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C A P Í T U L O I I : Energi a e Potência El étrica :

C o n s i d e r a ç õ e s p r e l i mi n a r e s d a m e c â n i c a : I magi ne mos ini c ialment e um co rp o de


mass a m, situa do nu ma alt ura h A e indo esp ontan ea mente, po r u ma traj etóri a
qualq uer, para u m a posição de altura h B  h A , num loca l onde a aceleraçã o d a
gra vid ade vale g ou seja:

hA

hB

Nest as condiçõ es, notar qu e o corp o de mas s a m pos sui na po sição h B uma
energia p otencia l d ada po r E P B = m.g. h B ; ob via me nte E P B  E P A , pe la hipót es e de:
hB  hA

Pode mos então ent ende r qu e ao corpo foi cedi d a u ma e n ergia , ou ainda diz emos
que sob re o corpo foi realiz a do u m tra balho; t al trabal ho, ou energ i a cedida ao
corpo de mass a m será dado por:
   
      = E P A - E P B = m.g.h A - m.g. h B

lembra nd o que a n terio r men t e o p rod u to g. h fo i ma te ma tic amente d efinid o po r: gh
= U (p ote nci al g ra v i t aci on al ) , pode r e m o s e s c r e v e r q u e :

      = m. g.h A - m.g.h B = m. ( U A - U B )

e po de mo s inte rpre tar a e xp r essão o bt i da, c o mo sendo o trab alho realizad o s obre
o corpo, o u a e nergi a fo rnecid a ao c orp o pela dif erenç a de pote ncial gra vi taci onal.

1 - E NE R GI A E L É T RI CA A P L I C A D A U M C O ND U T O R:

Anal ogia com a El etricid ade : Em vez de u m c orpo de mass a m, imagin e mos u m
“paco te” d e carg as Q, se d e slocand o no int erio r de u m c ondut or, d e u ma p o sição
de po tenc ial V A pa ra u ma pos ição de p otencia l V B , ou seja:

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Nest as co ndições, dire mos q ue a en ergia fo rnec ida à ca rg a  Q, p el a dife renç a de


potenci al elétric o, o u ainda , o trabal ho realiza do sobre a c arga el étri ca será dado
por:
    

    Q . ( V A - V B )

Con tudo , pode mos enten der o mo vi me nto do “p acote ” de cargas  Q, de A  B


Q
levando para isso um certo t empo t , como sen do u ma c orre nte elétrica: I  ;
t
já que t o das as se ções tran sve rsais do cond ut or est ão sendo a travessada s por
uma ca rg a de  Q Coulo mbs e m t s egu ndos.

Q
Portant o s endo: I   Q  I . t , e ain da consi d eran do q u e V A - V B = V
t
(tens ão e xist ente e ntre os p o ntos A e B), t ere mos pa ra o trabalh o ou e nergi a:

          V. I .t (e xpressã o Fu nda me ntal !)

Tal e xp re ssão obti da, é a e xp ressã o da ene rgi a forn ecid a a u ma carga  Q, para
desloca -la espon tan ea ment e de u m po tencial V A , até u m potenci al V B ; o u ai nd a ,
em te rmo s mais práticos: é a en ergi a forn ecida para u m c ondut or q ualqu er, q uando
o sub met emos a u ma t ensã o V e for percorrid o por u ma corre nt e I dura n te u m
certo inte rval o de te mp o  t.

No sis te ma MKS, a unida de d o trabalh o ou d a e n ergia é o j oule ( J ); ou sej a:

     E   1V  1A  1s  1 Joule ( 1J )

2 - C O N C E I T O D E P OT Ê N CI A: a d efiniçã o geral de Pot ência (abso r vi da ou


forn ecida ) é da da p or:

P 
 
E
(express ão Fun da mental! )
t t

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Ou seja : a idéia de potênci a é associ a da à idéi a de ene rgi a po r u nid ade de t e mp o.


A títul o d e exe mpl o: Se ti ve rmos co mo objeti vo o de ara r um ca mpo, pod eremos
faze-l o d e duas ma neiras : Atra vés de u m boi atrel ado a u m ara do, ou c o m u m
trat or . Para ararmos o me smo ca mpo, cheg a re mos à conclusã o que o tra balh o
executa do pelo boi é e xa ta me nte o mes mo qu e o executa do pelo trato r (é o mes mo
campo! ); apenas o te mpo e m q ue o boi e xec u ta o t rab a lho será mai or d o que o
te mpo le vado pelo trat or, ist o ocorrerá por qu e o trato r possui mai or po t ência;
vice -vers a , se pens armos e m u ma lâ mpada de 60W, e e m u ma lâ mp ada 20 0W,
iluminan d o ambient es iguais, durant e o mes mo intervalo de te mpo , concluire mos
que no fi m dest e intervalo d e tempo, a lâmpad a de 200 W consu miu mais energia,
porq ue n e c essita d e maior pot ência p ara proporc i onar u m b rilho maio r.

No sis te ma MKS, a unida de d e pot ênci a é o Wa tt ( W ) :  P  1 Jo u l e


 1W
1 s e gu n d o

Em t ermo s usuais , é ta mbé m muito util izado o KW co mo u nidad e de potê ncia (não
no MKS): 1KW = 1000 W = 10 3 W

Aind a e xi s te a forma de s e e xpressa r po tência e m HP,e ta mbé m em CV; f ormas


estas mai s utilizadas para expressar potênci a útil de motores; n or mal me n te u m
mo tor rec ebe po tên cia elét ric a e forne ce potê nc ia mecâni ca. Sã o o s seguint es os
fato res d e c on ve rs ã o:

1 HP = 0 ,746 KW ; 1 CV = 0, 736 KW

Nest as co ndições, é raz oa ve lme nte fá cil de ent ende rmos que se p ossuirmos u m
mo tor i de al (re ndi mento 1 00 %) e a es te moto r f ornec e mo s a potê n cia elét ric a de
0,746 KW, o mes mo será c apa z de n os dar a po tê ncia mec â nica de 1 HP ou s ej a:

P f = 0,746KW MOTOR IDEAL Pútil = 1 HP


(  = 100%)

Reco nsid eraçõ es s obre ene rgia e s uas unida des :

Vi mos qu e o conce ito de pot ência, é a ssociado ao conceit o de energia por u n idad e
E
de t e mpo ; ou s eja : P = ; entreta nt o, es tas express õe s não no s impede m
t
de associ armos o concei to de En ergi a, à po tência por unid ade de te mpo; ist o
é: pod ere mos escrever qu e: E = P. t , ond e a unida d e da en ergia é o J oule (
vist o a nte riorme nte ) desd e que a potênci a seja e xpressa e m W e o te mp o
seja e x presso e m s ; entreta nto, ta mb ém é muit o co mu m, e m vez d e e xp ress armo s
a pot ênci a e m Watts, e xpressarmos a mes ma e m KW, e a in da e m vez d e
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express armos o t e mp o e m segund os, exp ressa rmos o mesmo e m horas; n estas
condiçõ es , e se guin do a fórmula da en ergia , te remos pa ra a u nida de da mes ma :

a) E = 1 W . 1s = 1 Joul e ( 1J ) (M K S )

b) E = 1KW . 1 h = 1KW h

a pa rtir d a unid ade b) pode mos conclu i r qu antos joules s ão 1KWh; de fato :

1KW = 10 3 W ; 1h = 36 0 0s = 3, 6. 10 3 s, po rtan to:

1KW h = 10 3 W . 3 , 6. 10 3 s = 3, 6. 10 6 W.s = 3,6.1 0 6 J .

Potê ncia fornecid a a bipo los elétri cos : reto ma ndo a exp ress ão da e nergi a
forn ecida a u m co nduto r e estend end o est e ra ciocínio p ara u m bi polo qual quer
te m-se :

E
P = ; mas em cond ut ores elét ri cos:  E =     V. I .  t ; po rtanto :
t

P =
V. I.  t
t
 P = V . I  P  1V  1A  1W

RE S U M O:

E
a) Em qu a lquer circ unstânci a : E = P.  t  P  (Def .ge ral) Ond e:
t

E  J ; P  W ;  t   s ; ou:

E  KWh ; P  KW ;  t   h

b) Em bi p olos e létricos :

P = V . I ; on de: P  W ou : P  KW

c) Equi val ências : 1 HP = 0, 746 KW ; 1 CV = 0,736 KW

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E X E RC Í C I O S DO C A P Í T UL O I I

Obs. : Se mp re que necessá ri o use c o mo send o o custo de 1 KWh = R$ 0,2 0

1 0 ) Dete rmin e a en ergia e lét rica fo rne c ida a u m condut or sub metid o a u ma t ensã o
de 30 V, d uran te 1 5 s , send o o mes mo perco rrid o por u ma corre nte d e 10 A; F o rneça
a res post a e m J e em Kwh .

Resp osta: 45 00J ou 1,2 5. 10 - 3 KW h

2 0 ) Determin e o cu sto mensa l de funci ona me nto de 4 lâmpadas inc andesce nt es, de
100W cad a u ma, fu nciona ndo durante 2 0m po r di a . (1 mês = 30 dia s )

Resp osta: R$ 0 ,80

3 0 ) Um c erto cond utor sub m etido a u ma tens ã o de 100 V, d ura nt e 5s rece beu n o
final des t e interval o de te mp o a energi a de 10 - 3 KWh . De t ermine n e s tas condi ções
o nú mero de elét rons q ue atra vessa ra m u m a seção t rans ve rsa l qual que r do
condut or.

Resp osta: 2,25  1 0 2 0 elét rons

4 0 ) O cust o do fu nci ona me nto me nsal d e u m mot or elé trico de u m moto-es meril qu e
funcion a em médi a 40 mi nut os ao dia, durante 30 dias , é de: R$2 0, 00. Sab en do-se
que o mo tor é ca p az de fo rnecer u m a potê nci a mec âni ca de 5,3 619 HP, pede -se
dete r mina r o rend i m ento dest e moto r.

Respos t a: 8 0%

5 0 ) De termin e a corren te elé trica que irá perco rrer os co nduto res de ali men tação
do mo tor de u m a b omba de recalqu e, sabend o-s e qu e de verão ser b ombea dos 180
l de águ a por min uto, d o ní vel d o so lo para u m reserva tório sit u ado a 10 m de
altura; a dmi tir g = 10 m/ s 2 , rendi me nto do sistema  = 75 % e ten s ão de
aliment aç ão V = 10 0V; densi dade da á gua: 1 kg / 

Resp osta: 4A

6 0 ) Det ermin e o c usto do p rocesso d o pro ble ma 5) a p ós 12h e 45 minu t os de


funcion a m ento.

Resp osta: R$ 1,0 2

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