Ligação Covalente: consiste no compartilhamento de dois elétrons entre os átomos, sendo a mais
comum em polímeros, determinando as forças intramoleculares. Ligações covalentes normalmente
envolvem curtas distâncias (próximas de 1,5 Angstrons) e altas energias (100Kcal/mol).
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Ligações moleculares primárias ou intramoleculares
A ligação simples C-C é a ligação covalente mais comum, presente na maioria dos polímeros. Quando a
ligação mais instável está posicionada em grupos laterais, sua quebra pode gerar a degradação
do polímero. Exemplo: degradação do PVC em situações de aquecimento excessivo, a ligação C-
Cl se rompe, gerando ácido clorídrico (HCl) e uma ligação C=C na cadeia polimérica.
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Ligações moleculares primárias ou intramoleculares
POM (Poliacetal)
Poliésteres, PC
POM (Poliacetal)
Poliésteres, PC
Poliamidas
Silicone
Poliamidas
São forças entre segmentos de cadeias poliméricas que aumentam com a presença de grupos polares e
diminuem com o aumento da distância entre moléculas.
Distância típica: aproximadamente 3 Angstrons (2 vezes a distância típica das ligações primárias).
Força de ligação típica: 5 Kcal/mol (1/20 da força de ligação típica das ligações primárias).
Com o aumento de sua intensidade, maior é a atração entre as cadeias, dificultando o fluxo e/ou a
separação das mesmas. São de 2 tipos principais:
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Polaridade
Definição de Polaridade: é a capacidade que a ligação possui de atrair cargas elétricas, o que resulta
em acúmulos de cargas em polos positivos e polos negativos.
Na ligação iônica ocorre transferência de elétrons, gerando polos positivos e polos negativos toda
ligação iônica é polar.
Na ligação covalente, os polos estão associados à eletronegatividade.
Eletronegatividade é a tendência que o átomo de um determinado elemento apresenta para atrair
elétrons, num contexto em que se acha ligado a outro(s) átomo(s).
Escala de Eletronegatividade de Pauling:
Podemos representar a polarização de uma ligação covalente por um vetor momento de dipolo (m). O
vetor tem a direção da reta que passa pelo núcleo dos átomos que fazem parte da ligação considerada e
é orientado no sentidos do polo positivo para o negativo.
As ligações apolares possuem vetor momento de dipolo nulo (m=0).
No caso da análise de moléculas com mais de dois átomos, deve-se somar todos os vetores das ligações
existentes e concluir se o vetor resultante (mR) é nulo ou não. Se for nulo a molécula é apolar, caso
contrário, é polar.
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Polaridade: exemplos
Água (Angular)
Polar (mR 0) Tricloreto de Tricloreto de Boro
Nitrogênio (Piramidal) Metano (Tetraédrica) (Trigonal Plana)
Polar (mR 0) Apolar (mR = 0) Apolar (mR = 0)
Nas moléculas angular, trigonal plana, tetraédrica e piramidal, polaridade depende da
eletronegatividade dos átomos envolvidos e da geometria molecular.
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Polaridade: regra geral
Lineares
(Ácido Clorídrico, HCl, e Ácido Cianídrico, HCN) Lineares (Gás Cloro , Cl2, e Dióxido de Carbono, CO2)
Angular
(Água, H2O) Piramidal Trigonal Plana Trigonal Plana Tetraédrica
(Amônia, NH3) (Formaldeído, CH2O) (Tricloreto de Boro, BCl3) (Metano, CH4)
Pontes de Hidrogênio
São interações intermoleculares de maior intensidade entre o hidrogênio com átomos F, N, e
O de moléculas adjacentes em moléculas polares. Um exemplo são as pontes de hidrogênio
formadas entre o oxigênio do grupo carbonila (C=O) e o hidrogênio do grupo amida (N-H).
A existência desta força é um dos principais motivos para que a temperatura de fusão da
poliamida 6.6 seja 130ºC acima (265ºC da PA 6.6 x 135ºC do PEAD) daquela apresentada
pelo polietileno de alta densidade (PEAD), que só apresenta forças secundárias do tipo
dispersão.
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Forças moleculares: Resumo
Influencia na:
Influencia na:
Rigidez/flexibilidade da cadeia Tg, Tm, solubilidade,
polimérica grau de cristalinidade,
Estabilidades térmica, permeabilidade a gases e
química e fotoquímica vapores, propriedades
mecânicas
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Tipos de cadeias poliméricas
Cadeias ramificadas: da cadeia principal partem prolongamentos, que podem ser longos ou curtos,
formados pelo mesmo mero que compõe a cadeia principal ou por um outro mero formando diferentes
arquiteturas, podendo ser:
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Tipos de cadeias poliméricas
Cadeias com ligações cruzadas: as cadeias estão ligadas entre si através de ligações primárias
covalentes fortes. Estas ligações cruzadas amarram uma cadeia às outras impedindo seu livre
deslizamento. Pode-se subdividir esta categoria em elastômeros (baixa densidade de ligações cruzadas)
e termofixos (alta densidade de ligações cruzadas).
Elastômero
Tg< Tambiente(amorfo – pode cristalizar sob tensão) s s
Baixa densidade de ligações cruzadas
Elevada deformação elástica
Baixo módulo elástico
Processo de reticulação conhecido como vulcanização
Termoplástico semi-cristalino
Tg < Tambiente< Tm s s
Sem ligações cruzadas
Deformação elástica + deformação plástica
Moderado módulo elástico
Termofixo
Tg > Tambiente (amorfo) s s
Elevada densidade de ligações cruzadas
Baixa deformação elástica 16
Elevado módulo elástico
Processo de reticulação conhecido como cura
Polietileno reticulado (XLPE e PEX)
A promoção de ligações cruzadas é uma maneira de se modificar as características dos polímeros, já que a
reticulação dificulta a fusão e o escoamento quando aquecido. Por meio da reticulação, o polímer
semicristalino exibirá propriedades mecânicas de termoplásticos abaixo da Tm e propriedades
elastoméricas acima da Tm e terá aumentada sua viscosidade na forma fundida, sua resistência
deformação e a resistência ao aparecimento e propagação de trincas.
Resina base para tubos de água quente (PEX): PEAD.
Resina base para revestimentos de cabos elétricos (XLPE): PEBD ou PEBDL.
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Polietileno reticulado (XLPE e PEX)
1) Reticulação por radiação: este método consiste em bombardear o polietileno com feixes elétrons de alta
energia (UV ou raios gama) que liberam radicais e causam a reação de reticulação subsequente pela
subtração do hidrogênio. Praticamente, isto é feito passando o produto final através de uma unidade
grande de radiação uma única vez ou até conseguir o nível desejado de reticulação. O polietileno é
reticulado desta maneira sem nenhuma adição química, mas geralmente aceleradores ou promotores
são incorporados para apressar os tempos de reação e para melhorar a eficiência de reticulação.
H Radiação H
C C C
H H H
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Polietileno reticulado (XLPE e PEX)
2) Reticulação por peróxidos: utiliza peróxido (geralmente peróxido de dicumila) como agente reticulante e
consiste na decomposição térmica do peróxido liberando radicais que podem retirar átomos de
hidrogênio da cadeia do polímero em temperaturas acima da Tm. Este local transforma-se então em um
radical reativo que pode formar uma ligação cruzada com um outro radical do polímero. Esta reação
ocorre repetidamente até que todo o peróxido seja consumido ou até que a temperatura atinja valor
inferior ao da decomposição do peróxido.
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Polietileno reticulado (XLPE e PEX)
3) Reticulação por organo-silano: ocorre em duas etapas (processo Sioplas, desenvolvido pela Dow
Química).
A primeira etapa consiste na incorporação de um organo-silano hidrolisável à cadeia principal do
polietileno usando peróxido como iniciador.
Na segunda etapa o polímero é reticulado por exposição à umidade.
A reação de reticulação envolve a hidrólise dos grupamentos alcóxi com a umidade, seguida da
condensação dos grupamentos hidroxila para a formação das ligações siloxano.
Estrutura do PE reticulado
Monômero de Estireno
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Copolímero de Poliéster/Estireno