Você está na página 1de 2

Carla Laize dos Santos Cruz Costa

INFLUÊNCIA DA CONFIGURAÇÃO DA CADEIA POLIMÉRICA SOBRE A


TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO VÍTREA E A TEMPERATURA DE FUSÃO
CRISTALINA
A configuração de uma cadeia polimérica é comporta por arranjos moleculares
espaciais formados por ligações químicas intramoleculares (primárias, fortes) e é
definida
durante a sua polimerização, não podendo ser alterada posteriormente. Sendo assim,
para que ocorram mudanças de configuração é necessário quebrar as ligações primárias
e tal fato envolve a degradação do polímero.
Existem três tipos característicos de configurações em polímeros: a)
Encadeamento: Está relacionado com as disposições do elemento carbono na molécula
e é dividido em: cabeça-cauda, cabeça-cabeça (ou cauda-cauda) e misto). b) Isomeria:
Está relacionada com as possibilidades que os carbonos ligados por ligações simples
têm de girar livremente em igual probabilidade de posicionamento tanto do mesmo lado
como em lados opostos, sendo que na configuração cis, a cadeia cresce do mesmo lado
da dupla ligação e na configuração trans o crescimento se dá em lados. c) Taticidade:
dividido em isotático, neste caso, todos os grupos laterais são dispostos de um mesmo
lado do plano definido pelos átomos da cadeia principal; sindiotático, no qual os grupos
laterais são dispostos de maneira alternada e atático, quando não há uma regularidade na
disposição.
Levando em consideração que as forças intramoleculares, covalentes e fortes vão
determinar como estarão arranjadas as unidades de repetição e que a depender de como
o polímero está organizado espacialmente, ou seja, se ele é atático, isotático, qual tipo
de encadeamento presente ou o tipo de isomeria por exemplo, teremos regiões
cristalinas e amorfas em proporções diferentes. Sendo assim essas características têm
influência sobre a temperatura de transição vítrea e a temperatura de fusão cristalina.
A temperatura de transição vítrea (Tg) demarca uma faixa de temperatura, na
qual o material passa de um estado vítreo para um estado borrachoso e está relacionada
com as regiões amorfas do polímero, pois está é que adquiri mobilidade quando o
material atinge sua Tg, já a temperatura de fusão cristalina (Tm) é uma transição das
fases cristalinas, relacionada com a fusão dos cristais, na qual a região cristalina do
polímero ganha mobilidade devido a redução das ligações secundárias. Assim, um
polímero completamente amorfo não possui Tm, pois não possui cristais e um polímero
semicristalino possui Tg e Tm.

Um exemplo de como a configuração afeta na Tg e na Tm de um polímero é o


poliestireno comercial, pois ele possui uma configuração atática (quando não há uma
regularidade na disposição) sendo amorfo e não apresentando Tm. Além disso devido a
presença do grupo aromático volumoso na cadeia lateral do PS ele tem uma elevada Tg
(~100°C). Um outro exemplo é o polipropileno comercial, que possui uma configuração
comercial isotática (mais organizado quando comparado ao PS), com cristalinidade
entre 60-65%, mas com um percentual elevado de regiões amorfas, com Tg abaixo a
temperatura ambiente (~–10°C) e Tm de 160°C. Logo, quanto maior a fração amorfa no
polímero maior a sua Tg.
Um outro exemplo é o poli(isopreno), que na sua forma trans é um plástico
semicristalino muito rígido enquanto que na configuração cis é um elastômero com
excelentes propriedades elásticas, isso ocorre pois a configuração trans não favorece o
empacotamento das cadeias poliméricas e por isso reduz as propriedades elastoméricas
do polímero, dessa forma a sua configuração cis e trans terão temperaturas de Tg e Tm
distintas devido a essa diferente organização espacial do polímero.

LUZ polarizada
Polarizador: seleciona o feixe (o comprimento de onda) para ser propagado em
um só plano
A luz não polarizada se propaga em vários planos.

Você também pode gostar