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MET160 – Solidificação e Fundição dos Metais

Solidificação: Crescimento
Mecanismos de crescimento
Crescimento do núcleo  estrutura atômica da interface
sólido/líquido  maior ou menor facilidade do átomo para
se ligar à interface de crescimento
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Maria Aparecida Pinto

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Solidificação: Crescimento

Mecanismos de crescimento
Crescimento do núcleo  formação de interfaces
Difusa ou Rugosa: caracteriza-se pela separação entre o sólido e
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o líquido por meio de uma faixa mista de regiões ordenadas e


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desordenadas com uma espessura de aproximadamente 50


átomos  característica dos metais

Facetada ou lisa: caracteriza-se pela separação entre a fase


sólida e a fase líquida por meio de uma faixa abrupta e nítida
com não mais que 5 átomos de espessura  característica dos
materiais cerâmicos
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Solidificação: Crescimento
Difusa ou Rugosa: característica dos metais
Facetada ou lisa: característica dos materiais
cerâmicos
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Morfologia microscópica da interface durante o crescimento
 análise por meio de materiais orgânicos
Tetrabrometo de carbono (CBr4) e Hexacloretano:interface difusa
Salol e Benzil: interface facetada
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Morfologia da interface sólido/líquido
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Terminologia
Gradiente de temperatura (G): gradiente de temperatura no
líquido, a partir da interface e na direção de crescimento. Se a
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temperatura aumentar, da interface para o interior do líquido, o


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gradiente será positivo e vice-versa.


- Monocristais: alguns graus centígrados por centímetro
- Peças fundidas: dezenas de graus centígrados por centímetro
- Cordão de solda: centenas de graus centígrados por
centímetro

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Terminologia

Velocidade de solidificação ou de crescimento (R): medida


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da taxa de avanço da interface sólido/líquido durante a


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solidificação (cm/s)

Difusividade (D): taxa com a qual os átomos podem mover-


se no líquido
Metais líquidos: D ≈ 5x10-5cm2/s
Metais e ligas sólidos: D ≈ 1x10-8cm2/s

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Terminologia
Coeficiente de redistribuição ou de partição do soluto
(k): mede o grau de segregação de um elemento em uma
liga
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Concentração do soluto no sólido na Temperatura T


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k=
Concentração do soluto no líquido na temperatura T

k < 1  o soluto tende a baixar a temperatura liquidus


CS
k=
CL
k > 1  o soluto tende a aumentar a temperatura liquidus
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Tendência à segregação em função do diagrama de fases


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(a) (b)

(a) Segregação elevada - k bem menor que 1


(b) Segregação pequena - k próximo de 1
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Valores de k para alguns solutos
k mede a tendência à segregação, portanto, quanto mais afastado for o
seu valor de uma unidade, maior será a tendência de segregação de um
elemento.
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No alumínio
Solubilidade No ferro
Elemento k
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máxima
Ti 7,8 0,15 Elemento k (Fe-) k (Fe-)
Si 0,11 12,6 Cr 0,95 0,85
Cr 2,0 0,4 Mn 0,90 0,75
Ni 0,007 6,0 Ni 0,83 0,95
Mg 0,51 3,4 C 0,20 0,30
Fe 0,02 1,8 P 0,13 0,06
Cu 0,17 33,2 S 0,02 0,05
Mn 0,94 1,9 10
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Solidificação em condições de equilíbrio


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CS  concentração de soluto no sólido


k  constante
CL  concentração de soluto no líquido
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CS CS
k   CS  kC0
CL C0
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CS C0 C
k   CL  0
CL CL k
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Solidificação em condições de equilíbrio


Regra da Alavanca: CS . f S  CL . f L  1

CL  C0 Tliq.  T  1
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kC0
CS  fS  
1  1  k  f S  CL  CS T f  T  1  k 
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Onde: fS  fração de sólido e fL  fração de líquido: 1 - fS

Ligas metálicas: os casos que mais aproximam da situação de


equilíbrio são aquelas onde o soluto é um intersticial de alta
mobilidade atômica como, por exemplo, nos aços nos quais o
soluto a ser considerado seja o carbono
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Solidificação fora do equilíbrio

A composição do sólido
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formado em cada
temperatura é diferente  os
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primeiros sólidos formados


são mais pobres que o líquido
em soluto
O tempo de solidificação é
insuficiente para que a
Composição inicial  D composição do sólido se
homogeinize por difusão
Composição final  C
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Solidificação fora do equilíbrio

1) A composição média do sólido segue


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a linha à esquerda da linha solidus


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2) O desvio será tanto maior quanto


maior for a velocidade de resfriamento

3) Cristais formados  cristais zonados


Esquema da microestrutura
formada
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1)Primeiro sólido  kC0


2) Líquido enriquecido em soluto
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3) Estado estacionário  Cs = C0
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4) Máxima concentração de
soluto no líquido  CL = C0/ k
5) Composição variável do
líquido no estado estacionário 
variação da temperatura de início
de solidificação

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Sob condições de solidificação no estado estacionário tem-se que:


G T G TL  TS
 
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R DL R DL
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Para uma liga Al - 4% Cu, por exemplo:


TL= 650ºC TS= 580ºC DL= 3 x 10-5cm2 G= 700ºC/cm
Para se ter uma solidificação planar a velocidade de crescimento
“R” tem de ser menor ou igual a 3x10-4cm/s.
Se a velocidade de crescimento for maior do que isto, a interface
sólido/líquido planar não se propaga, e ocorre uma solidificação
do tipo celular ou dendrítica.
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G
Quanto menor o valor de
R
Maior a variação na temperatura de início de solidificação
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Instabilidade na interface sólido/líquido


G governa o modo de solidificação
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Relação
R
O produto G.R governa o tamanho da estrutura de
solidificação
Quanto maior o produto G.R mais refinada será a estrutura
O produto G.R é equivalente à taxa de resfriamento (para
ambos com a mesma unidade: ºC/s)
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Mesmo com gradiente de temperatura positivo no líquido, existe


uma região super-resfriada no mesmo devido à variação da
composição (acúmulo de soluto)  super-resfriamento
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constitucional
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Se o gradiente de temperatura no líquido for muito


intenso  pode não existir zona super-resfriada
constitucionalmente
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Solidificação fora do equilíbrio

a) Mistura de soluto no líquido apenas por difusão


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b) Mistura completa de soluto no líquido sem difusão no sólido*


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c) Mistura completa de soluto no líquido com difusão no sólido

d) Mistura parcial de soluto no líquido

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Mistura completa de soluto no líquido sem difusão no


sólido
1 - O soluto se encontra homogeneamente distribuído no
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líquido durante todo o processo de solidificação


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2 - O movimento de soluto por difusão no sólido formado é


mínimo, podendo ser desconsiderado

Exemplo: Liga Al-Cu onde o raio atômico do cobre é próximo


ao do alumínio dentro de uma rede densamente compactada -
CFC
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CE: concentração eutética


Csm: concentração máxima de soluto no sólido em equilíbrio
com o líquido de concentração eutética
dCL: incremento na concentração de soluto no líquido em
função de um avanço dfs
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Balanço de massa: CL.dfs – Cs.dfs = (1-fs)dCL


Cs = kC0(1-fs)(k-1)  Equação de Scheil
Permite quantificar a concentração de soluto no sólido formado
para o caso de mistura completa no líquido e ausência de
difusão no sólido na solidificação fora do equilíbrio 24
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Cs = kC0(1-fs)(k-1) Equação de Scheil

1 - Soluto rejeitado durante o


processo é sempre
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homogeneamente distribuído no
líquido  nova liga de
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composição mais rica em soluto


2 - Limite imposto: composição
eutética em equilíbrio com o
sólido de composição Csm 
Perfil de concentração de soluto
líquido remanescente solidifica
no final da solidificação
com a composição eutética

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Equação de Scheil: 1
 Tf  T   k 1
Cs = kC0(1-fs)(k-1) ou fs  1  
T T 
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 f liq . 
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Regra da Alavanca:

CS 
kC0

T
liq . T  1
1  1  k  f S  fS
T f  T  1  k 

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Evolução da fração sólida com a temperatura para uma liga Fe-1%C de acordo
com a Regra da Alavanca e a Equação de Scheil

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Perfil de distribuição de soluto versus concentração de uma barra


solidificada

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Fusão Zonal: utiliza a redistribuição de soluto de forma vantajosa


Nivelamento zonal: perfil homogêneo das impurezas
Refino zonal: eliminação de impurezas
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Dopagem seletiva: adição seletiva e controlada de dopantes


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Perfil esquemático
de distribuição de
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uma impureza após a


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fusão zonal

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Eficiência do refino zonal depende de:
- Coeficiente efetivo de redistribuição de soluto (kef)
Determinação depende da complexidade do diagrama de
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equilíbrio e de particularidades da região onde os valores de


concentração de sólido e do líquido em equilíbrio devam ser
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levantados
- Velocidade de deslocamento da zona líquida (V)
- Tamanho da zona líquida (l)
- Grau de mistura do soluto no líquido
- Número de passadas da zona líquida
- Difusão do soluto no solvente no estado sólido 31
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Eficiência do refino zonal depende de:


Aspectos operacionais:
- Recipiente para acondicionamento do material – depende
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das características físicas e químicas dos materiais envolvidos


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- Atmosfera controlada e agitação do líquido


- Aquecimento: resistência elétrica, indução, laser, feixe de
elétrons, arco elétrico, plasma, etc.

Aplicações: materiais de grau eletrônico

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