Você está na página 1de 14

Polímeros

Ligações primárias e secundárias: Dipolo: Presente em átomos polares, criando


um momento permanente que aumenta com a
Ligações primárias: Trata-se das ligações
diminuição da distância entre os átomos. Essa
covalentes.
ligação depende da temperatura, isso porque a
agitação térmica desalinha os dipolos.
Ligações secundárias: Van der Waals, Dipolo-
dipolo e Ponte de hidrogênio.
Pontes de hidrogênio: É a interação mais forte
de todas, ocorre entre um ácido (hidroxil,
LIGAÇÕES INTRAMOLECULARES
carbonil ou amina) e uma base (oxigênio em
Não têm tanta influência nas propriedades
carbonila, éter ou hidroxila ou nitrogênio em
mecânicas do material, mas definem a
aminas e amidas). Ou seja, é a ligação de um
estabilidade térmica do material (temperatura
hidrogênio com outro elemento de outro átomo
de decomposição).
(F, O, N).

A ligação covalente irá definir a temperatura de DENSIDADE DE ENERGIA COESIVA - PONTE


inicio da decomposição do polímero. DE HIDROGÊNIO
Energia necessária para remover uma
LIGAÇÕES INTERMOLECULARES molécula de um líquido ou sólido para uma
Nos termofixos, as reticulações (ligações posição longe de seus vizinhos, ou seja, para
covalentes) afetam as propriedades físicas, separar os grupos que estão atraídos entre si.
químicas e mecânicas do polímero.
Alguns termoplásticos podem chegar a ter
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS um comportamento semelhante ao de um
termofixo, (não amolecer durante o
Van der Waals: Característica de moleculas de
aquecimento) caso tenham uma força de
baixa polaridade (apolares) e é formada pelos
atração entre os elementos alta o suficiente
momentos de dipolo que geram uma
para isso.
polarização temporária, criando uma atração
entre os átomos. Essa atração torna-se
desprezível quando há outra ligação secundária
atuando em um polímero.

CAP 2: CONCEITOS E ESTRUTURA BÁSICA


Os polímeros são formados por unidades repetitivas unidas por ligações covalentes.
A principal característica dos polímeros é a massa molar alta
CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS: São fusíveis e solúveis (ligações secundárias
entre as cadeias moleculares), por isso são
1) Arquitetura molar e forças coesivas
muito usados nos bens de consumo;
Os polímeros podem ter uma arquitetura
As ramificações ocorrem por causa de desvios
molecular do tipo linear, ramificada ou reticulada.
das reações de polimerização;
Termoplásticos: São mais fáceis de reciclar;
Ligações covalentes presente apenas na cadeia Fusão: A energia do sistema supera a energia
principal. da dissociação das ligações secundárias, que
Podem ser lineares ou ramificados; é mais baixa.
Termofixos e elastômeros:
Os termofixos (termorrígidos) são reticulados; Configurações moleculares
As ligações covalentes entre as cadeias
tornam os termofixos insolúveis e infusíveis; Está relacionada à distribuição espacial dos
As reticulações (ligações covalentes) surgem átomos na molécula, e depende da posição
por meio da polimerização ou durante o relativa dos grupos químicos.
processamento;
Elastômeros são tipos especiais dos Por causa de um controle estereoespecífico
termorrígidos, com cadeias flexíveis e um durante a síntese de um polímero, eles podem
número mais baixo de reticulações, tornando- existir em diferentes configurações.
-Obs: estereoespecífico se refere à estereoisomeria, que é a capacidade de
o um polímero mais elástico. substâncias terem a mesma fórmula molecular mas terem seus átomos
Fusão: Não ocorre o amolecimento pois a distribuídos de forma distinta.

energia das ligações intermoleculares é a A polimerização é dita estereoespecífica quando


mesma das ligações intramoleculares, há controle da forma como a dupla ligação do
ocorrendo a decomposição do material monômero de entrada se abre, formando
(rompimento das ligações covalentes) polímeros resultantes chamados
quando submetido a temperaturas muito estereoespecíficos.
altas.
Quanto mais reticulações, maiores módulo de Pode-se ter uma configuração que envolva
elasticidade, dureza, resistência ao calor, carbonos assimétricos, como a taticidade em
resistência química e menor é a deformação cadeia vinílicas, e a que envolve ligações duplas
ao se romper. de carbono, cis ou trans.

TATICIDADE:
Orientação molecular e anisotropia
É a forma com que as unidade repetitivas se
A anisotropia é a diferença de propriedades
dispõem em uma cadeia polimérica.
em função da direção que tais característica
são analisadas. A isotropia independe da
Estrutura isotática: Grupos substituintes
direção, sendo sempre a mesma.
arranjados predominantemente em uma lado
planar da cadeia.
A orientação molecular gerada durante o
processamento do polímero gera uma Estrutura sindiotática: Grupos substituintes
anisotropia de propriedades, especialmente dispostos de forma alternada em relação ao
no comportamento mecânico. plano da cadeia principal.

A anisotropia acontece por causa da Estrutura atática: Não há uma ordem na


diferença de intensidade entre as ligações disposição dos grupos substituintes.
covalente intramoleculares e as secundárias.
Além disso, pode-se ter uma disposição do tipo
Na orientação de maior intensidade das cabeça-cauda(a) ou do tipo cabeça-cabeça(b):
ligações observa-se um módulo de
elasticidade maior e uma resistência tênsil (a)
mais alta. Quando ultra orientado, apresenta
resistência mecânica muito maior do que o (b)
comum nessa direção.

Exemplos da aplicação da anisotropia: fibras


Ainda pode-se ter o estereoisomerismo da Arranjos moleculares enovelados:
variação cis-trans, que resulta do fato de a predominante no estado fundido, em soluções e
rotação atômica não ser livre ao redor de nas frações amorfas dos polímeros sólidos.
uma ligação dupla.
Arranjo cis: Segmentos de cadeia em cada Emaranhados moleculares: Quando moléculas
átomo de carbono da ligação dupla estão do enroscam entre si por causa de uma molécula
mesmo lado da ligação dupla (a). polimérica formar novelos e ter um comprimento
Arranjo trans: Segmentos de cadeia em cada grande, além de coexistir com outras
átomo de carbono da ligação dupla estão do macromoléculas . Esses emaranhados ciam
lado oposto da ligação dupla (b). interdependência física entre as
macromoléculas, tendo como consequência: alta
viscosidade, tenacidade e resistência tênsil,
grande extensibilidade dos elastômeros.
Abaixo está ilustrada a relação entre a massa molar de um dado polímero e o número de
emaranhados presente nele

Conformação molecular:
As cadeias poliméricas podem assumir
diferentes conformações - arranjos
moleculares espaciais que podem ser
alterados por rotações em ligações
covalentes simples.

Relacionado a distribuição espacial dos CONFORMAÇÃO DO TIPO HELICOIDAL:


átomos de uma molécula. Ocorre em polímeros com grupos laterais
volumosos, e a cadeia assume um perfil de
Há liberdade de movimentação dos grupos hélice com as ligações alternando nas formas
de cadeia, a depender da ligação química da trans e gauche, mantendo os ângulos de
cadeia principal e dos substituintes laterais. equilíbrio. É comum em polímeros isotáticos e
sindiotáticos.
O comprimento de contorno da careia é dado
por: L= n*l, sendo n o número de ligações e l FLEXIBILIDADE DA CADEIA POLIMÉRICA:
o comprimento das ligações. As rotações que ocorrem em torno das ligações
na cadeia principal denotam a natureza flexível
CONFORMAÇÃO TRANS-GAUCHE: dos polímeros e variam de acordo com a
É a mais comum, assumindo forma de zig- estrutura química do polímero, sendo controlada
zag, o ângulo de equilíbrio entre os átomos pela barreira de energia para rotação
de carbono é mantido, mas pode mudar em (movimento térmico da molécula se possuir
relação à disposição espacial da molécula. temperatura alta o suficiente para isso). Quanto
maior essa barreira, mais difícil é de o polímero
rotacionar e, portanto, menos flexível.

Grupos mais volumosos possuem cadeias mais


rígidas, assim como compostos com mais grupos
polares.
Abaixo está um gráfico que ilustra a Abaixo de Tg a o estado de mobilidade do
dependência da rotação e da energia polímero lembra a de um vidro (amorfo e
necessária: rígido) e acima a de uma borracha (amorfo e
flexível).

A Tg determina a transição térmica da fase


amorfa do estado vítreo para o borrachoso
(aquecimento) ou vice-versa (resfriamento).
Por isso, ela representa uma temperatura
limite para o uso do material, de acordo com
as propriedades que se deseja dele:
temperatura máxima (material vítreo) ou
A presença de reticulações, solventes ou temperatura mínima (material borrachoso)
plastificantes também afetam a barreira de
energia para a rotação: Ligações cruzadas POLÍMEROS E SUAS TEMPERATURAS DE
reduzem a capacidade de movimentação da TRANSIÇÃO VÍTREA:
cadeia, aumentando a energia necessária,
Blendas e copolímeros: Blendas são misturas
enquanto solventes e plastificantes aumentam
poliméricas e os copolímeros são polímeros
o espaçamento molecular e o volume livre,
com mais de um monômero.
tornando a cadeia mais flexível.
- A relação entre a Tg final de uma blenda ou de
Obs: Ligações cruzadas
um copolímero de apenas uma fase é dada a
são ligações covalentes
entre duas cadeias
seguir:
Sendo, respectivamente, Tga e Wa a massa e a
poliméricas laterais,
temperatura de transição da componente a, e
lineares ou ramificadas, Tgb e Wb da componente b.
resultando em polímeros
tridimensionais com alta
- Quando há a formação de mais de uma fase,
massa molar cada uma terá sua resposta individual para as
rotações moleculares, portanto, uma Tg para cada
Temperatura de transição vítrea: polímero isolado.
(Tg)
A barreira de energia para rotação - Borracha termoplástica: Caso do PS, o qual
(flexibilidade da cadeia) interferem diretamente pode ter sua fase vítrea amolecida
na temperatura de transição vítrea. reversivelmente abaixo da Tg.

De acordo com a temperatura, as fases Massa molar: Para polímeros com baixa
amorfas adquirem diferentes comportamentos. massas molares, fora do usual, a Tg aumenta
progressivamente até um limite onde o
Em temperaturas baixas, as moléculas aumento da massa não interfere mais na
poliméricas não têm mobilidade suficiente para temperatura.
rotacionar (energia interna insuficiente para
romper as barreiras de energia). Aditivo: O favorecimento da movimentação
das cadeias diminui a barreira de energia para
Temperatura de transição vítrea (Tg) é uma rotação molecular e também a Tg. O uso de
temperatura determinada, ou faixa de plastificantes diminui a Tg (reduz as interações
temperaturas, na qual a energia interna supera intermoleculares), enquanto agentes de
a energia de rotação e as moléculas ganham reticulação aumentam a Tg (presença de
mobilidade. ligações cruzadas).
Tg - polímero reticulado
Tgo - Polímero não reticulado
Mc - massa molar entre as reticulações
Temperatura
Uso mais
Polímero de transição Ramificações Consequências
comum
vítrea

Estrutura linear, Baixa polaridade:


PE Plástico dúctil
~(-150°C) apenas hidrogênio Interação de Van
(semicristalino) (borrachoso)
nas laterais der Waals fraca)

Volume elevado e
PP maior dificuldade Plástico dúctil
~(-10°C) Grupo de metil
(semicristalino) na movimentação (borrachoso)
molecular

Plástico rígido e
Muita dificuldade
PS (amorfo) ~(100°C) Grupo aromático transparente
em rotacionar
(vítreo)

Grande aumento
PVC na densidade de
(policloreto de ~(80 °C) Um grupo de cloro energia coesiva -
vinila) por causa das
ligações dipolo

Simetria dos
PVDC cloros, gerando
Dois grupos de
(policloreto de ~(-15°C) efeitos repulsivos -
cloro
vinilideno) e diminuindo a
energia coesiva
CAP 3: ESTADOS FÍSICOS E TRANSIÇÕES
Transição em polímeros amorfos: Temperatura de fluxo (Tf):

1) ESTADO VÍTREO E TRANSIÇÃO VÍTREA: Após uma certa temperatura, o polímero deixa
Movimento vibracional dos átomos sem de ter um comportamento borrachoso e passa a
movimento dos segmentos ou da cadeia. ter um comportamento líquido altamente
viscoso, (fluidoviscoso).
As regiões amorfas não têm mobilidade
suficiente para superar a barreira de energia É a temperatura na qual o polímero passa a se
para rotações moleculares, permanecendo em comportar como um fluidoviscoso, e depende
um estado ‘congelado’. dos tamanhos moleculares (massa molar).

Conforme o polímero é aquecido, os átomos Quanto maior a massa molar, maior a


começam a se movimentar até atingir a barreira temperatura de fluxo (Tf): maior a densidade
de energia, podendo haver rotações nas dos emaranhados e, portanto, maior o volume
ligações covalentes. livre necessário para que eles reduzam sua
influência e permitam o escoamento do
2) ESTADOS BORRACHOSO E FLUIDOVISCOSO: material.
Acima da Tg (barreira de energia para rotações
é superada) as regiões amorfas passam a ter
características borrachosas: alta ductilidade e
deformações reversíveis.

Possui uma quantidade maior de energia e


volume livre para a movimentação sgmental.

As baixas massas molares, M1 e M2, possuem


apenas os estado vítreo e fluidoviscoso, uma
transição apenas, caracterizada por um aumento
na deformação ao passar do estado vítreo para
o fluidoviscoso. Para M3, massa molar mais
elevada, há o estado vítreo, borrachoso e
fluidoviscoso, existindo duas transições, com o
Acima da Tg, conforme a temperatura é
desenvolvimento do platô borrachoso (diferença
aumentada, o volume livre também é, e,
entre Tg e Tf), que aumenta para maiores
consequentemente, há uma maior mobilidade
massas. Vale ressaltar que a Tg estagna a partir
molecular.
de uma temperatura, enquanto que a Tf sempre
aumenta com a massa.
3) DECOMPOSIÇÃO TÉRMICA:
A temperatura de decomposição, T(dec), é a
temperatura limite de processamento para o
polímero, principalmente para aqueles que
envolvem o escoamento da massa fundida.

T(dec) relacionada com as ligações químicas


primárias na cadeia principal e nos grupos
laterais, mas não depende da massa molar

Polímeros com cadeias mais simples, sem


ramificações e heteroátomos, com alta simetria e
energia de dissociação mais elevada possuem um
T(dec) mais alta. Quanto maior o
Janela de processamento: Se refere à faixa
desbalanceamento energético da estrutura,
de temperatura entre Tf e T(dec), e quando
menor a temperatura de decomposição.
muito estreita reduz a processabilidade do
material. É preciso buscar o equilíbrio, haja
Por causa da descomposição térmica não existem
vista que massas muito elevadas resultam
polímeros no estado gasoso, isso porque a
em materiais com propriedades mecânicas
energia necessária para causar os movimentos
melhores, mas com processamento
translacionais dos gases seria suficiente para
desfavorável.
romper as ligações covalente da cadeia principal,
decompondo o polímero.
Reticulações: São introduzidas durante o
processamento e influencia mais fortemente
4) TRANSIÇÕES DOS POLÍMEROS AMORFOS
a Tg. Por causa do ancoramento das
Abaixo de Tg: vítreo, alta rigidez e fragilidade.
macromoléculas por causa das reticulações
químicas, há uma necessidade de uma
Entre Tg e Tf: borrachoso, alta mobilidade
quantidade maior de energia para romper as
molecular, alta flexibilidade, deformações
barreiras e superar a Tg. Além disso, a Tg
reversíveis, maciez e baixa dureza.
tende a se aproximar da T(dec). Materiais
reticulados tendem a não ter um
Entre Tf e T(dec): janela de processamento,
comportamento borrachoso e, conforme há
deformações permanentes e escoamento
uma progressão das ligações cruzadas, o
molecular.
material deixa de fluir, caracterizando um
comportamento termofixo.
Acima de Tf: o material deixa de ser polimérico
por causa da decomposição térmica.

Massa molar: a massa molar possui influência


significativa apenas na Temperatura de fluxo,
que aumenta com a massa. Por consequência. o
tamanho das cadeias poliméricas e a densidade
dos emaranhados moleculares também
influenciam na Tf. Conforme há um aumento na
massa, a faixa (Tf - Tg) é aumentada, enquanto
(Tf - T(dec)) é diminuída
Transições em polímeros Transições dos semicristalinos
A fase cristalina passui maior
semicristalinos
empacotamento atômico e, por isso, será
Um material cristalino apresenta ordem a longas sempre rígida.
distâncias, com elementos estruturais repetitivos
em todas as direções. A fase amorfa pode ser rígida (vítrea) ou
flexível (borrachosa), a depender da
Polímeros semicristalinos têm duas fases com temperatura (Tg).
transições térmicas características de cada uma.
Sob Tg, o polímero semicristalino é rígido e
Temperatura de fusão frágil.
Materiais amorfos têm a Tg como característica,
enquanto cristalinos têm a Tm (temperatura de Acima de Tg, o polímero se torna mais dúctil
fusão), na qual há a destruição dos cristais dessa por causa do comportamento borrachoso da
fase. fase amorfa.

Nos semicristalinos, o empacotamento molecular Entre Tg e Tm, tem-se o melhor balanço das
é maior, o que aproxima os segmentos e propriedades do material, entre a rigidez e a
aumenta a intensidade das forças tenacidade e dependendem do grau de
intermoleculares, resultando que Tm é sempre cristalinidade do polímero, sendo que o
maior que Tg. grau de dureza, o módulo elástico e a
resistência à tração aumenta com esse
Polímeros mais polares e com grupos mais parâmetro, enquanto a tenacidade diminui.
volumosos têm uma Tm mais elevada do que
aqueles com baixa polaridade e maior Acima de Tm os cristais são destruídos e o
flexibilidade na cadeia. polímero se comporta como na fase amorfa
(borrachoso e fluidoviscoso).
Possui influência apenas da polaridade e da
rigidez dos grupos químicos presentes. Tm é a temperatura máxima de uso,
enquanto a faixa de temperaturas entre Tf e
T(dec) é a janela de processamento.

Um grau elevado de cristalinidade e uma


temperatura vítrea baixa potencializam a
rigidez e a tenacidade do material.

A massa molar continua influenciando


apenas a temperatura de fluxo, não
alterando a temperatura de fusão.
Copolímeros: estados físicos e transições

para a formação de novos polímeros tem-se a aditivação e a copolimeração, que


origina os copolímeros.

Copolímeros são polímeros formados por mais de um monômero que resultam em


um material com propriedades diferentes das dos homopolímeros individuais.

Tem-se copolímeros das seguintes arquiteturas: ao acaso, em blocos, alternados e


enxertia, que dependem da seletividade reativa, sistema catalítico e das condições de
síntese definidos na copolimerização.
CAP 4: ESTRUTURA DOS POLÍMEROS
CRISTALINOS
Em temperaturas maiores que Tm tem-se um estado amorfo, no qual os segmentos moleculares têm
cinética suficiente para se moverem relativamente independentes.

Conforme se diminui a energia cinética, esse movimento molecular também decresce e há uma
redução da distância dos grupos químicos e as forças intermoleculares aumentam, chegando a um
arranjo uniforme.

Caso as interações intermoleculares sejam fortes o suficiente e as cadeias poliméricas regulares, o


polímero cristaliza, formando regiões com um padrão repetitivo no estado sólido.

Cristalinidade e cristalizabilidade:
A cristalização ocorre por meio da formação de
um núcleo sólido no meio líquido, e a posterior
difusão dos segmentos moleculares para se
alinharem com os núcleo, formando os cristais.

O melt polimérico (comportamento borrachoso) 1) CRISTALINIDADE:


tem uma dificuldade maior em formar cristais,
Grau de cristalinidade(Xc): Trata-se do
dada sua alta massa molar e a alta viscosidade
percentual mássico ou volumétrico de cristais
por causa dos emaranhados moleculares, além
em uma amostra, alcançado sob alguma
da presença de imperfeições.
condição determinada.

Os polímeros não formam estruturas Materiais cristalinos têm um empacotamento


completamente cristalinas, mas uma molecular maior, implicando em valores
combinação de regiões amorfas e regiões maiores para densidade, módulo de
ordenadas, podendo ser completamente elasticidade e resistência química, à tração e ao
amorfos ou semi-cristalinos, mas nunca calor.
totalmente cristalinos.
Regiões amorfas favorecem a deformação, a
maciez e a tenacidade do material.
A difração dos raios-X é a mais clara para
diferenciar materiais cristalinos (a), amorfos (b) e
As propriedades que o polímero irá adquirir
semicristalinos (c):
depende da temperatura:
- Abaixo de Tg: comportamento mais próximo do
cristalino, vítreo, baixa mobilidade.
- Acima de Tg: Regiões amorfas têm comportamento
borrachoso, muito diferente da região cristalina, que
possui uma coesão molecular mais elevada,
dificultando a deformação e a ruptura por tração
- Abaixo de Tg, as regiões amorfas têm mais
semelhança em relação à mobilidade com as regiões
cristalinas, reduzindo a tenacidade.
2) CRISTALIZABILIDADE: Volume dos grupos químicos: Grupos
Tendência do material de se cristalizar sob volumosos na cadeia principal ou lateral
condições ideais. deixam a molécula mais enrijecida,
dificultando o crescimento cristalino, ao passo
A cristalizabilidade é determinada pela estrutura que cadeias mais flexíveis têm uma
química do polímero. mobilidade maior e, portanto, mais facilidade
em cristalizar.
Alguns polímeros podem ou não cristalizar
dependendo das condições de resfriamento, Polaridade: A cristalização resulta em um
como o polipropileno isotático, que não cristaliza empacotamento molecular maior e mais
quando resfriado rapidamente, enquanto o PEAD aproximação entre os segmentos, por isso,
é muito dificilmente obtido no estado amorfo. quanto maior a polaridade da molécula, mais
cristalizável ela é. Caso se tenha uma
Regularidade molecular: Quanto mais regular a estrutura irregular mas altamente polar, pode
organizada a cadeia polimérica, maior será a existir cristalização.
cristalizabilidade do polímeros. Copolímeros e
polímeros atáticos não cristalizam ou têm maior Massa molar: A cristalinidade diminui
dificuldade. Comonômeros dispostos conforme a massa molar aumenta. O
aleatoriamente, ramificações, extremidades das desentrelaçamento das cadeias nem sempre
cadeias, configurações aleatórias como a cabeça- ocorre e a cristalização é reduzida por causa
cauda, impurezas químicas e contaminações dos emaranhados, considerados imperfeições
diversas diminuem ou inibem a cristalização. Em por causa da aleatoriedade dos segmentos.
resumo, moléculas menos regulares cristalizam
menos.
3) CRISTALINIDADE vs PROPRIEDADES
Usa-se comonômeros de etileno no PP para
diminuir a Tg e aumentar a sua faixa de
Polietileno:
O PEAD (alta densidade) com sua estrutura temperaturas de uso. A adição muito grande
molecular essencialmente linear é mais de etileno reduz a cristalizabilidade do
cristalizável do que o PEBD (baixa densidade) polímero, interferindo nas propriedades
de cadeias ramificadas. mecânicas e térmicas do material.

Quanto mais cristalino maior o empacotamento Uma cristalinidade menor resulta em uma
molecular e mais rígido, resistente é o material. mterial resistente ao impacto e com módulo
Quanto mais amorfo, maior é a capacidade de elástico menor, e a presença de unidade
deformar e resistir a impactos.
flexíveis (comonômeros) reduz a Tg e a Tm.

Regiões amorfas têm uma capacidade maior de


deformação e resistem mais ao impacto.

O polietileno linear (de baixa densidade) é de


grande importância comercial e tem uma rigidez
da cadeia semelhante a de um grupo lateral por
causa das suas ramificações.

A adição de copolímeros ao PEAD pode ser útil


para chegar a um intermediários nas
propriedades do polietileno:

4) MÉTODOS PARA DETERMINAR A


CRISTALINIDADE:
Polipropileno:
Possui um percentual alto de fase amorfa e um
Por densidade: Regiões cristalinas são mais
temperatura vítrea de ~10°C, implicando em
densas que as regiões amorfas por causa do
maior fragilidade quando a temperatura
ambiente está mais baixa que o comum, empacotamento molecular e isso pode ser
favorecendo a ruptura com deformações bem usado para encontrar a cristalinidade:
inferiores (sem estricção).
Por DSC: Esse método faz uma análise da Tg e
da Tm do material, e calcula o grau de
cristalinidade por meio da variação da entropia Por raio-x: Essa técnica consistem em
de fusão da amostra e dos cristais do polímero determinar os planos cristalográficos, a
nesse processo. orientação e o tamanho dos cristais, o tipo de
retículo, etc.
Morfologia dos polímeros
Morfologia é a maneira como os cristais
poliméricos se estruturam e se apresentam
visualmente.

A principal morfologia dos polímeros é o


esferulito, estruturas complexas, formadas por
unidades intermediárias (lamelas ou fribilas),
que são constituídas por células unitárias.

Tem-se também os cristalitos, que são Um polímero jamais seria totalmente cristalino
pequenos cristais que representam as regiões pois, conforme a cristalização avança, as
ordenadas, e a sua dimensão na direção da macromoléculas das regiões amorfas, sob
cadeia é sempre considerada muito pequena se tensão, impediriam a continuidade da
comparada com a molécula estendida, de modo cristalização.
que a continuidade da estrutura ocorre pela
participação de uma mesma molécula em mais 2) CÉLULAS CRISTALOGRÁFICAS:
de um cristalito. As células unitárias representam a estrutura
cristalográfica de um material que possui
As moléculas atadoras mantêm os cristais ordem a longas distâncias.
presos entre si e são importantes para o
desempenho mecânico dos polímeros. Uma molécula polimérica pode participar de
muitas células consecutivas e com formas
1) TEORIA DA MICELA FRANJADA: cristalográficas distintas, além de regiões
Explica a coexistência de regiões amorfas e amorfas.
cristais poliméricos, além do padrão difuso da
difração dos raios-X, que são caracterizados Cadeias lineares com substituintes laterais não
por um grande alargamento de linha (cristais cristalizam na conformação zig-zag, mas sim
pequenos e imperfeitos) e pela difração difusa na helicoidal, acomodando melhor os átomos
(regiões amorfas). no cristal.

O PE cristaliza no sistema ortorrômbico e estão


em conformação zig-zag (trans). Essa
conformação é mais estável por causa do
menor impedimento estérico o que em trans-
gauche.
Os cristalitos estão submergidos em uma
matriz amorfa.

As franjas representam o material de transição


entre as fases amorfas e cristalinas, e a cadeia
polimérica passa por sucessivas regiões
desordenadas e organizadas (micelas).

(a) representa um amorfo e (b) um


semicristalino

Você também pode gostar