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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL
FÍSICA EXPERIMENTAL I – FIS0315

Professor: Edimilson Félix da Silva Turma:06 Semestre: 2021.2


Discente(s): Jairo da Silva Sobrinho Junior, Samara Sayuri Silva de Medeiros, Ariadny de
Sousa Pereira

Experimento – Plano Inclinado (Relle)

Objetivos:

Determinar a velocidade instantânea de um corpo em um plano inclinado e compará-la com


sua previsão teórica.

Verificar qual o modelo mais apropriado para descrever o movimento no plano inclinado.
Material sugerido para a prática:

a – Computador com acesso à internet;


b – Acessar o site: http://relle.ufsc.br/labs/7
c – Planilha eletrônica;
Fundamentação teórica:

1. Fundamentos da Física 1 - 8a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de


Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 2009.
2. Física I – 12ª ed, Young e Freedman. São Paulo, Addison Wesley, 2008.
3. Curso de Física Básica – 4ª ed. H. Moyses Nussenzveig. São Paulo, Edgard Blücher,
2002.
Procedimento:

1. Inicialmente, o plano inclinado deve se encontrar no ângulo de -15° para prender o


corpo de prova. Para isso basta clicar na opção “Configuração Inicial”.
2. Selecione o valor do ângulo para 10° e aperte “Enviar”. Observe o movimento do
plano inclinado. Com o ângulo definido selecione a opção “Soltar” e verifique os
resultados dos tempos. Na figura 1 temos uma ilustração da montagem utilizada
nesta atividade.
2

Figura 1 – Ilustração da montagem experimental remota Relle utilizada para esta atividade.

3. Importante: Para agilizar o procedimento de aquisição de dados você pode optar


por tira “prints” a cada medida. Ao sair do experimento remoto também é criado um
arquivo csv com os dados das medidas realizadas.
4. Para prender novamente o corpo de prova, selecione a opção “Configuração Inicial”
para o plano inclinado voltar para o valor de -15°.
5. Após prender o corpo de prova, selecione, agora, o ângulo de 20° e aperte “Enviar”
para realizar a segunda medição. Em seguida, selecione a opção “Soltar” e verifique
os resultados dos tempos.
6. Repita o processo de medida para os ângulos de 30°, 40° e 50°. Preencha as tabelas
a seguir.
Tabela 1 - Resultados experimentais para 𝜃 = 10°.

𝑡 (s) d (m)
0,0 0,0
0,279 0,10
0,517 0,20
0,691 0,30
0,832 0,40
0,955 0,50
1,063 0,60
3

Tabela 2 - Resultados experimentais para 𝜃 = 20°.

𝑡 (s) d (m)
0,0 0,0
0,194 0,10
0,364 0,20
0,488 0,30
0,588 0,40
0,675 0,50
0,752 0,60

Tabela 3 - Resultados experimentais para 𝜃 = 30°.

𝑡 (s) d (m)
0,0 0,0
0,157 0,10
0,279 0,20
0,368 0,30
0,440 0,40
0,503 0,50
0,559 0,60

Tabela 4 - Resultados experimentais para 𝜃 = 40°.

𝑡 (s) d (m)
0,0 0,0
0,133 0,10
0,234 0,20
0,307 0,30
0,367 0,40
0,414 0,50
0,464 0,60

Tabela 5 - Resultados experimentais para 𝜃 = 50°.

𝑡 (s) d (m)
0,0 0,0
0,098 0,10
0,187 0,20
0,251 0,30
0,303 0,40
0,349 0,50
0,389 0,60
4

7. A partir dos dados das tabelas anteriores faça gráficos da posição em função do
tempo, para cada ângulo, e obtenha a função que melhor ajusta as medidas.

Gráfico 1: Posição em função do tempo para 𝜃=10°.

D = 0,4068t2 + 0,0904t + 0,0435


𝜃=10°
R² = 1
0.7

0.6

0.5
Distância (m)

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
tempo (s)

Gráfico 2: Posição em função do tempo para 𝜃=20°.

𝜃=20° D = 0,8112t2 + 0,127t + 0,0452


R² = 1
0.7

0.6

0.5
Distância (m)

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
tempo (s)
5

Gráfico 3: Posição em função do tempo para 𝜃=30°

𝜃=30° D = 1,5379t2 + 0,1412t + 0,0402


R² = 1
0.7

0.6

0.5
Distância (m)

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
tempo (s)

Gráfico 4: Posição em função do tempo para 𝜃=40°

𝜃=40° D = 2,2997t2 + 0,1327t + 0,0421


R² = 1
0.7

0.6

0.5
Distância (m)

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
tempo (s)

Gráfico 5: Posição em função do tempo para 𝜃=50°


6

𝜃=50° D = 2,9614t2 + 0,2734t + 0,0449


R² = 1
0.7

0.6

0.5
Distância (m)
0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
tempo (s)

8. Uma vez que as funções foram determinadas no procedimento 7, determine a


equação da velocidade do corpo de prova para os ângulos de inclinação utilizados e
preencha a tabela 6.

Para fazer isso, vamos derivar a posição do corpo em relação ao tempo para
cada equação dada. Para o primeiro caso (𝜃=10°) teremos:
𝑑𝐷
= 0,4068𝑡 2 + 0,0904𝑡 + 0,0435
𝑑𝑡
𝑑𝐷
Sabemos também que nada mais é do que a velocidade instantânea, logo
𝑑𝑡
derivando a equação dada, teremos:

Para (𝜃=10°):

𝑣 = 0,8136𝑡 + 0,0904
Basta fazer o mesmo para as outras funções

Para (𝜃=20°):
𝑑𝐷
= 0,8112𝑡 2 + 0,127𝑡 + 0,0452
𝑑𝑡
𝑣 = 1,6224𝑡 + 0,127
7

Para (𝜃=30°)
𝑑𝐷
= 1,5379𝑡 2 + 0,1412𝑡 + 0,0402
𝑑𝑡
𝑣 = 3,0758𝑡 + 0,1412

Para (𝜃=40°)
𝑑𝐷
= 2,2997𝑡 2 + 0,1327𝑡 + 0,0421
𝑑𝑡
𝑣 = 4,5994𝑡 + 0,1327

Para (𝜃=50°)
𝑑𝐷
= 2,9614𝑡 2 + 0,2734𝑡 + 0,0449
𝑑𝑡
𝑣 = 5,9228𝑡 + 0.2734

Tabela 6 – Equações da velocidade do corpo de prova obtidas através dos resultados


experimentais.

𝜃 (°) Equação para a velocidade 𝑣


10 𝑣 = 0,8136𝑡 + 0,0904
20 𝑣 = 1,6224𝑡 + 0,127
30 𝑣 = 3,0758𝑡 + 0,1412
40 𝑣 = 4,5994𝑡 + 0,1327
50 𝑣 = 5,9228𝑡 + 0.2734

9. Usando as equações de velocidade determinadas na tabela 6, calcule a velocidade


final da esfera.
Vamos utilizar como base as tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 para calcularmos a
velocidade final do corpo, de tal modo que vamos substituir nas respectivas
equações de velocidade os valores de tempo medidos para que a bolinha atinja o
fim da trajetória.

Segue abaixo os resultados:


8

Tabela 7: Resultados das velocidades finais alcançadas para cada valor de θ.

𝜃 (°) Distância Tempo (s) para Velocidade final alcançada (m/s)


percorrida atingir a
(m) distância dada
10 0,6 1,063 𝑣 = 0,8136 ∗ 1,063 + 0,0904 = 0,96 𝑚⁄𝑠
20 0,6 0,752 𝑣 = 1,6224 ∗ 0,752 + 0,127 = 1,35 𝑚⁄𝑠
30 0,6 0,559 𝑣 = 3,0758 ∗ 0,559 + 0,1412 = 1,86 𝑚⁄𝑠
40 0.6 0,464 𝑣 = 4,5994 ∗ 0,464 + 0,1327 = 2,27 𝑚⁄𝑠
50 0,6 0,389 𝑣 = 5,9228 ∗ 0,389 + 0.2734 = 2,58 𝑚⁄𝑠

10. Posteriormente, a partir da conservação da energia mecânica deduza uma


expressão matemática da velocidade final do corpo de prova ao descer o plano
inclinado para as situações sem rolamento e com rolamento.
Vamos utilizar como base a seguinte figura:

1°caso (sem considerar o rolamento da bola):


Aplicando a conservação de energia mecânica, teremos:
1
𝑚𝑔ℎ = 𝑚𝑣 2
2

𝑣 = √2𝑔ℎ (1)

A relação entre a altura vertical h e a distância percorrida pela bola pode ser dada pela
relação:

sin 𝜃 =
𝑑
ℎ = 𝑑 sin 𝜃 (2)
substituindo (2) em (1) temos:

𝑣𝑠𝑒𝑚 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = √2𝑔𝑑 sin 𝜃

2°caso (considerando o rolamento da bola):


9

1 1
𝑚𝑔ℎ = 𝑚𝑣 2 + 𝐼𝑤 2
2 2
1 1 2 𝑣
𝑚𝑔ℎ = 𝑚𝑣 2 + ( 𝑚𝑟 2 ) ∗ ( )2
2 2 5 𝑟

10
𝑣 = √ 𝑔ℎ
7

Sabemos também que ℎ = 𝑑 sin 𝜃


Substituindo o valor de h encontrado, temos:

10
𝑣𝑐𝑜𝑚 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = √ 𝑔𝑑 sin 𝜃
7

11. Preencha a tabela 8 com os valores da velocidade final do corpo calculados através
das equações obtidas através dos ajustes e dos modelos com e sem rolamento.
Considere o valor teórico de 𝑔 = 9,81 m/s².
Tabela 8 – Valores de velocidade calculados a partir de funções obtidas através de ajuste, de modelo
considerando o rolamento do corpo e do modelo que não considera o rolamento do corpo, em função
do ângulo de inclinação.

𝜃 (°) 𝑣 experimental (m/s) 𝑣𝑆𝑅 (m/s) 𝑣𝐶𝑅 (m/s)


10 0,96 𝑚⁄𝑠 1,43 𝑚⁄𝑠 1,21 𝑚⁄𝑠
20 1,35 𝑚⁄𝑠 2,00 𝑚⁄𝑠 1,70 𝑚⁄𝑠
30 1,86 𝑚⁄𝑠 2,43 𝑚⁄𝑠 2,05 𝑚⁄𝑠
40 2,27 𝑚⁄𝑠 2,75 𝑚⁄𝑠 2,32 𝑚⁄𝑠
50 2,58 𝑚⁄𝑠 3,00 𝑚⁄𝑠 2,54 𝑚⁄𝑠

12. A partir da Tabela 8, faça um gráfico da velocidade final do corpo, prevista pela
equação de ajuste, em função do ângulo do plano inclinado. Sobreponha no mesmo
gráfico, as curvas previstas pelos modelos teóricos com rolamento e sem rolamento.
10

Gráfico 6: Velocidades finais para cada valor de θ.

gráfico comparativo das velocidades


velocidade final do corpo (m/s) 3.5

2.5

1.5

0.5

0
0 10 20 30 40 50 60
ângulo 𝜃 (°)

Vex Vsr Vcr

Análise dos resultados

Q1. Classifique o movimento observado neste experimento de plano inclinado. Ele é um


movimento uniforme? Justifique.
De acordo com a análise feita, o movimento observado no experimento é o
Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado, visto que, o objeto inicia o percurso em
repouso e adquire velocidade com o movimento. O corpo aumenta sua velocidade na
mesma proporção ao longo do tempo, tendo em vista que o atrito é desprezado.

Q2. Compare as curvas obtidas a partir da Tabela 8. Qual modelo teórico (com ou

sem rolamento da esfera) explica melhor os resultados experimentais? Justifique.


Segundo os resultados obtidos na tabela 8, é possível observar a aproximação entre
os valores das velocidades experimentais e das velocidades com rolamento, sendo
plausível concluir que o mais adequado para explicar os resultados é o modelo teórico com
rolamento da esfera, onde consiste na combinação entre a translação e a rotação da esfera.

Q3. Avalie o desvio relativo percentual entre as velocidades teóricas e a velocidade obtida
através de ajuste gráfico.
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O desvio relativo percentual é definido como


𝑥𝑖 − X
∆𝑥% = | | ⋅ 100%,
X
onde 𝑥𝑖 é o valor teórico e 𝑋 é o valor medido.
Tabela 9 – Erros relativos percentuais nas medidas de velocidade do corpo de prova para o modelo com
rolamento e sem rolamento.

𝜃 (°) 𝑣𝐶𝑅 (m/s) Δ𝑣𝐶𝑅% 𝑣𝑆𝑅 (m/s) Δ𝑣𝑆𝑅%


10 1,21 m/s 26.04% 1,43 m/s 48,96%
20 1,70 m/s 25,93% 2,00 m/s 48,15%
30 2,05 m/s 10,21% 2,43 m/s 30,65%
40 2,32 m/s 2,20% 2,75 m/s 21,15%
50 2,54 m/s 1,55% 3,00 m/s 16,28%

Q4. Qual das medidas tem o maior erro relativo percentual? Você considera estes erros
relativos percentuais aceitáveis? Qual conclusão podemos tirar disso?
De acordo com a tabela 9, as medidas que possuem o maior erro relativo percentual
são as de velocidade sem rolamento (vsr). Podemos concluir, que o modelo mais adequado
para o experimento é o com rolamento, pois possui menor percentual de erro.

Q5. Explique as principais dificuldades e limitações dos procedimentos adotados para a


realização da medida. Quais as sugestões de adaptações ou modificações poderiam
melhorar a realização da atividade?
Uma das dificuldades enfrentadas se deu na questão 8 em que tivemos que
encontrar a velocidade tendo a equação do espaço em função do tempo, ao pesquisarmos
relembramos algo que nos foi passado em cálculo 1 e na matéria de mecânica, ao
derivamos essa equação do espaço no tempo teremos a equação horária da velocidade.
Outras dificuldades envolveram erros nossos com relação aos dados da tabela, a questão
das unidades também acabou confundindo na hora da montagem dos gráficos e tivemos
que refazer todos os gráficos ao notar a irregularidade. Com relação a adaptações ou
modificações não temos nada a acrescentar, somente lamentamos que o site para
realização do procedimento ficou instável.

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