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Sólidos Amorfos e
Temperaturas de Transição
Materiais Poliméricos I
Antonio J. F. de Carvalho
Compostos simples como glicose, etanol, benzeno, e água se apresentam normalmente em três
estados bem definidos, sólido, líquido e gás (vapor) e as transições entre esses estados ocorrem
de modo abrupto e bem definido.
•as molécula dos polímeros são muito grandes e não ocorrem na fase gasosa. Em
temperaturas elevadas ocorre a decomposição,
•uma dada amostra de polímero é composta por uma mistura de moléculas que apresentam
diferentes comprimentos (definida por uma distribuição de massa molar).
Ao contrário das moléculas simples as transições entre sólido e líquido em um polímero é muito
mais difusa e ocorre em uma faixa de temperatura que pode variar de 2 a 10 °C, dependendo da
polidispersividade do polímero e das interações intermoleculares.
Uma questão fundamental dos polímeros é o fato de que as movimentações moleculares são
promovidas pela energia térmica que se opõem as forças coesivas entre os segmentos de cadeia
(grupos de átomos) e entre cadeias vizinhas. Portanto as transições dependem também da
estrutura do polímero e duas temperaturas de transição principais são observadas e
acompanhadas de mudanças drásticas nas propriedades dos polímeros :
Polímero semi-cristalino
Polímeros com estrutura regular podem se cristalizar quando resfriados a partir
do fundido e quando reaquecidos fundem para formar um líquido. Essa é uma
transição muito familiar, ocorrendo quando o gelo se transforma em água, p. ex.
Essa transição, é denominada no caso dos polímeros é denominada de
Temperatura de Fusão Cristalina, Tm , para se diferenciar da fusão ordinária*.
Polímeros com estrutura não regular, por outro lado, não se cristalizam e
apresentam várias temperaturas de transição. Essas temperaturas definem
alterações reológicas do sólido. É importante mencionar, que os polímeros
amorfos ao se solidificar não cristalizam e dão origem a sólidos amorfos ou semi-
sólidos. No entanto, quando aquecidos bem acima da Tg, eles também fundem
para dar origem a um líquido viscoso na temperatura de fusão, Tmelt (Essa
temperatura é denominada de temperatura de fusão para se diferenciar da
temperatura de fusão cristalina) *.
C
Volume específico, Vsp
D
E
F
Tg Tm
Temperatura
Volume específico em função da temperatura para um polímero amorfo e um polímero
semi-cristalino. (A) líquido viscoso, (B) líquido viscoso com alguma resposta elástica, (C)
borrachoso, (D) vítreo, (E) cristalinos em um a matriz borrachosa, (F) cristalitos em uma
matriz vítrea.
Descrição do Processo:
V, H ou S
V, H ou S
Tm T Tg T
α, Cp
α, Cp
Tm T Tg T
Temperatura de transição vítrea
Agitação térmica:
Forças
Em oposição Vibração, rotação e
intermoleculares
translação das moléculas
1 – Vítreo
2 – Transição vítrea
3 – platô de borracha (semi-
sólido)
4 – fluxo de borracha (plástico)
5 – Fluxo viscoso (líquido
viscoso)
Polímero
reticulado
Elasticidade
Cristalino
Log Eamorfo
Líquido
viscoso
Semi-sólido Plástico
Vítreo
viscoelástic amorfo
cristalino
Volume
TA Tg Ts Tm
Temperatura
Variação no estado em função da temperatura em termos da elasticidade e do volume. (J.
Furukawa)
Determinação Experimental da Tg
Volume específico, Vsp
Tg T
Temperatura
Teorias para a transição vítrea
A transição vítrea e um fenômeno complexo que envolve fatores tais como
equilíbrio, termodinâmica e cinética. As diversas teorias para a transição vítrea
são baseadas em abordagens termodinâmica e cinética.
1. Teoria cinética
2. Teoria com sistema considerado em equilíbrio (termodinâmica)
3. Teoria do volume livre
.
1. Teoria cinética para a transição
vítrea
Constante de velocidade
Para temperatura constante temos que a equação da velocidade
é dada por:
cinética
Este estado é um estado ideal, que na prática não pode ser obtido, pois iria
requerer tempo infinito.
Ref. Gibbs, J.H. and DiMarzio, E.A., J. Chem. Phys. 28, 373, 1955; 28, 807, 1958.
3. Teoria do Volume Livre
O volume total é definido por:
V(Tg)
V0 (T=0) + Vf (T=0)
f = 0,025 Volume ocupado
pelas moléculas
V0 (T=0)
Tg
Temperatura
A área entre as curvas (sombreada) indica o volume livre que decresce até uma
temperatura crítica, a Tg
V0 pode ser expresso como:
𝑉𝑉0 = 𝑉𝑉 ′ + 𝛼𝛼𝑔𝑔 𝑇𝑇
onde, V’ = é o volume do material vítreo extrapolado para o zero absoluto
αg = coeficiente de expansão térmica do material vítreo
Polar
Ligação hidrogênio
Iônica
4 Copolimerização
A. Isomórfico (copolímero homogêneo ou blenda miscível) onde o volume específico
de cada componente é similar, um podendo substituir o outro na fase sólida.
Portanto, o copolímero homogêneo com respeito a sua geometria molecular.
𝑇𝑇𝑔𝑔 = 𝑉𝑉1 𝑇𝑇𝑔𝑔1 + 𝑉𝑉2 𝑇𝑇𝑔𝑔2 (Equação 1)
V1 e V2 são as frações de volume dos componentes 1 e 2. (Ver linha 1 fig. a seguir)
(Equação 2)
𝑇𝑇𝑔𝑔 = 𝑉𝑉1 𝑇𝑇𝑔𝑔1 + 𝑉𝑉2 𝑇𝑇𝑔𝑔2
Efeito da Massa molar
Fox, Thomas G., and for motion Flory, Paul J. “Second-Order Transition Temperatures and Related Properties
of Polystyrene. I. Influence of Molecular Weight.” Journal of Applied Physics 21 (June 1950): 581-591.
Onde:
Onde: T0 = temperatura de transição vítrea do polímero não reticulado que tenha a mesma
composição química do polímero reticulado.
Mc = massa molar média numérica (Mn) dos trechos entre os pontos de ligação cruzada.
8 Plastificação
Volume livre e sua dependência com a estrutura e moléculas
externas
(a) n
(b) n
(c)
n
(d)
1 Polímeros simétricos
𝑇𝑇𝑔𝑔 = 𝑇𝑇
2 𝑚𝑚
3 Ts: temperatura de
𝑇𝑇𝑠𝑠 = 𝑇𝑇𝑚𝑚
4 amolecimento e de fluxo-não-
fluxo
* Polímeros não simétricos são definidos como tendo átomos de carbono na cadeia principal que não tem
dois substituintes idênticos. P. ex. Polipropileno.
Simétricos. P.ex. polietileno
J. Furukawa – Pysical Chemistry of Polymer Rheology, Sperling pg. 363 and van Krevelen, D. W. pg 166.
Mais sobre o acidente do Challenger em 1986.
Simulation: https://www.youtube.com/watch?v=01CfiyP0_7A
Helicopter camera:
https://www.youtube.com/watch?v=YV-75Hg0nMc
Investigation: https://www.youtube.com/watch?v=oaQbfMQCHZM
https://www.youtube.com/watch?v=oaQbfMQCHZM
https://www.youtube.com/watch?v=oaQbfMQCHZM
https://spaceflight.nasa.gov/outreach/SignificantIncidents/assets/rogers_
commission_report.pdf
O Estado Vítreo: Temperatura
de Transição vítrea
Esse tópico
será retomado
mais tarde
G’/MPa ou Tg
α
OCH2CH3
β
CH3 CH2CH2CH2CH3
δ γ
ε
Temperatura (K)
Grupos laterais Movimentos Movimentos Escorregamento
Movimentos Flexão e
locais distensão graduais as amplos das de cadeia
cadeias cadeias
Tγ Tβ Tα ou Tg
E’/MPa
Polímero totalmente cristalino,
não se verifica Tg
Tm
Temperatura (K)
Grupos laterais Movimentos Movimentos Escorregamento
Movimentos Flexão e
locasi distensão graduais as amplos das de cadeia
cadeias cadeias
Abaixo da Tg somente átomos ou grupos menores de átomos como trechos curtos de
cadeia ou grupos laterais ( p. ex. –OCH3) se movem. Esses movimento levam a
transições denominadas de α, β, γ, etc. em ordem decrescente de temperatura.
Tg para um sistema de duas fases ou mais
No caso de copolímeros em bloco e enxertados, cujos blocos são
incompatíveis entre si ocorre separação de fase de modo que dois valores de
Tg serão observados, um para cada fase do sistema.
Fase polibutadieno
Fase poliestireno