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3ª Edição

Revista, atualizada e ampliada


JOSÉ ARAS
RODRIGO ANDRADE

Segunda Fase – Exame de Ordem

DIREITO
CONSTITUCIONAL

ROTEIRO DE PREPARAÇÃO PARA A 2ª FASE DO


EXAME DE ORDEM UNIFICADO

www.cursocejas.com.br
SEUS PROFESSORES

José Aras
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia • Consultor Pedagógico do Centro
de Estudos Jurídicos Aras (CEJAS) • Vice-Diretor da Universidade Coorporativa do Tribunal de
Justiça da Bahia (UNICORP) • Palestrante • Membro do Instituto de Direito Administrativo
da Bahia (IDAB) • Autor de diversos livros.
arasoab@gmail.com • @_josearas

Rodrigo Andrade
Doutorando em Direito Constitucional e Mestre em Direito Privado, pela Universidade Federal da
Bahia • Coordenador Pedagógico do Centro de Estudos Jurídicos Aras (CEJAS) • Professor de Di-
reito Constitucional e Civil do Centro Universitário Ruy Barbosa, e de Direito Constitucional do
Centro de Estudos Jurídicos Aras (CEJAS) • Advogado
jus.rodrigo@gmail.com • @prof.rodrigoandrade
APRESENTAÇÃO

Este material foi desenvolvido pelos Profs. José Aras e Rodrigo Andrade, para ser utilizado
durante a preparação para a segunda fase do Exame de Ordem da OAB em Direito Constitucio-
nal do Centro de Estudos Jurídicos Aras – CEJAS.
Trata-se de um roteiro de estudos: sua finalidade é dinamizar as aulas, deixando já à sua mão
os slides utilizados por nós e os dispositivos normativos correlatos, de modo a que você possa se
concentrar em fazer suas anotações e esclarecer eventuais dúvidas, ao invés de se preocupar em
copiar o que está na lousa (ou na tela, para quem está nos acompanhando online).
Ao longo das aulas, utilizaremos diversos slides. Cada infográfico neste roteiro corresponde
a um slide projetado durante nossos encontros.
Abaixo de cada infográfico, você encontrará a transcrição dos dispositivos constitucionais,
legais e jurisprudenciais relacionados ao assunto ali tratado. Eventualmente, podem constar ex-
certos doutrinários ou outras informações complementares.
Para que tenha melhor proveito deste material, sugiro que você o imprima, encaderne e leve
para todas as aulas. Assim, poderá facilmente acompanhar o desenvolvimento dos assuntos ao
longo da nossa caminhada, o que facilitará sobremaneira seus estudos.
Com isso, espero que você possa aproveitar ao máximo o convívio e as atividades propostas
neste Roteiro de Estudos.

Salvador, 20 de outubro de 2019.

PROF. JOSÉ ARAS


PROF. RODRIGO ANDRADE DE ALMEIDA
SUMÁRIO
SEUS PROFESSORES .................................................................................................................2
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................3
PODER CONSTITUINTE ............................................................................................................ 8
Exercício de Fixação 1 ......................................................................................................... 10
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................................... 12
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .............................................................................. 21
Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo .................................................................. 21
Conceito e Nomenclatura ..................................................................................................22
Direitos e Garantias Fundamentais ................................................................................... 23
Funções e Dimensões (Gerações) dos Direitos Fundamentais ...................................... 24
Direitos e Garantias Individuais.........................................................................................25
Direitos Sociais .................................................................................................................. 29
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................................................. 31
Federalismo Brasileiro ....................................................................................................... 31
Repartição de Competências entre os Entes Federados ................................................. 33
Intervenção Federal .......................................................................................................... 36
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas ......................................................... 38
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .............................................................................................. 41
Princípio da Separação dos Poderes ................................................................................. 41
Poder Legislativo ................................................................................................................ 41
Poder Executivo ................................................................................................................ 50
Poder Judiciário .................................................................................................................. 55
DIREITOS POLÍTICOS ............................................................................................................. 59
PROCESSO LEGISLATIVO....................................................................................................... 64
PETIÇÃO INICIAL ..................................................................................................................... 71
Estrutura da Petição Inicial ................................................................................................ 71
Modelo de Petição Inicial.................................................................................................. 74
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ..................................................................... 76
Aspectos Teóricos Fundamentais .................................................................................... 76
Estrutura da Petição Inicial da ADI ................................................................................... 79
Endereçamento da ADI ..................................................................................................... 79
Legitimidade e Qualificação das Partes na ADI ............................................................... 80
Fundamentação da Competência do STF ........................................................................ 83
Fundamentação da legitimidade ativa............................................................................. 83
Fundamentação da legitimidade passiva ........................................................................ 84
Norma impugnada e dispositivo constitucional violado ................................................ 84
Fundamentação Jurídica ................................................................................................... 84
Medida Cautelar em ADI ................................................................................................... 85
Pedidos e Requerimentos na ADI ..................................................................................... 86
Valor da Causa na ADI ....................................................................................................... 88
Encerramento .................................................................................................................... 89
Peça Profissional do XIII Exame de Ordem Unificado, 2014.1......................................... 89
Peça do XXVII Exame de Ordem Unificado, 2018.3 ......................................................... 95
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................... 101
Aspectos Teóricos Fundamentais .................................................................................... 101
Estrutura da Petição Inicial da ADC ................................................................................. 102
Endereçamento da ADC ................................................................................................... 102
Legitimidade e Qualificação das Partes na ADC ............................................................. 103
Fundamentação da Competência do STF ....................................................................... 105
Fundamentação da legitimidade ativa............................................................................ 106
Fundamentação da legitimidade passiva ....................................................................... 106
Norma controvertida e dispositivo constitucional supostamente violado ................. 106
Demonstração da relevante controvérsia judicial sobre a aplicação do dispositivo .. 107
Fundamentação Jurídica .................................................................................................. 108
Medida Cautelar em ADC ................................................................................................. 109
Pedidos e Requerimentos na ADC.................................................................................... 110
Valor da Causa na ADC ...................................................................................................... 112
Encerramento .................................................................................................................... 112
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) ................................ 113
Aspectos Teóricos Fundamentais .................................................................................... 113
Estrutura da Petição Inicial da ADO .................................................................................114
Endereçamento da ADO ...................................................................................................114
Legitimidade e Qualificação das Partes na ADO ............................................................. 115
Fundamentação da Competência do STF ........................................................................ 118
Fundamentação da legitimidade ativa.............................................................................118
Fundamentação da legitimidade passiva ........................................................................ 119
Norma constitucional pendente de regulamentação e mora do órgão ou poder
competente ................................................................................................................................. 119
Fundamentação Jurídica .................................................................................................. 120
Medida Cautelar em ADO ................................................................................................ 120
Pedidos e Requerimentos na ADO ................................................................................... 121
Valor da Causa na ADO..................................................................................................... 124
Encerramento ................................................................................................................... 124
MANDADO DE INJUNÇÃO .................................................................................................... 125
Aspectos Teóricos Fundamentais ................................................................................... 125
Estrutura da Petição Inicial do Mandado de Injunção ................................................... 127
Endereçamento do Mandado de Injunção ..................................................................... 128
Legitimidade e Qualificação das Partes no MI ............................................................... 129
Fundamentação da Competência do Juízo ..................................................................... 130
Fundamentação da legitimidade ativa............................................................................. 131
Fundamentação da legitimidade passiva ........................................................................ 131
Norma constitucional pendente de regulamentação e mora do órgão ou poder
competente ................................................................................................................................ 132
Fundamentação Jurídica .................................................................................................. 132
Medida Cautelar versus regulamentação provisória em Mandado de Injunção ......... 133
Pedidos e Requerimentos no Mandado de Injunção ..................................................... 134
Valor da Causa no Mandado de Injunção........................................................................ 135
Encerramento ................................................................................................................... 135
Peça do Exame de Ordem Unificado, 2008.3.................................................................. 135
ARGUIÇÃO DE DESCUMPIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) ....................... 142
Aspectos Teóricos Fundamentais ................................................................................... 142
Estrutura da Petição Inicial da ADPF ............................................................................... 143
Endereçamento da ADPF ................................................................................................. 144
Legitimidade e Qualificação das Partes na ADPF ........................................................... 145
Fundamentação da Competência do STF ....................................................................... 147
Fundamentação da legitimidade ativa............................................................................ 147
Fundamentação da legitimidade passiva ....................................................................... 148
Norma impugnada e preceito fundamental violado ..................................................... 148
Fundamentação Jurídica .................................................................................................. 149
Inexistência de outro meio eficaz para sanar a lesão .................................................... 150
Medida Cautelar em ADPF ............................................................................................... 150
Pedidos e Requerimentos na ADPF................................................................................. 152
Valor da Causa na ADPF ................................................................................................... 153
Encerramento ................................................................................................................... 154
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 155
Aspectos Teóricos Fundamentais ................................................................................... 155
Estrutura da Reclamação ................................................................................................. 156
Endereçamento da Reclamação ...................................................................................... 156
Legitimidade e Qualificação das Partes na Reclamação ................................................ 157
Fundamentação da Competência do STF ....................................................................... 157
Fundamentação da legitimidade ativa............................................................................ 158
Fundamentação da legitimidade passiva ....................................................................... 158
Cabimento da Reclamação .............................................................................................. 158
Fundamentação Jurídica .................................................................................................. 159
Inexistência de outro meio eficaz para sanar a lesão .................................................... 159
Pedido Liminar na Reclamação ....................................................................................... 160
Pedidos e Requerimentos na Reclamação...................................................................... 160
Valor da Causa na Reclamação ........................................................................................ 162
Encerramento ................................................................................................................... 162
Parte 1

Direito Material
Poder Constituinte 8
Anotações

Capítulo 1
PODER CONSTITUINTE

O assunto Poder Constituinte não tem sido diretamente cobrado na se-


gunda fase do Exame de Ordem, mas conhecê-lo é fundamental para realmente
compreender o assunto que mais costuma cair: controle de constitucionalidade.
Por esse motivo, abordaremos apenas os aspectos essenciais do assunto, tendo
em vista sua aplicação nas modalidades de controle de constitucionalidade.

INFOGRÁFICO 1: PODER CONSTITUINTE E PODERES CONSTITUÍDOS

Poder Constituinte Povo e/ou representantes

Constituição

Poderes Constituídos Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

INFOGRÁFICO 2: ONIPOTÊNCIA DO PODER CONSTITUINTE

Vontade do
Povo

Fatores Limites ao
históricos, Poder Princípios
econômicos Constituinte de Justiça
e sociais Originário

Princípios de
Direito
Internacional
Poder Constituinte 9
Anotações

INFOGRÁFICO 3: ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE


Espécies

Poder Constituinte Originário Poder Constituinte Derivado

Incondicio- Condicio-
Inicial Autônomo Secundário Dependente
nado nado

Pressupõe a Atua em
Ruptura com Não possui Encontra 4
existência de conformidade
a ordem limitação de tipos de
Causa de si uma com a
jurídica forma ou limitação à
Constituição Constituição
anterior conteúdo sua atuação
vigente preexistente

INFOGRÁFICO 4: ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE DERIVADO


Espécies de Poder Constituinte Derivado

Revisional Reformador Decorrente

Revisão Incorporação de
Constitucional, a Emendas à tratados Constituições
partir do 5º ano Constituição internacionais de Estaduais
de promulgação Direitos Humanos

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 5º. [...] §3º Os tratados e convenções inter- unidades da Federação, manifestando-se, cada
nacionais sobre direitos humanos que forem apro- uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
vados, em cada Casa do Congresso Nacional, em §1º A Constituição não poderá ser emendada na vi-
dois turnos, por três quintos dos votos dos respec- gência de intervenção federal, de estado de defesa
tivos membros, serão equivalentes às emendas ou de estado de sítio. §2º A proposta será discutida
constitucionais. e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pe- dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver,
las Constituições e leis que adotarem, observados em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
os princípios desta Constituição. §1º São reservadas membros. §3º A emenda à Constituição será pro-
aos Estados as competências que não lhes sejam mulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e
vedadas por esta Constituição. §2º Cabe aos Esta- do Senado Federal, com o respectivo número de or-
dos explorar diretamente, ou mediante concessão, dem. §4º Não será objeto de deliberação a pro-
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, posta de emenda tendente a abolir: I - a forma fe-
vedada a edição de medida provisória para a sua re- derativa de Estado; II - o voto direto, secreto, uni-
gulamentação. §3º Os Estados poderão, mediante versal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV
lei complementar, instituir regiões metropolitanas, - os direitos e garantias individuais. §5º A matéria
aglomerações urbanas e microrregiões, constituí- constante de proposta de emenda rejeitada ou ha-
das por agrupamentos de municípios limítrofes, vida por prejudicada não pode ser objeto de nova
para integrar a organização, o planejamento e a proposta na mesma sessão legislativa.
execução de funções públicas de interesse comum. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada me- Art. 3º. A revisão constitucional será realizada
diante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos após cinco anos, contados da promulgação da Cons-
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado tituição, pelo voto da maioria absoluta dos mem-
Federal; II - do Presidente da República; III - de mais bros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
da metade das Assembléias Legislativas das
Poder Constituinte 10
Anotações

Exercício de Fixação 1
Vimos que o Poder Constituinte pode ser classificado em originário e deri-
vado. Você consegue encontrar, no caça-palavras a seguir, as características do
Poder Constituinte Derivado?

INFOGRÁFICO 5: LIMITES DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO


Limitações ao Poder Constituinte Derivado

Materiais Circunstanciais Procedimentais

Explícitas Implícitas Art. 60, §1º Art. 60, §5º

Art. 60, §4º Redução da


Supressão do
(“abolir”) competência
art. 60, §4º
dos Estados

Alteração do
Perpetuidade
procedimento
do Mandato
de emenda

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anu- 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
almente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a [...].
Poder Constituinte 11
Anotações

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada quintos dos votos dos respectivos membros. §3º
mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, A emenda à Constituição será promulgada pelas
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Senado Federal; II - do Presidente da República; Federal, com o respectivo número de ordem. §4º
III - de mais da metade das Assembléias Legisla- Não será objeto de deliberação a proposta de
tivas das unidades da Federação, manifestando- emenda tendente a abolir: I - a forma federativa
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e
membros. §1º A Constituição não poderá ser periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os
emendada na vigência de intervenção federal, de direitos e garantias individuais. §5º A matéria
estado de defesa ou de estado de sítio. §2º A pro- constante de proposta de emenda rejeitada ou
posta será discutida e votada em cada Casa do havida por prejudicada não pode ser objeto de
Congresso Nacional, em dois turnos, conside- nova proposta na mesma sessão legislativa.
rando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
Controle de Constitucionalidade 12
Anotações

Capítulo 2
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
INFOGRÁFICO 6: SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO

Constituição

Lei

Atos Infralegais

INFOGRÁFICO 7: ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Por ação
(faz-se o
que ela
proíbe

Por omissão
(não se faz
o que ela
impõe)

Transgressão à Constituição
Controle de Constitucionalidade 13
Anotações

INFOGRÁFICO 8: ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Controle de Constitucionalidade

Preventivo Repressivo

Poder Poder Poder


Legislativo Executivo Judiciário

Processo Sanção/ Difuso, Concentrado,


Legislativo Veto Incidental ou Principal ou
Concreto Abstrato

Qualquer
STF
Juízo

Arguição de
Ação Direta de Ação
Descumprimen-
Inconstituciona Declaratória de
to de Preceito
-lidade (ADI ou Constitucionali-
Fundamental
ADIN) dade (ADC)
(ADPF)

Por Ação (ADI) Por Omissão (ADO)

Interventiva

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Casa será revisto pela outra, em um só turno de Presidente da República importará sanção. §4º O
discussão e votação, e enviado à sanção ou pro- veto será apreciado em sessão conjunta, dentro
mulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arqui- de trinta dias a contar de seu recebimento, só po-
vado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o pro- dendo ser rejeitado pelo voto da maioria abso-
jeto emendado, voltará à Casa iniciadora. luta dos Deputados e Senadores. §5º Se o veto
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a não for mantido, será o projeto enviado, para
votação enviará o projeto de lei ao Presidente da promulgação, ao Presidente da República. §6º
República, que, aquiescendo, o sancionará. §1º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido
Se o Presidente da República considerar o pro- no §4º, o veto será colocado na ordem do dia da
jeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou sessão imediata, sobrestadas as demais proposi-
contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou ções, até sua votação final. §7º Se a lei não for
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, con- promulgada dentro de quarenta e oito horas
tados da data do recebimento, e comunicará, pelo Presidente da República, nos casos dos §3º
dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente e §5º, o Presidente do Senado a promulgará, e,
do Senado Federal os motivos do veto. §2º O se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
veto parcial somente abrangerá texto integral de Presidente do Senado fazê-lo.
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. §3º
Controle de Constitucionalidade 14
Anotações

INFOGRÁFICO 9: CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE


Controle Difuso de Constitucionalidade

Arguição Cláusula de Reserva


Efeitos
incidental de Plenário

Questão Nulidade do Inter partes Incidente


prejudicial de ato
mérito da
pretensão Acolhido Não acolhido
deduzida Ex tunc

Plenário ou Prosseguimento
órgão especial do julgamento

Manifestação de órgãos ou entidades

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
de seus membros ou dos membros do respectivo Poder Público.
órgão especial poderão os tribunais declarar a
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a incons- sessão de julgamento. §1º As pessoas jurídicas
titucionalidade de lei ou de ato normativo do po- de direito público responsáveis pela edição do
der público, o relator, após ouvir o Ministério Pú- ato questionado poderão manifestar-se no inci-
blico e as partes, submeterá a questão à turma dente de inconstitucionalidade se assim o reque-
ou à câmara à qual competir o conhecimento do rerem, observados os prazos e as condições pre-
processo. vistos no regimento interno do tribunal. §2º A
Art. 949. Se a arguição for: I - rejeitada, pros- parte legitimada à propositura das ações previs-
seguirá o julgamento; II - acolhida, a questão será tas no art. 103 da Constituição Federal poderá
submetida ao plenário do tribunal ou ao seu ór- manifestar-se, por escrito, sobre a questão cons-
gão especial, onde houver. Parágrafo único. Os titucional objeto de apreciação, no prazo pre-
órgãos fracionários dos tribunais não submete- visto pelo regimento interno, sendo-lhe assegu-
rão ao plenário ou ao órgão especial a arguição rado o direito de apresentar memoriais ou de re-
de inconstitucionalidade quando já houver pro- querer a juntada de documentos. §3º Conside-
nunciamento destes ou do plenário do Supremo rando a relevância da matéria e a representativi-
Tribunal Federal sobre a questão. dade dos postulantes, o relator poderá admitir,
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos por despacho irrecorrível, a manifestação de ou-
os juízes, o presidente do tribunal designará a tros órgãos ou entidades.

INFOGRÁFICO 10: INCONSTITUCIONALIDADE PARA CONTROLE CONCENTRADO (1)


Atos Normativos Primários Atos Normativos Secundários
Complementar, regular, regulamen-
Criar direitos e obrigações de al-
Função tar ou interpretar ato normativo já
cance geral
existente
Inova a ordem ju-
Sim Não
rídica
Fundamento de
Constituição Federal Atos normativos primários
validade
Controle de Constitucionalidade 15
Anotações

Violação da Cons-
Inconstitucionalidade direta Inconstitucionalidade reflexa
tituição Federal

INFOGRÁFICO 11: INCONSTITUCIONALIDADE PARA CONTROLE CONCENTRADO (2)

Controle Concentrado de Constitucionalidade

Inconstitucionalidade

Incompatibilidade de normas inferiores com Leis e atos do Poder


a Constituição Público

Vertical Direta e Imediata

INFOGRÁFICO 12: MODALIDADES DE INCONSTITUCIONALIDADE (1)


Inconstitucionalidades

Extensão Causas

Total Parcial Formal Material

Propriamente Incompatibili-
Orgânica
dita dade de
conteúdo
Inobservância
Vício de
do processo
competência
legislativo

INFOGRÁFICO 13: MODALIDADES DE INCONSTITUCIONALIDADE (2)


Inconstitucionalidades

Momento Causas

Originária Superveniente Antecedente Consequente

Não admitida na
jurisprudência do
STF (ADI 2/1988)
Controle de Constitucionalidade 16
Anotações

Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2/1988


Ementa: CONSTITUIÇÃO. LEI ANTERIOR QUE A A Constituição sobrevinda não torna inconstitu-
CONTRARIE. REVOGAÇÃO. INCONSTITUCIONALI- cionais leis anteriores com ela conflitantes: re-
DADE SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. voga-as. Pelo fato de ser superior, a Constituição
A lei ou é constitucional ou não é lei. Lei incons- não deixa de produzir efeitos revogatórios. Seria
titucional é uma contradição em si. A lei é consti- ilógico que a lei fundamental, por ser suprema,
tucional quando fiel à Constituição; inconstituci- não revogasse, ao ser promulgada, leis ordiná-
onal, na medida em que a desrespeita, dispondo rias. A lei maior valeria menos que a lei ordinária.
sobre o que lhe era vedado. O vício da inconsti- Reafirmação da antiga jurisprudência do STF,
tucionalidade é congênito à lei e há de ser apu- mais que cinquentenária.
rado em face da Constituição vigente ao tempo Ação direta de que se não conhece por impos-
de sua elaboração. Lei anterior não pode ser in- sibilidade jurídica do pedido.
constitucional em relação à Constituição futura.

INFOGRÁFICO 14: MODALIDADES DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE


Espécies

Arguição de
Ação Direta de Ação Declaratória Descumprimento
Inconstitucionali- de Constituciona- de Preceito
dade (ADI) lidade (ADC) Fundamental
(ADPF)

ADI por Ação ADI por Omissão

ADI Interventiva

INFOGRÁFICO 15: LEGITIMADOS PARA A PROPOSITURA DE AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO CONSTITUCIONA-


LIDADE PERANTE O STF

Legitimados

Universais Especiais

Presidente da Mesa de
Mesa do Senado Governador de
República Assembleia
Estado
Legislativa
Mesa da
PGR
Câmara Entidade de Classe
Confederação de Âmbito
Sindical Nacional
Partido Político
Conselho com representação
Federal da OAB no CN
Controle de Constitucionalidade 17
Anotações

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 103. Podem propor a ação direta de in- deverá ser previamente ouvido nas ações de in-
constitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade e em todos os processos de
constitucionalidade: I - o Presidente da Repú- competência do Supremo Tribunal Federal. §2º
blica; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa Declarada a inconstitucionalidade por omissão
da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assem- de medida para tornar efetiva norma constituci-
bléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Dis- onal, será dada ciência ao Poder competente
trito Federal; V - o Governador de Estado ou do para a adoção das providências necessárias e, em
Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da Repú- se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo
blica; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Ad- em trinta dias. §3º Quando o Supremo Tribunal
vogados do Brasil; VIII - partido político com re- Federal apreciar a inconstitucionalidade, em
presentação no Congresso Nacional; IX - confe- tese, de norma legal ou ato normativo, citará,
deração sindical ou entidade de classe de âmbito previamente, o Advogado-Geral da União, que
nacional. §1º O Procurador-Geral da República defenderá o ato ou texto impugnado.
Lei nº 9.868/1999
Art. 2º. Podem propor a ação direta de incons- sindical ou entidade de classe de âmbito nacio-
titucionalidade e a ação declaratória de constitu- nal. Parágrafo único. (Vetado).
cionalidade: I - o Presidente da República; II - a Art. 12-A. Podem propor a ação direta de in-
Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara constitucionalidade por omissão os legitimados à
dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legis- propositura da ação direta de inconstitucionali-
lativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Fede- dade e da ação declaratória de constitucionali-
ral; V - o Governador de Estado ou do Distrito Fe- dade.
deral; VI - o Procurador-Geral da República; VII - Art. 13. Podem propor a ação declaratória de
o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do constitucionalidade de lei ou ato normativo fede-
Brasil; VIII - partido político com representação ral: I - o Presidente da República; II - a Mesa da
no Congresso Nacional; IX - confederação Câmara dos Deputados; III - a Mesa do Senado
Federal; IV - o Procurador-Geral da República.
Lei nº 9.882/1999
Art. 2º. Podem propor argüição de descumpri- solicitar a propositura de argüição de descumpri-
mento de preceito fundamental: I - os legitima- mento de preceito fundamental ao Procurador-
dos para a ação direta de inconstitucionalidade; Geral da República, que, examinando os funda-
II - (VETADO) §1º Na hipótese do inciso II, faculta- mentos jurídicos do pedido, decidirá do cabi-
se ao interessado, mediante representação, mento do seu ingresso em juízo. §2º (VETADO).

INFOGRÁFICO 16: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE PERANTE O STF

Ação Direta de Inconstitucionalidade

Abrangência Efeitos

Todas as Atos Nulidade do


normas da Erga omnes
Normativos ato
Constituição
Federais e Ex tunc ou
Estaduais modulados

Posteriores à
CR/1988
Controle de Constitucionalidade 18
Anotações

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- ações declaratórias de constitucionalidade pro-
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- duzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
bendo-lhe: [...] §2º As decisões definitivas de mé- relativamente aos demais órgãos do Poder Judi-
rito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, ciário e à administração pública direta e indireta,
nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas nas esferas federal, estadual e municipal. [...].
Lei nº 9.868/1999
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de Tribunal Federal fará publicar em seção especial
lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a
segurança jurídica ou de excepcional interesse parte dispositiva do acórdão. Parágrafo único. A
social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por declaração de constitucionalidade ou de incons-
maioria de dois terços de seus membros, restrin- titucionalidade, inclusive a interpretação con-
gir os efeitos daquela declaração ou decidir que forme a Constituição e a declaração parcial de in-
ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em constitucionalidade sem redução de texto, têm
julgado ou de outro momento que venha a ser eficácia contra todos e efeito vinculante em rela-
fixado. ção aos órgãos do Poder Judiciário e à Adminis-
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o tração Pública federal, estadual e municipal.
trânsito em julgado da decisão, o Supremo
Lei nº 9.882/1999
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação vinculante relativamente aos demais órgãos do
às autoridades ou órgãos responsáveis pela prá- Poder Público.
tica dos atos questionados, fixando-se as condi- Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de
ções e o modo de interpretação e aplicação do lei ou ato normativo, no processo de argüição de
preceito fundamental. §1º O presidente do Tri- descumprimento de preceito fundamental, e
bunal determinará o imediato cumprimento da tendo em vista razões de segurança jurídica ou
decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. de excepcional interesse social, poderá o Su-
§2º Dentro do prazo de dez dias contado a partir premo Tribunal Federal, por maioria de dois ter-
do trânsito em julgado da decisão, sua parte dis- ços de seus membros, restringir os efeitos da-
positiva será publicada em seção especial do Di- quela declaração ou decidir que ela só tenha efi-
ário da Justiça e do Diário Oficial da União. §3º A cácia a partir de seu trânsito em julgado ou de
decisão terá eficácia contra todos e efeito outro momento que venha a ser fixado.

INFOGRÁFICO 17: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO


Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

Pressupostos Efeitos

Violação da Constituição
que decorra do não Norma constitucional Notificação do órgão
cumprimento de certa e não exequível por si responsável, para
determinada norma mesma providências
constitucional

Inexistência no sistema de
medidas necessárias para
tornar exequível a norma
constitucional
Controle de Constitucionalidade 19
Anotações

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 103. [...] §2º Declarada a inconstituciona- competente para a adoção das providências ne-
lidade por omissão de medida para tornar efetiva cessárias e, em se tratando de órgão administra-
norma constitucional, será dada ciência ao Poder tivo, para fazê-lo em trinta dias.
Lei nº 9.868/1999
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal,
por omissão, com observância do disposto no tendo em vista as circunstâncias específicas do
art. 22, será dada ciência ao Poder competente caso e o interesse público envolvido. §2º Aplica-
para a adoção das providências necessárias. §1º se à decisão da ação direta de inconstitucionali-
Em caso de omissão imputável a órgão adminis- dade por omissão, no que couber, o disposto no
trativo, as providências deverão ser adotadas no Capítulo IV desta Lei.
prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a

INFOGRÁFICO 18: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA


Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva

Finalidade Legitimado Efeitos

Presidente do STF re-


Resolver um conflito quisitará ao Presidente da
Procurador-Geral da
de natureza República a intervenção, sob
República pena de crime de
federativa responsabilidade.

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 35 O Estado não intervirá em seus Municí- Tribunal Superior Eleitoral; III - de provimento, pelo
pios, nem a União nos Municípios localizados em Supremo Tribunal Federal, de representação do
Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser Procurador-Geral da República, na hipótese do art.
paga, sem motivo de força maior, por dois anos 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei fede-
consecutivos, a dívida fundada; II - não forem pres- ral. §1º O decreto de intervenção, que especificará
tadas contas devidas, na forma da lei; III - não tiver a amplitude, o prazo e as condições de execução e
sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal que, se couber, nomeará o interventor, será subme-
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas tido à apreciação do Congresso Nacional ou da As-
ações e serviços públicos de saúde; IV - o Tribunal sembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e
de Justiça der provimento a representação para as- quatro horas. §2º Se não estiver funcionando o
segurar a observância de princípios indicados na Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa,
Constituição Estadual, ou para prover a execução far-se-á convocação extraordinária, no mesmo
de lei, de ordem ou de decisão judicial. prazo de vinte e quatro horas. §3º Nos casos do art.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a aprecia-
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Le- ção pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Le-
gislativo ou do Poder Executivo coacto ou impe- gislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a exe-
dido, ou de requisição do Supremo Tribunal Fede- cução do ato impugnado, se essa medida bastar ao
ral, se a coação for exercida contra o Poder Judiciá- restabelecimento da normalidade. §4º Cessados os
rio; II - no caso de desobediência a ordem ou deci- motivos da intervenção, as autoridades afastadas
são judiciária, de requisição do Supremo Tribunal de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do legal.
Controle de Constitucionalidade 20
Anotações

INFOGRÁFICO 19: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL


Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental

Abrangência Efeitos

Preceitos Atos Normativos Nulidade do ato Erga omnes


Fundamentais e Não Normativos

Ex tunc ou
Federais, Estaduais
e Municipais modulados

Anteriores e Posteriores à CR/1988

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. [...] §1º A argüição de descumpri- desta Constituição, será apreciada pelo Supremo
mento de preceito fundamental, decorrente Tribunal Federal, na forma da lei.
Lei nº 9.882/1999
Art. 1º. A argüição prevista no §1º do art. 102 Art. 4º A petição inicial será indeferida liminar-
da Constituição Federal será proposta perante o mente, pelo relator, quando não for o caso de ar-
Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evi- güição de descumprimento de preceito funda-
tar ou reparar lesão a preceito fundamental, re- mental, faltar algum dos requisitos prescritos
sultante de ato do Poder Público. Parágrafo nesta Lei ou for inepta. §1º Não será admitida ar-
único. Caberá também argüição de descumpri- güição de descumprimento de preceito funda-
mento de preceito fundamental: I - quando for mental quando houver qualquer outro meio efi-
relevante o fundamento da controvérsia consti- caz de sanar a lesividade. §2º Da decisão de inde-
tucional sobre lei ou ato normativo federal, esta- ferimento da petição inicial caberá agravo, no
dual ou municipal, incluídos os anteriores à Cons- prazo de cinco dias.
tituição; II – (VETADO).
Teoria dos Direitos Fundamentais 21
Anotações

Capítulo 3
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Constitucionalismo e Neoconstitucionalismo
INFOGRÁFICO 20: CONSTITUCIONALISMO E CONSTITUIÇÕES MODERNAS

Estado de Natureza

Contrato Social

Sociedade Civil

Direito Público Direito Privado

Constituição Código Civil

Declaração de Direitos
Organização do Estado
Fundamentais

INFOGRÁFICO 21: NEOCONSTITUCIONALISMO E CONSTITUIÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Constituição

Liberalismo Social Democracia

Organização do Princípios Fundantes


Estado

Organização dos Dignidade da Pessoa Humana


Poderes

Declaração de
Declaração de Direitos Organização Organização
Fundamentais Direitos
Fundamentais do Estado dos Poderes
Teoria dos Direitos Fundamentais 22
Anotações

Conceito e Nomenclatura
INFOGRÁFICO 22: PRINCIPAIS MARCOS

Magna Habeas
Petition of Bill of rights
Charta Corpus Act
right (1628) (1689)
(1215) (1679)

Declaração Declaração Declaração


do Bom Universal de Universal de
Direitos do Constituições
Povo da Homem e do Nacionais
Direitos
Virgínia Cidadão Humanos
(1776) (1789) (1948)

INFOGRÁFICO 23: NOMENCLATURA

Direitos
Fundamentais

Direitos Liberdades
Humanos Públicas

Direitos
Direitos
(Públicos)
Individuais
Subjetivos
Teoria dos Direitos Fundamentais 23
Anotações
INFOGRÁFICO 24: CONCEITO

Direitos Fundamentais

Conceito Formal Conceito Material

Posições jurídicas essenciais que explicitam e


concretizam a dignidade da pessoa humana

Conceito material amplo Conceito material restrito

Posições jurídicas que investem o ser


Princípios que expressam a concepção de humano de um conjunto de prerrogativas,
mundo e evidenciam a ideologia política de faculdades e instituições que asseguram uma
cada ordenamento jurídico existência digna, livre, igual e fraterna de
todas as pessoas

Dimensão Subjetiva: provê as pessoas de


Dimensão Objetiva: parâmetro limitador da
bens e posições jurídicas favoráveis e
soberania popular e dos poderes constituídos
oponíveis ao Estado e terceiros

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 5º. [...] §1º As normas definidoras dos di- decorrentes do regime e dos princípios por ela
reitos e garantias fundamentais têm aplicação adotados, ou dos tratados internacionais em que
imediata. §2º Os direitos e garantias expressos a República Federativa do Brasil seja parte. [...].
nesta Constituição não excluem outros

Direitos e Garantias Fundamentais


INFOGRÁFICO 25: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Garantias

Garantias
Garantias-Limite Garantias Institucionais
Instrumentais

Proibições que visam Sistema de proteção


prevenir violações a organizado para a
Ações Constitucionais
direitos (limitação do defesa e efetivação
poder) dos direitos

e.g. Proibição da
“Ligação” entre as
censura para garantir a
garantias-limite e as
liberdade de
garantias institucionais
expressão
Teoria dos Direitos Fundamentais 24
Anotações
INFOGRÁFICO 26: DIREITOS FUNDAMENTAIS FORMAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

Constituição da República Federativa do Brasil

Tít. I: dos princípios fundamentais Tít. II: dos direitos e garantias fundamentais

Cap.I: dos direitos e


Capítulo II: dos
deveres individuais e
direitos sociais
coletivos

Capítulo III: da Capítulo IV: dos


nacionalidade direitos políticos

Capítulo V: dos
partidos políticos

Tít.III: Da organização do Estado Tít. IV: da organização dos Poderes

Tít. V: da defesa do Estado de das Instituições


Tít. VI: da tributação e do orçamento
Democráticas

Tít. VII: da ordem econômica e financeira Tít. VIII: da ordem social

Tít. X: ato das disposições constitucionais


Tít. IX: das disposições constitucionais gerais
transitórias

Funções e Dimensões (Gerações) dos Direitos Fundamen-


tais
INFOGRÁFICO 27: FUNÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Funções dos Direitos Fundamentais

Proteção
Não
Defesa Prestação perante
discriminação
terceiros

INFOGRÁFICO 28: DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Dimesões dos Direitos Fundamentais

1ª Dimensão 2ª Dimensão 3ª Dimensão 4ª Dimensão 5ª Dimensão

Direitos de Direitos de Direitos de Democracia,


biotecnologia e Direito à paz
liberdade igualdade fraternidade informação

Direitos de
Direitos
solidariedade,
Direitos civis e sociais, Genoma Resolução 33
de titularidade
políticos econômicos e Humano (ONU, 1978)
difusa ou
culturais
coletiva
Teoria dos Direitos Fundamentais 25
Anotações
INFOGRÁFICO 29: CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Características dos Direitos Fundamentais

Historicidade Universalidade

Indisponibilidade Imprescritibilidade

Proibição de retrocesso Concorrência

Limitabilidade Constitucionalidade

In concreto Juízo de Máxima


proporciona- observância e
lidade mínima restrição

Direitos e Garantias Individuais


INFOGRÁFICO 30: DIREITO À VIDA

Direito à Vida (art. 5º, caput)

Dupla acepção Âmbito de proteção Exceções

Desde a nidação Pena de morte em


Direito de
(14º dia) – ADI caso de guerra
continuar vivo
3.510/DF declarada

Direito à vida digna Aborto ético ou


(subsistência) humanitário

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem dis- igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter-
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos mos seguintes: [...] XLVII - não haverá penas: a)
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à termos do art. 84, XIX; [...]
Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940)
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por gravidez resulta de estupro e o aborto é prece-
médico: Aborto necessário I - se não há outro dido de consentimento da gestante ou, quando
meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso incapaz, de seu representante legal.
de gravidez resultante de estupro II - se a
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
ADPF 54. O Tribunal, por maioria e nos termos interpretação segundo a qual a interrupção da
do voto do Relator, julgou procedente a ação gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada
para declarar a inconstitucionalidade da nos artigos 124, 126, 128, incisos I e II, todos do
Teoria dos Direitos Fundamentais 26
Anotações
Código Penal, contra os votos dos Senhores Mi- familiar). Mutismo constitucional hermeneutica-
nistros Gilmar Mendes e Celso de Mello que, jul- mente significante de transpasse de poder nor-
gando-a procedente, acrescentavam condições mativo para a legislação ordinária. A potenciali-
de diagnóstico de anencefalia especificadas pelo dade de algo para se tornar pessoa humana já é
Ministro Celso de Mello; e contra os votos dos meritória o bastante para acobertá-la, infracons-
Senhores Ministros Ricardo Lewandowski e Ce- titucionalmente, contra tentativas levianas ou
zar Peluso (Presidente), que a julgavam improce- frívolas de obstar sua natural continuidade fisio-
dente. Ausentes, justificadamente, os Senhores lógica. Mas as três realidades não se confundem:
Ministros Joaquim Barbosa e Dias Toffoli. Plená- o embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa
rio, 12.04.2012. Acórdão, DJ 30.04.2013. humana é a pessoa humana. Donde não existir
ADI 3.510/DF. O Magno Texto Federal não dis- pessoa humana embrionária, mas embrião de
põe sobre o início da vida humana ou o preciso pessoa humana. O embrião referido na Lei de Bi-
instante em que ela começa. Não faz de todo e ossegurança (in vitro apenas) não é uma vida a
qualquer estágio da vida humana um autonomi- caminho de outra vida virginalmente nova, por-
zado bem jurídico, mas da vida que já é própria quanto lhe faltam possibilidades de ganhar as
de uma concreta pessoa, porque nativiva (teoria primeiras terminações nervosas, sem as quais o
"natalista", em contraposição às teorias "concep- ser humano não tem factibilidade como projeto
cionista" ou da "personalidade condicional"). E, de vida autônoma e irrepetível. O Direito infra-
quando se reporta a "direitos da pessoa hu- constitucional protege por modo variado cada
mana" e até a "direitos e garantias individuais" etapa do desenvolvimento biológico do ser hu-
como cláusula pétrea, está falando de direitos e mano. Os momentos da vida humana anteriores
garantias do indivíduo-pessoa, que se faz desti- ao nascimento devem ser objeto de proteção
natário dos direitos fundamentais "à vida, à liber- pelo direito comum. O embrião pré-implanto é
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade", um bem a ser protegido, mas não uma pessoa no
entre outros direitos e garantias igualmente dis- sentido biográfico a que se refere a Constituição.
tinguidos com o timbre da fundamentalidade Rel. min. Ayres Britto, j. 29-5-2008, DJE de 28-5-
(como direito à saúde e ao planejamento 2010.

INFOGRÁFICO 31: PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Princípio da Igualdade (art. 5º, caput)

Vedação da
Limitação de Constitucionali
distinção entre Famílias
idade em Igualdade de dade das
pessoas de homoafetivas
concurso gênero (art. ações
forma não (ADI 4.277;
público 5º, I) afirmativas
razoável ou ADPF 132/RJ)
(súmula 683) (ADC 41/DF)
arbitrária

Diferenciação
é compatível Admite-se
com a distinção que
Constituição vise a atenuar
se a
proporcional desigualdade.
ao fim visado

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem dis- Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País sua condição social: [...] XVIII - licença à gestante,
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à sem prejuízo do emprego e do salário, com a du-
igualdade, à segurança e à propriedade, nos ter- ração de cento e vinte dias; XIX - licença-paterni-
mos seguintes: [...] I - homens e mulheres são dade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do
iguais em direitos e obrigações, nos termos desta mercado de trabalho da mulher, mediante incen-
Constituição; [...]. tivos específicos, nos termos da lei; [...] XXX -
proibição de diferença de salários, de exercício
Teoria dos Direitos Fundamentais 27
Anotações
de funções e de critério de admissão por motivo condições: a) sessenta anos de idade e trinta e
de sexo, idade, cor ou estado civil; [...]. cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e
Art. 39. [...] §3º. Aplica-se aos servidores ocu- cinco anos de idade e trinta de contribuição, se
pantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos proventos proporcionais ao tempo de contribui-
diferenciados de admissão quando a natureza do ção.
cargo o exigir. Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos ter-
Art. 40 [...] §1º Os servidores abrangidos pelo mos da lei. §2º As mulheres e os eclesiásticos fi-
regime de previdência de que trata este artigo cam isentos do serviço militar obrigatório em
serão aposentados, calculados os seus proventos tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos
a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e que a lei lhes atribuir.
17: I - por invalidez permanente, sendo os pro- Art. 201. [...] §7º É assegurada aposentadoria
ventos proporcionais ao tempo de contribuição, no regime geral de previdência social, nos termos
exceto se decorrente de acidente em serviço, da lei, obedecidas as seguintes condições: I -
moléstia profissional ou doença grave, contagi- trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
osa ou incurável, na forma da lei; II - compulsori- trinta anos de contribuição, se mulher; II - ses-
amente, com proventos proporcionais ao tempo senta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, senta anos de idade, se mulher, reduzido em
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na cinco anos o limite para os trabalhadores rurais
forma de lei complementar; III - voluntaria- de ambos os sexos e para os que exerçam suas
mente, desde que cumprido tempo mínimo de atividades em regime de economia familiar, nes-
dez anos de efetivo exercício no serviço público tes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a pescador artesanal.
aposentadoria, observadas as seguintes
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
Súmula 683. O limite de idade para inscrição justificado pela natureza das atribuições do cargo
em concurso público só se legitima em face do a ser preenchido.
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser

INFOGRÁFICO 32: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Princípio da Legalidade

Submissão e Reserva legal


respeito à lei (art.
5º, II)
Determinação de que a regulamentação
de determinadas matérias se faça
Lei em sentido necessariamente por lei formal
amplo: art. 59
Reserva legal absoluta:
ato emanado Reserva legal relativa: Lei
Lei em sentido Congresso Nacional fixa parâmetros dentro dos
quais o Executivo
estrito: Poder regulamentará a matéria
Legislativo por norma infralegal
Norma Penal

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 5º. [...] II - ninguém será obrigado a fazer que o defina, nem pena sem prévia cominação
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para
de lei; [...] XXXIX - não há crime sem lei anterior beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer
28
Anotações

discriminação atentatória dos direitos e liberda- ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
des fundamentais; XLII - a prática do racismo e contra eles executadas, até o limite do valor do
constitui crime inafiançável e imprescritível, su- patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a in-
jeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - dividualização da pena e adotará, entre outras,
a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- as seguintes: a) privação ou restrição da liber-
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o trá- dade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação so-
fico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o ter- cial alternativa; e) suspensão ou interdição de di-
rorismo e os definidos como crimes hediondos, reitos;
por eles respondendo os mandantes, os executo- Art. 59. O processo legislativo compreende a
res e os que, podendo evitá-los, se omitirem; elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescrití- complementares; III - leis ordinárias; IV - leis de-
vel a ação de grupos armados, civis ou militares, legadas; V - medidas provisórias; VI - decretos le-
contra a ordem constitucional e o Estado Demo- gislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei
crático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa complementar disporá sobre a elaboração, reda-
do condenado, podendo a obrigação de reparar ção, alteração e consolidação das leis.
o dano e a decretação do perdimento de bens

INFOGRÁFICO 33: LIBERDADES PÚBLICAS

Liberdades Públicas

Liberdade de
Liberdade de Direito de
Pensamento
Consciência Reunião
(art. 5º, IV)

Escusa de
consciência + Manifestações
recusa do públicas pela
Excessos cumprimento de descriminalização
Tutela por MS, e
sancionáveis penal prestação de drogas não
não por HC
e civilmente alternativa = perda constituem crime
dos direitos de apologia (ADPF
políticos (Art. 15, 187/DF)
IV)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 5º. [...] IV - é livre a manifestação do pen- exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
samento, sendo vedado o anonimato; V - é asse- são, atendidas as qualificações profissionais que
gurado o direito de resposta, proporcional ao a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o
agravo, além da indenização por dano material, acesso à informação e resguardado o sigilo da
moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade fonte, quando necessário ao exercício profissio-
de consciência e de crença, sendo assegurado o nal; XV - é livre a locomoção no território nacio-
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, nal em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da dele sair com seus bens; XVI - todos podem reu-
lei, a prestação de assistência religiosa nas enti- nir-se pacificamente, sem armas, em locais aber-
dades civis e militares de internação coletiva; VIII tos ao público, independentemente de autoriza-
- ninguém será privado de direitos por motivo de ção, desde que não frustrem outra reunião ante-
crença religiosa ou de convicção filosófica ou po- riormente convocada para o mesmo local, sendo
lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obri- apenas exigido prévio aviso à autoridade compe-
gação legal a todos imposta e recusar-se a cum- tente; XVII - é plena a liberdade de associação
prir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é li- para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
vre a expressão da atividade intelectual, artística, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,
científica e de comunicação, independente- a de cooperativas independem de autorização,
mente de censura ou licença; [...] XIII - é livre o sendo vedada a interferência estatal em seu
Teoria dos Direitos Fundamentais 29
Anotações

funcionamento; XIX - as associações só poderão se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX -


ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou
vidades suspensas por decisão judicial, exigindo- a permanecer associado;

Direitos Sociais
INFOGRÁFICO 34: DIREITOS SOCIAIS

Direitos Sociais

Gerais (art. 6º) Trabalhadores

Direitos dos Liberdade de


associação Direito de greve
Art. 6º trabalhadores profissional ou (art. 9º)
(art. 7º) sindical (art. 8º)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 6º. São direitos sociais a educação, a sa- dependente do trabalhador de baixa renda nos
úde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o termos da lei; XIII - duração do trabalho normal
transporte, o lazer, a segurança, a previdência não superior a oito horas diárias e quarenta e
social, a proteção à maternidade e à infância, a quatro semanais, facultada a compensação de
assistência aos desamparados, na forma desta horários e a redução da jornada, mediante
Constituição. acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV -
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos jornada de seis horas para o trabalho realizado
e rurais, além de outros que visem à melhoria de em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
sua condição social: I - relação de emprego pro- negociação coletiva; XV - repouso semanal remu-
tegida contra despedida arbitrária ou sem justa nerado, preferencialmente aos domingos; XVI -
causa, nos termos de lei complementar, que pre- remuneração do serviço extraordinário superior,
verá indenização compensatória, dentre outros no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
direitos; II - seguro-desemprego, em caso de de- XVII - gozo de férias anuais remuneradas com,
semprego involuntário; III - fundo de garantia do pelo menos, um terço a mais do que o salário
tempo de serviço; IV - salário mínimo, fixado em normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo
lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a do emprego e do salário, com a duração de cento
suas necessidades vitais básicas e às de sua famí- e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos ter-
lia com moradia, alimentação, educação, saúde, mos fixados em lei; XX - proteção do mercado de
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdên- trabalho da mulher, mediante incentivos especí-
cia social, com reajustes periódicos que lhe pre- ficos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio propor-
servem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vin- cional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
culação para qualquer fim; V - piso salarial pro- trinta dias, nos termos da lei; XXII - redução dos
porcional à extensão e à complexidade do traba- riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
lho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o dis- de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional
posto em convenção ou acordo coletivo; VII - ga- de remuneração para as atividades penosas, in-
rantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para salubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV -
os que percebem remuneração variável; VIII - dé- aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos fi-
cimo terceiro salário com base na remuneração lhos e dependentes desde o nascimento até 5
integral ou no valor da aposentadoria; IX – remu- (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
neração do trabalho noturno superior à do di- XXVI - reconhecimento das convenções e acor-
urno; X - proteção do salário na forma da lei, dos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em
constituindo crime sua retenção dolosa; XI – par- face da automação, na forma da lei; XXVIII - se-
ticipação nos lucros, ou resultados, desvinculada guro contra acidentes de trabalho, a cargo do
da remuneração, e, excepcionalmente, participa- empregador, sem excluir a indenização a que
ção na gestão da empresa, conforme definido em este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
lei; XII - salário-família pago em razão do culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos
Teoria dos Direitos Fundamentais 30
Anotações

resultantes das relações de trabalho, com prazo inferior à área de um Município; III - ao sindicato
prescricional de cinco anos para os trabalhadores cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a ou individuais da categoria, inclusive em ques-
extinção do contrato de trabalho: a) (Revogada). tões judiciais ou administrativas; IV - a assem-
b) (Revogada). XXX - proibição de diferença de bléia geral fixará a contribuição que, em se tra-
salários, de exercício de funções e de critério de tando de categoria profissional, será descontada
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou es- em folha, para custeio do sistema confederativo
tado civil; XXXI - proibição de qualquer discrimi- da representação sindical respectiva, indepen-
nação no tocante a salário e critérios de admis- dentemente da contribuição prevista em lei; V -
são do trabalhador portador de deficiência; XXXII ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
- proibição de distinção entre trabalho manual, filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participa-
técnico e intelectual ou entre os profissionais ção dos sindicatos nas negociações coletivas de
respectivos; XXXIII - proibição de trabalho no- trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a
turno, perigoso ou insalubre a menores de de- votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII
zoito e de qualquer trabalho a menores de dezes- - é vedada a dispensa do empregado sindicali-
seis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir zado a partir do registro da candidatura a cargo
de quatorze anos; XXXIV - igualdade de direitos de direção ou representação sindical e, se eleito,
entre o trabalhador com vínculo empregatício ainda que suplente, até um ano após o final do
permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo mandato, salvo se cometer falta grave nos ter-
único. São assegurados à categoria dos trabalha- mos da lei. Parágrafo único. As disposições deste
dores domésticos os direitos previstos nos inci- artigo aplicam-se à organização de sindicatos ru-
sos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, rais e de colônias de pescadores, atendidas as
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendi- condições que a lei estabelecer.
das as condições estabelecidas em lei e obser- Art. 9º É assegurado o direito de greve, com-
vada a simplificação do cumprimento das obriga- petindo aos trabalhadores decidir sobre a opor-
ções tributárias, principais e acessórias, decor- tunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
rentes da relação de trabalho e suas peculiarida- devam por meio dele defender. §1º A lei definirá
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e os serviços ou atividades essenciais e disporá so-
XXVIII, bem como a sua integração à previdência bre o atendimento das necessidades inadiáveis
social. da comunidade. §2º Os abusos cometidos sujei-
Art. 8º É livre a associação profissional ou sin- tam os responsáveis às penas da lei.
dical, observado o seguinte: I - a lei não poderá Art. 10. É assegurada a participação dos traba-
exigir autorização do Estado para a fundação de lhadores e empregadores nos colegiados dos ór-
sindicato, ressalvado o registro no órgão compe- gãos públicos em que seus interesses profissio-
tente, vedadas ao Poder Público a interferência e nais ou previdenciários sejam objeto de discus-
a intervenção na organização sindical; II - é ve- são e deliberação.
dada a criação de mais de uma organização sin- Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
dical, em qualquer grau, representativa de cate- empregados, é assegurada a eleição de um re-
goria profissional ou econômica, na mesma base presentante destes com a finalidade exclusiva de
territorial, que será definida pelos trabalhadores promover-lhes o entendimento direto com os
ou empregadores interessados, não podendo ser empregadores.
Organização do Estado 31
Anotações

Capítulo 4
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

Federalismo Brasileiro
INFOGRÁFICO 35: FEDERALISMO BRASILEIRO

República Federativa do Brasil

Repartição de Direito de
Indissolubilidade Formalização competências participação das Possibilidade de
do vínculo por meio de uma entre o poder vontades intervenção
federativo Constituição central e os parciais na federal
entes parciais vontade central

Ente central Entes


(União) federados

Autonomia e
Autonomia
Soberania*

Arrecadação de
Auto- Auto-
Auto-governo receitas
organização administração
próprias

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 1º. A República Federativa do Brasil, for-
mada pela união indissolúvel dos Estados e Mu- Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se
nicípios e do Distrito Federal, constitui-se em Es- pelas Constituições e leis que adotarem, obser-
tado Democrático de Direito e tem como funda- vados os princípios desta Constituição. §1º São
mentos: I – a soberania; II – a cidadania III – a reservadas aos Estados as competências que não
dignidade da pessoa humana; IV – os valores so- lhes sejam vedadas por esta Constituição. §2º
ciais do trabalho e da livre iniciativa; V – o plura- Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me-
lismo político. Parágrafo único. Todo o poder diante concessão, os serviços locais de gás cana-
emana do povo, que o exerce por meio de repre- lizado, na forma da lei, vedada a edição de me-
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos dida provisória para a sua regulamentação. §3º
desta Constituição. Os Estados poderão, mediante lei complemen-
Art. 21. Compete à União: I – manter relações tar, instituir regiões metropolitanas, aglomera-
com Estados estrangeiros e participar de organi- ções urbanas e microrregiões, constituídas por
zações internacionais; II – declarar a guerra e ce- agrupamentos de municípios limítrofes, para in-
lebrar a paz; III – assegurar a defesa nacional; IV tegrar a organização, o planejamento e a execu-
– permitir, nos casos previstos em lei comple- ção de funções públicas de interesse comum.
mentar, que forças estrangeiras transitem pelo Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem
território nacional ou nele permaneçam tempo- no Distrito Federal, exceto para: I – manter a in-
rariamente; [...]. tegridade nacional; [...].
32
Anotações
INFOGRÁFICO 36: COMPOSIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

República Federativa do Brasil

União Estados

Territórios (art. 33)

Municípios Distrito Federal

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada Congresso Nacional, por lei complementar. §4º A
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e criação, a incorporação, a fusão e o desmembra-
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo- mento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
crático de Direito e tem como fundamentos: I – a dentro do período determinado por Lei Comple-
soberania; II – a cidadania III – a dignidade da pes- mentar Federal, e dependerão de consulta prévia,
soa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da mediante plebiscito, às populações dos Municípios
livre iniciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabili-
único. Todo o poder emana do povo, que o exerce dade Municipal, apresentados e publicados na
por meio de representantes eleitos ou diretamente, forma da lei.
nos termos desta Constituição. Art. 33. A lei disporá sobre a organização admi-
Art. 18. A organização político-administrativa da nistrativa e judiciária dos Territórios. §1º Os Terri-
República Federativa do Brasil compreende a tórios poderão ser divididos em Municípios, aos
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- quais se aplicará, no que couber, o disposto no Ca-
pios, todos autônomos, nos termos desta Constitui- pítulo IV deste Título. §2º As contas do Governo do
ção. §1º Brasília é a Capital Federal. §2º Os Territó- Território serão submetidas ao Congresso Nacional,
rios Federais integram a União, e sua criação, trans- com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
formação em Estado ou reintegração ao Estado de §3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
origem serão reguladas em lei complementar. §3º habitantes, além do Governador nomeado na
Os Estados podem incorporar-se entre si, subdivi- forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários
dir-se ou desmembrar-se para se anexarem a ou- de primeira e segunda instância, membros do Mi-
tros, ou formarem novos Estados ou Territórios Fe- nistério Público e defensores públicos federais; a lei
derais, mediante aprovação da população direta- disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial
mente interessada, através de plebiscito, e do e sua competência deliberativa.

INFOGRÁFICO 37: FORMAÇÃO DE ESTADOS

Formação dos Estados

Modalidades Requisitos

Aprovação da popu- Oitiva das Assem-


Fusão Subdivisão lação diretamente bleias Legislativas
interessada, mediante pelo Congresso
plebiscito Nacional
Incorporação Desmembramento
Lei Complementar do
Congresso Nacional
33
Anotações
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 18. A organização político-administrativa da si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexa-
República Federativa do Brasil compreende a rem a outros, ou formarem novos Estados ou Terri-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- tórios Federais, mediante aprovação da população
pios, todos autônomos, nos termos desta Constitui- diretamente interessada, através de plebiscito, e do
ção. [...] §3º Os Estados podem incorporar-se entre Congresso Nacional, por lei complementar. [...].

Repartição de Competências entre os Entes Federados


INFOGRÁFICO 38: PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE

Princípio da predominância do interesse

União Estados Municípios

Interesse geral ou
Interesse regional Interesse local
nacional

INFOGRÁFICO 39: REPARTIÇÃO DA COMPETÊNCIA

Competência

Material Legislativa

Exclusiva (art. Exclusiva (art. Privativa (art. 22,


Comum (art. 23)
21) 25, §§ 1º e 2º) parágrafo único)

Concorrente Suplementar
(art. 24, §1º) (art. 24, § 2º)
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 21. Compete à União: I – manter relações diretamente ou mediante autorização, conces-
com Estados estrangeiros e participar de organi- são ou permissão, os serviços de telecomunica-
zações internacionais; II – declarar a guerra e ce- ções, nos termos da lei, que disporá sobre a or-
lebrar a paz; III – assegurar a defesa nacional; IV ganização dos serviços, a criação de um órgão re-
– permitir, nos casos previstos em lei comple- gulador e outros aspectos institucionais; XII – ex-
mentar, que forças estrangeiras transitem pelo plorar, diretamente ou mediante autorização,
território nacional ou nele permaneçam tempo- concessão ou permissão: a) os serviços de radio-
rariamente; V – decretar o estado de sítio, o es- difusão sonora, e de sons e imagens; b) os servi-
tado de defesa e a intervenção federal; VI – au- ços e instalações de energia elétrica e o aprovei-
torizar e fiscalizar a produção e o comércio de tamento energético dos cursos de água, em arti-
material bélico; VII – emitir moeda; VIII – admi- culação com os Estados onde se situam os poten-
nistrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as ciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, ae-
operações de natureza financeira, especialmente roespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d)
as de crédito, câmbio e capitalização, bem como os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
as de seguros e de previdência privada; IX – ela- entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou
borar e executar planos nacionais e regionais de que transponham os limites de Estado ou Terri-
ordenação do território e de desenvolvimento tório; e) os serviços de transporte rodoviário in-
econômico e social; X – manter o serviço postal e terestadual e internacional de passageiros; f) os
o correio aéreo nacional; XI – explorar, portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII –
34
Anotações
organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministé- outros recursos minerais e metalurgia; XIII – na-
rio Público do Distrito Federal e dos Territórios e cionalidade, cidadania e naturalização; XIV – po-
a Defensoria Pública dos Territórios; XIV – orga- pulações indígenas; XV – emigração e imigração,
nizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, XVI – organização do sistema nacional de em-
bem como prestar assistência financeira ao Dis- prego e condições para o exercício de profissões;
trito Federal para a execução de serviços públi- XVII – organização judiciária, do Ministério Pú-
cos, por meio de fundo próprio; XV – organizar e blico do Distrito Federal e dos Territórios e da De-
manter os serviços oficiais de estatística, geogra- fensoria Pública dos Territórios, bem como orga-
fia, geologia e cartografia de âmbito nacional; nização administrativa destes; XVIII – sistema es-
XVI – exercer a classificação, para efeito indica- tatístico, sistema cartográfico e de geologia naci-
tivo, de diversões públicas e de programas de rá- onais; XIX – sistemas de poupança, captação e
dio e televisão; XVII – conceder anistia; XVIII – garantia da poupança popular; XX – sistemas de
planejar e promover a defesa permanente contra consórcios e sorteios; XXI – normas gerais de or-
as calamidades públicas, especialmente as secas ganização, efetivos, material bélico, garantias,
e as inundações; XIX – instituir sistema nacional convocação e mobilização das polícias militares e
de gerenciamento de recursos hídricos e definir corpos de bombeiros militares; XXII – competên-
critérios de outorga de direitos de seu uso; XX – cia da polícia federal e das polícias rodoviária e
instituir diretrizes para o desenvolvimento ur- ferroviária federais; XXIII – seguridade social;
bano, inclusive habitação, saneamento básico e XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;
transportes urbanos; XXI – estabelecer princípios XXV – registros públicos; XXVI – atividades nucle-
e diretrizes para o sistema nacional de viação; ares de qualquer natureza; XXVII – normas gerais
XXII – executar os serviços de polícia marítima, de licitação e contratação, em todas as modali-
aeroportuária e de fronteiras; XXIII – explorar os dades, para as administrações públicas diretas,
serviços e instalações nucleares de qualquer na- autárquicas e fundacionais da União, Estados,
tureza e exercer monopólio estatal sobre a pes- Distrito Federal e Municípios, obedecido o dis-
quisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessa- posto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
mento, a industrialização e o comércio de miné- e sociedades de economia mista, nos termos do
rios nucleares e seus derivados, atendidos os se- art. 173, § 1°, III; XXVIII - defesa territorial, defesa
guintes princípios e condições: a) toda atividade aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mo-
nuclear em território nacional somente será ad- bilização nacional; XXIX - propaganda comercial.
mitida para fins pacíficos e mediante aprovação Parágrafo único. Lei complementar poderá auto-
do Congresso Nacional; b) sob regime de permis- rizar os Estados a legislar sobre questões especí-
são, são autorizadas a comercialização e a utiliza- ficas das matérias relacionadas neste artigo.
ção de radioisótopos para a pesquisa e usos mé- Art. 23. É competência comum da União, dos
dicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I –
permissão, são autorizadas a produção, comerci- zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
alização e utilização de radioisótopos de meia- instituições democráticas e conservar o patrimô-
vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsa- nio público; II – cuidar da saúde e assistência pú-
bilidade civil por danos nucleares independe da blica, da proteção e garantia das pessoas porta-
existência de culpa; XXIV – organizar, manter e doras de deficiência; III – proteger os documen-
executar a inspeção do trabalho; XXV – estabele- tos, as obras e outros bens de valor histórico, ar-
cer as áreas e as condições para o exercício da tístico e cultural, os monumentos, as paisagens
atividade de garimpagem, em forma associativa. naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV –
Art. 22. Compete privativamente à União legis- impedir a evasão, a destruição e a descaracteri-
lar sobre: I – direito civil, comercial, penal, pro- zação de obras de arte e de outros bens de valor
cessual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáu- histórico, artístico ou cultural; V – proporcionar
tico, espacial e do trabalho; II – desapropriação; os meios de acesso à cultura, à educação, à ciên-
III – requisições civis e militares, em caso de imi- cia, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; VI –
nente perigo e em tempo de guerra; IV – águas, proteger o meio ambiente e combater a poluição
energia, informática, telecomunicações e radio- em qualquer de suas formas; VII – preservar as
difusão; V – serviço postal; VI – sistema monetá- florestas, a fauna e a flora; VIII – fomentar a pro-
rio e de medidas, títulos e garantias dos metais; dução agropecuária e organizar o abastecimento
VII – política de crédito, câmbio, seguros e trans- alimentar; IX – promover programas de constru-
ferência de valores; VIII – comércio exterior e in- ção de moradias e a melhoria das condições ha-
terestadual; IX – diretrizes da política nacional de bitacionais e de saneamento básico; X – comba-
transportes; X – regime dos portos, navegação la- ter as causas da pobreza e os fatores de margina-
custre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI lização, promovendo a integração social dos se-
– trânsito e transporte; XII – jazidas, minas, tores desfavorecidos; XI – registrar, acompanhar
35
Anotações
e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
e exploração de recursos hídricos e minerais em medida provisória para a sua regulamentação.
seus territórios; XII – estabelecer e implantar po- §3º Os Estados poderão, mediante lei comple-
lítica de educação para a segurança do trânsito. mentar, instituir regiões metropolitanas, aglo-
Parágrafo único. Leis complementares fixarão merações urbanas e microrregiões, constituídas
normas para a cooperação entre a União e os Es- por agrupamentos de municípios limítrofes, para
tados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo integrar a organização, o planejamento e a exe-
em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do cução de funções públicas de interesse comum.
bem-estar em âmbito nacional. Art. 30. Compete aos Municípios: I – legislar
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Dis- sobre assuntos de interesse local; II – suplemen-
trito Federal legislar concorrentemente sobre: I – tar a legislação federal e a estadual no que cou-
direito tributário, financeiro, penitenciário, eco- ber; III – instituir e arrecadar os tributos de sua
nômico e urbanístico; II – orçamento; III – juntas competência, bem como aplicar suas rendas,
comerciais; IV – custas dos serviços forenses; V – sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar con-
produção e consumo; VI – florestas, caça, pesca, tas e publicar balancetes nos prazos fixados em
fauna, conservação da natureza, defesa do solo e lei; IV – criar, organizar e suprimir distritos, ob-
dos recursos naturais, proteção do meio ambi- servada a legislação estadual; V – organizar e
ente e controle da poluição; VII – proteção ao pa- prestar, diretamente ou sob regime de conces-
trimônio histórico, cultural, artístico, turístico e são ou permissão, os serviços públicos de inte-
paisagístico; VIII – responsabilidade por dano ao resse local, incluído o de transporte coletivo, que
meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos tem caráter essencial; VI – manter, com a coope-
de valor artístico, estético, histórico, turístico e ração técnica e financeira da União e do Estado,
paisagístico; IX – educação, cultura, ensino, des- programas de educação infantil e de ensino fun-
porto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvi- damental; VII – prestar, com a cooperação téc-
mento e inovação; X – criação, funcionamento e nica e financeira da União e do Estado, serviços
processo do juizado de pequenas causas; XI – de atendimento à saúde da população; VIII – pro-
procedimentos em matéria processual; XII – pre- mover, no que couber, adequado ordenamento
vidência social, proteção e defesa da saúde; XIII territorial, mediante planejamento e controle do
– assistência jurídica e Defensoria pública; XIV – uso, do parcelamento e da ocupação do solo ur-
proteção e integração social das pessoas porta- bano; IX – promover a proteção do patrimônio
doras de deficiência; XV – proteção à infância e à histórico-cultural local, observada a legislação e
juventude; XVI – organização, garantias, direitos a ação fiscalizadora federal e estadual.
e deveres das polícias civis. §1º No âmbito da le- Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão
gislação concorrente, a competência da União li- em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, vo-
mitar-se-á a estabelecer normas gerais. §2º A tada em dois turnos com interstício mínimo de
competência da União para legislar sobre normas dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
gerais não exclui a competência suplementar dos Legislativa, que a promulgará, atendidos os prin-
Estados. §3º Inexistindo lei federal sobre normas cípios estabelecidos nesta Constituição. §1º Ao
gerais, os Estados exercerão a competência legis- Distrito Federal são atribuídas as competências
lativa plena, para atender a suas peculiaridades. legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§4º A superveniência de lei federal sobre normas §2º A eleição do Governador e do Vice-Governa-
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que dor, observadas as regras do art. 77, e dos Depu-
lhe for contrário. tados Distritais coincidirá com a dos Governado-
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se res e Deputados Estaduais, para mandato de
pelas Constituições e leis que adotarem, obser- igual duração. §3º Aos Deputados Distritais e à
vados os princípios desta Constituição. §1º São Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art.
reservadas aos Estados as competências que não 27. §4º Lei federal disporá sobre a utilização,
lhes sejam vedadas por esta Constituição. §2º pelo Governo do Distrito Federal, das polícias ci-
Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me- vil e militar e do corpo de bombeiros militar.
diante concessão, os serviços locais de gás
Organização do Estado 36
Anotações

Intervenção Federal
INFOGRÁFICO 40: INTERVENÇÃO FEDERAL

Intervenção

Federal Estadual

Comum Anômala Municípios

Estados
Municípios
localizados em
Territórios Federais
Distrito Federal

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem provimento a representação para assegurar a ob-
no Distrito Federal, exceto para: I – manter a in- servância de princípios indicados na Constituição
tegridade nacional; II – repelir invasão estran- Estadual, ou para prover a execução de lei, de or-
geira ou de uma unidade da Federação em outra; dem ou de decisão judicial.
III – pôr termo a grave comprometimento da or- Art. 36. A decretação da intervenção depen-
dem pública; IV – garantir o livre exercício de derá: I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do
qualquer dos Poderes nas unidades da Federa- Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto
ção; V – reorganizar as finanças da unidade da ou impedido, ou de requisição do Supremo Tri-
Federação que: a) suspender o pagamento da dí- bunal Federal, se a coação for exercida contra o
vida fundada por mais de dois anos consecutivos, Poder Judiciário; II – no caso de desobediência a
salvo motivo de força maior; b) deixar de entre- ordem ou decisão judiciária, de requisição do Su-
gar aos Municípios receitas tributárias fixadas premo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
nesta Constituição, dentro dos prazos estabeleci- Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; III – de
dos em lei; VI – prover a execução de lei federal, provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
ordem ou decisão judicial; VII – assegurar a ob- representação do Procurador-Geral da Repú-
servância dos seguintes princípios constitucio- blica, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de re-
nais: a) forma republicana, sistema representa- cusa à execução de lei federal. IV - (Revogado
tivo e regime democrático; b) direitos da pessoa pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) §1º
humana; c) autonomia municipal; d) prestação O decreto de intervenção, que especificará a am-
de contas da administração pública, direta e indi- plitude, o prazo e as condições de execução e
reta. e) aplicação do mínimo exigido da receita que, se couber, nomeará o interventor, será sub-
resultante de impostos estaduais, compreendida metido à apreciação do Congresso Nacional ou
a proveniente de transferências, na manutenção da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de
e desenvolvimento do ensino e nas ações e ser- vinte e quatro horas. §2º Se não estiver funcio-
viços públicos de saúde. nando o Congresso Nacional ou a Assembléia Le-
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Muni- gislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
cípios, nem a União nos Municípios localizados mesmo prazo de vinte e quatro horas. §3º Nos
em Território Federal, exceto quando: I – deixar casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispen-
de ser paga, sem motivo de força maior, por dois sada a apreciação pelo Congresso Nacional ou
anos consecutivos, a dívida fundada; II – não fo- pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-
rem prestadas contas devidas, na forma da lei; III á a suspender a execução do ato impugnado, se
– não tiver sido aplicado o mínimo exigido da re- essa medida bastar ao restabelecimento da nor-
ceita municipal na manutenção e desenvolvi- malidade. §4º Cessados os motivos da interven-
mento do ensino e nas ações e serviços públicos ção, as autoridades afastadas de seus cargos a
de saúde; IV – o Tribunal de Justiça der estes voltarão, salvo impedimento legal.
37
Anotações

INFOGRÁFICO 41: MODALIDADES DE INTERVENÇÃO FEDERAL

Modalidades de Intervenção Federal

Por solicitação Por requisição


De ofício
dos Poderes judicial

Art. 34, I, II, III e Art. 34, VII (princípios


Art. 34, IV Art. 34, VI constitucionais
V sensíveis)

ADI Interventiva

INFOGRÁFICO 42: INTERVENÇÃO DE OFÍCIO OU POR SOLICITAÇÃO DOS PODERES EXECUTIVO OU LEGISLATIVO

INTERVENÇÃO DE OFÍCIO ou por SOLICITAÇÃO dos


PODERES EXECUTIVO ou LEGISLATIVO

Presidente da República consulta o Conselho da


República (art. 90) e o Conselho de Defesa Nacional (art.
91, §1º, II)

O Presidente da República decreta a intervenção federal

O Presidente da República submete o decreto ao


controle político, feito pelo Congresso Nacional no prazo
de 24 horas.

INFOGRÁFICO 43: INTERVENÇÃO POR REQUISIÇÃO JUDICIAL

INTERVENÇÃO por REQUISIÇÃO JUDICIAL

Presidente da República decreta a intervenção, nos


termos da decisão judicial.
38
Anotações

Defesa do Estado e das Instituições Democráticas


INFOGRÁFICO 44: PRINCIPIOLOGIA DOS ESTADOS DE EXCEÇÃO
Principiologia dos Estados de Exceção

Necessidade Temporariedade

Proporcionalidade Controle político e judicial

INFOGRÁFICO 45: ESTADO DE DEFESA

Estado de Defesa

Requisitos Requisitos
Materiais Formais

Existência, Oitiva do Decreto do


Submissão, no Apreciação,
Oitiva do prazo de 24 pelo Congresso
em locais Conselho de Presidente horas, ao
Conselho da Nacional, do
restritos e Defesa da Congresso decreto, no
determi- República Nacional, com prazo de 10
Nacional República
nados, de justificativa dias, com
decisão por
maioria
Risco ou efetiva ocorrência de Determinação do tempo absoluta
grave instabilidade institucional de sua duração

Ocorrência de calamidade de Especificação das áreas


grandes proporções na natureza abrangidas

Indicação das medidas


coercitivas a vigorarem

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 136. O Presidente da República pode, ou- ocupação e uso temporário de bens e serviços
vidos o Conselho da República e o Conselho de públicos, na hipótese de calamidade pública, res-
Defesa Nacional, decretar estado de defesa para pondendo a União pelos danos e custos decor-
preservar ou prontamente restabelecer, em lo- rentes. §2º O tempo de duração do estado de de-
cais restritos e determinados, a ordem pública ou fesa não será superior a trinta dias, podendo ser
a paz social ameaçadas por grave e iminente ins- prorrogado uma vez, por igual período, se persis-
tabilidade institucional ou atingidas por calami- tirem as razões que justificaram a sua decreta-
dades de grandes proporções na natureza. §1º O ção. §3º Na vigência do estado de defesa: I – a
decreto que instituir o estado de defesa determi- prisão por crime contra o Estado, determinada
nará o tempo de sua duração, especificará as pelo executor da medida, será por este comuni-
áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos cada imediatamente ao juiz competente, que a
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigora- relaxará, se não for legal, facultado ao preso re-
rem, dentre as seguintes: I – restrições aos direi- querer exame de corpo de delito à autoridade
tos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das policial; II – a comunicação será acompanhada de
associações; b) sigilo de correspondência; c) si- declaração, pela autoridade, do estado físico e
gilo de comunicação telegráfica e telefônica; II – mental do detido no momento de sua autuação;
39
Anotações
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvi-
poderá ser superior a dez dias, salvo quando au- dos os líderes partidários, designará Comissão
torizada pelo Poder Judiciário; IV – é vedada a in- composta de cinco de seus membros para acom-
comunicabilidade do preso. §4º Decretado o es- panhar e fiscalizar a execução das medidas refe-
tado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente rentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
da República, dentro de vinte e quatro horas, Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o es-
submeterá o ato com a respectiva justificação ao tado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem
Congresso Nacional, que decidirá por maioria ab- prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos come-
soluta. §5º Se o Congresso Nacional estiver em tidos por seus executores ou agentes. Parágrafo
recesso, será convocado, extraordinariamente, único. Logo que cesse o estado de defesa ou o
no prazo de cinco dias. §6º O Congresso Nacional estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vi-
apreciará o decreto dentro de dez dias contados gência serão relatadas pelo Presidente da Repú-
de seu recebimento, devendo continuar funcio- blica, em mensagem ao Congresso Nacional, com
nando enquanto vigorar o estado de defesa. §7º especificação e justificação das providências ado-
Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o es- tadas, com relação nominal dos atingidos e indi-
tado de defesa. cação das restrições aplicadas.

INFOGRÁFICO 46: ESTADO DE SÍTIO

Estado de Sítio

Requisitos Materiais Requisitos Formais

Comoção Oitiva do Oitiva do Autorização Decreto do


Nacional para decretação do Estado de Sítio,

grave, de Conselho Conselho do Congresso Presidente


Solicitação de autorização do Congresso

Nacional, por
com relato dos motivos determinantes

repercussão da de Defesa maioria da


nacional República Nacional absoluta República

Ocorrência de fatos que Indicação do tempo de


comprovem a ineficácia de duração
medida tomada durante o
Estado de Defesa
Indicação das normas
necessárias à sua
Declaração de Estado de execução
Guerra ou resposta a agressão
armada estrangeira Indicação das garantias
constitucionais que
ficarão suspensas

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 137. O Presidente da República pode, ou- determinantes do pedido, devendo o Congresso
vidos o Conselho da República e o Conselho de Nacional decidir por maioria absoluta.
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará
autorização para decretar o estado de sítio nos sua duração, as normas necessárias a sua execu-
casos de: I – comoção grave de repercussão naci- ção e as garantias constitucionais que ficarão
onal ou ocorrência de fatos que comprovem a suspensas, e, depois de publicado, o Presidente
ineficácia de medida tomada durante o estado da República designará o executor das medidas
de defesa; II – declaração de estado de guerra ou específicas e as áreas abrangidas. §1º O estado
resposta a agressão armada estrangeira. Pará- de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser de-
grafo único. O Presidente da República, ao solici- cretado por mais de trinta dias, nem prorrogado,
tar autorização para decretar o estado de sítio ou de cada vez, por prazo superior; no do inciso II,
sua prorrogação, relatará os motivos poderá ser decretado por todo o tempo que per-
durar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
40
Anotações
§2º Solicitada autorização para decretar o estado requisição de bens. Parágrafo único. Não se in-
de sítio durante o recesso parlamentar, o Presi- clui nas restrições do inciso III a difusão de pro-
dente do Senado Federal, de imediato, convo- nunciamentos de parlamentares efetuados em
cará extraordinariamente o Congresso Nacional suas Casas Legislativas, desde que liberada pela
para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apre- respectiva Mesa.
ciar o ato. §3º O Congresso Nacional permane- Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvi-
cerá em funcionamento até o término das medi- dos os líderes partidários, designará Comissão
das coercitivas. composta de cinco de seus membros para acom-
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decre- panhar e fiscalizar a execução das medidas refe-
tado com fundamento no art. 137, I, só poderão rentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
ser tomadas contra as pessoas as seguintes me- Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o es-
didas: I – obrigação de permanência em locali- tado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem
dade determinada; II – detenção em edifício não prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos come-
destinado a acusados ou condenados por crimes tidos por seus executores ou agentes. Parágrafo
comuns; III – restrições relativas à inviolabilidade único. Logo que cesse o estado de defesa ou o
da correspondência, ao sigilo das comunicações, estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vi-
à prestação de informações e à liberdade de im- gência serão relatadas pelo Presidente da Repú-
prensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; blica, em mensagem ao Congresso Nacional, com
IV – suspensão da liberdade de reunião; V – especificação e justificação das providências ado-
busca e apreensão em domicílio; VI – interven- tadas, com relação nominal dos atingidos e indi-
ção nas empresas de serviços públicos; VII – cação das restrições aplicadas.
41

Anotações
Capítulo 5
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Princípio da Separação dos Poderes


INFOGRÁFICO 47: PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES

Separação dos Poderes

Independência Harmonia

mecanismo de interferências recíprocas


Independência orgânica: não há entre
(checks and balances), com vistas a
os poderes qualquer subordinação ou
equilibrar a atuação dos poderes e
dependência no que concerne ao
evitar arbitrariedades sobre os
exercício de suas funções
governados
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 2º. A São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.

Poder Legislativo
INFOGRÁFICO 48: PODER LEGISLATIVO

Poder Legislativo

União Estados DF Municípios

Congresso Assembleia Câmara Câmara de


Nacional Legislativa Legislativa Vereadores

Câmara dos Senado Deputados Deputados


Vereadores
Deputados Federal Estaduais Distritais

Deputados
Senadores
Federais
42
INFOGRÁFICO 49: CONGRESSO NACIONAL
Anotações

Congresso Nacional

Composição (art. 44) Competência

Câmara dos Dependente de


Senado Federal Exclusiva
Deputados sanção do PR

Representantes do Representantes dos


Povo (art. 45) Estados (art. 46) Art. 48 Art. 49

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo domínio da União; VI – incorporação, subdivisão
Congresso Nacional, que se compõe da Câmara ou desmembramento de áreas de Territórios ou
dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Le-
único. Cada legislatura terá a duração de quatro gislativas; VII – transferência temporária da sede
anos. do Governo Federal; VIII – concessão de anistia;
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se IX – organização administrativa, judiciária, do Mi-
de representantes do povo, eleitos, pelo sistema nistério Público e da Defensoria Pública da União
proporcional, em cada Estado, em cada Territó- e dos Territórios e organização judiciária e do Mi-
rio e no Distrito Federal. §1º O número total de nistério Público do Distrito Federal; X – criação,
Deputados, bem como a representação por Es- transformação e extinção de cargos, empregos e
tado e pelo Distrito Federal, será estabelecido funções públicas, observado o que estabelece o
por lei complementar, proporcionalmente à po- art. 84, VI, b; XI – criação e extinção de Ministé-
pulação, procedendo-se aos ajustes necessários, rios e órgãos da administração pública; XII – tele-
no ano anterior às eleições, para que nenhuma comunicações e radiodifusão; XIII – matéria fi-
daquelas unidades da Federação tenha menos de nanceira, cambial e monetária, instituições finan-
oito ou mais de setenta Deputados. §2º Cada ceiras e suas operações; XIV – moeda, seus limi-
Território elegerá quatro Deputados. tes de emissão, e montante da dívida mobiliária
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de repre- federal. XV – fixação do subsídio dos Ministros do
sentantes dos Estados e do Distrito Federal, elei- Supremo Tribunal Federal, observado o que dis-
tos segundo o princípio majoritário. §1º Cada Es- põem os arts. 39, §4º; 150, II; 153, III; e 153, §2º,
tado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, I.
com mandato de oito anos. §2º A representação Art. 49. É da competência exclusiva do Con-
de cada Estado e do Distrito Federal será reno- gresso Nacional: I – resolver definitivamente so-
vada de quatro em quatro anos, alternadamente, bre tratados, acordos ou atos internacionais que
por um e dois terços. §3º Cada Senador será acarretem encargos ou compromissos gravosos
eleito com dois suplentes. ao patrimônio nacional; II – autorizar o Presi-
Art. 47. Salvo disposição constitucional em dente da República a declarar guerra, a celebrar
contrário, as deliberações de cada Casa e de suas a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, tem pelo território nacional ou nele permaneçam
presente a maioria absoluta de seus membros. temporariamente, ressalvados os casos previstos
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a em lei complementar; III – autorizar o Presidente
sanção do Presidente da República, não exigida e o Vice-Presidente da República a se ausenta-
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dis- rem do País, quando a ausência exceder a quinze
por sobre todas as matérias de competência da dias; IV – aprovar o estado de defesa e a inter-
União, especialmente sobre: I – sistema tributá- venção federal, autorizar o estado de sítio, ou
rio, arrecadação e distribuição de rendas; II – suspender qualquer uma dessas medidas; V –
plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- sustar os atos normativos do Poder Executivo
mento anual, operações de crédito, dívida pú- que exorbitem do poder regulamentar ou dos li-
blica e emissões de curso forçado; III – fixação e mites de delegação legislativa; VI - mudar tem-
modificação do efetivo das Forças Armadas; IV – porariamente sua sede; VII – fixar idêntico subsí-
planos e programas nacionais, regionais e setori- dio para os Deputados Federais e os Senadores,
ais de desenvolvimento; V – limites do território observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º,
nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do 150, II, 153, III, e 153, §2º, I; VIII – fixar os
43
Anotações
subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da concessão e renovação de concessão de emisso-
República e dos Ministros de Estado, observado ras de rádio e televisão; XIII – escolher dois ter-
o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §4º, 150, II, 153, ços dos membros do Tribunal de Contas da
III, e 153, §2º, I; IX – julgar anualmente as contas União; XIV – aprovar iniciativas do Poder Execu-
prestadas pelo Presidente da República e apre- tivo referentes a atividades nucleares; XV – auto-
ciar os relatórios sobre a execução dos planos de rizar referendo e convocar plebiscito; XVI – auto-
governo; X – fiscalizar e controlar, diretamente, rizar, em terras indígenas, a exploração e o apro-
ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder veitamento de recursos hídricos e a pesquisa e
Executivo, incluídos os da administração indireta; lavra de riquezas minerais; XVII – aprovar, previ-
XI – zelar pela preservação de sua competência amente, a alienação ou concessão de terras pú-
legislativa em face da atribuição normativa dos blicas com área superior a dois mil e quinhentos
outros Poderes; XII – apreciar os atos de hectares.

INFOGRÁFICO 50: CÂMARA DOS DEPUTADOS

Câmara dos Deputados

Composição Mandato Competência Exclusiva

Indelegável,
4 anos (art. 44,
Art. 45 Art. 51 exercida por meio
parágrafo único) de Resoluções

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos
Congresso Nacional, que se compõe da Câmara Deputados: I – autorizar, por dois terços de seus
dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo membros, a instauração de processo contra o
único. Cada legislatura terá a duração de quatro Presidente e o Vice-Presidente da República e os
anos. Ministros de Estado; II – proceder à tomada de
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se contas do Presidente da República, quando não
de representantes do povo, eleitos, pelo sistema apresentadas ao Congresso Nacional dentro de
proporcional, em cada Estado, em cada Territó- sessenta dias após a abertura da sessão legisla-
rio e no Distrito Federal. §1º O número total de tiva; III – elaborar seu regimento interno; IV – dis-
Deputados, bem como a representação por Es- por sobre sua organização, funcionamento, polí-
tado e pelo Distrito Federal, será estabelecido cia, criação, transformação ou extinção dos car-
por lei complementar, proporcionalmente à po- gos, empregos e funções de seus serviços, e a ini-
pulação, procedendo-se aos ajustes necessários, ciativa de lei para fixação da respectiva remune-
no ano anterior às eleições, para que nenhuma ração, observados os parâmetros estabelecidos
daquelas unidades da Federação tenha menos de na lei de diretrizes orçamentárias; V – eleger
oito ou mais de setenta Deputados. §2º Cada membros do Conselho da República, nos termos
Território elegerá quatro Deputados. do art. 89, VII.

INFOGRÁFICO 51: SENADO FEDERAL

Senado Federal

Composição Mandato Competência Exclusiva

Indelegável,
8 anos (art. 46,
Art. 46 Art. 52 exercida por meio
§1º) de Resoluções
44
Anotações
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Con- Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Mu-
gresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Depu- nicípios; VI – fixar, por proposta do Presidente da Re-
tados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada le- pública, limites globais para o montante da dívida con-
gislatura terá a duração de quatro anos. solidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de represen- dos Municípios; VII – dispor sobre limites globais e
tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos se- condições para as operações de crédito externo e in-
gundo o princípio majoritário. §1º Cada Estado e o Dis- terno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
trito Federal elegerão três Senadores, com mandato Municípios, de suas autarquias e demais entidades
de oito anos. §2º A representação de cada Estado e do controladas pelo Poder Público federal; VIII – dispor
Distrito Federal será renovada de quatro em quatro sobre limites e condições para a concessão de garantia
anos, alternadamente, por um e dois terços. §3º Cada da União em operações de crédito externo e interno;
Senador será eleito com dois suplentes. IX – estabelecer limites globais e condições para o
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrá- montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
rio, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões Federal e dos Municípios; X – suspender a execução,
serão tomadas por maioria dos votos, presente a mai- no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
oria absoluta de seus membros. por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Fede- – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
ral: I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presi- exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da Repú-
dente da República nos crimes de responsabilidade, blica antes do término de seu mandato; XII – elaborar
bem como os Ministros de Estado e os Comandantes seu regimento interno; XIII – dispor sobre sua organi-
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes zação, funcionamento, polícia, criação, transformação
da mesma natureza conexos com aqueles; II – proces- ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
sar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Con- remuneração, observados os parâmetros estabeleci-
selho Nacional do Ministério Público, o Procurador- dos na lei de diretrizes orçamentárias; XIV – eleger
Geral da República e o Advogado-Geral da União nos membros do Conselho da República, nos termos do
crimes de responsabilidade; III – aprovar previamente, art. 89, VII. XV – avaliar periodicamente a funcionali-
por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: dade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Consti- e seus componentes, e o desempenho das administra-
tuição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União in- ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Fe-
dicados pelo Presidente da República; c) Governador deral e dos Municípios. Parágrafo único. Nos casos
de Território; d) Presidente e diretores do banco cen- previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente
tral; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a conde-
outros cargos que a lei determinar; IV – aprovar previ- nação, que somente será proferida por dois terços dos
amente, por voto secreto, após argüição em sessão se- votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabi-
creta, a escolha dos chefes de missão diplomática de litação, por oito anos, para o exercício de função pú-
caráter permanente; V – autorizar operações externas blica, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabí-
de natureza financeira, de interesse da União, dos veis.

INFOGRÁFICO 52: REUNIÕES (SESSÕES LEGISLATIVAS)

Reuniões (Sessões Legislativas)

Sessão
Sessão Sessão Conjunta
Sessão Ordinária Preparatória
Extraordinária (art. 57, §3º)
(art. 57, §4º)

Elaborar o
02/02 a Posse dos
Inaugurar a regimento
17/07; 01/08 Convocação: membros e
sessão comum e criar
a 22/12 (art. art. 57, §6º eleição da
legislativa serviços
57) Mesa Diretora
comuns

Matérias que
Receber Conhecer e
podem ser
compromisso deliberar
deliberadas:
do PR e Vice sobre o veto
§§7º e 8º

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anu- 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
almente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a §1º As reuniões marcadas para essas datas serão
45
Anotações
transferidas para o primeiro dia útil subse- convocação extraordinária do Congresso Nacio-
qüente, quando recaírem em sábados, domingos nal far-se-á: I – pelo Presidente do Senado Fede-
ou feriados. §2º A sessão legislativa não será in- ral, em caso de decretação de estado de defesa
terrompida sem a aprovação do projeto de lei de ou de intervenção federal, de pedido de autori-
diretrizes orçamentárias. §3º Além de outros ca- zação para a decretação de estado de sítio e para
sos previstos nesta Constituição, a Câmara dos o compromisso e a posse do Presidente e do
Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em Vice-Presidente da República; II – pelo Presi-
sessão conjunta para: I – inaugurar a sessão le- dente da República, pelos Presidentes da Câmara
gislativa; II – elaborar o regimento comum e re- dos Deputados e do Senado Federal ou a reque-
gular a criação de serviços comuns às duas Casas; rimento da maioria dos membros de ambas as
III – receber o compromisso do Presidente e do Casas, em caso de urgência ou interesse público
Vice-Presidente da República; IV – conhecer do relevante, em todas as hipóteses deste inciso
veto e sobre ele deliberar. §4º Cada uma das Ca- com a aprovação da maioria absoluta de cada
sas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir uma das Casas do Congresso Nacional. §7º Na
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legisla- sessão legislativa extraordinária, o Congresso Na-
tura, para a posse de seus membros e eleição das cional somente deliberará sobre a matéria para a
respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo deste artigo, vedado o pagamento de parcela in-
na eleição imediatamente subsequente. §5º A denizatória, em razão da convocação. §8º Ha-
Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo vendo medidas provisórias em vigor na data de
Presidente do Senado Federal, e os demais car- convocação extraordinária do Congresso Nacio-
gos serão exercidos, alternadamente, pelos ocu- nal, serão elas automaticamente incluídas na
pantes de cargos equivalentes na Câmara dos pauta da convocação.
Deputados e no Senado Federal. §6º A

INFOGRÁFICO 53: ÓRGÃOS INTERNOS

Órgãos Internos

Comissões Órgãos
Mesa Diretora Polícia Interna
Parlamentares Administrativos

1 Presidente Comissão Comissões


Representativa Temáticas

2 Vice-
Comissões
Presidentes Comissões
Parlamentares
Especiais de Inquérito
4 Secretários
Comissões
Mistas
4 Suplentes de
Secretários

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas te- e votar projeto de lei que dispensar, na forma do
rão comissões permanentes e temporárias, cons- regimento, a competência do Plenário, salvo se
tituídas na forma e com as atribuições previstas houver recurso de um décimo dos membros da
no respectivo regimento ou no ato de que resul- Casa; II – realizar audiências públicas com entida-
tar sua criação. §1º Na constituição das Mesas e des da sociedade civil; III – convocar Ministros de
de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto Estado para prestar informações sobre assuntos
possível, a representação proporcional dos parti- inerentes a suas atribuições; IV – receber peti-
dos ou dos blocos parlamentares que participam ções, reclamações, representações ou queixas de
da respectiva Casa. §2º Às comissões, em razão qualquer pessoa contra atos ou omissões das au-
da matéria de sua competência, cabe: I – discutir toridades ou entidades públicas; V – solicitar
46
Anotações
depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; fato determinado e por prazo certo, sendo suas
VI – apreciar programas de obras, planos nacio- conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Mi-
nais, regionais e setoriais de desenvolvimento e nistério Público, para que promova a responsabi-
sobre eles emitir parecer. §3º As comissões par- lidade civil ou criminal dos infratores. §4º Du-
lamentares de inquérito, que terão poderes de rante o recesso, haverá uma Comissão represen-
investigação próprios das autoridades judiciais, tativa do Congresso Nacional, eleita por suas Ca-
além de outros previstos nos regimentos das res- sas na última sessão ordinária do período legisla-
pectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos tivo, com atribuições definidas no regimento co-
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto mum, cuja composição reproduzirá, quanto pos-
ou separadamente, mediante requerimento de sível, a proporcionalidade da representação par-
um terço de seus membros, para a apuração de tidária.
Regimento Interno do Senado Federal
Art. 71. O Senado terá comissões permanentes Art. 74. As comissões temporárias serão: I – in-
e temporárias (Const., art. 58). ternas – as previstas no Regimento para finali-
Art. 72. As comissões permanentes, além da dade específica; II – externas – destinadas a re-
Comissão Diretora, são as seguintes: I – Comissão presentar o Senado em congressos, solenidades
de Assuntos Econômicos (CAE); II – Comissão de e outros atos públicos; III – parlamentares de in-
Assuntos Sociais (CAS); III – Comissão de Consti- quérito - criadas nos termos do art. 58, §3º, da
tuição, Justiça e Cidadania (CCJ); IV – Comissão Constituição.
de Educação, Cultura e Esporte (CE); V – Comis- Art. 75. As comissões externas serão criadas
são de Transparência, Governança, Fiscalização e por deliberação do Plenário, a requerimento de
Controle e Defesa do Consumidor (CTFC); VI – qualquer Senador ou comissão, ou por proposta
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Par- do Presidente. Parágrafo único. O requerimento
ticipativa (CDH); VII – Comissão de Relações Ex- ou a proposta deverá indicar o objetivo da comis-
teriores e Defesa Nacional (CRE); VIII – Comissão são e o número dos respectivos membros.
de Serviços de Infraestrutura (CI); IX – Comissão Art. 76. As comissões temporárias se extin-
de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR); X guem: I – pela conclusão da sua tarefa; ou II – ao
– Comissão de Agricultura e Reforma Agrária término do respectivo prazo; e III – ao término da
(CRA); XI – Comissão de Ciência, Tecnologia, Ino- sessão legislativa ordinária. §1º É lícito à comis-
vação, Comunicação e Informática (CCT); XII – são que não tenha concluído a sua tarefa reque-
Comissão Senado do Futuro (CSF); XIII – Comis- rer a prorrogação do respectivo prazo: I – no caso
são de Meio Ambiente (CMA). do inciso II, do caput, por tempo determinado
Art. 73. Ressalvada a Comissão Diretora, cabe não superior a um ano; II – no caso do inciso III,
às comissões permanentes, no âmbito das res- do caput, até o término da sessão legislativa se-
pectivas competências, criar subcomissões per- guinte. §2º Quando se tratar de comissão ex-
manentes ou temporárias, até o máximo de qua- terna, finda a tarefa, deverá ser comunicado ao
tro, mediante proposta de qualquer de seus inte- Senado o desempenho de sua missão. §3º O
grantes. §1º Ao funcionamento das subcomis- prazo das comissões temporárias é contado a
sões aplicar-se-ão, no que couber, as disposições partir da publicação dos atos que as criarem, sus-
deste Regimento relativas ao funcionamento das pendendo-se nos períodos de recesso do Con-
comissões permanentes. §2º Os relatórios apro- gresso Nacional. §4º Em qualquer hipótese o
vados nas subcomissões serão submetidos à prazo da comissão parlamentar de inquérito não
apreciação do Plenário da respectiva comissão, poderá ultrapassar o período da legislatura em
sendo a decisão final, para todos os efeitos, pro- que for criada.
ferida em nome desta.
Regimento Interno da Câmara dos Deputados
Art. 32. São as seguintes as Comissões Perma- Urbano: [...] VIII – Comissão de Direitos Humanos
nentes e respectivos campos temáticos ou áreas e Minorias: [...] IX – Comissão de Educação: X –
de atividade: I – Comissão de Agricultura, Pecuá- Comissão de Finanças e Tributação: [...] XI – Co-
ria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural: [...] missão de Fiscalização Financeira e Controle: [...]
II – Comissão de Integração Nacional, Desenvol- XII – Comissão de Legislação Participativa: [...]
vimento Regional e da Amazônia: [...] III – Comis- XIII – Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvi-
são de Ciência e Tecnologia, Comunicação e In- mento Sustentável: [...] XIV – Comissão de Minas
formática: [...] IV – Comissão de Constituição e e Energia: [...] XV – Comissão de Relações Exteri-
Justiça e de Cidadania: [...] V – Comissão de De- ores e de Defesa Nacional: [...] XVI – Comissão de
fesa do Consumidor: [...] VI – Comissão de Desen- Segurança Pública e Combate ao Crime Organi-
volvimento Econômico, Indústria, Comércio e zado: [...] XVII - Comissão de Seguridade Social e
Serviços: [...] VII – Comissão de Desenvolvimento Família: [...] XVIII – Comissão de Trabalho, de
47
Anotações
Administração e Serviço Público: [...] XIX - Comis- campos temáticos ou áreas de atividades de cada
são de Turismo: XX – Comissão de Viação e Comissão Permanente abrangem ainda os ór-
Transportes: [...] XXI – Comissão de Cultura: [...] gãos e programas governamentais com eles rela-
XXII – Comissão do Esporte: [...] XXIII – Comissão cionados e respectivo acompanhamento e fisca-
de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiên- lização orçamentária, sem prejuízo da competên-
cia: [...] XXIV – Comissão de Defesa dos Direitos cia da Comissão Mista Permanente a que se re-
da Mulher: [...] XXV – Comissão de Defesa dos Di- fere o art. 166, §1º, da Constituição Federal.
reitos da Pessoa Idosa: [...] Parágrafo único. Os

INFOGRÁFICO 54: ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS

Estatuto dos Congressistas

Perda do
Incompatibilidades
Prerrogativas Mandato
(art. 54)
(art. 55)

Foro Especial
(art. 53, §1º)
Imunidades Formas

Material
Formal Cassação Extinção
(art. 53)

Ato do Ato da Mesa


Prisão (art. 53, Processo (art.
plenário (I, II e Diretora (III a
§2º) 53, §§ 3º a 5º)
VI) V)

Testemunho Serviço Militar


Exceções (Art. 56)
(art. 53, §6º) (art. 53, §7º)

Estados de Vencimentos
exceção (art.
53, §8º) (art. 49, VII)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 53. Os Deputados e Senadores são inviolá- processo suspende a prescrição, enquanto durar
veis, civil e penalmente, por quaisquer de suas o mandato. §6º Os Deputados e Senadores não
opiniões, palavras e votos. §1º Os Deputados e serão obrigados a testemunhar sobre informa-
Senadores, desde a expedição do diploma, serão ções recebidas ou prestadas em razão do exercí-
submetidos a julgamento perante o Supremo Tri- cio do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
bunal Federal. §2º Desde a expedição do di- confiaram ou deles receberam informações. §7º
ploma, os membros do Congresso Nacional não A incorporação às Forças Armadas de Deputados
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime e Senadores, embora militares e ainda que em
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remeti- tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
dos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec- Casa respectiva. §8º As imunidades de Deputa-
tiva, para que, pelo voto da maioria de seus dos ou Senadores subsistirão durante o estado
membros, resolva sobre a prisão. §3º Recebida a de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
denúncia contra o Senador ou Deputado, por voto de dois terços dos membros da Casa respec-
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo tiva, nos casos de atos praticados fora do recinto
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis
que, por iniciativa de partido político nela repre- com a execução da medida.
sentado e pelo voto da maioria de seus mem- Art. 54. Os Deputados e Senadores não pode-
bros, poderá, até a decisão final, sustar o anda- rão: I – desde a expedição do diploma: a) firmar
mento da ação. §4º O pedido de sustação será ou manter contrato com pessoa jurídica de di-
apreciado pela Casa respectiva no prazo impror- reito público, autarquia, empresa pública, socie-
rogável de quarenta e cinco dias do seu recebi- dade de economia mista ou empresa concessio-
mento pela Mesa Diretora. §5º A sustação do nária de serviço público, salvo quando o contrato
48
Anotações
obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Fe-
exercer cargo, função ou emprego remunerado, deral, por maioria absoluta, mediante provoca-
inclusive os de que sejam demissíveis "ad nu- ção da respectiva Mesa ou de partido político re-
tum", nas entidades constantes da alínea ante- presentado no Congresso Nacional, assegurada
rior; II – desde a posse: a) ser proprietários, con- ampla defesa. §3º Nos casos previstos nos incisos
troladores ou diretores de empresa que goze de III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica respectiva, de ofício ou mediante provocação de
de direito público, ou nela exercer função remu- qualquer de seus membros, ou de partido polí-
nerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam tico representado no Congresso Nacional, asse-
demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas gurada ampla defesa. §4º A renúncia de parla-
no inciso I, "a"; c) patrocinar causa em que seja mentar submetido a processo que vise ou possa
interessada qualquer das entidades a que se re- levar à perda do mandato, nos termos deste ar-
fere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um tigo, terá seus efeitos suspensos até as delibera-
cargo ou mandato público eletivo. ções finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Se- Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou
nador: I – que infringir qualquer das proibições Senador: I – investido no cargo de Ministro de Es-
estabelecidas no artigo anterior; II – cujo proce- tado, Governador de Território, Secretário de Es-
dimento for declarado incompatível com o de- tado, do Distrito Federal, de Território, de Prefei-
coro parlamentar; III – que deixar de compare- tura de Capital ou chefe de missão diplomática
cer, em cada sessão legislativa, à terça parte das temporária; II – licenciado pela respectiva Casa
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo por motivo de doença, ou para tratar, sem remu-
licença ou missão por esta autorizada; IV – que neração, de interesse particular, desde que,
perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V neste caso, o afastamento não ultrapasse cento
– quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos e vinte dias por sessão legislativa. §1º O suplente
previstos nesta Constituição; VI – que sofrer con- será convocado nos casos de vaga, de investidura
denação criminal em sentença transitada em jul- em funções previstas neste artigo ou de licença
gado. §1º É incompatível com o decoro parla- superior a cento e vinte dias. §2º Ocorrendo vaga
mentar, além dos casos definidos no regimento e não havendo suplente, far-se-á eleição para
interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a preenchê-la se faltarem mais de quinze meses
membro do Congresso Nacional ou a percepção para o término do mandato. §3º Na hipótese do
de vantagens indevidas. §2º Nos casos dos inci- inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar
sos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela remuneração do mandato.

INFOGRÁFICO 55: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Tribunal de Contas da União

Órgãos Competência: Rejeição de


auxiliares de fiscalização Composição
orientação do (controle
Contas
Poder externo) – art.
Legislativo 71
9 Ministros Apreciação
das contas é
Não- Mesmas opinativa
subordinação: garantias e 3 indicados pelo
garantia de privilégios de PR e aprovados
autonomia e ministros do pelo Senado Julgamento
autogoverno STJ cabe ao CN
(art. 49, IX)
6 Escolhidos
pelo CN

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 71. O controle externo, a cargo do Con- Presidente da República, mediante parecer pré-
gresso Nacional, será exercido com o auxílio do vio que deverá ser elaborado em sessenta dias a
Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I contar de seu recebimento; II – julgar as contas
– apreciar as contas prestadas anualmente pelo dos administradores e demais responsáveis por
49
Anotações
dinheiros, bens e valores públicos da administra- Art. 72. A Comissão mista permanente a que se
ção direta e indireta, incluídas as fundações e so- refere o art. 166, §1º, diante de indícios de des-
ciedades instituídas e mantidas pelo Poder Pú- pesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
blico federal, e as contas daqueles que derem investimentos não programados ou de subsídios
causa a perda, extravio ou outra irregularidade não aprovados, poderá solicitar à autoridade go-
de que resulte prejuízo ao erário público; III – vernamental responsável que, no prazo de cinco
apreciar, para fins de registro, a legalidade dos dias, preste os esclarecimentos necessários. §1º
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, Não prestados os esclarecimentos, ou considera-
na administração direta e indireta, incluídas as dos estes insuficientes, a Comissão solicitará ao
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú- Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
blico, excetuadas as nomeações para cargo de téria, no prazo de trinta dias. §2º Entendendo o
provimento em comissão, bem como a das con- Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se jul-
cessões de aposentadorias, reformas e pensões, gar que o gasto possa causar dano irreparável ou
ressalvadas as melhorias posteriores que não al- grave lesão à economia pública, proporá ao Con-
terem o fundamento legal do ato concessório; IV gresso Nacional sua sustação.
– realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Art. 73. O Tribunal de Contas da União, inte-
Deputados, do Senado Federal, de Comissão téc- grado por nove Ministros, tem sede no Distrito
nica ou de inquérito, inspeções e auditorias de Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição
natureza contábil, financeira, orçamentária, ope- em todo o território nacional, exercendo, no que
racional e patrimonial, nas unidades administra- couber, as atribuições previstas no art. 96. §1º Os
tivas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judici- Ministros do Tribunal de Contas da União serão
ário, e demais entidades referidas no inciso II; V nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os
– fiscalizar as contas nacionais das empresas su- seguintes requisitos: I – mais de trinta e cinco e
pranacionais de cujo capital social a União parti- menos de sessenta e cinco anos de idade; II – ido-
cipe, de forma direta ou indireta, nos termos do neidade moral e reputação ilibada; III – notórios
tratado constitutivo; VI – fiscalizar a aplicação de conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos
quaisquer recursos repassados pela União medi- e financeiros ou de administração pública; IV –
ante convênio, acordo, ajuste ou outros instru- mais de dez anos de exercício de função ou de
mentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal efetiva atividade profissional que exija os conhe-
ou a Município; VII – prestar as informações soli- cimentos mencionados no inciso anterior. §2º Os
citadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de Ministros do Tribunal de Contas da União serão
suas Casas, ou por qualquer das respectivas Co- escolhidos: I – um terço pelo Presidente da Re-
missões, sobre a fiscalização contábil, financeira, pública, com aprovação do Senado Federal,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre sendo dois alternadamente dentre auditores e
resultados de auditorias e inspeções realizadas; membros do Ministério Público junto ao Tribu-
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilega- nal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, se-
lidade de despesa ou irregularidade de contas, as gundo os critérios de antigüidade e mereci-
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre mento; II – dois terços pelo Congresso Nacional.
outras cominações, multa proporcional ao dano §3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União
causado ao erário; IX – assinar prazo para que o terão as mesmas garantias, prerrogativas, impe-
órgão ou entidade adote as providências neces- dimentos, vencimentos e vantagens dos Minis-
sárias ao exato cumprimento da lei, se verificada tros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-
ilegalidade; X – sustar, se não atendido, a execu- se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as
ção do ato impugnado, comunicando a decisão à normas constantes do art. 40. §4º O auditor,
Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI – quando em substituição a Ministro, terá as mes-
representar ao Poder competente sobre irregu- mas garantias e impedimentos do titular e,
laridades ou abusos apurados. §1º No caso de quando no exercício das demais atribuições da
contrato, o ato de sustação será adotado direta- judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Fede-
mente pelo Congresso Nacional, que solicitará, ral.
de imediato, ao Poder Executivo as medidas ca- Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Ju-
bíveis. §2º Se o Congresso Nacional ou o Poder diciário manterão, de forma integrada, sistema
Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar de controle interno com a finalidade de: I – ava-
as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tri- liar o cumprimento das metas previstas no plano
bunal decidirá a respeito. §3º As decisões do Tri- plurianual, a execução dos programas de go-
bunal de que resulte imputação de débito ou verno e dos orçamentos da União; II – comprovar
multa terão eficácia de título executivo. §4º O a legalidade e avaliar os resultados, quanto à efi-
Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, tri- cácia e eficiência, da gestão orçamentária, finan-
mestral e anualmente, relatório de suas ativida- ceira e patrimonial nos órgãos e entidades da ad-
des. ministração federal, bem como da aplicação de
50
Anotações
recursos públicos por entidades de direito pri- para, na forma da lei, denunciar irregularidades
vado; III – exercer o controle das operações de ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
crédito, avais e garantias, bem como dos direitos União.
e haveres da União; IV – apoiar o controle ex- Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção
terno no exercício de sua missão institucional. aplicam-se, no que couber, à organização, com-
§1º Os responsáveis pelo controle interno, ao to- posição e fiscalização dos Tribunais de Contas
marem conhecimento de qualquer irregulari- dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
dade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribu- Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
nal de Contas da União, sob pena de responsabi- Parágrafo único. As Constituições estaduais dis-
lidade solidária. §2º Qualquer cidadão, partido porão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
político, associação ou sindicato é parte legítima que serão integrados por sete Conselheiros.

Poder Executivo

INFOGRÁFICO 56: PODER EXECUTIVO

Poder Executivo

Conceito Chefia

órgão constitucional cuja


função precípua é a prática Presidente da República,
de atos de chefia de com auxílio dos Ministros
estado, de governo e de de Estado (art. 76)
administração

Investidura: eleição, pelo


Mandato: 4 anos (art. 82) Posse: 1º de janeiro (art. 82)
sistema majoritário (art. 76)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Pre- em segundo turno, se houver, do ano anterior ao
sidente da República, auxiliado pelos Ministros do término do mandato presidencial vigente.
de Estado. [...].
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Pre- Art. 82. O mandato do Presidente da República
sidente da República realizar-se-á, simultanea- é de quatro anos e terá início em primeiro de ja-
mente, no primeiro domingo de outubro, em pri- neiro do ano seguinte ao da sua eleição.
meiro turno, e no último domingo de outubro,
51
Anotações

INFOGRÁFICO 57: SITUAÇÕES ESPECIAIS

Situações Especiais

Nulidade da Morte, desistência ou impedimento do candidato


votação no
chefe do
Executivo Após o 1º e
Antes do 1º
antes do 2º
Após o 2º Turno
Turno Turno
Nulidade da
votação de Antes da Depois da
toda a chapa Fim da Convocação do diplomação diplomação
majoritária candidatura da candidato
chapa inteira e remanescente
substituição com maior Mantém a
Mantém a
pela coligação votação eleição do
eleição do
vice, que será
vice, que
diplomado e
assumirá em
assumirá em
1º de janeiro
1º de janeiro

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Pre- segundo lugar, mais de um candidato com a
sidente da República realizar-se-á, simultanea- mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
mente, no primeiro domingo de outubro, em pri- Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da
meiro turno, e no último domingo de outubro, República tomarão posse em sessão do Con-
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao gresso Nacional, prestando o compromisso de
do término do mandato presidencial vigente. §1º manter, defender e cumprir a Constituição, ob-
A eleição do Presidente da República importará a servar as leis, promover o bem geral do povo bra-
do Vice-Presidente com ele registrado. §2º Será sileiro, sustentar a união, a integridade e a inde-
considerado eleito Presidente o candidato que, pendência do Brasil. Parágrafo único. Se, decor-
registrado por partido político, obtiver a maioria ridos dez dias da data fixada para a posse, o Pre-
absoluta de votos, não computados os em sidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de
branco e os nulos. §3º Se nenhum candidato al- força maior, não tiver assumido o cargo, este
cançar maioria absoluta na primeira votação, far- será declarado vago.
se-á nova eleição em até vinte dias após a procla- Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de
mação do resultado, concorrendo os dois candi- impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o
datos mais votados e considerando-se eleito Vice-Presidente. Parágrafo único. O Vice-Presi-
aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. dente da República, além de outras atribuições
§4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocor- que lhe forem conferidas por lei complementar,
rer morte, desistência ou impedimento legal de auxiliará o Presidente, sempre que por ele con-
candidato, convocar-se-á, dentre os remanes- vocado para missões especiais.
centes, o de maior votação. §5º Se, na hipótese Art. 82. O mandato do Presidente da República
dos parágrafos anteriores, remanescer, em é de quatro anos e terá início em primeiro de ja-
neiro do ano seguinte ao da sua eleição.
52
Anotações

INFOGRÁFICO 58: VACÂNCIA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Vacância da Presidência da República

Vice-Presidente Demais Convocados

Assumirá e Vacância nos primeiros dois anos Vacância nos últimos dois anos
completará o
mandato
Eleição indireta, pelo
Eleição direta, 90 dias depois
Congresso Nacional, 30 dias
de aberta a última vaga (art. depois aberta a última vaga
81, caput) (art. 81, §1º)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da auxiliará o Presidente, sempre que por ele con-
República tomarão posse em sessão do Con- vocado para missões especiais.
gresso Nacional, prestando o compromisso de Art. 80. Em caso de impedimento do Presi-
manter, defender e cumprir a Constituição, ob- dente e do Vice-Presidente, ou vacância dos res-
servar as leis, promover o bem geral do povo bra- pectivos cargos, serão sucessivamente chama-
sileiro, sustentar a união, a integridade e a inde- dos ao exercício da Presidência o Presidente da
pendência do Brasil. Parágrafo único. Se, decor- Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o
ridos dez dias da data fixada para a posse, o Pre- do Supremo Tribunal Federal.
sidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e
força maior, não tiver assumido o cargo, este Vice-Presidente da República, far-se-á eleição
será declarado vago. noventa dias depois de aberta a última vaga. §1º
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o período presidencial, a eleição para ambos os
Vice-Presidente. Parágrafo único. O Vice-Presi- cargos será feita trinta dias depois da última
dente da República, além de outras atribuições vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
que lhe forem conferidas por lei complementar, §2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão
completar o período de seus antecessores.

INFOGRÁFICO 59: ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Atribuições do Poder Executivo

Presidente da Vice-Presidente da República


República

Art. 84 Funções Próprias Funções Impróprias

Substituição do Sucessão do Auxiliar o


Presidente (art. 79) Presidente (art. 79) Presidente, quando
convocado, para
missões especiais
Participação no Participação no
Conselho da Conselho de Defesa
República (art. 89, I) Nacional (art. 91, I)
53
Anotações
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de Contas da União; XVI – nomear os magistrados,
impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o nos casos previstos nesta Constituição, e o Advo-
Vice-Presidente. Parágrafo único. O Vice-Presi- gado-Geral da União; XVII – nomear membros do
dente da República, além de outras atribuições Conselho da República, nos termos do art. 89,
que lhe forem conferidas por lei complementar, VII; XVIII – convocar e presidir o Conselho da Re-
auxiliará o Presidente, sempre que por ele con- pública e o Conselho de Defesa Nacional; XIX –
vocado para missões especiais. declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
Art. 84. Compete privativamente ao Presi- autorizado pelo Congresso Nacional ou referen-
dente da República: I – nomear e exonerar os Mi- dado por ele, quando ocorrida no intervalo das
nistros de Estado; II – exercer, com o auxílio dos sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
Ministros de Estado, a direção superior da admi- decretar, total ou parcialmente, a mobilização
nistração federal; III – iniciar o processo legisla- nacional; XX – celebrar a paz, autorizado ou com
tivo, na forma e nos casos previstos nesta Cons- o referendo do Congresso Nacional; XXI – confe-
tituição; IV – sancionar, promulgar e fazer publi- rir condecorações e distinções honoríficas; XXII –
car as leis, bem como expedir decretos e regula- permitir, nos casos previstos em lei complemen-
mentos para sua fiel execução; V – vetar projetos tar, que forças estrangeiras transitem pelo terri-
de lei, total ou parcialmente; VI – dispor, medi- tório nacional ou nele permaneçam temporaria-
ante decreto, sobre: a) organização e funciona- mente; XXIII – enviar ao Congresso Nacional o
mento da administração federal, quando não im- plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes or-
plicar aumento de despesa nem criação ou extin- çamentárias e as propostas de orçamento previs-
ção de órgãos públicos; b) extinção de funções tos nesta Constituição; XXIV – prestar, anual-
ou cargos públicos, quando vagos; VII – manter mente, ao Congresso Nacional, dentro de ses-
relações com Estados estrangeiros e acreditar senta dias após a abertura da sessão legislativa,
seus representantes diplomáticos; VIII – celebrar as contas referentes ao exercício anterior; XXV –
tratados, convenções e atos internacionais, sujei- prover e extinguir os cargos públicos federais, na
tos a referendo do Congresso Nacional; IX – de- forma da lei; XXVI – editar medidas provisórias
cretar o estado de defesa e o estado de sítio; X – com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII –
decretar e executar a intervenção federal; XI – exercer outras atribuições previstas nesta Cons-
remeter mensagem e plano de governo ao Con- tituição. Parágrafo único. O Presidente da Repú-
gresso Nacional por ocasião da abertura da ses- blica poderá delegar as atribuições mencionadas
são legislativa, expondo a situação do País e soli- nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Mi-
citando as providências que julgar necessárias; nistros de Estado, ao Procurador-Geral da Repú-
XII – conceder indulto e comutar penas, com au- blica ou ao Advogado-Geral da União, que obser-
diência, se necessário, dos órgãos instituídos em varão os limites traçados nas respectivas delega-
lei; XIII – exercer o comando supremo das Forças ções.
Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, Art. 89. O Conselho da República é órgão supe-
do Exército e da Aeronáutica, promover seus ofi- rior de consulta do Presidente da República, e
ciais-generais e nomeá-los para os cargos que dele participam: I – o Vice-Presidente da Repú-
lhes são privativos; XIV – nomear, após aprova- blica; [...].
ção pelo Senado Federal, os Ministros do Su- Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superio- de consulta do Presidente da República nos as-
res, os Governadores de Territórios, o Procura- suntos relacionados com a soberania nacional e
dor-Geral da República, o presidente e os direto- a defesa do Estado democrático, e dele partici-
res do banco central e outros servidores, quando pam como membros natos: I – o Vice-Presidente
determinado em lei; XV – nomear, observado o da República; [...].
disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de

INFOGRÁFICO 60: ÓRGÃOS AUXILIARES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Órgãos Auxiliares do Presidente da República

Ministros de Estado Conselho da República Conselho de Defesa


(art. 87) (art. 89) Nacional (Art. 91)
54
Anotações
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhi- estado de defesa e estado de sítio; II – as ques-
dos dentre brasileiros maiores de vinte e um tões relevantes para a estabilidade das institui-
anos e no exercício dos direitos políticos. Pará- ções democráticas. §1º O Presidente da Repú-
grafo único. Compete ao Ministro de Estado, blica poderá convocar Ministro de Estado para
além de outras atribuições estabelecidas nesta participar da reunião do Conselho, quando cons-
Constituição e na lei: I – exercer a orientação, co- tar da pauta questão relacionada com o respec-
ordenação e supervisão dos órgãos e entidades tivo Ministério. §2º A lei regulará a organização e
da administração federal na área de sua compe- o funcionamento do Conselho da República.
tência e referendar os atos e decretos assinados Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão
pelo Presidente da República; II – expedir instru- de consulta do Presidente da República nos as-
ções para a execução das leis, decretos e regula- suntos relacionados com a soberania nacional e
mentos; III – apresentar ao Presidente da Repú- a defesa do Estado democrático, e dele partici-
blica relatório anual de sua gestão no Ministério; pam como membros natos: I – o Vice-Presidente
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições da República; II – o Presidente da Câmara dos De-
que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Pre- putados; III – o Presidente do Senado Federal; IV
sidente da República. – o Ministro da Justiça; V – o Ministro de Estado
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção da Defesa; VI – o Ministro das Relações Exterio-
de Ministérios e órgãos da administração pú- res; VII – o Ministro do Planejamento. VIII – os
blica. Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
Art. 89. O Conselho da República é órgão supe- náutica. §1º Compete ao Conselho de Defesa Na-
rior de consulta do Presidente da República, e cional: I – opinar nas hipóteses de declaração de
dele participam: I – o Vice-Presidente da Repú- guerra e de celebração da paz, nos termos desta
blica; II – o Presidente da Câmara dos Deputados; Constituição; II – opinar sobre a decretação do
III – o Presidente do Senado Federal; IV – os líde- estado de defesa, do estado de sítio e da inter-
res da maioria e da minoria na Câmara dos Depu- venção federal; III – propor os critérios e condi-
tados; V – os líderes da maioria e da minoria no ções de utilização de áreas indispensáveis à segu-
Senado Federal; VI – o Ministro da Justiça; VII – rança do território nacional e opinar sobre seu
seis cidadãos brasileiros natos, com mais de efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira
trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea- e nas relacionadas com a preservação e a explo-
dos pelo Presidente da República, dois eleitos ração dos recursos naturais de qualquer tipo; IV
pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara – estudar, propor e acompanhar o desenvolvi-
dos Deputados, todos com mandato de três mento de iniciativas necessárias a garantir a in-
anos, vedada a recondução. dependência nacional e a defesa do Estado de-
Art. 90. Compete ao Conselho da República mocrático. §2º A lei regulará a organização e o
pronunciar-se sobre: I – intervenção federal, funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

INFOGRÁFICO 61: RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Responsabilidade do Presidente da República

Crimes Comuns Crimes de Responsabilidade

Conceito Consequências Processo

Juízo de Processo e
Admissibilidade Julgamento
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos a Constituição Federal e, especialmente, contra:
do Presidente da República que atentem contra I – a existência da União; II – o livre exercício do
55
Anotações
Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Minis- Presidente ficará suspenso de suas funções: I –
tério Público e dos Poderes constitucionais das nas infrações penais comuns, se recebida a de-
unidades da Federação; III – o exercício dos direi- núncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
tos políticos, individuais e sociais; IV – a segu- Federal; II – nos crimes de responsabilidade,
rança interna do País; V – a probidade na admi- após a instauração do processo pelo Senado Fe-
nistração; VI – a lei orçamentária; VII – o cumpri- deral. §2º Se, decorrido o prazo de cento e oi-
mento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo tenta dias, o julgamento não estiver concluído,
único. Esses crimes serão definidos em lei espe- cessará o afastamento do Presidente, sem preju-
cial, que estabelecerá as normas de processo e ízo do regular prosseguimento do processo. §3º
julgamento. Enquanto não sobrevier sentença condenatória,
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presi- nas infrações comuns, o Presidente da República
dente da República, por dois terços da Câmara não estará sujeito a prisão. §4º O Presidente da
dos Deputados, será ele submetido a julgamento República, na vigência de seu mandato, não pode
perante o Supremo Tribunal Federal, nas infra- ser responsabilizado por atos estranhos ao exer-
ções penais comuns, ou perante o Senado Fede- cício de suas funções.
ral, nos crimes de responsabilidade. §1º O

Poder Judiciário
INFOGRÁFICO 62: GARANTIAS DA MAGISTRATURA

Garantias da Magistratura

Institucionais Individuais

Autonomia Escolha dos Liberdade Imparcialidade


(art. 99) Dirigentes (art. (art. 95) (art. 95, p. ún.)
96, I, a)

Funcional Administrativa Vitaliciedade Inamovibilidade Vedações

Irredutibilidade
Financeira de subsídios

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garan- tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
tias: I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só três anos do afastamento do cargo por aposen-
será adquirida após dois anos de exercício, de- tadoria ou exoneração.
pendendo a perda do cargo, nesse período, de Art. 96. Compete privativamente: I – aos tribu-
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vincu- nais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar
lado, e, nos demais casos, de sentença judicial seus regimentos internos, com observância das
transitada em julgado; II – inamovibilidade, salvo normas de processo e das garantias processuais
por motivo de interesse público, na forma do art. das partes, dispondo sobre a competência e o
93, VIII; III – irredutibilidade de subsídio, ressal- funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicio-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, nais e administrativos; b) organizar suas secreta-
II, 153, III, e 153, § 2º, I. Parágrafo único. Aos ju- rias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
ízes é vedado: I – exercer, ainda que em disponi- forem vinculados, velando pelo exercício da ati-
bilidade, outro cargo ou função, salvo uma de vidade correicional respectiva; c) prover, na
magistério; II – receber, a qualquer título ou pre- forma prevista nesta Constituição, os cargos de
texto, custas ou participação em processo; III – juiz de carreira da respectiva jurisdição; d) pro-
dedicar-se à atividade político-partidária. IV – re- por a criação de novas varas judiciárias; e) pro-
ceber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou ver, por concurso público de provas, ou de pro-
contribuições de pessoas físicas, entidades públi- vas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
cas ou privadas, ressalvadas as exceções previs- parágrafo único, os cargos necessários à adminis-
tas em lei; V – exercer a advocacia no juízo ou tração da Justiça, exceto os de confiança assim
56
Anotações
definidos em lei; f) conceder licença, férias e ou- vinculados, bem como a fixação do subsídio de
tros afastamentos a seus membros e aos juízes e seus membros e dos juízes, inclusive dos tribu-
servidores que lhes forem imediatamente vincu- nais inferiores, onde houver; c) a criação ou ex-
lados; II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tri- tinção dos tribunais inferiores; d) a alteração da
bunais Superiores e aos Tribunais de Justiça pro- organização e da divisão judiciárias; III – aos Tri-
por ao Poder Legislativo respectivo, observado o bunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
disposto no art. 169: a) a alteração do número de Distrito Federal e Territórios, bem como os mem-
membros dos tribunais inferiores; b) a criação e bros do Ministério Público, nos crimes comuns e
a extinção de cargos e a remuneração dos seus de responsabilidade, ressalvada a competência
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem da Justiça Eleitoral.

INFOGRÁFICO 63: ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO

Supremo Tribunal Federal

CNJ

STJ TST TSE STM

Tribunal
TJ TRF TRT TRE
Militar

Juiz de Juiz do
Juiz Federal Juiz Eleitoral Juiz Militar
Direito Trabalho
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I – o Militares; VII – os Tribunais e Juízes dos Estados
Supremo Tribunal Federal; I-A – o Conselho Naci- e do Distrito Federal e Territórios. §1º O Su-
onal de Justiça; II – o Superior Tribunal de Justiça; premo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho; III – os Tri- Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Ca-
bunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV – pital Federal. §2º O Supremo Tribunal Federal e
os Tribunais e Juízes do Trabalho; V – os Tribunais os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
e Juízes Eleitorais; VI – os Tribunais e Juízes território nacional.
57
Anotações
INFOGRÁFICO 64: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

CNJ

Composição (15 Atribuições (art.


Constitucionalidade Limites
membros) 103-B, §4º)

Controle da Análise apenas da


Membros do atuação
Argumentos pro legalidade dos
Judiciário (9) administrativa e atos do Judiciário
financeira do
Judiciário
Membros das Impossibilidade
funções essenciais à
Argumentos de controle de
Justiça (4) contra Controle do constitucionali-
cumprimento dade
dos deveres
Membros da funcionais dos
sociedade, juízes
escolhidos pelo
ADI 3.367
Legislativo (2)
Outras, definidas
no Estatuto da
Magistratura

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça Conselho serão nomeados pelo Presidente da
compõe-se de 15 (quinze) membros com man- República, depois de aprovada a escolha pela
dato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondu- maioria absoluta do Senado Federal. §3º Não
ção, sendo: I – o Presidente do Supremo Tribunal efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
Federal; II – um Ministro do Superior Tribunal de neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribu-
Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; III – um nal Federal. §4º Compete ao Conselho o controle
Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indi- da atuação administrativa e financeira do Poder
cado pelo respectivo tribunal; IV – um desembar- Judiciário e do cumprimento dos deveres funcio-
gador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Su- nais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atri-
premo Tribunal Federal; V – um juiz estadual, in- buições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
dicado pelo Supremo Tribunal Federal; VI – um da Magistratura: I – zelar pela autonomia do Po-
juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo der Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da
Superior Tribunal de Justiça; VII – um juiz federal, Magistratura, podendo expedir atos regulamen-
indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; VIII – tares, no âmbito de sua competência, ou reco-
um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indi- mendar providências; II – zelar pela observância
cado pelo Tribunal Superior do Trabalho; IX – um do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante pro-
juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior vocação, a legalidade dos atos administrativos
do Trabalho; X – um membro do Ministério Pú- praticados por membros ou órgãos do Poder Ju-
blico da União, indicado pelo Procurador-Geral diciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fi-
da República; XI – um membro do Ministério Pú- xar prazo para que se adotem as providências ne-
blico estadual, escolhido pelo Procurador-Geral cessárias ao exato cumprimento da lei, sem pre-
da República dentre os nomes indicados pelo ór- juízo da competência do Tribunal de Contas da
gão competente de cada instituição estadual; XII União; III – receber e conhecer das reclamações
– dois advogados, indicados pelo Conselho Fede- contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
ral da Ordem dos Advogados do Brasil; XIII – dois inclusive contra seus serviços auxiliares, serven-
cidadãos, de notável saber jurídico e reputação tias e órgãos prestadores de serviços notariais e
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputa- de registro que atuem por delegação do poder
dos e outro pelo Senado Federal. §1º O Conselho público ou oficializados, sem prejuízo da compe-
será presidido pelo Presidente do Supremo Tri- tência disciplinar e correicional dos tribunais, po-
bunal Federal e, nas suas ausências e impedi- dendo avocar processos disciplinares em curso,
mentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribu- determinar a remoção ou a disponibilidade e
nal Federal. §2º Os demais membros do aplicar outras sanções administrativas,
58
Anotações
assegurada ampla defesa; IV – representar ao lhe, além das atribuições que lhe forem conferi-
Ministério Público, no caso de crime contra a ad- das pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
ministração pública ou de abuso de autoridade; I – receber as reclamações e denúncias, de qual-
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os quer interessado, relativas aos magistrados e aos
processos disciplinares de juízes e membros de serviços judiciários; II – exercer funções executi-
tribunais julgados há menos de um ano; VI – ela- vas do Conselho, de inspeção e de correição ge-
borar semestralmente relatório estatístico sobre ral; III – requisitar e designar magistrados, dele-
processos e sentenças prolatadas, por unidade gando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Ju- juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito
diciário; VII – elaborar relatório anual, propondo Federal e Territórios. §6º Junto ao Conselho ofi-
as providências que julgar necessárias, sobre a si- ciarão o Procurador-Geral da República e o Presi-
tuação do Poder Judiciário no País e as atividades dente do Conselho Federal da Ordem dos Advo-
do Conselho, o qual deve integrar mensagem do gados do Brasil. §7º A União, inclusive no Distrito
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser re- Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de jus-
metida ao Congresso Nacional, por ocasião da tiça, competentes para receber reclamações e
abertura da sessão legislativa. §5º O Ministro do denúncias de qualquer interessado contra mem-
Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de bros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
Ministro-Corregedor e ficará excluído da distri- seus serviços auxiliares, representando direta-
buição de processos no Tribunal, competindo- mente ao Conselho Nacional de Justiça.

INFOGRÁFICO 65: ESCOLHA DOS MEMBROS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Fonte: MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 34.ed. São Paulo: Atlas, 2019. p. 566.
59
Anotações

Capítulo 6
DIREITOS POLÍTICOS
INFOGRÁFICO 66: MODALIDADES DE DIREITOS POLÍTICOS

Direitos Políticos

Ativos Passivos Positivos Negativos

Normas que Normas que


Capacidade
Capacidade asseguram a impedem a
eleitoral passiva:
participação, ativa participação no
eleitoral ativa: direito de ser
ou passiva, no processo político
direito de votar votado
processo político eleitoral
(elegibilidade)
eleitoral (inelegibilidades)

INFOGRÁFICO 67: AQUISIÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS ATIVOS

Alistamento Eleitoral

Obrigatório Facultativo Proibido

Brasileiros Analfabetos Maiores de Estrangeiros Conscritos


maiores de 16 e menores
18 anos de 18 anos

Maiores de
70 anos
Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo Governador de Estado e do Distrito Federal; c)
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, vinte e um anos para Deputado Federal, Depu-
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, tado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito
mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – inici- e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. §4º
ativa popular. §1º O alistamento eleitoral e o São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
voto são: I – obrigatórios para os maiores de de- §5º O Presidente da República, os Governadores
zoito anos; II – facultativos para: a) os analfabe- de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
tos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores quem os houver sucedido, ou substituído no
de dezesseis e menores de dezoito anos. §2º Não curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros um único período subseqüente. §6º Para concor-
e, durante o período do serviço militar obrigató- rerem a outros cargos, o Presidente da Repú-
rio, os conscritos. §3º São condições de elegibili- blica, os Governadores de Estado e do Distrito Fe-
dade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasi- deral e os Prefeitos devem renunciar aos respec-
leira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; tivos mandatos até seis meses antes do pleito.
III – o alistamento eleitoral; IV – o domicílio elei- §7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
toral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos
– a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente e Vice-Presidente da República e Se- Presidente da República, de Governador de Es-
nador; b) trinta anos para Governador e Vice- tado ou Território, do Distrito Federal, de
60
Anotações
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro exercício de mandato considerada vida pregressa
dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já ti- do candidato, e a normalidade e legitimidade das
tular de mandato eletivo e candidato à reeleição. eleições contra a influência do poder econômico
§8º O militar alistável é elegível, atendidas as se- ou o abuso do exercício de função, cargo ou em-
guintes condições: I – se contar menos de dez prego na administração direta ou indireta. §10. O
anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
– se contar mais de dez anos de serviço, será Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
agregado pela autoridade superior e, se eleito, da diplomação, instruída a ação com provas de
passará automaticamente, no ato da diploma- abuso do poder econômico, corrupção ou
ção, para a inatividade. §9º Lei complementar es- fraude. §11. A ação de impugnação de mandato
tabelecerá outros casos de inelegibilidade e os tramitará em segredo de justiça, respondendo o
prazos de sua cessação, a fim de proteger a pro- autor, na forma da lei, se temerária ou de mani-
bidade administrativa, a moralidade para festa má-fé.

INFOGRÁFICO 68: DIREITOS POLÍTICOS PASSIVOS (CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE)

Condições de Elegibilidade

Nacionalidade brasileira Pleno exercício dos direitos políticos

Alistamento eleitoral Domicílio eleitoral na circunscrição

Filiação partidária Idade mínima

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


Art. 14. A soberania popular será exercida pelo período subseqüente. §6º Para concorrerem a
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, outros cargos, o Presidente da República, os Go-
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, vernadores de Estado e do Distrito Federal e os
mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – inici- Prefeitos devem renunciar aos respectivos man-
ativa popular. §1º O alistamento eleitoral e o datos até seis meses antes do pleito. §7º São ine-
voto são: I – obrigatórios para os maiores de de- legíveis, no território de jurisdição do titular, o
zoito anos; II – facultativos para: a) os analfabe- cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
tos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
de dezesseis e menores de dezoito anos. §2º Não da República, de Governador de Estado ou Terri-
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros tório, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
e, durante o período do serviço militar obrigató- os haja substituído dentro dos seis meses anteri-
rio, os conscritos. §3º São condições de elegibili- ores ao pleito, salvo se já titular de mandato ele-
dade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasi- tivo e candidato à reeleição. §8º O militar alistá-
leira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; vel é elegível, atendidas as seguintes condições: I
III – o alistamento eleitoral; IV – o domicílio elei- – se contar menos de dez anos de serviço, deverá
toral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez
– a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para anos de serviço, será agregado pela autoridade
Presidente e Vice-Presidente da República e Se- superior e, se eleito, passará automaticamente,
nador; b) trinta anos para Governador e Vice-Go- no ato da diplomação, para a inatividade. §9º Lei
vernador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte complementar estabelecerá outros casos de ine-
e um anos para Deputado Federal, Deputado Es- legibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
tadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz proteger a probidade administrativa, a morali-
de paz; d) dezoito anos para Vereador. §4º São dade para exercício de mandato considerada
inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. §5º O vida pregressa do candidato, e a normalidade e
Presidente da República, os Governadores de Es- legitimidade das eleições contra a influência do
tado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os poder econômico ou o abuso do exercício de fun-
houver sucedido, ou substituído no curso dos ção, cargo ou emprego na administração direta
mandatos poderão ser reeleitos para um único ou indireta. §10. O mandato eletivo poderá ser
61
Anotações
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de de mandato tramitará em segredo de justiça, res-
quinze dias contados da diplomação, instruída a pondendo o autor, na forma da lei, se temerária
ação com provas de abuso do poder econômico, ou de manifesta má-fé.
corrupção ou fraude. §11. A ação de impugnação

INFOGRÁFICO 69: DIREITOS POLÍTICOS PASSIVOS (INELEGIBILIDADES)

Inelegibilidades

Absolutas Relativas

Inalistáveis e Quanto ao cargo Condição familiar do


analfabetos pleiteado sujeito
(art. 14, §4º)

Para o mesmo cargo


Para cargos diferentes
(reeleição)

Militares Legais

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


Art. 14. [...] §2º Não podem alistar-se como seguintes condições: I – se contar menos de dez
eleitores os estrangeiros e, durante o período do anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II
serviço militar obrigatório, os conscritos. [...] §4º – se contar mais de dez anos de serviço, será
São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. agregado pela autoridade superior e, se eleito,
§5º O Presidente da República, os Governadores passará automaticamente, no ato da diploma-
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e ção, para a inatividade. §9º Lei complementar es-
quem os houver sucedido, ou substituído no tabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para prazos de sua cessação, a fim de proteger a pro-
um único período subseqüente. §6º Para concor- bidade administrativa, a moralidade para exercí-
rerem a outros cargos, o Presidente da Repú- cio de mandato considerada vida pregressa do
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Fe- candidato, e a normalidade e legitimidade das
deral e os Prefeitos devem renunciar aos respec- eleições contra a influência do poder econômico
tivos mandatos até seis meses antes do pleito. ou o abuso do exercício de função, cargo ou em-
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do prego na administração direta ou indireta. §10. O
titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
Presidente da República, de Governador de Es- da diplomação, instruída a ação com provas de
tado ou Território, do Distrito Federal, de Pre- abuso do poder econômico, corrupção ou
feito ou de quem os haja substituído dentro dos fraude. §11. A ação de impugnação de mandato
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular tramitará em segredo de justiça, respondendo o
de mandato eletivo e candidato à reeleição. §8º autor, na forma da lei, se temerária ou de mani-
O militar alistável é elegível, atendidas as festa má-fé.

INFOGRÁFICO 70: DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS

Direitos Políticos Positivos

Procedimentos
Direito de Sufrágio Sistemas Eleitorais
Eleitorais
62
Anotações
INFOGRÁFICO 71: DIREITOS DE SUFRÁGIO
Sufrágio (Espécies)

Consultas Iniciativa Ação


Voto
populares popular Popular

Direto, secreto PL
e com igual
Plebiscito Referendo
apresentado à
valor para Câmara,
todos subscrito por
1% do
eleitorado, de
Periódico 5 Estados (ao
menos 0,3%
do eleitorado
de cada)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


Art. 5º. [...] LXXIII – qualquer cidadão é parte Prefeitos devem renunciar aos respectivos man-
legítima para propor ação popular que vise a datos até seis meses antes do pleito. §7º São ine-
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de en- legíveis, no território de jurisdição do titular, o
tidade de que o Estado participe, à moralidade cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô- até o segundo grau ou por adoção, do Presidente
nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo da República, de Governador de Estado ou Terri-
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e tório, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
do ônus da sucumbência; os haja substituído dentro dos seis meses anteri-
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo ores ao pleito, salvo se já titular de mandato ele-
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, tivo e candidato à reeleição. §8º O militar alistá-
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, vel é elegível, atendidas as seguintes condições: I
mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – inici- – se contar menos de dez anos de serviço, deverá
ativa popular. §1º O alistamento eleitoral e o afastar-se da atividade; II – se contar mais de dez
voto são: I – obrigatórios para os maiores de de- anos de serviço, será agregado pela autoridade
zoito anos; II – facultativos para: a) os analfabe- superior e, se eleito, passará automaticamente,
tos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores no ato da diplomação, para a inatividade. §9º Lei
de dezesseis e menores de dezoito anos. §2º Não complementar estabelecerá outros casos de ine-
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros legibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
e, durante o período do serviço militar obrigató- proteger a probidade administrativa, a morali-
rio, os conscritos. §3º São condições de elegibili- dade para exercício de mandato considerada
dade, na forma da lei: I – a nacionalidade brasi- vida pregressa do candidato, e a normalidade e
leira; II – o pleno exercício dos direitos políticos; legitimidade das eleições contra a influência do
III – o alistamento eleitoral; IV – o domicílio elei- poder econômico ou o abuso do exercício de fun-
toral na circunscrição; V – a filiação partidária; VI ção, cargo ou emprego na administração direta
– a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para ou indireta. §10. O mandato eletivo poderá ser
Presidente e Vice-Presidente da República e Se- impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
nador; b) trinta anos para Governador e Vice-Go- quinze dias contados da diplomação, instruída a
vernador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte ação com provas de abuso do poder econômico,
e um anos para Deputado Federal, Deputado Es- corrupção ou fraude. §11. A ação de impugnação
tadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de mandato tramitará em segredo de justiça, res-
de paz; d) dezoito anos para Vereador. §4º São pondendo o autor, na forma da lei, se temerária
inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. §5º O ou de manifesta má-fé.
Presidente da República, os Governadores de Es- Art. 49. É da competência exclusiva do Con-
tado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os gresso Nacional: [...] XV – autorizar referendo e
houver sucedido, ou substituído no curso dos convocar plebiscito; [...].
mandatos poderão ser reeleitos para um único Art. 60. [...] §4º Não será objeto de deliberação
período subseqüente. §6º Para concorrerem a a proposta de emenda tendente a abolir: [...] II –
outros cargos, o Presidente da República, os Go- o voto direto, secreto, universal e periódico; [...].
vernadores de Estado e do Distrito Federal e os
63
Anotações
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRAN- assegurada gratuidade na livre divulgação dessas
SITÓRIAS formas e sistemas, através dos meios de comuni-
Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleito- cação de massa cessionários de serviço público.
rado definirá, através de plebiscito, a forma (re- §2º O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a
pública ou monarquia constitucional) e o sistema Constituição, expedirá as normas regulamenta-
de governo (parlamentarismo ou presidencia- doras deste artigo.
lismo) que devem vigorar no País. §1º Será

INFOGRÁFICO 72: PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

Direitos Políticos

Perda Suspensão

Cancelamento da Perda da Condenação criminal


naturalização, por nacionalidade Incapacidade transitada em
sentença transitada brasileira, por civil absoluta julgado, enquanto
em julgado aquisição de outra durarem seus efeitos

Escusa de consciência, Improbidade


sem cumprimento da
prestação alternativa administrativa

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de: I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II – incapacidade civil
absoluta; III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV – re-
cusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V –
improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
64
Anotações

Capítulo 7
PROCESSO LEGISLATIVO
INFOGRÁFICO 73: DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO

Devido Processo Legislativo

Direito Subjetivo do
Direito Individual Princípio da Simetria
Parlamentar

Ninguém será obrigado a


fazer ou deixar de fazer Direito subjetivo do
algo, senão em virtude de parlamentar à fiel
espécie normativa observância de todas as Regras básicas da CF são
devidamente elaborada normas previstas modelos obrigatórios
pelo Poder competente, constitucionalmente para para Constituições
segundo as normas de elaboração de cada Estaduais (ADI 822/RS)
processo legislativo espécie normativa (tutela
constitucional (CF, art. 5º, por MS)
II)

INFOGRÁFICO 74: INSTITUTOS CORRELATOS

Institutos Correlatos

Desconstituciona-
Recepção Repristinação
lização

Manutenção em vigor Necessária Não se presume,


da Constituição compatibilidade quanto à legislação
anterior, com status material da norma
de lei comum, quando (LINDB, art. 2º,
da entrada em vigor
com a nova §3º)
de uma nova Constituição.
Constituição.
A norma será
recepcionada Não se admite em
Não se admite em com adequação relação à
nossa tradição formal de sua natureza Constituição
constitucional à nova sistemática
legal.
65
Anotações
INFOGRÁFICO 75: MODALIDADES DE PROCESSOS LEGISLATIVOS

Processos Legislativos

Formas de Organização Sequência das Fases


Política Procedimentais

Ordinário ou
Autocrático Direto Sumário
Comum

Indireto ou
Semidireto Especiais
representativo

INFOGRÁFICO 76: PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO

Processo Legislativo Ordinário

Fase Complementar
Fase Introdutória
Fase Constitutiva (promulgação e
(iniciativa)
publicação)

Deliberação
Judiciário; Deliberação
Modalidades Executiva (15 dias
Ministério Parlamentar úteis)
Público;
Presidente
Parlamen- da República; Emendas
Parlamentares Sanção Veto
tar ou popular
Extrapar- (supressivas,
lamentar aditivas,
aglutinativas, 1. Expresso;
modificativas, 2. Motivado;
Exclusiva substitutivas e 3. Total ou parcial
ou de redação) 4. Supressivo
Concor- 5. Relativo ou superável
rente Prazo:
processo
legislativo Jurídico (formal) ou
sumário ou Político (material)
regime de
urgência
constitucional Reapreciação pelo CN,
em 30 dias úteis

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


Art. 59. O processo legislativo compreende a República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tri-
elaboração de: I – emendas à Constituição; II – bunais Superiores, ao Procurador-Geral da Repú-
leis complementares; III – leis ordinárias; IV – leis blica e aos cidadãos, na forma e nos casos previs-
delegadas; V – medidas provisórias; VI – decretos tos nesta Constituição. §1º São de iniciativa pri-
legislativos; VII – resoluções. Parágrafo único. Lei vativa do Presidente da República as leis que: I –
complementar disporá sobre a elaboração, reda- fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Ar-
ção, alteração e consolidação das leis. madas; II – disponham sobre: a) criação de car-
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e gos, funções ou empregos públicos na adminis-
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão tração direta e autárquica ou aumento de sua re-
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou muneração; b) organização administrativa e judi-
do Congresso Nacional, ao Presidente da ciária, matéria tributária e orçamentária,
66
Anotações
serviços públicos e pessoal da administração dos contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
Territórios; c) servidores públicos da União e Ter- parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, con-
ritórios, seu regime jurídico, provimento de car- tados da data do recebimento, e comunicará,
gos, estabilidade e aposentadoria; d) organiza- dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente
ção do Ministério Público e da Defensoria Pública do Senado Federal os motivos do veto. §2º O
da União, bem como normas gerais para a orga- veto parcial somente abrangerá texto integral de
nização do Ministério Público e da Defensoria Pú- artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. §3º
blica dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri- Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
tórios; e) criação e extinção de Ministérios e ór- Presidente da República importará sanção. §4º O
gãos da administração pública, observado o dis- veto será apreciado em sessão conjunta, dentro
posto no art. 84, VI; f) militares das Forças Arma- de trinta dias a contar de seu recebimento, só po-
das, seu regime jurídico, provimento de cargos, dendo ser rejeitado pelo voto da maioria abso-
promoções, estabilidade, remuneração, reforma luta dos Deputados e Senadores. §5º Se o veto
e transferência para a reserva. §2º A iniciativa não for mantido, será o projeto enviado, para
popular pode ser exercida pela apresentação à promulgação, ao Presidente da República. §6º
Câmara dos Deputados de projeto de lei subs- Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido
crito por, no mínimo, um por cento do eleitorado no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da
nacional, distribuído pelo menos por cinco Esta- sessão imediata, sobrestadas as demais proposi-
dos, com não menos de três décimos por cento ções, até sua votação final. §7º Se a lei não for
dos eleitores de cada um deles. promulgada dentro de quarenta e oito horas
Art. 63. Não será admitido aumento da des- pelo Presidente da República, nos casos dos §3º
pesa prevista: I – nos projetos de iniciativa exclu- e §5º, o Presidente do Senado a promulgará, e,
siva do Presidente da República, ressalvado o dis- se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
posto no art. 166, § 3º e § 4º; II – nos projetos Presidente do Senado fazê-lo.
sobre organização dos serviços administrativos Art. 67. A matéria constante de projeto de lei
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, rejeitado somente poderá constituir objeto de
dos Tribunais Federais e do Ministério Público. novo projeto, na mesma sessão legislativa, medi-
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de ante proposta da maioria absoluta dos membros
lei de iniciativa do Presidente da República, do de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Supe- Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas
riores terão início na Câmara dos Deputados. §1º pelo Presidente da República, que deverá solici-
O Presidente da República poderá solicitar ur- tar a delegação ao Congresso Nacional. §1º Não
gência para apreciação de projetos de sua inicia- serão objeto de delegação os atos de competên-
tiva. §2º Se, no caso do §1º, a Câmara dos Depu- cia exclusiva do Congresso Nacional, os de com-
tados e o Senado Federal não se manifestarem petência privativa da Câmara dos Deputados ou
sobre a proposição, cada qual sucessivamente, do Senado Federal, a matéria reservada à lei
em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão to- complementar, nem a legislação sobre: I – orga-
das as demais deliberações legislativas da res- nização do Poder Judiciário e do Ministério Pú-
pectiva Casa, com exceção das que tenham prazo blico, a carreira e a garantia de seus membros; II
constitucional determinado, até que se ultime a – nacionalidade, cidadania, direitos individuais,
votação. §3º A apreciação das emendas do Se- políticos e eleitorais; III – planos plurianuais, di-
nado Federal pela Câmara dos Deputados far-se- retrizes orçamentárias e orçamentos. §2º A dele-
á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais gação ao Presidente da República terá a forma de
o disposto no parágrafo anterior. §4º Os prazos resolução do Congresso Nacional, que especifi-
do §2º não correm nos períodos de recesso do cará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos §3º Se a resolução determinar a apreciação do
de código. projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma votação única, vedada qualquer emenda.
Casa será revisto pela outra, em um só turno de Art. 69. As leis complementares serão aprova-
discussão e votação, e enviado à sanção ou pro- das por maioria absoluta.
mulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arqui-
vado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o pro-
jeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a
votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará. §1º.
Se o Presidente da República considerar o pro-
jeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou
67
Anotações

INFOGRÁFICO 77: LEIS COMPLEMENTARES


Lei Ordinária Lei Complementar
Toda matéria que não for re- Matéria taxativamente prevista
OBJETO
servada à Lei Complementar na Constituição
PROCESSO Legislativo ordinário Legislativo ordinário
Maioria absoluta (257 Deputados
QUORUM Maioria simples
Federais e 41 Senadores)

INFOGRÁFICO 78: MEDIDA PROVISÓRIA

Conversão
Integral
em lei
Aprovação
Conversão
Com
em Projeto
alterações
de Lei
Edição
pelo PR,
Medida Congresso Efeito ex
diante de tunc, sem
Provisória Nacional
relevância possibilidad
e urgência e de
Expressa reedição na
mesma
sessão
legislativa
Rejeição
Efeito ex
tunc, com
Tácita possibilida
de de uma
reedição

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


lei até o último dia daquele em que foi editada.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Pre-
§3º As medidas provisórias, ressalvado o dis-
sidente da República poderá adotar medidas pro-
posto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a
visórias, com força de lei, devendo submetê-las
edição, se não forem convertidas em lei no prazo
de imediato ao Congresso Nacional. §1º É vedada
de sessenta dias, prorrogável, nos termos do §
a edição de medidas provisórias sobre matéria: I
7º, uma vez por igual período, devendo o Con-
– relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos
gresso Nacional disciplinar, por decreto legisla-
políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b)
tivo, as relações jurídicas delas decorrentes. §4º
direito penal, processual penal e processual civil;
O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da pu-
c) organização do Poder Judiciário e do Ministé-
blicação da medida provisória, suspendendo-se
rio Público, a carreira e a garantia de seus mem-
durante os períodos de recesso do Congresso Na-
bros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentá-
cional. §5º A deliberação de cada uma das Casas
rias, orçamento e créditos adicionais e suple-
do Congresso Nacional sobre o mérito das medi-
mentares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
das provisórias dependerá de juízo prévio sobre
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de
o atendimento de seus pressupostos constitucio-
poupança popular ou qualquer outro ativo finan-
nais. §6º Se a medida provisória não for apreci-
ceiro; III – reservada a lei complementar; IV – já
ada em até quarenta e cinco dias contados de sua
disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
publicação, entrará em regime de urgência, sub-
Congresso Nacional e pendente de sanção ou
seqüentemente, em cada uma das Casas do Con-
veto do Presidente da República. §2º Medida
gresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se
provisória que implique instituição ou majoração
ultime a votação, todas as demais deliberações
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
legislativas da Casa em que estiver tramitando.
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
§7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual
financeiro seguinte se houver sido convertida em
68
Anotações
período a vigência de medida provisória que, no rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
prazo de sessenta dias, contado de sua publica- decurso de prazo. §11. Não editado o decreto le-
ção, não tiver a sua votação encerrada nas duas gislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias
Casas do Congresso Nacional. §8º As medidas após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisórias terão sua votação iniciada na Câmara provisória, as relações jurídicas constituídas e de-
dos Deputados. §9º Caberá à comissão mista de correntes de atos praticados durante sua vigên-
Deputados e Senadores examinar as medidas cia conservar-se-ão por ela regidas. §12. Apro-
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de vado projeto de lei de conversão alterando o
serem apreciadas, em sessão separada, pelo ple- texto original da medida provisória, esta manter-
nário de cada uma das Casas do Congresso Naci- se-á integralmente em vigor até que seja sancio-
onal. §10. É vedada a reedição, na mesma sessão nado ou vetado o projeto.
legislativa, de medida provisória que tenha sido

INFOGRÁFICO 79: LEI DELEGADA

Lei Delegada

Norma elaborada Sustação da Lei


Temporariedade
pelo PR, com prévia Delegada
delegação pelo CN
O CN pode sustar, por
Autorização não Decreto Legislativo,
O presidente solicita ultrapassa a legislatura sustar a Lei Delegada
autorização para editar (ex nunc), se exorbitar
a Lei Delegada os limites da
(iniciativa solicitadora) delegação (art. 49, V)

O CN pode desfazer a
delegação antes do
CN aprova por prazo O Judiciário pode fazer
Resolução, controle da
estabelecendo os constitucionalidade,
limites com efeito ex tunc

O CN pode
regulamentar a matéria
por Lei Ordinária

Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988


nacionalidade, cidadania, direitos individuais,
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
políticos e eleitorais; III – planos plurianuais, di-
Nacional: [...] V – sustar os atos normativos do
retrizes orçamentárias e orçamentos. §2º A dele-
Poder Executivo que exorbitem do poder regula-
gação ao Presidente da República terá a forma de
mentar ou dos limites de delegação legislativa;
resolução do Congresso Nacional, que especifi-
[...].
cará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo §3º Se a resolução determinar a apreciação do
Presidente da República, que deverá solicitar a projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em
delegação ao Congresso Nacional. §1º Não serão votação única, vedada qualquer emenda.
objeto de delegação os atos de competência ex-
clusiva do Congresso Nacional, os de competên-
cia privativa da Câmara dos Deputados ou do Se-
nado Federal, a matéria reservada à lei comple-
mentar, nem a legislação sobre: I – organização
do Poder Judiciário e do Ministério Público, a car-
reira e a garantia de seus membros; II –
INFOGRÁFICO 80: DECRETO LEGISLATIVO

Decreto Legislativo

Veicula matérias de Aprovação de Tratados


Fixação de regras
competência exclusiva Internacionais
sobre relações
do CN jurídicas sob a
vigência de Medida
Por DL, cabendo ao CN Provisória rejeitada
escolher se pelo
regime ordinário ou
do art. 5º, §3º

INFOGRÁFICO 81: RESOLUÇÃO

Resolução

Efeito externo, para delegação


Normas com efeitos internos
legislativa
Parte 2

Peças Profissionais
71
Anotações

Capítulo 8
PETIÇÃO INICIAL

Em nossa aula sobre petição inicial, vimos com o mestre José Aras que a
peça que dá início ao processo deve seguir o roteiro estabelecido nos arts. 319 e
320 do Código de Processo Civil. Vamos revisá-lo?

Estrutura da Petição Inicial


INFOGRÁFICO 82: ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL

Petição Inicial

Endereçamento (art. 319, I) Qualificação das partes (art. 319, II)

Fundamentos Jurídicos do pedido Pedido (art. 319, IV)

Dos Fatos Do Direito

Indicação dos ônus da sucumbência Requerimento de Produção de Provas


(art. 85) (Art. 319, VI)

Opção pela audiência de conciliação Indicação da juntada de documentos


ou de mediação (art. 319, VII em anexo (art. 320)

Valor da Causa (art. 319, V) Encerramento

Pede Local, Data,


Deferimento Advogado, OAB
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pa- serviço; III - a natureza e a importância da causa;
gar honorários ao advogado do vencedor. §1º IV - o trabalho realizado pelo advogado e o
São devidos honorários advocatícios na recon- tempo exigido para o seu serviço. §3º Nas causas
venção, no cumprimento de sentença, provisório em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos
ou definitivo, na execução, resistida ou não, e honorários observará os critérios estabelecidos
nos recursos interpostos, cumulativamente. §2º nos incisos I a IV do § 2º e os seguintes percentu-
Os honorários serão fixados entre o mínimo de ais: I – mínimo de dez e máximo de vinte por
dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor cento sobre o valor da condenação ou do pro-
da condenação, do proveito econômico obtido veito econômico obtido até 200 (duzentos) salá-
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor rios-mínimos; II – mínimo de oito e máximo de
atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo dez por cento sobre o valor da condenação ou do
do profissional; II - o lugar de prestação do proveito econômico obtido acima de 200
72
Anotações
(duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) limites estabelecidos nos §§2º e 3º para a fase de
salários-mínimos; III – mínimo de cinco e máximo conhecimento. §12. Os honorários referidos no §
de oito por cento sobre o valor da condenação 11 são cumuláveis com multas e outras sanções
ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 processuais, inclusive as previstas no art. 77. §13.
(dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) As verbas de sucumbência arbitradas em embar-
salários-mínimos; IV – mínimo de três e máximo gos à execução rejeitados ou julgados improce-
de cinco por cento sobre o valor da condenação dentes e em fase de cumprimento de sentença
ou do proveito econômico obtido acima de serão acrescidas no valor do débito principal,
20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 para todos os efeitos legais. §14. Os honorários
(cem mil) salários-mínimos; V – mínimo de um e constituem direito do advogado e têm natureza
máximo de três por cento sobre o valor da con- alimentar, com os mesmos privilégios dos crédi-
denação ou do proveito econômico obtido acima tos oriundos da legislação do trabalho, sendo ve-
de 100.000 (cem mil) salários-mínimos. §4º Em dada a compensação em caso de sucumbência
qualquer das hipóteses do §3º: I – os percentuais parcial. §15. O advogado pode requerer que o
previstos nos incisos I a V devem ser aplicados pagamento dos honorários que lhe caibam seja
desde logo, quando for líquida a sentença; II – efetuado em favor da sociedade de advogados
não sendo líquida a sentença, a definição do per- que integra na qualidade de sócio, aplicando-se
centual, nos termos previstos nos incisos I a V, à hipótese o disposto no §14. §16. Quando os ho-
somente ocorrerá quando liquidado o julgado; III norários forem fixados em quantia certa, os juros
– não havendo condenação principal ou não moratórios incidirão a partir da data do trânsito
sendo possível mensurar o proveito econômico em julgado da decisão. §17. Os honorários serão
obtido, a condenação em honorários dar-se-á so- devidos quando o advogado atuar em causa pró-
bre o valor atualizado da causa; IV – será consi- pria. §18. Caso a decisão transitada em julgado
derado o salário-mínimo vigente quando prola- seja omissa quanto ao direito aos honorários ou
tada sentença líquida ou o que estiver em vigor ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua
na data da decisão de liquidação. §5º Quando, definição e cobrança. §19. Os advogados públi-
conforme o caso, a condenação contra a Fazenda cos perceberão honorários de sucumbência, nos
Pública ou o benefício econômico obtido pelo termos da lei.
vencedor ou o valor da causa for superior ao va- Art. 104. O advogado não será admitido a pos-
lor previsto no inciso I do §3º, a fixação do per- tular em juízo sem procuração, salvo para evitar
centual de honorários deve observar a faixa ini- preclusão, decadência ou prescrição, ou para
cial e, naquilo que a exceder, a faixa subse- praticar ato considerado urgente. §1º Nas hipó-
quente, e assim sucessivamente. §6º Os limites e teses previstas no caput, o advogado deverá, in-
critérios previstos nos §§2º e 3º aplicam-se inde- dependentemente de caução, exibir a procura-
pendentemente de qual seja o conteúdo da deci- ção no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por
são, inclusive aos casos de improcedência ou de igual período por despacho do juiz. §2º O ato não
sentença sem resolução de mérito. §7º Não se- ratificado será considerado ineficaz relativa-
rão devidos honorários no cumprimento de sen- mente àquele em cujo nome foi praticado, res-
tença contra a Fazenda Pública que enseje expe- pondendo o advogado pelas despesas e por per-
dição de precatório, desde que não tenha sido das e danos.
impugnada. §8º Nas causas em que for inestimá- Art. 105. A procuração geral para o foro, outor-
vel ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, gada por instrumento público ou particular assi-
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz nado pela parte, habilita o advogado a praticar
fixará o valor dos honorários por apreciação todos os atos do processo, exceto receber cita-
equitativa, observando o disposto nos incisos do ção, confessar, reconhecer a procedência do pe-
§2º. §9º Na ação de indenização por ato ilícito dido, transigir, desistir, renunciar ao direito so-
contra pessoa, o percentual de honorários inci- bre o qual se funda a ação, receber, dar quitação,
dirá sobre a soma das prestações vencidas acres- firmar compromisso e assinar declaração de hi-
cida de 12 (doze) prestações vincendas. §10. Nos possuficiência econômica, que devem constar de
casos de perda do objeto, os honorários serão cláusula específica. §1º A procuração pode ser
devidos por quem deu causa ao processo. §11. O assinada digitalmente, na forma da lei. §2º A pro-
tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorá- curação deverá conter o nome do advogado, seu
rios fixados anteriormente levando em conta o número de inscrição na Ordem dos Advogados
trabalho adicional realizado em grau recursal, do Brasil e endereço completo. §3º Se o outor-
observando, conforme o caso, o disposto nos §§ gado integrar sociedade de advogados, a procu-
2º a 6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo ração também deverá conter o nome dessa, seu
geral da fixação de honorários devidos ao advo- número de registro na Ordem dos Advogados do
gado do vencedor, ultrapassar os respectivos Brasil e endereço completo. §4º Salvo disposição
73
Anotações
expressa em sentido contrário constante do pró- das informações previstas no inciso II, poderá o
prio instrumento, a procuração outorgada na autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligên-
fase de conhecimento é eficaz para todas as fases cias necessárias a sua obtenção. §2º A petição
do processo, inclusive para o cumprimento de inicial não será indeferida se, a despeito da falta
sentença. de informações a que se refere o inciso II, for pos-
Art. 106. Quando postular em causa própria, sível a citação do réu. §3º A petição inicial não
incumbe ao advogado: I - declarar, na petição ini- será indeferida pelo não atendimento ao dis-
cial ou na contestação, o endereço, seu número posto no inciso II deste artigo se a obtenção de
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e tais informações tornar impossível ou excessiva-
o nome da sociedade de advogados da qual par- mente oneroso o acesso à justiça.
ticipa, para o recebimento de intimações; II – co- Art. 320. A petição inicial será instruída com os
municar ao juízo qualquer mudança de ende- documentos indispensáveis à propositura da
reço. §1º Se o advogado descumprir o disposto ação.
no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omis-
são, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determi-
nar a citação do réu, sob pena de indeferimento
da petição. §2º Se o advogado infringir o previsto
no inciso II, serão consideradas válidas as intima-
ções enviadas por carta registrada ou meio ele-
trônico ao endereço constante dos autos.
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no
entanto, ser feita na pessoa do representante le-
gal ou do procurador do réu, do executado ou do
interessado. §1º Na ausência do citando, a cita-
ção será feita na pessoa de seu mandatário, ad-
ministrador, preposto ou gerente, quando a ação
se originar de atos por eles praticados. §2º O lo-
cador que se ausentar do Brasil sem cientificar o
locatário de que deixou, na localidade onde esti-
ver situado o imóvel, procurador com poderes
para receber citação será citado na pessoa do ad-
ministrador do imóvel encarregado do recebi-
mento dos aluguéis, que será considerado habili-
tado para representar o locador em juízo. §3º A
citação da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral, dos Municípios e de suas respectivas autar-
quias e fundações de direito público será reali-
zada perante o órgão de Advocacia Pública res-
ponsável por sua representação judicial.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os
fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos
pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz de-
cidirá dentro de 5 (cinco) dias. Parágrafo único.
Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-
á o procedimento comum.
Art. 319. A petição inicial indicará: I – o juízo a
que é dirigida; II – os nomes, os prenomes, o es-
tado civil, a existência de união estável, a profis-
são, o número de inscrição no Cadastro de Pes-
soas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu; III – o fato e os fun-
damentos jurídicos do pedido; IV – o pedido com
as suas especificações; V – o valor da causa; VI –
as provas com que o autor pretende demonstrar
a verdade dos fatos alegados; VII – a opção do
autor pela realização ou não de audiência de con-
ciliação ou de mediação. §1º Caso não disponha
74
Anotações

Modelo de Petição Inicial


AO MERITÍSSIMO JUÍZO ...

(10 linhas)

NOME, prenome, estado civil ou união estável, profissão, CPF ou CNPJ, ende-
reço eletrônico, domicílio e residência, por seu advogado, instrumento de
mandato em anexo, escritório na..., vem, perante V. Exa., propor AÇÃO PELO
RITO COMUM contra NOME, prenome, estado civil ou união estável, profis-
são, CPF ou CNPJ, endereço eletrônico, domicílio e residência, pelos fatos e
fundamentos jurídicos abaixo:

DOS FATOS

(Contar a história narrada no enunciado da questão, ou seja, a causa de pedir


remota).

Ocorre que... (indicar a causa de pedir próxima, ou seja, a quebra da relação


Jurídica). É o que se verá nas linhas abaixo.

DO DIREITO

(Aqui, deverá ser indicada a fundamentação, valendo-se das normas, princípios


e súmulas, realizando sempre a subsunção entre os fatos apresentados no Enun-
ciado e a fundamentação jurídica).

DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer a V. Exa.:

a) A designação de audiência prévia de conciliação;

b) A citação do Réu para contestar a ação, sob pena de serem aplicados os


efeitos da revelia;

c) A procedência dos pedidos, para ...

d) A condenação do Réu nos ônus da sucumbência, notadamente honorá-


rios advocatícios;

e) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, protes-


tando especificamente pela prova documental;

f) A juntada dos documentos em anexo;

Dá à causa do valor de...

Pede deferimento.

Local..., data...
75
Anotações

Advogado...

OAB...
76
Anotações

Capítulo 4
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Aspectos Teóricos Fundamentais


INFOGRÁFICO 83: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Ação Direta de Inconstitucionalidade

Fundamento Cabimento Competência


para
julgamento
CF/88, art. Federal,
102, I, a; Ato Estadual ou
Distrital Constituição
normativo (competência Federal: STF
Lei nº estadual) (art. 102, I, a)
9.868/1999
Espécies Constituição
listadas no art. Tratados Estadual ou
RISTF, arts. 59 da Internacionais LODF: TJ (art.
169 a 178 CRFB/1988
125, §2º)

Emenda: se contrariar MP: ADI prejudicada se


cláusula pétrea da rejeitada ou perder a eficácia
Constituição originária (ADI (ADI 1.480); se convertida em
939) lei, aditar a inicial

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- observados os princípios estabelecidos nesta
bendo-lhe: I - processar e julgar, originaria- Constituição. [...] §2º Cabe aos Estados a institui-
mente: a) a ação direta de inconstitucionalidade ção de representação de inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo federal ou estadual e a de leis ou atos normativos estaduais ou munici-
ação declaratória de constitucionalidade de lei pais em face da Constituição Estadual, vedada a
ou ato normativo federal; [...]. atribuição da legitimação para agir a um único ór-
gão.
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e jul- uma das impugnações; II - o pedido, com suas es-
gamento da ação direta de inconstitucionalidade pecificações. Parágrafo único. A petição inicial,
e da ação declaratória de constitucionalidade pe- acompanhada de instrumento de procuração,
rante o Supremo Tribunal Federal. quando subscrita por advogado, será apresen-
Art. 3º A petição indicará: I – o dispositivo da tada em duas vias, devendo conter cópias da lei
lei ou do ato normativo impugnado e os funda- ou do ato normativo impugnado e dos documen-
mentos jurídicos do pedido em relação a cada tos necessários para comprovar a impugnação.
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal
Art. 169. O Procurador-Geral da República po- representação, não se admitirá desistência,
derá submeter ao Tribunal, mediante represen- ainda que afinal o Procurador-Geral se manifeste
tação, o exame de lei ou ato normativo federal pela sua improcedência. §2º Não se admitirá as-
ou estadual, para que seja declarada a sua in- sistência a qualquer das partes.
constitucionalidade. §1º Proposta a
77
Anotações
Art. 170. O Relator pedirá informações à auto- Art. 175. Julgada procedente a representação
ridade da qual tiver emanado o ato, bem como e declarada a inconstitucionalidade total ou par-
ao Congresso Nacional ou à Assembleia Legisla- cial de Constituição Estadual, de lei ou decreto
tiva, se for o caso. §1º Se houver pedido de me- federal ou estadual, de resolução de órgão judi-
dida cautelar, o Relator submetê-la-á ao Plenário ciário ou legislativo, bem como de qualquer ou-
e somente após a decisão solicitará as informa- tro ato normativo federal ou estadual ou de au-
ções. §2º As informações serão prestadas no toridade da administração direta ou indireta, far-
prazo de trinta dias, contados do recebimento do se-á comunicação à autoridade ou órgão respon-
pedido, podendo ser dispensadas, em caso de ur- sável pela expedição do ato normativo impug-
gência, pelo Relator, ad referendum do Tribunal. nado. Parágrafo único. Se a declaração de in-
§3º Se, ao receber os autos, ou no curso do pro- constitucionalidade de lei ou ato estadual se fun-
cesso, o Relator entender que a decisão é ur- dar nos incisos VI e VII do art. 10 da Constituição,
gente, em face do relevante interesse de ordem a comunicação será feita, logo após a decisão, à
pública que envolve, poderá, com prévia ciência autoridade interessada, bem como, depois do
das partes, submetê-lo ao conhecimento do Tri- trânsito em julgado, ao Presidente da República,
bunal, que terá a faculdade de julgá-lo com os para os efeitos do §2º do art. 11 da Constituição.
elementos de que dispuser. Art. 176. Arguida a inconstitucionalidade de lei
Art. 171. Recebidas as informações, será ou ato normativo federal, estadual ou municipal,
aberta vista ao Procurador-Geral, pelo prazo de em qualquer outro processo submetido ao Ple-
quinze dias, para emitir parecer. nário, será ela julgada em conformidade com o
Art. 172. Decorrido o prazo do artigo anterior, disposto nos arts. 172 a 174, depois de ouvido o
ou dispensadas as informações em razão da ur- Procurador-Geral. §1º Feita a arguição em pro-
gência, o Relator, lançado o relatório, do qual a cesso de competência da Turma, e considerada
Secretaria remeterá cópia a todos os Ministros, relevante, será ele submetido ao Plenário, inde-
pedirá dia para julgamento. pendente de acórdão, depois de ouvido o Procu-
Art. 173. Efetuado o julgamento, com o quo- rador-Geral. §2º De igual modo procederão o
rum do art. 143, parágrafo único, proclamar-se-á Presidente do Tribunal e os das Turmas, se a in-
a inconstitucionalidade ou a constitucionalidade constitucionalidade for alegada em processo de
do preceito ou do ato impugnados, se num ou sua competência.
noutro sentido se tiverem manifestado seis Mi- Art. 177. O Plenário julgará a prejudicial de in-
nistros. constitucionalidade e as demais questões da
Parágrafo único. Se não for alcançada a maio- causa.
ria necessária à declaração de inconstitucionali- Art. 178. Declarada, incidentalmente, a incons-
dade, estando licenciados ou ausentes Ministros titucionalidade, na forma prevista nos arts. 176 e
em número que possa influir no julgamento, este 177, far-se-á a comunicação, logo após a decisão,
será suspenso a fim de aguardar-se o compareci- à autoridade ou órgão interessado, bem como,
mento dos Ministros ausentes, até que se atinja depois do trânsito em julgado, ao Senado Fede-
o quorum. ral, para os efeitos do art. 42, VII, da Constitui-
Art. 174. Proclamada a constitucionalidade na ção.
forma do artigo anterior, julgar-se-á improce-
dente a representação.
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
ADI 939/DF. EMENTA: Direito Constitucional e Federal, cuja função precípua é de guarda da
Tributário. Ação Direta de Inconstitucionalidade Constituição (art. 102, I, “a”, da C.F.) [...].
de Emenda Constitucional e de Lei Complemen- ADI 1.480/DF. EMENTA: Ação Direta de Incons-
tar. I.P.M.F. Imposto Provisório sobre Movimen- titucionalidade. Convenção nº 158/OIT – Prote-
tação ou a Transmissão de Valores e de Créditos ção do trabalhador contra a despedida arbitrária
e Direitos de Natureza Financeira – I.P.M.F. Arti- ou sem justa causa – arguição de ilegitimidade
gos 5º, §2º, 60, §4º, incisos I e IV, 150, incisos III, constitucional dos atos que incorporam essa con-
“b”, e VI, “a”, “b”, “c” e “d” da Constituição Fede- venção internacional ao direito positivo interno
ral. 1. Uma Emenda Constitucional, emanada, do Brasil (Decreto Legislativo nº 68/92 e Decreto
portanto, de Constituinte derivada, incidindo vi- nº 1.855/96) – Possibilidade de controle abstrato
olação à Constituição originária, pode ser decla- de constitucionalidade de tratados ou conven-
rada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal ções internacionais em face da Constituição da
República [...].
78
Anotações
Enunciados da Súmula da Jurisprudência Dominante do Supremo Tribunal Federal
Súmula 642. Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei ou do Distrito Federal derivada
da sua competência legislativa municipal.

INFOGRÁFICO 84: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Características do Julgamento da ADI

Proibição de desistência da

Irrecorribilidade da
a Fazenda Pública ou o MP

Caráter dúplice da decisão


processuais especiais para

Inexistência de assistência
Inexistência de prescrição

Não vinculação do STF à


Inexistência de prazos

ou intervenção de

decisão

causa de pedir
ou decadência

terceiros

ação

Exceção:
embargos
de
declaração;
Exceção: agravo do
indeferi- Vinculação
amicus ao pedido
mento da
curiae inicial

Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999


Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamen- parágrafo anterior, a manifestação de outros ór-
tada e a manifestamente improcedente serão li- gãos ou entidades.
minarmente indeferidas pelo relator. Parágrafo Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, jul-
único. Cabe agravo da decisão que indeferir a pe- gar-se-á improcedente a ação direta ou proce-
tição inicial. dente eventual ação declaratória; e, proclamada
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a
desistência. Parágrafo único. (VETADO) ação direta ou improcedente eventual ação de-
Art. 7º Não se admitirá intervenção de tercei- claratória.
ros no processo de ação direta de inconstitucio- Art. 26. A decisão que declara a constituciona-
nalidade. §1º (VETADO) §2º O relator, conside- lidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato
rando a relevância da matéria e a representativi- normativo em ação direta ou em ação declarató-
dade dos postulantes, poderá, por despacho irre- ria é irrecorrível, ressalvada a interposição de
corrível, admitir, observado o prazo fixado no embargos declaratórios, não podendo, igual-
mente, ser objeto de ação rescisória.
Enunciados da Súmula da Jurisprudência Dominante do Supremo Tribunal Federal
Súmula 360. Não há prazo de decadência para a representação de inconstitucionalidade prevista
no art. 8º, parágrafo único, da CF.
79
Anotações

Estrutura da Petição Inicial da ADI


INFOGRÁFICO 85: ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Fundamentação da
Qualificação das competência do STF,
Endereçamento
Partes legitimidade ativa e
passiva

Indicação da norma
Medida Cautelar Fundamentação impugnada e do
(se for o caso) jurídica dispositivo
constitucional violado

Pedidos e
Valor da Causa Encerramento
Requerimentos

Endereçamento da ADI
INFOGRÁFICO 86: ENDEREÇAMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Inconstitucionalidade perante a Inconstitucionalidade perante a


Constituição Federal Constituição Estadual

• Supremo Tribunal Federal • Tribunal de Justiça do Estado


• CF, art. 102, I, a; • CF, art. 125, §2º;
• CPC, art. 319, I; • CPC, art. 319, I;
• Lei 9.868/99, art. 1º. • Constituição do Estado.

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- observados os princípios estabelecidos nesta
bendo-lhe: I - processar e julgar, originaria- Constituição. [...] §2º Cabe aos Estados a institui-
mente: a) a ação direta de inconstitucionalidade ção de representação de inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo federal ou estadual e a de leis ou atos normativos estaduais ou munici-
ação declaratória de constitucionalidade de lei pais em face da Constituição Estadual, vedada a
ou ato normativo federal; [...]. atribuição da legitimação para agir a um único ór-
gão.
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
80
Anotações
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da
ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.

INFOGRÁFICO 87: ENDEREÇAMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(10 linhas)

INFOGRÁFICO 88: ENDEREÇAMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
(10 linhas)

Legitimidade e Qualificação das Partes na ADI

INFOGRÁFICO 89: LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA ADI

Legitimidade

Ativa Passiva

Legitimados Legitimados Órgão/Autoridade


de que emanou a
Universais Especiais norma impugnada

Presidente da Mesa do Senado Mesa de


Governador do
República Federal Assembleia ou
Câmara Legislativa Estado ou DF

Mesa da Câmara Procurador-Geral


dos Deputados da República Entidade de
Confederação
classe de âmbito
Sindical
nacional
Partido político
Conselho Federal com representação
da OAB no CN Confederação = 3
Federações; Representação
Federação = 5 em 9 Estados
sindicatos

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


Art. 103. Podem propor a ação direta de in- com representação no Congresso Nacional; IX –
constitucionalidade e a ação declaratória de confederação sindical ou entidade de classe de
constitucionalidade: I – o Presidente da Repú- âmbito nacional. §1º O Procurador-Geral da Re-
blica; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa pública deverá ser previamente ouvido nas ações
da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de As- de inconstitucionalidade e em todos os proces-
sembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do sos de competência do Supremo Tribunal Fede-
Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou ral. §2º Declarada a inconstitucionalidade por
do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral da omissão de medida para tornar efetiva norma
República; VII – o Conselho Federal da Ordem constitucional, será dada ciência ao Poder com-
dos Advogados do Brasil; VIII – partido político petente para a adoção das providências
81
Anotações
necessárias e, em se tratando de órgão adminis- normativo, citará, previamente, o Advogado-Ge-
trativo, para fazê-lo em trinta dias. §3º Quando o ral da União, que defenderá o ato ou texto im-
Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitu- pugnado. §4.º (Revogado pela Emenda Constitu-
cionalidade, em tese, de norma legal ou ato cional nº 45, de 2004).
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 2º Podem propor a ação direta de incons- Procurador-Geral da República; VII – o Conselho
titucionalidade: I – o Presidente da República; II Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII
– a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câ- – partido político com representação no Con-
mara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembléia gresso Nacional; IX – confederação sindical ou
Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do entidade de classe de âmbito nacional. Parágrafo
Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou único. (VETADO)
o Governador do Distrito Federal; VI – o
Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452/1943)
Art. 533 - Constituem associações sindicais de Nacional da Indústria, Confederação Nacional do
grau superior as federações e confederações or- Comércio, Confederação Nacional de Transpor-
ganizadas nos termos desta Lei. tes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando Nacional de Transportes Terrestres, Confedera-
em número não inferior a 5 (cinco), desde que ção Nacional de Comunicações e Publicidade,
representem a maioria absoluta de um grupo de Confederação Nacional das Empresas de Crédito
atividades ou profissões idênticas, similares ou e Confederação Nacional de Educação e Cultura.
conexas, organizarem-se em federação. §1º - Se §2º - As confederações formadas por federações
já existir federação no grupo de atividades ou de Sindicatos de empregados terão a denomina-
profissões em que deva ser constituída a nova ção de: Confederação Nacional dos Trabalhado-
entidade, a criação desta não poderá reduzir a res na Indústria, Confederação Nacional dos Tra-
menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que balhadores no Comércio, Confederação Nacional
àquela devam continuar filiados. §2º - As federa- dos Trabalhadores em Transportes Marítimos,
ções serão constituídas por Estados, podendo o Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos
Ministro do Trabalho, Industria e Comercio auto- Trabalhadores em Transportes Terrestres, Con-
rizar a constituição de Federações interestaduais federação Nacional dos Trabalhadores em Comu-
ou nacionais. §3º - É permitido a qualquer fede- nicações e Publicidade, Confederação Nacional
ração, para o fim de lhes coordenar os interesses, dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e
agrupar os Sindicatos de determinado município Confederação Nacional dos Trabalhadores em
ou região a ela filiados; mas a união não terá di- Estabelecimentos de Educação e Cultura. §3º -
reito de representação das atividades ou profis- Denominar-se-á Confederação Nacional das Pro-
sões agrupadas. fissões Liberais a reunião das respectivas federa-
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão ções. §4º - As associações sindicais de grau supe-
com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede rior da Agricultura e Pecuária serão organizadas
na Capital da República. §1º - As confederações na conformidade do que dispuser a lei que regu-
formadas por federações de Sindicatos de em- lar a sindicalização dessas atividades ou profis-
pregadores denominar-se-ão: Confederação sões.
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 319. A petição inicial indicará: [...] II – os sua obtenção. §2º A petição inicial não será inde-
nomes, os prenomes, o estado civil, a existência ferida se, a despeito da falta de informações a
de união estável, a profissão, o número de inscri- que se refere o inciso II, for possível a citação do
ção no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadas- réu. §3º A petição inicial não será indeferida pelo
tro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço ele- não atendimento ao disposto no inciso II deste
trônico, o domicílio e a residência do autor e do artigo se a obtenção de tais informações tornar
réu; [...]. §1º Caso não disponha das informações impossível ou excessivamente oneroso o acesso
previstas no inciso II, poderá o autor, na petição à justiça.
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a
82
Anotações
INFOGRÁFICO 90: QUALIFICAÇÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(10 linhas)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS APROVADOS NA OAB, associação civil sem fins lu-
crativos, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede em..., endereço eletrônico..., por seu
advogado, instrumento de mandato em anexo e escritório na..., vem, perante V. Exa.,
com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Federal, e no art. 2º, IX, da
Lei nº 9.868/1999, propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE,
em face do art. 3º da Lei nº..., promulgada pelo CONGRESSO NACIONAL, e sancionada
pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, pelos fatos e fundamentos a seguir.

INFOGRÁFICO 91: QUALIFICAÇÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE


Autor Qualificação
O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –
OAB, por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado,
instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa.,
com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, VII, da Constituição Federal,
Conselho Federal da e no art. 2º, VII, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA DE INCONS-
Ordem dos Advogados TITUCIONALIDADE, em face do art. 2º da Lei..., promulgada pela CÂ-
do Brasil MARA DOS DEPUTADOS, representada por seu presidente, qualificação
e endereço, do SENADO FEDERAL, representado por seu presidente,
qualificação e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
qualificação e endereço, pelos fatos e fundamentos a seguir delinea-
dos.
O PARTIDO..., inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede em..., por seu
presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instrumento de
mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com funda-
mento no art. 102, I, “a” e 103, VIII, da Constituição Federal, e no art.
Partido político com
2º, VIII, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCI-
representação no Con-
ONALIDADE, em face do art. 2º da Lei..., promulgada pela CÂMARA DOS
gresso Nacional
DEPUTADOS, representada por seu presidente, qualificação e ende-
reço, do SENADO FEDERAL, representado por seu presidente, qualifica-
ção e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, qualifi-
cação e endereço, pelos fatos e fundamentos a seguir delineados.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL..., confederação sindical inscrita no CNPJ
sob o nº..., por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advo-
gado, instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V.
Exa., com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Fe-
deral, e no art. 2º, IX, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE, em face do art. 2º da Lei..., promulgada
pela CÂMARA DOS DEPUTADOS, representada por seu presidente, qua-
lificação e endereço, do SENADO FEDERAL, representado por seu pre-
Confederação sindical
sidente, qualificação e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA RE-
ou entidade de classe
PÚBLICA, qualificação e endereço, pelos fatos e fundamentos a seguir
de âmbito nacional
delineados.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL..., associação inscrita no CNPJ sob o nº..., por
seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instru-
mento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com
fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Federal, e no
art. 2º, IX, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITU-
CIONALIDADE, em face do art. 2º da Lei..., promulgada pela CÂMARA
DOS DEPUTADOS, representada por seu presidente, qualificação e
83
Anotações
endereço, do SENADO FEDERAL, representado por seu presidente, qua-
lificação e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
qualificação e endereço, pelos fatos e fundamentos a seguir delinea-
dos.

Fundamentação da Competência do STF


Explicar, de maneira resumida, a competência do STF para julgar a ADI, fun-
damentando-a no art. 102, I, a da Constituição Federal, e no art. 1º da Lei
9.868/1999.

INFOGRÁFICO 92: FUNDAMENTAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STF


DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGA-
MENTO DA PRESENTE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
A presente ADI tem como objeto a declaração de inconstitucionalidade do art. 2º
da Lei nº..., ante a sua incompatibilidade com o art. 12, §2º, da Constituição Fe-
deral. Dessa maneira, fica configurada a competência do colendo Supremo Tribu-
nal Federal para processar e julgar a presente ADI, nos termos do art. 102, inciso
I, alínea “a” da Constituição Federal.

Fundamentação da legitimidade ativa


Explicar os motivos pelos quais o legitimado está propondo a ADI, fundamen-
tando sua legitimidade no inciso adequado do art. 103 da Constituição Federal, e
no inciso adequado do art. 2º da Lei nº 9.868/1999. Lembrar de indicar se a legiti-
mação é universal ou especial (neste caso, demonstrar a pertinência temática).

INFOGRÁFICO 93: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO UNIVERSAL)


DA LEGITIMIDADE ATIVA
O autor é partido político com representante no Congresso Nacional, parte legí-
tima para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade, na forma do art.
103, VIII, da Constituição Federal, e do art. 2º, VIII, da Lei nº 9.868/1999. Por se
tratar de legitimado universal, não precisa demonstrar a pertinência temática, que
é presumida para qualquer ação direta.

INFOGRÁFICO 94: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO ESPECIAL)


DA LEGITIMIDADE ATIVA
O autor é entidade de classe de âmbito nacional, que representa os aprovados no
Exame da OAB, contando com filiais em ... Estados da Federação. É, portanto,
legítima para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade, na forma do
art. 103, IX, da Constituição Federal, e do art. 2º, IX, da Lei nº 9.868/1999. A
pertinência temática está demonstrada, uma vez que a norma impugnada afeta
diretamente os interesses dos representados pelo autor.
84
Anotações

Fundamentação da legitimidade passiva


Demonstrar qual foi o órgão ou autoridade de que emanou o ato cuja consti-
tucionalidade está sendo questionada.

INFOGRÁFICO 95: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA


DA LEGITIMIDADE PASSIVA
No presente caso, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o presidente da
República figuram no polo passivo da ação, pois foram as autoridades responsá-
veis, respectivamente, pela promulgação e sanção do dispositivo legal ora impug-
nado, na forma do art. 66 da Constituição Federal.

Norma impugnada e dispositivo constitucional violado


Indicar qual é o dispositivo legal ou ato normativo impugnado, explicando
qual é o dispositivo constitucional violado.

INFOGRÁFICO 96: NORMA IMPUGNADA E DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL VIOLADO (1)

Norma
Norma impugnada constitucional
violada

INFOGRÁFICO 97: NORMA IMPUGNADA E DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL VIOLADO (2)


DO DISPOSITIVO NORMATIVO IMPUGNADO E DA NORMA CONSTITUCI-
ONAL VIOLADA
A presente ação visa impugnar o art. 3º da Lei..., por afrontar diretamente o dis-
posto no art. 12, §2º, da Constituição Federal, conforme demonstrar-se-á adi-
ante. Uma vez que se trata de inconstitucionalidade direta e imediata de norma
infraconstitucional da União com norma da Constituição, mostra-se evidente o
cabimento da presente Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Fundamentação Jurídica
Demonstrar as inconstitucionalidades formais (vício formal propriamente dito
ou vício de competência) e materiais da norma impugnada.
85
Anotações
INFOGRÁFICO 98: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
A Lei... dispõe que o bacharel em direito aprovado no exame da OAB deve, como
requisito para obter sua inscrição como advogado, apresentar os documentos de-
finidos na Lei 8.906/1994.
Ocorre que o art. 3º da aludida lei estabelece que o brasileiro naturalizado, além
dos documentos exigidos, deverá pagar uma taxa especial, correspondente a duas
anuidades, para efetuar sua inscrição.
Tal disposição afronta o disposto no art. 12, §2º, da Constituição Federal, que
estabelece que a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e na-
turalizados, além daquelas previstas no próprio texto constitucional.
A Constituição, por sua vez, alude à distinção entre brasileiros natos e naturaliza-
dos apenas no que tange à ocupação de determinados cargos (CF/88, art. 12, §3º),
à possibilidade de extradição (CF/88, art. 5º, LI), à propriedade de empresas jor-
nalísticas e de radiodifusão de sons e imagens (CF/88, art. 222) e à composição
do Conselho da República (CF/88, art. 89, VII).
Ante o exposto, percebe-se que o art. 3º da Lei... viola a proibição contida no art.
12, §2º, da Constituição Federal, caracterizando inconstitucionalidade material
por ação, já que o legislador, ao produzir a norma ora impugnada, fez aquilo que
o constituinte expressamente proibiu.

Medida Cautelar em ADI


Explicar os motivos que sustentam o pedido cautelar na ADI, fundamentando-
o com o art. 102, I, p, da Constituição Federal, e no art. 10 da Lei nº 9.868/1999

INFOGRÁFICO 99: REQUISITOS DA MEDIDA CAUTELAR

Medida Cautelar em ADI

Fumus boni iuris Periculum in mora

Perigo de dano ou risco ao resultado


Probabilidade do direito
útil do processo
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- originariamente: [...] p) o pedido de medida cau-
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- telar das ações diretas de inconstitucionalidade;
bendo-lhe: I - processar e julgar, [...].
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida audiência dos órgãos ou autoridades dos quais
cautelar na ação direta será concedida por deci- emanou a lei ou ato normativo impugnado, que
são da maioria absoluta dos membros do Tribu- deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
nal, observado o disposto no art. 22, após a §1º O relator, julgando indispensável, ouvirá o
86
Anotações
Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral estabelecida no Regimento do Tribunal. §3º Em
da República, no prazo de três dias. §2º No julga- caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá
mento do pedido de medida cautelar, será facul- deferir a medida cautelar sem a audiência dos ór-
tada sustentação oral aos representantes judici- gãos ou das autoridades das quais emanou a lei
ais do requerente e das autoridades ou órgãos ou o ato normativo impugnado.
responsáveis pela expedição do ato, na forma
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 300. A tutela de urgência será concedida dispensada se a parte economicamente hipossu-
quando houver elementos que evidenciem a pro- ficiente não puder oferecê-la. §2º A tutela de ur-
babilidade do direito e o perigo de dano ou o gência pode ser concedida liminarmente ou após
risco ao resultado útil do processo. §1º Para a justificação prévia. §3º A tutela de urgência de
concessão da tutela de urgência, o juiz pode, con- natureza antecipada não será concedida quando
forme o caso, exigir caução real ou fidejussória houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
idônea para ressarcir os danos que a outra parte decisão.
possa vir a sofrer, podendo a caução ser

INFOGRÁFICO 100: PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM ADI


DA MEDIDA CAUTELAR
No caso em tela, estão presentes os requisitos para a concessão da medida cautelar
(tutela de urgência) nesta Ação Direta de Inconstitucionalidade.
O “fumus boni iuris”, caracterizado pela verossimilhança das alegações do autor e
pela probabilidade do direito (CPC, art. 300) está presente, na medida em que o
disposto no art. 3º da Lei... afronta proibição expressa do texto constitucional,
sendo evidente a sua inconstitucionalidade material.
Além disso, também está presente o “periculum in mora”, uma vez que a espera
por uma decisão definitiva pode causar grande prejuízo para os brasileiros natura-
lizados aprovados no Exame da OAB que não disponham de tão elevada quantia,
e ficarão impossibilitados de exercer a advocacia, em flagrante violação ao princí-
pio constitucional da igualdade, insculpido no art. 5º, caput, da Carta Magna.
Ante o exposto, é urgente a necessidade de concessão da medida cautelar, para
que se suspenda a eficácia do art. 3º da Lei... até a decisão definitiva desta ADI, de
acordo com o disposto no art. 102, I, “p”, da Constituição Federal, e do art. 10 da
Lei nº 9.868/1999, já que presentes os requisitos elencados no art. 300 do CPC
acerca da tutela de urgência.

Pedidos e Requerimentos na ADI


Os pedidos e requerimentos, na ADI, são sempre os mesmos. A única coisa
que você deve observar é se há ou não necessidade de pedido de medida cautelar.
87
Anotações
INFOGRÁFICO 101: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADI (1)

Pedidos e Requerimentos

Intimação do órgão/autoridade responsável Concessão da medida cautelar, para


pela edição da lei para se manifestar suspender a eficácia da norma impugnada

Em 5 dias, sobre a Em 30 dias, sobre o


cautelar (Lei 9.868/99, mérito (art. 6º, Art. 10
art. 10) parágrafo único)

Intimação do AGU, para se manifestar Intimação do PGR, para se manifestar

Em 3 dias, sobre a Em 15 dias, sobre o Em 3 dias, sobre a Em 15 dias, sobre o


cautelar (art. 10, §1º) mérito (art. 8º) cautelar (art. 10, §1º) mérito (art. 8º)

Seja julgado procedente o pedido e declarada


Juntada de documentos (art. 3º)
a inconstitucionalidade da norma impugnada

Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999


Art. 3º A petição indicará: I – o dispositivo da responsáveis pela expedição do ato, na forma es-
lei ou do ato normativo impugnado e os funda- tabelecida no Regimento do Tribunal. §3º Em
mentos jurídicos do pedido em relação a cada caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá
uma das impugnações; II - o pedido, com suas es- deferir a medida cautelar sem a audiência dos ór-
pecificações. Parágrafo único. A petição inicial, gãos ou das autoridades das quais emanou a lei
acompanhada de instrumento de procuração, ou o ato normativo impugnado.
quando subscrita por advogado, será apresen- Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o
tada em duas vias, devendo conter cópias da lei relator, em face da relevância da matéria e de
ou do ato normativo impugnado e dos documen- seu especial significado para a ordem social e a
tos necessários para comprovar a impugnação. segurança jurídica, poderá, após a prestação das
Art. 6º O relator pedirá informações aos ór- informações, no prazo de dez dias, e a manifes-
gãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou tação do Advogado-Geral da União e do Procura-
o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As dor-Geral da República, sucessivamente, no
informações serão prestadas no prazo de trinta prazo de cinco dias, submeter o processo direta-
dias contado do recebimento do pedido. mente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar
Art. 8º Decorrido o prazo das informações, se- definitivamente a ação.
rão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade
da União e o Procurador-Geral da República, que ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato nor-
deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de mativo somente será tomada se presentes na
quinze dias. sessão pelo menos oito Ministros.
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-
cautelar na ação direta será concedida por deci- á a constitucionalidade ou a inconstitucionali-
são da maioria absoluta dos membros do Tribu- dade da disposição ou da norma impugnada se
nal, observado o disposto no art. 22, após a audi- num ou noutro sentido se tiverem manifestado
ência dos órgãos ou autoridades dos quais ema- pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação
nou a lei ou ato normativo impugnado, que de- direta de inconstitucionalidade ou de ação decla-
verão pronunciar-se no prazo de cinco dias. §1º ratória de constitucionalidade. Parágrafo único.
O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advo- Se não for alcançada a maioria necessária à de-
gado-Geral da União e o Procurador-Geral da Re- claração de constitucionalidade ou de inconstitu-
pública, no prazo de três dias. §2º No julgamento cionalidade, estando ausentes Ministros em nú-
do pedido de medida cautelar, será facultada mero que possa influir no julgamento, este será
sustentação oral aos representantes judiciais do suspenso a fim de aguardar-se o compareci-
requerente e das autoridades ou órgãos mento dos Ministros ausentes, até que se atinja
88
Anotações
o número necessário para prolação da decisão
num ou noutro sentido.

INFOGRÁFICO 102: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADI (2)


DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Ante o exposto, requer:
1. A intimação dos Excelentíssimos Senhores presidentes da Câmara dos Depu-
tados e do Senado Federal, e do Excelentíssimo Senhor presidente da Repú-
blica, para que, querendo, manifestem-se sobre o pedido cautelar, no prazo
de cinco dias, na forma do art. 10 da Lei 9.868/99, bem como, querendo,
manifestem-se no prazo de trinta dias, sobre o mérito e pedido principal da
ação, nos termos do art. 6º, parágrafo único, da Lei 9.868/99;
2. A concessão da medida cautelar, para suspender a eficácia do art. 3º da Lei...,
tendo em vista sua inconstitucionalidade e a presença do “fumus boni iuris” e
do “periculum in mora”, com base no art. 10 da Lei 9.868/99;
3. A intimação do Excelentíssimo Senhor Advogado-Geral da União, para que
se manifeste acerca do pedido cautelar, no prazo de três dias, caso o Excelen-
tíssimo Ministro relator entenda indispensável, conforme o art. 10, §1º, da Lei
9.868/99, bem como para que se manifeste acerca do mérito e pedido prin-
cipal da ação, no prazo de quinze dias, nos termos do art. 8º, da Lei 9.868/99;
4. A intimação do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, para
que se manifeste acerca do pedido cautelar, no prazo de três dias, caso o Ex-
celentíssimo Ministro relator entenda indispensável, conforme o art. 10, §1º,
da Lei 9.868/99, bem como para que se manifeste acerca do mérito e pedido
principal da ação, no prazo de quinze dias, nos termos do art. 8º, da Lei
9.868/99;
5. Ao final, seja julgado procedente o pedido e declarada a inconstitucionalidade
do art. 3º da Lei...
6. Requer-se a juntada das cópias, em duas vias, da petição inicial, procuração,
Lei..., e documentos que comprovam a impugnação da norma inconstituci-
onal, segundo o art. 3º, da Lei 9.868/99.

Valor da Causa na ADI


Se o enunciado der subsídios para você calcular o valor da causa, você deve
fazê-lo; caso contrário, deve colocar apenas reticências (...). Não invente um valor,
caso o enunciado não o tenha dado.

INFOGRÁFICO 103: VALOR DA CAUSA NA ADI

Dá à causa o valor de R$...


Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art.292. O valor da causa constará da petição propositura da ação; II - na ação que tiver por ob-
inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de jeto a existência, a validade, o cumprimento, a
cobrança de dívida, a soma monetariamente cor- modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão
rigida do principal, dos juros de mora vencidos e de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
de outras penalidades, se houver, até a data de controvertida; III - na ação de alimentos, a soma
89
Anotações
de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo o valor de umas e outras. §2º O valor das presta-
autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e ções vincendas será igual a uma prestação anual,
de reivindicação, o valor de avaliação da área ou se a obrigação for por tempo indeterminado ou
do bem objeto do pedido; V - na ação indeniza- por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo
tória, inclusive a fundada em dano moral, o valor inferior, será igual à soma das prestações. §3º O
pretendido; VI - na ação em que há cumulação de juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o va-
pedidos, a quantia correspondente à soma dos lor da causa quando verificar que não corres-
valores de todos eles; VII - na ação em que os pe- ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou
didos são alternativos, o de maior valor; VIII - na ao proveito econômico perseguido pelo autor,
ação em que houver pedido subsidiário, o valor caso em que se procederá ao recolhimento das
do pedido principal. §1º Quando se pedirem custas correspondentes.
prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á

Encerramento
INFOGRÁFICO 104: ENCERRAMENTO DA ADI

Pede deferimento.
Local, data
Advogado..., OAB...

Peça Profissional do XIII Exame de Ordem Unificado, 2014.1


O Presidente da República editou o Decreto nº 5555, estabelecendo a obrigatori-
edade, como exigência à obtenção do diploma de graduação em engenharia, de
um elevado aproveitamento nas disciplinas do curso, e, para inscrição nos Conse-
lhos Regionais, a conclusão de uma pós-graduação com carga horária mínima de
480 horas de aula. A medida tem por objetivo conferir maior controle sobre a for-
mação do profissional, num momento de expansão das obras de infraestrutura no
país.
A Confederação Sindical dos Engenheiros, entidade que reúne 18 (dezoito) Fede-
rações de sindicatos em diferentes Estados, cada uma com ao menos 10 (dez) sin-
dicatos, procura os seus serviços para impugnar o Decreto expedido pelo Presi-
dente da República, salientando que o mesmo viola diretamente a Constituição,
sendo certa a urgência na obtenção de um provimento judicial favorável, tendo
em vista a aproximação do final de ano, época em que, tradicionalmente, são for-
mados milhares de bacharéis em todo o território nacional.
1. Considerando a hipótese acima, formule a peça adequada. (Valor: 5,00).

Observação: responda à questão na folha de resposta que se encontra na página


seguinte.
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Anotações

Peça Profissional – Folha de Resposta


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Anotações

Peça do XXVII Exame de Ordem Unificado, 2018.3


O crescimento da exploração de diamantes no território do Estado Alfa ampliou a
circulação de riquezas e fez com que a densidade demográfica aumentasse con-
sideravelmente, juntamente com os riscos ao meio ambiente. Esse estado de coi-
sas mobilizou a população local, o que levou um grupo de Deputados Estaduais a
apresentar proposta de emenda à Constituição Estadual disciplinando, detalha-
damente, a forma de exploração de diamantes no território em questão. A pro-
posta incluía os requisitos formais a serem cumpridos junto às autoridades esta-
duais e os limites quantitativos a serem observados na extração, no armazena-
mento e no transporte de cargas.
Após regular aprovação na Assembleia Legislativa, a Emenda à Constituição Esta-
dual nº 5/2018 foi sancionada pelo Governador do Estado, sendo isso imediata-
mente comunicado às autoridades estaduais competentes para que exigissem o
seu cumprimento.
Preocupada com a situação no Estado Alfa e temendo o risco de desemprego dos
seus associados, isso em razão dos severos requisitos estabelecidos para a explo-
ração de diamantes, a Associação Nacional dos Geólogos, que há décadas luta pe-
los direitos da categoria, contratou os seus serviços como advogado(a) para que
elabore a petição inicial da medida judicial cabível, de modo que o Tribunal Supe-
rior competente reconheça a incompatibilidade do referido ato normativo com a
Constituição da República Federativa do Brasil. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados
para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não
confere pontuação.
Observação: responda à questão na folha de resposta que se encontra na página
seguinte.
Planeje a Peça!

Legitimado Ativo

Legitimado Passivo

Pedido Principal

Peça Cabível

Tutela de urgência?

Fundamento
Constitucional
Fundamento
Infraconstitucional

Competência
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Folha de Resposta
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Anotações

Capítulo 5
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALI-
DADE

Aspectos Teóricos Fundamentais


INFOGRÁFICO 105: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Ação Declaratória de Constitucionalidade

Fundamento Cabimento Competência


para
julgamento
CF/88, art.
Ato
102, I, a;
normativo Federal Constituição
Federal: STF
Lei nº (art. 102, I, a)
9.868/1999 Espécies
listadas no art. Tratados
59 da Internacionais Constituição
RISTF, arts. Estadual ou
CRFB/1988
169 a 178 LODF: TJ
Emenda: se contrariar MP: ADI prejudicada se
cláusula pétrea da rejeitada ou perder a eficácia
Constituição originária (ADI (ADI 1.480); se convertida em
939) lei, aditar a inicial

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- ação declaratória de constitucionalidade de lei
bendo-lhe: I - processar e julgar, originaria- ou ato normativo federal; [...].
mente: a) a ação direta de inconstitucionalidade
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e jul- e da ação declaratória de constitucionalidade pe-
gamento da ação direta de inconstitucionalidade rante o Supremo Tribunal Federal.
102
Anotações

Estrutura da Petição Inicial da ADC


INFOGRÁFICO 106: ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Fundamentação Indicação da
da competência norma impugnada
Qualificação das
Endereçamento do STF, e do dispositivo
Partes constitucional
legitimidade
ativa e passiva violado

Demonstração da
Medida relevante
Pedidos e Fundamentação controvérsia
Cautelar (se for
Requerimentos jurídica judicial sobre a
o caso) aplicação do
dispositivo

Valor da Causa Encerramento

Endereçamento da ADC
INFOGRÁFICO 107: ENDEREÇAMENTO DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Controvérsia em face da Controvérsia em face da


Constituição Federal Constituição Estadual

• Supremo Tribunal Federal • Tribunal de Justiça do Estado


• CF, art. 102, I, a; • CPC, art. 319, I;
• CPC, art. 319, I; • Constituição do Estado.
• Lei 9.868/99, art. 1º. •Não há previsão expressa na CF/88

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- de lei ou ato normativo federal ou estadual e a
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- ação declaratória de constitucionalidade de lei
bendo-lhe: I - processar e julgar, originaria- ou ato normativo federal; [...].
mente: a) a ação direta de inconstitucionalidade
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da
ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.

INFOGRÁFICO 108: ENDEREÇAMENTO DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(10 linhas)
103
Anotações
INFOGRÁFICO 109: ENDEREÇAMENTO DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
(10 linhas)

Legitimidade e Qualificação das Partes na ADC


INFOGRÁFICO 110: LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA ADC

Legitimidade

Ativa Passiva

Legitimados Legitimados Órgão/Autoridade


Universais Especiais de que emanou a
norma impugnada

Presidente da Mesa do Senado Mesa de


Governador do
República Federal Assembleia ou
Estado ou DF
Câmara Legislativa

Mesa da Câmara Procurador-Geral


dos Deputados da República Entidade de
Confederação
classe de âmbito
Sindical
nacional
Partido político
Conselho Federal com representação
da OAB no CN Confederação = 3
Federações; Representação
Federação = 5 em 9 Estados
sindicatos

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


Art. 103. Podem propor a ação direta de in- de inconstitucionalidade e em todos os proces-
constitucionalidade e a ação declaratória de sos de competência do Supremo Tribunal Fede-
constitucionalidade: I – o Presidente da Repú- ral. §2º Declarada a inconstitucionalidade por
blica; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa omissão de medida para tornar efetiva norma
da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de As- constitucional, será dada ciência ao Poder com-
sembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do petente para a adoção das providências necessá-
Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou rias e, em se tratando de órgão administrativo,
do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral da para fazê-lo em trinta dias. §3º Quando o Su-
República; VII – o Conselho Federal da Ordem premo Tribunal Federal apreciar a inconstitucio-
dos Advogados do Brasil; VIII – partido político nalidade, em tese, de norma legal ou ato norma-
com representação no Congresso Nacional; IX – tivo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
confederação sindical ou entidade de classe de União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
âmbito nacional. §1º O Procurador-Geral da Re- §4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº
pública deverá ser previamente ouvido nas ações 45, de 2004).
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 13. Podem propor a ação declaratória de Câmara dos Deputados; III – a Mesa do Senado
constitucionalidade de lei ou ato normativo fede- Federal; IV – o Procurador-Geral da República.
ral: I – o Presidente da República; II – a Mesa da
104
Anotações
Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452/1943)
Art. 533 - Constituem associações sindicais de Nacional da Indústria, Confederação Nacional do
grau superior as federações e confederações or- Comércio, Confederação Nacional de Transpor-
ganizadas nos termos desta Lei. tes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando Nacional de Transportes Terrestres, Confedera-
em número não inferior a 5 (cinco), desde que ção Nacional de Comunicações e Publicidade,
representem a maioria absoluta de um grupo de Confederação Nacional das Empresas de Crédito
atividades ou profissões idênticas, similares ou e Confederação Nacional de Educação e Cultura.
conexas, organizarem-se em federação. §1º - Se §2º - As confederações formadas por federações
já existir federação no grupo de atividades ou de Sindicatos de empregados terão a denomina-
profissões em que deva ser constituída a nova ção de: Confederação Nacional dos Trabalhado-
entidade, a criação desta não poderá reduzir a res na Indústria, Confederação Nacional dos Tra-
menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que balhadores no Comércio, Confederação Nacional
àquela devam continuar filiados. §2º - As federa- dos Trabalhadores em Transportes Marítimos,
ções serão constituídas por Estados, podendo o Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos
Ministro do Trabalho, Industria e Comercio auto- Trabalhadores em Transportes Terrestres, Con-
rizar a constituição de Federações interestaduais federação Nacional dos Trabalhadores em Comu-
ou nacionais. §3º - É permitido a qualquer fede- nicações e Publicidade, Confederação Nacional
ração, para o fim de lhes coordenar os interesses, dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e
agrupar os Sindicatos de determinado município Confederação Nacional dos Trabalhadores em
ou região a ela filiados; mas a união não terá di- Estabelecimentos de Educação e Cultura. §3º -
reito de representação das atividades ou profis- Denominar-se-á Confederação Nacional das Pro-
sões agrupadas. fissões Liberais a reunião das respectivas federa-
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão ções. §4º - As associações sindicais de grau supe-
com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede rior da Agricultura e Pecuária serão organizadas
na Capital da República. §1º - As confederações na conformidade do que dispuser a lei que regu-
formadas por federações de Sindicatos de em- lar a sindicalização dessas atividades ou profis-
pregadores denominar-se-ão: Confederação sões.

INFOGRÁFICO 111: QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (1)

EXMO. SR. DR. MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPREMO TRIBUNAL


FEDERAL
(10 linhas)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS APROVADOS NA OAB, associação civil sem
fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede em..., endereço eletrônico...,
por seu advogado, instrumento de mandato em anexo e escritório na..., vem, pe-
rante V. Exa., com fundamento no art. 102, I, a e 103, IX, da Constituição Federal,
e nos arts. 13 a 28 da Lei 9.868/1999, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA
DE CONSTITUCIONALIDADE, em defesa do art. 3º da Lei nº..., promulgada pelo
CONGRESSO NACIONAL, e sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, pe-
los fatos e fundamentos a seguir.

INFOGRÁFICO 112: QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (2)


Autor Qualificação
O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –
OAB, por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado,
instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa.,
Conselho Federal da
com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, VII, da Constituição Federal,
Ordem dos Advogados
e nos arts. 13 a 28 da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DECLARATÓRIA
do Brasil
DE CONSTITUCIONALIDADE, em defesa do art. 2º da Lei..., promulgada
pela CÂMARA DOS DEPUTADOS, representada por seu presidente, qua-
lificação e endereço, do SENADO FEDERAL, representado por seu
105
Anotações
presidente, qualificação e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, qualificação e endereço, pelos fatos e fundamentos a se-
guir delineados.
O PARTIDO..., inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede em..., por seu
presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instrumento de
mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com funda-
mento no art. 102, I, “a” e 103, VIII, da Constituição Federal, e nos arts.
Partido político com 13 a 28 da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONS-
representação no Con- TITUCIONALIDADE, em defesa do art. 2º da Lei..., promulgada pela CÂ-
gresso Nacional MARA DOS DEPUTADOS, representada por seu presidente, qualificação
e endereço, do SENADO FEDERAL, representado por seu presidente,
qualificação e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
qualificação e endereço, pelos fatos e fundamentos a seguir delinea-
dos.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL..., confederação sindical inscrita no CNPJ
sob o nº..., por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advo-
gado, instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V.
Exa., com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Fe-
deral, e nos arts. 13 a 28 da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DECLARA-
TÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, em defesa do art. 2º da Lei..., pro-
mulgada pela CÂMARA DOS DEPUTADOS, representada por seu presi-
dente, qualificação e endereço, do SENADO FEDERAL, representado
por seu presidente, qualificação e endereço, e sancionada pelo PRESI-
DENTE DA REPÚBLICA, qualificação e endereço, pelos fatos e funda-
Confederação sindical
mentos a seguir delineados.
ou entidade de classe
ASSOCIAÇÃO NACIONAL..., associação inscrita no CNPJ sob o nº..., por
de âmbito nacional
seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instru-
mento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com
fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Federal, e nos
arts. 13 a 28 da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE, em defesa do art. 2º da Lei..., promulgada
pela CÂMARA DOS DEPUTADOS, representada por seu presidente, qua-
lificação e endereço, do SENADO FEDERAL, representado por seu pre-
sidente, qualificação e endereço, e sancionada pelo PRESIDENTE DA RE-
PÚBLICA, qualificação e endereço, pelos fatos e fundamentos a seguir
delineados.

Fundamentação da Competência do STF


Explicar, de maneira resumida, a competência do STF para julgar a ADC, fun-
damentando-a no art. 102, I, a da Constituição Federal, e no art. 1º da Lei
9.868/1999.

INFOGRÁFICO 113: FUNDAMENTAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STF


DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGA-
MENTO DA PRESENTE AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
A presente ADC tem como objeto a declaração de constitucionalidade do art. 2º
da Lei nº..., ante a sua compatibilidade com o art. 12, §2º, da Constituição Federal.
Dessa maneira, fica configurada a competência do colendo Supremo Tribunal Fe-
deral para processar e julgar a presente ADC, nos termos do art. 102, inciso I, alínea
“a” da Constituição Federal, e do art. 1º da Lei 9.868/1999.
106
Anotações

Fundamentação da legitimidade ativa


Explicar os motivos pelos quais o legitimado está propondo a ADC, fundamen-
tando sua legitimidade no inciso adequado do art. 103 da Constituição Federal, e
no inciso adequado do art. 13 da Lei nº 9.868/1999 (se for o caso). Lembrar de indi-
car se a legitimação é universal ou especial (neste caso, demonstrar a pertinência
temática).

INFOGRÁFICO 114: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO UNIVERSAL)


DA LEGITIMIDADE ATIVA
O autor é partido político com representante no Congresso Nacional, parte legí-
tima para a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade, na forma do
art. 103, VIII, da Constituição Federal. Por se tratar de legitimado universal, não
precisa demonstrar a pertinência temática, que é presumida para qualquer ação
direta.

INFOGRÁFICO 115: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO ESPECIAL)


DA LEGITIMIDADE ATIVA
O autor é entidade de classe de âmbito nacional, que representa os aprovados no
Exame da OAB, contando com filiais em ... Estados da Federação. É, portanto,
legítima para a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade, na forma
do art. 103, IX, da Constituição Federal. A pertinência temática está demonstrada,
uma vez que a norma defendida afeta diretamente os interesses dos representados
pelo autor.

Fundamentação da legitimidade passiva


Demonstrar qual foi o órgão ou autoridade de que emanou o ato cuja consti-
tucionalidade está sendo defendida.

INFOGRÁFICO 116: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA


DA LEGITIMIDADE PASSIVA
No presente caso, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o presidente da
República figuram no polo passivo da ação, pois foram as autoridades responsá-
veis, respectivamente, pela promulgação e sanção do dispositivo legal ora defen-
dido, na forma do art. 66 da Constituição Federal.

Norma controvertida e dispositivo constitucional suposta-


mente violado
Indicar qual é o dispositivo legal ou ato normativo que tem sido objeto de
controvérsia judicial, explicando qual é o dispositivo constitucional supostamente
violado.
107
Anotações
INFOGRÁFICO 117: NORMA CONTROVERTIDA E DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL SUPOSTAMENTE VIOLADO (1)

Norma
Norma controvertida
constitucional

INFOGRÁFICO 118: NORMA CONTROVERTIDA E DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL SUPOSTAMENTE VIOLADO (2)


DO DISPOSITIVO NORMATIVO QUESTIONADO E DA NORMA CONSTITU-
CIONAL SUPOSTAMENTE VIOLADA
A presente ação visa defender o art. 3º da Lei..., em razão de sua conformidade
com o disposto no art. 12, §2º, da Constituição Federal, conforme demonstrar-
se-á adiante. Uma vez que se trata de norma infraconstitucional da União cuja
aplicação tem sido objeto de controvérsia judicial em face de norma da Consti-
tuição, mostra-se evidente o cabimento da presente Ação Declaratória de Cons-
titucionalidade, nos termos dos arts. 1º e 14, III, da Lei 9.868/99, e do art. 102, I,
“a”, da Constituição Federal.

Demonstração da relevante controvérsia judicial sobre a


aplicação do dispositivo
INFOGRÁFICO 119: REQUISITOS ESPECÍFICOS DA PETIÇÃO INICIAL DA ADC

Requisitos Específicos da Petição Inicial (art. 14)

o dispositivo da lei ou Demonstração da


do ato normativo relevante controvérsia
o pedido, com suas
questionado e os judicial sobre a
especificações
fundamentos jurídicos aplicação do
do pedido dispositivo

Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999


Art. 14. A petição inicial indicará: I - o disposi- devendo conter cópias do ato normativo questi-
tivo da lei ou do ato normativo questionado e os onado e dos documentos necessários para com-
fundamentos jurídicos do pedido; II - o pedido, provar a procedência do pedido de declaração de
com suas especificações; III - a existência de con- constitucionalidade.
trovérsia judicial relevante sobre a aplicação da Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamen-
disposição objeto da ação declaratória. Pará- tada e a manifestamente improcedente serão li-
grafo único. A petição inicial, acompanhada de minarmente indeferidas pelo relator. Parágrafo
instrumento de procuração, quando subscrita único. Cabe agravo da decisão que indeferir a pe-
por advogado, será apresentada em duas vias, tição inicial.
108
Anotações
INFOGRÁFICO 120: DEMONSTRAÇÃO DE RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL
DA EXISTÊNCIA DE RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL NA APLICA-
ÇÃO DA NORMA DEFENDIDA
A despeito de sua evidente constitucionalidade, o art. 2º da Lei... vem sendo ob-
jeto de relevante controvérsia judicial em sua aplicação, por supostamente con-
trariar o disposto no art. 12, §2º, da Constituição Federal, conforme o demons-
tram os julgados anexados a esta petição inicial.
Sendo assim, tendo em vista a existência da aludida controvérsia, ora comprovada
na forma do art. 14, III, da Lei 9.868/99, conclui-se pelo cabimento da presente
ADC, com o objetivo de uniformizar a jurisprudência e garantir a segurança jurí-
dica.

Fundamentação Jurídica
Demonstrar a conformidade da norma questionada com a Constituição Fede-
ral.

INFOGRÁFICO 121: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA


DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
A presente ADC encontra respaldo jurídico no art. 102, I, “a”, da Constituição
Federal, e nos arts. 13 a 28 da Lei 9.868/99.
O presente caso apresenta uma aparente divergência entre o disposto no art. 3º da
Lei..., que estabelece uma taxa para inscrição do brasileiro naturalizado nos qua-
dros da OAB, e o disposto no art. 12, §2º, da Constituição Federal, que proíbe a
distinção entre brasileiros natos e naturalizados, fora das hipóteses previstas na
Carta Magna.
Ocorre que, em verdade, não se trata de distinção, mas tão-somente do estabele-
cimento de um critério de igualdade, uma vez que, para verificar o atendimento
do requisito da reputação ilibada para inscrição na OAB, no caso do brasileiro na-
turalizado, são necessárias diligências junto às autoridades do país originário do
candidato, o que torna o processo mais custoso.
Assim, a cobrança de tal valor tem como finalidade não onerar os demais candi-
datos, cujos processos terão custo naturalmente menor para a OAB.
Diante da aparente incompatibilidade, há juízos que, entendendo tratar-se de cri-
tério discriminatório, deixam de aplicar tal dispositivo legal, alegando sua incons-
titucionalidade; outros, por sua vez, entendem não haver inconstitucionalidade,
e aplicam normalmente a Lei.
Assim, com a finalidade de restaurar a segurança jurídica, a presente ADC foi pro-
posta, para que se declare a constitucionalidade da norma questionada.
109
Anotações

Medida Cautelar em ADC


Explicar os motivos que sustentam o pedido cautelar na ADC, fundamen-
tando-o com o art. 21 da Lei nº 9.868/1999.

INFOGRÁFICO 122: MEDIDA CAUTELAR EM ADC

Medida Cautelar em ADC

Requisitos Efeitos

Fumus boni iuris Periculum in mora Suspensão do


julgamento dos
processos até
julgamento definitivo
Perigo de dano ou da ADC
Probabilidade do
risco ao resultado útil
direito
do processo
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por deci- Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o
são da maioria absoluta de seus membros, po- Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção
derá deferir pedido de medida cautelar na ação especial do Diário Oficial da União a parte dispo-
declaratória de constitucionalidade, consistente sitiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo
na determinação de que os juízes e os Tribunais o Tribunal proceder ao julgamento da ação no
suspendam o julgamento dos processos que en- prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda
volvam a aplicação da lei ou do ato normativo ob- de sua eficácia.
jeto da ação até seu julgamento definitivo.
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 300. A tutela de urgência será concedida dispensada se a parte economicamente hipossu-
quando houver elementos que evidenciem a pro- ficiente não puder oferecê-la. §2º A tutela de ur-
babilidade do direito e o perigo de dano ou o gência pode ser concedida liminarmente ou após
risco ao resultado útil do processo. §1º Para a justificação prévia. §3º A tutela de urgência de
concessão da tutela de urgência, o juiz pode, con- natureza antecipada não será concedida quando
forme o caso, exigir caução real ou fidejussória houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
idônea para ressarcir os danos que a outra parte decisão.
possa vir a sofrer, podendo a caução ser

INFOGRÁFICO 123: PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM ADC

DA MEDIDA CAUTELAR

No caso em tela, estão presentes os requisitos para a concessão da medida cautelar


(tutela de urgência) nesta Ação Declaratória de Constitucionalidade.

O “fumus boni iuris”, caracterizado pela verossimilhança das alegações do autor e


pela probabilidade do direito (CPC, art. 300) está presente, na medida em que o
disposto no art. 3º da Lei... está em plena conformidade com texto constitucional,
sendo evidente sua constitucionalidade.
110
Anotações

Além disso, também está presente o “periculum in mora”, uma vez que a espera
por uma decisão definitiva pode causar grande prejuízo para os brasileiros natura-
lizados aprovados no Exame da OAB, ante o grande risco de decisões contraditó-
rias, que minem a segurança jurídica e tornem incerta sua inscrição nos quadros
da Ordem.

Ante o exposto, é urgente a necessidade de concessão da medida cautelar, de


acordo com o disposto no art. 21 da Lei nº 9.868/1999, já que presentes os requi-
sitos elencados no art. 300 do CPC acerca da tutela de urgência.

Pedidos e Requerimentos na ADC


Os pedidos e requerimentos, na ADC, são sempre os mesmos. A única coisa
que você deve observar é se há ou não necessidade de pedido de medida cautelar.

INFOGRÁFICO 124: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADC (1)

Pedidos e Requerimentos

Intimação do órgão/autoridade responsável Concessão da medida cautelar, para


pela edição da lei para se manifestar suspender os processos até decisão final

Em 5 dias, sobre a Em 30 dias, sobre o


cautelar (analogia ao mérito (analogia ao art. Art. 21
art. 10) 6º, parágrafo único)

Intimação do AGU, para se manifestar Intimação do PGR, para se manifestar

Em 3 dias, sobre a Em 15 dias, sobre o Em 3 dias, sobre a


cautelar (analogia ao mérito (analogia ao art. cautelar (analogia ao art.
Em 15 dias, sobre o
art. 10, §1º) 8º) 10, §1º) mérito (art. 19)

Seja julgado procedente o pedido e declarada Juntada de documentos (art. 14, parágrafo
a constitucionalidade da norma questionada único)

Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999


Art. 14. A petição inicial indicará: I - o disposi- único. Cabe agravo da decisão que indeferir a pe-
tivo da lei ou do ato normativo questionado e os tição inicial.
fundamentos jurídicos do pedido; II - o pedido, Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se
com suas especificações; III - a existência de con- admitirá desistência.
trovérsia judicial relevante sobre a aplicação da Art. 17. (VETADO)
disposição objeto da ação declaratória. Pará- Art. 18. Não se admitirá intervenção de tercei-
grafo único. A petição inicial, acompanhada de ros no processo de ação declaratória de constitu-
instrumento de procuração, quando subscrita cionalidade. §1º (VETADO) §2º (VETADO)
por advogado, será apresentada em duas vias, Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior,
devendo conter cópias do ato normativo questi- será aberta vista ao Procurador-Geral da Repú-
onado e dos documentos necessários para com- blica, que deverá pronunciar-se no prazo de
provar a procedência do pedido de declaração de quinze dias.
constitucionalidade. Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamen- relator lançará o relatório, com cópia a todos os
tada e a manifestamente improcedente serão li- Ministros, e pedirá dia para julgamento. §1º Em
minarmente indeferidas pelo relator. Parágrafo caso de necessidade de esclarecimento de
111
Anotações
matéria ou circunstância de fato ou de notória in- especial do Diário Oficial da União a parte dispo-
suficiência das informações existentes nos autos, sitiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo
poderá o relator requisitar informações adicio- o Tribunal proceder ao julgamento da ação no
nais, designar perito ou comissão de peritos para prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda
que emita parecer sobre a questão ou fixar data de sua eficácia.
para, em audiência pública, ouvir depoimentos Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade
de pessoas com experiência e autoridade na ma- ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato nor-
téria. §2º O relator poderá solicitar, ainda, infor- mativo somente será tomada se presentes na
mações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais sessão pelo menos oito Ministros.
federais e aos Tribunais estaduais acerca da apli- Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-
cação da norma questionada no âmbito de sua á a constitucionalidade ou a inconstitucionali-
jurisdição. §3º As informações, perícias e audiên- dade da disposição ou da norma impugnada se
cias a que se referem os parágrafos anteriores se- num ou noutro sentido se tiverem manifestado
rão realizadas no prazo de trinta dias, contado da pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação
solicitação do relator. direta de inconstitucionalidade ou de ação decla-
Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por deci- ratória de constitucionalidade. Parágrafo único.
são da maioria absoluta de seus membros, po- Se não for alcançada a maioria necessária à de-
derá deferir pedido de medida cautelar na ação claração de constitucionalidade ou de inconstitu-
declaratória de constitucionalidade, consistente cionalidade, estando ausentes Ministros em nú-
na determinação de que os juízes e os Tribunais mero que possa influir no julgamento, este será
suspendam o julgamento dos processos que en- suspenso a fim de aguardar-se o compareci-
volvam a aplicação da lei ou do ato normativo ob- mento dos Ministros ausentes, até que se atinja
jeto da ação até seu julgamento definitivo. Pará- o número necessário para prolação da decisão
grafo único. Concedida a medida cautelar, o Su- num ou noutro sentido.
premo Tribunal Federal fará publicar em seção

INFOGRÁFICO 125: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADC (2)

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

1. A concessão da medida cautelar, para determinação de que os juízes e os Tribu-


nais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou
do ato normativo objeto da presente ação até seu julgamento definitivo por esta
Corte, em vista de sua constitucionalidade e a presença do “fumus boni iuris” e do
“periculum in mora”, com base no art. 21 da Lei 9.868/99;

2. A vista do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, para que se


manifeste acerca do mérito e pedido principal da ação, no prazo de quinze dias,
nos termos do art. 19 da da Lei 9.868/99;

3. Ao final, seja julgado procedente o pedido e declarada a constitucionalidade do


art. 3º da Lei..., tornando sua presunção de constitucionalidade absoluta, nos ter-
mos do art. 28 da Lei 9.868/99.

4. Requer-se a juntada das cópias, em duas vias, da petição inicial, procuração,


Lei..., e documentos que comprovam a controvérsia judicial sobre a aplicação da
norma defendida, segundo o disposto no art. 14, parágrafo único, da Lei 9.868/99.
112
Anotações

Valor da Causa na ADC


Se o enunciado der subsídios para você calcular o valor da causa, você deve
fazê-lo; caso contrário, deve colocar apenas reticências (...). Não invente um valor,
caso o enunciado não o tenha dado.

INFOGRÁFICO 126: VALOR DA CAUSA NA ADC

Dá à causa o valor de R$...


Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art.292. O valor da causa constará da petição valores de todos eles; VII - na ação em que os pe-
inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de didos são alternativos, o de maior valor; VIII - na
cobrança de dívida, a soma monetariamente cor- ação em que houver pedido subsidiário, o valor
rigida do principal, dos juros de mora vencidos e do pedido principal. §1º Quando se pedirem
de outras penalidades, se houver, até a data de prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á
propositura da ação; II - na ação que tiver por ob- o valor de umas e outras. §2º O valor das presta-
jeto a existência, a validade, o cumprimento, a ções vincendas será igual a uma prestação anual,
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão se a obrigação for por tempo indeterminado ou
de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo
controvertida; III - na ação de alimentos, a soma inferior, será igual à soma das prestações. §3º O
de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o va-
autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e lor da causa quando verificar que não corres-
de reivindicação, o valor de avaliação da área ou ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou
do bem objeto do pedido; V - na ação indeniza- ao proveito econômico perseguido pelo autor,
tória, inclusive a fundada em dano moral, o valor caso em que se procederá ao recolhimento das
pretendido; VI - na ação em que há cumulação de custas correspondentes.
pedidos, a quantia correspondente à soma dos

Encerramento
INFOGRÁFICO 127: ENCERRAMENTO DA ADC

Pede deferimento.

Local, data

Advogado..., OAB...
113
Anotações

Capítulo 7
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
POR OMISSÃO (ADO)

Aspectos Teóricos Fundamentais


INFOGRÁFICO 128: ASPECTOS GERAIS DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)

Competência
Fundamento Cabimento para
julgamento
CF/88, art. 102, I, Omissão Inconstitucional
“a”; art. 103, §2º Constituição
Federal: STF
Legislativa Administrativa (art. 102, I, a)
Lei nº
9.868/1999
Omissão Total Omissão Constituição
RISTF, arts. (ou absoluta) Parcial Estadual ou
169 a 178 LODF: TJ
Norma Norma
existente, mas
inexistente insuficiente

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- Art. 103. [...] §2º. Declarada a inconstituciona-
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- lidade por omissão de medida para tornar efetiva
bendo-lhe: I - processar e julgar, originaria- norma constitucional, será dada ciência ao Poder
mente: a) a ação direta de inconstitucionalidade competente para a adoção das providências ne-
de lei ou ato normativo federal ou estadual e a cessárias e, em se tratando de órgão administra-
ação declaratória de constitucionalidade de lei tivo, para fazê-lo em trinta dias. [...]
ou ato normativo federal; [...].

INFOGRÁFICO 129: CARACTERÍSTICAS DO JULGAMENTO DA ADO

Características do Julgamento da ADO

Poder competente omisso Órgão administrativo omisso

Deverá adotar as medidas


Será dada ciência, sem prazo fixado necessárias para suprir a omissão no
pela CF/88 prazo de 30 dias (ou outro prazo
fixado pelo STF)
114
Anotações

Estrutura da Petição Inicial da ADO


INFOGRÁFICO 130: ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL DA ADO

Fundamentação da
Qualificação das competência do STF,
Endereçamento
Partes legitimidade ativa e
passiva

Indicação da norma
pendente de
Medida Cautelar Fundamentação regulamentação e da
(se for o caso) jurídica mora do poder
competente

Pedidos e
Valor da Causa Encerramento
Requerimentos

Endereçamento da ADO
INFOGRÁFICO 131: ENDEREÇAMENTO DA ADO

Omissão perante a Constituição Omissão perante a Constituição


Federal Estadual

• Supremo Tribunal Federal • Tribunal de Justiça do Estado


• CF, art. 102, I, a; • CF, art. 125, §2º;
• CPC, art. 319, I; • CPC, art. 319, I;
• Lei 9.868/99, art. 12-A. • Constituição do Estado.

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- observados os princípios estabelecidos nesta
bendo-lhe: I - processar e julgar, originaria- Constituição. [...] §2º Cabe aos Estados a institui-
mente: a) a ação direta de inconstitucionalidade ção de representação de inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo federal ou estadual e a de leis ou atos normativos estaduais ou munici-
ação declaratória de constitucionalidade de lei pais em face da Constituição Estadual, vedada a
ou ato normativo federal; [...]. atribuição da legitimação para agir a um único ór-
gão.
115
Anotações
INFOGRÁFICO 132: ENDEREÇAMENTO AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(10 linhas)

INFOGRÁFICO 133: ENDEREÇAMENTO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

(10 linhas)

Legitimidade e Qualificação das Partes na ADO


INFOGRÁFICO 134: LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA ADO

Legitimidade (art. 12-A)

Ativa Passiva

Legitimados Legitimados Órgão/Autoridade


Universais Especiais de que emanou a
norma impugnada

Presidente da Mesa do Senado Mesa de


Governador do
República Federal Assembleia ou
Estado ou DF
Câmara Legislativa

Mesa da Câmara Procurador-Geral


dos Deputados da República Entidade de
Confederação
classe de âmbito
Sindical
nacional
Partido político
Conselho Federal com representação
da OAB no CN Confederação = 3
Federações; Representação
Federação = 5 em 9 Estados
sindicatos

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


Art. 103. Podem propor a ação direta de in- de inconstitucionalidade e em todos os proces-
constitucionalidade e a ação declaratória de sos de competência do Supremo Tribunal Fede-
constitucionalidade: I – o Presidente da Repú- ral. §2º Declarada a inconstitucionalidade por
blica; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa omissão de medida para tornar efetiva norma
da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de As- constitucional, será dada ciência ao Poder com-
sembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do petente para a adoção das providências necessá-
Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou rias e, em se tratando de órgão administrativo,
do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral da para fazê-lo em trinta dias. §3º Quando o Su-
República; VII – o Conselho Federal da Ordem premo Tribunal Federal apreciar a inconstitucio-
dos Advogados do Brasil; VIII – partido político nalidade, em tese, de norma legal ou ato norma-
com representação no Congresso Nacional; IX – tivo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
confederação sindical ou entidade de classe de União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
âmbito nacional. §1º O Procurador-Geral da Re- §4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº
pública deverá ser previamente ouvido nas ações 45, de 2004).
116
Anotações

Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999


Art. 2º Podem propor a ação direta de incons- político com representação no Congresso Nacio-
titucionalidade: I – o Presidente da República; II nal; IX – confederação sindical ou entidade de
– a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câ- classe de âmbito nacional. Parágrafo único. (VE-
mara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembléia TADO)
Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Art. 12-A. Podem propor a ação direta de in-
Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou constitucionalidade por omissão os legitimados à
o Governador do Distrito Federal; VI – o Procura- propositura da ação direta de inconstitucionali-
dor-Geral da República; VII – o Conselho Federal dade e da ação declaratória de constitucionali-
da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – partido dade.
Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452/1943)
Art. 533 - Constituem associações sindicais de Nacional da Indústria, Confederação Nacional do
grau superior as federações e confederações or- Comércio, Confederação Nacional de Transpor-
ganizadas nos termos desta Lei. tes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando Nacional de Transportes Terrestres, Confedera-
em número não inferior a 5 (cinco), desde que ção Nacional de Comunicações e Publicidade,
representem a maioria absoluta de um grupo de Confederação Nacional das Empresas de Crédito
atividades ou profissões idênticas, similares ou e Confederação Nacional de Educação e Cultura.
conexas, organizarem-se em federação. §1º - Se §2º - As confederações formadas por federações
já existir federação no grupo de atividades ou de Sindicatos de empregados terão a denomina-
profissões em que deva ser constituída a nova ção de: Confederação Nacional dos Trabalhado-
entidade, a criação desta não poderá reduzir a res na Indústria, Confederação Nacional dos Tra-
menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que balhadores no Comércio, Confederação Nacional
àquela devam continuar filiados. §2º - As federa- dos Trabalhadores em Transportes Marítimos,
ções serão constituídas por Estados, podendo o Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos
Ministro do Trabalho, Industria e Comercio auto- Trabalhadores em Transportes Terrestres, Con-
rizar a constituição de Federações interestaduais federação Nacional dos Trabalhadores em Comu-
ou nacionais. §3º - É permitido a qualquer fede- nicações e Publicidade, Confederação Nacional
ração, para o fim de lhes coordenar os interesses, dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e
agrupar os Sindicatos de determinado município Confederação Nacional dos Trabalhadores em
ou região a ela filiados; mas a união não terá di- Estabelecimentos de Educação e Cultura. §3º -
reito de representação das atividades ou profis- Denominar-se-á Confederação Nacional das Pro-
sões agrupadas. fissões Liberais a reunião das respectivas federa-
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão ções. §4º - As associações sindicais de grau supe-
com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede rior da Agricultura e Pecuária serão organizadas
na Capital da República. §1º - As confederações na conformidade do que dispuser a lei que regu-
formadas por federações de Sindicatos de em- lar a sindicalização dessas atividades ou profis-
pregadores denominar-se-ão: Confederação sões.
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 319. A petição inicial indicará: [...]II – os sua obtenção. §2º A petição inicial não será inde-
nomes, os prenomes, o estado civil, a existência ferida se, a despeito da falta de informações a
de união estável, a profissão, o número de inscri- que se refere o inciso II, for possível a citação do
ção no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadas- réu. §3º A petição inicial não será indeferida pelo
tro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço ele- não atendimento ao disposto no inciso II deste
trônico, o domicílio e a residência do autor e do artigo se a obtenção de tais informações tornar
réu; [...].§1º Caso não disponha das informações impossível ou excessivamente oneroso o acesso
previstas no inciso II, poderá o autor, na petição à justiça.
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a

INFOGRÁFICO 135: QUALIFICAÇÃO NA ADO

EXMO. SR. DR. MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPREMO TRIBUNAL


FEDERAL

(10 linhas)
117
Anotações

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS, associação sem fins


lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede em..., endereço eletrônico...,
por seu advogado, instrumento de mandato em anexo e escritório na..., vem, pe-
rante V. Exa., com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Fe-
deral, e nos arts. 2º e 12-A, da Lei nº 9.868/1999, propor a presente AÇÃO DI-
RETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, em face do CON-
GRESSO NACIONAL, responsável pela mora legislativa que inviabiliza o pleno
exercício da norma constitucional inscrita no art. 37, VII, da Constituição Federal,
norma constitucional de eficácia limitada que, diante da ausência de norma regu-
lamentadora, não vem sendo plenamente eficaz, conforme demonstrar-se-á
nesta Ação.

INFOGRÁFICO 136: QUALIFICAÇÃO NA ADO


Autor Qualificação
O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –
OAB, por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado,
instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa.,
com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, VII, da Constituição Federal,
Conselho Federal da e nos arts. 2º, VII, e 12-A, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA
Ordem dos Advogados DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, em face do CONGRESSO
do Brasil NACIONAL, responsável pela mora legislativa que inviabiliza o exercício
da norma constitucional inscrita no art. 37, VII, da Constituição Federal,
norma constitucional de eficácia limitada que, diante da ausência de
norma regulamentadora, não vem sendo plenamente eficaz, conforme
demonstrar-se-á nesta Ação.
O PARTIDO..., inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede em..., por seu
presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instrumento de
mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com funda-
mento no art. 102, I, “a” e 103, VIII, da Constituição Federal, e nos arts.
Partido político com 2º, VIII, e 12-A, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA DE INCONS-
representação no Con- TITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, em face do CONGRESSO NACIONAL,
gresso Nacional responsável pela mora legislativa que inviabiliza o exercício da norma
constitucional inscrita no art. 37, VII, da Constituição Federal, norma
constitucional de eficácia limitada que, diante da ausência de norma
regulamentadora, não vem sendo plenamente eficaz, conforme de-
monstrar-se-á nesta Ação.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL..., confederação sindical inscrita no CNPJ
sob o nº..., por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advo-
gado, instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V.
Exa., com fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Fe-
deral, nos arts. 2º, IX, e 12-A, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DI-
RETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, em face do CON-
GRESSO NACIONAL, responsável pela mora legislativa que inviabiliza o
exercício da norma constitucional inscrita no art. 37, VII, da Constitui-
Confederação sindical
ção Federal, norma constitucional de eficácia limitada que, diante da
ou entidade de classe
ausência de norma regulamentadora, não vem sendo plenamente efi-
de âmbito nacional
caz, conforme demonstrar-se-á nesta Ação.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL..., associação inscrita no CNPJ sob o nº..., por
seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instru-
mento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com
fundamento no art. 102, I, “a” e 103, IX, da Constituição Federal, nos
arts. 2º, IX, e 12-A, da Lei nº 9.868/1999, propor AÇÃO DIRETA DE IN-
CONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, em face do CONGRESSO NACI-
ONAL, responsável pela mora legislativa que inviabiliza o exercício da
118
Anotações
norma constitucional inscrita no art. 37, VII, da Constituição Federal,
norma constitucional de eficácia limitada que, diante da ausência de
norma regulamentadora, não vem sendo plenamente eficaz, conforme
demonstrar-se-á nesta Ação.

Fundamentação da Competência do STF


Explicar, de maneira resumida, a competência do STF para julgar a ADO, fun-
damentando-a no art. 102, I, “a”, da Constituição Federal, e no art. 1º da Lei
9.868/1999.

INFOGRÁFICO 137: FUNDAMENTAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STF

DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGA-


MENTO DA PRESENTE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR
OMISSÃO

A presente ADO tem como objeto a declaração de inconstitucionalidade por


omissão do Congresso Nacional em regulamentar o direito instituído pelo art.
37, VII, da Constituição Federal, norma de eficácia limitada. Fica, pois, configurada
a competência do colendo Supremo Tribunal Federal para processar e julgar a pre-
sente ADO, nos termos do art. 102, inciso I, alínea “a” da Constituição Federal.

Fundamentação da legitimidade ativa


Explicar os motivos pelos quais o legitimado está propondo a ADO, fundamen-
tando sua legitimidade no inciso adequado do art. 103 da Constituição Federal, e
no art. 12-A, c/c o inciso adequado do art. 2º da Lei nº 9.868/1999. Lembrar de
indicar se a legitimação é universal ou especial (neste caso, demonstrar a pertinên-
cia temática).

INFOGRÁFICO 138: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO UNIVERSAL)

DA LEGITIMIDADE ATIVA

O autor é partido político com representante no Congresso Nacional, parte legí-


tima para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, na
forma do art. 103, VIII, da Constituição Federal, e dos arts. 2º, VIII, e 12-A, da Lei
nº 9.868/1999. Por se tratar de legitimado universal, não precisa demonstrar a
pertinência temática, que é presumida para qualquer ação direta.

INFOGRÁFICO 139: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO ESPECIAL)

DA LEGITIMIDADE ATIVA

O autor é entidade de classe de âmbito nacional, que representa os servidores pú-


blicos de todos os entes, contando com filiais em ... Estados da Federação. É, por-
tanto, parte legítima para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omis-
são, na forma do art. 103, IX, da Constituição Federal, e dos arts. 2º, IX, e 12-A,
119
Anotações

da Lei nº 9.868/1999. A pertinência temática está demonstrada, uma vez que a


norma impugnada afeta diretamente os interesses dos representados pelo autor.

Fundamentação da legitimidade passiva


Demonstrar qual é o órgão ou autoridade que se encontra em mora inconsti-
tucional.

INFOGRÁFICO 140: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA

DA LEGITIMIDADE PASSIVA

No presente caso, o Congresso Nacional é parte legítima para figurar no polo


passivo da ação, uma vez que é de sua competência a regulamentação do direito
de greve dos servidores públicos, o que tem configurado a mora legislativa que
caracteriza a omissão inconstitucional que enseja a presente ação.

Norma constitucional pendente de regulamentação e mora


do órgão ou poder competente
Demonstrar qual é o dispositivo constitucional de eficácia limitada que está
com regulamentação pendente, e indicar qual órgão ou poder tem competência
para editar tal regulamentação, encontrando-se em mora.

INFOGRÁFICO 141: DEMONSTRAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (1)

Norma constitucional de
eficácia limitada

Órgão ou Poder responsável


pela omissão inconstitucional

INFOGRÁFICO 142: DEMONSTRAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (2)

DA NORMA PENDENTE DE REGULAMENTAÇÃO E MORA DO CONGRESSO


NACIONAL

O art. 37, VII, da Constituição Federal estabelece que os servidores públicos têm
direito de greve, vinculando seu exercício aos limites definidos em lei específica, o
que caracteriza seu caráter de norma constitucional de eficácia limitada.

Como o constituinte determinou que a regulamentação se desse por “lei”, tem-


se que a competência regulamentar é do Congresso Nacional.
120
Anotações

Ocorre que, até a presente data, o Congresso Nacional não editou lei para regu-
lamentar o art. 37, VII, da Constituição Federal, o que configura a omissão in-
constitucional.

Fundamentação Jurídica
Demonstrar as inconstitucionalidades formais (vício formal propriamente dito
ou vício de competência) e materiais da norma impugnada.

INFOGRÁFICO 143: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

O art. 37, VII, da Constituição Federal estabelece que os servidores públicos têm
direito de greve, desde que observem os requisitos e limites definidos em “lei”
específica que ainda não foi editada pelo Congresso Nacional.

Por se tratar de norma constitucional de eficácia limitada, que depende de norma


regulamentadora infraconstitucional para produzir efeitos, a inércia legislativa do
Congresso Nacional tem inviabilizado o exercício desse direito pelos servidores
públicos, em evidente inconstitucionalidade por omissão, a ensejar a propositura
da presente ADO.

A fim de evitar a perpetuação da inércia legislativa e a consequente ineficácia das


normas constitucionais, o constituinte investiu o colendo Supremo Tribunal Fe-
deral do poder de, através de controle concentrado, declarar a inconstitucionali-
dade por omissão, notificando as autoridades em mora para que adotem as me-
didas necessárias para sanar a omissão inconstitucional, na forma do art. 103, §2º,
da Constituição Federal, e do art. 12-H, da Lei 9.868/99.

Medida Cautelar em ADO


Explicar os motivos que sustentam o pedido cautelar na ADO, fundamen-
tando-o com o art. 102, I, p, da Constituição Federal, e no art. 12-F da Lei nº
9.868/1999.

INFOGRÁFICO 144: REQUISITOS DA MEDIDA CAUTELAR

Medida Cautelar em ADO

Requisitos Efeitos

Fumus boni iuris Periculum in mora Suspensão de


processos judiciais ou
procedimentos
administrativos ou
Perigo de dano ou risco ao outra providência
Probabilidade do direito
resultado útil do processo
121
Anotações
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- originariamente: [...] p) o pedido de medida cau-
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- telar das ações diretas de inconstitucionalidade;
bendo-lhe: I - processar e julgar, [...].
Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e judiciais ou de procedimentos administrativos,
relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da ou ainda em outra providência a ser fixada pelo
maioria absoluta de seus membros, observado o Tribunal. §2º O relator, julgando indispensável,
disposto no art. 22, poderá conceder medida ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo
cautelar, após a audiência dos órgãos ou autori- de 3 (três) dias. §3º No julgamento do pedido de
dades responsáveis pela omissão inconstitucio- medida cautelar, será facultada sustentação oral
nal, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 aos representantes judiciais do requerente e das
(cinco) dias. §1º A medida cautelar poderá con- autoridades ou órgãos responsáveis pela omis-
sistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato são inconstitucional, na forma estabelecida no
normativo questionado, no caso de omissão par- Regimento do Tribunal.
cial, bem como na suspensão de processos
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 300. A tutela de urgência será concedida dispensada se a parte economicamente hipossu-
quando houver elementos que evidenciem a pro- ficiente não puder oferecê-la. §2º A tutela de ur-
babilidade do direito e o perigo de dano ou o gência pode ser concedida liminarmente ou após
risco ao resultado útil do processo. §1º Para a justificação prévia. §3º A tutela de urgência de
concessão da tutela de urgência, o juiz pode, con- natureza antecipada não será concedida quando
forme o caso, exigir caução real ou fidejussória houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
idônea para ressarcir os danos que a outra parte decisão.
possa vir a sofrer, podendo a caução ser

INFOGRÁFICO 145: PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM ADI

DA MEDIDA CAUTELAR

No presente caso, estão presentes os requisitos para a concessão da medida cau-


telar (tutela de urgência) na presente Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão.

O “fumus boni iuris”, caracterizado pela verossimilhança das alegações do autor e


pela probabilidade do direito (CPC, art. 300) está presente, na medida em que a
falta de norma regulamentadora do direito constitucional de greve do servidor
público compromete o exercício desse mesmo direito por seus titulares.

Além disso, também está presente o “periculum in mora”, uma vez que a espera
pela regulamentação desse direito pelo Congresso Nacional pode levar a decisões
conflitantes, pelo Poder Judiciário, a respeito das greves eventualmente deflagra-
das por categorias de servidores públicos.

Ante o exposto, é urgente a concessão da medida cautelar, de acordo com dis-


posto no art. 102, I, “p”, da Constituição Federal, e do art. 12-F da Lei nº
9.868/1999, já que presentes os requisitos elencados no art. 300 do CPC acerca da
tutela de urgência.

Pedidos e Requerimentos na ADO


Os pedidos e requerimentos, na ADO, são sempre os mesmos. A única coisa
que você deve observar é se há ou não necessidade de pedido de medida cautelar.
122
Anotações
INFOGRÁFICO 146: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADO (1)

Pedidos e Requerimentos

Concessão da medida cautelar, para suspender os


Intimação do órgão/autoridade responsável
processos judiciais ou administrativos ou outra
pela edição da lei para se manifestar providência (art. 12-F, §1º)

Em 5 dias, sobre a Em 30 dias, sobre o


cautelar (Lei mérito (art. 6º, Art. 10
9.868/99, art. 12-F) parágrafo único)

Intimação do AGU, para se manifestar Intimação do PGR, para se manifestar

Em 15 dias, Em 3 dias, sobre Em 15 dias,


sobre o mérito a cautelar (art. sobre o mérito
(art. 12-E, §2º) 12-F, §2º) (art. 12-E, §3º)

Seja julgado procedente o pedido e declarada


a inconstitucionalidade por omissão e Juntada de documentos (art. 12-B)
notificação da autoridade responsável

Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999


Art. 3º A petição indicará: I – o dispositivo da República, no prazo de três dias. §2º No julga-
lei ou do ato normativo impugnado e os funda- mento do pedido de medida cautelar, será facul-
mentos jurídicos do pedido em relação a cada tada sustentação oral aos representantes judici-
uma das impugnações; II - o pedido, com suas es- ais do requerente e das autoridades ou órgãos
pecificações. Parágrafo único. A petição inicial, responsáveis pela expedição do ato, na forma es-
acompanhada de instrumento de procuração, tabelecida no Regimento do Tribunal. §3º Em
quando subscrita por advogado, será apresen- caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá
tada em duas vias, devendo conter cópias da lei deferir a medida cautelar sem a audiência dos ór-
ou do ato normativo impugnado e dos documen- gãos ou das autoridades das quais emanou a lei
tos necessários para comprovar a impugnação. ou o ato normativo impugnado.
Art. 6º O relator pedirá informações aos ór- Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o
gãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou relator, em face da relevância da matéria e de
o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As seu especial significado para a ordem social e a
informações serão prestadas no prazo de trinta segurança jurídica, poderá, após a prestação das
dias contado do recebimento do pedido. informações, no prazo de dez dias, e a manifes-
Art. 8º Decorrido o prazo das informações, se- tação do Advogado-Geral da União e do Procura-
rão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral dor-Geral da República, sucessivamente, no
da União e o Procurador-Geral da República, que prazo de cinco dias, submeter o processo direta-
deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de mente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar
quinze dias. definitivamente a ação.
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação
cautelar na ação direta será concedida por deci- direta de inconstitucionalidade por omissão, no
são da maioria absoluta dos membros do Tribu- que couber, as disposições constantes da Seção I
nal, observado o disposto no art. 22, após a audi- do Capítulo II desta Lei. §1º Os demais titulares
ência dos órgãos ou autoridades dos quais ema- referidos no art. 2º desta Lei poderão manifes-
nou a lei ou ato normativo impugnado, que de- tar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir
verão pronunciar-se no prazo de cinco dias. §1º a juntada de documentos reputados úteis para o
O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advo- exame da matéria, no prazo das informações,
gado-Geral da União e o Procurador-Geral da bem como apresentar memoriais. §2º O relator
123
Anotações
poderá solicitar a manifestação do Advogado- Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade
Geral da União, que deverá ser encaminhada no ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato nor-
prazo de 15 (quinze) dias. §3º O Procurador-Ge- mativo somente será tomada se presentes na
ral da República, nas ações em que não for autor, sessão pelo menos oito Ministros.
terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-
o decurso do prazo para informações. á a constitucionalidade ou a inconstitucionali-
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade dade da disposição ou da norma impugnada se
por omissão, com observância do disposto no num ou noutro sentido se tiverem manifestado
art. 22, será dada ciência ao Poder competente pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação
para a adoção das providências necessárias. §1º direta de inconstitucionalidade ou de ação decla-
Em caso de omissão imputável a órgão adminis- ratória de constitucionalidade. Parágrafo único.
trativo, as providências deverão ser adotadas no Se não for alcançada a maioria necessária à de-
prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a claração de constitucionalidade ou de inconstitu-
ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, cionalidade, estando ausentes Ministros em nú-
tendo em vista as circunstâncias específicas do mero que possa influir no julgamento, este será
caso e o interesse público envolvido. §2º Aplica- suspenso a fim de aguardar-se o compareci-
se à decisão da ação direta de inconstitucionali- mento dos Ministros ausentes, até que se atinja
dade por omissão, no que couber, o disposto no o número necessário para prolação da decisão
Capítulo IV desta Lei. num ou noutro sentido.

INFOGRÁFICO 147: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADO (2)

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

1. A intimação dos Excelentíssimos Senhores presidentes da Câmara dos Deputa-


dos e do Senado Federal, responsáveis pela omissão inconstitucional objeto desta
ação, para que, querendo, manifestem-se sobre o pedido cautelar, no prazo de
cinco dias, na forma do art. 12-F da Lei 9.868/99, bem como, querendo, mani-
festem-se no prazo de trinta dias, sobre o mérito e pedido principal da ação, nos
termos do art. 6º, parágrafo único, da Lei 9.868/99;

2. A concessão da medida cautelar, para suspender os processos judiciais e proce-


dimentos administrativos, ou outras providências a serem fixadas por este Tribu-
nal, ante a presença do “fumus boni iuris” e do “periculum in mora”, com base no
art. 12-F, §1º, da Lei 9.868/99;

3. A intimação do Excelentíssimo Senhor Advogado-Geral da União, para que se


manifeste acerca do pedido cautelar, no prazo de quinze dias, caso o Excelentís-
simo Ministro relator entenda indispensável, conforme o art. 12-E, §2º, da Lei
9.868/99;

4. A intimação do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, para


que se manifeste acerca do pedido cautelar, no prazo de três dias, caso o Excelen-
tíssimo Ministro relator entenda indispensável, conforme o art. 12-F, §2º, da Lei
9.868/99, bem como para que se manifeste acerca do mérito e pedido principal
da ação, no prazo de quinze dias, nos termos do art. 12-E, §3º, da Lei 9.868/99;

5. Ao final, seja julgado procedente o pedido e declarada a inconstitucionalidade


por omissão, notificando-se a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, respon-
sáveis pela regulamentação do art. 37, VII, da Constituição Federal, em prazo
124
Anotações

razoável a ser estipulado por este Tribunal, sob pena de responsabilidade, na forma
do art. 12-H, §1º, da Lei 9.868/99;

6. Requer-se a juntada das cópias, em duas vias, da petição inicial, procuração, e


dos documentos que comprovam a omissão inconstitucional, segundo o art. 12-
B, parágrafo único, da Lei 9.868/99.

Valor da Causa na ADO


Se o enunciado der subsídios para você calcular o valor da causa, você deve
fazê-lo; caso contrário, deve colocar apenas reticências (...). Não invente um valor,
caso o enunciado não o tenha dado.

INFOGRÁFICO 148: VALOR DA CAUSA NA ADO

Dá à causa o valor de R$...


Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art.292. O valor da causa constará da petição valores de todos eles; VII - na ação em que os pe-
inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de didos são alternativos, o de maior valor; VIII - na
cobrança de dívida, a soma monetariamente cor- ação em que houver pedido subsidiário, o valor
rigida do principal, dos juros de mora vencidos e do pedido principal. §1º Quando se pedirem
de outras penalidades, se houver, até a data de prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á
propositura da ação; II - na ação que tiver por ob- o valor de umas e outras. §2º O valor das presta-
jeto a existência, a validade, o cumprimento, a ções vincendas será igual a uma prestação anual,
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão se a obrigação for por tempo indeterminado ou
de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo
controvertida; III - na ação de alimentos, a soma inferior, será igual à soma das prestações. §3º O
de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o va-
autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e lor da causa quando verificar que não corres-
de reivindicação, o valor de avaliação da área ou ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou
do bem objeto do pedido; V - na ação indeniza- ao proveito econômico perseguido pelo autor,
tória, inclusive a fundada em dano moral, o valor caso em que se procederá ao recolhimento das
pretendido; VI - na ação em que há cumulação de custas correspondentes.
pedidos, a quantia correspondente à soma dos

Encerramento
INFOGRÁFICO 149: ENCERRAMENTO DA ADO

Pede deferimento.

Local, data

Advogado...
125
Anotações

Capítulo 8
MANDADO DE INJUNÇÃO

Aspectos Teóricos Fundamentais


INFOGRÁFICO 150: FUNDAMENTO JURÍDICO E CONCEITO DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Mandado de Injunção

Fundamento Conceito

CF/88, art. 5º, LXXI Remédio constitucional voltado para


apontar (e eventualmente suprir)
omissão normativa dos poderes, que
inviabiliza o exercício de direitos
Lei 13.300/2016 (+ Lei do MS e fundamentais.
CPC)
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 5º. [...] LXXI - conceder-se-á mandado de e liberdades constitucionais e das prerrogativas
injunção sempre que a falta de norma regula- inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
mentadora torne inviável o exercício dos direitos dania.
Lei nº 13.300, de 23 de junho de 2016
Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção à cidadania. Parágrafo único. Considera-se par-
sempre que a falta total ou parcial de norma re- cial a regulamentação quando forem insuficien-
gulamentadora torne inviável o exercício dos di- tes as normas editadas pelo órgão legislador
reitos e liberdades constitucionais e das prerro- competente.
gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e

INFOGRÁFICO 151: CABIMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Cabimento do Mandado de Injunção

Requisitos Observações

Inexistência ou insuficiência de Norma


norma reguladora de direito Liminar
previsto em norma constitucional
infraconstitucional

Inviabilidade do direito previsto na É pacífico o Não cabe MI diante da


CRFB (norma de eficácia limitada) entendimento no STF falta de norma
de que não cabe regulamentadora de
liminar em mandado norma
de injunção infraconstitucional
Que o impetrante seja beneficiário
direto do direito
126
Anotações

INFOGRÁFICO 152: FINALIDADE DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Finalidade

Imediata Mediata

Viabilizar direito prejudicado com a Combater a síndrome da


falta ou insuficiência de norma inefetividade do Poder Público em
regulamentadora regulamentar a Constituição

INFOGRÁFICO 153: JULGAMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Julgamento do MI

Sentença Efeitos

Determina prazo Corrente não Corrente


razoável para que concretista concretista
o impetrado edite
a norma
(dispensável, se Ao Judiciário cabe Geral Individual
descumprido em apenas reconhecer
outro MI) a inércia legislativa
O juiz implementa
O juiz legisla erga
o direito apenas
Estabelece omnes (MI 670,
para o reclamante
condições em 708, 712)
(MI 721)
que o direito será
exercido ou
condições em
que o impetrante Intermediária
poderá promover
ação própria para
seu exercício O juiz fixa prazo
para a autoridade
regulamentar a
matéria; caso
contrário,
implementa

Lei nº 13.300, de 23 de junho de 2016


Art. 8º Reconhecido o estado de mora legisla- refere o inciso I do caput quando comprovado
tiva, será deferida a injunção para: I – determinar que o impetrado deixou de atender, em man-
prazo razoável para que o impetrado promova a dado de injunção anterior, ao prazo estabelecido
edição da norma regulamentadora; II – estabele- para a edição da norma.
cer as condições em que se dará o exercício dos Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limi-
direitos, das liberdades ou das prerrogativas re- tada às partes e produzirá efeitos até o advento
clamados ou, se for o caso, as condições em que da norma regulamentadora. §1º Poderá ser con-
poderá o interessado promover ação própria vi- ferida eficácia ultra partes ou erga omnes à deci-
sando a exercê-los, caso não seja suprida a mora são, quando isso for inerente ou indispensável ao
legislativa no prazo determinado. Parágrafo exercício do direito, da liberdade ou da prerroga-
único. Será dispensada a determinação a que se tiva objeto da impetração. §2º Transitada em
127
Anotações
julgado a decisão, seus efeitos poderão ser es- observará, no que couber, o procedimento esta-
tendidos aos casos análogos por decisão mono- belecido nesta Lei.
crática do relator. §3º O indeferimento do pe- Art. 11. A norma regulamentadora superveni-
dido por insuficiência de prova não impede a re- ente produzirá efeitos ex nunc em relação aos
novação da impetração fundada em outros ele- beneficiados por decisão transitada em julgado,
mentos probatórios. salvo se a aplicação da norma editada lhes for
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, mais favorável. Parágrafo único. Estará prejudi-
a decisão poderá ser revista, a pedido de qual- cada a impetração se a norma regulamentadora
quer interessado, quando sobrevierem relevan- for editada antes da decisão, caso em que o pro-
tes modificações das circunstâncias de fato ou de cesso será extinto sem resolução de mérito.
direito. Parágrafo único. A ação de revisão

INFOGRÁFICO 154: ADO VERSUS MI


Ação Direta de Inconstitucio-
Mandado de Injunção (MI)
nalidade por Omissão (ADO)
Qualquer pessoa física ou jurídica prejudicada
Art. 103 da Constituição Fe-
Legitimidade pela falta de regulamentação de um direito ine-
deral
rente à nacionalidade, soberania ou cidadania.
Dependente da autoridade responsável pela re-
Competência STF
gulamentação do direito
Liminar Cabível Incabível

Estrutura da Petição Inicial do Mandado de Injunção

INFOGRÁFICO 155: ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL DO MANDADO DE INJUNÇÃO

Fundamentação da
Qualificação das competência do juízo,
Endereçamento
Partes legitimidade ativa e
passiva

Indicação da norma
pendente de
Pedidos e Fundamentação regulamentação e da
Requerimentos jurídica mora do poder
competente

Requerimento de
Valor da Causa Encerramento
provas
128
Anotações

Endereçamento do Mandado de Injunção


INFOGRÁFICO 156: ENDEREÇAMENTO DO MI
Órgão Ju-
Elaboração da norma regulamentadora da competência Fundamento
diciário
Próprio STF
Presidente da República
Câmara dos Deputados, e sua mesa
STF Senado Federal e sua mesa Art. 102, I, q
Congresso Nacional e sua mesa
TCU
Tribunais Superiores
Órgão, entidade ou autoridade federal (administração direta ou in-
STJ Art. 105, I, h
direta) – exceto Justiça Militar, Eleitoral, do Trabalho e Federal
Justiça Órgão, entidade ou autoridade federal, nos assuntos de sua com-
Diversos
Especial petência
Constituição
TJ Conforme definido na Constituição Estadual
Estadual
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede- Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Jus-
ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca- tiça: I – processar e julgar, originariamente: [...]
bendo-lhe: I – processar e julgar, originaria- h) o mandado de injunção, quando a elaboração
mente: [...] q) o mandado de injunção, quando a da norma regulamentadora for atribuição de ór-
elaboração da norma regulamentadora for atri- gão, entidade ou autoridade federal, da adminis-
buição do Presidente da República, do Congresso tração direta ou indireta, excetuados os casos de
Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado competência do Supremo Tribunal Federal e dos
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legisla- órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
tivas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tri- Art. 121. Lei complementar disporá sobre a or-
bunal Federal; [...] II – julgar, em recurso ordiná- ganização e competência dos tribunais, dos juí-
rio: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, zes de direito e das juntas eleitorais. [...] §4º Das
o habeas data e o mandado de injunção decidi- decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais so-
dos em única instância pelos Tribunais Superio- mente caberá recurso quando: V – denegarem
res, se denegatória a decisão; habeas corpus, mandado de segurança, habeas
data ou mandado de injunção.

INFOGRÁFICO 157: ENDEREÇAMENTO AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(10 linhas)

INFOGRÁFICO 158: ENDEREÇAMENTO AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(10 linhas)
129
Anotações
INFOGRÁFICO 159: ENDEREÇAMENTO À JUSTIÇA ESPECIALIZADA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

(10 linhas)

INFOGRÁFICO 160: ENDEREÇAMENTO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO


1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRI-
2 BUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...
3 (10 linhas)

INFOGRÁFICO 161: ENDEREÇAMENTO A JUIZ FEDERAL


1 AO MERITÍSSIMO JUÍZO FEDERAL DA VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO...
3 (10 linhas)

INFOGRÁFICO 162: ENDEREÇAMENTO A JUIZ ESTADUAL


1 AO MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA...,
2 ESTADO ...
3 (10 linhas)

Legitimidade e Qualificação das Partes no MI


INFOGRÁFICO 163: LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NO MI

Legitimidade

Ativa Passiva

MI Individual MI Coletivo Pessoa Estatal com atribuição para


editar a norma regulamentadora
Qualquer Art. 12 da Lei
Pessoa Física 13.300/16 Lei Federal Lei Estadual
ou Jurídica
interessada
Congresso Presidente Assembleia
Governador
Nacional da República Legislativa
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988
Art. 5º. [...] LXXI - conceder-se-á mandado de e liberdades constitucionais e das prerrogativas
injunção sempre que a falta de norma regula- inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
mentadora torne inviável o exercício dos direitos dania.
Lei nº 13.300, de 23 de junho de 2016
Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe-
sempre que a falta total ou parcial de norma re- rania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-
gulamentadora torne inviável o exercício dos di- se parcial a regulamentação quando forem
reitos e liberdades constitucionais e das
130
Anotações
insuficientes as normas editadas pelo órgão le- organização sindical, entidade de classe ou asso-
gislador competente. ciação legalmente constituída e em funciona-
Art. 3º São legitimados para o mandado de in- mento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar
junção, como impetrantes, as pessoas naturais o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas
ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, em favor da totalidade ou de parte de seus mem-
das liberdades ou das prerrogativas referidos no bros ou associados, na forma de seus estatutos e
art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a desde que pertinentes a suas finalidades, dispen-
autoridade com atribuição para editar a norma sada, para tanto, autorização especial; IV – pela
regulamentadora. Defensoria Pública, quando a tutela requerida
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode for especialmente relevante para a promoção
ser promovido: I – pelo Ministério Público, dos direitos humanos e a defesa dos direitos in-
quando a tutela requerida for especialmente re- dividuais e coletivos dos necessitados, na forma
levante para a defesa da ordem jurídica, do re- do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Fede-
gime democrático ou dos interesses sociais ou in- ral. Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e
dividuais indisponíveis; II – por partido político as prerrogativas protegidos por mandado de in-
com representação no Congresso Nacional, para junção coletivo são os pertencentes, indistinta-
assegurar o exercício de direitos, liberdades e mente, a uma coletividade indeterminada de
prerrogativas de seus integrantes ou relaciona- pessoas ou determinada por grupo, classe ou ca-
dos com a finalidade partidária; III – por tegoria.

INFOGRÁFICO 164: QUALIFICAÇÃO NO MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL


3 NOME, prenome, estado civil ou união estável, profissão, CPF ou CNPJ, endere-
4 ço eletrônico, domicílio e residência, por seu advogado, instrumento de mandato
5 em anexo, escritório na..., vem, perante V. Exa., com fundamento no art. 5º, LXXI,
6 da Constituição Federal, e no art. 3º da Lei 13.300/2016, impetrar MANDADO DE IN-
7 JUNÇÃO, em razão da falta de norma regulamentadora do art. 37, VII, da Consti-
8 tuição, em face do Congresso Nacional, qualificação, pelos fatos e fundamentos
9 jurídicos abaixo:

INFOGRÁFICO 165: QUALIFICAÇÃO NO MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO


3 SINDICATO DOS SERVIDORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL, qualificação, por seu advo-
4 gado, instrumento de mandato em anexo, vem, perante V. Exa., com fundamento
5 no art. 5º, LXXI, da Constituição Federal, e no art. 3º da Lei 13.300/2016, impetrar
6 MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO, em razão da falta de norma regulamentadora
7 do art. 37, VII, da Constituição, em face do Congresso Nacional, qualificação, pelos
8 fatos e fundamentos jurídicos abaixo.

Fundamentação da Competência do Juízo


Explicar, de maneira resumida, a competência do juízo para julgar MI, funda-
mentando-a no dispositivo legal correspondente.
Dica: no momento da prova, se você perceber que a peça cabível é o Man-
dado de Injunção, pesquise essa expressão (“Mandado de Injunção”) no índice re-
missivo de seu Vade-Mecum, que você encontrará todas as hipóteses de compe-
tência.
131
Anotações
INFOGRÁFICO 166: FUNDAMENTAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
13 DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGAMENTO
14 DO PRESENTE MANDADO DE INJUNÇÃO
15 O presente Mandado de Injunção tem como objeto a declaração de mora legislativa do Con-
16 gresso Nacional em regulamentar o direito instituído pelo art. 37, VII, da Constituição Federal,
17 norma de eficácia limitada, que especifica que a regulamentação do direito de greve dos servido-
18 res públicos deverá ser feita por “Lei”, cuja competência é do Congresso Nacional, nos termos do
19 art. 61, caput, da Constituição Federal.
20 Fica, pois, configurada a competência do colendo Supremo Tribunal Federal para processar
21 e julgar o presente Mandado de Injunção, nos termos do art. 102, inciso I, alínea “q” da Consti-
22 tuição da República.

Fundamentação da legitimidade ativa


Explicar os motivos pelos quais o legitimado está propondo o Mandado de
Injunção, fundamentando sua legitimidade no dispositivo adequado da Constitui-
ção Federal (art. 5º, LXXI; arts. 2º e 3º - mandado de injunção individual, ou inciso
adequado ao art. 12, para mandado de injunção coletivo, da Lei nº 13.300/2016).

INFOGRÁFICO 167: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (MI COLETIVO)


23 DA LEGITIMIDADE ATIVA
24 O autor é Sindicato que representa os servidores públicos da saúde, legalmente constituído
25 e em funcionamento há 6 anos. É, portanto, parte legítima para a propositura do presente
26 Mandado de Injunção coletivo, na forma do art. 12, III, da Lei nº 13.300/2016.

INFOGRÁFICO 168: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (MI INDIVIDUAL)


23 DA LEGITIMIDADE ATIVA
24 O autor é servidor público da União, qualidade em que titulariza o direito de greve insti-
25 tuído no art. 37, VII, da Constituição Federal, cujo exercício vem sendo obstado pela mora legis-
26 lativa imputável ao Congresso Nacional. É, portanto, parte legítima para figurar no polo ativo
27 deste Mandado de Injunção, na forma do art. 3º, da Lei nº 13.300/2016.

Fundamentação da legitimidade passiva


Demonstrar qual órgão ou autoridade se encontra em mora legislativa.

INFOGRÁFICO 169: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA


27 DA LEGITIMIDADE PASSIVA
28 No presente caso, o Congresso Nacional é parte legítima para figurar no polo passivo da
29 ação, uma vez que é de sua competência a regulamentação do direito de greve dos servidores
30 públicos, o que tem configurado a mora legislativa que inviabiliza o exercício do direito assegu-
31 rado na Constituição, segundo o disposto no art. 61, caput, da Carta Magna. É, portanto, parte
32 legítima para figurar no polo passivo do presente Mandado de Injunção, conforme o dispõe o
132
Anotações

33 art. 102, I, “q”, da Constituição Federal, e o art. 3º, da Lei nº 13.300/2016.

Norma constitucional pendente de regulamentação e mora


do órgão ou poder competente
Demonstrar qual é o dispositivo constitucional de eficácia limitada que está
com regulamentação pendente, e indicar qual órgão ou poder tem competência
para editar tal regulamentação, encontrando-se em mora.

INFOGRÁFICO 170: DEMONSTRAÇÃO DA MORA LEGISLATIVA (1)

Norma constitucional de
eficácia limitada

Órgão ou Poder responsável


pela mora legislativa

INFOGRÁFICO 171: DEMONSTRAÇÃO DA MORA LEGISLATIVA (2)


34 DA NORMA PENDENTE DE REGULAMENTAÇÃO E MORA DO CONGRESSO
35 NACIONAL
36 O art. 37, VII, da Constituição Federal estabelece que os servidores públicos têm direito de
37 greve, vinculando seu exercício aos limites definidos em lei específica, o que caracteriza seu cará-
38 ter de norma constitucional de eficácia limitada.
39 Como o constituinte determinou que a regulamentação se desse por “lei”, tem-se que a
40 competência regulamentar é do Congresso Nacional, segundo o art. 61 da Constituição Federal.
41 Ocorre que, até a presente data, o Congresso Nacional não editou lei para regulamentar o
42 art. 37, VII, da Constituição Federal, o que configura a omissão ensejadora da impetração do.
43 presente Mandado de Injunção, segundo o art. 5º, LXXI, da Constituição Federal, e o art. 2º, da
44 Lei nº 13.300/2016.

Fundamentação Jurídica
Demonstrar a mora na regulamentação do direito previsto na Constituição, e
o direito do impetrante à regulamentação imediata do direito, enquanto não existir
norma regulamentadora específica.

INFOGRÁFICO 172: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA


45 DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
46 O art. 37, VII, da Constituição Federal estabelece que os servidores públicos têm direito de
47 greve, desde que observem os requisitos e limites definidos em “lei” específica que ainda não foi
133
Anotações

48 editada pelo Congresso Nacional.


49 Por se tratar de norma constitucional de eficácia limitada, que depende de norma regula-
50 mentadora infraconstitucional para produzir efeitos, a inércia legislativa do Congresso Nacional
51 tem inviabilizado o exercício desse direito pelo impetrante, que é servidor público da União des-
52 de..., em evidente inconstitucionalidade por omissão, a ensejar a impetração da presente ação.
53 A fim de evitar a perpetuação da inércia legislativa e a consequente ineficácia das normas
54 constitucionais, o constituinte instituiu o mandado de injunção, como remédio constitucional
55 apto a garantir o exercício dos direitos fundamentais reconhecidos e não regulamentados, me-
56 diante a concessão de prazo razoável ao ente público responsável para suprir a mora legislativa, com
57 a regulamentação provisória do direito, pelo Poder Judiciário, conforme o art. 8º, da Lei nº
58 13.300/2016.

Medida Cautelar versus regulamentação provisória em


Mandado de Injunção
Lembre-se de que a Lei nº13.300/2016 não fala em medida cautelar no man-
dado de injunção, e a jurisprudência do STF não admite o seu cabimento para essa
ação.
Assim, a sentença que concede a injunção deve “determinar prazo razoável
para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora” (art. 8º, I); a
sentença deve ainda estabelecer, para o caso de o impetrado não editar a norma
regulamentadora no prazo dado, “as condições em que se dará o exercício dos di-
reitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condi-
ções em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los,
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado” (art. 8º, II). Fique
atento, pois o inciso I do art. 8º não precisa ser observado (o juiz não precisa dar
prazo para a edição da norma), se isso já houver sido feito em mandado de injunção
anterior, sem que o impetrado o tenha cumprido (art. 8º, parágrafo único).
Você deve, então, identificar as informações a respeito do caso. Se o enunci-
ado disser que o impetrante precisa exercer o direito com urgência, você deve pedir
que o juiz faça essa regulamentação provisória, com fundamento no art. 8º, II, da
Lei nº 13.300/2016.
134
Anotações

Pedidos e Requerimentos no Mandado de Injunção


INFOGRÁFICO 173: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NO MANDADO DE INJUNÇÃO (1)

Pedidos e Requerimentos

Determinação de prazo razoável para que


Declaração da mora legislativa o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora (art. 8º, I)

estabelecer as condições em que se


Notificação da autoridade omissa para
dará o exercício dos direitos (art. 8º, prestar informações em 10 dias (art. 5º, I)
II)

Intimação do MP, para parecer (art.


7º)

Lei nº 13.300, de 23 de junho de 2016


Art. 5º A Recebida a petição inicial, será orde- poderá o interessado promover ação própria vi-
nada: I – a notificação do impetrado sobre o con- sando a exercê-los, caso não seja suprida a mora
teúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada legislativa no prazo determinado. Parágrafo
a segunda via apresentada com as cópias dos do- único. Será dispensada a determinação a que se
cumentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) refere o inciso I do caput quando comprovado
dias, preste informações; II – a ciência do ajuiza- que o impetrado deixou de atender, em man-
mento da ação ao órgão de representação judi- dado de injunção anterior, ao prazo estabelecido
cial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe para a edição da norma.
ser enviada cópia da petição inicial, para que, Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limi-
querendo, ingresse no feito. tada às partes e produzirá efeitos até o advento
Art. 7º Findo o prazo para apresentação das in- da norma regulamentadora. §1º Poderá ser con-
formações, será ouvido o Ministério Público, que ferida eficácia ultra partes ou erga omnes à deci-
opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou são, quando isso for inerente ou indispensável ao
sem parecer, os autos serão conclusos para deci- exercício do direito, da liberdade ou da prerroga-
são. tiva objeto da impetração. §2º Transitada em jul-
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legisla- gado a decisão, seus efeitos poderão ser estendi-
tiva, será deferida a injunção para: I – determinar dos aos casos análogos por decisão monocrática
prazo razoável para que o impetrado promova a do relator. §3º O indeferimento do pedido por in-
edição da norma regulamentadora; II – estabele- suficiência de prova não impede a renovação da
cer as condições em que se dará o exercício dos impetração fundada em outros elementos pro-
direitos, das liberdades ou das prerrogativas re- batórios.
clamados ou, se for o caso, as condições em que

INFOGRÁFICO 174: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NO MANDADO DE INJUNÇÃO (2)


59 DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
60 Ante o exposto, requer:
61 1. Seja concedida a ordem, com declaração da mora legislativa do Congresso Nacional, que
62 vem inviabilizando o exercício do direito de greve do impetrante, conforme definido no art. 37,
63 VII, da Constituição Federal;
64 2. Sejam estabelecidas, por este M.M. Juízo, as condições em que se dará o exercício do di-
65 reito reclamado, ou as condições em que poderá o impetrante promover ação própria visando a
135
Anotações

66 exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado;


67 3. a notificação do Congresso Nacional, autoridade omissa, para prestar informações no
68 prazo de 10 dias, na forma do art. 5º, I, da Lei nº 13.300/2016;
69 4. A intimação do Ministério Público, para apresentar seu parecer, no prazo de 10 dias,
70 conforme o art. 7º da Lei nº 13.300/2016.

Valor da Causa no Mandado de Injunção


Se o enunciado der subsídios para você calcular o valor da causa, você deve
fazê-lo; caso contrário, deve colocar apenas reticências (...). Não invente um valor,
caso o enunciado não o tenha dado.

INFOGRÁFICO 175: VALOR DA CAUSA NO MI


71 Dá à causa o valor de R$...
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art.292. O valor da causa constará da petição valores de todos eles; VII - na ação em que os pe-
inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de didos são alternativos, o de maior valor; VIII - na
cobrança de dívida, a soma monetariamente cor- ação em que houver pedido subsidiário, o valor
rigida do principal, dos juros de mora vencidos e do pedido principal. §1º Quando se pedirem
de outras penalidades, se houver, até a data de prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á
propositura da ação; II - na ação que tiver por ob- o valor de umas e outras. §2º O valor das presta-
jeto a existência, a validade, o cumprimento, a ções vincendas será igual a uma prestação anual,
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão se a obrigação for por tempo indeterminado ou
de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo
controvertida; III - na ação de alimentos, a soma inferior, será igual à soma das prestações. §3º O
de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o va-
autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e lor da causa quando verificar que não corres-
de reivindicação, o valor de avaliação da área ou ponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou
do bem objeto do pedido; V - na ação indeniza- ao proveito econômico perseguido pelo autor,
tória, inclusive a fundada em dano moral, o valor caso em que se procederá ao recolhimento das
pretendido; VI - na ação em que há cumulação de custas correspondentes.
pedidos, a quantia correspondente à soma dos

Encerramento
INFOGRÁFICO 176: ENCERRAMENTO DO MI
72 Pede deferimento.
73 Local, data
74 Advogado...

Peça do Exame de Ordem Unificado, 2008.3


Joana Augusta laborou, durante vinte e seis anos, como enfermeira do quadro do
hospital universitário ligado a determinada universidade federal, mantendo, no
desempenho de suas tarefas, em grande parte de sua carga horária de trabalho,
contato com agentes nocivos causadores de moléstias humanas bem como com
materiais e objetos contaminados.
Em conversa com um colega, Joana obteve a informação de que, em razão das
atividades que ela desempenhava, poderia requerer aposentadoria especial, com
base no §4º do artigo 40 da Constituição Federal de 1988.
136
Anotações
A enfermeira, então, requereu administrativamente sua aposentadoria especial,
invocando como fundamento de seu direito o referido dispositivo constitucional.
No dia 30 de novembro de 2008, Joana recebeu notificação de que seu pedido
havia sido indeferido, tendo a Administração Pública justificado o indeferimento
com base na ausência de lei que regulamente a contagem diferenciada do tempo
de serviço dos servidores públicos para fins de aposentadoria especial, ou seja,
sem uma lei que estabeleça os critérios para a contagem do tempo de serviço em
atividades que possam ser prejudiciais à saúde dos servidores públicos, a aposen-
tadoria especial não poderia ser concedida. Nessa linha de entendimento, Joana
deveria continuar tem atividade até que completasse o tempo necessário para a
aposentadoria por tempo de serviço.
Inconformada, Joana procurou escritório de advocacia, objetivando ingressar
com ação para obter sua aposentadoria especial.
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por
Joana, redija a petição inicial da ação cabível para a defesa dos interesses de sua
cliente, atentando, necessariamente, para os seguintes aspectos:
a) Competência do órgão julgador;
b) Legitimidade ativa e passiva;
c) Argumentos de mérito;
d) Requisitos formais da peça judicial proposta.
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do disposi-
tivo legal não confere pontuação.
Observação: responda à questão na folha de resposta que se encontra no final
deste capítulo.
Planeje a Peça!

Legitimado Ativo

Legitimado Passivo

Pedido Principal

Peça Cabível

Tutela de urgência?

Fundamento
Constitucional
Fundamento
Infraconstitucional

Competência
137
Anotações

Folha de Resposta
1

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30
138
Anotações

31

32

33

34

35

36

37

38

39

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Anotações

Capítulo 10
ARGUIÇÃO DE DESCUMPIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL (ADPF)

Aspectos Teóricos Fundamentais


INFOGRÁFICO 177: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL

Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental

Competência
Fundamento
Cabimento para
(Art. 1º) julgamento

CF/88, art. Ato normativo Constituição


Preceito Não cabimento
ou não
102, §1º Fundamental Federal: STF
normativo
(art. 102,
Súmula §1º)
Lei nº Federal, Vinculante
9.882/1999 Art. 34, VII (ADPF 80-
Estadual ou
AgR; ADPF Lei
Municipal
147-AgR) 9.882/1999,
art. 1º,
Art. 60, §4º caput
Anterior ou Decisões
posterior à judiciais
CF/88 (ADPF 145)

Lei que não esteja mais em


vigor (ADPF 49)

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


Art. 60. A Constituição poderá ser emendada
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem
mediante proposta: [...] §4º Não será objeto de
no Distrito Federal, exceto para: [...] VII – assegu-
deliberação a proposta de emenda tendente a
rar a observância dos seguintes princípios consti-
abolir: I – a forma federativa de Estado; II – o
tucionais: a) forma republicana, sistema repre-
voto direto, secreto, universal e periódico; III – a
sentativo e regime democrático; b) direitos da
separação dos Poderes; IV – os direitos e garan-
pessoa humana; c) autonomia municipal; d) pres-
tias individuais.
tação de contas da administração pública, direta
e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da re- Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede-
ceita resultante de impostos estaduais, compre- ral, precipuamente, a guarda da Constituição, ca-
endida a proveniente de transferências, na ma- bendo-lhe: [...] §1.º A argüição de descumpri-
nutenção e desenvolvimento do ensino e nas mento de preceito fundamental, decorrente
ações e serviços públicos de saúde. desta Constituição, será apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal, na forma da lei.

Lei nº 9.882, de 3 de dezembro de 1999


Art. 1º A argüição prevista no §1º do art. 102 descumprimento de preceito fundamental: I –
da Constituição Federal será proposta perante o quando for relevante o fundamento da contro-
Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evi- vérsia constitucional sobre lei ou ato normativo
tar ou reparar lesão a preceito fundamental, re- federal, estadual ou municipal, incluídos os ante-
sultante de ato do Poder Público. Parágrafo riores à Constituição; II – (VETADO).
único. Caberá também argüição de
Ação Direta de Inconstitucionalidade 143
Anotações

Estrutura da Petição Inicial da ADPF


INFOGRÁFICO 178: ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL DA ADPF

Fundamentação Indicação da
da competência norma
Endereçamento
Qualificação do STF, impugnada e do
das Partes legitimidade preceito
ativa e passiva fundamental
(se for o caso) violado

Inexistência
Medida
Pedidos e Fundamentação de outro meio
Requerimentos
Cautelar (se jurídica eficaz para
for o caso)
sanar a lesão

Valor da Causa Encerramento

Lei nº 9.882, de 3 de dezembro de 1999


Art. 3º A petição inicial deverá conter: I – a in- cópias do ato questionado e dos documentos ne-
dicação do preceito fundamental que se consi- cessários para comprovar a impugnação.
dera violado; II – a indicação do ato questionado; Art. 4º A petição inicial será indeferida liminar-
III - a prova da violação do preceito fundamental; mente, pelo relator, quando não for o caso de ar-
IV – o pedido, com suas especificações; V – se for güição de descumprimento de preceito funda-
o caso, a comprovação da existência de contro- mental, faltar algum dos requisitos prescritos
vérsia judicial relevante sobre a aplicação do pre- nesta Lei ou for inepta. §1º Não será admitida ar-
ceito fundamental que se considera violado. Pa- güição de descumprimento de preceito funda-
rágrafo único. A petição inicial, acompanhada de mental quando houver qualquer outro meio efi-
instrumento de mandato, se for o caso, será caz de sanar a lesividade. §2º Da decisão de inde-
apresentada em duas vias, devendo conter ferimento da petição inicial caberá agravo, no
prazo de cinco dias.
144
Anotações

Endereçamento da ADPF
INFOGRÁFICO 179: ENDEREÇAMENTO DA ADPF

Inconstitucionalidade perante a Inconstitucionalidade perante a


Constituição Federal Constituição Estadual

• Supremo Tribunal Federal • Tribunal de Justiça do Estado


• CF, art. 102, §1º; • CF, art. 125, §2º;
• CPC, art. 319, I; • CPC, art. 319, I;
• Lei 9.882/99, art. 1º. • Constituição do Estado.

INFOGRÁFICO 180: ENDEREÇAMENTO AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(10 linhas)

INFOGRÁFICO 181: ENDEREÇAMENTO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...

(10 linhas)
145
Anotações

Legitimidade e Qualificação das Partes na ADPF


INFOGRÁFICO 182: LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA ADPF

Legitimidade

Ativa Passiva

Órgão/Autoridade
Legitimados Legitimados responsável pela
Universais Especiais violação ao preceito
fundamental

Presidente da Mesa do Senado Mesa de


Governador do
República Federal Assembleia ou
Estado ou DF
Câmara Legislativa

Mesa da Câmara Procurador-Geral


dos Deputados da República Entidade de
Confederação
classe de âmbito
Sindical
nacional
Partido político
Conselho Federal com representação
da OAB no CN Confederação = 3
Federações; Representação
Federação = 5 em 9 Estados
sindicatos

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


Art. 103. Podem propor a ação direta de in- de inconstitucionalidade e em todos os proces-
constitucionalidade e a ação declaratória de sos de competência do Supremo Tribunal Fede-
constitucionalidade: I – o Presidente da Repú- ral. §2º Declarada a inconstitucionalidade por
blica; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa omissão de medida para tornar efetiva norma
da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de As- constitucional, será dada ciência ao Poder com-
sembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do petente para a adoção das providências necessá-
Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou rias e, em se tratando de órgão administrativo,
do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral da para fazê-lo em trinta dias. §3º Quando o Su-
República; VII – o Conselho Federal da Ordem premo Tribunal Federal apreciar a inconstitucio-
dos Advogados do Brasil; VIII – partido político nalidade, em tese, de norma legal ou ato norma-
com representação no Congresso Nacional; IX – tivo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
confederação sindical ou entidade de classe de União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
âmbito nacional. §1º O Procurador-Geral da Re-
pública deverá ser previamente ouvido nas ações
Lei nº 9.882, de 5 de dezembro de 1999
Art. 2º Podem propor argüição de descumpri- descumprimento de preceito fundamental ao
mento de preceito fundamental: I – os legitima- Procurador-Geral da República, que, exami-
dos para a ação direta de inconstitucionalidade; nando os fundamentos jurídicos do pedido, deci-
II – (VETADO) §1º Na hipótese do inciso II, fa- dirá do cabimento do seu ingresso em juízo. §2º
culta-se ao interessado, mediante representa- (VETADO).
ção, solicitar a propositura de argüição de
Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº 5.452/1943)
Art. 533 - Constituem associações sindicais de atividades ou profissões idênticas, similares ou
grau superior as federações e confederações or- conexas, organizarem-se em federação. §1º - Se
ganizadas nos termos desta Lei. já existir federação no grupo de atividades ou
Art. 534 - É facultado aos Sindicatos, quando profissões em que deva ser constituída a nova
em número não inferior a 5 (cinco), desde que entidade, a criação desta não poderá reduzir a
representem a maioria absoluta de um grupo de menos de 5 (cinco) o número de Sindicatos que
146
Anotações
àquela devam continuar filiados. §2º - As federa- e Confederação Nacional de Educação e Cultura.
ções serão constituídas por Estados, podendo o §2º - As confederações formadas por federações
Ministro do Trabalho, Industria e Comercio auto- de Sindicatos de empregados terão a denomina-
rizar a constituição de Federações interestaduais ção de: Confederação Nacional dos Trabalhado-
ou nacionais. §3º - É permitido a qualquer fede- res na Indústria, Confederação Nacional dos Tra-
ração, para o fim de lhes coordenar os interesses, balhadores no Comércio, Confederação Nacional
agrupar os Sindicatos de determinado município dos Trabalhadores em Transportes Marítimos,
ou região a ela filiados; mas a união não terá di- Fluviais e Aéreos, Confederação Nacional dos
reito de representação das atividades ou profis- Trabalhadores em Transportes Terrestres, Con-
sões agrupadas. federação Nacional dos Trabalhadores em Comu-
Art. 535 - As Confederações organizar-se-ão nicações e Publicidade, Confederação Nacional
com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito e
na Capital da República. §1º - As confederações Confederação Nacional dos Trabalhadores em
formadas por federações de Sindicatos de em- Estabelecimentos de Educação e Cultura. §3º -
pregadores denominar-se-ão: Confederação Na- Denominar-se-á Confederação Nacional das Pro-
cional da Indústria, Confederação Nacional do fissões Liberais a reunião das respectivas federa-
Comércio, Confederação Nacional de Transpor- ções. §4º - As associações sindicais de grau supe-
tes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação rior da Agricultura e Pecuária serão organizadas
Nacional de Transportes Terrestres, Confedera- na conformidade do que dispuser a lei que regu-
ção Nacional de Comunicações e Publicidade, lar a sindicalização dessas atividades ou profis-
Confederação Nacional das Empresas de Crédito sões.
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 319. A petição inicial indicará: [...] II – os sua obtenção. §2º A petição inicial não será inde-
nomes, os prenomes, o estado civil, a existência ferida se, a despeito da falta de informações a
de união estável, a profissão, o número de inscri- que se refere o inciso II, for possível a citação do
ção no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadas- réu. §3º A petição inicial não será indeferida pelo
tro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço ele- não atendimento ao disposto no inciso II deste
trônico, o domicílio e a residência do autor e do artigo se a obtenção de tais informações tornar
réu; [...]. §1º Caso não disponha das informações impossível ou excessivamente oneroso o acesso
previstas no inciso II, poderá o autor, na petição à justiça.
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a

INFOGRÁFICO 183: QUALIFICAÇÃO NA ADPF (1)

EXMO. SR. DR. MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPREMO TRIBUNAL


FEDERAL

(10 linhas)

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS APROVADOS NA OAB, associação civil sem


fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede em..., endereço eletrônico...,
por seu advogado, instrumento de mandato em anexo e escritório na..., vem, pe-
rante V. Exa., com fundamento no art. 102, §1º, e 103, IX, da Constituição Fede-
ral, e no art. 2º, I, da Lei nº 9.882/1999, propor a presente ARGUIÇÃO DE DES-
CUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, em face do PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, uma vez que violou preceito fundamental da Constituição Federal,
conforme ficará comprovado a seguir.

INFOGRÁFICO 184: QUALIFICAÇÃO NA ADPF (2)


Autor Qualificação
O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –
Conselho Federal da
OAB, por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado,
Ordem dos Advogados
instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa.,
do Brasil
com fundamento no art. 102, §1º, e 103, VII, da Constituição Federal,
147
Anotações
e no art. 2º, I, da Lei nº 9.882/1999, propor ARGUIÇÃO DE DESCUMPRI-
MENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, em face do PRESIDENTE DA RE-
PÚBLICA, uma vez que violou preceito fundamental da Constituição Fe-
deral, conforme ficará comprovado a seguir.
O PARTIDO..., inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede em..., por seu
presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instrumento de
mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com funda-
Partido político com
mento no art. 102, §1º, e 103, VIII, da Constituição Federal, e no art.
representação no Con-
2º, I, da Lei nº 9.882/1999, propor ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO
gresso Nacional
DE PRECEITO FUNDAMENTAL, em face do PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
uma vez que violou preceito fundamental da Constituição Federal, con-
forme ficará comprovado a seguir.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL..., confederação sindical inscrita no CNPJ
sob o nº..., por seu presidente, qualificação e endereço, por seu advo-
gado, instrumento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V.
Exa., com fundamento no art. 102, §1º, e 103, IX, da Constituição Fe-
deral, e no art. 2º, I, da Lei nº 9.882/1999, propor ARGUIÇÃO DE DES-
CUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, em face do PRESIDENTE
DA REPÚBLICA, uma vez que violou preceito fundamental da Constitui-
Confederação sindical
ção Federal, conforme ficará comprovado a seguir.
ou entidade de classe
ASSOCIAÇÃO NACIONAL..., associação inscrita no CNPJ sob o nº..., por
de âmbito nacional
seu presidente, qualificação e endereço, por seu advogado, instru-
mento de mandato anexo e escritório na... vem, perante V. Exa., com
fundamento no art. 102, §1º, e 103, IX, da Constituição Federal, e no
art. 2º, I, da Lei nº 9.882/1999, propor ARGUIÇÃO DE DESCUMPRI-
MENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, em face do PRESIDENTE DA RE-
PÚBLICA, uma vez que violou preceito fundamental da Constituição Fe-
deral, conforme ficará comprovado a seguir.

Fundamentação da Competência do STF


Explicar, de maneira resumida, a competência do STF para julgar a ADPF, fun-
damentando-a no art. 102, §1º da Constituição Federal, e no art. 1º da Lei
9.882/1999.

INFOGRÁFICO 185: FUNDAMENTAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STF

DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGA-


MENTO DA PRESENTE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL

Nos termos do art. 102, §1º, da Constituição Federal, e do art. 1º, da Lei
9.882/1999, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental decorrente
da Constituição será apreciada e julgada pelo Supremo Tribunal Federal.

Fica, portanto, configurada a competência deste Colendo STF para o julgamento


da presente ADPF.

Fundamentação da legitimidade ativa


Explicar os motivos pelos quais o legitimado está propondo a ADPF, funda-
mentando sua legitimidade no inciso adequado do art. 103 da Constituição Federal,
e no art. 2º, I, da Lei nº 9.882/1999. Lembrar de indicar se a legitimação é universal
ou especial (neste caso, demonstrar a pertinência temática).
148
Anotações
INFOGRÁFICO 186: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO UNIVERSAL)

DA LEGITIMIDADE ATIVA

O autor é partido político com representante no Congresso Nacional, parte legí-


tima para a propositura da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamen-
tal, na forma do art. 103, VIII, da Constituição Federal, e do art. 2º, I, da Lei nº
9.882/1999. Por se tratar de legitimado universal, não precisa demonstrar a perti-
nência temática, que é presumida para qualquer ação direta.

INFOGRÁFICO 187: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (LEGITIMADO ESPECIAL)

DA LEGITIMIDADE ATIVA

O autor é entidade de classe de âmbito nacional, que representa os aprovados no


Exame da OAB, contando com filiais em ... Estados da Federação. É, portanto,
parte legítima para a propositura da Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental, na forma do art. 103, IX, da Constituição Federal, e do art. 2º, I, da
Lei nº 9.882/1999. A pertinência temática está demonstrada, uma vez que a
norma impugnada afeta diretamente os interesses dos representados pelo autor.

Fundamentação da legitimidade passiva


Demonstrar qual foi o órgão ou autoridade que violou preceito fundamental
da Constituição Federal, se for o caso. Pode haver hipótese em que a violação não
seja atribuível a uma pessoa ou órgão determinado. Nesse caso, deve-se indicar ge-
nericamente o legitimado passivo, na fundamentação jurídica.

INFOGRÁFICO 188: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA

DA LEGITIMIDADE PASSIVA

No presente caso, questiona-se a constitucionalidade dos arts. 124 e 126 do Có-


digo Penal Brasileiro, que tipifica como crime a realização da interrupção da ges-
tação, sem ressalvar, no art. 128, a hipótese de feto anencéfalo, em verdadeira vi-
olação à dignidade humana (CF/88, art. 1º, III) e à saúde da gestante (CF/88, arts.
6º e 196), preceitos fundamentais da Constituição Federal, conforme se compro-
vará.

Como se trata de norma editada anteriormente à Constituição vigente, cuja mo-


dificação é de competência do Congresso Nacional, configura-se sua legitimidade
para figurar no polo passivo da presente ação.

Norma impugnada e preceito fundamental violado


Demonstrar a violação a preceito fundamental pelo legitimado passivo.

INFOGRÁFICO 189: NORMA IMPUGNADA E DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL VIOLADO (2)


149
Anotações

DO DISPOSITIVO NORMATIVO IMPUGNADO E DO PRECEITO FUNDAMEN-


TAL VIOLADO

Diversas decisões judiciais vêm negando autorização para a realização da interrup-


ção da gestação de feto anencéfalo, por considerar que tal fato configura o crime
de aborto, tipificado nos arts. 124 e 126 do Código Penal Brasileiro.

Entretanto, no caso específico de gravidez de feto anencéfalo, o pedido de inter-


rupção da gestação de se funda na proteção à saúde física e mental da gestante,
direito garantido por preceitos fundamentais da Constituição Federal, em seus
arts. 1º, III, 6º e 196.

As referidas sentenças, portanto, ao negarem a interrupção da gravidez nesses ca-


sos, utilizam como fundamento os arts. 124 e 126 do Código Penal Brasileiro,
violando os aludidos preceitos fundamentais da CF/88, ensejando o cabimento
da presente ADPF, nos termos do art. 102, §1º, da Constituição, e do art. 1º, da
Lei 9.882/1999.

Fundamentação Jurídica
Demonstrar a violação a preceito fundamental da Constituição Federal, utili-
zando as informações dadas pelo enunciado da questão.

INFOGRÁFICO 190: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

O Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei 2.848/1940, tipifica como crime o aborto


provocado pela gestante ou por terceiro, em seus arts. 124 e 126; no art. 128, a
referida lei exclui a punibilidade do aborto, nas hipóteses de gravidez que repre-
sente risco para a vida da gestante, ou resultante de estupro.

Ocorre que, a despeito da exclusão da punibilidade do aborto terapêutico, feito


para a preservação da saúde da gestante, inúmeras sentenças vêm negando auto-
rização para sua realização, na hipótese de gestação de feto anencéfalo, por con-
siderar que tal fato configura o tipo penal do aborto.

Ressalte-se que o feto anencéfalo é inviável, sendo certo que, na remota hipótese
de nascer com vida, não sobreviverá por mais que algumas horas fora do útero
materno.

Esse fato demonstra que impedir a interrupção de tal gestação, além de colocar
em risco a vida da gestante, que terá de suportar a gravidez até o fim, submete-a
à insuportável dor de dar à luz um filho, para vê-lo morrer em seguida, em fla-
grante violação a diversos preceitos fundamentais da Constituição Federal.

Inicialmente, tal circunstância ofende o princípio da dignidade da pessoa humana,


inscrito no art. 1º, III, da Constituição Federal, por submeter a gestante à dor de
nutrir uma gravidez inviável. Ademais, ao submetê-la à continuidade da gestação,
bem como à realização do parto, coloca em risco sua vida e saúde, ante a possíveis
150
Anotações

intercorrências no procedimento, além de todo o dano psicológico de ter de pas-


sar por tal situação, em verdadeira violação ao direito à saúde, nos termos do art.
6º e do art. 196, da Constituição Federal, preceitos fundamentais que dizem res-
peito à garantia dos direitos fundamentais pelo Constituinte.

Cumpre ressaltar que não se está requerendo a declaração de inconstitucionalidade


dos aludidos dispositivos do Código Penal, que buscam proteger o direito à vida,
mas apenas sua interpretação conforme a Constituição, para admitir a interrupção
terapêutica da gravidez nos casos de fetos anencéfalos.

Inexistência de outro meio eficaz para sanar a lesão


Demonstrar que está atendido o requisito do art. 4º, §1º, da Lei nº
9.882/1999, ante a subsidiariedade da ADPF.

INFOGRÁFICO 191: REQUISITOS DA MEDIDA CAUTELAR

DA INEXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO EFICAZ PARA SANAR A LESÃO

Tendo em vista a subsidiariedade da ADPF, nos termos do art. 4º, §1º, da Lei
9.882/99, deve-se observar que não há outro meio eficaz para sanar a lesão a pre-
ceito fundamental da Constituição Federal, demonstrada na presente ação.

Não são, no presente caso, cabíveis a Ação Direta de Inconstitucionalidade nem a


Ação Declaratória de Constitucionalidade, uma vez que a norma violadora é an-
terior à Constituição Federal, inexistindo outro instrumento de controle concen-
trado de constitucionalidade para o caso, além da ADPF.

Resta, pois, plenamente configurado o cabimento da ADPF para o presente caso.

Medida Cautelar em ADPF


Explicar os motivos que sustentam o pedido cautelar na ADPF, fundamen-
tando-o com o art. 5º, da Lei nº 9.882/1999, e nos requisitos do art. 300 do CPC.

INFOGRÁFICO 192: REQUISITOS DA MEDIDA CAUTELAR


Medida Cautelar em ADPF

Fumus boni iuris Periculum in mora

Demonstrar a plausibilidade da Perigo de dano ou risco ao resultado


violação ao preceito fundamental útil do processo
Lei nº 9.882, de 5 de dezembro de 1999
Art. 5º. O Supremo Tribunal Federal, por deci- de lesão grave, ou ainda, em período de recesso,
são da maioria absoluta de seus membros, po- poderá o relator conceder a liminar, ad referen-
derá deferir pedido de medida liminar na argüi- dum do Tribunal Pleno. §2º O relator poderá ou-
ção de descumprimento de preceito fundamen- vir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo
tal. §1º Em caso de extrema urgência ou perigo ato questionado, bem como o Advogado-Geral
151
Anotações
da União ou o Procurador-Geral da República, no adicionais, designar perito ou comissão de peri-
prazo comum de cinco dias. §3º A liminar poderá tos para que emita parecer sobre a questão, ou
consistir na determinação de que juízes e tribu- ainda, fixar data para declarações, em audiência
nais suspendam o andamento de processo ou os pública, de pessoas com experiência e autori-
efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer ou- dade na matéria. §2º Poderão ser autorizadas, a
tra medida que apresente relação com a matéria critério do relator, sustentação oral e juntada de
objeto da argüição de descumprimento de pre- memoriais, por requerimento dos interessados
ceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa no processo.
julgada. §4º (VETADO) Art. 7º Decorrido o prazo das informações, o
Art. 6º Apreciado o pedido de liminar, o relator relator lançará o relatório, com cópia a todos os
solicitará as informações às autoridades respon- ministros, e pedirá dia para julgamento. Pará-
sáveis pela prática do ato questionado, no prazo grafo único. O Ministério Público, nas argüições
de dez dias. §1º Se entender necessário, poderá que não houver formulado, terá vista do pro-
o relator ouvir as partes nos processos que ense- cesso, por cinco dias, após o decurso do prazo
jaram a argüição, requisitar informações para informações.
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)

Art. 300. A tutela de urgência será concedida dispensada se a parte economicamente hipossu-
quando houver elementos que evidenciem a pro- ficiente não puder oferecê-la. §2º A tutela de ur-
babilidade do direito e o perigo de dano ou o gência pode ser concedida liminarmente ou após
risco ao resultado útil do processo. §1º Para a justificação prévia. §3º A tutela de urgência de
concessão da tutela de urgência, o juiz pode, con- natureza antecipada não será concedida quando
forme o caso, exigir caução real ou fidejussória houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
idônea para ressarcir os danos que a outra parte decisão.
possa vir a sofrer, podendo a caução ser

INFOGRÁFICO 193: PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM ADPF

DA MEDIDA CAUTELAR

No presente caso, estão presentes os requisitos para a concessão da medida cau-


telar (tutela de urgência) na presente Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental.

O “fumus boni iuris”, caracterizado pela verossimilhança das alegações do autor e


pela probabilidade do direito (CPC, art. 300) está presente, na medida em que é
inegável a violação à dignidade da gestante, bem como ao seu direito à saúde, ante
a negação de autorização para interromper a gestação de feto anencéfalo.

Além disso, também está presente o “periculum in mora”, uma vez que a espera
por uma decisão definitiva pode causar grande prejuízo, tendo em vista o grande
número de processos tramitando sobre esse objeto, com o risco de causar lesão
irreparável aos direitos das gestantes que se encontram na situação descrita nesta
ADPF.

Ante o exposto, é urgente a necessidade de concessão da medida cautelar, para


que se determine a suspensão da tramitação de todos os processos que versem
sobre a interrupção de gravidez de feto anencéfalo no país, até a decisão final desta
ADPF, de acordo com o disposto no art. 5º da Lei nº 9.882/1999, já que presentes
os requisitos elencados no art. 300 do CPC acerca da tutela de urgência.
152
Anotações

Pedidos e Requerimentos na ADPF


Os pedidos e requerimentos, na ADPF, são sempre os mesmos. A única coisa
que você deve observar é se há ou não necessidade de pedido de medida cautelar.

INFOGRÁFICO 194: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADPF (1)

Pedidos e Requerimentos

Intimação do órgão/autoridade responsável pelo Concessão da medida cautelar, para


descumprimento do preceito fundamental suspender a tramitação dos processos

Em 5 dias, sobre a
Em 10 dias, sobre o
cautelar (Lei 9.882/99,
mérito (art. 6º) Art. 5º, §3º
art. 5º, §2º)

Intimação do AGU, para se manifestar Intimação do PGR, para se manifestar

Em 5 dias, sobre a Em 3 dias, sobre a Em 5 dias, sobre o


cautelar (art. 5º, §2º) cautelar (art. 5º, §2º) mérito (art. 7º, p. ún.)

Seja julgado procedente o pedido e sanar a Juntada de documentos (art. 3º, parágrafo
lesão ao preceito fundamental único)

Lei nº 9.882, de 5 de dezembro de 1999


Art. 3º A petição inicial deverá conter: I – a in- da União ou o Procurador-Geral da República, no
dicação do preceito fundamental que se consi- prazo comum de cinco dias. §3º A liminar poderá
dera violado; II – a indicação do ato questionado; consistir na determinação de que juízes e tribu-
III - a prova da violação do preceito fundamental; nais suspendam o andamento de processo ou os
IV – o pedido, com suas especificações; V – se for efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer ou-
o caso, a comprovação da existência de contro- tra medida que apresente relação com a matéria
vérsia judicial relevante sobre a aplicação do pre- objeto da argüição de descumprimento de pre-
ceito fundamental que se considera violado. Pa- ceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa
rágrafo único. A petição inicial, acompanhada de julgada. §4º (VETADO)
instrumento de mandato, se for o caso, será Art. 6º Apreciado o pedido de liminar, o relator
apresentada em duas vias, devendo conter có- solicitará as informações às autoridades respon-
pias do ato questionado e dos documentos ne- sáveis pela prática do ato questionado, no prazo
cessários para comprovar a impugnação. de dez dias. §1º Se entender necessário, poderá
Art. 5º. O Supremo Tribunal Federal, por deci- o relator ouvir as partes nos processos que ense-
são da maioria absoluta de seus membros, po- jaram a argüição, requisitar informações adicio-
derá deferir pedido de medida liminar na argüi- nais, designar perito ou comissão de peritos para
ção de descumprimento de preceito fundamen- que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fi-
tal. §1º Em caso de extrema urgência ou perigo xar data para declarações, em audiência pública,
de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, de pessoas com experiência e autoridade na ma-
poderá o relator conceder a liminar, ad referen- téria. §2º Poderão ser autorizadas, a critério do
dum do Tribunal Pleno. §2º O relator poderá ou- relator, sustentação oral e juntada de memoriais,
vir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo por requerimento dos interessados no processo.
ato questionado, bem como o Advogado-Geral
153
Anotações
INFOGRÁFICO 195: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA ADPF (2)

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

1. A intimação dos órgãos e autoridades responsáveis pela violação ao preceito


fundamental da Constituição, para se manifestar sobre o pedido cautelar, no prazo
de 5 dias, na forma do art. 5º, §2º, da Lei 9.882/1999, bem como para se mani-
festar sobre o pedido principal, no prazo de 10 dias, conforme o art. 6º da Leu
9.882/1999;

2. A concessão da medida cautelar, para suspender a tramitação dos processos que


versem sobre a interrupção de gestação de feto anencéfalo, já que presentes o
“fumus boni iuris” e o “periculum in mora”, na forma do art. 5º da Lei 9.882/99
e do art. 300 do CPC;

3. A intimação do Excelentíssimo Senhor Advogado-Geral da União, para que se


manifeste acerca do pedido cautelar, no prazo de cinco dias, caso o Exmo. Minis-
tro relator entenda indispensável, conforme o art. 5º, §2º, da Lei 9.882/99;

4. A intimação do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, para


que se manifeste acerca do pedido cautelar, no prazo de 5 dias, caso o Excelentís-
simo Ministro relator entenda indispensável, conforme o art. 5º, §2º, da Lei
9.882/99, bem como para que se manifeste acerca do mérito e pedido principal
da ação, no prazo de 5 dias, nos termos do art. 7º, parágrafo único, da Lei
9.882/99;

5. Ao final, seja julgado procedente o pedido para que se proceda à interpretação


conforme a Constituição dos arts. 124, 126 e 128 do Código Penal Brasileiro, para
que se autorize a interrupção da gestação de fetos anencéfalos mediante decisão
judicial.

6. Requer-se a juntada das cópias, em duas vias, da petição inicial, procuração, ato
impugnado e documentos que comprovam a violação ao preceito fundamental,
segundo o art. 3º, parágrafo único, da Lei 9.882/99.

Valor da Causa na ADPF


Se o enunciado der subsídios para você calcular o valor da causa, você deve
fazê-lo; caso contrário, deve colocar apenas reticências (...). Não invente um valor,
caso o enunciado não o tenha dado.

INFOGRÁFICO 196: VALOR DA CAUSA NA ADPF

Dá à causa o valor de R$...


Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art.292. O valor da causa constará da petição corrigida do principal, dos juros de mora venci-
inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de dos e de outras penalidades, se houver, até a
cobrança de dívida, a soma monetariamente data de propositura da ação; II - na ação que tiver
154
Anotações
por objeto a existência, a validade, o cumpri- subsidiário, o valor do pedido principal. §1º
mento, a modificação, a resolução, a resilição ou Quando se pedirem prestações vencidas e vin-
a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de cendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.
sua parte controvertida; III - na ação de alimen- §2º O valor das prestações vincendas será igual a
tos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pe- uma prestação anual, se a obrigação for por
didas pelo autor; IV - na ação de divisão, de de- tempo indeterminado ou por tempo superior a 1
marcação e de reivindicação, o valor de avaliação (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à
da área ou do bem objeto do pedido; V - na ação soma das prestações. §3º O juiz corrigirá, de ofí-
indenizatória, inclusive a fundada em dano mo- cio e por arbitramento, o valor da causa quando
ral, o valor pretendido; VI - na ação em que há verificar que não corresponde ao conteúdo patri-
cumulação de pedidos, a quantia correspon- monial em discussão ou ao proveito econômico
dente à soma dos valores de todos eles; VII - na perseguido pelo autor, caso em que se procederá
ação em que os pedidos são alternativos, o de ao recolhimento das custas correspondentes.
maior valor; VIII - na ação em que houver pedido

Encerramento
INFOGRÁFICO 197: ENCERRAMENTO DA ADPF

Pede deferimento.

Local..., data...

Advogado..., OAB...
155
Anotações

Capítulo 11
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

Aspectos Teóricos Fundamentais


INFOGRÁFICO 198: RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

Reclamação Constitucional

Competência
Fundamento Objetivo Cabimento para Efeitos
julgamento

Preservar a Tribunal que


competência e Decisão que teve sua anulação do
garantir a viola Súmula competência ato
CF/88, art. autoridade das Vinculante do administrativo
ou autoridade
102, I, “L”; decisões do STF ou cassação da
de suas
103-A, §3º tribunal decisão judicial
decisões
afrontada por reclamada
decisão judicial
Garantir a Decisão que ou ato
observância de viola julgado administrativo Determinação
súmulas do STF em de que outra
vinculantes e controle seja proferida
decisões do concentrado
Lei nº com ou sem a
STF em de
11.417/2006, aplicação da
controle constitucionali súmula,
art. 7º concentrado dade conforme o
caso
Garantir a
observância de
acórdão
Decisão que
proferido em
usurpa
incidente de
competência
resolução de
do STF para
CPC, art. 988 demandas
certo
repetitivas ou
julgamento
incidente de
assunção de
competência

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988


cancelamento, na forma estabelecida em lei. §1º A
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
súmula terá por objetivo a validade, a interpretação
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
e a eficácia de normas determinadas, acerca das
lhe: I – Processar e julgar, originariamente: [... l) a
quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciá-
reclamação para a preservação de sua competência
rios ou entre esses e a administração pública que
e garantia da autoridade de suas decisões.
acarrete grave insegurança jurídica e relevante mul-
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, tiplicação de processos sobre questão idêntica. §2º
de ofício ou por provocação, mediante decisão de Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei,
dois terços dos seus membros, após reiteradas de- a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
cisões sobre matéria constitucional, aprovar sú- poderá ser provocada por aqueles que podem pro-
mula que, a partir de sua publicação na imprensa por a ação direta de inconstitucionalidade. §3º Do
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais ato administrativo ou decisão judicial que contra-
órgãos do Poder Judiciário e à administração pú- riar a súmula aplicável ou que indevidamente a apli-
blica direta e indireta, nas esferas federal, estadual car, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fede-
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou ral que, julgando-a procedente, anulará o ato
156
Anotações
administrativo ou cassará a decisão judicial recla-
mada, e determinará que outra seja proferida com
ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

Lei nº 11.417, de 19 de dezembro de 2006


Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administra- só será admitido após esgotamento das vias admi-
tivo que contrariar enunciado de súmula vincu- nistrativas. §2º Ao julgar procedente a reclamação,
lante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevida- o Supremo Tribunal Federal anulará o ato adminis-
mente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fe- trativo ou cassará a decisão judicial impugnada, de-
deral, sem prejuízo dos recursos ou outros meios terminando que outra seja proferida com ou sem
admissíveis de impugnação. §1º Contra omissão ou aplicação da súmula, conforme o caso.
ato da administração pública, o uso da reclamação
Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015)
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada reclamação será autuada e distribuída ao relator do
ou do Ministério Público para: I – preservar a com- processo principal, sempre que possível. §4º As hi-
petência do tribunal; II – garantir a autoridade das póteses dos incisos III e IV compreendem a aplica-
decisões do tribunal; III – garantir a observância de ção indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos
enunciado de súmula vinculante e de decisão do Su- casos que a ela correspondam. §5º É inadmissível a
premo Tribunal Federal em controle concentrado reclamação: I – proposta após o trânsito em julgado
de constitucionalidade; IV – garantir a observância da decisão reclamada; II – proposta para garantir a
de acórdão proferido em julgamento de incidente observância de acórdão de recurso extraordinário
de resolução de demandas repetitivas ou de inci- com repercussão geral reconhecida ou de acórdão
dente de assunção de competência; §1º A reclama- proferido em julgamento de recursos extraordiná-
ção pode ser proposta perante qualquer tribunal, e rio ou especial repetitivos, quando não esgotadas
seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja as instâncias ordinárias. §6º A inadmissibilidade ou
competência se busca preservar ou cuja autoridade o julgamento do recurso interposto contra a deci-
se pretenda garantir. §2º A reclamação deverá ser são proferida pelo órgão reclamado não prejudica a
instruída com prova documental e dirigida ao presi- reclamação.
dente do tribunal. §3º Assim que recebida, a

Estrutura da Reclamação

INFOGRÁFICO 199: ESTRUTURA DA RECLAMAÇÃO


Fundamentação
da competência
Endereça- Qualificação do STF,
Cabimento da
mento das Partes legitimidade Reclamação
ativa e passiva

Valor da Pedido
Pedidos e Fundamentação
Causa e Requerimentos
Liminar (se for jurídica
Encerramento o caso)

Endereçamento da Reclamação
INFOGRÁFICO 200: ENDEREÇAMENTO AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPREMO
2 TRIBUNAL FEDERAL
3 (10 linhas)
157
Anotações

Legitimidade e Qualificação das Partes na Reclamação


INFOGRÁFICO 201: LEGITIMIDADE (ATIVA E PASSIVA) E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES NA RECLAMAÇÃO

Legitimidade

Ativa Passiva

Qualquer Ministério Órgão/Autoridade responsável pela


interessado Público violação à Súmula Vinculante ou decisão
do STF em controle concentrado

Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)


Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: [...].

INFOGRÁFICO 202: QUALIFICAÇÃO NA RECLAMAÇÃO


3 NOME, prenome, estado civil ou união estável, profissão, CPF ou CNPJ, endere-
4 ço eletrônico, domicílio e residência, por seu advogado, instrumento de mandato
5 em anexo, escritório na..., vem, perante V. Exa., com fundamento no art. 102, I,
6 “l”, da Constituição Federal, e do art. 998 do Código de Processo Civil, propor
7 RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL, em face de NOME, prenome, estado civil ou união
8 estável, profissão, CPF ou CNPJ, endereço eletrônico, domicílio e residência, em ra-
9 zão de ato/decisão que violou autoridade das decisões deste Colendo STF, confor-
10 me restará demonstrado a seguir.

Fundamentação da Competência do STF


Explicar, de maneira resumida, a competência do STF para julgar a Reclama-
ção, fundamentando-a no art. 102, I, “l” da Constituição Federal.

INFOGRÁFICO 203: FUNDAMENTAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO STF


11 DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA O JULGAMENTO
12 DA PRESENTE RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
13 Nos termos do art. 102, I, “l”, da Constituição Federal, compete originariamente ao Supre-
14 mo Tribunal Federal julgar Reclamação para preservação de sua competência e garantia da
15 autoridade de suas decisões e Súmulas Vinculantes.
16 No presente caso, o MM. Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca..., aplicou o art. 1.790 do Có-
17 digo Civil a um inventário, contrariando a decisão com repercussão geral, proferida por esta
18 Corte Suprema, que declarou tal norma inconstitucional.
19 Tal decisão afronta, pois, a autoridade da decisão proferida pelo STF, configurando sua
20 competência para julgar a presente Reclamação, nos termos do art. 102, I, “l”, da Constituição.
158
Anotações

Fundamentação da legitimidade ativa


Explicar os motivos pelos quais o legitimado está propondo a Reclamação,
fundamentando sua legitimidade no art. 988, caput, do Código de Processo Civil.

INFOGRÁFICO 204: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA


21 DA LEGITIMIDADE ATIVA
22 O autor é parte no inventário nº..., que tramita no MM. Juízo da 3ª Vara Cível da Co-
23 marca..., e, na condição de companheiro da autora da herança, está sendo bastante prejudica-
24 do com a aplicação, pelo aludido Juízo, do art. 1.790 do Código Civil, declarado inconstitucional
25 por esta Suprema Corte.
26 Assim, na condição de parte interessada, ostenta legitimidade para propor esta Reclama-
27 ção, na forma do art. 988, caput, do Código de Processo Civil.

Fundamentação da legitimidade passiva


Demonstrar qual foi o órgão ou autoridade que violou a autoridade de decisão
ou competência do STF.

INFOGRÁFICO 205: FUNDAMENTAÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA


28 DA LEGITIMIDADE PASSIVA
29 O MM Juízo da 3º Vara Cível da Comarca..., ao determinar realização do inventário com
30 base no art. 1.790 do Código Civil, foi o responsável pela afronta à autoridade da decisão do
31 STF, que declarou tal dispositivo legal inconstitucional, com repercussão geral.
32 Por esta razão, é parte legítima para figurar no polo passivo da presente Reclamação.

Cabimento da Reclamação
Demonstrar os fatos que afrontaram a autoridade da decisão ou a competên-
cia do STF, e ensejaram a propositura da Reclamação.

INFOGRÁFICO 206: FUNDAMENTAÇÃO DO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO


33 DO CABIMENTO DA PRESENTE RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
34 Diante do falecimento da Sra. ..., o autor da presente Reclamação, que era seu compa-
35 nheiro, ajuizou seu inventário, que tramita perante o MM Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca...
36 Ocorre que o aludido MM Juízo, ao determinar os quinhões hereditários, baseou-se no art.
37 1.790 do Código Civil, que cria condições menos favoráveis para a sucessão do companheiro, se
38 comparado com o cônjuge.
39 Exatamente em razão do tratamento desigual, dado pelo legislador, em desfavor do com-
40 panheiro, este Colendo Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o art. 1.790 do Có-
41 digo Civil, no julgamento do Recurso Extraordinário 878.694/MG (Tema 809) e do Recurso Ex-
42 traordinário 646.721/RS (tema 498), ambos com repercussão geral.
43 Assim, o MM Juízo de primeiro grau, ao aplicar dispositivo declarado inconstitucional pelo
44 STF, afrontou a autoridade de sua decisão, que é de aplicação obrigatória por todos os órgãos
159
Anotações

45 do Poder Judiciário, ensejando a propositura da presente Reclamação, nos termos do art. 102, I,
46 “l”, da Constituição Federal, e do art. 988, II, do Código de Processo Civil.

Fundamentação Jurídica
Reafirmar o cabimento da Reclamação, justificando juridicamente a necessi-
dade de manutenção da autoridade da decisão ou da competência do STF.

INFOGRÁFICO 207: FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA


47 DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
48 No julgamento dos Recursos Extraordinários 878.694/MG (Tema 809) e 646.721/RS (tema
49 498), este Colendo Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1.790 do
50 Código Civil brasileiro, que instituía tratamento sucessório diferenciado entre cônjuges e compa-
51 nheiros.
52 Nos termos do art. 1.035, §5º, do Código de Processo Civil, ao receber os aludidos Recursos
53 Extraordinários, determinou o Exmo. Ministro relator a suspensão de todos os processos em tra-
54 mitação no país que tratavam da matéria, para que, após o julgamento do recurso, fosse apli-
55 cada nesses processos a decisão da Corte Suprema.
56 Ocorre que, mesmo diante da suspensão determinada pelo STF, o MM Juízo da 3ª Vara Cí-
57 vel da Comarca..., deu seguimento ao processo, aplicando o art. 1.790 do Código Civil mesmo
58 após a declaração de sua inconstitucionalidade pelo Colendo STF.
59 Tal fato, além de comprometer a segurança jurídica, por contrariar a uniformização da
60 jurisprudência, afronta a autoridade do Colendo STF, que declarou a inconstitucionalidade de
61 tal norma, em decisão de observância obrigatória por todos os demais órgãos do Poder Judiciário.
62 Já foi tentado, por todos os meios possíveis, a modificação da decisão nas instâncias ordi-
63 nárias, sem que se obtivesse êxito.
64 Assim, está evidente que o MM Juízo reclamado está descumprindo decisão do STF à qual
65 está vinculado, em flagrante desrespeito à autoridade da decisão da Corte Suprema.

Inexistência de outro meio eficaz para sanar a lesão


Demonstrar que está atendido o requisito do art. 4º, §1º, da Lei nº
9.882/1999, ante a subsidiariedade da ADPF.

INFOGRÁFICO 208: REQUISITOS DA MEDIDA CAUTELAR


68 DA INEXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO EFICAZ PARA SANAR A LESÃO.
69 Tendo em vista a subsidiariedade da ADPF, nos termos do art. 4º, §1º, da Lei 9.882/99,
70 deve-se observar que não há outro meio eficaz para sanar a lesão a preceito fundamental da
71 Constituição Federal, demonstrada na presente ação.
72 Não são, no presente caso, cabíveis a Ação Direta de Inconstitucionalidade nem a Ação De-
73 claratória de Constitucionalidade, uma vez que a norma violadora é anterior à Constituição
74 Federal, inexistindo outro instrumento de controle concentrado de constitucionalidade para o
75 caso, além da ADPF.
76 Resta, pois, plenamente configurado o cabimento da ADPF para o presente caso.
160
Anotações

Pedido Liminar na Reclamação


Explicar os motivos que sustentam o pedido liminar na Reclamação, funda-
mentando-o com o art. 989, II, em conjunto com o art. 300, ambos do CPC.

INFOGRÁFICO 209: REQUISITOS DO PEDIDO LIMINAR

Pedido Liminar na Reclamação (art. 989, II, do CPC)

Fumus boni iuris Periculum in mora

Demonstrar a plausibilidade da Perigo de dano ou risco ao resultado


afronta à autoridade do STF útil do processo
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: ato impugnado para evitar dano irreparável; III –
I – requisitará informações da autoridade a quem determinará a citação do beneficiário da decisão
for imputada a prática do ato impugnado, que as impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias
prestará no prazo de 10 (dez) dias; II – se neces- para apresentar a sua contestação.
sário, ordenará a suspensão do processo ou do

INFOGRÁFICO 210: PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR EM RECLAMAÇÃO


77 DO PEDIDO LIMINAR
78 No presente caso, estão presentes os requisitos para a concessão da medida liminar (tutela
79 de urgência) na presente Reclamação Constitucional.
80 O “fumus boni iuris”, caracterizado pela verossimilhança das alegações do autor e pela
81 probabilidade do direito (CPC, art. 300) está presente, na medida em que é inegável a afronta,
82 pelo MM Juízo reclamado, à autoridade da decisão proferida pelo Colendo STF nos Recursos Ex-
83 traordinários 878.694/MG e 646.721/RS.
84 Além disso, também está presente o “periculum in mora”, uma vez que a espera por uma
85 decisão definitiva pode causar grande prejuízo, tendo em vista que o seguimento do processo
86 pode resultar em dano irreparável, com a efetiva partilha da herança em desacordo com a ju-
87 risprudência nacional.
88 Ante o exposto, é urgente a necessidade de concessão da medida liminar, de acordo com
89 O disposto no art. 989, II, do Código de Processo Civil, já que presentes os requisitos elencados no
90 art. 300 do CPC acerca da tutela de urgência.

Pedidos e Requerimentos na Reclamação


Os pedidos e requerimentos, na Reclamação, são sempre os mesmos. A única
coisa que você deve observar é se há ou não necessidade de pedido de medida
liminar.
161
Anotações
INFOGRÁFICO 211: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA RECLAMAÇÃO (1)

Pedidos e Requerimentos

Suspensão liminar do processo ou ato Requisição de informações do


impugnado reclamado

CPC, art. 989, II Em 10 dias (CPC, art. 989, I)

Citação do beneficiário da decisão


Intimação do PGR, para se manifestar
impugnada, para contestar

15 dias (CPC, art. 989, III) Em 5 dias (art. 991)

Seja julgado procedente o pedido e


anular o ato (CPC, art. 992)
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: I – requisitará informações da autoridade a quem
for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; II – se necessá-
rio, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável; III – de-
terminará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para
apresentar a sua contestação.
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo
por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação
pelo beneficiário do ato impugnado.
162
Anotações

INFOGRÁFICO 212: PEDIDOS E REQUERIMENTOS NA RECLAMAÇÃO (2)


91 DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
92 Ante o exposto, requer:
93 1. A suspensão, em caráter liminar, da Decisão reclamada, proferida pelo MM Juízo da 3ª
94 Vara Cível da Comarca..., que determinou a aplicação do art. 1.790 do Código Civil na parti-
95 lha de bens da herança de pessoa em união estável, contrariando a declaração de inconstitu-
96 cionalidade do aludido dispositivo pelo STF, nos Recursos Extraordinários 878.694/MG e
97 646.721/RS, na forma do art. 989, II, do CPC, já que presentes o “fumus boni iuris” e o
98 “periculum in mora”, nos termos do art. 300, do CPC;
99 2. A requisição de informações da autoridade reclamada, no prazo de 10 dias, conforme
100 o disposto no art. 989, I, do CPC;
101 3. A citação do beneficiário da decisão impugnada, para contestar, no prazo de 15 dias
102 (CPC, art. 989, III);
103 4. A intimação do Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República, para que se ma-
104 nifeste no prazo de 5 dias, após o decurso do prazo para informações e oferecimento da con-
105 testação, nos termos do art. 991 do CPC;
106 5. Ao final, seja julgado procedente o pedido para cassar a decisão reclamada, determi-
107 nando-se que outra seja proferida em conformidade com a decisão do STF, na forma do art.
108 992 do CPC;
109 6. Requer-se a juntada da procuração, ato reclamado e documentos que comprovam a
110 violação à autoridade da decisão do Colendo STF, conforme o art. 998, §2º, do CPC.

Valor da Causa na Reclamação


Se o enunciado der subsídios para você calcular o valor da causa, você deve
fazê-lo; caso contrário, deve colocar apenas reticências (...). Não invente um valor,
caso o enunciado não o tenha dado.

INFOGRÁFICO 213: VALOR DA CAUSA NA RECLAMAÇÃO


111 Dá à causa o valor de R$...

Encerramento
INFOGRÁFICO 214: ENCERRAMENTO DA RECLAMAÇÃO
112 Pede deferimento.
113 Local, data
114 Advogado...
163
Anotações

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