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São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Sumário
Capítulo 2: Demanda de controle de estoque e seus procedimentos-----------------------5
Introdução------------------------------------------------------------------------------------------- 5
1 Previsão de demanda e ressuprimentos------------------------------------------------------- 6
1.1 Introdução ao ato de prever a demanda--------------------------------------------------- 6
1.2 Previsão de demanda------------------------------------------------------------------------- 7
2 Classificação dos estoques--------------------------------------------------------------------- 9
2.1 Classificação de estoques multi-itens----------------------------------------------------- 10
2.2 Demanda versus estoque de produtos---------------------------------------------------- 10
2.3 O ponto de ressuprimento----------------------------------------------------------------- 10
2.4 Considerações sobre gerenciamento dos estoques------------------------------------- 11
3 Controle de estoques e movimentação de materiais-------------------------------------- 12
3.1 Inventários------------------------------------------------------------------------------------ 12
3.2 Inventário físico ----------------------------------------------------------------------------- 13
3.3 Controle de estoque------------------------------------------------------------------------ 13
4 Recebimentos, fornecimentos e movimentação de materiais----------------------------- 14
4.1 Recebimentos-------------------------------------------------------------------------------- 14
4.2 Movimentação de materiais---------------------------------------------------------------- 16
4.2.1 Finalidades de uma movimentação----------------------------------------------------- 16
4.3 Melhores condições de trabalho ---------------------------------------------------------- 17
4.4 Distribuição com uma qualidade maior-------------------------------------------------- 18
4.5 Leis de movimentação---------------------------------------------------------------------- 18
Síntese--------------------------------------------------------------------------------------------- 20
Referências Bibliográficas----------------------------------------------------------------------- 21
Capítulo 2 Demanda de controle de
estoque e seus procedimentos
Introdução
Você verá neste conteúdo que a logística tem uma enorme importância nas organizações. Ela
ainda é vista como a grande solução para problemas encontrados nas empresas. Dentro desse
contexto, sabemos que as fábricas e os centros de distribuição se encontram longe dos centros
de consumo, acarretando necessidade de transporte.
Há, assim, uma diferença temporal entre quando o produto é fabricado e quando ele é requisitado
pelos consumidores, o que exige estoques nos pontos de venda, a fim de compreender melhor o
que vem a ser demanda futura. Isso traz à tona um elemento pelo qual o profissional de logística
é pressionado: a redução dos estoques.
Essas características abrem espaço para mais uma atividade do setor de logística: as previsões.
O autor acredita que o ato de prever serve para planejar compra de matéria-prima, capacidade
de máquinas e de mão de obra, bem como para estimar o volume adequado dos estoques, cujo
gerenciamento é talvez a segunda atividade mais importante da logística. Assim sendo, podemos
pensar que o ato de prever pode ser visto em diferentes áreas das atividades humanas, as quais
são essenciais ao bom funcionamento das empresas. Podemos levantar a seguinte questão: qual
a função das previsões nas empresas? Elas buscam meios de prever o futuro de maneira que isso
auxilie na tomada de decisões. Com isso, acaba ocorrendo também uma previsão por produtos
e serviços da organização. Podemos concluir que sempre é possível incrementar a forma como
ocorre esse ato de prever, se houver também um orçamento adequado para cobrir as despesas.
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
Você perceberá que a previsão de demanda é função essencial das organizações. Ela serve
de ponto de partida para o planejamento de várias atividades realizadas nas empresas. Assim
sendo, podemos destacar o planejamento do fluxo de caixa, o planejamento da produção,
o planejamento de vendas, o controle de estoques, compras, entre outras atividades das
organizações. Deve-se levar em consideração que, quanto maior o erro na previsão de demanda,
maior é a dificuldade da empresa em se planejar nas diversas áreas funcionais que a compõe.
Essa dificuldade poderá impor perdas financeiras às empresas, reduzindo sua competitividade
perante os concorrentes. Essas perdas financeiras podem derivar do excesso de estoques, de
vendas perdidas, das ineficiências no planejamento e controle da produção e de problemas no
fluxo de caixa.
VOCÊ O CONHECE?
Ducan Watson, vice-presidente comercial da Emirates América Central. Veja a sua
importância e o que ele fala sobre operação de cargas no Brasil.
Segundo Tubino (2000, p. 39), “[...] as empresas de uma maneira ou de outra, direcionam suas
atividades para o rumo em que acreditam que seu negócio andará”. Sendo assim, o papel
das previsões é prover subsídios para o planejamento estratégico da organização. Os planos
de capacidade, vendas, fluxo de caixa, estoques, mão de obra e compras são todos baseados
na previsão de demanda. Dessa forma, a previsão de demanda permite que os administradores
dessas organizações antecipem o futuro e planejem de forma mais conveniente suas ações
(TUBINO, 2000).
Dentro dessa visão, você pode pensar como a administração de estoques se comporta. Em
organizações que trabalham com a produção de bens, sua função é garantir a interdependência
entre etapas produtivas, permitir uma produção constante e possibilitar o uso de lotes econômicos,
servindo assim como fator de segurança para variações inesperadas da demanda e prevenção
contra possíveis aumentos de preço. Dias (1993, p. 43) afirma que “[...] a demanda prevista é
uma estimativa antecipada do volume de vendas num período determinado, com uma margem
de erro a ser considerada”.
Ainda segundo Dias (1993), com o passar do tempo, as empresas passam a acompanhar de
perto como funciona o tempo de vida dos produtos. Outros autores consagrados como Carneiro
(1997), Corazza (2003), Krugman e Wells (2007), entre outros, indicam que essa demanda pode
ser pontual, independente e dependente. Temos também a demanda de produtos que podem
perecer e, por fim, a demanda que faz parte de uma sequência ou cadeia de suprimentos.
Para Tubino (2000), a matemática possui um poder, a tecnologia da informação, e somente algo
acima da média teria condições de ser preciso no ato de prever exatamente as demandas. Sendo
assim, no ato de prever, encontramos várias formas de previsão, uma vez que a cada momento
poderão surgir novas formas de estudo da demanda. Você pode levantar a seguinte questão:
não existe exatidão nos cálculos? Nós trabalhamos esses dados por aproximação com base na
matemática e numa experiência do profissional da área, que por sua vez desenvolve o processo
de análise de demanda. Segundo Cavalheiro (2003, p. 33) “[...] a previsão de demanda pode
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
Outra questão a ser pensada é sobre os modelos e técnicas de previsão. Assim sendo, Slack
(2009, p. 45) afirma que “[...] os modelos e as técnicas de previsão podem ser classificados
em termos de objetividade e subjetividade, e em relações causais e não causais”. Agora vamos
entender o que tem de objetivo e o que tem de subjetivo numa técnica que se procede conforme
especificidades dentro de uma sistemática. Mas o que vem a ser subjetivo e o que vem a ser
objetivo? No caso das técnicas subjetivas, você se envolve com a intuição, o juízo de valor, que
normalmente é baseado em experiências profissionais ou de vida. Já as relações não causais
baseiam-se num banco de informações que você possui de experiências anteriores para fazer
uma previsão futura. Sobraram as relações causais, que são as objetivas, as quais trabalham o
ato de prever através de cálculos matemáticos que apresentam a relação de causa-efeito.
Vários autores têm modelos de previsão. Para que você possa compreender melhor, utilizo o
modelo apresentado por Tubino (2000), um especialista na área.
• Primeira etapa: definir o objetivo do modelo a ser utilizado para dar sustentação para uma
coleta de dados e posterior análise;
• Segunda etapa: procurar selecionar uma técnica de previsão que se adéque ao momento;
• Quarta etapa: acompanha e busca uma atualização dos parâmetros utilizados que vieram dos
erros de previsão.
No modelo de previsão a ser utilizado, deve-se determinar para qual material ou grupo de
materiais você está fazendo a previsão e até que ponto você está sendo preciso para projetar na
sua previsão. Outra questão é: como é feita a escolha do modelo de previsão? Qual deverá ser
utilizado? Em resposta a essa indagação, o modelo para previsão que poderá ser utilizado deverá
determinar qual o material ou grupo que está fazendo a previsão. Segundo Slack, Chambers
e Johnston (2009, p. 67), “[...] devem-se considerar aspectos como o horizonte da previsão,
disponibilidade de dados, precisão necessária e disponibilidade de recursos”.
Segundo Tubino (2000), existem técnicas quantitativas que se baseiam em séries temporais
conhecidas também por projeção. Há outras técnicas que se baseiam em correlações ou
conhecidas por explicação do fenômeno estatístico. O termo “projeção” nos remete ao futuro e
admite que esse futuro seja repetição do passado. Quero dizer que as demandas poderão evoluir
no tempo segundo as leis empregadas no passado. Aquelas que se baseiam em correlações
Você poderá levantar a seguinte questão: existem outros métodos quantitativos? Sim, são os
métodos de decomposição e o box-jenkins ou ARIMA – Autoregressive Integrated Moving Average.
Você poderá pesquisar como eles se compõem.
Os estatísticos destacam que as técnicas que utilizam a projeção são mais fáceis de trabalhar,
porque seguem basicamente um modelo que é constituído a partir de uma análise do estudo da
curva de demanda. Tubino (2000) destaca o estudo de tendências, sazonalidades e variações
irregulares baseadas num estudo da curva de demanda. A sazonalidade compreende períodos
cíclicos de determinados eventos, por exemplo, Olimpíadas, Copa do Mundo, clima, que acabam
afetando a demanda por um determinado produto.
Dentro das previsões, a utilização de técnicas para projeção é essencial. Essas técnicas
normalmente englobam tendências e sazonalidades, deixando de lado o que chamamos de
irregularidades. As irregularidades, por terem características indeterminadas, fazem parte de do
que chamamos de margem de erro da previsão.
Tubino (2000) apresenta também outras técnicas que são conhecidas como média histórica
móvel e média exponencial móvel. O que vem a ser a média histórica móvel? Ela passa a ser
uma média móvel porque se baseia no cálculo da média aritmética simples dos períodos a
que se refere. Você poderá pesquisar em qualquer livro de estatística o cálculo dessa média.
Pergunto agora: o que vem a ser média exponencial móvel? Essa média baseia-se no fato de que
cada variável possui um peso, o qual vem decrescendo ao longo do tempo, seguindo uma p.g.
(progressão geométrica). Para fazer a inclusão da tendência nos cálculos das previsões, devemos
utilizar um método conhecido como equação linear, que auxilia no cálculo de tendência e do
ajustamento exponencial.
Com isso, apresenta-se outro método de trabalho, conhecido como linear. Esse método linear tem
como referência gráficos lineares que apresentam a demanda histórica de um produto. Através
desse gráfico linear, podemos calcular a equação da reta que representa a evolução crescente
da demanda procurada. Para se calcular a previsão, utilizamos a média exponencial da demanda
junto com a estimativa exponencial da tendência. Em resumo, essas considerações sobre cálculo
têm como objetivo chamar a atenção para que utilizemos ferramentas da estatística descritiva.
Conhecimento básicos de estatística vão auxiliar você no desenvolvimento dos cálculos.
Você se lembra do último conteúdo, quando fizemos o estudo da curva ABC? Tal estudo
apresenta uma maneira de classificar os itens utilizando o critério de valor de uso anual, que é
nada mais do que fazer a multiplicação da quantidade utilizada por ano pelo valor unitário. Da
mesma forma, para considerar essa técnica eficiente, é preciso utilizar um estudo de itens quase
homogêneos. Você focará cada vez mais nos itens que têm uma representatividade grande e
nos valores movimentados de estoque que utilizam a curva ABC. A grande variedade de itens
no estoque gera um aumento considerável e de difícil gerenciamento, resultando no controle de
classificação. Os critérios para o controle de classificação podem ser de vários tipos, tais como:
lead time, atributos comuns, obsolescência, escassez, durabilidade etc.
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
Quando tivermos muitos itens, devemos fazer uma reflexão sobre qual modelo de controle
de estoque poderemos utilizar. Esse estudo poderá demandar muito tempo. O gestor da área
necessita de uma equipe qualificada para efetuar as classificações dos itens e dos grupos. É
preciso ter grupos funcionais, os quais são afetados por algumas restrições no momento de
agrupar. Devemos verificar se os materiais deverão ser tratados em famílias diferentes, para
facilitar a classificação.
Você está percebendo que utilizo vários autores nessa discussão, pois estamos ainda em
pleno desenvolvimento de métodos e técnicas. Por isso é interessante você conhecer ideias de
vários autores e como elas se complementam. Para reduzir as incertezas, segundo Buzzacott e
Shanthikumar (1994, p. 49), “[...] o tempo de segurança é aplicável quando se tem uma previsão
bem acurada, variando apenas o lead time”. Seguindo esse pensamento, você verá algumas
equações que vão contribuir para a compreensão do cálculo utilizado.
A demanda de material deve ter uma distribuição normal. A curva normal, conhecida também
como curva de Gauss, é uma curva matemática teórica, que tem dois parâmetros, a média e o
desvio-padrão, que são os elementos que definem uma determinada população, em relação a
uma característica qualquer, estudada e medida em integrantes dessa população. O cálculo do
estoque de segurança é feito exatamente pelo desvio padrão da soma das variâncias do lead
time da demanda.
No dia a dia, o estudo da distribuição normal não tem a garantia de que seja possível aplicá-lo.
Com essa afirmativa, concluímos que poderá levar a rupturas no estoque, ou seja, ocorrerão
falhas na estocagem.
Eppen e Martin (1988) chamam a atenção para o fato de que nem sempre é possível encontrar
materiais com a aplicação da distribuição de probabilidade normal de demanda. Essa dificuldade
de encontrar no estoque nos leva a criar um procedimento que acaba se tornando um padrão,
ou seja, assumir a distribuição de probabilidade como uma distribuição normal com média
variância conhecida, a fim de determinar o estoque de segurança e o ponto de ressuprimento.
Segundo Inderfurth e Minner (1998), os estoques de segurança não são uma garantia contra
as incertezas, por isso se faz necessário, através de comprometimento gerencial, dar uma
flexibilidade e capacidade de resposta para reagir a situações inesperadas.
• Primeira: existe uma dificuldade de medir ou mensurar os custos que se referem aos pedidos,
à manutenção e à falta dos materiais;
• Terceira: esses modelos considerados clássicos acabam sendo inflexíveis e causam confusão
entre variáveis de ação e monitoramento do controle de estoques.
Com isso, você percebe que os autores citados alertam para o fato de que, entre as teorias
utilizadas e a prática, há um grande distanciamento. Precisamos fazer uma união entre esse
conteúdo teórico e a prática. A grande maioria dos modelos e técnicas se baseia no estudo
de modelagem matemática que contribuía para a determinação de parâmetros aplicados em
estoques e avançam no planejamento dos recursos a serem utilizados. Esses modelos, quando
utilizados no cotidiano, apresentarão um grau de limitações. Os modelos são reconhecidos nas
empresas como agentes no desempenho dos sistemas de estoque. Assim, para terem sucesso,
dependem também da arquitetura organizacional.
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
Já o controle qualitativo visa averiguar a condição dos itens estocados, por exemplo, se estão
dentro do prazo de validade, para que sejam tomadas medidas caso o prazo esteja próximo do
vencimento.
Sendo assim, temos outra questão quanto ao controle de estoques: o que vem a ser acurácia?
É averiguar a diferença entre os valores físicos obtidos com a contagem in loco dos itens e os
registros do sistema. Ela pode ser calculada com a seguinte fórmula, gerando um índice:
Podemos citar como exemplo as empresas de alimentos e bebidas que os seus valores físicos de
estoques e seus registros no sistema sejam os mais parecidos possíveis. Essas movimentações no
estoque tem que ser feita em tempo real, para que se mantenha a acuracidade dos estoques.
Lembrando que o ideal é ter como resultado cem por cento.
Registros corretos: consistem no número de itens cujo estoque real contado foi igual ao número
de itens registrados no sistema.
• Inventário físico: é uma técnica que consiste na contagem física dos itens em estoque, podendo
ser realizado de duas maneiras: periódico ou rotativo.
a) Inventário rotativo: é realizado de maneira constante, durante todo o ano. Seu principal
objetivo é possibilitar a identificação prematura de possíveis erros nos registros dos itens e,
com isso, permitir que correções sejam aplicadas antes que os erros possam causar maiores
problemas ao processo produtivo.
Você poderá utilizar ambas as formas de realização de inventários físicos, ou seja, tanto inventário
rotativo como inventário periódico. O objetivo é aumentar a confiabilidade das informações
fornecidas e diminuir os riscos de ocorrerem prejuízos causados por alocação incorreta,
principalmente na compra de materiais.
Utilizando as duas formas de inventário, tem-se um maior controle sobre a gestão física dos
estoques, uma vez que o inventário periódico servirá como auditoria das informações passadas
pelo inventário rotativo, complementando-o.
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
O controle de estoque é uma área importantíssima nas organizações e não depende do porte da
empresa. Graças a ele, é possível prever o quanto será necessário comprar no próximo pedido
ao fornecedor. Hoje em dia, o controle de estoque é feito através de softwares conhecidos
como “Programas para controle de estoque”, “Sistema integrado de gestão” ou “Programas para
automação comercial”.
Você já deve ter percebido que existe uma quantidade enorme de programas para o controle de
estoques. Agora vamos conhecer como funcionam os recebimentos, fornecimentos e transferências
de materiais.
4 Recebimentos, fornecimentos e
movimentação de materiais
4.1 Recebimentos
Precisamos sempre ter em mente que aquilo que for adquirido pela empresa, ou seja, materiais,
matéria-prima, tem sempre um controle padronizado. Iniciamos com a sua entrada de material e
também a sua saída. Nesse contexto, você pode pensar que o seu controle deve ser sempre o mais
preciso e próximo da realidade, assim teremos melhores resultados. Portanto, podemos partir de
alguns princípios básicos no recebimento para estocagem de materiais. Dentro desse processo,
o profissional de logística é que vai gerir a estocagem, pois tem enorme responsabilidade no
exercício da função, que acaba exigindo um foco concentrado e o perfeito conhecimento de suas
obrigações.
Você poderá levantar a seguinte questão: como é o ciclo de controle e recebimentos? Nesse
ciclo, levamos em conta alguns conceitos sobre o que vem a ser comprar, receber, guardar e
distribuir.
a) Comprar: esse é o ato em que as empresas têm maior dificuldade. O setor responsável é o
de compras. O setor de compras possui grandes responsabilidades. O que vem a ser comprar?
b) Receber: esse é outro ato em que a pessoa precisa saber fazer a verificação da sua quantidade
e valor. Já para receber, é necessário conhecer exatamente o tipo de material e suas características
físicas e até a analíticas, para não se ficar refém de pessoas não cumpridoras das especificações
dos materiais. Você tendo conhecimento das especificações da padronização, pode prevenir
erros que porventura possam aparecer.
d) Distribuir: a distribuição dos materiais acaba tendo por fim as principais finalidades do
almoxarifado. Ela engloba as informações necessárias para reposição dos materiais da empresa.
Essas informações têm que ser verdadeiras e contra o desperdício.
Os sistemas existentes para estocagem de matérias são vários. Você já leu sobre o tema? Procure
pesquisar sobre o assunto. O sistema fixo ou fechado na verdade determina áreas de estocagem
para certos tipos de materiais. Com isso, aloca os materiais por suas características. Você evita
assim, com a utilização do sistema, um risco grande de desperdício de armazenagem. Quando
ocorre um fluxo muito grande de entrada e saída de materiais dentro de um depósito, poderá
ocorrer falta de material, por isso o sistema é útil, já que evita excesso de material ou falta.
Com o nome já diz, o sistema livre ou aberto não possui locais fixos de armazenagem, a não
ser em alguns casos. Esses materiais ocupam espaços vagos ou vazios disponíveis dentro do
depósito. Nesse caso, a única atitude inconveniente desse sistema é o método de controle que
dever existe sobre o endereçamento do estoque, pois poderá correr o risco de possuir material
em estoque perdido que talvez seja descoberto em situações de mero acaso ou num momento
de inventário do almoxarifado.
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
Esse sistema tem como proposta de trabalho oferecer caminhos necessários para identificação
mais rápida possível e localização dos materiais sobre responsabilidade do almoxarife.
b) Cargas unitárias: essa movimentação se refere a cargas ou materiais que estão contidos
em um recipiente de paredes rígidas ou individuais ligadas entre si, que assim acaba sendo
formando um único recipiente que facilita a manipulação.
c) Embalagem: na verdade se refere aos recipiente utilizados para o transporte de produtos que
poderão estar em processo ou acabados.
Você acabou de ver que a movimentação de materiais precisou dar relevância para uma análise
detalhada das informações ou dados recebidos. Já nessa área de avaliação dos aspectos contidos
na movimentação de mateiras, é preciso citar:
a) mapas de transportes;
c) organização;
d) treinamento;
e) sua segurança;
f) sua manutenção;
g) padronização;
h) custos.
Essa redução dos custos passa pelo inventário, pois se trata de uma utilização mais vantajosa
do espaço disponível por consequência de um aumento da produtividade. Sendo assim, deve-se
aplicar um sistema de movimentação de materiais, que tem as seguintes características:
a) Redução de custo de mão de obra: na prática, é a substituição da mão de obra braçal pelos
equipamentos mecânicos e eletrônicos, que acaba liberando essa mão de obra para serviços que
vão exigir menos esforço físico;
b) Redução de custo de materiais: é uma armazenagem mais racional, que facilita o transporte
e assim diminui as perdas.
O objetivo maior com essa redução de custos é aumentar a capacidade produtiva da área, ou
seja, focar na eficiência, isto é, verificar ou avaliar os sistemas de movimentação de materiais.
Ela se comporta da seguinte forma:
a) aumento de produção;
a) maior segurança;
b) redução da fadiga;
c) maior conforto.
Quanto à redução da fadiga na questão do manuseio das máquinas, o profissional acaba sendo
liberado para outros tipos de serviços considerados mais nobres. Sendo assim, acaba diminuindo
a fadiga que ao mesmo tempo esse profissional terá e a preocupação de um trabalho voltado ao
transporte e estocagem de cargas.
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Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
a) melhoria na circulação;
d) maior disponibilidade.
Em linhas gerais, a questão da melhoria da circulação passa por uma criação de corredores
bem definidos, endereçamento fácil e equipamentos eficientes, e com isso a circulação das
mercadorias dentro de uma fábrica é sensivelmente melhorada. Nessa melhoria da distribuição,
deve-se escolher uma localização estratégica do almoxarifado utilizando sistemas de manuseio
e criação de pontos de armazenagem em vários locais que estejam colocados estrategicamente
próximos aos pontos consumidores. Já a melhoria dos serviços ao usuário torna-se mais simples
e rápida quando fica próxima dos centros consumidores. O consumidor, assim, consegue adquirir
seus produtos com melhores preços e estado de conservação. A maior disponibilidade dentro
desse contexto se refere ao local onde se encontram os produtos por região.
b) mínima distância;
d) padronização;
e) flexibilidade;
Podemos, assim, fazer alguns considerações que ajudarão você a refletir sobre o que estabelece
a política de estoques. O que vem a ser política de estoque adequada? Nas exigências e
condições que viabilizam a competitividade organizacional, tem como base para a implantação
de um plano de produção, estocagem e relacionamento com fornecedores a redução de custos
e otimização dos recursos de maneira a ampliar o nível de resposta às exigências da produção
Neste conteúdo, quero chamar a atenção para o fato de que é fundamental o estabelecimento
de uma estrutura de profissionais de almoxarifado com visão técnica e sistêmica. Com isso, seria
permitido gerenciar o insumo a fim de que a velocidade de resposta à demanda externa seja a
menor possível.
Concluindo, podemos dizer que uma política de estoques deve ser elaborada a partir do
estabelecimento de um gerenciamento estratégico dos recursos, que viabilize a rapidez dos
processos, evitando o estrangulamento ao longo da cadeia produtiva.
VOCÊ O CONHECE?
Abílio dos Santos Diniz, empresário e presidente do conselho de administração da BRF.
Leia sobre a sua gestão no grupo Pão de Açúcar.
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Síntese
Demanda de controle de estoque e seus procedimentos
Síntese
Neste Capítulo, você estudou a previsão de demanda e ressuprimentos. Apresentamos a você
conceitos de demanda, suprimento e o que é previsão de demanda e sua importância nos
custos de produção. Para melhor compreensão do que vem a ser a previsão, foi destacada
a classificação de estoque e qual é o ponto de ressuprimento. Sendo assim, foi possível fazer
uma leitura do gerenciamento, controle de estoques e a movimentação dos materiais, pois o
inventário e o controle de estoque têm enorme relevância no processo. E, por fim, um estudo
sobre os recebimentos e como ocorrem as transferências de materiais na organização.
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