Você está na página 1de 42

ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)

TERRITORIALIZAÇÃO

Prof. Me. Laércio Neves


COMPETÊNCIAS

• Os processos de Implantação, Operacionalização, Territorialização da ESF;

Conhecimento • Características operacionais da ESF;

• Desafios de Implantação da ESF;

• Definir Território e Clientela para atendimento da ESF.

• Interpretação de texto.
Habilidades • Desenvolvimento do senso crítico e reflexivo acerca da ESF e saúde pública.

• Ética em relação a todos envolvidos na aprendizagem.

Atitude • Humanização.

• Atitude crítica e reflexiva.


• Pró-atividade.
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB)
 A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada preferencial do
SUS, possui um espaço privilegiado de gestão do cuidado das pessoas e
cumpre papel estratégico na rede de atenção, servindo como base para o
seu ordenamento e para a efetivação da integralidade. Para tanto, é
necessário que a Atenção Básica tenha alta resolutividade, com
capacidade clínica e de cuidado e incorporação de tecnologias leves, leve
duras e duras (diagnósticas e terapêuticas), além da articulação da
Atenção Básica com outros pontos da RAS.
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB)

Universalidade
Participação
da Equidade
comunidade

Ordenar as Integralidade
redes
Política
Coordenar o Nacional da Regionalização
cuidado Atenção e
Básica Hierarquização

Longitudinalidade Territorialização
do cuidado e Adstrição
Cuidado
Resolutividade Centrado na
Pessoa

Portaria de Consolidação nº 2 (28 de setembro de 2017) – Origem Portaria 2.436, de 21 de setembro de 2017 – ANEXO)
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB)

II - Ser
I - Ser base
resolutiva

III -
IV - Ordenar
Coordenar o
as redes
cuidado
Atenção à Saúde na Atenção Básica (AB)

◼ Resolutivo

◼ Integralidade do cuidado

◼ Acolhimento

◼ Humanização

◼ Vínculo trabalhador-paciente

◼ Adscrição Populacional

◼ Territorialização.
PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA

• Definição precisa do território de atuação.

TERRITORIALIZAÇÃO

• Mapeamento da área, compreendendo segmento populacional


determinado.

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO

• Cadastramento das famílias e dos indivíduos, gerando dados


que possibilitem a análise da situação de saúde do território.

PLANEJAMENTO BASEADO NA REALIDADE LOCAL

• Programação das atividades segundo critérios de risco à saúde,


priorizando solução dos problemas.
CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE TRABALHO DA SAÚDE DA
FAMÍLIA

INTEGRALIDADE

Assistência integral, continua e organizada, à população adscrita, com garantia


de acesso a recursos complementares.

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Participação da comunidade no planejamento, execução e avaliação das ações.

INTERSETORIALIDADE

Trabalho intersetorial, integrando projetos sociais e setores afins, voltados para


a promoção da saúde.

FORTALECIMENTO DA GESTÃO LOCAL

Apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local.


Territorialização
◼ Respeito às realidades locais – critérios
para o desenho dos territórios
◼ Contexto sócio-econômico e cultural
◼ Território vivo
◼ Fatores de risco e de proteção
◼ Vulnerabilidades
◼ Dados epidemiológicos
◼ Distribuição de equipamentos de saúde
◼ Protagonistas no processo.
Como implantar uma Estratégia Saúde da
Família (ESF) e consequentemente ter um bom
sistema de Saúde Pública em uma determinada
Região – Local ?
TERRITORIALIZAÇÃO
A Nossa Intenção é ser.......
A Nossa Vontade é de ser.......
O Nosso Sonho é de ser.......
TERRITORIALIZAÇÃO

Como se dá este processo ?


Surgiu para atender a demanda menos
favorecida e urbanizada, aqueles que não
tem acesso à serviços privados.
A PROPOSTA DA UBS

Através das ações de Educação em Saúde e Promoção da


Saúde, ter resolutividade de até 80% da demanda,
encaminhando para as especialidades e internações casos
de maior complexidade, garantindo a

Integralidade
No modelo tradicional o “Posto
de Saúde” (UBS) cacaracteriza-
se pela PASSIVIDADE.

Na ESF pelo VÍNCULO com a


saúde da

população em sua área de


abrangência.
População Total: 14.605

ÁREA 44
3.308hab.
(22,6%)

ÁREA 43 ÁREA 40
3.273hab. 2.184hab.
(22,4%) (14,9%)

ÁREA 41
3.080hab.
(21,1%)

ÁREA 42
2.760hab.
(19,0%)
47% entre 0 e 19 anos

Aprox. 3.000 pessoas não


cadastradas nas ESF

10% da população não


alfabetizada

300 crianças sem


acesso à creche

50% das famílias


1-3 salários
41% residem em área de
interesse social

Baixa renda familiar


Precariedade habitacional
Precariedade da rede de infra-estrutura
Precariedade ambiental e áreas de risco
Precariedade na posse da terra
Precariedade dos equipamentos e serviços urbanos
2º maior registro de
Mais de 30
anorexia no
acamados e 10
município
em terapia
nutricional
15% dos NV com
<2.500g

5x mais casos de TB
2 em cada 10
que a média de
gestantes têm menos
outros municipios
25% das mortes são por de 20 anos
agressão por armas

16 em cada 100
pessoas acima de 50
anos convivem com
HAS

A cada 1.000 NV, cerca de


40 morrem antes de 01 ano

35% com
aleitamento
12% sem
9% das cças misto até o 4º
Aleitamento
consideradas mês
materno até
desnutridas o 4º mês
5 em cada 100
pessoas acima de 50
59 cças anos convivem com
E destes, 20
inseridas em DM
morrem por
projeto do
diarréia
Governo
NÚCLEOS DE APOIO A SAÚDE
DA FAMÍLIA (NASF)

São constituídos por equipes compostas por


profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que
compartilham práticas em saúde nos territórios sob
responsabilidade das ESF, atuando no apoio às equipes e
na unidade onde está cadastrado.
Devem instituir a integralidade do cuidado físico e
mental aos usuários do SUS por intermédio da qualificação
e complementaridade do trabalho das ESF.
Fundamentos do NASF
O que é o NASF? Como funciona?

∎É uma modalidade de equipe formada por ∎Realiza atividades com as equipes de Saúde
diferentes profissões e/ou especialidades; da Família, bem como atividades

∎Constitui-se como como apoio assistenciais diretas aos usuários (com


indicações, critérios e fluxos pactuados
especializado na Atenção Primária mas não
com as equipes e com a gestão);
atua como um ambulatório de
especialidades; ∎Recebe a demanda a partir da discussão
compartilhada com as equipes de SF que
∎Objetiva ampliar a abrangência e o escopo
apoia, e não por meio de
das ações da Atenção Primária, bem como
encaminhamentos impessoais;
sua resolutividade;
∎Deve estar disponível para dar suporte em
∎Atuam na lógica do apoio matricial; situações programadas e também
∎Apoio de 5 até 9 equipes de atenção imprevistas, tal como as situações de

primária. urgência.
Fonte: Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011
CATEGORIAS PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM O NASF:

• Assistente Social;
• Professor de Educação Física;
• Farmacêutico;
• Fisioterapeuta;
• Fonoaudiólogo;
• Nutricionista;
• Terapeuta Ocupacional;
• Psicólogo e
• Médicos Acupunturista; Ginecologista, Homeopata;
Pediatra e Psiquiatra.
Apoio matricial:
base para a realização do trabalho do NASF

O que é apoio matricial? Dimensões de atuação do apoio


matricial
É o modo de produzir saúde em que duas ou
mais equipes, através de uma construção
compartilhada, elaboram propostas de
intervenção para o cuidado das pessoas; Suporte clínico-assistencial
ação clínica direta com o usuário
No processo de matriciamento as relações
entre os serviços de saúde se estabelecem de
maneira horizontal, com compartilhamento de
estratégia de cuidado, diferente da lógica Suporte técnico-pedagógico
tradicional dos sistemas de saúde, que ação de apoio educativo com e para
a equipe
acontece por meio de encaminhamentos,
referências e contrarreferências, protocolos,
etc.
Fonte: Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011; Caderno de Atenção Básica 39
Quando acionar o apoio matricial

∎Para dar suporte nos casos em que a equipe de Saúde da Família sinta
necessidade de apoio para desenvolver seu trabalho;

∎Especialmente diante de situações difíceis de serem conduzidas pela


equipe de SF e que necessitem do olhar e saberes de outras especialidades
para agregar novos conhecimentos e ampliar a compreensão, as
possibilidades e a capacidade de intervenção das equipes;

∎Nos casos em que a equipe esgotou todas as intervenções de atuação


possível.
Ferramentas do trabalho do NASF – alguns exemplos

Reunião
de Discussão Elaboração de Plano
equipe de caso Terapêutico Singular
NASF

Gestão das listas Atendimento Análise de


SISREG e demais listas compartilhado
da unidade e específico indicadores

Elaboração de
Grupos e Atendimento
material de apoio
domiciliar
atividades específico e
Reunião de equipe
educativas compartilhado
NASF/ESF
O papel do NASF na regulação e gestão das listas

∎Papel regulador: o NASF também tem responsabilidade pela


regulação assistencial, ou seja, por qualificar os
encaminhamentos relativos ao seu núcleo de saber, tanto os
recebidos das equipes apoiadas, quanto os realizados por
outros pontos ou serviços da rede.

∎Para isso, deve estabelecer estratégias que busquem:


∎aumentar a resolução da maioria dos problemas de saúde
na APS
∎definir, em conjunto com as equipes vinculadas, critérios e
fluxos para encaminhamentos para outros pontos de
atenção quando necessário.

∎O gerenciamento de encaminhamentos para outros pontos de


atenção, ainda que possa contar com a participação do NASF,
não é uma atribuição específica deste.
A UBS DEVE SER A PORTA DE ENTRADA PARA
O SUS

A UBS é responsável por uma determinada população


e deve trabalhar com:

✓Acessibilidade;

✓ Resolutividade.
Acesso ao local
Obrigado !!

Qualquer dúvida

laercio.neves@uni9.pro.br
Referências
• Alves, Paulo César; MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Saúde e
doença: um olhar antropológico. Rio de Janeiro: Ed. da FIOCRUZ,
2008.
• Batistella C. Saúde, Doença e Cuidado: complexidade teórica e
necessidade histórica. In: Fonseca AF, Corbo AD (org.). O Território e
o Processo Saúde-Doença. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007, p. 25-
49.
• EGRY, EY . "Bases teóricas para aproximação do fenômeno" IN: Saúde
coletiva: construindo um novo método em Enfermagem. São Paulo:
Ìcone Editora, 1996.
• LAURELLL, A. C. . "A saúde-doença como processo social" IN: NUNES,
E. D. (org.). Medicina social: aspectos históricos e teóricos. São Paulo:
Global Ed., 1983, pp. 133158.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. O trabalho do agente comunitário de saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2009. Disponível
em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_acs.pdf
• Rosa WAG, Labate RC. Programa Saúde da Família: a construção de um novo modelo de
assistência. RevLatino-am Enfermagem 2005 novembro-dezembro 13(6):1027-34.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n6/v13n6a16.pdf
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde
da Comunidade.Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo
assistencial.Brasília. Ministério da Saúde, 1997. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdf
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. A implantação da Unidade
de Saúde da Família. (Cadernos de Atenção Básica, 1) Brasília, Ministério da Saúde,
2000. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_n1_p1.pdf
• Brasil. Ministério da Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para a reorganização do
modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde; 1997. Disponível
em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16.pdf
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Guia prático do agente comunitário de saúde. Brasília : Ministério da Saúde,
2009. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/geral/guia_acs.pdf

Você também pode gostar