Você está na página 1de 48

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


LICENCIATURA EM ENGENHARIA QUÍMICA
CADEIRA: TERMOTECNIA
Tema: Motores termicos e sua eficiencia

Termodinamica do vapor de água

Discente: Docentes:

Mavenda, Genesse João Doutor. Eng. Miguel Uamusse

Doutor. Eng. Alberto Tsamba

Maputo, Janeiro de 2022

1
Sumário
1. Introdução.................................................................................................................................4

1.1 Objectivos.................................................................................................................................5

2. Motores de Combustão interna.................................................................................................6

2.1 Definições e Classificações......................................................................................................6

2.2 Ciclo Otto: O ciclo ideal dos motores de ignição por centelha................................................6

2.3 Ciclo Diesel: O ciclo ideal dos motores de ignição por compressão.........................................8

2.4 Ciclos Stirling e Ericsson...........................................................................................................9

3. Turbinas a gás.........................................................................................................................12

3.1 Introdução...............................................................................................................................12

3.2 Elementos Construtivos...........................................................................................................12

4. Características Gerais.............................................................................................................15

Classificação..................................................................................................................................17

4.1 Ciclos de Funcionamento........................................................................................................17

4.2 Ciclos Abertos.........................................................................................................................17

4.3 Diferenças entre ciclos de turbinas a gás reais e idealizados...................................................19

4.4 Ciclos Fechados.......................................................................................................................20

Ciclos Combinados Turbina a Gás e Turbina a Vapor..................................................................20

4.5 Análise da segunda lei dos ciclos de potência a gás................................................................20

5. Turbinas a Vapor....................................................................................................................22

5.1 Introdução................................................................................................................................22

5.2 Elementos Construtivos...........................................................................................................23

5.3 Classificação das turbinas a vapor...........................................................................................24

5.4 Tipos e Características das turbinas a vapor...........................................................................25

5.5 Ciclos de funcionamento das turbinas a vapor.......................................................................27

2
5.6 O ciclo de Carnot...................................................................................................................27

5.7 Ciclo de rankine: o ciclo ideal para os ciclos de potência a vapor.........................................27

5.8 Análise de energia do ciclo de Rankine ideal..........................................................................28

5.9 Aquecedores de água de alimentação abertos.........................................................................33

5.9.1 Aquecedores de água de alimentação fechados....................................................................34

5.9.2 Regulagem das Turbinas a vapor........................................................................................37

6. Equações fundamentais..........................................................................................................40

6.1 Perdas, Potências e Rendimentos............................................................................................40

6.2 Potência das turbinas a vapor..................................................................................................42

Exercício prático............................................................................................................................43

7. Conclusão...............................................................................................................................47

Bibliográfia....................................................................................................................................48

3
1. Introdução
Neste presente trabalho irei abordar sobre motores térmicos e sua eficiência, termodinâmica do
vapor de água. Primeiramente podemos compreender que este trabalho é muito fascinante pois
dá-nos uma visão mais ampla do nosso dia-a-dia e como funciona cada motor térmico,
conseguimos perceber a termodinâmica do vapor de água, o objecto de estudo, a importância, a
interação com outras disciplinas e a sua contextualização no que concerne aos conceitos básicos
e fundamentais.
Todo este trabalho vai girar em torno da temática motores térmicos e termodinâmica do vapor
de águae esta, será utilizada para a abordagem de vários conteúdos fundamentais.

4
1.1 Objectivos
 Saber classificar os motores de combustão interna
 Saber diferenciar os motores de combustão interna
 Conhecer os diagramas dos motores de combustão interna
 Saber fazer avaliação da Eficiência dos dos motores de combustão interna.
 Conhecer todos os ciclos dos motores de combustão interna mencionados no trabalho.
 Saber fazer análise dos Ciclos de Potência das turbinas
 Conhecer a termodinâmica do vapor de água

2. Motores de Combustão interna

2.1 Definições e Classificações

5
Os motores a pistão de combustão interna são máquinas térmicas motoras cujo objetivo é a
obtenção de trabalho a partir da liberação da energia química dos combustíveis. Tal liberação é
conseguida através de uma reação exotérmica entre o combustível e o oxigênio contido no ar.
Os motores a pistão de combustão interna podem ser classificados de várias maneiras, entre as
quais destacamos:
 Quanto às propriedades dos gás na fase de compressão: Motores Otto e motores Diesel.
 Quanto ao ciclo de trabalho: Motores de dois e a quatro tempos. Nos primeiros ocorre um
processo de trabalho em cada giro da árvore de manivelas. Nos outros o processo para ser
completado necessita de dois giros completos da árvore de manivelas.
 Quanto ao movimento do pistão: motores a pistão alternativos e rotativos.
 Quanto ao número de cilindros: motores a pistão monocilíndricos e policilíndricos.
 Quanto à disposição dos cilindros: motores a pistão com cilindros em linha, em V, em L,
em H, em W, em estrela e com cilindros opostos.

2.2 Ciclo Otto: O ciclo ideal dos motores de ignição por centelha
O ciclo Otto é o ciclo ideal dos motores alternativos de ignição por centelha. Ele deve seu nome
a Nikolaus A. Otto, que criou um bem-sucedido motor de quatro tempos em 1876, na Alemanha,
usando o ciclo proposto pelo francês Beau de Rochas em 1862. Na maioria dos motores de
ignição por centelha, o pistão executa quatro cursos completos (dois ciclos mecânicos) dentro do
cilindro, e o eixo de manivelas realiza duas revoluções para cada ciclo termodinâmico. Esses
motores são chamados de motores de combustão interna de quatro tempos.
Nos motores de dois tempos: o tempo motor e o tempo de compressão.

Os motores de dois tempos em geral são menos eficientes do que seus equivalentes de quatro
tempos, por causa da expulsão incompleta dos gases de exaustão e da expulsão parcial da mistura
de ar fresco e combustível com os gases de exaustão. Entretanto, eles são relativamente simples e
baratos, e têm melhores relações potência-peso e potência-volume, o que os torna adequados
para aplicações que exigem tamanho pequeno e pouco peso, como motocicletas, motosserras e
cortadores de grama
O ciclo resultante, que mantém características muito similares às condições de operação reais, é
o ciclo Otto ideal. Ele consiste em quatro processos internamente reversíveis:

6
1-2 Compressão isentrópica
2-3 Fornecimento de calor a volume constante
3-4 Expansão isentrópica
4-1 Rejeição de calor a volume constante

Figura 1: Diagrama T-s do ciclo Otto ideal.

O ciclo Otto é executado em um sistema fechado, e desprezando as variações das energias


cinética e potencial, o balanço de energia dos processos é expresso, por unidade de massa,
como :

e
Assim, a eficiência térmica do ciclo Otto ideal sob as hipóteses do padrão a ar frio torna-se:

Os processos 1-2 e 3-4 são isentrópicos e v2 = v3 e v4 = v1. Assim,

Substituindo essas quantidades na relação da eficiência térmica e simplificando, temos

é a razão de compressão e k é a razão dos calores específicos cp /cv.

2.3 Ciclo Diesel: O ciclo ideal dos motores de ignição por compressão
O ciclo diesel é o ciclo ideal dos motores alternativos de ignição por compressão. O motor de
ignição por compressão, proposto pela primeira vez por rudolph diesel, nos anos 1890, é muito
semelhante ao motor de ignição por centelha, diferindo principalmente no método de início da
combustão. nos motores de ignição por centelha (também conhecidos como motores à gasolina),

7
a mistura de ar e combustível é comprimida a uma temperatura abaixo da temperatura de
autoignição do combustível, e o processo de combustão é iniciado pela centelha de uma vela de
ignição. nos motores de ignição por compressão (também conhecidos como motores a diesel), o
ar é comprimido até uma temperatura acima da temperatura de autoignição do combustível, e a
combustão é iniciada pelo contato à medida que o combustível é injetado nesse ar quente.
Nos motores a gasolina, uma mistura de ar e combustível é comprimida durante o tempo de
compressão, e as taxas de compressão são limitadas pelo início da autoignição ou batida do
motor. Nos motores a diesel, apenas o ar é comprimido durante o tempo de compressão,
eliminando a possibilidade de autoignição. Portanto, os motores a diesel podem ser
desenvolvidos para operarem a taxas de compressão muito mais altas, em geral entre 12 e 24.
Não precisar lidar com o problema da autoignição é algo que traz outro benefício: muitos dos
requisitos mais rígidos impostos à gasolina agora podem ser eliminados, e combustíveis menos
refinados (e mais baratos) podem ser usados nos motores a diesel.

Figura 4: Diagramas T-s e P-v do ciclo Diesel ideal.

Observando que o ciclo Diesel é executado em um sistema pistão-cilindro, que forma um sistema
fechado, a quantidade de calor transferida para o fluido de trabalho a pressão constante e por ele
rejeitada a volume constante pode ser expressa como:

Assim, a eficiência térmica do ciclo Diesel ideal sob as hipóteses do padrão a ar frio torna-se:

Definimos uma nova grandeza, a razão de corte rc, como a razão entre os volumes do cilindro
após e antes do processo de combustão:

8
observamos que dentro das hipóteses do padrão a ar frio, a eficiência de um ciclo Diesel difere
da eficiência de um ciclo Otto pelo termo entre colchetes. Esse termo é sempre maior que 1.
Assim,

2.4 Ciclos Stirling e Ericsson


Existem dois outros ciclos que envolvem processos isotérmicos de fornecimento de calor a TH e
rejeição de calor a TL: o ciclo Stirling e o ciclo Ericsson. Eles diferem do ciclo de Carnot, pois
os dois processos isentrópicos são substituídos por dois processos de regeneração a volume
constante no ciclo Stirling, e por dois processos de regeneração a pressão constante no ciclo
Ericsson. Ambos os ciclos utilizam regeneração, um processo durante o qual calor é transferido
para um dispositivo que armazena energia térmica (chamado de regenerador) durante uma parte
do ciclo, e é transferido de volta para o fluido de trabalho durante a outra parte do ciclo.

Figura 5.Um regenerador é um dispositivo que toma energia do fluido de trabalho durante uma
parte do ciclo e a devolve (sem juros) durante a outra parte do ciclo.

9
A Fig. 6b mostra os diagramas T-s e P-v do ciclo Stirling, que é formado por quatro processos
totalmente reversíveis:
1-2 Expansão a T _ constante (fornecimento de calor da fonte externa)
2-3 Regeneração a v _ constante (transferência de calor interna do fluido de trabalho para o
regenerador)
3-4 Compressão a T _ constante (rejeição de calor para o sumidouro externo)
4-1 Regeneração a v _ constante (transferência de calor interna do regenerador de volta para o
fluido de trabalho)

Figura 6. Diagramas T-s e P-v dos ciclos de Carnot, Stirling e Ericsson.

Os diagramas T-s e P-v do ciclo Ericsson são mostrados na Fig. 6c. O ciclo Ericsson é muito
parecido com o ciclo Stirling, exceto pelos dois processos a volume constante que são
substituídos por dois processos a pressão constante.
Um sistema com escoamento em regime permanente que opera segundo um ciclo Ericsson é
mostrado na Fig. 7, onde os processos de expansão e compressão são executados em um
compressor e uma turbina, respectivamente, e um trocador de calor em contracorrente serve
como regenerador. As correntes de fluido quente e frio entram no trocador de calor por lados
opostos, ocorrendo transferência de calor entre elas. No caso ideal, a diferença entre as
temperaturas das correntes não excede uma quantidade diferencial em nenhum ponto, e a
corrente de fluido fria deixa o trocador de calor à temperatura de entrada da corrente quente.

10
Figura - 7. Um motor Ericsson operando com escoamento em regime permanente.

Os ciclos Stirling e Ericsson são totalmente reversíveis, assim como o ciclo de Carnot; portanto,
de acordo com o princípio de Carnot, todos os três ciclos devem ter a mesma eficiência térmica
ao operarem dentro dos mesmos limites de temperatura:

Os motores Stirling e Ericsson são motores de combustão externa. Ou seja, o combustível é


queimado fora do cilindro, ao contrário dos motores a gasolina ou diesel, onde o combustível é
queimado dentro do cilindro.

3. Turbinas a gás

3.1 Introdução
A primeira turbina a gás foi desenvolvida a cerca de 150 anos, a partir dos conhecimentos
adquiridos com a evolução dos motores térmicos. A turbina a gás é uma máquina térmica na qual
se aproveita diretamente a energia liberada na combustão, armazenada nos gases produzidos que
se expandem, de forma parecida que o vapor nas turbinas a vapor, sobre as palhetas móveis de
um rotor. O grande avanço nas turbinas a gás ocorreu na época da 2 a Guerra Mundial devido a
aeronáutica, que tinha necessidade de aumentar a velocidade de seus aviões e continuou com a
industrialização após a 2ª Guerra, com a instalações de potência a gás.

11
Por fim, com o desenvolvimento da metalurgia nos últimos 30 anos foi possível obter materiais
que suportam temperaturas mais elevadas (superiores a 500oC) e que permitiram o
desenvolvimento das turbinas a gás modernas.

3.2 Elementos Construtivos


A turbina a gás é mais simples que podemos imaginar, tal constituída basicamente pelos
seguintes elementos:

Figura 1: Esquema de uma instalação com turbina a gás em circuito aberto, estacionária,
sem recuperação. I - Turbocompressor; II - Câmara de combustão; III - Turbina a gás; IV -
Alternador; V - Motor de arranque e excitatriz.

a) Compressor de Ar

O compressor de ar da turbina a gás pode ser centrífugo ou axial (vide figuras a seguir)
ambos estão constituídos por um rotor e um difusor, o que constitui um salto (estágio).
Geralmente, são constituídos por vários saltos (estágios), o que permite a instalação de
resfriadores intermediários que melhoram o rendimento da instalação, ao reduzir a
temperatura do ar entre uma compressão e outra. A Figura 1 mostra a variação da velocidade
e da pressão em um compressor axial de 6 estágios. Ainda com relação ao rendimento, o
compressor axial apresenta um maior rendimento que o compressor centrífugo.

12
b) Câmara de Combustão
A câmara de combustão pode ser simples ou múltipla. As múltiplas são sempre tubulares e as
simples podem ser tubulares e anulares. Por sua vez todos estes tipos podem ser de construção
horizontal ou vertical. As de construção horizontal são montadas em cima ou ao redor da turbina
a gás; as de construção vertical são montadas ao lado da turbina a gás.
A câmara de combustão realiza as seguintes operações:
 pulverização do combustível
 vaporização do combustível
 faz a mistura ar-combustível
 inflamação e combustão da mistura
 diluição dos produtos de combustão
É óbvio que a cada um destes processos não corresponde precisamente uma zona (região)
determinada da câmara de combustão. As câmaras de combustão tubulares se adaptam melhor
aos compressores centrífugos e as câmaras de combustão anulares aos compressores axiais.
c) Sistema de Alimentação de Combustível
É constituído de um reservatório e um pulverizador de refluxo.
Geralmente, a quantidade de combustível que chega ao injetor é constante e as variações
na quantidade injetada se efetuam variando a quantidade de refluxo mediante uma válvula
intercalada no conduto de retorno ao depósito.
d) Turbina
A Turbina a gás propriamente dita pode ser axial ou radial. As axiais são as mais utilizadas. São
constituídas de forma parecida às turbinas a vapor e podem ser de ação ou reação.

e) Trocador de Calor (Regenerador)


São utilizados para aquecer o ar que saí do compressor e que se injeta na câmara de combustão,
às custas do calor contido nos gases de escape que saem da turbina a gás, aumentando o
rendimento. A construção é bastante parecida com a dos radiadores normais; neles as correntes
quente e fria estão separadas por paredes condutoras, através das quais se realiza diretamente o
intercâmbio de calor. Podem ser do tipo tubular simples, tubular com chicanas ou de placas
onduladas.

13
f) Refrigeradores (Resfriadores)
O calor de compressão, assim como o resto do calor dos gases que saem do trocador de calor, são
eliminados nos refrigeradores. Normalmente, a superfície de troca de calor está formada por
tubos de aletas helicoidais, percorridos por água de refrigeração. Eles são montados em conjunto
dentro de uma envoltura (carcaça), perpendicularmente a corrente de ar.

g) Órgãos Auxiliares
 Motor de arranque: é um motor de indução que aciona o compressor que alimenta a
Turbina a gás até que haja o início do processo de combustão na Câmara de combustão, o
que ocorre quando a velocidade de rotação atinge cerca de 60% da velocidade de regime.
A partir daí ele pára de operar, passando a Turbina a gás a movimentar o compressor e o
gerador.
 Acendedor: é um órgão situado no interior da Câmara de combustão, que serve para
acender a chama durante o processo de arranque. Geralmente é constituído por um injetor
auxiliar situado de forma inclinada com relação ao injetor principal que é acionado
eletromagneticamente e por uma vela de ignição.

4. Características Gerais
a) Funcionamento
O ar atmosférico aspirado pelo compressor alimenta a câmara de combustão a uma pressão entre
5 e 8 atm. Na câmara de combustão, se injeta o combustível de forma contínua, por meio de uma
bomba adequada. A combustão, que se inicia eletricamente durante o arranque, continua a
pressão constante, com temperaturas que alcançam de 650 a 1200oC.
Os gases de combustão se expandem sobre o rotor da turbina a gás gerando a energia necessária
para acionar o compressor, o gerador e fornecer uma potência útil (30% da potência total).

14
b) Processo de Combustão
Para uma boa combustão, a relação Ar/Combustão deve ser próxima da estequiométrica na zona

da queima Para iniciar a combustão é utilizada uma fonte externa (vela), para fornecer a energia
de ativação necessária; uma vez iniciada a combustão mantém-se uma chama estacionária na
corrente de mistura (ar+combustão) é a combustão é auto-sustentada.
Quanto maior a temperatura dos gases na saída da câmara de combustão, melhor o rendimento
térmico da turbina a gás; a limitação da temperatura se deve a problemas metalúrgicos e de
resistência do material que constitui a turbina a gás.
O processo de combustão envolve a oxidação dos constituintes do combustível que são
capazes de ser oxidados, podendo, portanto ser representado por uma equação química. Durante
o processo de combustão, a massa de calor de cada elemento permanece constante. Uma
combustão com o oxigênio estritamente necessário para uma dada quantidade de combustão é
denominada estequiométrica. O oxigênio necessário a tal combustão denominase oxigênio
mínimo, e, em correspondência, temos o ar mínimo. Nesta combustão todos os produtos de
combustão estão completamente oxidados.
Quando uma combustão é realizada com mais ar que a quantidade mínima para a
combustão estequiométrica, dizemos que a combustão ocorre com excesso de ar.
Quando na falta de ar, a combustão é incompleta, aparecendo, entre outros produtos de
combustão, o Co como mais importante.

c) Combustíveis
As turbinas a gás admitem vários tipos de combustíveis, a única condição que se deve
levar em conta é que a quantidade de cinzas insolúveis não exceda um certo limite. Vejamos
alguns destes combustíveis e suas possibilidades de aplicação nas turbinas a gás:
 Gás Natural: é um combustível ideal para uso nas turbinas a gás. A única restrição é
que esteja limpo.
 Petróleo Bruto: na maioria dos casos, constitui um combustível muito favorável, que
pode ser utilizado sem reaquecimento nem tratamento prévio.
 Gases de Alto Fornos: como a quantidade de pó neste combustível é geralmente
elevada, deve ser instalado um filtro na entrada do compressor para sua utilização.
Embora seja barato, não é um combustível ideal, pois sem poder calorífico por
unidade de volume é baixo necessitando-se de grande quantidade do mesmo.

15
 Derivados de Petróleo: constituídos por hidrocarbonetos destilados (gasolina,
querosene, óleo Diesel, nafta, etc.), são bastante convenientes desde que produzam
pouca cinza.
Algumas das principais características que devem ter os combustíveis para as turbinas a
gás são:
 ser abundante na natureza e ter extração rentável;
 ter um pode calorífico por unidade de peso ou volume elevado;
 produzir gases de combustão que não poluam tanto o meio ambiente;
 não atacar as partes que estão em contato com ele ou com os seus produtos de combustão.

d) Formas de Construção
Qualquer que seja a aplicação a que se destina, quando uma turbina a gás produz potência
mecânica, há duas formas básicas de construção:
 Conexão Direta: A turbina a gás aciona o compressor por um eixo que é,
simultaneamente o eixo de potência. Pode ser usado apenas quando a rotação é constante.
 Turbina Livre: uma Turbina a gás é usada só para acionar o compressor, uma segunda
 Turbina a gás, sem acoplamento mecânico com a unidade geradora de gás (compressão +
câmara de combustão + turbina a gás para acionar compressor) produz a energia útil.
 Permite a operação numa dada faixa de rotação.

Classificação
As turbinas a gás recebem a mesma classificação que as turbinas a vapor quanto a direção do
escoamento (radiais ou axiais) e quanto ao princípio de funcionamento (ação ou reação).

4.1 Ciclos de Funcionamento

4.2 Ciclos Abertos


Neste tipo de ciclo não há recirculação do agente de transformação nos limites da central,
estando a entrada e a saída do conjunto, abertas à atmosfera. São os mais freqüentes. Entre eles
podemos destacar:

16
a) Ciclo Básico Ideal das Turbinas a gás (Brayton)
É o ciclo teórico de funcionamento das Turbinas a gás. É um ciclo a pressão constante. A Figura
abaixo mostra esquematicamente uma instalação aberta de potência a gás. É constituído
basicamente dos seguintes processos ideais:
1-2: compressão adiabático-isoentrópico. (compressor)
2-3: adição isobárica de calor (Câmara de combustão)
3-4: expansão adiabático-isoentrópico. (turbinas a gás)
4-1: cessão isobárica de calor (atmosfera)

Figura 2: Um motor a turbina a gás de ciclo aberto.

O ciclo de turbina a gás aberto pode ser modelado como um ciclo fechado. Aqui os processos de
compressão e expansão permanecem os mesmos, mas o processo de combustão é substituído por
um processo de fornecimento de calor a uma pressão constante a partir de uma fonte externa, e o
processo de exaustão é substituído por um processo de rejeição de calor a uma pressão constante
para o ar ambiente. O ciclo ideal pelo qual passa o fluido de trabalho nesse circuito fechado é o
ciclo Brayton, formado por quatro processos internamente reversíveis:

1-2 Compressão isentrópica (em um compressor)


2-3 Fornecimento de calor a pressão constante
3-4 Expansão isentrópica (em uma turbina)
4-1 Rejeição de calor a pressão constante

17
Figura 3: Um motor de turbina a gás de ciclo fechado.

4.3 Diferenças entre ciclos de turbinas a gás reais e idealizados


O ciclo da turbina a gás real difere do ciclo Brayton ideal em diversos aspectos. Um deles é que
alguma queda de pressão durante os processos de adição e rejeição de calor é inevitável. Mais
importante é o fato de que o trabalho de compressão real é maior, e o trabalho realizado pela
turbina é menor por causa das irreversibilidades.
As diferenças entre os comportamentos reais do compressor e da turbina e os comportamentos
isentrópicos idealizados podem ser consideradas utilizando as eficiências isentrópicas da turbina
e do compressor como

b) O ciclo Brayton com regeneração

18
Nos motores a turbina a gás, a temperatura do gás de exaustão que sai da turbina quase sempre é
consideravelmente mais alta do que a temperatura do ar que sai do compressor. Assim, o ar à alta
pressão que sai do compressor pode ser aquecido pelos gases quentes da exaustão em um
trocador de calor de correntes opostas (contracorrente), também conhecido como regenerador ou
recuperador.
A eficiência térmica do ciclo Brayton aumenta com a utilização de regeneração, uma vez que a
parte da energia dos gases de exaustão que normalmente é rejeitada para a vizinhança agora é
usada para preaquecer o ar que entra na câmara de combustão.

c) O ciclo Brayton com resfriamento intermediario, reaquecimento e regeneração

Também pode-se aumentar o rendimento de uma turbina a gás, refrigerando o ar de saída do


compressor e injetando-o em outro compressor de alta pressão, os refrigeradores intermediários
trabalham a contra-corrente e, em geral, as turbinas correspondentes são de dois ou mais eixos e
estão providas também de regeneradores.

d) c) Ciclos com Regeneração e Refrigeração


Ainda pode-se aumentar o rendimento de uma turbina a gás se, além da refrigeração do ar do
compressor e da regeneração (recuperação) da temperatura do ar que vai para a Câmara de
combustão, for aproveitado o calor dos gases de escape, introduzindo-o em uma nova Câmara de
combustão em cuja saída aciona uma nova turbina a gás de baixa pressão.
e) Ciclos com Regeneração, Refrigeração e Reaquecimento
É uma combinação dos dois ciclos apresentados nos ítens anteriores (c e d) que permite alcançar
elevados rendimentos térmicos (>30%).

4.4 Ciclos Fechados


Neste tipo de ciclo há uma recirculação de praticamente todo o agente de transformação
(excluindo as perdas), de forma contínua.

O gás depois de se expandir na turbina a gás não vai para a atmosfera, recircula; na câmara de
combustão o gás não se mistura com os produtos de combustão, sendo a câmara de combustão
um trocador de calor de superfície, com funcionamento semelhante a uma caldeira a vapor

19
(gerador de vapor). O gás que saí da turbina a gás entre nos compressores depois de passar por
um regenerador e um pré-refrigerador. Entre os compressores existe um refrigerador.
Obs.: A câmara de combustão pode ser substituída por um reator no caso de utilização nuclear.

Ciclos Combinados Turbina a Gás e Turbina a Vapor


Os ciclos de funcionamento combinados TG-TV são muitos, porém os realizados são
relativamente poucos. Consiste basicamente na utilização dos gases de escape das turbinas no
sentido de aumentar o rendimento global do ciclo. Existem fundamentalmente duas
possibilidades:
1) Aproveitamento dos gases de escape da Turbina a Gás para reaquecimento da água de
alimentação da caldeira

4.5 Análise da segunda lei dos ciclos de potência a gás


Os ciclos de Carnot, Ericsson e Stirling ideais são totalmente reversíveis, e não envolvem
nenhuma irreversibilidade. Os ciclos Otto, Diesel e Brayton ideais, porém, são apenas
internamente reversíveis e podem envolver irreversibilidades externas ao sistema. Uma análise
da segunda lei para esses ciclos revela onde ocorrem as maiores irreversibilidades e onde
aperfeiçoamentos podem ser realizados.
A destruição da exergia de um sistema fechado pode ser expressa como

onde Tf,ent e Tf,sai são as temperaturas nas regiões da fronteira do sistema onde calor é transferido
para e do sistema, respectivamente. Uma relação semelhante para os sistemas com escoamento
em regime permanente pode ser expressa em forma de taxa como:

ou, para um dispositivo com escoamento em regime permanente com uma entrada
e uma saída (por unidade de massa), como:

20
A destruição da exergia de um ciclo é a soma das destruições de exergia dos processos que
compõem aquele ciclo. A destruição da exergia de um ciclo também pode ser determinada sem
exame de processos individuais, considerando todo o ciclo como um único processo e usando
uma das relações anteriores. A entropia é uma propriedade e seu valor depende apenas do estado.
Para um ciclo, reversível ou real, os estados inicial e final são idênticos, portanto ssai _ sent.
Assim, a destruição da exergia de um ciclo depende da magnitude da transferência de calor com
os reservatórios de alta e baixa temperaturas e de suas respectivas temperaturas. Isso
também pode ser expresso como unidade de massa,

Para um ciclo que envolve apenas transferência de calor com uma fonte a TH e um sumidouro a TL, a destruição da
exergia torna-se:

As exergias de um sistema fechado e de uma corrente de fluido c em qualquer estado podem ser
determinadas por:

5. Turbinas a Vapor

5.1 Introdução
A pré-história das turbinas a vapor se remonta desde 175 a.C. quando Herón de Alexandría fez a
primeira descrição.

A turbina de Herón, “figura abaixo”, consistia de uma esfera que podia girar livremente em torno
de um eixo diametral, apoiada nos extremos dos mesmos em dois suportes por cujo interior fazia
entrar na esfera o vapor produzido por dois tubos diametralmente opostos e ("acodados")

21
direcionados em sentido contrário. A transformação de pressão em velocidade tem lugar
totalmente no elemento móvel (esfera ou "rodete").

A história da turbina a vapor se iniciou no final do século passado. Entre os muitos


investigadores que contribuíram para o seu desenvolvimento mencionaremos só os principais,
que foram os criadores das turbinas a vapor modernas.

O primeiro inventor foi o suéco De Laval (1845-1913), que criou como sub-produto de
seu desnatador centrífugo, impulsionado pela necessidade de encontrar um ancinamento de
grande velocidade para o mesmo, a turbina a vapor de ação de um só estágio. Desenvolveu
um bocal (Tobera) convergente-divergente com velocidade supersônica de saída de vapor e o
eixo flexível cuja velocidade crítica chegava por debaixo da velocidade de giro da turbina,
30.000 rpm.

O segundo inventor foi o inglês Parsons (1854-1931), que em busca de um motor marinho
apropriado, desenvolveu a turbina a vapor de reação de vários estágio em 1895.Utilizando um
rotor duplo e conseguiu melhores rendimentos comparado do com as máquinas alternativas de
vapor utilizadas até então nos barcos.

As turbinas a vapor são máquinas de grande velocidade. Se todo o salto entálpico disponível se
transforma em energia cinética no bocal, a velocidade do vapor na saída da mesma é muitas
vezes superior a velocidade do som, e a velocidade periférica do rotor para aproveitar com bom
rendimento esta energia poderia chegar a ser superior ao limite de resistência dos materiais
empregados. Além das altas velocidades as turbinas a vapor modernas trabalham em condições

22
super críticas de pressão e temperatura (acima de 250 bar e 600°C, respectivamente).

5.2 Elementos Construtivos


Uma turbina a vapor é constituída basicamente pelos seguintes elementos :
1) uma carcaça, geralmente dividida em 2 partes longitudinalmente para facilitar o acoplamento
e desmontagem, e que contém o sistema de pás fixas ou distribuidores;
2) um rotor com pás em sua periferia, sobre o qual incide o vapor e onde é feita a transformação
na direção e magnitude da velocidade do vapor;
3) um sistema de comando e válvulas para regular a velocidade e potência da turbina
modificando a descarga do vapor;
4) um acoplamento para conexão mecânica com o gerador que vai acionar;
5) um dispositivo de expansão, sempre constituído de um bocal fixo ou móvel (diretrizes), no
qual a energia de pressão do vapor se transforma em energia cinética;
6) Junta de labirinto, necessária para reduzir o calor gerado quando acontece o contato
rotorestator,
já que, devido as altas velocidades, o calor gerado quando ocorresse qualquer contato poderia
produzir calor suficiente para fundir o material do rotor ou até mesmo danificar o eixo.

5.3 Classificação das turbinas a vapor


As turbinas a vapor podem ser classificadas segundo os seguintes critérios:

23
a) Quanto a direção do movimento do vapor em relação ao rotor:
 Turbinas a vapor axiais : são aquelas que o vapor se move dentro do rotor em direção
aproximadamente paralela ao eixo são as mais comuns.
 Turbinas a vapor radiais : são aquelas em que o vapor se desloca aproximadamente em
sentido perpendicular ao eixo da turbina.
 Turbinas a vapor tangenciais : são aquelas em que o vapor se desloca tangencialmente ao
rotor.

b) Quanto a forma do vapor atuar no rotor :


 Turbinas a vapor de ação : quando o vapor se expande somente nos órgãos fixos (pás
diretrizes e bocais) e não nos órgãos móveis (pás do rotor). Portanto, a pressão é a mesma
sobre os dois lados do rotor.
 Turbinas a vapor de reação : quando o vapor se expande também no rotor. Ou seja, que a
pressão de vapor na entrada do rotor é maior que na saída do mesmo.
 Turbinas a vapor mistas : quando uma parte da turbina a vapor é de ação e outra parte de
reação.

c) Quanto ao número e classe de escalonamentos


 Turbinas a vapor de um só rotor;
 Turbinas a vapor de vários rotores : as quais, segundo a forma dos escalonamentos,
podem ser :
 Turbinas a vapor com escalonamento de velocidade
 Turbinas a vapor com escalonamento de pressão
 Turbinas a vapor com escalonamento de velocidade e de pressão.

d) Quanto ao número de pás que recebem o vapor :


 Turbinas a vapor de admissão total : quando o vapor atinge totalmente as pás do
distribuidor.
 Turbinas a vapor de admissão parcial : quando o vapor atinge somente uma parte das pás.

e) Quanto a condição do vapor de escape;


 Turbinas a vapor de escape livre : nas quais o vapor sai diretamente para a atmosfera.
Portanto a pressão de escape é igual a pressão atmosférica. se condensa diminuindo a
pressão e temperatura. A pressão de escape do vapor é inferior a pressão atmosférica.
 Turbinas a vapor de contrapressão : nas quais a pressão de escape do vapor é superior a
pressão atmosférica.
O vapor de escape é conduzido a dispositivos especiais para sua posterior utilização (ex.:
calefação, alimentação de turbina de baixa pressão, etc.)
Turbinas a vapor combinadas : nas quais uma parte do vapor é retirada da turbina antes de sua
utilização, empregando-se esta parte subtraída para calefação e outros usos; o resto do vapor
continua a sua evolução normal no interior da turbina e, na saída, vai para a atmosfera ou ao
condensador.

f) Quanto ao estado do vapor na entrada :


 Turbinas a vapor de vapor vivo : quando o vapor de entrada vem diretamente da caldeira.

24
 Por sua vez elas podem ser :
de vapor saturado
 de vapor superaquecido
 Turbinas a vapor de vapor de escape : quando se utiliza a energia contida no vapor de
escape de uma doutra máquina térmica ( por ex.: a máquina a vapor, a turbina de
contrapressão, etc). A maioria delas são de vapor saturado.

5.4 Tipos e Características das turbinas a vapor.


Após a classificação feita no item anterior podemos fazer uma grande variedade de combinações
de modo a obter o tipo mais adequado de turbina a vapor às nossas necessidades.
Porém, na prática e por diversas razões econômicas e construtivas, algumas destas combinações
não são possíveis. A seguir, descreveremos alguns modelos típicos de turbinas a vapor.

a) Turbinas a vapor elementar de ação e de um só estágio


Conhecida também como turbina De Laval. Possui um único estágio de pressão e de
velocidade, todo o "salto térmico" ocorre neste estágio, sendo a transformação de entalpia em
energia cinética feita nos bocais e a transformação de energia em trabalho feita nas palhetas.
Suas principais vantagens são o pequeno espaço ocupado e a simplicidade de construção. Por
outro lado, tem uso restrito para pequenas potências (até 30 H.P.) e trabalham em altas rotações.

b) Turbinas a vapor de ação com um só estágio de pressão e vários estágios de velocidade.


Conhecida também como roda de Curtis. O vapor se expande por completo no bocal de
entrada, transformando a entalpia em energia cinética. No primeiro rotor é convertido toda a
diferença de pressão em velocidade.
A transformação da energia cinética em trabalho ocorre em vários estágios de velocidade,
separados por palhetas fixas que apenas mudam a direção do escoamento mantendo a velocidade
e pressão constantes. Como por todos os estágios deve passar a mesma quantidade de vapor e a
velocidade vai diminuindo, é necessário que as seções por onde passa o vapor vá aumentando, o
que implica numa variação do diâmetro dos rotores sucessivos.
O principal inconveniente dos estágios de velocidade é que, devido as altas velocidades
do vapor, aumentam consideravelmente as perdas por atrito, sobretudo se existirem muitos
estágios. Esta é a causa para que na prática, se adote um pequeno número de estágios.
Em resumo, os estágios de velocidade são particularmente vantajosos para as turbinas
de baixa e média potência ( até 4000 H.P.) que necessitam de reduzido número de estágios.

25
c) Turbinas a vapor de reação com um só estágio de velocidade e vários estágios de pressão
Conhecida também como turbina de Prazos. É equivalente a várias turbinas simples
montadas num mesmo eixo uma em seguida da outra.
A queda total de pressão (salto térmico total) entre a entrada e a saída é subdividido em
um certo número de quedas parciais, uma para cada estágio.

Como as diferenças de pressão utilizadas nos diferentes estágios são reduzidas, as


velocidades adquiridas pelo vapor também são pequenas, de forma que as perdas por atrito
serão pequenas, permitindo assim um maior número de estágios.

d) Turbinas a vapor de reação de fluxo radial


Também conhecida como turbina Ljungström. O vapor flui no sentido radial deste o
eixo até a periferia da máquina. Ambos os sistemas de pás giram em direção contrárias. Tem a
vantagem de um pequeno custo do sistema de pás e ocupa pouco espaço. A figura a seguir
mostra este tipo de turbina a vapor.

A próxima figura mostra uma turbina vapor de reação axial-radial (turbina Durax) onde
o vapor entra na turbina a vapor axialmente se expansiona de forma radial, e na sua saída,
segue expansionando nas pás.

e) Turbinas a vapor de contrapressão


Não tem condensador e o vapor de escape esta ligado a um aparato que utiliza vapor a
uma pressão mais baixa. É utilizada em industrias em que além de gerar sua própria energia
elétrica, precisam de vapor a pressões moderadas para utilização industrial, aquecimento por
exemplo. É também utilizada para aumentar a potência de uma central de vapor já construída,
sendo denominada neste caso "turbina superior". O vapor de escape dela entra em algumas ou
em todas as turbinas da instalação com menor pressão. A próxima figura mostra este tipo de
turbina a vapor.

f) Turbinas a vapor Tándem-Compound


Caracterizada por ser constituída por vários corpos. Representa a concepção da turbinas
a vapor mais modernas. O vapor procedente da caldeira entra no primeiro destes corpos, que é
de alta pressão, donde se expansiona e, na sua saída, se introduz no corpo seguinte, de menor
pressão, onde sofre nova expansão, e assim sucessivamente. Geralmente, depois da saída do
último rotor, o vapor, a baixa pressão, entra no condensador. Todos os rotores são montados
no mesmo eixo. São utilizadas nas centrais térmicas.

26
5.5 Ciclos de funcionamento das turbinas a vapor

5.6 O ciclo de Carnot


O ciclo de Carnot não é um modelo adequado para os ciclos de potência a vapor porque, na
prática, não pode ser aproximado. O ciclo modelo dos ciclos a vapor é o Rankine, que é
composto por quatro processos internamente reversíveis: fornecimento de calor a pressão
constante em uma caldeira, expansão isentrópica em uma turbina, rejeição de calor a pressão
constante em um condensador e compressão isentrópica em uma bomba. O vapor sai do
condensador como líquido saturado à pressão do condensador.

Figura 10–1 Diagrama T-s de dois ciclos a vapor de Carnot.

5.7 Ciclo de rankine: o ciclo ideal para os ciclos de potência a vapor


Muitos dos problemas práticos do ciclo de Carnot podem ser eliminados ao se superaquecer o
vapor de água na caldeira e condensá-lo completamente no condensador, como mostra
esquematicamente o diagrama T-s da Fig. 10–2. O ciclo resultante é o ciclo de Rankine, que é o
ciclo ideal das usinas de potência a vapor.
O ciclo de Rankine ideal não envolve nenhuma irreversibilidade interna e consiste nos quatro
processos seguintes:
1-2 Compressão isentrópica em uma bomba
2-3 Fornecimento de calor a pressão constante em uma caldeira
3-4 Expansão isentrópica em uma turbina
4-1 Rejeição de calor a pressão constante em um condensador

27
Figura 10–2 O ciclo de Rankine simples ideal.

5.8 Análise de energia do ciclo de Rankine ideal


Todos os quatro componentes envolvidos no ciclo de Rankine (a bomba, a caldeira, a turbina e o
condensador) são dispositivos com escoamento em regime permanente, e por isso todos os
quatro processos que formam o ciclo de Rankine podem ser analisados como processos com
escoamento em regime permanente. As variações de energia cinética e potencial do vapor são
pequenas em relação aos termos de trabalho e transferência de calor e, em geral, são desprezadas.
Assim, a equação da energia, aplicada a um dispositivo com escoamento em regime permanente,
por unidade de massa de vapor, se reduz a

A caldeira e o condensador não envolvem nenhum trabalho, e considera-se que a bomba e


turbina sejam isentrópicas. Dessa forma, a equação de conservação da energia aplicada a cada
dispositivo pode ser expressa como:
Bomba (q = 0):

Ou ,

Onde

28
Caldeira (w = 0):

Turbina (q = 0):

Condensador (w = 0):

A eficiência térmica do ciclo de Rankine é determinada a partir de

Onde

b) Ciclo com reaquecimento


Como poderíamos tirar vantagem da elevada eficiência decorrente de uma alta pressão na
caldeira sem enfrentar o problema da umidade excessiva nos últimos estágios da turbina?

Duas possibilidades surgem:


1. Superaquecer o vapor a temperaturas muito altas antes que ele entre na turbina. Essa seria
uma solução desejável, uma vez que a temperatura média na qual o calor é fornecido
também aumentaria, aumentando a eficiência do ciclo. Essa, porém, não é uma solução
viável, uma vez que exige o aumento da temperatura do vapor até níveis que não são
metalurgicamente seguros.

29
Figura 10–11 O ciclo de Rankine ideal com reaquecimento.

2. Expandir o vapor da turbina em dois estágios, e reaquecê-lo entre eles. Em outras


palavras, modificar o ciclo de Rankine ideal com um processo de reaquecimento. O
reaquecimento é uma solução prática para o problema de umidade excessiva nas turbinas,
e é normalmente utilizado nas usinas a vapor modernas.

O ciclo de Rankine ideal com reaquecimento difere do ciclo de Rankine simples ideal, pois o
processo de expansão ocorre em dois estágios. No primeiro estágio (a turbina de alta pressão), o
vapor é expandido de forma isentrópica até uma pressão intermediária e enviado novamente para
a caldeira na qual é reaquecido a pressão constante, geralmente até a temperatura de entrada do
primeiro estágio da turbina. Em seguida, o vapor se expande isentropicamente no segundo
estágio (a turbina de baixa pressão) até a pressão do condensador. Dessa maneira, o fornecimento
total de calor e a produção total de trabalho nas turbinas para um ciclo com reaquecimento
tornam-se

30
Figura 10–12 A temperatura média na qual o calor é transferido durante o reaquecimento
aumenta com um maior número de estágios de reaquecimento

Figura 11.21: Ciclo de Rankine com vapor superaquecido.


O reaquecimento pode-se dar de duas maneiras :
 Reaquecimento Primário : é aquele em que o vapor ma sai superaquecido da caldeira e
entra na turbina a vapor ( o que usualmente ocorre nas turbinas a vapor em geral).
 Reaquecimento Secundário : quando o vapor se expansiona parcialmente na turbina a
vapor e em seguida volta a caldeira, onde se reaquece, antes de voltar a turbina a vapor
no corpo de baixa pressão e expandir-se definitivamente.

A figura a seguir mostra uma instalação de potência de vapor com preaquecimento


primário e secundário e a outra, o ciclo para tal instalação.

Figura 11.22: Esquema do ciclo de funcionamento de uma turbina a vapor com condensador,
reaquecimento primário e secundário: G - gerador de vapor (caldeira); RP - reaquecimento
primário; RI – reaquecimento intermediário; AP - corpo de alta pressão da turbina; MP - corpo
de média pressão da turbina; BP - corpos de baixa pressão da turbina; A - gerador elétrico; C -
condensador; B – bomba de alimentação da caldeira.

31
Figura 11.23: Ciclo de Rankine com reaquecimento.

Figura 11.24: Ciclo de Rankine com reaquecimento a mesma temperatura de geração.


Obs.: Assim, quando se fala em ciclo com reaquecimento estamos nos referindo ao
reaquecimento secundário.

c) Ciclo com regeneração (Recuperação)


Neste ciclo se utilizam turbinas a vapor de extração, se extrai da turbina uma parte do
seu fluxo de vapor em certos pontos da expansão e se utiliza o calor residual do vapor para
pré-aquecer a água de alimentação da caldeira. A água produzida por condensação do vapor
nos pré-aquecedores, geralmente se junta a água de alimentação, impulsionando-a por meio
de bombas.

Figura 11.25: Esquema do ciclo de funcionamento de uma turbina a vapor com condensador,
reaquecimento primário e recuperação: G - gerador de vapor (caldeira); RP - reaquecimento
primário; RI – reaquecimento intermediário; AP - corpo de alta pressão da turbina; MP - corpo

32
de média pressão da turbina; BP - corpos de baixa pressão da turbina; A - gerador elétrico; C -
condensador; B1 - bomba de extração do condensador; H1 e H2 - aquecedores de água de
alimentação (recuperadores); B2 - B3 - bombas de desagüe dos recuperadores; B4 - bomba de
alimentação da caldeira.

Figura 11.26: Ciclo Rankine regenerativo - Diagrama T-s tridimensional.

Figura 11.27: Ciclo de Rankine regenerativo - Diagrama T-s bidimensional.

5.9 Aquecedores de água de alimentação abertos


Um aquecedor de água de alimentação aberto (ou de contato direto) é basicamente uma
câmara de mistura, onde o vapor extraído da turbina se mistura à água de alimentação que sai da
bomba.

Figura 10–15 O ciclo de Rankine regenerativo ideal com um aquecedor de água de alimentação
aberto.

33
5.9.1 Aquecedores de água de alimentação fechados
Outro tipo de aquecedor de água de alimentação muito usado em usinas a vapor é o aquecedor
de água de alimentação fechado, no qual o calor é transferido do vapor extraído da turbina para
a água de alimentação sem que ocorra qualquer processo de mistura. As duas correntes podem
agora estar a pressões diferentes, uma vez que não se misturam.

Figura 10–16 O ciclo de Rankine regenerativo ideal com um aquecedor de água de alimentação
fechado.

d) Ciclos combinados ( Reaquecimento e Regeneração)


Até agora temos falado somente de ciclos de funcionamento de uma só turbina.
Porém em muitas ocasiões, nas centrais elétricas montam-se duas ou mais turbinas
independentes que aproveitam, escalonadamente, o vapor de escape das turbinas a vapor
precedentes, com o que se aumenta o rendimento do conjunto.

Na figura a seguir, mostra uma instalação de potência a vapor com ciclos combinados.

Figura 11.28: Esquema do ciclo de funcionamento combinado de 2 turbinas paralelo compound:


G -gerador de vapor (caldeira); RP - reaquecedor primário; RI – reaquecimento intermediário;
AP – corpo de alta pressão da turbina; MP1 - corpo de média pressão da primeira turbina; A1 -
gerador elétrico da primeira turbina; BP2 - corpos de baixa pressão da segunda turbina; A2 -
gerador elétrico da segunda turbina; C - condensador; B1 - bomba de extração do condensador;

34
H1,H2,H3 e H4 - aquecedores de água de alimentação (recuperadores); B2,B3,B4,B5 - bombas
de desagüe dos recuperadores; B6 - bomba de alimentação da caldeira.

e) Ciclos binários
Nestes ciclos utilizam-se fluídos cujas pressões de vapor são distintas, de modo que a
pressão de saturação do denominado "fluído superior" coincida, aproximadamente, com a
pressão de vaporização do denominado "fluído inferior". Ou seja, que o condensador do
fluído superior sirva de caldeira para o fluído inferior.
A figura mostra uma instalação de potência a vapor com ciclo binário.

Figura 11.29: Esquema do ciclo de funcionamento de uma turbina a vapor com condensador,
reaquecimento primário e recuperação: G - gerador de vapor (caldeira); RP - reaquecimento
primário; RI - reaquecimento intermediário; AP - corpo de alta pressão da turbina; MP - corpo de
média pressão da turbina; BP - corpos de baixa pressão da turbina; A - gerador elétrico; C -
condensador; B1 - bomba de extração do condensador; H1 e H2 - aquecedores de água de
alimentação (recuperadores); B2 - B3 - bombas de desagüe dos recuperadores; B4 - bomba de
alimentação da caldeira.

O fluído superior é aquecido e evaporado na caldeira (G) e conduzido depois à turbina


superior (T1) na qual se expande seu vapor e se produz energia. O vapor de escape desta
turbina é conduzido a um condensador-caldeira (C1), onde absorve o calor de condensação do
fluído superior para a evaporação do fluído inferior do ciclo.
O vapor condensado do fluído superior é bombeado (por B1) novamente a caldeira (G)
e com isso se completa o ciclo superior do ciclo binário.
O fluído inferior refrigera o vapor do fluído superior no condensador-caldeira (C1), até
sua condensação. Ao mesmo tempo este fluído absorve o calor de condensação do fluído
superior e se vaporiza.
Depois de sua vaporização vai até a caldeira (G) para seu reaquecimento e chega
posteriormente à turbina inferior onde se expande e produz energia.
O vapor de escape se faz passar por um condensador (C2) e vai novamente para o
condensador-caldeira (C1), completando-se o ciclo inferior e também o ciclo binário.
Ainda que se tenha inventado muitos ciclos binários, o de maior importância técnica é o
que utiliza vapor de mercúrio como fluído superior e vapor d'água como fluído inferior.

35
Figura 11.30: Ciclo binário de Rankine, vapor de mercúrio-vapor de água.

f) Ciclos para produção de energia e vapor


Todas as instalações de potência a vapor apresentadas até o momento produziam apenas
energia. Isso por que o vapor que saia da turbina a vapor ia direto para o condensador.
A figura a seguir mostra uma instalação de potência a vapor para produção de energia e
vapor.

Figura 11.31: Esquema do ciclo de funcionamento de uma turbina de contrapressão: G - gerador


de vapor (caldeira); RP - reaquecedor primário;CP - turbina de contrapressão; A - gerador
elétrico; RV - reaquecedor de vapor de contrapressão; H - preaquecedor de de água de
alimentação (recuperador); IC - trocador de calor (evaporador); CV - circuito de utilização de
vapor; B1 - bomba de alimentação do evaporador; B2 - bomba de extração do evaporador; B3 -
bomba de alimentação da caldeira.

Note que ela consta de uma turbina a vapor de contra pressão que permite que o vapor
que sai dela com certa pressão seja usado para outros fins.
A instalação consta de uma caldeira (G), um reaquecimento primário(RP) de onde o
vapor vai para a turbina de contrapressão(CP), a qual aciona um gerador elétrico(A). O vapor de
escape sai suficientemente aquecido e pode servir como um circuito de reaquecimento de um
reaquecedor de vapor(RV) de onde vai para um pré-aquecedor de água de alimentação(H)

36
e daí ao trocador de calor(IC), onde esquenta a água procedente do sistema de consumo; o vapor
d'água obtido para RV e depois se dirige ao circuito de utilização de vapor (CV).
A água que vem do vapor condensado neste circuito(CV) é impulsionada por uma
bomba (B1) até o IC de onde se reinicia o circuito secundário de vapor.
No circuito primário, a água procedente da condensação do vapor no IC, é impulsionada
pela bomba B2 até o pré-aquecedor(H) e daí impulsionada pela bomba B3 até a caldeira, onde
se encerra o ciclo primário de vapor.

5.9.2 Regulagem das Turbinas a vapor


Existem várias grandezas que devem ser controladas e reguladas para que as turbinas a vapor
funcione normalmente, entre elas, as três mais importantes são:
 Regulagem da potência;
 Regulagem da velocidade de rotação;
 Regulagem da pressão.
A seguir veremos em detalhes cada um deles.
Obs.: Há uma interligação entre a primeira e as outras.

a) Regulagem da potência
A regulagem da potência da turbina a vapor é feita controlando-se a quantidade de vapor
admitido no rotor, de acordo com as necessidades de carga. Esse controle de admissão pode ser
feito de 4 formas diferentes:
- Regulagem por Estrangulamento (ou Regulagem Qualitativa)
A quantidade de vapor que entra na turbina é regulada por meio de uma válvula de
estrangulamento situada na entrada da turbina.

37
Figura 11.32: Regulação qualitativa: (a) esquema de regulação; (b) processo no plano h-s.

É o mecanismo mais utilizado, sobretudo em turbinas de pequena e média potência,


devido ao seu baixo custo inicial já que seu mecanismo é simples.

O princípio de funcionamento é basicamente o seguinte:


A válvula V1 é a válvula geral de admissão que se abre ou se fecha totalmente co
acionamento manual ou motorizado.
A válvula V2 é a válvula de estrangulamento que regula a carga. Ela é acionada por um
servomotor que se movimenta de acordo com a velocidade da turbina.
Obs.: no processo de estrangulamento, todo o vapor perde pressão antes de alcançar a
turbina, quando esta trabalha com carga parcial.

- Regulagem por meio de Bocais (Regulagem Quantitativa)


Consiste na utilização de uma série de válvulas de seta, uma para cada passagem de
vapor que sai da caldeira quantos forem necessários para satisfazer a demanda da carga, cada
uma destas passagens abastece uma bateria(câmara) de bocais.
As válvulas se abrem sucessivamente de acordo com um mecanismo exterior que está
diretamente relacionado com a velocidade da turbina.
A grande vantagem é que se permite utilizar o vapor a uma pressão praticamente igual a
pressão da caldeira, já que o estrangulamento do vapor acontece somente na válvula que
estiver parcialmente aberta, ao contrário da regulação por estrangulamento, na qual todo o
vapor perde pressão antes de chegar a turbina.

- Regulação mista
É uma combinação da regulação quantitativa e qualitativa.
Na proximidade da carga normal, que é a zona mais freqüente de funcionamento, a
regulagem se faz quantitativamente, variando o grau de admissão; com o qual se consegue

38
que nesta zona a turbina trabalhe sempre com bom rendimento; porém, ao passar a cargas
menores que 50% da carga normal, a regulagem se faz por estrangulamento da válvula, com o
qual se consegue uma simplificação da instalação.

- Regulagem por by-pass


É utilizada na sobrecarga da turbina a vapor acima da carga normal.

Figura 11.34: Regulação de turbinas a vapor por by-pass de alguns escalonamentos.

Ao aumentar a carga normal a válvula V2 se abre e assim entra vapor (depois de sofrer
um estrangulamento na válvula) em um ponto intermediário diretamente sem passar por
estágios anteriores.

b) Regulagem de velocidade
Como a velocidade de "embalamento" de uma turbina a vapor, alcança
aproximadamente o dobro da velocidade nominal, nenhuma turbina a vapor poderia resistir tal
sobrevelocidade, portanto, a limitação e controle da velocidade de rotação é de grande
importância.
É constituído por um par de massas esféricas ligadas de maneira articuladas a um eixo (que
gira com a mesma velocidade de rotação que o rotor) sobre o qual atua um sistema de guia
articulado as esferas.
Ao aumentar a velocidade da turbina a vapor, as bolas se separam devido ao aumento da
força centrífuga deslocando-se a guia para cima.
Se a carga aumenta, a velocidade diminui o que faz com que as esferas se aproximem
deslocando-se a guia para baixo.

39
O movimento desta guia é que provoca a regulação pois o mesmo pode atuar por meio
de um servo motor sobre uma válvula geral de admissão de vapor ou sobre as válvulas dos
bocais, fazendo com que a mesma feche quando há um aumento de velocidade e se abram
quando há uma diminuição de velocidade.
Existem outros tipos de reguladores (elétricos, hidráulicos, etc) mas cujo princípio de
funcionamento é basicamente o mesmo e portanto não serão apresentados.
Obs.: Geralmente as turbinas a vapor são equipadas por um mecanismo de limitação de
velocidade que atua quando a velocidade excede uns 10% aproximadamente da velocidade
normal, evitando o "embalamento".

c) Regulagem de pressão
Geralmente atua na entrada da turbina a vapor mantendo constante a pressão da
caldeira, o que é muito vantajoso para o funcionamento da mesma, cuja pressão não sofre
assim oscilações com a carga.
Pode também ser utilizada (feita) em outros pontos intermediários de um ciclo.
O sistema de regulagem de pressão consiste basicamente de uma válvula que restringe a
passagem do vapor alterando assim a pressão.

6. Equações fundamentais
Tem a mesma forma das equações fundamentais aplicadas as turbinas hidráulicas.

6.1 Perdas, Potências e Rendimentos


a) Perdas
Podem ser do tipo:
 Perda de energia nas válvulas reguladoras;
 Perdas de energia nos bocais
 Perdas de energia nas palhetas;
 Perdas de energia por atrito de disco e ventilação;
 Perdas de energia por fuga de fluido de trabalho;
 Perdas de energia por velocidade alta no escape;
 Perdas de energia na tubulação de escape;
 Perdas de energia por atrito mecânico;

40
Provocam o aumento da entropia durante a expansão do vapor.

b) Potência

Sendo:
.W= potência;
.
mv = taxa de massa de vapor;
u = velocidade de rotação;
w1 e w2 = velocidade na entrada e saída das pás;
β1 e β2 = ângulos de entrada e saída das pás.

Ou de outro modo:

c) Rendimento
- Rendimento interno da turbina a vapor:

- Rendimento mecânico da turbina a vapor:

Obs.: Em geral, 0,85 < ηm < 0,99


- Rendimento global da turbina a vapor:

Obs.: Para o cálculo de ηi necessitamos de Δh, que pode ser obtido a partir do diagrama de
Mollier para o vapor d’água.

- Rendimento para uma instalação de potência a vapor


A figura apresentada a seguir, mostra um esquema geral de uma instalação de potência a
vapor para geração de energia e vapor.

41
Figura 11.42: Esquema de uma instalação de potência a vapor industrial.

Sendo:
I - Caldeira com superaquecedor;
II - Turbina, parte de alta pressão;
III - Turbina, parte de baixa pressão;
IV - Vapor para processo;
V - Condensador;
VI - Misturador;
VII - Bomba;
VIII e IX - Reguladores de velocidade e pressão;
X - Alternador.

Para este tipo de instalação o rendimento é definido como sendo:

Sendo:
P = potência no eixo da turbina a vapor;
h1 = entalpia específica na entrada da turbina a vapor;
ml= massa de escoamento pela parte de alta pressão (massa de entrada na turbina a vapor);
mh= massa de escoamento para o processo;
hh = entalpia específica na entrada do processo de saída da parte da turbina de alta pressão.
Obs.: Nesta equação foi desprezada a entalpia específica da água na entrada da caldeira.

Em uma instalação deste tipo é possível obter-se uma potência constante para uma gama
bastante grande de variação da massa mh para o processo, o que muitas vezes é de grande
interesse técnico-econômico.

6.2 Potência das turbinas a vapor


Sendo mv a vazão mássica de vapor fornecida à turbina [kg/s], a equação geral para
o cálculo da potência de uma turbina é:

42
a) Potência teórica (ou ideal) – a que está disponível no vapor ("potência térmica").

b) Potência periférica: a que chegou nas palhetas do rotor.

c) Potência interna: a que chegou no eixo:

d) Potência efetiva: entregue pelo eixo da TV à máquina por ela acionada.

Exercício prático
Um ciclo Diesel ideal com o ar como fluido de trabalho tem uma razão de compressão

r = 18 e uma razão de corte de 2. No início do processo de compressão, o fluido de trabalho está


a P1=14,7 psia, 80 °F e 117 in3. Utilizando as hipóteses do padrão a ar frio, determine.

(a) a temperatura e a pressão do ar no final de cada processo;

(b) o trabalho líquido produzido e a eficiência térmica, e

(c) a pressão média eficaz.

DADOS DO PROBLEMA

Dados e Propriedades:

R = 0,3704 psiaft3/lbmR

Cp = 0,240 Btu/lbmR

Cv  0,171 Btu/ lbmR

k = 1,4

43
44
45
46
7. Conclusão
Com este trabalho concluiu-se que o motor é um dispositivo que transforma outras formas de
energia em energia mecanica, onde vimos que o motor de combustão interna transforma a
energia termoquimica de um combustivel em energia mecanica. Os motores a pistão de
combustão interna podem ser classificados de várias maneiras,entre as quais destacamos: Quanto
às propriedades dos gás na fase de compressão:Motores Otto e motores Diesel. Motores de ciclo
Otto: utilizam combustível de baixa volatilidade, como a gasolina e o álcool. Para ignição
necessitam de centelha produzida pelo sistema elétrico. Motores de ciclo Diesel: utilizam como
combustível o óleo diesel. A inflamação do combustível injetado sob pressão na câmara de
combustão ocorre pela compressão de ar e conseqüente elevação da temperatura.

O ciclo de Carnot não é um modelo adequado para os ciclos de potência a vapor reais, pois ele
não pode ser aproximado na prática. O ciclo modelo dos ciclos a vapor é o Rankine, que é
composto por quatro processos internamente reversíveis: fornecimento de calor a pressão
constante em uma caldeira, expansão isentrópica em uma turbina, rejeição de calor a pressão
constante em um condensador e compressão isentrópica em uma bomba. O vapor sai do
condensador como líquido saturado à pressão do condensador.

47
Bibliográfia
Yunus A. Çengel Michael A. Boles Termodinâmica 5ª Edição;

TAYLOR, C. F. Analise dos motores de combustão interna. São Paulo: Edgard Blucher, 1988

Yunus A. Çengel & Michael A. Boles;Termodinamica (7ª. Edição) .

48

Você também pode gostar