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b.A equipa estava a celebrar o seu sucesso antes que os resultados serem publicados.
No caso de frases infinitivas, o sujeito da preposição subordinada pode ou não ter uma
referência diferente ao sujeito da frase principal. Se os sujeitos das duas frases não estiverem
relacionados, o verbo da frase adverbial deve estar no inflectido infinitivo.
(2) a. Fumei um cigarro antes que o professor viesse ao seminário de português.
Algumas orações subordinadas introduzidas antes podem ter uma interpretação contrafactual,
ou seja, o evento da oração subordinada é interpretado como não acontecendo, geralmente
porque a interpretação pragmática do predicado da frase principal o exige. [Raposo, Eduardo
Buzaglo Paia et alii, Gramática do Português, 2 vols., Lisboa, Fundação Calouste
Gulbenkian, 2013]
(5) a. A avó veio antes da minha mãe fazer o seu bolo de aniversário.
As orações introduzidas por antes que têm sempre o verbo numa forma do conjuntivo.
(6) a. Marco comeu toda a comida antes que ficar fria.
Como as orações introduzidas por antes de, também a orações introduzidas por depois de são
em infinitivo flexionado quando o sujeito tem uma referência distina da do sujeito da oração
principal. Quando os sujeitos são co-referenciais e o sujeito da oração subordinada é foneticamente
não realizado, alguns falantes admitem o infinitivo flexionado (cf. (10b)), embora o infinitivo
flexionado seja geralmente preferido (cf. (10a) [Raposo, Eduardo Buzaglo Paia et alii, Gramática
do Português, 2 vols., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013]
(9) a. Depois que as crianças chegaram da escola, fomos ao parque.
b. O Zé guiou o carro desde que saímos de Lisboa. (oração principal descreve um julgamento)
c. O Zé escreveu a tese desde que eu o vi pela última vez. (oração principal descreve um processo
culminante) [Raposo, Eduardo Buzaglo Paia et alii, Gramática do Português, 2 vols., Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 2013]
Como resultado, se o predicado da frase principal for de carácter único, esta frase não pode
ser utilizada. Uma frase como a do bebé dorme desde que a mãe saiu de casa, na qual ele
dorme, por outro lado, pode ser um cenário a longo prazo. Um predicado de ponto pode,
contudo, estar na frase principal se puder ser interpretado várias vezes, como por exemplo
quando se refere a um acontecimento repetitivo.
(15) a. O Rui casou-se já três vezes desde que eu o conheço.
b. Desde que estou aqui a viver, morreu o meu gato roubaram-se o caro e perdi o emprego.
Portanto, exige também que a oração principal represente situações duradouras, conforme
ilustrado em (18), em que a oração principal (em itálico) descreve um estado, um processo e
um processo culminante, respectivamente:
(18) a. O Afonso aprendeu até adormecer.
(20) a. Quando estava a dormir, Maria estava a escrever para obter a sua licença.
b. Quando Rui estava a ler, o seu irmão mais novo estava a jogar no computador.
Frases com quando (e também frases com antes, depois, eu o mais rápido possível) podem
quantificar sobre situações³", pois permitem estabelecer uma correlação entre duas situações
que acontecem com a mesma periodicidade. Isso acontece em contextos que permitem essa
leitura, ou seja, quando os verbos estão presentes ou no imperfeito do indicativo, ou quando a
oração subordinada prega sobre a espécie, ou seja, quando seu sujeito é um sintagma nominal
genérico. [Raposo, Eduardo Buzaglo Paia et alii, Gramática do Português, 2 vols., Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 2013]
(22) a. Quando a Primavera se aproxima, as flores saem.
b. Quando Rui bebe muito álcool, ele sente-se muito doente de manhã.
c. Quando não consigo dormir o suficiente, o meu dia inteiro fica arruinado.
b. # [Mal/Assim que/Logo que] correu, Rui sentiu um cansaço enorme. [Raposo, Eduardo Buzaglo
Paia et alii, Gramática do Português, 2 vols., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013]
Além disso, a situação descrita pela oração principal é geralmente pontual (cf. (25a)) ou
é vista em seu limiar inicial (cf. (26)):
(25) a. Os cães acordaram mal ouviram a voz do dono.
b. # Os cães estavam a dormir mal assim que ouviram a voz do dono.
(26) a. Os militares regressaram ao país logo que a situação o permitiu.
b. Os cães correram mal ouviram a voz do dono. [Raposo, Eduardo Buzaglo Paia et alii,
Gramática do Português, 2 vols., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013]
Orações com sempre que, (de) todas as vezes que, (de) cada vez que +
indicativo/conjuntivo
As frases introduzidas por sempre que, (de) cada vez que e (de) cada vez quantificam
temporalmente por situações, estabelecendo uma correlação entre a situação descrita pela
oração subordinada e a situação descrita pela oraca principal.
Ou seja, essas sentenças são geralmente interpretadas de forma que a situação da sentença
principal ocorra com a mesma frequência ou periodicidade da situação da sentença
subordinada, com a sobreposição dos dois intervalos de tempo (a situação da sentença
principal é incluído). dentro do intervalo de temperagem definido pela oração subordinada)
ou contiguidade temporal entre as duas situações (a situação da oração principal é
imediatamente posterior à da oração subordinada) [Raposo, Eduardo Buzaglo Paia et alii,
Gramática do Português, 2 vols., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2013]
(27) a. Sempre que ele abre a boca, diz algo estúpido.
b. Sempre que vou para casa, a minha mãe faz a minha comida preferida.
b. À medida que fores crescendo, vais-te aperceber que os teus pais só queriam o que era bom para ti.
(31) a. Enquanto eu estava a estudar para exames, o meu irmão estava a jogar no computador.