROS, 2016; MDIC, 2019).
A composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos (Figura 1), permite
que sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matéria
constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico, crescente e de acordo
com o nível de sofisticação das mercadorias. (MDIC, 2019).
22

Figura 1 – Sistemática de classificação da Nomenclatura Comum do Mercosul


(NCM).

Fonte: Equipelog (2019).

Cabe ressaltar que após a classificação tarifária do produto na NCM correta,


pode-se proceder a verificação de tratamento administrativo dispensado ao produto
que será exportado.

2.2.2.4 Negociações com o importador

Após a definição das questões administrativas de classificação tarifária e


licenciantes, parte-se para as questões comerciais de negociação de venda do
produto. É necessário então, a formulação dos documentos abaixo por parte do
exportador.
Segundo Vieira (2015), os documentos de exportação devem ser emitidos no
idioma do país importador ou em inglês. Os documentos primordiais e instrutivos do
despacho aduaneiro de exportação são:
Fatura Proforma (Proform Invoice): É um documento emitido pelo exportador,
sendo considerado um dos mais importantes instrumentos de apoio à
negociação comercial, que servirá como base para a confecção dos demais
documentos, principalmente a fatura comercial definitiva, bem como, se for o
caso, para a abertura da carta de crédito pelo banco emissor, contendo
assinatura, e o ‘’de acordo’’ do importador, dando conformidade ás condições
estabelecidas. (VIEIRA, 2015, p. 91).
23

Fatura Comercial (Commercial Invoice): A Fatura comercial é o documento


oficial que servirá de base para o desembaraço da mercadoria no país de
destino. O seu preenchimento é efetuado com base na fatura pro forma e
deve ser executado sem erros, emendas ou rasuras, pelo próprio exportador,
não existindo regras que estabelecem um modelo oficial, ficando a critério do
exportador sua elaboração. (VIEIRA, 2015, p. 93).
Romaneio (Packing List): É um documento emitido pelo exportador, ficando
a seu critério a forma de apresentação, que relaciona todas as mercadorias
embarcadas, ou todos os componentes de uma mesma mercadoria em
quantas partes ela estiver fracionada, tendo como principal objetivo facilitar a
identificação e localização de qualquer produto dentro de um lote, além de
permitir a fácil conferência da mercadoria, por parte da fiscalização, tanto no
embarque como no desembaraço. (VIEIRA, 2015, p. 94).
Conhecimento de Embarque Marítimo É um documento emitido pela
companhia transportadora ou seu agente, sendo elaborado em três vias
originais negociáveis e tantas outras não negociáveis, conforme a
necessidade do exportador, impresso em idioma inglês, revestindo-se de
grande importância no processo da exportação, pois é o comprovante a ser
negociado junto ao banco e prova a propriedade da carga. (VIEIRA, 2015, p.
95).

É também no item negociação que serão definidos a forma de pagamento,


modal de transporte, Incoterms que serão acordados de forma mais abrangente no
item: aspectos logísticos e cambiais.

2.2.3 Aspectos logísticos

No processo de exportação de um produto é necessário colocar no contrato de


compra e venda como será a forma de entrega de um determinado produto. Para que
isto ocorra é necessário acordar qual modalidade de transporte será utilizada pois
existem padrões no comércio internacional, por este motivo em 1936 a Câmara
Internacional do Comércio - CCI, com sede em Paris, interpretou e consolidou as
diversas formas contratuais que vinham sendo utilizadas no comércio internacional,
os Incoterms (International Commerce Terms).
As regras dos Incoterms explicam um conjunto condições comercias
representadas por três letras (Ex :EXW, FOB, etc.), refletindo as práticas comercias
nos contratos de compra e venda de bens. As regras dos Incoterms descrevem,
principalmente, as tarefas, os custos e os riscos envolvidos na entrega de mercadorias
de vendedores para compradores. (LUNARDI, 2014). O Quadro 1 descreve bem a
responsabilidade que cada Incorterm representa em uma exportação.
24

Quadro 1 - Tipo de entregas representadas por cada Incorterm e sua descrição


no sistema de exportação.

GRUPO INCOTERMS DESCRIÇÃO


E de EX EXW Mercadoria entregue ao
(Partida – Mínima obrigação Ex- Works comprador no estabelecimento
para o exportador). do vendedor
F de Free FCA – Free Carrier Mercadoria entregue a um
(Transporte principal não pago FAS – Free Alongside ship transportador internacional
pelo exportador) FOB – Free on Board indicado pelo comprador.
C de Cost ou Carriage CFR – Cost and Freight O vendedor contrata o
(Transporte Principal pago pelo CIF – Cost, Insurance and transporte, sem assumir riscos
exportador) Freight por perdas ou danos às
CPT – Carriage Paid to mercadorias ou custos
CIP – Carriage and Insurance adicionais decorrentes de
Paid to eventos ocorridos após o
embarque e despacho.
D de Delivery DAT – Delivered at Terminal O vendedor se responsabiliza
(CHEGADA – Máxima (2010) por todos os custos e riscos
Obrigação para o exportador) DAP - Delivered at Place (2010) para colocar a mercadoria no
DDP - Delivered Duty Paid local de destino.

Fonte: Lunardi (2014, p. 84).

A modalidade de transporte também deve ser relacionada ao Incoterm negociado


pois o transporte pode ser feito por avião ou navio conforme apresenta o Quadro 2.

Quadro 2 - Modalidades de Transporte – Incoterms.

Fonte: Lunardi, (2014, p. 92).


25

Uma boa gestão de transportes é essencial para um sistema logístico, podendo


garantir uma melhor margem para as empresas, já que normalmente varia entre
1/3(um terço) e 2/3 (dois terços) do total dos custos logísticos empresariais.
Segundo Rodrigues (2011) cada região possui características físicas e
econômicas que lhe são peculiares, determinando de forma sistêmica a infraestrutura
de transportes que deve ser implantada em cada modal, obedecendo critérios de
racionalidade e economia de escala.
Os modos utilizados para efetuar um transporte podem ser:
• Rodoviário: Onde a carga é transportada pelas rodovias, em carretas e
caminhões.
• Aquaviário: Abrange em uma só definição os modais marítimo e
hidroviário
• Ferroviário: Onde a carga é transportada pelas ferrovias, em vagões
fechados ou plataformas.
• Marítimo: a carga é transportada em embarcações pelos mares e
oceanos.
• Fluvial/ Lacustre (Hidroviário): A carga é transportada através de rios,
lagos ou lagoas em embarcações.
• Aéreo: A carga é transportada em aviões, através do espaço aéreo.
• Dutoviário: É sempre na forma de granéis sólidos, gasosos ou líquidos e
a carga é transportada através de dutos.

Além disso, conforme Rodrigues (2011), deve ser levado em consideração


algumas variáveis na decisão para selecionar um modal de transporte, sendo eles:
Natureza e características da mercadoria;
• Tamanho do lote;
• Tempo de trânsito;
• Valor do frete;
• Restrições dos modais;
• Disponibilidade e frequência do transporte;
• Nível de serviço prestado;
• Índice de faltas e/ou avarias (taxa de sinistralidade).
26

2.2.4 Aspectos aduaneiros

Para efetuar uma exportação, após considerar os trâmites administrativos e


logísticos é necessário ter toda documentação do que está sendo exportado e é claro
da aprovação do país de origem, sendo assim, se inicia o despacho aduaneiro.
De acordo com o (art. 580 do Regulamento Aduaneiro) o despacho de
exportação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados
declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados
e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para
o exterior.
Este processo de exportação, realizado por meio de Declaração Única de
Exportação (DU-E), busca adequar o controle aduaneiro e administrativo ao processo
logístico das exportações, de maneira a realizá-los de maneira eficaz e segura, porém
sem causar atrasos desnecessários ao fluxo das exportações. Os controles
aduaneiros e administrativos de uma exportação realizada por meio de DU-E são
efetuados por intermédio de módulos especializados do Portal SISCOMEX.
(SISCOMEX, 2019).
A DU-E é um documento eletrônico que possui as informações de natureza
financeira, aduaneira, administrativa, comercial, logística tributária e fiscal, que
caracterizam as operações de exportação dos bens por ela amparados e definem o
enquadramento de cada operação.
As informações constantes da DU-E servirão de base para o controle aduaneiro
e administrativo das operações de exportação.
O despacho de exportação se inicia com a apresentação da carga para
despacho, depois ocorre a análise de risco da operação de exportação, por
meio do módulo de gerenciamento de risco (GR). A operação é concluída e
é registrado o canal de conferência aplicável. No caso de a DU-E ser
selecionada para um canal de conferência diferente de verde, a exportação é
submetida à conferência documental e/ou física por meio do módulo de
conferência aduaneira (CA). Após o seu desembaraço, a carga de exportação
está liberada para ser embarcada para o exterior ou ser transportada até o
local de embarque, sob o regime de trânsito aduaneiro, para em seguida ser
embarcada ao exterior. (BRASIL, 2019a).
Concluída a conferência aduaneira ou tendo a DU-E sido selecionada para o
canal verde, dar-se-ão o desembaraço aduaneiro e a consequente
autorização para o embarque ou a transposição de fronteira dos bens
exportados (art. 67 da IN RFB nº 1.702/2017).
A apresentação da carga para início de despacho será registrada no módulo
CCT que abrange a averbação de embarque, manifestação de embarque,
recepção de carga para trânsito e recepção da carga para despacho.
27

Após apresentação da carga para o despacho, a DU-E será analisada para


verificação de risco aduaneiro e selecionada para um canal de conferência
aduaneira, sendo eles:
I – Verde: O sistema registra o desembaraço automático da mercadoria,
II – Laranja: Analisa os documentos, não sendo constatado irregularidade, é
feito o desembaraço aduaneiro,
III – Vermelho: Só será desembaraçado a mercadoria depois da análise
documental e verificação da mercadoria. (BRASIL, 2019a).

2.2.5 Aspectos cambiais

A escolha da modalidade de pagamento é feita através de um comum acordo


entre o exportador e o importador e depende do grau de confiança comercial existente
entre as partes, das exigências do país do importador e das disponibilidades de
financiamento.
Portanto, compreende-se que a escolha da modalidade de pagamento é
condição vital para assegurar o sucesso desejado na transação comercial, pois ela
determina o risco da operação, e a forma pela qual será efetuado o pagamento no
exterior pelo importador. (VIEIRA, 2015).
Segundo (VIEIRA, 2015, p. 91), as modalidades de pagamento são:
Pagamento ou recebimento Antecipado: Entende-se como pagamento ou
recebimento antecipado de exportação a aplicação de recursos em moeda
estrangeira na liquidação de contrato de câmbio cuja contração tenha
ocorrido antes do embarque da mercadoria. Esta antecipação pode ser
efetuada pelo importador ou por qualquer pessoa jurídica no exterior,
inclusive por instituições financeiras.
Remessa sem saque: Entende-se que esta modalidade de pagamento
somente deve ser utilizada quando o exportador tiver total e irrestrita
confiança no importador e no país deste, pois os documentos originais são
remetidos diretamente ao importador, possibilitando, assim, o desembaraço
da mercadoria na alfândega que, posteriormente, providencia a remessa das
divisas através do seu banco de acordo com o prazo pactuado. Assim, o risco
para o importador é nulo, entretanto, para o exportador é pleno, pois a
mercadoria será entregue ao comprador sem nenhuma garantia de
pagamento.
Cobrança documentária: Esta é a modalidade de pagamento em que o
exportador , após o embarque da mercadoria, emite uma letra de câmbio
também denominada ‘’saque’’ ou ‘’cambial’, que será entregue ao Banco
remetente (Remitting bank) brasileiro juntamente com os demais documentos
originais de embarque, os quais serão remetidos imediatamente ao banco
cobrador (Collecting bank) no exterior, sendo que o pagamento será efetuado
pelo importador a prazo ou à vista, conforme tiver sido convencionado entre
as partes.
Carta de crédito: A carta de crédito, também conhecida como ‘’crédito
documentário’’, é uma modalidade de pagamento bastante usual, por que
oferece maiores garantias tanto para o exportador quando para o importador.
Podemos defini-la como uma ordem de pagamento condicional, emitida por
um banco, a pedido do importador, a favor do exportador, que somente fará
jus ao recebimento do valor representativo do crédito se, e tão somente se,
cumprir todas as exigências por ela estipuladas, tendo o exportador a garantia
28

de pagamento de dois ou mais bancos, e o importador a certeza que só


haverá pagamento se suas exigências forem cumpridas.

2.2.6 Preço de exportação

A formação de preço para a exportação de um produto depende da avaliação


conjunta de três fatores indispensáveis: custos internos, mercados externos e poder
de percepção do negociador da empresa. (CASTRO, 2011a).
Alguns fatores de custos mais comuns são utilizados de acordo com o critério
de cada empresa exportadora, pois há a variante de ser um país diferente e de
diferentes sistemas de comercialização, sendo eles:
 Embalagem: Este item interfere diretamente no preço da exportação pois há
diferentes qualidades de material do produto. É importante salientar também
que, a embalagem de transporte tem a função de proteger a embalagem do
produto, como por exemplo caixa de papelão ou madeira. Estas variantes
influenciam no preço final do produto e é claro, na competitividade do mesmo
no mercado escolhido.
 Gastos com Pessoal: Quando a exportação é de forma direta, ou seja, sem
uma empresa intermediando, é necessário manter uma estrutura responsável
pelas questões administrativas. Já se a exportação é indireta através de trade
companies, já não se tem todos estes custos pois os mesmos não serão de
responsabilidade do fabricante.
 Comissão do agente: O comissionamento do agente pode representar um
aumento, diminuição ou então nenhuma alteração no custo do produto pois se
trata de uma porcentagem da venda efetuada.
 Gastos com viagem ao exportador: O agente de exportação pode ter se
deslocado em uma viagem e este custo pode ser considerado no percentual da
sua comissão.
 Qualidade: Este requisito influencia diretamente no preço final do produto pois
os custos de fabricação são repassados, desta forma se a exigência da
qualidade for alta, o preço final tende a aumentar.
 Quantidade: Quanto maior a produção o custo unitário do produto tende a ser
menor, desta forma a quantidade negociada interfere no valor do produto.
 Propaganda: A empresa exportadora pode até eliminar este custo já que na
maioria das negociações são feitas através de e-mails ou contatos pessoais.
29

 Frete e seguro: Estes dois fatores influenciam diretamente no valor final do


produto, pois o frete tem um custo significativo no valor da exportação e o
seguro também, onde assegura o mesmo de possíveis prejuízos.
 Taxa de câmbio: A valorização ou desvalorização pode oscilar em conjunto
com o valor do produto.
 ACC Adiantamento sobre o contrato de câmbio: Se a empresa solicita um
adiantamento ao banco sobre a sua exportação, esta operação tem um custo
cobrada pela instituição bancária e pode refletir no preço do produto.
 Drawback: A suspensão de pagamentos de tributos como IPI, ICMS, PIS E
Cofins reduz o preço da fabricação de acordo com o percentual que a
mercadoria adquirida no exterior ou no mercado doméstico representa no custo
total do produto a ser exportado.
De acordo com Castro, (2011), existem dois impostos de exportação que
influenciam no preço do produto, sendo eles:
 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
 Imposto de Renda (IR)
A taxa de imposto de do CSLL é de 1,08% e a de IR é de 1,2% com base em
uma empresa de lucro presumido, ou seja, com faturamento anual de até R$
4.800.000,00.
30

3 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO A SER EXPORTADO

O produto a ser exportado é o pigmento vermelho natural proveniente de via


biotecnológica obtido pelo processo fermentativo do arroz com a partir do fungo
filamentoso Monascus ruber.
Inicialmente é preciso definir os termos pigmentos e corantes ao qual serão
dissertados no presente trabalho. Os pigmentos são geralmente dispersos em
veículos ou substratos para a aplicação, como por exemplo no fabrico ou tintas, tintas,
plásticos ou outros materiais poliméricos; geralmente são insolúveis em, e
principalmente física e química inalterados através, do veículo ou substrato no qual
eles estão incorporados.
Os corantes são apenas substâncias orgânicas intensamente coloridos ou
fluorescentes que conferem cor, a um substrato por absorção seletiva de luz. Eles são
solúveis. A Figura 2 demonstra a diferença entre pigmento (A - sólido) e corante (B -
líquido).
Portanto, a nível conceitual, trataremos apenas como pigmentos e não corantes
a forma de exportação do Monascus, uma vez que os corantes utilizados nos produtos
finais cosméticos ou correlatos, serão oriundos dos pigmentos naturais; apesar de
muitas vezes, erroneamente, serem usados como “sinônimos”.

Figura 2 - Pigmento Vermelho Monascus (A - Pigmento; B - Corante).

Fonte: Do autor (2019).


31

3.1 APLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO MONASCUS

O fungo Monascus sp. é utilizado na fermentação de produtos tradicionais da


culinária oriental como o arroz vermelho fermentado, em produtos à base de soja e
algumas bebidas. É o corante mais antigo, conhecido também como vermelho koji ou
ang-kak (também conhecido como ankak, anka, aga- koji, arroz-vermelho ou arroz-
vermelho chinês), arroz fermentado por um fungo Monascus, usado na Ásia por
séculos como corante alimentício para vinho vermelho de arroz, queijo de soja
vermelho, carne e produtos de pescado.
Apesar de largamente utilizado pelos consumidores asiáticos, esse pigmento
ainda é proibido como aditivo alimentar em alguns países pela alegação de poder
ocorrer micotoxina (citrinina) em alguns casos, porém pode ser utilizado como produto
cosmético. (MORITZ, 2005). Na Europa ocorreu uma consolidação para criar um
procedimento padrão, denominado Cosméticos Padrão Orgânico - COSMO. Esta
agência de certificação foi criada conjuntamente pelas agências europeias de
certificação Bundesverband Deutscher Industrie und Handelsunternehmen - BDIH
(Alemanha), COSMEBIO & ECOCERT (França), Instituto de Certificação Ética e
Ambiental - ICEA (Itália). (SAHOTA, 2013).
A produção de pigmentos vermelhos naturais a partir do fungo filamentoso
Monascus ruber é produzido atualmente através de uma condição de cultivo muito
singular, através de cultivo submerso, diferente dos cultivos sólidos comercializados
pelas indústrias chinesas. (ISFRAN et al., 2015; KIM; KU, 2018; MAGRO et al., 2016;
VENDRUSCOLO et al., 2016).
A notoriedade que os corantes naturais veem assumindo deve-se não só à
tendência mundial de consumo de produtos naturais, mas também as propriedades
funcionais atribuídas a alguns desses pigmentos. O apelo mercadológico estimula
cada vez mais o desenvolvimento de novos estudos com o intuito de superar as
limitações tecnológicas existentes. (FONSECA-SANTOS; ANTONIO CORRÊA;
CHORILLI, 2015).
Várias espécies de Monascus foram isoladas pelo mundo e há mais de 50
patentes sendo emitidas no Japão, EUA, França e Alemanha, consentindo o uso dos
pigmentos Monascus em alimentos. O consumo anual deste pigmento no Japão
passou de 100 toneladas em 1981 para 600 toneladas no final dos anos 90; e mesmo
diante do impasse nas legislações ele continua sendo muito explorado por diversos
32

pesquisadores no Brasil e no mundo. (MORITZ, 2005; PEREIRA; KILIKIAN, 2001).


Infelizmente, não se encontram dados atuais sobre o mercado e exploração comercial
diante dos impasses legais deste produto.
O pigmento natural Monascus é produzido biotecnologicamente a partir de
arroz com o fungo Monacus por ser o mais estudado e resultar como produto final um
pó encapsulado com amido (pigmento) ou posteriormente adicionado a um extrato
concentrado oleoso (corante). Desta forma, o emprego na área de cosméticos torna o
produto muito mais atrativo. Esses corantes também podem ser utilizados por diversas
indústrias, tais como laticínios, frigoríficos, massas, doces, sorvetes, óleos e gorduras,
bebidas, farmacêutica, têxtil, tintas, desidratados, cosméticos e perfumaria.
O interesse comercial pela exploração deste pigmento com aplicação
cosmética baseou-se não só pelo apelo de produtos cosméticos e suplementos
alimentares, mas principalmente pela disparidade das legislações e alegações de
diversos países à associação do Monascus com a micotoxina citrinina. Segundo a
EUR-LEX, European Scientific Committee on Consumer Safety (SCCS), nenhuma
restrição ocorre na área de cosméticos e produtos de uso externo. (HENKLER et al.,
2012);
Na área cosmética este pigmento vermelho pode ser utilizado como corantes
de batons, bases líquidas, BB creams, etc. cuja matriz seja O/A (Óleo/Água), como
pigmento em sombras, blushs, adicionados de pós mica (tipo de argila); dentre outros
produtos cosméticos ou de higiene pessoal.
É importante ressaltar aqui que, a produção deste pigmento natural para fins
cosméticos, objeto deste estudo é inédito no Brasil para fins comerciais.
Este produto possui a classificação tarifária NCM 3002.90.92 onde se trata de
glândulas e outros órgãos para usos opoterápicos, dessecados, mesmo em pó;
extratos de glândulas ou de outros órgãos ou das suas secreções, para usos
opoterápicos; heparina e seus sais; outras substâncias humanas ou animais
preparados para fins terapêuticos ou profiláticos, não especificadas nem
compreendidas noutras posições. (BRASIL, 2017).
33

4 ACESSO AO MERCADO FRANCÊS

A França está localizada na Europa ocidental e limita-se ao norte com o mar da


Mancha; a nordeste com a Bélgica, Luxemburgo e Alemanha; a leste com a Suíça; a
sudeste com a Itália; ao sul com o mar Mediterrâneo e Espanha; e a oeste com o
oceano Atlântico. É o país mais extenso da Europa ocidental com 552 mil km 2.
(BRASIL, 2019b).
A situação geográfica privilegiada da França metropolitana, no centro da
Europa, garante lhe vantagem, pelas numerosas possibilidades marítimas, que a
coloca nas rotas mais movimentadas do mundo. O país dispõe de 66 portos
comerciais, movimentando, em 2015, 350 milhões de toneladas de carga e 32 milhões
de passageiros. É por meio do transporte marítimo que são efetuadas 72% das
transações comerciais com o exterior. (BRASIL, 2019b).

4.1 SISTEMA LOGÍSTICO

A França possui excelente infraestrutura de transporte. Ciente de que a via


rodoviária representa 87,1% do transporte interno de mercadorias e de pessoas
(ferroviário 10,6% e fluvial 2,3%), o país busca aumentar os meios alternativos para o
transporte de mercadorias, combinando estradas e outras vias existentes para
aumentar a eficiência do sistema. Para tanto, iniciou-se em 2013, programa de
instalação de terminais combinados (rodoviário, ferroviário e fluvial), cujo objetivo é
aumentar a utilização dos meios ferroviário e fluvial. (INVESTEXPORTBRASIL, 2018).
A situação geográfica privilegiada da França metropolitana garante-lhe grande
vantagem através das numerosas possibilidades marítimas, que incluem as rotas mais
movimentadas do mundo: ao sul o mar Mediterrâneo, ao oeste e norte o oceano
Atlântico, o canal da Mancha e o mar do Norte. O país dispõe de 66 portos comerciais,
pelos quais passaram, em 2015, 350 milhões de toneladas de carga e 32 milhões de
passageiros. É pelo modal marítimo que são feitas 72% das transações comerciais
com o exterior. (INVESTEXPORTBRASIL, 2018).
Sendo assim, existindo diversas modalidades de Incoterms, foi selecionado o
moldal de transporte CFR (Cost, insurence and Freight) onde significa que o vendedor
entrega as mercadorias a bordo do navio ou ‘’endossa’’ os bens já entregues a bordo.
O risco de perda ou dano à mercadoria passa para o comprador quando os bens
34

estiverem a bordo do navio. O vendedor deve contratar e pagar os custos e o frete


necessários para enviar as mercadorias até o porto de destino designado. (LUNARDI,
2014).
A Figura 3 descreve muito bem até onde a responsabilidade do vendedor é
transferida para o comprador:

Figura 3 - Responsabilidade de transporte.

Fonte: Allog, (2019).

4.2 BARREIRAS TARIFÁRIAS E NÃO TARIFÁRIAS

Foi realizada uma verificação para saber se existe alguma barreira tarifária ou
não tarifária aplicada ao produto estudado.
De acordo com a base de dados da pauta aduaneira da União Europeia (Figura
3) -TARIC, foi verificado que para NCM 3002.90.92 não há impostos incidentes para
a entrada deste produto na França, proveniente das exportações brasileiras. Também
foi verificado que não já aplicação de nenhuma barreira não tarifária conforme mostra
a figura 4:
35

Figura 4 - - Impostos incidentes na exportação.

Fonte: Taric, (2019).

4.3 PRÁTICAS COMERCIAIS

Em geral o mercado efetua seus pagamentos por meio de duplicatas em prazo


de 60 dias, sem incluir o mês da compra. Os supermercados e lojas de departamento
trabalham com prazos maiores. (BRASIL, 2019b).
As cartas de crédito não são uma prática bem aceita devido ao custo elevado
e rigidez, exceto junto aos grandes atacadistas/importadores e centrais de compras.
Os pagamentos contradocumentos ou por cobrança bancária são os mais correntes
no mercado tradicional. (BRASIL, 2019b).
Um pedido assinado pelo cliente representa um documento legal para o caso
de necessidade de acioná-lo juridicamente. (BRASIL, 2019b, p. 92).
É aconselhável muito rigor no cumprimento de prazos acordados. O mercado
destaca esse aspecto como de fundamental importância.
Desta forma o valor final do produto fica ainda mais competitivo, podendo ter
uma aceitação no mercado francês ainda maior já que o mesmo possui essa
vantagem tarifária entre os dois países.

4.4 EMBALAGEM E ROTULAGEM

A União Europeia adotou regulamentação sobre rotulagem e apresentação de


produtos alimentícios destinada a orientar o consumidor sobre o conteúdo do produto.
Nas etiquetas deve constar, também, o idioma do país onde o produto é vendido.
(BRASIL, 2019b).
36

Poderão ser colocados desenhos ou gráficos ao lado das indicações em língua


estrangeira, com a condição de que não haja dúvidas quanto à interpretação dos
mesmos. (BRASIL, 2019b).
O exportador deverá imprimir, na embalagem, uma marcação como código que
lhe foi atribuído pelo IBAMA, em que constarão as seguintes informações: logotipo do
órgão internacional; código do país, da região e do fabricante / exportador; tipo de
tratamento da embalagem (BRASIL, 2019b).

4.5 VOLUME DE COMÉRCIO

O comércio internacional é baseado na troca de bens e serviços através de


território ou fronteiras internacionais.
Baseando-se no produto a ser exportado, foi analisado as exportações,
importações brasileiras e francesas da NCM 3002.90.92 através do relatório do Trade
Map (Trade Statistics for International Business Development). (VALEMOBI, 2019).
As Figuras abaixo representam parte do volume de exportação brasileira deste
mercado. (Figura 5) e de importação brasileira (Figura 6).

Figura 5 – Volume de exportação brasileira em 2018.

Exportação Basileira 2018 - Volume (Ton)

Argentina 101

França 123

EUA 854

Total 4316

0 1000 2000 3000 4000 5000

Fonte: Valemobi, modificado pelo autor. (2019).


37

Analisando a Figura 5, em um total de 4,316 tons nota-se que a Argentina


participa nas exportações deste produto com 101 tons, EUA com 854 tons e França
123 tons, possuindo uma alta participação no comércio.
Por este motivo a facilidade de entrada do produto tende a ser ainda mais
favorável, mostrando claramente a necessidade do mercado Francês no produto em
questão.
Figura 6 – Volume de Importação brasileira em 2018.

Importação Brasileira - 2018 - Volume (Ton)

Alemanha 503

França 1661

4000
EUA

8383
Total

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000

Fonte: Valemobi, modificado pelo autor. (2019).

Já na figura acima, nota-se que, apesar de importarmos uma grande fatia deste
produto dos EUA, apenas 2% foram importações da França. Ainda, de acordo com os
dados do trade map no ano de 2018 foram 1,661 toneladas, e Alemanha que também
possui uma alta participação destas importações com 503 toneladas, sendo o total
das importações mundiais 8,383 ton.
Ainda em se tratando de volume de comércio, as Figuras 7 e 8 representam o
volume de exportações e importações francesas, respectivamente.
38

Figura 7 – Volume de exportações francesas em 2018.

Exportações Francesas – 2018 - Volume (Ton)

Itália 1113

Alemanha 1822

9701
Bélgica
32741
Total

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Fonte: Valemobi, modificado pelo autor. (2019).

A quantidade das Exportações francesas em 2018 foram de 32,741Tons onde


Bélgica, Alemanha e Itália são os principais importadores, sendo respectivamente
9,701 tons, 1,822 tons e 1,113 tons.
A França é a 6º maior economia de exportação no mundo e na economia mais
complexa 14º acordo com o Índice de Complexidade Econômico (ICE). Em 2017, a
França exportou US $ 516 Bilhões e importou US $ 595 Bilhões, resultando em um
saldo comercial positivo de US $ 78,6 Bilhões. Em 2017, o PIB da França foi de US $
2,58 Trilhões e seu PIB per capita foi de US $ 42,9 Milhares. (SIMOES et al., 2019).
A França faz fronteira com a Andorra, a Bélgica, a Suíça, a Alemanha, a
Espanha, a Itália e o Luxemburgo por terra e o Reino Unido por mar, o que facilita o
seu mercado.
39

Figura 8 - Volume de importações francesas em 2018.

Importação Francesa – 2018 – Volume (Ton)

Itália 2408

2890
Bélgica

EUA 7226

21543
Total

0 5000 10000 15000 20000 25000

Fonte: Valemobi, modificado pelo autor. (2019).

Já nas importações francesas, totalizaram-se no ano de 2018, 21,543 tons


onde EUA, Bélgica e Itália respectivamente participaram com 7,226 tons, 2,890 tons
e 2,408 tons deste produto.

4.6 AMBIENTE ECONÔMICO

Em 2018, a França ocupou a posição de sétimo país com maior poder


econômico, ficando atrás somente do Reino Unido e da Índia. O país recuperou-se da
crise econômica, a qual chegou mais tarde do que em outros países europeus, e ainda
continua frágil devido a desequilíbrios estruturais. Depois de crescer com uma taca de
2,3% em 2017, a França fechou o ano de 2018 com um crescimento de 1,6% do PIB
que foi sustentado por um investimento robusto, consumo sólido, condições externas
favoráveis e reformas internas. (GLOBALTRADE, 2019).
O FMI espera um crescimento de 1,6% do PIB para 2019 e 2020, apoiado por
reformas no mercado de trabalho e de produtos que devem ajudar a aumentar a
participação e a produtividade da força de trabalho (FMI, World Economic Outlook,
outubro de 2018). As projeções de crescimento foram recentemente afetadas devido
ao impacto negativo dos protestos sociais do movimento de coletes amarelos
(Mouvement des gilets jaunes), da ação industrial e das greves no setor público.
(GLOBALTRADE, 2019).
40

Figura 9 - Balança comercial da França em parceria com o Brasil.

Fonte: Valemobi, (2019).

No gráfico da Figura 9 podemos analisar a balança comercial geral da França


em parceria com o Brasil, onde pode se notar que a partir do ano de 2016 após uma
queda nas importações a tendência de acordo com o próprio gráfico é de aumentar
significativamente.
Desta forma, é evidente que as projeções são positivas para as importações da
França do mercado Brasileiro, beneficiando assim a exportação de corantes para
cosméticos franceses.

4.7 AMBIENTE POLÍTICO

A França é membro da União Europeia (UE), que pode ser definida como uma
união econômica e política que reúne 28 Estados Membros.
A estratégia de crescimento da União Europeia para os próximos anos,
denominada Europa 2020, tem como prioridade a construção de uma economia
inteligente, sustentável e inclusiva. O programa tem por meta a diminuição do
desemprego, a melhoria da produtividade, a utilização sustentável dos recursos
naturais e o estímulo à competitividade, por meio de projetos nas áreas de inovação,
de educação, de inclusão social e de energia. Cada Estado-Membro adotou objetivos
nacionais e recebe o apoio da UE para a concretização dos mesmos. (BRASIL, 2014).
41

A boa estrutura econômica francesa, a atração de investimentos e o


crescimento da demanda importadora anunciam boas perspectivas para os
exportadores brasileiros. (BRASIL, 2014).
A França tem um regime semipresidencialista. O Presidente da República,
eleito por sufrágio universal direto, é o chefe de Estado. Compete-lhe nomear o
primeiro-ministro, que é o chefe de governo. O território francês é composto por 18
regiões administrativas: 13 metropolitanas (França continental) e 5 regiões
ultramarinas. As cinco regiões ultramarinas, bem como São Martinho (um território
francês nas Caraíbas), são consideradas como fazendo parte da União Europeia (com
o estatuto de região ultra periférica). A cidade francesa de Estrasburgo é uma das três
localidades com sedes oficiais das instituições europeias. As outras duas são Bruxelas
e Luxemburgo. (EUROPE, 2019).

4.8 ETAPAS DA EXPORTAÇÃO DO CORANTE

Para poder construir um guia e simular as etapas de exportação do produto


aqui analisado, fantasiamos um importador em Paris, França, interessado no
pigmento vermelho natural a partir do fungo filamentoso Monascus ruber classificado
pela NCM 3002.90.92. Estima-se aqui nesta pesquisa a oferta de 200 kg do mesmo,
que é produzido pela empresa ZIROM LTDA localizada em Florianópolis, criada com
o objetivo de simular o processo mais perto da realidade, onde a empresa brasileira
exportará, através do modal marítimo, em 10 caixas de papelão de 50x50x50, cada
uma contendo 20 kg de pigmento e acordado entre as partes o Incoterm CFR.
A mercadoria será liberada no porto seco da Multilog pois se trata de carga
consolidada, seguindo por via rodoviária ao porto de Santos com destino ao porto de
Le Havre na França, com o intuito de entrega mais próximo a Paris onde está o
importador.

4.9 CREDENCIAMENTO

Para se iniciar um processo de exportação, a empresa ZIROM LTDA inicialmente


se credenciou na Receita federal no SISCOMEX/RADAR através do módulo CI1.
(Figuras 10 e 11).
42

Para que a pessoa jurídica possa efetuar operações de comércio exterior, é


necessária uma habilitação prévia da receita federal para que possa efetuar o
credenciamento dos representantes legais no SISCOMEX.
Figura 10 – Acesso ao Siscomex.

Fonte: (BRASIL, 2019a).

Após a habilitação da empresa ZIROM que seria a exportadora do produto, o


responsável legal poderá cadastrar os representantes para exercer as atividades de
despacho aduaneiro, sendo ele um funcionário próprio ou um despachante aduaneiro.

Figura 11 - Cadastro do Importador/Exportados no SISCOMEX.

Fonte: (BRASIL, 2019a).

Informar CNPJ/CPF do Representado, Tipo de Atuação: Importador/Exportador,


CPF do Despachante, Data final e adicionar.
43

4.10 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO

As exportações brasileiras estão sujeitas a tratamentos administrativos com o


intuito de orientar as atividades das empresas exportadoras, evitando possíveis erros
e outras infrações mais graves, Assim no primeiro momento em que a empresa
ZIROM LTDA tomou a decisão de exportar, foi efetuado a classificação da NCM
nomenclatura comercial do Mercosul no MDIC (Ministério da Economia Indústria,
Comércio Exterior e Serviços) e classificado o pigmento conforme a Figura 12, com o
intuito de adquirir informações técnicas e de conhecimento das normas
administrativas que orientam as operações de exportação.
O produto foi classificado pela NCM 3002.90.92, onde se identificou conforme
figura 12:
Figura 12 - -Informações técnicas do produto exportado.

Fonte: (MDIC, 2019).


Após analisar a NCM do produto, foi constatado junto ao SISCOMEX que o
mesmo possui uma licença prévia (LPCO) (Figura 13), que deve ser deferida pela
ANVISA para efetuar a exportação.
Figura 13 - Licença prévia do produto (LPCO).

Fonte Siscomex (2019).


44

4.11 NEGOCIAÇÃO

Nesta negociação hipotética, foi acordado a venda do pigmento vermelho


natural a partir do fungo filamentoso Monascus ruber e proposto o Incoterm CFR, onde
a nossa obrigação de vendedor após o pagamento do frete se encerra quando a
mercadoria está a bordo do navio no porto de origem e a obrigação do comprador
(importador) se inicia.
O pagamento acordado foi o pagamento antecipado em dólar, subentendendo-
se que as partes possuem laços comerciais já existentes, então foi enviado a fatura
proforma ao importador com os dados bancários junto com o prazo de entrega
descritos e as informações do produto conforme Quadro 3, Figuras 14, 15 e 16.
O preço de exportação do produto foi baseado no preço de produção, sendo
agregado ao valor total, os custos da operação de exportação conforme seguem:

Tabela 1- Preço de exportação do produto.


Preço de custo U$ 19,330,13

Embalagem U$ 10,00
Frete Interno U$ 80,00
(Fábrica/Multilog, Santos)
Frete Internacional U$ 170,00
Despesas Portuárias U$ 20,00
Despachante U$ 100,00
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 1,08% U$ 217,83
Imposto de Renda (IR) 1,20% U$ 242,04
Fonte: Do autor (2019).

Observa-se neste Quadro que o lucro de exportação e os impostos na


exportação já estão embutidos no preço de custo.
Após o recebimento da fatura proforma e todas as informações estarem
validadas entre as partes, foi elaborada a fatura comercial com os mesmos dados
conforme Figura 14.
45

Figura 14 - - Exemplo de fatura proforma ao importador.

Fonte: Do autor (2019).


46

Figura 15 - Fatura Comercial.

Fonte: Do autor (2019).

O pigmento foi embalado em 10 caixas de 50x50x50 para a facilitação do


transporte, totalizando 200 kg do mesmo. O packing List foi elaborado em sequência
para orientar o importador como a mercadoria foi embalada e seus respectivos
volumes conforme ilustra a Figura 16.
47

Figura 16 - Registro de Embalagem do pigmento Monascus.

Fonte: Do autor (2019).

4.12 CONTRATAÇÃO DE FRETE

Como a exportação teve o Incoterm proposta CFR (Cost and Freight), nesta
modalidade o exportador é o responsável pelo pagamento de frete, por este motivo foi
verificado com uma agência marítima a cotação do mesmo com origem em Itajaí/Brasil
e destino Le Havre/ França, conforme Anexo.
O valor desta cotação ficou entorno de U$ 170,00 para enviar o produto a Paris.
Após a cotação e contratação do frete, foi recebido pela agência marítima o
conhecimento de embarque BL (Bill of Lading) que serve como um contrato de
48

transporte celebrado entre as partes com o intuito de levar a mercadoria ao destino


acordado conforme Figura 17.

Figura 17 - Embarque BL (Bill of Lading).

Fonte: Mindsparkz (2019) modificado pelo autor.


49

4.13 DESPACHO ADUANEIRO

Após a contratação de frete e a definição da logística para o embarque da


carga, o exportador deve preparar a carga para envio até a aduana de despacho
aduaneiro, neste caso o porto seco da Multilog. O exportador deverá proceder o
registro da DU-E (Declaração Única de exportação) no SISCOMEX e o mesmo
aguardará a parametrização dos canais, sendo neste caso da exportação do pigmento
o canal parametrizado provavelmente será o vermelho para verificação a anuência da
Anvisa e da receita federal para liberação. O processo é finalizado com a averbação
de embarque, sendo a mercadoria liberada após a análise da ANVISA e da Receita
Federal dos documentos registrados na DUE.

4.14 EMBARQUE

Após o desembaraço aduaneiro e averbação do embarque, a mercadoria


seguirá até o porto de Santos para embarque imediato no navio indicado pelo agente
de carga.
50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo elaborar um estudo do processo de


exportação de pigmento vermelho natural, pigmento Monascus, proveniente de via
biotecnológica obtido pelo processo fermentativo do arroz com o fungo filamentoso
Monascus ruber.
Tendo em vista o potencial deste produto no mercado externo, foi analisado o
acesso ao mercado francês devido a pesquisa ter apontado como um dos principais
produtores de cosméticos, e consequentemente possuir uma demanda alta em
corantes.
Como uma forma estratégica de distribuição para a França, foi descrito o
processo de exportação do produto através da empresa ZIROM LTDA com a intenção
de facilitar o comércio entre o importador e o exportador. Neste contexto foi realizado
uma negociação fictícia com um importador francês que possui interesse neste
produto e já possuía laços comerciais com a empresa brasileira.
Para a exportação do pigmento foram definidas as etapas de exportação, tais
como o credenciamento onde a empresa teve que se registrar; o tratamento
administrativo que englobou a classificação do produto a ser exportado; a negociação
entre as partes como preço, embalagem, forma de envio, locais de embarque, destino
e forma de pagamento; a contratação de frete por parte da empresa ZIROM; o
despacho aduaneiro com a entrega da carga na aduana e o embarque no navio com
destino a França.
A partir deste estudo é possível concluir que a exportação deste produto ao
mercado Francês é viável para ambas as partes, tendo em vista que o setor de
pigmentos para aplicação cosmética, farmacêutica e indústrias em geral é rentável,
crescente, além de que empregar cores naturais é a tendência atual de marketing
devido à preocupação dos consumidores sobre a segurança dos corantes artificiais,
reforçada por possíveis benefícios para pigmentos naturais.
Com esta pesquisa é possível concluir também que há regras e normas
regulamentadoras no comércio internacional, com o intuito de regulamentar e
controlar as entradas e saídas de mercadorias e divisas do país.
51

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54

ANEXOS
55

ANEXO – Frete do Produto

Figura 18 - Cotação de Frete do produto com origem em Itajaí/Brasil e destino


Le Havre/ França.

Fonte: Do autor (2019).

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