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Epidemiologia e Controle de Doenças Prefeitura de Diadema Centro de Informações Estratégicas de

ECD Secretaria Municipal de Saúde Vigilância em Saúde – CIEVS municipal


Coordenação de Vigilância à Saúde

Varíola dos macacos

Informes e orientações Versão 8

Sala de situação da SMS de Diadema


Documento atualizado em 03/08/2022
Dados nacionais (MS) e Diadema até 01/08/22
Dados do Estado de São Paulo (SES) até dia 28/07
Varíola dos macacos* na história *Apesar da
terminologia, esta
forma de varíola
não tem
nada a ver
com os
macacos!!!
Recebeu este
nome porque a
princípio achava-
se que este
poderia ser seu
hospedeiro
intermediário. Há
notícias de que a
OMS está
buscando uma
terminologia mais
adequada, para
evitar estigma
contra macacos.
Varíola dos macacos ou Brasil:
varíola símia ou monkeypox 3253 casos notificados

1474 casos confirmados,


sendo:
- 1079 em SP,
- 186 no RJ, 63 em MG, 30
no PR, 37 no DF, 32 em GO,
11 na BA, 7 em PE e SC, 6
no RS, 5 no MS, 4 no CE, 2
no ES e RN, 1 no TO, AM,
AC

- 9 UF com zero casos

846 em Fonte:
investigação CIEVS nacional
MS
Até 01/08/22
6 óbitos no mundo, sendo 1 no Brasil, 2 na Espanha, e 3 na África
https://map.monkeypox.global.health/country 23.264
EUA 5.176 Eslovênia 35 República Dominicana 3 Casos
Espanha 4.300 Grécia 32 Benim 3
Alemanha 2.677 Luxemburgo 23 África do Sul 3 81 países
Reino Unido 2.469 Argentina 23 Letônia 3
França 1.957 Romênia 21 O Congo 2
Brasil 1.370 República Tcheca 20 China 2
Países Baixos 925 Malta 17
Brasil está na 6ª posição
Tailândia 2
Canadá 803 Finlândia 17 Japão 2
Portugal 633 Emirados Árabes Unidos 16 Catar 2 Os 7 primeiros países (EUA,
Itália 479 Colômbia 15 Nova Zelândia 2 Espanha, Alemanha, Reino Unido,
Bélgica 393 Porto Rico 14 Jamaica 2 França, Brasil e Holanda) somam
Peru 306 Croácia 11 Taiwan 2
Suíça 272 Cingapura 11 Montenegro 1
81% de todos os casos do mundo.
Israel 146 Sérvia e Montenegro 10 Filipinas 1
Nigéria 133 Islândia 9 Nova Caledónia 1 O surto começou pela Europa, que
Áustria 132 Rep. Centro-Africana 8 Bermudas 1 ainda concentra 64% dos casos, mas
RD Congo 107 Estônia 8 Barbados 1
expande-se aceleradamente no
Dinamarca 99 Camarões 6 Bósnia e Herzegovina 1
Irlanda 85 Eslováquia 6 Rússia 1
continente americano, com 33% dos
Suécia 85 Índia 5 Panamá 1 casos (destaque para EUA com 22% e
México 64 Gibraltar 5 Turquia 1 Brasil com 6% dos casos do mundo)
Chile 55 Bulgária 4 República da Coreia 1
Polônia 53 Líbano 4 Geórgia 1
Noruega 53 Andorra 3 Venezuela 1
Austrália 45 Costa Rica 3 Uruguai 1
Hungria 37 Arábia Saudita 3
Acessado em 29 de
Marrocos 1
Gana 35 Equador 3 Sudão 1 julho de 2022
Casos do Estado de São Paulo (Atualização em 28/07/2022)

• Sendo 818 casos confirmados


• 96,8% são do sexo masculino. Ou seja, apenas 26 mulheres confirmadas.
• predomínio na faixa etária entre 30 e 34 anos (28,2%). Mediana de idade: 33
anos. Os casos residem nos seguintes locais:
• Todos apresentaram erupções cutâneas que variaram de mácula até crosta,
com predomínio de vesículas (53,3%), pústulas (49,8%) e crostas (45,7%).
• Locais das lesões: Genitais (60,7%), tronco (41%) e membros superiores
(34,7%), seguidos por face, membros inferiores, ânus, palma, boca e planta
• Outros sintomas importantes são: febre (59,6%), adenopatia (54,2%), mialgia
(41%), astenia/fraqueza (35,3%) e cefaleia (33,9%).
• Apenas 67 casos (8,2%) realizaram viagem recente.

* Dados do Estado de SP – 28/07 são divulgados de forma


independente do dado nacional
• 818 casos confirmados
• 672 em São Paulo, Casos do Estado de São Paulo
• 15 em São Bernardo do Campo, (Atualização em 28/07/2022)
• 11 em Santo André,
• 10 em Campinas, Itapevi, * Dados do Estado de SP – 28/07 são divulgados de forma
independente do dado nacional
• 9 em Diadema, Guarulhos,
• 8 em Osasco,
• 5 em Barueri, Ribeirão Preto,
• 4 em Carapicuíba, Itapecerica da Serra, São Caetano do Sul
• 3 em Santos, Cajamar, Cotia, Embu das Artes, Praia Grande, Taboão da Serra
• 2 em Mauá, Mogi das Cruzes, Indaiatuba, Itaquaquecetuba, Jundiaí, São Carlos, São
José dos Campos, Sertãozinho, Sorocaba,
• 1 em Americana, Araras, Bady Bassit, Francisco Morato, Franco da Rocha,
Itanhaém, Embu-Guaçu, Itararé, Jacareí, Jandira, Paulínia, Santa Bárbara D'Oeste,
São Vicente, Suzano, Várzea Paulista e Vinhedo.
• Apenas 52 casos (8,2%) realizaram viagem recente.
Casos de Diadema (Atualização em 01/08/2022)

• 32 casos notificados envolvendo residentes


• 10 casos confirmados por laboratório – 9 homens e 1 mulher
• 14 casos descartados
• 8 pendentes - em etapa de coleta ou processamento de exames
• Predomínio na faixa etária entre 26 e 42 anos entre confirmados, média 32 anos
• Entre os pendentes: 2 adolescentes, 2 crianças de colo, e os demais média 37 anos
• Entre os descartados: 2 crianças de 9 anos, 2 adolescentes, e os demais média de 36 anos
• Confirmados por residência: CENTRO (3), PAINEIRAS (2), INAMAR (2), PROMISSÃO (2), MARIA
TEREZA (1)
• Pendente de resultado: PAINEIRAS (3), PIRAPORINHA (2), CENTRO (1), ABC (1)
• Descartados: PIRAPORINHA (3), PROMISSÃO (2), ELDORADO (2), CANHEMA, CENTRO, MARIA
TEREZA, E RUYCE (1 EM CADA)
• 8 ÁREAS DE ABRANGENCIA com zero casos suspeitos: NAÇÕES, REID, SERRARIA, CONCEIÇÃO,
PAULINA, CASA GRANDE, NOGUEIRA, SÃO JOSE * Dados do Cevesp CVE – 01/08
Distribuição dos casos notificados, segundo resultado da testagem
para varíola dos macacos, entre residentes de Diadema.
Notificante Detectável Não detectável Pendente Total
UBS PIRAPORINHA 3 2 5
UBS PAINEIRAS
PRONTO SOCORRO CENTRAL
1
2
3
1
4
3
Casos de Diadema
UBS PROMISSAO 1 2 3
CR DIADEMA 2 2
CRT DST AIDS 2 2 Segundo unidade
EMILIO RIBAS 1 1 2
NOTREDAME INTERMEDICA CC DIADEMA 2 2 notificante e
AMA JD ICARAI
HOSPITAL CHRISTOVAO DA GAMA - DIADEMA
1
1
1
1
resultado da
HOSPITAL MUNICIPAL DE DIADEMA
HOSPITAL VERGUEIRO
1
1
1
1
testagem
INSTITUTO DE INFECTOLOGIA EMILIO RIBAS 1 1
PA PAINEIRAS 1 1
POLICLINICA CENTRO 1 1 * Dados do Cevesp CVE – 01/08
UBS VILA NOVA CONQUISTA 1 1
UPA JABAQUARA 1 1
Total 10 14 8 32
Fonte: Cevesp - atualizado até 1o de agosto de 2022
Varíola dos macacos: 3a definição de caso
(Informe SVS – Rede CIEVS – 30.07.2022 – plenária 01/08/22)
Caso suspeito:
Indivíduo de qualquer idade que apresente

Início súbito de lesão em mucosas

E/OU
Erupção cutânea aguda sugestiva* de varíola dos macacos, única *Lesões profundas e bem
ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região circunscritas, muitas vezes
com umbilicação central; e
genital/perianal, oral) progressão da lesão através
de estágios sequenciais
E/OU específicos – máculas,
pápulas, vesículas, pústulas
Proctite (por exemplo, dor anorretal, sangramento), e crostas.

E/OU edema no pênis,


Podendo estar associada a outros sinais e sintomas
Varíola dos macacos: 3a definição de caso
(Informe SVS – Rede CIEVS/MS – 30.07.2022 – plenária 01/08/22)

Diagnóstico diferencial: varicela zoster, herpes zoster, herpes simples, infecções


bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária,
cancróide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso, reação alérgica
e quaisquer outras causas de erupção cutânea papular ou vesicular.

Coinfecção é possível
Historicamente, relatos esporádicos de pacientes coinfectados com o vírus Monkeypox e outros agentes
infecciosos (por exemplo, varicela zoster, sífilis) foram encontrados, portanto, pacientes com erupção
cutânea característica devem ser considerados para testes, mesmo que outros testes sejam positivos.
Transmissão da doença:
• Contato próximo/íntimo com lesões de pele de pessoas infectadas, como por
exemplo pelo abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções
respiratórias.
• Secreções em objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e
superfícies que foram utilizadas pelo doente.
• A transmissão do vírus via gotículas respiratórias usualmente requer contato
mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna
trabalhadores da saúde, membros da família e outros contactantes, as
pessoas com maior risco de serem infectadas
• Outro meio de transmissão é via placentária (varíola congênita).
• Até o momento é baixo o risco para a população em geral. No entanto há um
maior risco para crianças, gestantes, idosos ou imunocomprometidos entre os
contatos próximos de varíola dos macacos
A via sexual é uma das
vias de transmissão,
mas não é a única

Apesar da via sexual


não ser única
atualmente esta tem
sido bem relevante

A atual distribuição
por orientação sexual
pode ser
circunstancial e pode
mudar
completamente nos
próximos meses.

Mas conhece-la pode


ajudar na definição de
estratégias, mesmo
que possam ser
apenas circunstanciais.
Diagnóstico clínico

• Incubação: É tipicamente de 6 a 13 dias e pode variar de 5 a 21 dias de intervalo.


• Periodo prodrômico: do dia zero ao 5º dia: febre, dores de cabeça, intensa linfadenopatia (que
pode ser extensa e precoce), lombalgia, mialgia e astenia grave. A ausência de linfadenopatia e
febre não exclui o diagnóstico.
• Período de erupção cutânea: 1 a 3 dias após o inicio da febre. Surgimento uniforme de lesões.
Erupção maculopapular centrífuga a partir do local da infecção primária e que se espalha
rapidamente para outras partes do corpo. As lesões progridem, no geral dentro de 12 dias, do
estágio de máculas para pápulas, vesículas, pústulas e crostas.
• As áreas mais afetadas são a face (em 95% dos casos) e as palmas das mãos e dos pés (em 75%
dos casos). As lesões são em geral múltiplas e se curam entre 2 e 4 semanas; o número de lesões
varia de alguns a vários milhares e afetam as membranas mucosas da boca (70% dos casos),
genitália (30%), conjuntiva palpebral (20%) e córnea.
• Observação: A prevalência de locais das lesões no surto atual tem se mostrado um pouco diferente do que diz
a literatura (ex: face não tem sido observado com esta prevalência de 95% das vezes, e genitais tem sido
muito mais prevalentes do que diz a literatura)
Algumas imagens das lesões

Mácula Pápula Vesícula Pústula Crosta

Mácula (1 a 2 dias), Pápula (1 a 2 dias), Vesícula (1 a 2 dias), Pústula (5 a 7 dias), Crosta (7 a 14 dias)
Algumas imagens das lesões
Algumas
imagens
das lesões
Algumas imagens das lesões
Diagnóstico diferencial clínico com algumas doenças
Doenças com erupção vesicular e papular são as que mais se confundem com a varíola dos
macacos, de devem ser consideradas para diagnóstico diferencial, como: varicela zoster, herpes
zoster, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis
primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco
contagioso e reação alérgica.
Varíola dos macacos: 3a definição de caso provável
(Informe SVS – Rede CIEVS – 30.07.2022 – plenária 01/08/22)
Caso provável:
Caso que atende à definição de caso suspeito, que apresenta um OU mais dos seguintes
critérios listados abaixo, com investigação laboratorial de Monkeypox não realizada ou
inconclusiva e cujo diagnóstico de varíola dos macacos não pode ser descartado apenas
pela confirmação clínico-laboratorial de outro diagnóstico.
E tenha vivenciado nos 21 dias antes do início dos sintomas ao menos uma das 4 situações
a saber:

Exposição próxima e Exposição próxima e Contato com materiais Trabalhadores de saúde


prolongada, sem proteção prolongada, sem proteção contaminados, como sem uso adequado de
respiratória, OU contato respiratória, OU história de roupas de cama e banho ou equipamentos de proteção
físico direto, incluindo contato íntimo, incluindo utensílios de uso comum, individual (EPI)** com
contato sexual, com sexual, com caso provável pertencentes a com caso história de contato com
parcerias múltiplas e/ou ou confirmado de varíola provável ou confirmado de caso provável ou
desconhecidas; E/OU dos macacos; E/OU varíola dos macacos; E/OU confirmado de varíola dos
macacos
**EPI: óculos de proteção ou protetor facial, avental, máscara cirúrgica, luvas de procedimentos.
Varíola dos macacos: 3a definição de caso
(Informe SVS – Rede CIEVS – 30.07.2022 – plenária 01/08/22)

CASO CONFIRMADO
Indivíduo que atende à definição de caso suspeito que é confirmado
(Positivo/Detectável) laboratorialmente para o vírus da varíola dos macacos por teste
molecular (RT-PCR e/ou sequenciamento).

CASO DESCARTADO
Indivíduo que atende à definição de caso suspeito com resultado/laudo de exame
laboratorial "Negativo/Não Detectável" para Monkeypox virus (MPXV) por diagnóstico
molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).
O que fazer após a suspeita
• Casos suspeitos devem ser isolados, realizar teste laboratorial e notificados
imediatamente.
• O rastreamento de contatos deve ser iniciado assim que houver a suspeita de um caso.
• Os casos suspeitos de varíola dos macacos devem ser notificados de forma imediata, em
até 24 horas, por 2 dos seguintes meios (idealmente “a”+“b”ou “a”+“c”) :
• a. Formulário de notificação: https://cevesp.saude.sp.gov.br/notifica/monkeypox
• b. E-mail: ecd@diadema.sp.gov.br;
Lembrar que além de notificar é
• c. Telefone: 4043-8235 (7:00 as 19:00) necessário:
• d. Ficha de papel (em anexo): Aceita excepcionalmente, caso internet
Investigar o caso (começar no ato da
esteja indisponível no momento de notificar.
Devendo a unidade digitar quando normalizar notificação e continuar durante
monitoramento)

Encerrar o caso, com resultados de


Obrigatório: Notificar - Investigar - Encerrar o caso exame, evolução e classificação final
O que fazer após a suspeita
• Formulário de notificação: https://cevesp.saude.sp.gov.br/notifica/monkeypox
• Atenção, ao notificar no link acima SALVE a
notificação. Só estará garantida sua notificação se
aparecer a mensagem abaixo
É possível anexar fotos das
Guarde este número lesões, mas é feito em duas
para poder acessar etapas.
2443424322345
novamente e fazer Primeiro deve-se salvar a
alguma atualização na notificação para depois
ficha abrir a notificação (com o
código informado e anexar
a foto.
Ver próximo slide para ver como edita e complementa informação
Para imprimir e também para alterar ou complementar
notificação usar outro link – ver abaixo
• O notificador deve guardar o código gerado pois vai precisar acessar a ficha depois.
• Para editar/atualizar a ficha, para fechamento de casos segue a orientação abaixo Links diferentes para
notificar x editar para
• Acessar o Link: https://cevesp.saude.sp.gov.br/notifica/monkeypox/buscar alterar/complementar
• Digitar o código que foi armazenado (Ex.: 0000000000.0000); notificação e encerrar
caso
• Atualizar a ficha;
• Salvar edição.
É possível anexar fotos das lesões,
mas é feito apenas nesta etapa. Para imprimir, abrir a
Primeiro deve-se salvar a ficha, clicar em Ctrl + P,
notificação para depois abrir a e escolher impressora
notificação (com o código ou imprimir para PDF
informado e anexar a foto.
Número tem um ponto antes dos últimos 4 algarismos
Se quiser anexar fotos das lesões é obrigatório obter autorização do paciente – ver modelo do termo no próximo slide
REVISANDO - Existem 3 links do CEVESP – CADA UM COM SUA FINALIDADE

1º Link - Notificação
http://cevesp.saude.sp.gov.br/notifica/monkeypox

2º Link - Impressão, edição e complementação de notificação realizada no link anterior

Informar resultados de exames, evolução e classificação final dos casos, por exemplo

https://cevesp.saude.sp.gov.br/notifica/monkeypox/buscar

Precisa informar o número da notificação gravado na hora da notificação no link anterior.

3º link – Gestão de nível central


Acompanhar, exportar planilhas, consultar/editar/complementar todos os casos notificados envolvendo o
município como notificador, ou residentes no município.

http://cevesp.saude.sp.gov.br

Este precisa login e senha.


Acesso exclusivo a ECD e Cievs Diadema
Podemos apoiar as unidades no resgate do numero de notificação para complementação da notificação.
Se quiser anexar fotos das lesões é obrigatório obter autorização do paciente
Modelo do termo de uso de imagem
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA:

• Todos os casos suspeitos, além de notificados devem obrigatoriamente passar por


investigação epidemiológica.

• A investigação epidemiológica visa caracterizar o tipo de exposição do paciente, a forma de


contaminação, o local da contaminação, as manifestações clínicas, e deve ser encerrada ao final
do seguimento, com documentação da evolução do caso, e da classificação final, como caso
confirmado, provável ou descartado.

• A investigação deve começar no ato da notificação e continuar durante monitoramento. A


ficha de notificação não deve ter campos em branco. O encerramento do caso se dará com
resultados de exame, evolução e classificação final.

• A investigação da exposição deve abranger o período entre 5 e 21 dias antes do início do sintoma.
Qualquer paciente com suspeita de varíola dos macacos deve ser isolado durante os períodos
infecciosos presumidos e conhecidos, ou seja, durante o período prodrômico e a resolução da
erupção da doença (secagem e queda das crostas), respectivamente.
Fluxo assistencial
Fluxo assistencial para Varíola dos
macacos (varíola símia) - continuação
Fluxo assistencial para Varíola dos
macacos (varíola símia) – continuação
Reavaliação clínica do paciente e Avaliação
dos resultados de exames
Fechamento dos casos: classificação final

Confirmado
Provável
Descartado

Se exame for não detectável o caso é considerado


descartado,

Se quadro clínico sugestivo persiste, sem diagnóstico


diferencial firmado como alternativa, pode ser solicitada
nova coleta de exames laboratoriais confirmatórios, com a
maior brevidade possível, caso ainda estejam presentes
lesões cutâneas.
Diagnóstico laboratorial:

• Detecção molecular do genoma por PCR.


• Coleta ideal na fase aguda ainda com pústulas vesiculares. Carga viral mais elevada na lesão.
Swab (*) do conteúdo da lesão é o material mais indicado.
• Se não houver mais pústulas, optar pelas crostas menos secas, aquelas em fase mais inicial
de cicatrização, pois a chance de detecção de genoma viral ou da partícula viral é maior.
• O exame deve ser cadastrado no GAL como exame: varíola
dos macacos (Não cadastrar como varicela),
• Metodologia: isolamento viral.
• A ficha de notificação CEVESP deve ser entregue junto com a
amostra e a requisição do GAL.
(*) Swabs estéreis de nylon, poliester ou Dacron são os indicados. Também pode-se puncionar com
seringa o conteúdo da lesão, mas prefere-se o swab para evitar a manipulação de perfurocortantes
Diagnóstico laboratorial: COLETA DE FLUIDO DAS LESÕES (SWAB)
• Materiais necessários:
• 2 Bisturi descartável com lâmina nº 10, OU
SWAB duas
• 2 Agulha 13 x 0,45mm amostras ou mais
• 4 Tubo estéril de rosca com O-ring (tipo criotubo), de 1,5 a 2 ml sítios distintos
• 4 a 8 Swab sintético para coleta
Procedimento:
1. Desinfectar o local da lesão com álcool 70% e deixar secar.
2. Utilizar o bisturi ou a agulha para remover a parte superior da lesão. Manter a parte
inferior (não enviar o bisturi ou a agulha).
3. Coletar o material da base da lesão com o swab.
4. Inserir o swab no tubo de rosca e quebrar a haste (cortar com tesoura é mais seguro).

Colocar o swab em tubo seco, SEM líquido preservante, uma vez que os poxvírus mantêm-se
estáveis na ausência de qualquer meio preservante.

NÃO usar frascos para coleta de sangue, urina, fezes etc.


Diagnóstico laboratorial: COLETA DE LESÃO SECA
Materiais necessários: NÃO USAR SWAB – O MATERIAL SÃO OS
FRAGMENTOS DA CROSTA. Raspado ou
• 2 Agulha 13 x 0,45mm fragmentado: ao
• 4 Tubo estéril de rosca com O-ring (tipo criotubo), de 1,5 a 2 ml menos 2 sitios
Obs.: NÃO usar frascos para coleta de sangue, urina, fezes etc. distintos: 4
crostas - duas de
Procedimento: cada lesão
1. Desinfectar o local da lesão com álcool 70% e deixar secar.
2. Use a agulha para retirar pelo menos 4 crostas; duas crostas de cada lesão
3. Inserir as crostas de cada uma das lesões em tubos de rosca separados.

ARMAZENAMENTO: 2°C a 8°C


TRANSPORTE: 2°C a 8°C
Enviar a amostra o mais rápido possível. Limite: 7 dias nas condições acima.
OBS: NÃO ADICIONAR QUALQUER LÍQUIDO À AMOSTRA COLETADA
(o uso de qualquer líquido preservante reduz em muito as chances de detecção).
NÃO usar frascos para coleta de sangue, urina, fezes etc
Passos que devem ser considerados no
momento da notificação
• Os kits para coleta devem ser solicitados ao laboratório quando tiver casos
suspeito pelo e-mail qs.recepcaolab@diadema.sp.gov.br

• A coleta pode ser feita no serviço de saúde ou no domicílio, podendo ser feita na
hora ou agendada para um momento melhor considerando o estágio das lesões.

• O material deve ser enviado em tubo criogênico. Tolera-se tubo Falcon, mas não
recomenda-se por ser menos seguro. Outros tubos serão rejeitados.
• O material coletado deve ser encaminhado junto com
• Copia da notificação
• Requisição de exame usada para sinan, com numero da notificação cevesp informado

NÃO NOTIFICAR NO SINAN


ARMAZENAMENTO
Idealmente os materiais devem ser mantidos congelados a -20 °C (ou
temperaturas inferiores), preferencialmente, por 1 mês ou até mais.

Na ausência de freezers, pode-se manter em geladeira (4 °C) por até 7


dias.

Este deve ser feito para chegada em no máximo 48 horas para que o
transporte possa ser feito de forma refrigerada apenas com gelo-pack.

Caso contrário, enviar congelado.


Manejo clínico, prevenção e controle de infecções
Não existe tratamento específico para a infecção pelo varíola dos macacos.
O tratamento é sintomático e envolve a prevenção e tratamento de infecções bacterianas sintomáticas.

As lesões são em geral múltiplas e se curam entre 2 e 4 semanas; o número de lesões varia de alguns a vários milhares e afetam as
membranas mucosas da boca (70% dos casos), genitália (30%), conjuntiva palpebral (20%) e córnea.

De forma geral, o prognóstico é bom e o cuidado geral e paliativo das lesões é o tratamento para os casos sem complicações.

A taxa de letalidade variou entre as diferentes epidemias, e em estudos realizados em países africanos a taxa foi de 3,6%

Profissionais de saúde em atendimento de casos suspeitos ou confirmados de Varíola símia devem implementar precauções
padrão, de contato e de gotículas, o que inclui uso de proteção ocular, máscara cirúrgica, avental e luvas descartáveis.

Durante a execução de procedimentos que geram aerossóis, os profissionais de saúde devem adotar máscara N95 ou equivalente.

O isolamento e as precauções adicionais baseadas na transmissão devem continuar até resolução da erupção vesicular.

Atualmente há uma vacina desenvolvida para o MPX (MVA-BN) que foi aprovada em 2019, mas ainda não está amplamente
disponível. A Organização Mundial de Saúde está coordenando com o laboratório fabricante o melhor o acesso a esta vacina.

Como a doença é rara, a vacinação universal não é recomendada. A vacina poderá ser recomendada para profilaxia para
profissionais de saúde, pós exposição de contatos íntimos, levando-se em consideração o risco-benefício.
Monitoramento de casos e contatos: abordagem
• Todos os casos notificados à vigilância serão informados imediatamente à UBS da área de abrangência do
endereço do paciente, pois os cuidados com o caso, e eventualmente seus contatos devem começar a partir da
suspeita, podendo seguir ou ser suspenso, a depender da confirmação ou não do caso.

• Um dos objetivos da abordagem inicial a uma pessoa no acompanhamento de casos suspeitos ou confirmados
de varíola dos macacos é estabelecer uma relação de confiança e respeito entre paciente e a equipe
multiprofissional do serviço de saúde, e explicar que precisarão trocar informações nas próximas semanas.

• O uso de uma linguagem acessível é fundamental para a compreensão dos aspectos essenciais da infecção,
da avaliação clínico-laboratorial, da adesão e do tratamento.

• Se a suspeita de varíola ocorreu na própria unidade da área de residência do paciente, tentar estabelecer
vínculo no próprio dia da consulta, dando-lhe ciência da necessidade de monitorar sua evolução, bem como
fazer o levantamento dos possíveis contatos com o mesmo propósito.

• Dar opção ao paciente, conforme sua preferência, do monitoramento ser presencial ou por telefone;

• Se o 1º atendimento não foi na UBS da área de residência estabelecer o primeiro contato, logo que saiba do
caso, por telefone. E combinar periodicidade e forma (telefone ou presencial) para os demais dias.
Monitoramento de casos e contatos: como realizar a abordagem?
➢ Aproveitar o primeiro contato, presencial ou telefone, para complementar a ficha de investigação epidemiológica, tentando
responder todas as perguntas sem respostas, em especial aquelas que determinam o tipo de exposição, e possível forma e
lugar de infecção. A notificação não deve ter campos em branco.

➢ Informar ao paciente que ele será monitorado durante todo o período de investigação e tratamento. E isto significa
acompanha-lo até a queda das crostas, e reepitelização da pele abaixo das feridas.

➢ Garantir ao paciente que ao longo de todo o acompanhamento ele terá preservada sua identidade e privacidade, e que os
contatos serão feitos de preferência em local reservado, longe da presença de outras pessoas durante o atendimento, caso
seja a sua vontade.

➢ Combinar periodicidade. Se estiver tudo relativamente bem, não é necessário que o monitoramento seja diário.

➢ Procurar saber se ele está ciente da suspeita. E se for o caso se está ciente do resultado dos exames. Perguntar se ele tem
alguma dúvida sobre a doença. Passar todas as informações ao paciente de forma clara; Sem exageros nem simplificação
indevida.

➢ Procurar saber se ele trabalha fora, se precisa, e se recebeu atestado para manter o afastamento. Casos suspeitos devem
receber 7 dias inicialmente. Casos confirmados devem receber complementação do afastamento até a reepitelização
dos locais de onde caíram as crostas (mínimo 21 dias). Orientar consulta no serviço que notificou para garantir o atestado
complementar quando necessário.

➢ Elaborar uma lista de possíveis contatos, conversando calmamente passando por todos os ambientes frequentados pelo
mesmo: quem são os contatos em casa? Quem são os contatos no trabalho? Quem são os contatos na rua? Na balada?
Quem são os parceiros sexuais?
Monitoramento de casos e contatos: o que reportar para a vigilância?
➢ Combinar com o paciente sobre quem vai monitorar os contatos. É necessário que o paciente concorde para que
outras pessoas da casa possam ser abordadas.

➢ Não abordar familiares ou outras pessoas da residência do paciente para tratar de prevenção da varíola dos
macacos se não houver anuência do paciente.

➢ Caso ele não concorde com a abordagem de profissionais de saúde a outras pessoas da casa, argumentar e
construir uma estratégia junto com ele para que as pessoas expostas sejam protegidas, e sua saúde monitorada de
alguma forma.

➢ Monitorar o paciente no começo, meio e fim da investigação e informar a VE todos os dados relevantes do
monitoramento no e-mail da ECD: ecd@diadema.sp.gov.br, como:

o Data que estabeleceu contato com o paciente pela 1ª vez;

o Se o monitoramento será/foi presencial ou a distância (e o meio);

o Se foi possível ter uma lista de contatos a serem monitorados;

o Se o paciente aceitou que os comunicantes sejam contactados;

o Se algum comunicante passou a ter sintomas (e virou suspeito);

o Se paciente manteve isolamento total, ou “parcial” e caracterizar quando não for total.
Monitoramento de contatos: parâmetros a monitorar
Acompanhamento de contatos:

Monitoramento de contatos é recomendado a cada 24 horas, para detecção do aparecimento de sinais e sintomas,
por um período de 21 dias a partir do último contato com um paciente no período infeccioso.

Os sinais e sintomas incluem:

Os contatos devem verificar a temperatura corporal 2 vezes por dia.

Não há necessidade de afastamento de contatos assintomáticos de suas atividades sociais, inclusive trabalho e
escola.

Caso os contatos assintomáticos sejam crianças pré-escolares, sugere-se, se possível, evitar frequentar locais
como creches ou outros ambientes de grupo.

Caso o contato desenvolva erupção cutânea ou outra manifestação que define caso suspeito, isolar e abordar como
um caso suspeito, com coleta de amostra para análise laboratorial (RT-PCR) para detectar possível MPX vírus
PMD preparou folder com
16 medidas para reduzir transmissão dentro de casa este conteúdo para
distribuição digital
O caso confirmado deverá se manter em isolamento até que a erupção cutânea esteja totalmente resolvida,
ou seja, até que todas as crostas tenham caído e uma nova camadade pele intacta tenha se formado.

É importante que o caso seja orientado pelas autoridades de saúde pública estaduais ou locais:
1. Não sair de casa, exceto quando necessário para emergências ou cuidados médicos de
acompanhamento.
2. Contato com amigos, familiares somente em emergências;
3. Não praticar atividade sexual ou envolvimento íntimo mesmo sem penetração.
4. Não compartilhar itens potencialmente contaminados, como roupas de cama, roupas, toalhas, panos de
prato, copos ou talheres;
5. Limpe e desinfete, com Hipoclorito de sódio ou álcool gel, rotineiramente superfícies e itens comumente
tocados, como balcões ou interruptores de luz, usando desinfetante acordo com as instruções do
fabricante;
6. Use máscaras cirúrgicas bem ajustado quando estiver em contato próximo com outras pessoas em casa;
7. Higiene das mãos (ou seja, lavagem das mãos com água e sabão ou uso de desinfetante para as mãos à
base de álcool) deve ser realizada por pessoas infectadas e contatosdomiciliares após tocar no material
da lesão, roupas, lençóis ou superfícies ambientais que possam ter tido contato com o material da lesão.
8. Caso utilize lentes de contato evite nesse período para prevenir possíveis infecções oculares;
9. Evite depilar áreas do corpo cobertas de erupções cutâneas, pois isso pode levar à propagação do vírus.
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CONTINUAÇÃO
Uso do banheiro:
10. Se possível, use um banheiro separado de outra pessoas que moram no mesmo domicílio; se houver
outras pessoas que morem na mesma casa;
11. Se não tiver a possibilidade de um banheiro separado em casa, o paciente deverá limpar e desinfetar
superfícies como balcões, assentos sanitários, torneiras, usando umdesinfetante depois de usar um
espaço compartilhado. Isso inclui: atividades como tomar banho, usar o banheiro ou trocar bandagens
que cobrem a erupção cutânea. Considere ouso de luvas descartáveis durante a limpeza se houver
erupção nas mãos.Limitar a contaminação dentro de casa:
12. Tente evitar a contaminação de móveis estofados e outros materiais porosos que não podem ser lavados
colocando lençóis, capas de colchão impermeáveis, cobertores ou lonas sobre essas superfícies.
13. A roupa suja não deve ser sacudida para evitar a dispersão de partículas infecciosas.
14. Cuidado ao manusear a roupa suja para evitar o contato direto com o material contaminado.
15. Roupas de cama, toalhas e vestimentas devem ser lavadas separadamente. Podem ser lavadas em uma
máquina de lavar, se possível com água morna e com detergente; não é obrigatório o uso de hipoclorito
de sódio.
16. Pratos e outros talheres não devem ser compartilhados. Não é necessário que a pessoa infectada use
utensílios separados se devidamente lavados. A louça suja e os talheresdevem ser lavados com água
morna e sabão na máquina de lavar louça ou à mão.
Plano de contingência para serviços de saúde
• A nota da ANVISA diz que todo serviço (da atenção primária, a hospitalar, passando por
ambulatórios e laboratórios, etc) deve construir um plano de contingência. O plano de contingência
deve abordar medidas voltadas para a aplicação de:

• Precauções para contato.

• Precauções para gotículas (as gotículas têm tamanho maior que 5 µm e podem atingir a via
respiratória alta, ou seja, mucosa das fossas nasais e mucosa da cavidade bucal), e

• Precauções para aerossóis, em algumas situações específicas*: os aerossóis são partículas


menores e mais leves que as gotículas, que permanecem suspensas no ar por longos períodos
de tempo e, quando inaladas, podem penetrar mais profundamente no trato respiratório.
Os 5 momentos para higienização das mãos
1 - Antes de entrar em
Para a proteção do paciente, evitando transmissão de microorganismos
contato com o
presentes nas mãos do profissional e que possam causar infecções
paciente

Para a proteção do paciente, evientado transmissão de microorganismos


2 - Antes da realização
presentes nas mãos do profissional incluindo microorganismos do próprio
de procedimento
paciente
antisséptico
3 - Após o risco de
Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência imediatamente
exposição a fluidos
próximo ao paciente, evitando a transmissão de micrroorganismos do paciente
corporais (e após a
e outros profissionais ou pacientes
remoção de luvas)
4 - Após contato com o
paciente, com as
superfícies e objetos Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência imediatamente
próximos a ele, e ao próximo ao paciente
sair do ambiente de
assistência.
5 - Após tocar objetos, Para a proteção do profissional e do ambiennte de assistencia a saude,
mobília e outras incluindo superficies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando
superficies próximas a transmissão de microorganismos do paciente a outros profissionais ou
ao paciente pacientes.
Obrigado!!!

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