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Celso Ramos de Oliveira

Administração de
Materiais

São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Sumário
Capítulo 2: Demanda de controle de estoque e seus procedimentos-----------------------5
Introdução------------------------------------------------------------------------------------------- 5
1 Previsão de demanda e ressuprimentos------------------------------------------------------- 6
1.1 Introdução ao ato de prever a demanda--------------------------------------------------- 6
1.2 Previsão de demanda------------------------------------------------------------------------- 7
2 Classificação dos estoques--------------------------------------------------------------------- 9
2.1 Classificação de estoques multi-itens----------------------------------------------------- 10
2.2 Demanda versus estoque de produtos---------------------------------------------------- 10
2.3 O ponto de ressuprimento----------------------------------------------------------------- 10
2.4 Considerações sobre gerenciamento dos estoques------------------------------------- 11
3 Controle de estoques e movimentação de materiais-------------------------------------- 12
3.1 Inventários------------------------------------------------------------------------------------ 12
3.2 Inventário físico ----------------------------------------------------------------------------- 13
3.3 Controle de estoque------------------------------------------------------------------------ 13
4 Recebimentos, fornecimentos e movimentação de materiais----------------------------- 14
4.1 Recebimentos-------------------------------------------------------------------------------- 14
4.2 Movimentação de materiais---------------------------------------------------------------- 16
4.2.1 Finalidades de uma movimentação----------------------------------------------------- 16
4.3 Melhores condições de trabalho ---------------------------------------------------------- 17
4.4 Distribuição com uma qualidade maior-------------------------------------------------- 18
4.5 Leis de movimentação---------------------------------------------------------------------- 18
Síntese--------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Referências Bibliográficas----------------------------------------------------------------------- 21
Capítulo 2 Demanda de controle de
estoque e seus procedimentos

Introdução
Você verá neste conteúdo que a logística tem uma enorme importância nas organizações. Ela
ainda é vista como a grande solução para problemas encontrados nas empresas. Dentro desse
contexto, sabemos que as fábricas e os centros de distribuição se encontram longe dos centros
de consumo, acarretando necessidade de transporte.

Há, assim, uma diferença temporal entre quando o produto é fabricado e quando ele é requisitado
pelos consumidores, o que exige estoques nos pontos de venda, a fim de compreender melhor o
que vem a ser demanda futura. Isso traz à tona um elemento pelo qual o profissional de logística
é pressionado: a redução dos estoques.

Essas características abrem espaço para mais uma atividade do setor de logística: as previsões.
O autor acredita que o ato de prever serve para planejar compra de matéria-prima, capacidade
de máquinas e de mão de obra, bem como para estimar o volume adequado dos estoques, cujo
gerenciamento é talvez a segunda atividade mais importante da logística. Assim sendo, podemos
pensar que o ato de prever pode ser visto em diferentes áreas das atividades humanas, as quais
são essenciais ao bom funcionamento das empresas. Podemos levantar a seguinte questão: qual
a função das previsões nas empresas? Elas buscam meios de prever o futuro de maneira que isso
auxilie na tomada de decisões. Com isso, acaba ocorrendo também uma previsão por produtos
e serviços da organização. Podemos concluir que sempre é possível incrementar a forma como
ocorre esse ato de prever, se houver também um orçamento adequado para cobrir as despesas.

Nesta aula, você estudará:

• O que vem a ser esse ato de prever a demanda;


• De que forma se classificam os estoques;
• A movimentação de materiais.

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

1 Previsão de demanda e ressuprimentos


1.1 Introdução ao ato de prever a demanda
Inicialmente, você precisa conhecer o conceito clássico de demanda utilizado por vários autores
da área de economia, tais como Batista Junior (2005), Carneiro (1997), Corazza (2003),
Krugman e Wells (2007), entre outros.

O conceito de demanda é a quantidade de um bem que os compradores desejam e podem


comprar, ou seja, é a curva que representa as preferências e a renda de um indivíduo. Dentro
desse conceito, encontramos a lei de demanda, que se refere à quantidade demandada que
varia de acordo com o preço de um bem. Quanto maior o preço de um determinado bem,
menor será a demanda por esse bem. Quanto menor for o preço de um determinado bem, maior
será a demanda por esse bem. Agora você poderá estar se perguntando: qual o conceito de
suprimentos? Ele ajuda a entender este primeiro capítulo.

O conceito de suprimentos, segundo Severo (2006, p. 20), ”[...] é o item administrado,


movimentado, armazenado, processado e transportado pela logística. Esse termo surgiu junto
com a logística, derivado da cadeia de suprimentos utilizada para definir diversas materiais”.

Você perceberá que a previsão de demanda é função essencial das organizações. Ela serve
de ponto de partida para o planejamento de várias atividades realizadas nas empresas. Assim
sendo, podemos destacar o planejamento do fluxo de caixa, o planejamento da produção,
o planejamento de vendas, o controle de estoques, compras, entre outras atividades das
organizações. Deve-se levar em consideração que, quanto maior o erro na previsão de demanda,
maior é a dificuldade da empresa em se planejar nas diversas áreas funcionais que a compõe.
Essa dificuldade poderá impor perdas financeiras às empresas, reduzindo sua competitividade
perante os concorrentes. Essas perdas financeiras podem derivar do excesso de estoques, de
vendas perdidas, das ineficiências no planejamento e controle da produção e de problemas no
fluxo de caixa.

NÃO DEIXE DE VER...


O filme Presente de Grego (1987), do diretor Charles Shyer, com Diane Keaton. Esse filme
trata dos assuntos logística, empreendedorismo, planejamento corporativo e estratégias
de negócios. É interessante para fazer uma análise da logística nas estratégias.

NÓS QUEREMOS SABER!


O que você entende por suprimentos? Qual é a importância do profissional que atua na
área de suprimentos? Como é o processo de análise e compra dos suprimentos?

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NÃO DEIXE DE LER...
O artigo “Cálculo do ponto de pedido baseado em previsões de uma política <Q, r> de
gestão de estoques” , dos autores Eduardo S. Garcia e Virgílio J. Martins Ferreira Filho,
publicado na Revista Pesquisa Operacional, v. 29, n. 3, Rio de Janeiro, 2009. O texto
apresenta uma nova abordagem para o cálculo do ponto de pedido.

VOCÊ O CONHECE?
Ducan Watson, vice-presidente comercial da Emirates América Central. Veja a sua
importância e o que ele fala sobre operação de cargas no Brasil.

1.2 Previsão de demanda


O que vem a ser a previsão de demanda? Sabemos que as organizações precisam dimensionar
suas capacidades produtivas de forma que estas se encaixem de modo perfeito com as demandas,
com o objetivo de evitar o desperdício de tempo, material e energia, ou a falta de produtos para
atender o mercado.

Segundo Tubino (2000, p. 39), “[...] as empresas de uma maneira ou de outra, direcionam suas
atividades para o rumo em que acreditam que seu negócio andará”. Sendo assim, o papel
das previsões é prover subsídios para o planejamento estratégico da organização. Os planos
de capacidade, vendas, fluxo de caixa, estoques, mão de obra e compras são todos baseados
na previsão de demanda. Dessa forma, a previsão de demanda permite que os administradores
dessas organizações antecipem o futuro e planejem de forma mais conveniente suas ações
(TUBINO, 2000).

Dentro dessa visão, você pode pensar como a administração de estoques se comporta. Em
organizações que trabalham com a produção de bens, sua função é garantir a interdependência
entre etapas produtivas, permitir uma produção constante e possibilitar o uso de lotes econômicos,
servindo assim como fator de segurança para variações inesperadas da demanda e prevenção
contra possíveis aumentos de preço. Dias (1993, p. 43) afirma que “[...] a demanda prevista é
uma estimativa antecipada do volume de vendas num período determinado, com uma margem
de erro a ser considerada”.

Ainda segundo Dias (1993), com o passar do tempo, as empresas passam a acompanhar de
perto como funciona o tempo de vida dos produtos. Outros autores consagrados como Carneiro
(1997), Corazza (2003), Krugman e Wells (2007), entre outros, indicam que essa demanda pode
ser pontual, independente e dependente. Temos também a demanda de produtos que podem
perecer e, por fim, a demanda que faz parte de uma sequência ou cadeia de suprimentos.

Para Tubino (2000), a matemática possui um poder, a tecnologia da informação, e somente algo
acima da média teria condições de ser preciso no ato de prever exatamente as demandas. Sendo
assim, no ato de prever, encontramos várias formas de previsão, uma vez que a cada momento
poderão surgir novas formas de estudo da demanda. Você pode levantar a seguinte questão:
não existe exatidão nos cálculos? Nós trabalhamos esses dados por aproximação com base na
matemática e numa experiência do profissional da área, que por sua vez desenvolve o processo
de análise de demanda. Segundo Cavalheiro (2003, p. 33) “[...] a previsão de demanda pode

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

ser obtida por métodos quantitativos, qualitativos ou ambos”.

Outra questão a ser pensada é sobre os modelos e técnicas de previsão. Assim sendo, Slack
(2009, p. 45) afirma que “[...] os modelos e as técnicas de previsão podem ser classificados
em termos de objetividade e subjetividade, e em relações causais e não causais”. Agora vamos
entender o que tem de objetivo e o que tem de subjetivo numa técnica que se procede conforme
especificidades dentro de uma sistemática. Mas o que vem a ser subjetivo e o que vem a ser
objetivo? No caso das técnicas subjetivas, você se envolve com a intuição, o juízo de valor, que
normalmente é baseado em experiências profissionais ou de vida. Já as relações não causais
baseiam-se num banco de informações que você possui de experiências anteriores para fazer
uma previsão futura. Sobraram as relações causais, que são as objetivas, as quais trabalham o
ato de prever através de cálculos matemáticos que apresentam a relação de causa-efeito.

Vários autores têm modelos de previsão. Para que você possa compreender melhor, utilizo o
modelo apresentado por Tubino (2000), um especialista na área.

Segundo Tubino (2000), existem quatro etapas num modelo de previsão:

• Primeira etapa: definir o objetivo do modelo a ser utilizado para dar sustentação para uma
coleta de dados e posterior análise;

• Segunda etapa: procurar selecionar uma técnica de previsão que se adéque ao momento;

• Terceira etapa: é feito o cálculo da previsão de demanda;

• Quarta etapa: acompanha e busca uma atualização dos parâmetros utilizados que vieram dos
erros de previsão.

No modelo de previsão a ser utilizado, deve-se determinar para qual material ou grupo de
materiais você está fazendo a previsão e até que ponto você está sendo preciso para projetar na
sua previsão. Outra questão é: como é feita a escolha do modelo de previsão? Qual deverá ser
utilizado? Em resposta a essa indagação, o modelo para previsão que poderá ser utilizado deverá
determinar qual o material ou grupo que está fazendo a previsão. Segundo Slack, Chambers
e Johnston (2009, p. 67), “[...] devem-se considerar aspectos como o horizonte da previsão,
disponibilidade de dados, precisão necessária e disponibilidade de recursos”.

Fazendo algumas considerações sobre as técnicas existentes de previsão de demanda, elas se


dividem em qualitativas e quantitativas, com base em conceitos matemáticos. As qualitativas
trabalham principalmente com informações consideradas subjetivas, e as quantitativas com
informações que podem quantificar, medir etc. Essas informações compõem as previsões que são
baseadas nas experiências dos vendedores, gerentes, compradores e de empresas de marketing.
Você poderá encontrar em suas pesquisas técnicas já elaboradas que vão auxiliar no seu trabalho,
pois já foram baseadas em informações coletadas por profissionais da área. Essa ferramenta é
utilizada quando ocorre uma escassez de tempo para uma efetiva coleta e análise de dados de
demandas passadas ou novos produtos ou materiais a serem lançados futuramente.

A utilização do método quantitativo busca analisar os dados levantados anteriormente de uma


forma mais objetiva, a qual utiliza modelos matemáticos que auxiliam numa projeção futura da
demanda.

Segundo Tubino (2000), existem técnicas quantitativas que se baseiam em séries temporais
conhecidas também por projeção. Há outras técnicas que se baseiam em correlações ou
conhecidas por explicação do fenômeno estatístico. O termo “projeção” nos remete ao futuro e
admite que esse futuro seja repetição do passado. Quero dizer que as demandas poderão evoluir
no tempo segundo as leis empregadas no passado. Aquelas que se baseiam em correlações

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buscam explicar as vendas do passado através de leis que fazem uma relação com outras
variáveis conhecidas ou previsíveis.

Você poderá levantar a seguinte questão: existem outros métodos quantitativos? Sim, são os
métodos de decomposição e o box-jenkins ou ARIMA – Autoregressive Integrated Moving Average.
Você poderá pesquisar como eles se compõem.

Os estatísticos destacam que as técnicas que utilizam a projeção são mais fáceis de trabalhar,
porque seguem basicamente um modelo que é constituído a partir de uma análise do estudo da
curva de demanda. Tubino (2000) destaca o estudo de tendências, sazonalidades e variações
irregulares baseadas num estudo da curva de demanda. A sazonalidade compreende períodos
cíclicos de determinados eventos, por exemplo, Olimpíadas, Copa do Mundo, clima, que acabam
afetando a demanda por um determinado produto.

Dentro das previsões, a utilização de técnicas para projeção é essencial. Essas técnicas
normalmente englobam tendências e sazonalidades, deixando de lado o que chamamos de
irregularidades. As irregularidades, por terem características indeterminadas, fazem parte de do
que chamamos de margem de erro da previsão.

Tubino (2000) apresenta também outras técnicas que são conhecidas como média histórica
móvel e média exponencial móvel. O que vem a ser a média histórica móvel? Ela passa a ser
uma média móvel porque se baseia no cálculo da média aritmética simples dos períodos a
que se refere. Você poderá pesquisar em qualquer livro de estatística o cálculo dessa média.
Pergunto agora: o que vem a ser média exponencial móvel? Essa média baseia-se no fato de que
cada variável possui um peso, o qual vem decrescendo ao longo do tempo, seguindo uma p.g.
(progressão geométrica). Para fazer a inclusão da tendência nos cálculos das previsões, devemos
utilizar um método conhecido como equação linear, que auxilia no cálculo de tendência e do
ajustamento exponencial.

Com isso, apresenta-se outro método de trabalho, conhecido como linear. Esse método linear tem
como referência gráficos lineares que apresentam a demanda histórica de um produto. Através
desse gráfico linear, podemos calcular a equação da reta que representa a evolução crescente
da demanda procurada. Para se calcular a previsão, utilizamos a média exponencial da demanda
junto com a estimativa exponencial da tendência. Em resumo, essas considerações sobre cálculo
têm como objetivo chamar a atenção para que utilizemos ferramentas da estatística descritiva.
Conhecimento básicos de estatística vão auxiliar você no desenvolvimento dos cálculos.

2 Classificação dos estoques


Alguns autores como Moura (2004), Lima (2003) e Slack, Chambers e Johnston (2009) propõem
caminhos que por experiência acredito serem os mais plausíveis. Uma das sugestões é fazer a
separação dos itens por subgrupos, o que permitirá a escolha e a adoção de uma política eficaz
para cada um dos itens.

Você se lembra do último conteúdo, quando fizemos o estudo da curva ABC? Tal estudo
apresenta uma maneira de classificar os itens utilizando o critério de valor de uso anual, que é
nada mais do que fazer a multiplicação da quantidade utilizada por ano pelo valor unitário. Da
mesma forma, para considerar essa técnica eficiente, é preciso utilizar um estudo de itens quase
homogêneos. Você focará cada vez mais nos itens que têm uma representatividade grande e
nos valores movimentados de estoque que utilizam a curva ABC. A grande variedade de itens
no estoque gera um aumento considerável e de difícil gerenciamento, resultando no controle de
classificação. Os critérios para o controle de classificação podem ser de vários tipos, tais como:
lead time, atributos comuns, obsolescência, escassez, durabilidade etc.

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

2.1 Classificação de estoques multi-itens


Você poderá se perguntar por que há vários meios de utilização desses modelos. Podemos
considerar que grande parte dos modelos apresentados tem foco no controle de estoque, que é o
monoitem apresentado pelo gestor com um controle de classificação sobre uma centena de itens.
A função de controle acaba ficando árdua devido ao volume de itens. Por esse motivo, recorre-se
ao multi-item, que agrega aos itens os grupos que permitem uma economia de tempo ao focar
em itens mais importantes na classificação.

Quando tivermos muitos itens, devemos fazer uma reflexão sobre qual modelo de controle
de estoque poderemos utilizar. Esse estudo poderá demandar muito tempo. O gestor da área
necessita de uma equipe qualificada para efetuar as classificações dos itens e dos grupos. É
preciso ter grupos funcionais, os quais são afetados por algumas restrições no momento de
agrupar. Devemos verificar se os materiais deverão ser tratados em famílias diferentes, para
facilitar a classificação.

2.2 Demanda versus estoque de produtos


Para podermos apresentar quais os padrões de demanda e sua relação com as políticas de
estoque, devemos considerar que atualmente estão ocorrendo alterações no mercado. Devido
à preocupação das organizações em customizar, ou seja, diminuir seus custos e algumas sendo
adquiridas ou fazendo parte de fusões de grandes grupos, esse cenário acaba gerando uma
demanda irregular, que é chamada no mercado de lumpy, termo em inglês que significa a
caracterização pelo alto nível de variabilidade com diferenças na demanda para alto ou para
baixo. Podemos fazer uma medição dessa variação da demanda através do lumpiness, termo
empregado no estudo das variabilidades. Trata-se do estudo do CV (coeficiente de variação), que
encontramos em textos de estatística. No estudo de lumpy, o CV é uma amostra em relação à sua
média, ou seja, CV = desvio padrão/média. Essas variações interferem nos níveis dos estoques.

2.3 O ponto de ressuprimento


Você poderá se perguntar por que existem os estoques de segurança. Segundo Ballou (2001, p.
23) “[...] os estoques de segurança existem por causa das incertezas da demanda e do lead time
de fornecimento”. Se fosse possível determinar a demanda e houvesse a possibilidade de repor a
demanda instantaneamente, não teríamos a necessidade desse tipo de estoque.

Você está percebendo que utilizo vários autores nessa discussão, pois estamos ainda em
pleno desenvolvimento de métodos e técnicas. Por isso é interessante você conhecer ideias de
vários autores e como elas se complementam. Para reduzir as incertezas, segundo Buzzacott e
Shanthikumar (1994, p. 49), “[...] o tempo de segurança é aplicável quando se tem uma previsão
bem acurada, variando apenas o lead time”. Seguindo esse pensamento, você verá algumas
equações que vão contribuir para a compreensão do cálculo utilizado.

A demanda de material deve ter uma distribuição normal. A curva normal, conhecida também
como curva de Gauss, é uma curva matemática teórica, que tem dois parâmetros, a média e o
desvio-padrão, que são os elementos que definem uma determinada população, em relação a
uma característica qualquer, estudada e medida em integrantes dessa população. O cálculo do
estoque de segurança é feito exatamente pelo desvio padrão da soma das variâncias do lead
time da demanda.

Fonte: Ballou (2001).

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A fórmula apresentada é aplicada quando os comportamentos da demanda e do lead time
obedecem a uma distribuição normal.

No dia a dia, o estudo da distribuição normal não tem a garantia de que seja possível aplicá-lo.
Com essa afirmativa, concluímos que poderá levar a rupturas no estoque, ou seja, ocorrerão
falhas na estocagem.

Eppen e Martin (1988) chamam a atenção para o fato de que nem sempre é possível encontrar
materiais com a aplicação da distribuição de probabilidade normal de demanda. Essa dificuldade
de encontrar no estoque nos leva a criar um procedimento que acaba se tornando um padrão,
ou seja, assumir a distribuição de probabilidade como uma distribuição normal com média
variância conhecida, a fim de determinar o estoque de segurança e o ponto de ressuprimento.

Até o momento, apresentei quando tenho uma distribuição de probabilidade conhecida,


que no caso foi a distribuição normal de probabilidade. Quando ocorrer de apresentar uma
distribuição desconhecida, não há condições de utilizar aquelas que encontramos em qualquer
livro de estatística. Para isso, temos outra ferramenta estatística, que é a de estimativa, ou seja,
utilizaremos o método de estimativa para calcular a demanda de cada período. Utilizando esse
método, a margem de erros aumenta. Esses erros são conhecidos pelo termo MAD, que significa:
erros médios absolutos em relação à demanda real. Servem para definir quais são os estoques
de segurança.

Segundo Inderfurth e Minner (1998), os estoques de segurança não são uma garantia contra
as incertezas, por isso se faz necessário, através de comprometimento gerencial, dar uma
flexibilidade e capacidade de resposta para reagir a situações inesperadas.

2.4 Considerações sobre gerenciamento dos


estoques
Devemos levar em conta outros aspectos sobre o gerenciamento dos estoques, recorrendo a
autores como Moura (2004) e Lima (2003), que apoiam, e outros que criticam os modelos
existentes. As críticas sobre modelos considerados clássicos se pontuam da seguinte forma:

• Primeira: existe uma dificuldade de medir ou mensurar os custos que se referem aos pedidos,
à manutenção e à falta dos materiais;

• Segunda: quando se tem dificuldade em compreender os itens, dificultando a precisão e


facilitando certo relaxamento na implementação, o que causa um enfraquecimento do modelo
utilizado;

• Terceira: esses modelos considerados clássicos acabam sendo inflexíveis e causam confusão
entre variáveis de ação e monitoramento do controle de estoques.

Com isso, você percebe que os autores citados alertam para o fato de que, entre as teorias
utilizadas e a prática, há um grande distanciamento. Precisamos fazer uma união entre esse
conteúdo teórico e a prática. A grande maioria dos modelos e técnicas se baseia no estudo
de modelagem matemática que contribuía para a determinação de parâmetros aplicados em
estoques e avançam no planejamento dos recursos a serem utilizados. Esses modelos, quando
utilizados no cotidiano, apresentarão um grau de limitações. Os modelos são reconhecidos nas
empresas como agentes no desempenho dos sistemas de estoque. Assim, para terem sucesso,
dependem também da arquitetura organizacional.

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

NÃO DEIXE DE VER... NÓS QUEREMOS SABER!


O filme Bee Movie, produção da Dream Você poderá fazer algumas questões
Works. É um desenho animado que sobre as classificações de estoque. O
apresenta várias situações e atividades que vêm a ser na prática as políticas de
de uma organização e as questões de estoque e qual influência elas recebem
logística. dos padrões de demanda?

NÃO DEIXE DE LER... VOCÊ O CONHECE?


O artigo “Logística e a gestão da cadeia de A história do empresário Júlio Simões,
suprimentos: uma arma verdadeiramente fundador do grupo JSL e figura lendária
competitiva”, do autor José Carlos Ferrante, do setor de transportes. Falecido, deu
publicado na revista Embanews, em julho sua contribuição ao modal rodoviário.
de 2009. Vale a pena ler e entender a Faça uma pesquisa e leia sobre a
relevância da cadeia de suprimentos. importância da empresa e desse homem.

3 Controle de estoques e movimentação


de materiais
3.1 Inventários
Podemos iniciar com algumas questões para ajudar na compreensão do que vem a ser inventário.
Você sabe qual a importância e o objetivo do inventário? E o que é o inventário cíclico e sua
importância para o controle dos estoques? Vários autores, como Dias (1993), Fleury, Wanke e
Figueiredo (2000), entre outros. Vejamos a clássica:

O inventário consiste em um conjunto de ações predefinidas de controle dos materiais de


consumo em almoxarifado e dos ativos permanentes em uso ou estocados. Seu objetivo é
verificar, quantitativa e qualitativamente, os materiais pertencentes ao ativo permanente, em uso
ou estocados, e os materiais de consumo em almoxarifado.

O que vêm a ser quantitativo e qualitativo?

O chamado controle quantitativo busca confrontar os valores constantes no almoxarifado,


verificados por meio de contagem, com os dados registrados nos sistemas utilizados no Estado.

Já o controle qualitativo visa averiguar a condição dos itens estocados, por exemplo, se estão
dentro do prazo de validade, para que sejam tomadas medidas caso o prazo esteja próximo do
vencimento.

Sendo assim, temos outra questão quanto ao controle de estoques: o que vem a ser acurácia?
É averiguar a diferença entre os valores físicos obtidos com a contagem in loco dos itens e os
registros do sistema. Ela pode ser calculada com a seguinte fórmula, gerando um índice:

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ACURÁCIA = Registros corretos / Registros contados x 100, onde:

Podemos citar como exemplo as empresas de alimentos e bebidas que os seus valores físicos de
estoques e seus registros no sistema sejam os mais parecidos possíveis. Essas movimentações no
estoque tem que ser feita em tempo real, para que se mantenha a acuracidade dos estoques.
Lembrando que o ideal é ter como resultado cem por cento.

Registros corretos: consistem no número de itens cujo estoque real contado foi igual ao número
de itens registrados no sistema.

Registros contados: consistem no número de itens registrados no sistema.

O índice de acurácia de 100% representa o ideal.

3.2 Inventário físico


Para gerir os inventários, a maioria das organizações possui um sistema informatizado. Nesse
sistema, os materiais estão cadastrados de modo a garantir que sua movimentação, localização
e outras informações sejam facilmente consultadas e analisadas. Mesmo havendo os sistemas
modernizados nas organizações, o controle poderá ter falhas. Por causa disso, se faz necessária
a utilização de inventários físicos com o objetivo de confrontar os valores apresentados pelo
sistema de informação com aqueles que foram coletados ou verificados durante o processo de
elaboração do inventário. Dentro desse inventário, temos:

• Inventário físico: é uma técnica que consiste na contagem física dos itens em estoque, podendo
ser realizado de duas maneiras: periódico ou rotativo.

a) Inventário rotativo: é realizado de maneira constante, durante todo o ano. Seu principal
objetivo é possibilitar a identificação prematura de possíveis erros nos registros dos itens e,
com isso, permitir que correções sejam aplicadas antes que os erros possam causar maiores
problemas ao processo produtivo.

b) Inventário periódico: normalmente é realizado ao final do exercício fiscal, o que normalmente


compreende um ano. Esse tipo de inventário busca relacionar a movimentação de todos os itens
durante o ano, mostrando suas quantidades de entrada e saída.

Algumas considerações da importância do inventário e sua utilização se devem de algumas


disparidades que poderão ocorrer nos estoques. Tais disparidades podem ser causadas por erros
de digitação de notas de entrada, roubo ou destruição de itens, devoluções cujos itens não
retornaram ao estoque, erros em relatórios etc.

Você poderá utilizar ambas as formas de realização de inventários físicos, ou seja, tanto inventário
rotativo como inventário periódico. O objetivo é aumentar a confiabilidade das informações
fornecidas e diminuir os riscos de ocorrerem prejuízos causados por alocação incorreta,
principalmente na compra de materiais.

Utilizando as duas formas de inventário, tem-se um maior controle sobre a gestão física dos
estoques, uma vez que o inventário periódico servirá como auditoria das informações passadas
pelo inventário rotativo, complementando-o.

3.3 Controle de estoque


Sendo assim, você terá a seguinte questão: o que vem a ser controle de estoque?

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

O controle de estoque é uma área importantíssima nas organizações e não depende do porte da
empresa. Graças a ele, é possível prever o quanto será necessário comprar no próximo pedido
ao fornecedor. Hoje em dia, o controle de estoque é feito através de softwares conhecidos
como “Programas para controle de estoque”, “Sistema integrado de gestão” ou “Programas para
automação comercial”.

Vários autores enumeram a importância desses programas de controle. Vamos elencar os


principais benefícios de informatizar seu controle de estoque:

• Controlar a entrada e a saída de mercadorias;

• Saber a quantidade de cada produto em estoque;

• Saber a localização física do produto no estoque;

• Ser avisado quando o saldo de algum produto estiver baixo;

• Emitir relatório de produtos encalhados;

• Emitir relatórios de curva ABC de produtos mais vendidos;

• Evitar e detectar furtos ou fraudes dentro da empresa;

• Mais agilidade no atendimento ao cliente.

Você já deve ter percebido que existe uma quantidade enorme de programas para o controle de
estoques. Agora vamos conhecer como funcionam os recebimentos, fornecimentos e transferências
de materiais.

4 Recebimentos, fornecimentos e
movimentação de materiais
4.1 Recebimentos
Precisamos sempre ter em mente que aquilo que for adquirido pela empresa, ou seja, materiais,
matéria-prima, tem sempre um controle padronizado. Iniciamos com a sua entrada de material e
também a sua saída. Nesse contexto, você pode pensar que o seu controle deve ser sempre o mais
preciso e próximo da realidade, assim teremos melhores resultados. Portanto, podemos partir de
alguns princípios básicos no recebimento para estocagem de materiais. Dentro desse processo,
o profissional de logística é que vai gerir a estocagem, pois tem enorme responsabilidade no
exercício da função, que acaba exigindo um foco concentrado e o perfeito conhecimento de suas
obrigações.

Você poderá levantar a seguinte questão: como é o ciclo de controle e recebimentos? Nesse
ciclo, levamos em conta alguns conceitos sobre o que vem a ser comprar, receber, guardar e
distribuir.

Vários autores conceituam os agentes do ciclo de controle de recebimentos. Vou apresentar os


considerados clássicos:

a) Comprar: esse é o ato em que as empresas têm maior dificuldade. O setor responsável é o
de compras. O setor de compras possui grandes responsabilidades. O que vem a ser comprar?

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Podemos resumir como uma troca de moeda por bens materiais, com base no menor preço e
qualidade. Talvez você já deva ter ouvido falar que foi efetuada uma aquisição de material que
não corresponde à necessidade dos serviços a que se destina. Na verdade, o que faltou foi
conhecimento exato do desejado, sua clara especificação e as quantidades econômicas que
deveriam ser previstas.

b) Receber: esse é outro ato em que a pessoa precisa saber fazer a verificação da sua quantidade
e valor. Já para receber, é necessário conhecer exatamente o tipo de material e suas características
físicas e até a analíticas, para não se ficar refém de pessoas não cumpridoras das especificações
dos materiais. Você tendo conhecimento das especificações da padronização, pode prevenir
erros que porventura possam aparecer.

c) Guardar: a guarda e a estocagem de materiais possuem critérios específicos conforme os tipos


de materiais. Para manter a estocagem, é necessário conhecer, por exemplo, o seu peso, tipos,
formas físicas, consistência etc.

d) Distribuir: a distribuição dos materiais acaba tendo por fim as principais finalidades do
almoxarifado. Ela engloba as informações necessárias para reposição dos materiais da empresa.
Essas informações têm que ser verdadeiras e contra o desperdício.

Os almoxarifados são verdadeiros estabelecimentos em que os materiais ficam em custódia,


resguardados e a salvo de emprego ilícito e abusivo, e são devidamente protegidos e vigiados
por profissionais capacitados e com total responsabilidade pelos seus atos.

4.1.1 Materiais: armazenamento e localização

Para atender o almoxarifado, é necessário nas organizações um sistema de localização de


materiais que tem como objetivo estabelecer caminhos para uma identificação e a perfeita
localização dos materiais estocados. Existe assim, como facilitador do trabalho, uma simbologia
própria conhecida como codificação.

O responsável pelo almoxarifado tem de fazer a manutenção do sistema de localização e, para


isso, deverá possuir um desenho ou esquema de depósito, que apresenta com detalhes a posição
e a situação dos espaços das respectivas áreas de estocagem.

4.1.2 Estocagem – sistema fixo ou fechado

Os sistemas existentes para estocagem de matérias são vários. Você já leu sobre o tema? Procure
pesquisar sobre o assunto. O sistema fixo ou fechado na verdade determina áreas de estocagem
para certos tipos de materiais. Com isso, aloca os materiais por suas características. Você evita
assim, com a utilização do sistema, um risco grande de desperdício de armazenagem. Quando
ocorre um fluxo muito grande de entrada e saída de materiais dentro de um depósito, poderá
ocorrer falta de material, por isso o sistema é útil, já que evita excesso de material ou falta.

4.1.3 Estocagem – livre ou aberto

Com o nome já diz, o sistema livre ou aberto não possui locais fixos de armazenagem, a não
ser em alguns casos. Esses materiais ocupam espaços vagos ou vazios disponíveis dentro do
depósito. Nesse caso, a única atitude inconveniente desse sistema é o método de controle que
dever existe sobre o endereçamento do estoque, pois poderá correr o risco de possuir material
em estoque perdido que talvez seja descoberto em situações de mero acaso ou num momento
de inventário do almoxarifado.

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

4.1.4 Estocagem – localização ou endereçamento

Esse sistema tem como proposta de trabalho oferecer caminhos necessários para identificação
mais rápida possível e localização dos materiais sobre responsabilidade do almoxarife.

4.2 Movimentação de materiais


Existe um conceito quanto ao processo produtivo que é a movimentação, ou seja, a transformação
da matéria-prima que envolve elementos, tais como homem, máquina e material. No processo de
industrialização, o material passa a ser o elemento que provoca a movimentação.

4.2.1 Finalidades de uma movimentação

Existem algumas finalidades na movimentação de materiais, tais como:

a) Granel: essa movimentação destaca os equipamentos de transportes usados desde a extração


até o armazenamento de todo tipo de materiais a granel, incluindo líquidos, sólidos e gases.

b) Cargas unitárias: essa movimentação se refere a cargas ou materiais que estão contidos
em um recipiente de paredes rígidas ou individuais ligadas entre si, que assim acaba sendo
formando um único recipiente que facilita a manipulação.

c) Embalagem: na verdade se refere aos recipiente utilizados para o transporte de produtos que
poderão estar em processo ou acabados.

d) Armazenamento: aqui os materiais passam pelas etapas de recebimento, empilhamento ou


colocação em prateleiras ou em suportes especiais. Além disso, tem a ver com a expedição
de cargas de qualquer forma, em qualquer momento do processamento de um produto ou na
distribuição destes.

e) Caminhos de transporte: envolvem a questão do estudo do carregamento, como é a fixação


do transporte, como é o seu desembarque e transferência de materiais nos terminais das vias de
transporte, tais como rodovias, ferroviais e navios.

Você acabou de ver que a movimentação de materiais precisou dar relevância para uma análise
detalhada das informações ou dados recebidos. Já nessa área de avaliação dos aspectos contidos
na movimentação de mateiras, é preciso citar:

a) mapas de transportes;

b) disposição física do equipamento;

c) organização;

d) treinamento;

e) sua segurança;

f) sua manutenção;

g) padronização;

h) custos.

16 Laureate- International Universities


Você poderá indagar como os custos do processo poderão ser analisados. A análise de custos e
do desenvolvimento de um sistema eficiente de movimentação de materiais acaba influindo no
produto final. Esse custo, que poderá ser agregado ao preço final do produto, não contribui em
nada. Se considerarmos a movimentação como problema separado dos demais, pode-se pensar
que a simples redução nos trajetos percorridos pelo material em suas diversas etapas, do estoque
à expedição, irá acarretar um baixo custo.

Dentro desse contexto de custo, o sistema de movimentação de materiais deverá atender a


algumas finalidades primordiais, como a redução dos custos.

Essa redução dos custos passa pelo inventário, pois se trata de uma utilização mais vantajosa
do espaço disponível por consequência de um aumento da produtividade. Sendo assim, deve-se
aplicar um sistema de movimentação de materiais, que tem as seguintes características:

a) Redução de custo de mão de obra: na prática, é a substituição da mão de obra braçal pelos
equipamentos mecânicos e eletrônicos, que acaba liberando essa mão de obra para serviços que
vão exigir menos esforço físico;

b) Redução de custo de materiais: é uma armazenagem mais racional, que facilita o transporte
e assim diminui as perdas.

c) Redução de custo de despesas gerais: é a utilização de uma racionalização dos processos de


transporte e também do estoque. Tudo isso acaba entrando nas despesas gerais.

O objetivo maior com essa redução de custos é aumentar a capacidade produtiva da área, ou
seja, focar na eficiência, isto é, verificar ou avaliar os sistemas de movimentação de materiais.
Ela se comporta da seguinte forma:

a) aumento de produção;

b) aumento da capacidade de armazenagem;

c) melhor distribuição de armazenagem.

4.3 Melhores condições de trabalho


Conforme você apura os sistemas de movimentação de cargas, isso vai refletir nas condições de
trabalho dos colaboradores. Como consequência, eles têm:

a) maior segurança;

b) redução da fadiga;

c) maior conforto.

A questão da segurança só ocorre com o uso de dispositivos destinados às cargas unitárias e


com a aplicação de equipamentos de manuseio. Dessa forma, o risco de acidentes durante as
operações acaba sendo praticamente nulo.

Quanto à redução da fadiga na questão do manuseio das máquinas, o profissional acaba sendo
liberado para outros tipos de serviços considerados mais nobres. Sendo assim, acaba diminuindo
a fadiga que ao mesmo tempo esse profissional terá e a preocupação de um trabalho voltado ao
transporte e estocagem de cargas.

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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

4.4 Distribuição com uma qualidade maior


O conceito de distribuição se inicia por uma preparação do produto e termina no usuário, além
de melhorar muito com a racionalização dos sistemas de manuseio.

Temos as seguintes características na distribuição:

a) melhoria na circulação;

b) localização estratégica de almoxarifados;

c) melhoria nos serviços ao usuário;

d) maior disponibilidade.

Em linhas gerais, a questão da melhoria da circulação passa por uma criação de corredores
bem definidos, endereçamento fácil e equipamentos eficientes, e com isso a circulação das
mercadorias dentro de uma fábrica é sensivelmente melhorada. Nessa melhoria da distribuição,
deve-se escolher uma localização estratégica do almoxarifado utilizando sistemas de manuseio
e criação de pontos de armazenagem em vários locais que estejam colocados estrategicamente
próximos aos pontos consumidores. Já a melhoria dos serviços ao usuário torna-se mais simples
e rápida quando fica próxima dos centros consumidores. O consumidor, assim, consegue adquirir
seus produtos com melhores preços e estado de conservação. A maior disponibilidade dentro
desse contexto se refere ao local onde se encontram os produtos por região.

4.5 Leis de movimentação


Você poderá se perguntar: como se mantêm as regras de movimentação de materiais?
Podemos dizer que seguimos algumas diretrizes básicas para manter a eficiência do sistema de
movimentação de materiais. Basicamente, elas se compõem de:

a) obediência ao fluxo das operações;

b) mínima distância;

c) mínima segurança e satisfação;

d) padronização;

e) flexibilidade;

f) máxima utilização do equipamento;

g) máxima utilização da gravidade;

h) máxima utilização do espaço disponível;

i) menor custo total.

Podemos, assim, fazer alguns considerações que ajudarão você a refletir sobre o que estabelece
a política de estoques. O que vem a ser política de estoque adequada? Nas exigências e
condições que viabilizam a competitividade organizacional, tem como base para a implantação
de um plano de produção, estocagem e relacionamento com fornecedores a redução de custos
e otimização dos recursos de maneira a ampliar o nível de resposta às exigências da produção

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e, principalmente, às exigências de demanda dos clientes, que dão hoje especial importância à
rapidez no atendimento.

Neste conteúdo, quero chamar a atenção para o fato de que é fundamental o estabelecimento
de uma estrutura de profissionais de almoxarifado com visão técnica e sistêmica. Com isso, seria
permitido gerenciar o insumo a fim de que a velocidade de resposta à demanda externa seja a
menor possível.

Concluindo, podemos dizer que uma política de estoques deve ser elaborada a partir do
estabelecimento de um gerenciamento estratégico dos recursos, que viabilize a rapidez dos
processos, evitando o estrangulamento ao longo da cadeia produtiva.

NÃO DEIXE DE VER...


O filme Tucker: The Man and His Dream (1988), baseado na história de Preston Tucker, um
projetista que desenvolveu o design de um carro, que para a época era revolucionário.
O filme apresenta a logística utilizada na fabricação dos carros.

NÓS QUEREMOS SABER!


Faça uma pesquisa sobre qual sistema de estocagem fornece a melhor utilização
volumétrica. Você deverá discorrer sobre a importância e os procedimentos.

NÃO DEIXE DE LER...


O artigo “Fluxo logístico: do recebimento à expedição no processo de ampliação de
uma empresa do segmento de reciclagem”, publicado no XI Simpósio de Excelência
em Gestão e Tecnologia 2014. Ele aborda a importância da logística no segmento de
reciclagem, trazendo organização ao processo de armazenagem.

VOCÊ O CONHECE?
Abílio dos Santos Diniz, empresário e presidente do conselho de administração da BRF.
Leia sobre a sua gestão no grupo Pão de Açúcar.

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Síntese
Demanda de controle de estoque e seus procedimentos

Síntese
Neste Capítulo, você estudou a previsão de demanda e ressuprimentos. Apresentamos a você
conceitos de demanda, suprimento e o que é previsão de demanda e sua importância nos
custos de produção. Para melhor compreensão do que vem a ser a previsão, foi destacada
a classificação de estoque e qual é o ponto de ressuprimento. Sendo assim, foi possível fazer
uma leitura do gerenciamento, controle de estoques e a movimentação dos materiais, pois o
inventário e o controle de estoque têm enorme relevância no processo. E, por fim, um estudo
sobre os recebimentos e como ocorrem as transferências de materiais na organização.

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Referências Bibliográficas
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e
logística empresarial. 4. ed. São Paulo: Bookman, 2001.

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CARNEIRO, Ricardo. Os clássicos da Economia. São Paulo: Ática, 1997.

CAVALHEIRO, D. Método de Previsão de Demanda Aplicada ao Planejamento da


Produção de Indústrias de Alimentos. Florianópolis, 2003. 130p. Dissertação (Mestrado em
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